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ARCAFAR - ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS DO SUL DO BRASIL CASA FAMILIAR RURAL DE PÉROLA D'OESTE - PR AGROECOLOGIA FICHA PEDAGÓGICA NOME DO JOVEM: ___________________________________ DATA: ___/___/___ Elaboração: Téc. Agr. Evandro Gindri Eng. Agr. Marcos Furlan Casa Familiar Rural de Pérola D’Oeste – Paraná JULHO - 2.001

Ficha Pedagógica - Agroecologia - Pr

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Caderno didático para estudo das técnicas da agroecologia no ensino médio profissionalizante das Casas Familiares Rurais

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ARCAFAR - ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS

CASAS FAMILIARES RURAIS DO SUL DO BRASIL

CASA FAMILIAR RURAL DE PÉROLA D'OESTE - PR

AGROECOLOGIA

FICHA PEDAGÓGICA NOME DO JOVEM: ___________________________________ DATA: ___/___/___ Elaboração: Téc. Agr. Evandro Gindri

Eng. Agr. Marcos Furlan Casa Familiar Rural de Pérola D’Oeste – Paraná

JULHO - 2.001

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OBJETIVO DA ELABORAÇÃO DESTA MATÉRIA

A cada dia que passa aumenta nossa preocupação em relação às condições de vida em que vive nosso povo em especial o agricultor, os quais são alvo de discriminação por parte de muita

gente, principalmente os nossos governantes. Mas temos consciência de que os agricultores podem mudar e se tornarem auto-sustentáveis,

não precisando esperar a ajuda nossos governantes. Eis ai uma luz que brilha cada vez mais forte, e ela vêm aumentando com a própria vontade dos agricultores, de mudar, buscando através da natureza a solução para os problemas, a

AGROECOLOGIA. A AGROECOLOGIA, nos mostra que podemos dizer não a tudo o que agride a natureza e ao homem, usando métodos racionais para cultivar o solo, produzindo frutos saudáveis, criando

animais sem usar nenhum tipo de produto químico. A uma frase que diz: a natureza consegue viver plenamente sem o homem, mas o homem não

consegue viver sem ela. Precisamos mudar antes que seja tarde demais, e, é isso que vamos tentar no decorrer desta

Ficha Pedagógica. Vamos refletir e procurar por em prática o que vimos.

Bom estudo!!!!

Autores desta Ficha Pedagógica.

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1- INTRODUÇÃO

Já sabemos que o modelo agrícola convencional baseado na livre concorrência e no papel do proveito próprio produz a degradação do solo e a exclusão social. Os gastos com a recuperação das condições ecológicas, com a recuperação da saúde humana e com investimentos sociais de geração de emprego e de redistribuição de renda, deveriam ser somados ao custo dos produtos agrícolas convencionais para que pudéssemos ter uma idéia do seu verdadeiro custo.

A destruição da natureza e o sofrimento de tantos seres humanos ao nosso redor não poderiam ser entendidos como reflexo exterior daquilo que existe em nosso interior? Em nosso mundo interior “cultivamos” pensamentos, sentimentos e impulsos volitivos que movimentam as nossas ações.

O pensamento da livre concorrência na economia de mercado, por exemplo, pressupõe a idéia da sobrevivência do mais forte. Esse princípio do proveito próprio, desde Adam Smith, esta baseado na idéia de que o egoísmo acaba sendo benéfico para a economia. Desse ponto de vista, no entanto, fica difícil pensar a situação de um agricultor biodinâmico, preocupado com as questões ecológica e social: seria coerente dizer-lhe para lutar pelo seu espaço nesse mercado privilegiado? Para fazer isso ele estará sendo submetido à pressão da concorrência. Cuidar da terra terá que ficar em segundo ou terceiro plano.

Fica evidente que o produtor biodinâmico precisa de condições mínimas que lhe permitam produzir sob critérios ecológicos e sociais. E essas condições mínimas só podem ser oferecidas por acordos como os comerciantes e consumidores de seus produtos. Um exemplo prático e simples, que já vem acontecendo em várias partes do mundo, é o compromisso de compra, por exemplo, de uma sacola semanal de verduras a um certo preço. O fato de poder contar com a venda regular dos seus produtos já dá ao produtor condições para concentrar-se mais na sua verdadeira missão, que é a de produzir alimentos saudáveis cuidando da natureza.

Preços, quantidade e qualidade, principalmente no campo da agricultura, não podem ser deixados ao acaso do mercado, devem ser objeto de diálogo entre produtores, comerciantes e consumidores. Eis aí um campo fértil para arregaçarmos as mangas! FONTE: Guia Chão & Gente, junho 2000.

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a) Vamos fazer uma análise da maneira que estamos trabalhando em nossa propriedade? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2- AGROECOLOGIA É o estudo dos sistemas de produção de alimentos, buscando inserir no processo produtivo os processos que ocorrem naturalmente nos ecossistemas locais. É como remar a favor da correnteza, deixando a natureza agir e trabalhar para nós. Para isso, precisamos entender os processos que acontecem nos ecossistemas.

3- O QUE É AGRICULTURA ORGÂNICA

Resumidamente, agricultura orgânica é o sistema de produção que exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade, agrotóxicos, reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal, compostos sinteticamente. Sempre que possível baseia-se no uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Busca manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza.

A Agroecologia ou Agricultura Ecológica, Como o termo indica, a agricultura ecológica se baseia no equilíbrio integral do funcionamento dos ecossistemas (ar, água, solo e seu habitat ou componentes: flora e fauna). As práticas deste sistema são biológicas e ambientalmente sãs, sem emprego de qualquer produto ou metodologia que possa afetar este equilíbrio.

São sistemas sustentáveis, transparentes, simples, podendo ser adaptadas e aperfeiçoadas de acordo com as condições locais, sendo às vezes baseadas em experiências e fundamentos tradicionais. Os principais ramos da agroecologia, além da orgânica, são: 3.1- AGRICULTURA SUSTENTÁVEL: É definida como agricultura ecológicamente viável,

econômicamente rentável e social e humanamente justa, cujos recursos para sua implantação e desenvolvimento são obtidos no próprio local e ambiente. 3.2- AGRICULTURA NATURAL: Suas práticas estão baseadas em conceitos ecológicos e trata de manter os sistemas de produção iguais aos encontrados na natureza. Resultou do trabalho do Biólogo Masanobu Fujuosa na década de 50. Seus métodos substituem toda e qualquer movimentação ou cultivo do solo por roçadas (cortes da parte aérea) da vegetação, cobertura verde (ex> trevo) e morta (palha), combinadas com semeaduras consorciadas de cereais e leguminosas ou misturas de hortaliças e ervas aromáticas, no meio de pomares não podados. Emprega insumos naturais obtidos no próprio meio. A semeadura é baseada nos ciclos lunares, com uso mínimo de maquinaria, combinado com a associação de cultivos para controlar insetos e moléstias. 3.3- AGRICULTURA BIOLÓGICA: Surgiu na França, na década de 60, á partir dos trabalhos de Francis Dhaboussou e outros. Destaca-se pelo controle biológico, do Manejo Integrado de pragas e doenças e pela Teoria da Trofobiose (efeito dos agroquímicos na resistência das plantas). Adota a adubação orgânica e o emprego de nutrientes essenciais, técnicas biológicas e alelopáticas.

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3.4- PERMACULTURA: pode ser definida como uma agricultura integrada com o ambiente,

que envolve plantas semi-permanentes e permanentes, incluindo a atividade produtiva dos animais. Ela se diferencia das demais atividades produtivas porque no planejamento leva-se em conta o aspecto paisagístico e energético, com especial consideração a prática do policultivo. Defende a manutenção de Sistemas Agro-silvo-pastoris, visando o aproveitamento permanente dos espaços verticais da vegetação, sendo especialmente adequada a regiões tropicais e subtropicais. Surgiu na Austrália na década de 70, com Bill Mollison e Dave Homgren. 3.5- AGRICULTURA BIODINÂMICA: Esta agricultura se desenvolve em relação aos princípios

filosóficos do humanista científico Rudolph Steiner (década de 30). Ele julga possível praticar uma agricultura que tem como princípio integrar os recursos naturais da agricultura em conexão com as forças cósmicas e suas diversas formas de valores espirituais e éticos, para chegar a ter uma aproximação mais compreensível das relações: agricultura e estilos de vida. O aspecto distintivo da Biodinâmica é o uso de preparados dinamizados como uma homeopatia agrícola e a influência de fatores cósmicos complementares ao fotoperiodismo e ao clima em geral, como os ritmos ou ciclos lunares. 3.6- DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA QUÍMICA Na Antigüidade, a fome existia em virtude da escassez de alimentos. A primeira "Revolução Agrícola" aconteceu ao redor de 1800 e associou a criação de animais à agricultura, trazendo um grande aumento da produção devido ao uso dos excrementos dos animais para adubação das lavouras e a rotação de plantas forrageiras com os campos cultivados. A segunda "Revolução Agrícola" se iniciou com a descoberta dos adubos químicos, em fins do século passado. Trouxe a ilusão de que o problema da nutrição das plantas estava resolvido. As práticas do uso dos estercos animais, da rotação e do pousio foram abandonadas. O desenvolvimento da motomecanização e o melhoramento genético das sementes propiciaram a instalação de grandes monoculturas. Estas colaboraram para o esgotamento dos solos e para a migração dos trabalhadores rurais para as cidades resultando em sérios problemas sociais: desemprego, habitação, educação, saúde; e problemas ambientais: abastecimento de água, saneamento, geração de lixo, etc. A adubação com os macronutrientes - N, P, K - sem preocupação com a reposição de matéria orgânica, logo mostrou problemas de deficiências de micronutrientes ao mesmo tempo em que as pragas e doenças se tornaram mais sérias. Surgiram então os agrotóxicos para controlá-las, acarretando um desequilíbrio ainda maior no funcionamento da natureza, além de intoxicar os trabalhadores e contaminar os alimentos, o solo e a água. A segunda "Revolução Agrícola", foi efetivamente introduzida nos países subdesenvolvidos através do pacote tecnológico conhecido como "Revolução Verde". Ocorreu no Brasil, principalmente, nas décadas de 60 e 70. Caracteriza-se pelo uso intensivo de insumos químicos: adubos solúveis e agrotóxicos, sementes melhoradas para responderem a esses insumos e alto grau de mecanização, em todas as etapas da produção. Ela requer alto investimento de capital e alto uso de energia. A Revolução Verde trouxe um aumento expressivo na produção agrícola, mas aos poucos ficaram evidentes os problemas que ela também trouxe consigo: compactação dos solos, erosão, perda da fertilidade dos solos, perda da biodiversidade, contaminação dos alimentos, intoxicações crônicas e agudas dos trabalhadores rurais, contaminação dos solos e das águas por nitratos e agrotóxicos, aparecimento de pragas resistentes aos agrotóxicos, aparecimento de novas pragas, alimentos sem sabor e sem durabilidade. Coloca-se então a pergunta: A agricultura química é sustentável? AGRICULTURA ATUAL = Agricultura convencional

A agricultura convencional é descrita como o conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século 19, conhecida como a 2ª revolução agrícola, que teve como suporte o lançamento dos fertilizantes químicos por Liebig.

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Este sistema expandiu-se após as grandes guerras, com o emprego de sementes manipuladas geneticamente para o aumento da produtividade, associado ao emprego de agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes) e da maquinaria agrícola. O agricultor é dependente por tecnologias/recursos/capital do setor industrial, que devido seu fluxo unidirecional leva à degradação do ambiente e á descapitalização, criando uma situação insustentável a longo prazo. a) Vamos nós, usando nossas próprias palavras, diferenciar: Agricultura orgânica: ___________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Agricultura Atual: ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4- HISTÓRICO

O movimento ecológico: Agricultura Orgânica, surgiu de trabalhos de Lady Eve Balfour e Sir Albert Howard, entre as décadas de 20 a 40 na Índia. Sua base mestra é a manutenção da fertilidade do solo e da sanidade geral das plantas e animais pela adubação orgânica, diversificação e rotação de culturas.

Utilizam também a reciclagem de resíduos sólidos, usos de adubos verdes e restos de culturas, usos de rochas minerais, usos de manejo e controle biológico de insetos, mantendo a sanidade e fertilidade do solo para suprir as plantas de nutrientes e controlar os insetos-pragas, moléstias e ervas invasoras.

Exclui o emprego de compostos sintéticos como fertilizantes, pesticidas, reguladores de crescimento e aditivos alimentares para os animais.

É uma tecnologia de processo, em contraposição da tecnologia de produtos (convencional), gerando independência, poder de decisão, conhecimento e controle dos meios de produção, produzindo e reciclando dos seus insumos. 4.1- VANTAGENS - A diversificação implica em menores riscos de produção e mercado. - Produto final diferenciado, maior qualidade, melhor conservação, mais nutritivos, livres de

contaminação. Permite melhor comercialização. - Sustentatibilidade agroeconômica: preços mais estáveis e mais elevados devido ao baixo

custo, redução da intermediação e melhor cotação. - Vantagens ambientais: redução ou eliminação dos nitratos e outros poluentes. Aumento da

fertilidade, conservação do solo, fauna, flora. - Vantagens de saúde: eliminação dos produtos agrotóxicos para os agricultores e

consumidores e toda cadeia alimentar. 4.2- EXIGÊNCIAS DO PROCESSO ORGÂNICO - RESPONSABILIDADE POR NECESSITAR DE PROCESSO EDUCATIVO, REQUERENDO MAIOR TEMPO PARA A ADOÇÃO CORRETA DA TECNOLOGIA, DO QUE A SIMPLES AQUISIÇÃO DE INSUMOS. - COMPROMISSOS DO PRODUTOR ORGÂNICO: PRODUTOR/CONSUMIDOR - PRODUTOR/EMPREGADO PRODUTOR/AMBIENTE - PRODUTOR/ENTIDADE CERTIFICADORA

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- REQUEREM SISTEMAS DE CONTROLE E CERTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS, NAS UNIDADES PRODUTIVAS E DE TRANSFORMAÇÃO. - PARA A PRODUÇÃO DE ALGUNS PRODUTOS, EXIGEM MAIOR GASTO COM MÃO DE OBRA OU INSUMOS AGROECOLÓGICOS, COMO ADUBOS ORGÂNICOS. - NECESSIDADE DE ADAPTAÇÃO DE ÉPOCAS DE PLANTIO, CULTIVARES E ORIENTAÇÃO DAS MELHORES TECNOLOGIAS PARA A REGIÃO ONDE ESTÁ A PROPRIEDADE. - O PRODUTOR DEVE PROCURAR A PESQUISA, ORIENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA E PARTICIPAR DE REUNIÕES, PARA QUE SEJAM UTILIZADOS OS PROCEDIMENTOS DE CONDUÇÃO DAS PLANTAS, MANEJO DO SOLO E CONSERVAÇÃO SOLO/AMBIENTE ADEQUADAS. a) E nossa família esta tendo o cuidado de pelo menos selecionar áreas que não sejam aplicados produtos químicos, para produzir alimentos de consumo próprio: Como é? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Nossas hortaliças como são cultivadas? ___________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) Os animais que consumimos suas carnes. Cuidamos para não usar produtos químicos? Conte como é? _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- TÉCNICAS DE CULTIVO

55..11-- NNOORRMMAASS DDEE PPRROODDUUÇÇÃÃOO VVEEGGEETTAALL

5.1.1 NUTRIÇÃO DAS PLANTAS

Produtos permitidos

É permitido aplicar, eventual e esporadicamente, elementos químicos em falta, limitantes da plena atividade biológica do solo e das plantas, em formas e dosagens adequadas. Entre esses elementos destacam-se o cálcio e o fósforo, principalmente nas condições brasileiras. Nesse sentido, é permitido o uso de: a) Calcários; b) Fosfatos naturais e semi-solubilizados, farinha de ossos,

termo-fosfatos, c) escorias e outras fontes de fósforo de baixa solubilidade; d) Rochas minerais moídas como fonte de cálcio, fósforo, magnésio, potássio e outros

elementos; e) Cinzas vegetais, isentas de produtos contaminantes; f) Resíduos de biodigestores;

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g) Estercos isentos de agentes químicos e biológicos nocivos, como agrotóxicos, antibióticos e outros. Se o esterco for proveniente de manejo convencional, deverá ser compostado, antes de ser utilizado.

h) Guanos e húmus de minhocas; i) Inoculantes à base de microorganismos; j) Tortas e farinhas de origem vegetal e animal; k) Microelementos por via líquida ou sólida. l) Algas marinhas, plantas aquáticas ou similares, preferencialmente m) processadas ou compostadas. n) Produtos naturais, como preparados biodinâmicos, produtos à base de microorganismos e

enzimas e outros semelhantes.

Produtos eventualmente tolerados

A sua aplicação não pode se tornar regra nas unidades de produção. É tolerada a aplicação esporádica de produto de solubilidade e concentração médias, principalmente nos sistemas orgânicos em início de operação. Estão incluídos: a) Superfosfatos simples e sulfato de potássio, desde que seja comprovada a sua

necessidade por análise de solo, a aplicação tenha sido solicitada previamente à AAO e aprovada antes da aplicação, e serem adicionados à matéria orgânica;

b) Condicionadores de solo de origem mineral, animal e vegetal. c) Resíduos industriais e urbanos (lixo e esgoto, entre outros), desde que comprovadamente

isentos de poluentes, para evitar a poluição por metais pesados e contaminação por patógenos.

Produtos proibidos

a) Adubos químicos em geral, de média e alta concentração e solubilidade, exceto nos casos previstos no item anterior 1.2;

b) Agrotóxicos, biocidas e herbicidas químicos em geral; c) Corretivos, fertilizantes ou condicionadores do solo com produtos d) químicos ou biológicos contaminantes ou poluentes.

5.1.2 SAÚDE DAS PLANTAS Na unidade de produção, devem ser estabelecidas prioritariamente as medidas de prevenção mencionadas na letra E dos Princípios Gerais. Depois disso, observam-se:

Produtos e técnicas permitidos

a) Controle biológico: aumento ou diversificação da população de inimigos naturais, que inclui a sua multiplicação e soltura nos campos.

b) Métodos físicos e mecânicos: armadilhas luminosas, barreiras e armadilhas mecânicas, coleta manual, adesivos, embalagem da produção a campo, uso de calor, frio, som, ultra-som e outros semelhantes.

c) Métodos vegetativos: plantas repelentes, plantas companheiras, manejo ou erradicação de plantas-vetores de predadores e outros semelhantes.

Produtos e técnicas eventualmente tolerados

Na ocorrência de pragas ou doenças, mesmo já tendo o agricultor adotado as medidas preventivas e os procedimentos permitidos citados, poderão ser utilizados os seguintes produtos e técnicas: a) Extratos, caldas e soluções de produtos vegetais como piretro, rotenona, sabadilha,

quássia, riânia, saboneteira e outros; b) Produtos à base de enxofre simples; c) Caldas bordalesa e sulfocálcica , emulsões e soluções à base de óleo mineral, querosene e

sabão; d) Produtos à base de sulfato de zinco e permanganato de potássio;

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e) Iscas formicidas, exceto aquelas à base de dodecacloro e as fosforadas. As iscas não podem entrar em contato com o solo. Deve-se tomar medidas de proteção para os pássaros, répteis e outros animais. No momento de usar, as iscas devem ser acondicionadas em recipientes como bambus, telhas e outros que permitam o isolamento do solo e a proteção dos animais.

f) Óleos vegetais que atuem como espalhantes adesivos.

Produtos e técnicas proibidos a) Agrotóxicos, biocidas e herbicidas químicos em geral, exceto os citados na letra C dos

Princípios Gerais. A AAO poderá coletar amostras para análises de resíduos dos produtos proibidos, sempre que julgar necessário.

b) Produtos mercuriais. c) Produtos à base de metais persistentes no ambiente, como o mercúrio, chumbo, cádmio,

arsênio, enxofre em composto de síntese e outros. d) Iscas à base de dodecacloro e as fosforadas. e) Extrato ou calda de fumo. f) Espalhantes adesivos que não sejam os descritos no item 2.2.f acima.

5.1.3- MANEJO DE INVASORAS Produtos e técnicas permitidos: a) Técnicas mecânicas, como cultivos, roçadas, mondas, capinas manuais e outras; b) Plantas alelopáticas, adubação verde, cobertura morta, cobertura viva, rotação e

consorciação de culturas.

Produtos e técnicas eventualmente tolerados:

a) Cobertura inerte (como a de plástico), que não cause contaminação ou poluição; b) Aração e gradeação.

Produtos e técnicas proibidos

Herbicidas químicos sintéticos, destilados de petróleo e hormônios sintéticos. 5.1.4- MUDAS E SEMENTES a) Na olericultura só são permitidas as mudas produzidas organicamente, na propriedade, ou

adquiridas de agricultor ou viveirista orgânico certificado, inclusive bulbos para plantio de cebola.

b) Em outras culturas recomenda-se usar mudas orgânicas. c) Na produção de mudas de hortaliças será permitido o uso de substrato comercial

convencional, até que haja um substrato orgânico eficiente e amplamente disponível. d) As sementes de hortaliças, as batatas-sementes e os bulbos de alho poderão ser de

origem convencional, até o momento em que houver no mercado produtos orgânicos em quantidade e disponibilidade adequadas .

5.1.5- QUALIDADE DA ÁGUA

a) A água utilizada na irrigação e lavagem dos produtos, e a que é fornecida aos animais, deve ser de boa qualidade e isenta de agentes químicos e biológicos que possam comprometer a saúde, a qualidade dos produtos e os recursos naturais, de acordo com a lei.

b) A AAO poderá exigir análise da água utilizada na propriedade. (Se o resultado for contrário ao disposto no item a), anterior, essa água não poderá ser utilizada, até que o problema seja solucionado e a qualidade atinja níveis adequados.

c) A coleta de água para análise será acompanhada pelo técnico da AAO ou por empresa ou órgão público autorizados pela AAO.

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d) O local e o equipamento de lavagem dos produtos deverão estar livres de resíduos contaminantes e manter boas condições de higiene e manutenção.

a) Como estamos cultivando nosso solo? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Nossas plantações são cuidadas de que forma, para darem boa produção? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) As ervas daninhas são eliminadas de que forma? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

66-- NNOORRMMAASS DDEE PPRROODDUUÇÇÃÃOO AANNIIMMAALL

6.1. ESCOLHA E AQUISIÇÃO DE ANIMAIS a) As espécies e raças devem estar adaptadas às condições de cada unidade produtiva,

visando produtividade, rusticidade e resistência, de acordo com as características de tamanho, clima, solo, relevo, viabilidade produtiva e impactos da atividade sobre os recursos naturais.

b) Na aquisição dos animais dá-se preferência aos provenientes de criações orgânicas; se isso não for possível, é permitida a compra de animais de sistemas convencionais.

c) É recomendada a aquisição de animais jovens. No caso de mamíferos, as crias logo após a desmama; na avicultura, dar preferência a pintos de um a trinta dias ou a ovos galados; na piscicultura, a alevinos.

6.2. ALIMENTAÇÃO

a) Deve ser buscada a auto-suficiência na produção de alimentos das criações. b) Na formação e manejo das pastagens e capineiras e na produção de silagem e feno devem

ser seguidas as Normas de Produção Vegetal da AAO. c) É recomendada a consorciação de gramíneas e leguminosas e exigida a diversificação das

espécies vegetais. d) É obrigatório o plantio e a manutenção de árvores e quebra-ventos nas pastagens. e) As pastagens devem estar em áreas aptas para tal atividade, e seguir as práticas de

conservação de solos, rotação de culturas e pastoreio rotativo. f) É recomendado o uso de capineiras para a produção de volumosos, suficientes para

alimentar o rebanho durante todo o ano, e a produção de concentrados também em volumes suficientes, para diminuir ou eliminar a dependência externa de alimentos produzidos de forma convencional.

g) A alimentação de outros animais, além dos bovinos, deve ser complementada com material verde fresco (hortaliças, rami, guandu, gramíneas e outros).

h) Os animais serão alimentados com, no mínimo, 50% de produtos orgânicos (base: matéria seca). O produtor terá de apresentar por escrito um plano para atingir, no mínimo, 80% de produtos orgânicos na alimentação animal (a base é sempre matéria seca).

i) É permitido o uso de suplementos, como Premix e Núcleo, desde que os seus componentes sejam permitidos por essas Normas.

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6.3. SUPLEMENTAÇÃO MINERAL E PROTÉICA

São permitidos:

a) Complementos minerais: sal grosso, sal marinho, fosfato bicálcico, farinha de ossos calcinados, farinha de algas, farinha de ostras, calcário, flor de enxofre e micronutrientes em geral;

b) Complementos vitamínicos: óleo de fígado, óleo de peixe e leveduras; c) Aditivos diversos: algas calcinadas, plantas medicinais, plantas aromáticas, soro de leite

fresco, óleos essenciais, carvão e argila. d) Outros complementos e aditivos só poderão ser utilizados com autorização prévia do

Conselho de Certificação da AAO.

São proibidos:

a) Hormônios e os promotores de crescimento e de lactação sintéticos, administrados por qualquer via.

6.4. INSTALAÇÕES E MANEJO DOS ANIMAIS

Procedimentos permitidos:

a) As instalações (galpões, estábulos, galinheiros e outros) devem ser adequadas a cada criação, no tocante à insolação, iluminação e ventilação naturais, e garantir espaço suficiente aos animais, para que não ocorram situações de estresse.

b) As instalações devem ser mantidas limpas e secas, sendo as camas feitas com materiais orgânicos e naturais, e renovadas quando as condições de umidade e higiene o exigirem.

c) Na limpeza e desinfeção das instalações e materiais, são permitidos detergentes biodegradáveis, sabões, sais minerais solúveis, permanganato de potássio, hipoclorito de sódio, cal, soda cáustica, ácidos minerais simples (nítrico e fosfórico), oxidantes minerais em enxágües múltiplos, água fervente, vapor; creolina e vassoura de fogo.

d) Além das condições adequadas ao conforto e à saúde dos animais, deve ser garantido ao rebanho fácil acesso à água e aos alimentos.

e) Nos regimes semi-intensivos de criação, deve ser garantido aos animais acesso a áreas em que possam se exercitar e tomar sol, por um período mínimo de 3 horas por dia.

f) Para aves poedeiras e frangos de corte adultos, a lotação máxima permitida em galpão é de 7 aves/m2, garantindo-se sempre o acesso ao sol, por um período mínimo de 3 horas, e à forragem verde.

g) Os galinheiros devem ser mantidos vazios por um período mínimo de 15 dias, até a entrada de um novo lote de animais.

Procedimentos proibidos:

a) Estabulação permanente dos animais, não existência de solário ou áreas de exercício, confinamento em gaiolas e retenção permanente por correntes, cordas ou por qualquer outro método.

b) Formas de manejo que levem ao sofrimento, estresse ou alteração do comportamento dos animais.

c) Uso de material plástico, de serragem ou aparas de madeira tratadas quimicamente, na confecção das camas.

d) Emprego de baias que restrinjam a livre movimentação dos animais ao se deitar ou levantar.

e) Mutilações, como o corte de bicos, caudas e orelhas, e outras formas de mutilação em sistemas de marcação e identificação.

f) Sistema de criação intensivo.

6.5- SANIDADE ANIMAL

Devem ser estabelecidas prioritariamente nas unidades de produção as medidas de prevenção mencionada na letra D da Introdução Geral. Além disso:

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a) São recomendados os tratamentos homeopáticos, fitoterápico e demais tratamentos alternativos. Em caso de risco de vida do animal, será permitido o tratamento alopático, mas o fato terá de ser comunicado por escrito à AAO no prazo máximo de 48 horas e os seus produtos não poderão ser comercializados como orgânicos até que seja cumprida a carência estabelecida pelo técnico inspetor da AAO.

b) São obrigatórias as vacinas estabelecidas por lei, e recomendadas as vacinações para as doenças mais comuns a cada região. São recomendados também os agentes etiológicos dinamizados (nosódios ou bioterápicos).

c) Em animais leiteiros, são obrigatórios os exames de tuberculose e brucelose, a cada 6 meses.

d) Como medida preventiva contra parasitas, recomenda-se a rotação de pastagens e o uso de compostos de ervas medicinais e alho, juntamente com a ração ou o sal mineral.

e) Na prevenção de bernes e carrapatos, além das medidas preventivas aconselhadas para parasitas, deve-se manter as esterqueiras cobertas e protegidas de moscas.

f) A higiene no processamento dos produtos será fator decisivo para o reconhecimento da sua qualidade.

6.6. RESTRIÇÕES É proibido o uso, nas criações, de: a) Compostos arsenicais; b) Drogas hormonais e anabolizantes sintéticos; c) Tranqüilizantes sintéticos; d) Drogas estimulantes de apetite; e) Antiparasitários sintéticos e antibióticos; f) Pigmentos para acentuar a cor da gema dos ovos e da carcaça de frangos, e demais

corantes; a critério do técnico inspetor da AAO, serão permitidos produtos naturais para esses fins;

g) Aromatizantes e flavorizantes artificiais; h) Injeções de ferro em suínos. a) Como estamos cuidando de nossos animais? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Nossos animais são cuidados de que forma, para darem boa produção? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) Os parasitas e doenças são controlados de que forma? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7- CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO HUMANA

Há 8 mil anos atrás a população do planeta era cerca de 5 milhões de habitantes. Em 1850 chegou a 1 bilhão e, desde então, vem crescendo muito rapidamente: 2 bilhões em 1930, 3,5 bilhões em 1975 sendo que, atualmente, está ao redor de 5,5 bilhões de habitantes. Os seres humanos não possuem predadores e com o controle das doenças as pessoas estão vivendo mais tempo. A guerra, a violência gerada pelas desigualdades sociais, os

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desastres naturais e os acidentes em geral são os fatores que atualmente provocam a morte prematura, antes do envelhecimento natural. O grande desafio da época atual é como promover o desenvolvimento sustentado para uma população crescente, o que implica em aumento da produção de alimentos sem destruir os recursos naturais que permitem a manutenção das condições de VIDA no nosso Planeta Terra. 8- ELEMENTOS INTEGRANTES DA NATUREZA

O Planeta Terra existe há bilhões de anos e inicialmente era formado por rochas e água. A vida surgiu há 2 bilhões de anos. O homem apareceu há 35.000 mil anos e começou a fazer agricultura a cerca de 10.000 anos. Atualmente encontramos os seguintes elementos compondo a natureza: inorgânicos – são os elementos e substâncias minerais sem vida, os quais estão totalmente

sujeitos às leis da matéria, como por exemplo, à lei da gravidade – as pedras não pulam e a água sempre corre para baixo; orgânicos – são os seres com vida: plantas, animais, seres humanos e microorganismos. Produzem substâncias orgânicas e estão sujeitos às leis que regem os processos biológicos. as plantas – são fixas ao solo e são os únicos seres capazes de absorver a energia do sol para produzir o seu próprio alimento. os animais – possuem autonomia de movimento e através dele vão em busca de alimentos. Suas ações são comandadas pelo instinto e estão voltadas para sua sobrevivência mas, ao mesmo tempo, elas desempenham uma função importante no funcionamento da natureza – a abelha que visita uma flor em busca de néctar ou pólen para a sua alimentação está ao mesmo tempo polinizando essa flor e possibilitando a frutificação. os seres humanos – são os únicos seres que além de autonomia de movimento também têm

autonomia de ação. Nós temos consciência de nós mesmos, temos razão, inteligência e livre arbítrio, isto é, podemos escolher as nossas ações. os microorganismos – são seres vivos muitos pequenos que não podemos perceber a olho nu, mas eles estão no ar, no solo, na água, desempenhando tarefas importantes, principalmente como organismos decompositores. Desde que a vida apareceu no nosso planeta, um processo evolutivo muito lento levou ao aparecimento de milhares de espécies de seres vivos, cada uma muita bem adaptada às condições do seu ambiente, interligadas umas às outras, em perfeito equilíbrio e harmonia. Os seres humanos também viveram em equilíbrio com a natureza por milhares de anos. Nos últimos séculos, entretanto, com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, passamos a nos sentir donos de tudo que a natureza oferece. Sem nenhuma preocupação com o seu funcionamento passamos a explorar seus recursos naturais, espalhando a destruição e a poluição por toda parte. Hoje já sabemos que somos apenas um fio na teia da VIDA e que tudo está interligado. Qualquer alteração que provocarmos se refletirá no funcionamento geral da natureza, muitas vezes de formas imprevisíveis. a) Qual a conclusão que você tirou deste trecho acima ‘elementos integrantes da natureza’? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 9- ELEMENTOS ESSENCIAIS À VIDA Todos os seres vivos nascem, crescem, reproduzem, envelhecem e morrem. A morte é a coisa mais certa da vida. Tudo que nasce um dia vai morrer mas, a VIDA está sempre se renovando.

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Para que a vida aconteça é necessário que existam: ar, água, alimento, luz e calor. O sol nos fornece luz e calor gratuitamente. As plantas são as produtoras de alimento e elas precisam do solo para se desenvolver. Portanto, ar, água e solo são os recursos naturais renováveis essenciais à VIDA e nós precisamos recuperá-los e conservá-los. Nós, seres humanos, temos ainda a vida moral e precisamos cuidar do desenvolvimento das virtudes, principalmente do amor, pois nós cuidamos daquilo que amamos. Nós temos três aspectos: o pensamento, o sentimento e a ação, ou seja, o que pensamos, precisa passar pela aprovação do que sentimos antes de se transformar em ação. a) Cite os elementos essenciais à vida. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10- OS CICLOS DA NATUREZA E O FLUXO DE ENERGIA Na natureza tudo está em movimento, em constante transformação e tudo funciona em ciclos. O sol é a fonte de energia que mantém em funcionamento tanto a vida como os ciclos. O fluxo de energia nos seres vivos acontece assim: as plantas absorvem a luz do sol e produzem alimento para seu próprio desenvolvimento e para os animais que se alimentam delas – os consumidores primários. Estes usam uma parte da energia do alimento para seu próprio desenvolvimento e transferem outra parte para os consumidores secundários e assim por diante, formando um fluxo de energia dentro da cadeia alimentar representada no esquema ao lado: É interessante observar que o número de indivíduos de cada população diminui à medida que a espécie se distancia da base da pirâmide alimentar, pois ela depende do nível inferior para sobreviver. Vejamos agora o funcionamento de alguns ciclos: 10.1- Ciclo do oxigênio e do gás carbônico – todos os seres vivos respiram vinte e quatro horas por dia e, nesse processo, ocorre a absorção de oxigênio do ar e a devolução de gás carbônico. O oxigênio nunca acaba porque as plantas, além da respiração, fazem também a fotossíntese, que é absorção do gás carbônico e devolução do oxigênio para o ar. É através da fotossíntese que as plantas produzem matéria orgânica, usando a luz do sol para juntar o gás carbônico que retiram do ar com os minerais e a água que retiram do sol. A matéria orgânica constitui o alimento para as próprias plantas e para os animais – são as vitaminas, proteínas, óleos, carboidratos, etc. O oxigênio e o gás carbônico nunca acabam porque estão sendo constantemente renovados na atmosfera através da respiração e da fotossíntese. a) O que podemos entender por fotossíntese? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) O que é necessário para que ela possa realizar-se? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) O que poderia acontecer se acabasse o gás carbônico e o oxigênio? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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10.2- Ciclo da água – o sol aquece a superfície do planeta e promove a evaporação da água

líquida presente nos solos, rios, lagos e mares. As plantas e os animais também perdem água através da transpiração. O vapor esfria à medida que sobe na atmosfera até que ocorre a condensação e a formação das nuvens, com gotículas de água. As gotículas se juntam e formam gotas pesadas que caem sob a forma de chuva. A água da chuva pode seguir dois caminhos: penetrar no solo, permitindo o desenvolvimento das plantas e alimentando o lençol freático que por sua vez alimenta as nascentes, ou escorrer por cima do solo provocando erosão, enchentes e assoreamento dos rios e represas. a) Nossa fonte de água localiza-se onde? Está sujeita a contaminações? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Qual a situação dos córregos e sangas que passam por nossa terra ou propriedade? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10.3- Ciclo da matéria orgânica – as plantas produzem matéria orgânica e são consumidas como alimento pelos consumidores primários. Estes são alimentos para os consumidores secundários, e assim por diante na cadeia alimentar. Todos os seres vivos produzem resíduos sólidos e/ou líquidos enquanto vivem. Os organismos decompositores aproveitam a energia desses resíduos e dos seres mortos através da sua decomposição, devolvendo para o ambiente os minerais, a água e o gás carbônico, que novas plantas irão utilizar para fabricar mais matéria orgânica. a) O que fazemos com as palhas, restos vegetais e o esterco que são produzidos? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11- AMBIENTES NATURAIS OU EM POUSIO

Quando uma terra está esgotada, cansada, nem responde mais à adubação, nós podemos deixá-la em pousio para que a natureza promova sua recuperação. Vamos verificar o que acontece. Inicialmente se instalam as plantas colonizadoras que estabelecem uma cobertura viva sobre o solo. São muitas espécies diferentes. Cada uma com um tipo de sistema radicular que lhes permite explorar os nutrientes do solo de formas diferentes. A cobertura do solo oferece proteção para o impacto das gotas de chuva que poderiam provocar a desagregação e o conseqüente arrastamento das partículas do solo pelas enxurradas. Ela evita, portanto, a erosão e o assoreamento dos rios e represas. Aos poucos o solo vai ficando recoberto com matéria orgânica morta, vão aparecendo arbustos e árvores pioneiras com sistemas radiculares mais profundos que bombeiam os nutrientes lixiviados novamente para a superfície. O solo protegido dos raios diretos do sol mantém a temperatura mais constante e conserva a umidade. Estas condições são favoráveis ao desenvolvimento de intensa atividade biológica que resulta na liberação de macro e micronutrientes, na formação de húmus e na estruturação do solo. Ao atingir este estágio o solo terá novamente recuperado a fertilidade através dos processos naturais que foram restabelecidos. a) Conhecemos alguém que costuma realizar queimadas em lavouras ou pastagens? Por qual motivo esta pessoa faz isto? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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b) Observando o texto acima, quais as conseqüências que as queimadas trazem? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 12- O SOLO COMO UM SISTEMA VIVO

É importante entender o solo em seus três aspectos: físico, químico e biológico, para que possamos manejá-lo de forma que ele possa oferecer tudo que as plantas necessitam para um bom desenvolvimento: ar, água, nutrientes, nas quantidades e nas épocas certas. Os solos se formaram a partir de rochas que sofreram a ação da temperatura, da chuva, dos ventos, e se dividiram em partes menores. O desenvolvimento de microorganismos e plantas inferiores – bactérias, fungos, algas, liquens, musgos e samambaias, promoveram outros desdobramentos, tanto em relação ao tamanho como em relação à composição química. As plantas superiores começaram a se instalar assim que se formou uma fina camada de solo – inicialmente as ervas, depois os arbustos, as arvoretas, até as árvores de grande porte. Esse processo levou milhares de anos e as transformações continuam acontecendo. Nas condições tropicais e subtropicais, dependendo também do relevo, as transformações da rocha mãe ocorreu até a profundidade superiores a um metro, resultando em solos profundos. Estudando um solo já formado nós encontramos quatro componentes: água, ar, minerais e matéria orgânica, em diferentes proporções. A parte mineral do solo pode ser de três tipos: areia – partículas mais grosseiras; silte – partículas intermediárias; e argila – partículas mais finas, com carga elétrica negativa, que atraem os nutrientes com carga elétrica positiva como o cálcio, potássio, sódio, etc. Os espaços entre as partículas minerais podem ser ocupados por ar ou água. Um solo com menos de 20% de argila é considerado arenoso; entre 20% e 40% é areno-argiloso e com mais de 40% de argila é argiloso. Estes são os tipos de textura do solo que nós não podemos modificar. A textura de um solo nos revela muitas coisas sobre suas propriedades físicas e químicas. As propriedades físicas dizem respeito à capacidade de absorver e reter água, de circular o ar e à facilidade que oferece para a penetração das raízes das plantas. As propriedades químicas dizem respeito à capacidade de reter e fornecer nutrientes para as raízes e possibilitar reações químicas entre os seus componentes. Vejamos como funcionam os dois tipos extremos de textura: solos arenosos – são leves, soltos. A água, o ar e as raízes penetram com facilidade, porém,

a água se movimenta muito rapidamente, tanto para as camadas mais profundas, até atingir o lençol freático, como para cima, evaporando para o ar. Como a areia não tem a capacidade da argila de segurar os nutrientes, estes são levados para as camadas mais profundas, resultando em solos pobres em nutrientes nas camadas superiores. solos argilosos – são mais pesados. A água e o ar circulam com dificuldade e oferecem maior resistência para a penetração das raízes. Como a argila é capaz de armazenar nutrientes, são solos mais ricos nas camadas superiores. Vale aqui uma observação: o tipo de argila que se forma nas condições de clima tropical e subtropical tem uma capacidade bem menor de reter nutrientes quando comparada com a argila que se forma em clima temperado. Isto quer dizer que os nossos solos são mais pobres que os solos das regiões temperadas mas, em compensação, são mais profundos e oferecem um volume muito maior para as raízes explorarem, desde que não haja nenhum impedimento para seu desenvolvimento. Este impedimento ocorre quando há formação de camadas adensadas, freqüentes em solos altamente mecanizados, o famoso "pé-de-arado". Como já foi visto, não podemos modificar a textura de um solo. Existe, entretanto, um outro fator muito mais importante para a fertilidade que é a estrutura do solo, e esta nós podemos construir, manter ou destruir.

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Um solo é estruturado quando as partículas de areia, silte e argila se ligam formando blocos maiores, os grumos ou agregados. Estes deixam entre si espaços maiores, os macroporos, que são de imensa importância para a circulação do ar e da água. Os grumos se formam pela ação cimentante de várias substâncias entre as quais destacamos o húmus que é um dos produtos da decomposição da matéria orgânica. A matéria orgânica presente nos solos é formada por restos de animais e vegetais em diferentes fases de decomposição. Esta é realizada pelos organismos decompositores: micro e mesovida do solo. São fungos, bactérias, minhocas, cupins, etc. A matéria orgânica morta é, portanto, o alimento da vida do solo. Como ela está em constante decomposição nós precisamos também repô-la com freqüência. Durante a decomposição são liberados nutrientes, água e gás carbônico e são formadas outras substâncias orgânicas entre as quais o húmus, que além de funcionar como cimento na formação dos agregados de areia – silte – argila, tem também a mesma capacidade da argila de atrair e reter nutrientes, só que em grau muito mais elevado. Percebemos assim que o húmus melhora não apenas as propriedades físicas do solo através da sua estruturação, mas também as suas propriedades químicas, tanto nos solos arenosos como nos argilosos. Nas condições de clima tropical e subtropical, entretanto, o húmus não é estável. Ele não se acumula, como nos solos de clima temperado mas, pelo contrário, continua sendo decomposto em nutrientes: água e gás carbônico, através da atividade das bactérias do solo, o que leva à perda da estrutura dos agregados e ao comprometimento da fertilidade, diretamente ligada a essa estrutura. As plantas cultivadas em solos adubados com matéria orgânica são mais resistentes às pragas e às doenças por dois motivos principais: estão nutricionalmente equilibradas porque recebem todos os nutrientes que necessitam na medida certa; a atividade biológica produz diversas outras substâncias, inclusive antibióticos, que protegem as plantas dos microorganismos que causam doenças. Por tudo que acabamos de ver, podemos concluir que a baixa fertilidade dos solos tropicais é compensada pela sua maior profundidade e que eles podem sustentar boas colheitas desde que a estrutura grumosa seja mantida. Para que isso aconteça, é essencial a reposição constante de matéria orgânica morta para alimentar a atividade biológica que produz húmus, o que pode ser feito de várias formas entre as quais, adubação verde e adição de composto. A agricultura em clima tropical é muito diferente da agricultura em clima temperado e, portanto, não podemos simplesmente importar as tecnologias usadas nesses climas, sem nenhuma adaptação. Precisamos adequar e desenvolver tecnologias para as nossas condições, que não acelerem ainda mais a decomposição da matéria orgânica dos nossos solos, nem eliminem a proteção que a cobertura vegetal fornece a eles contra os raios quentes do sol e o impacto das chuvas. a) A textura do nosso solo não é possível modifica-la, mas podemos melhorar a estrutura do nosso solo, como podemos fazer isso? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 13- BIODIVERSIDADE - PRAGAS E DOENÇAS

Biodiversidade nada mais é do que a manifestação da vida sob diferentes formas. Ao estudarmos a maioria dos ecossistemas naturais brasileiros, nós podemos observar a grande quantidade de espécies vegetais e animais que os integram, o que significa uma alta biodiversidade nesses sistemas.

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Um dos princípios da Ecologia é que a estabilidade de um sistema, isto é, a sua capacidade de recuperação quando exposto a alguma alteração, está diretamente ligada à biodiversidade. Isto porque muitos seres executam as mesmas funções e substituem uns aos outros no funcionamento geral do sistema. As populações das diversas espécies controlam umas às outras, sem que nenhuma delas possa se desenvolver demasiadamente. No momento em que introduzimos uma monocultura em larga escala, nós oferecemos uma grande quantidade de alimento para uma determinada espécie cuja população aumenta rapidamente, e ela se transforma em praga. Seus inimigos naturais demorarão um pouco mais para aumentarem sua população e poderem controlá-la. Nesse meio tempo entram os agrotóxicos causando um desequilíbrio ainda maior e provocando o aparecimento de indivíduos resistentes ao agrotóxico usado. Está armada a confusão. A adubação com N-P-K solúveis provoca desequilíbrios no solo e deficiências de micronutrientes, as plantas com nutrição desequilibrada são mais sensíveis às pragas e às doenças e o uso de agrotóxicos se torna cada vez mais intenso, com aplicações mais constantes e venenos mais potentes. O cultivo da gleba com a mesma cultura por anos seguidos só agravará a situação. Para reverter esse quadro é imprescindível montar sistemas de produção que promovam a biodiversidade tanto das plantas como dos animais, tanto acima como abaixo do solo. Isso pode ser conseguido através de programas de rotação de cultura, de cultivos consorciados, de cultivo em faixas, em aleias, incluindo espécies de leguminosas, como adubo verde ou não, pois elas são capazes de fixar o nitrogênio da atmosfera e prover as necessidades desse nutriente nas quantidades adequadas. Estamos buscando alcançar uma situação de equilíbrio, onde as pragas e doenças não serão exterminadas e sim mantidas em níveis que causem danos econômicos aceitáveis. Isto é obtido com a ajuda dos defensivos alternativos, que serão estudados em um dos módulos seguintes. 14- TRABALHO – CAPITAL E ENERGIA A instalação das grandes monoculturas mecanizadas envolve o uso intensivo de capital e energia, sob a forma de máquinas, sementes melhoradas, adubos químicos e agrotóxicos, ao mesmo tempo em que diminuem drasticamente a necessidade de mão-de-obra e a biodiversidade. Os pequenos e médios produtores que desejem produzir de acordo com as leis da natureza irão usar muito mais mão-de-obra e muito menos capital e energia. Para que alcancem resultados financeiros positivos com a produção agrícola, é de suma importância que estes produtores se organizem e busquem assessoria para produção, certificação, processamento e comercialização. A organização é um elemento fundamental para garantir que os produtores que hoje compreendem a importância de produzir obedecendo às leis da natureza se fortaleçam para ir promovendo uma mudança gradual no comportamento dos demais e para que possam construir e fortalecer o desenvolvimento do agronegócio fundado na prática da agricultura ecológica. 15- PRAGAS E DOENÇAS As espécies medicinais normalmente apresentam alta resistência ao ataque de doenças e pragas, mas, por algum desequilíbrio, este pode ocorrer em níveis prejudiciais. Num ambiente equilibrado, com plantas bem nutridas, a possibilidade de ataque diminui. O uso de produtos químicos (agrotóxicos) é condenado para o cultivo de espécies medicinais, isto se justifica pela ausência de produtos registrados para estas espécies, conforme exigência legal, e pelas alterações que tais produtos podem ocasionar nos princípios ativos. Tais alterações vão desde a permanência de resíduos tóxicos sobre as plantas até a veiculação de metais pesados como o cádmio e o chumbo. Se para os alimentos já se buscam alternativas para evitar o uso de produtos tóxicos, para a produção de fitoterápicos a atenção deve ser redobrada.

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Podemos citar como exemplos destas alterações o uso de afalon (linuron) em camomila, que alterou significativamente a concentração dos princípios ativos da flor, segundo pesquisa feita por REICHLING (1979). Testes realizados por STARR et. al. (1963) mostram que o uso de inseticidas/fungicidas em menta deixam resíduos tóxicos nos seus óleos essenciais. 15.1- PRAGAS DOENÇAS Ácaros -Fungos -Besouros -Bactérias -Cachonilhas -Vírus Formigas -Lagartas -Percevejos - Pulgões -Lesmas -Nematóides 15.1.1 CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS

a) MEDIDAS GERAIS

Seleção de área de cultivo Manejo do solo Rotação de culturas - Plantio na época correta - Usar sementes, mudas, estacas de plantas sadias - Plantio no espaçamento adequado - Consorciação Uma área grande de plantas da mesma espécie pode facilitar o surgimento e rápido desenvolvimento de pragas e doenças específicas. A consorciação de duas ou mais espécies reduz este risco. É necessário, entretanto, fazer um planejamento desta consorciação por causa dos efeitos alelopáticos (ação de uma espécie sobre o desenvolvimento da outra). Quando não há informações sobre o efeito da consorciação ela deve ser testada primeiro em uma pequena área. Abaixo vemos alguns exemplos de associações benéficas e associações que devem ser evitadas. - Alfavaca: seu cheiro repele moscas e mosquitos. Não devem ser plantadas perto da arruda. - Funcho: em geral não se dá bem com nenhuma outra planta. - Cravo-de-defunto: protege as lavouras dos nematóides. Aparentemente não é prejudicial a nenhuma outra planta. - Hortelã: Seu cheiro repele lepidópteros tipo borboleta-da-couve podendo ser plantada como bordadura de lavouras. Exige atenção pois se alastra com facilidade. - Manjerona: melhora o aroma das plantas. - Alecrim: mantém afastadas a borboleta-da-couve e a mosca-da-cenoura. É planta companheira da sálvia. - Catinga-de-mulata: seu aroma forte mantém afastados os insetos voadores. Pode ser plantado em toda área. - Tomilho: seu aroma mantém afastada a borboleta-da-couve. - Losna: como bordadura, mantém os animais fora da lavoura, mas sua vizinhança não faz bem a nenhuma outra planta; mantenha-o um pouco afastado. - Mil-folhas: planta-se com bordadura perto de ervas aromáticas: aumenta a produção de óleos essenciais. - Arnica brasileira: inibe a germinação de sementes de plantas daninhas. 16- PRODUTOS COM FORMULAÇÕES NATURAIS: Nosso objetivo é a partir das formulações destes produtos, ambos sejam elaborados, podendo fazer um trabalho prático na própria CFR, para com isso despertar o interesse e perceber que é muito fácil confecciona-los. Com a elaboração destes produtos podemos prevenir e evitar doenças nas nossas plantações, também, nossos animais podem ser tratados com estes produtos os quais alguns possuem formulações especificas para utilização nos animais.

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16.1- FÓRMULA DO SUPER MAGRO O SUPER MAGRO é um super fertilizante enriquecido para a aplicação foliar em vários cultivos. Proveniente de uma mistura de vários micronutrientes fermentados em meio orgânico. O resultado da fermentação é uma parte sólida e uma liquida. O sólido é utilizado como adubo no solo e o liquido é utilizado como adubo foliar. FUNÇÃO: o biofertilizante é utilizado em adubação foliar como complemento à adubação do solo. Também atua como defensivo natural porque inibe o crescimento de fungos e bactérias causadores de doenças nas plantas, além de aumentar a resistência contra insetos e ácaros. Pode ser utilizado em culturas como maçã, uva, pêssego, tomate, batata e hortaliças em geral, bem como em grandes culturas como, trigo, soja, feijão, cana-de-açúcar, etc. MATERIAL NECESSÁRIO: 1 tambor de plástico com capacidade de 200 lt 40 kg de esterco fresco de gado não tratado com remédio leite, água sem cloro, melado ou caldo de cana ingredientes minerais # 2,0 Kg de Sulfato de Zinco (ZnSO4), dividir em duas vezes; # 0,3 Kg de enxofre ventilado # 0,16 kg de cofermol (cobalto, ferro e molibdênio), ou 0,5 kg de yogen # 0,5 kg de fosfato bicálcico # 1,6 kg de cinza # 2,6 kg de fosfato natural de araxá # 1,0 Kg de Sal Amargo (MgSO4); # 0,3 Kg de Sulfato de Manganês (MnSO4); # 0,3 Kg de Sulfato de Cobre (CuSO4); # 2,0 Kg de Cloreto de Cálcio; # 1,5 Kg de Bórax ou 1,0 Kg de Ácido Bórico ( dividir ambos em duas vezes); # 0,3 Kg de Sulfato de Ferro; # 50 gramas de Sulfato de Cobalto; # 100 gramas de Molibdato de Sódio. Cada vez que colocar um dos produtos da lista acima, acrescentar juntar os produtos da lista abaixo ( quanto maior a diversidade melhor ). Acrescentar mais 20 kg de esterco fresco e 20 litros de água após a adição de 4 elementos da lista acima. * 1 litro de leite ou soro de leite; * 1 litro de melaço de cana ou 500 gr de açúcar mascavo; MODO DE PREPARO: O adubo não deve ser feito em vasilha de ferro, lata ou madeira. Pode-se usar tambor de plástico limpo ou caixa de cimento amianto. Manter o mesmo coberto sem fechar completamente para saírem os gases. Não deixar entrar água da chuva ou sujeira. A água a ser utilizada deve ser limpa (não clorada), e o esterco deve ser de animais que não tenham recebido tratamentos com remédios. Manter o tambor na sombra, pois o calor excessivo do sol pode destruir parte dos nutrientes e as bactérias fermentadoras. Deve-se mexer o produto, pelo menos de dois em dois dias, desde o inicio (1º dia), até o final da fermentação. ROTEIRO:

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1º dia: num tambor de 200 lt misturar 40 kg de esterco fresco, 2 lt de leite e 1 litro de caldo de

cana em 60 lt de água. Misturar bem e deixar fermentar durante 3 dias acrescentar os itens conforme indica abaixo: 4º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o sulfato de zinco, 200 gramas de fosfato natural e 100 gramas de cinza, depois de fazer uma pasta acrescentar 2 lt de leite e 1 lt de caldo de cana e misturar com os produtos no tambor. Deixar fermentar mais 3 dias. 7º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o sulfato de magnésio ou sal amargo mais

200 gramas de fosfato natural e 100 gramas de cinza. Acrescentar 2 litros de leite e 1 lt de caldo de cana. Deixar fermentar mais 3 dias. 10º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o fosfato bicálcico, 100 gramas de cinza, 200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 13º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o enxofre, 100 gramas de cinza, 200

gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 16º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o cloreto ou óxido de cálcio ou calcário, 100 gramas de cinza, 200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 19º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o bórax ou ácido bórico, 100 gramas de

cinza, 200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 22º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o molibdato de sódio, 100 gramas de cinza, 200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 25º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o sulfato de cobalto, 100 gramas de cinza,

200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 28º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o sulfato de ferro, 100 gramas de cinza, 200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 31º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o sulfato de manganês, 100 gramas de

cinza, 200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 34º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o sulfato de cobre, 100 gramas de cinza, 200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Deixar fermentar por mais 3 dias. 37º dia: desmanchar, em um pouco de água morna, o cofermol ou o yogen, 100 gramas de

cinza, 200 gramas de fosfato natural. Acrescentar o leite 2 lt e caldo de cana 1 lt. Completar o restante do tambor (se for de 200 lt) com água, deixando descansar ou fermentar durante um mês. Quando constatar que finalizou a fermentação, o produto estará pronto para uso. Filtra-lo, usando tela fina de nylon. Para guarda-lo, pode-se usar garrafas plásticas. Este produto bem armazenado durante por mais de ano. O tempo necessário até o produto ficar pronto, depende da estação. No verão, com calor, é mais rápido. No inverno demora mais. Quando pronto o produto deve ter cheiro bom, do contrário não fermentou de maneira correta, possivelmente pela falta de caldo de cana ou leite. O rendimento da receita está em torno de 120 a 130 litros de produto. MODO DE USAR: A dosagem recomendada é em torno de 2 a 6 % , dependendo da cultura e sua fase de desenvolvimento. Veja no quadro abaixo alguns exemplos:

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PRODUTO CONCENTRAÇÃO % QUANTAS VEZES? QUANDO?

Beterraba 4 2 a 4 Durante o ciclo

Tomate 3 6 a 8 Durante o ciclo

Moranguinho 3 8 a 10 Durante o ciclo

Feijão

3

3 a 4

Crescimento (20 a 30 dias), antes do florescimento, na formação da vagem.

Uva e maracujá 3-4 4 a 8 Durante a fase vegetativa e frutificação.

Soja

3

3 a 4

1 ou 2 no crescimento (20 a 30 dias após plantio) 1 antes do florescimento, 1 na formação da vagem

Cana-de-açúcar

4 a 6

15 em 15 dias

Desde a presença das 1ª folhas até próximo a maturação.

Milho 6 2 1 aos 35 dias após o plantio 1 aos 55 dias após o plantio

Trigo 6 3 a 4 Da formação da folha bandeira, até inicio do florescimento.

Couve-flor e repolho 2.5 4 a 8 Desde a sementeira até 10 dias antes da colheita.

Sementeiras 1 a 3 2 vezes por semana, regar e pulverizar

Iniciar com 1% aumentando gradativamente até 3%. Tomar cuidado com cocurbitáceas (melancia, pepino)

Tratamento de sementes

6 a 10% Antes do plantio Umedecer a semente com a solução ou proceder à imersão na solução, com as sementes num pano.

4%= 4 litros para 100 litros de água ou 800 ml do pronto para 20 litros de água. Lembramos que esta fórmula não é apenas uma receita, mas sim uma adubação complementar. Deve ser associada com outros procedimentos de agricultura ecológica para se alcançar um alimento sadio e um ambiente preservado. 16.2- Macerado de samambaia

Esta samambaia é planta típica de terreno ácido, facilmente encontrada em potreiros e áreas em pousio. Função: Controla ácaros, lagartas, cochonilhas e pulgões. Ingredientes: 500 gramas de folhas frescas ou 100 gramas de folhas secas 2 litros de água

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Modo de preparar: Colocar as folhas na água, levar ao fogo, ferver 30 minutos. Após, deixar

descansar durante 24 horas para que o produto inseticida saia da planta para a água. Modo de usar: misturar 1 litro deste liquido para cada 10 litros de água e pulverizar sobre as

plantas, usando pulverizador ou regador. 16.3- Inseticida de urtiga Função: Serve como repelente para os pulgões e lagartas em qualquer planta. Também funciona como fortificante. Modo de preparar: 500 gramas de folhas frescas ou 100 gramas de folhas secas 1 litro de água, esmagar bem dentro de uma vasilha e deixar descansar durante dois dias. Modo de usar: Depois retirar a urtiga, colocar a solução em 10 litros de água e regar as

plantas a cada 15 dias ou, em menor espaço de tempo, quando necessário. 16.4- Inseticida de álcool e fumo Função: usado no controle de pulgões, lagartas, piolhos, vaquinhas e cochonilhas. Modo de preparar: Coloque 10 cm de fumo em corda picado em uma tijela

10 ml de álcool 1 litro de água: Deixar curtir por 1 dia para ocorrer a extração da nicotina. Modo de usar: quando pronta, colocar em 10 litros de água e pulverizar sobre a planta. Se

necessário coar a solução. 16.5- Repelente de folha de fumo Função: o uso de folhas de fumo serve para controlar pragas em grãos armazenados e como repelente para moscas e mosquitos em aviários, casas e galpões. Modo de preparar: fazer um extrato, cozinhando 2 kg de folhas em 3 litros de água, durante 10 minutos. Modo de usar: Depois frio, coar e usar 1 copo de extrato em 10 litros de água e pulverizar nos locais desejados. 16.6- Inseticida de extrato de fumo

Função: controlar brocas em árvores frutíferas Ingredientes: 100 gramas de fumo picado 2 litros de água Modo de preparar: ferver o fumo na água por 20 minutos. Modo de usar: juntar este extrato com pasta sulfocálcica e pincelar sobre os furos das brocas.

16.7- Inseticida de querosene e sabão

Função: Controla cochonilhas com carapaça e ácaros. Ingredientes: 200 gramas de sabão neutro 1 litro de querosene Modo de preparar: pegar as 200 gramas do sabão, desmanchar em 3 litros de água quente. Depois, na mistura, ainda quente, acrescentar 1 litro de querosene. Modo de usar: acrescentar 16 litros de água fria para aplicar em pulverização. Obs.: para aplicar em pincelamento de caules, engrossar a calda adicionando farinha de trigo.

16.8- Soro de leite

Quando pulverizado sobre as plantas, resseca e mata ácaros.

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16.9- Infusão de losna Função: Controla lagartas e lesmas. Ingredientes: 1,5 kg de folhas frescas ou 300 gramas de folhas secas

1 litro de água fervente Modo de preparar: Derramar sobre as folhas e deixar em infusão por 10 minutos. Modo de usar: Diluir em 10 litros de água. Pulverizar sobre as plantas. 16.10- Inseticida de enxofre Função: controle de doenças como oidio em parreira, pepino e melancia, controle de pragas como as cochonilhas, ácaros, carunchos e gorgulhos. Para pulverização em plantas Ingredientes: 100 gramas de enxofre ventilado ou puro 20 litros de água 20 ml de óleo mineral (1%) Modo de preparar: ir umedecendo aos poucos o enxofre até fazer uma pasta, depois

acrescentar o resto da água, misturar bem. Então acrescentar o óleo mineral, misturando bem, novamente. Modo de usar: pulverizar sobre as plantas, evitando usar na época do florescimento. 16.11- Inseticida de cebola e alho Função: controlar pulgões em cebola, beterraba e feijão. Ingredientes: 3 cebolas médias

5 dentes de alho 10 litros de água Modo de preparar: moer ou triturar a cebola e o alho, misturar bem a 5 litros de água, espremer bem para sair todo suco, coar e misturar ao restante da água. Modo de usar: coar e pulverizar sobre as plantas 1 vez por semana. 16.12- Estimulante de enraizamento / crescimento a) Tiririca: Para melhorar o enraizamento de mudas feitas por estaquia, prepara-se um suco de tiririca. A tiririca possui uma substância que aumenta a produção de raízes. Modo de preparar: pegar de 15 a 20 pés inteiros de tiririca, inclusive com raiz e batatinhas,

colocar num liquidificador com meio litro de água, bater até virar suco verde. Modo de usar: pegar esta quantia e juntar mais 5 litros de água.

Colocar esta calda num balde ou tambor e mergulhar as estacas a serem enraizadas. Deixar as estacas aí por um período de 8 a 10 horas. Depois é só plantar. 16.13- PARA CONTROLAR BERNES E BICHEIRAS.

As bicheiras são larvas de moscas que se alimentam do sangue e carne dos animais,enfraquecendo-os e diminuindo sua produção.É muito importante reservar inimigos naturais das moscas que põem os ovos e dão origem as larvas da bicheira e do berne.Entre estes inimigos naturais está a andorinha, que pode consumir até 80 moscas por dia.A tesourinha, o bem-te-vi, as aranhas e as vespas, também são inimigas naturais das moscas.

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16.14- INSETICIDA DE FUMO DE ROLO E ÓLEO QUEIMADO FUNÇÃO; controlar e repelir , bernes, bicheiras, piolhos e carrapatos. INGREDIENTES; 1 litro de óleo queimado

200 gramas de fumo de rolo MODO DE FAZER; picar bem o fumo e misturar ao óleo queimado MODO DE USAR; passar esta mistura nos locais atacados, até desaparecer e preventivamente sobre o dorso do animal, uma vez por semana. OBS. O produto restante pode ser guardado em garrafas plásticas em local escuro. 16.15- PARA CONTROLAR SOBRECARGA ALIMENTAR. ( Timpanismo, gado Estufado ) 16.16- CAFÉ ( Coffea arábica ) MODO DE PREPARAR . derramar 4 litros de água fervente sobre 100 gramas de pó de café. MODO DE USAR. Para bovinos dar de beber 3 litros, se for cabrito ou ovelha, dar meio litro.

16.17- LINHAÇA MODO DE PREPARAR; ferver 200 gramas de sementes de linhaça em 2 litros de água durante 20 minutos. MODO DE USAR; dar de beber, podendo se juntar esta mistura ao café, dobrando assim

seu efeito. 16.18- ÓLEO DE RÍCINO MODO DE USAR. Bovinos; 500 ml ( 1 décimo de litro) 16.19- PARA PREVENIR E CONTROLAR MASTITE; TESTE DE MASTITE; Misturar 2 colheres de álcool a 2

colheres de leite, se a vaca tiver mastite à mistura ficará parecida com gelatina. Fazer o teste em todos os tetos ,uma vez por semana. Além disso, fazer o teste de caneca com fundo preto, todos os dias. 16.20- TINTURA DE IODO COM LINHAÇA

FUNÇÃO; prevenção da mastite INGREDIENTES: 100 gramas de Linhaça

2 litros de água 10% de tintura de iodo na proporção de 1 ml de iodo para 10 ml de solução pronta) MODO DE PREPARAR; ferver a linhaça nos 2 litros de água por 15 minutos . Depois coar, ainda quente, e misturar o iodo de forma a obter uma solução bem homogênea e viscosa. MODO DE USAR; após a ordenha, mergulhar cada um dos tetos nesta solução. OBS; A solução pode ser guardada em garrafas limpas

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16.21- PARA CONTROLAR PULGAS E PIOLHOS; 16.22- INSETICIDA DE CRAVO- DE DEFUNTO.

INGREDIENTES; 100 gramas de folhas e flores de cravo de defunto secas.

1 litro de álcool MODO DE PREPARAR. Triturar as folhas e flores já secas á sombra, colocar no litro de

álcool e tampar bem. Deixar descansar esta mistura por 4 dias MODO DE USAR : Coar a mistura, depois de pronta, e colocar em 20 litros de água. Pulverizar

sobre os animais e também sobre os locais aonde os animais dormem. 16.23- INSETICIDAS DE FUMO E CAL INGREDIENTES ; 1 KG DE FUMO DE CORDA

2 LITROS DE ÁLCOOL 230 GRAMAS DE CAL VIRGEM 20 LITROS DE ÁGUA MODO DE PREPARAR; picar bem o fumo e colocar no álcool, em um vidro bem fechado,

deixando por 2 dias no escuro. Depois de pronto, coar. Em separado, colocar os 20 litros de água sobre a cal virgem. Depois disso colocar dentro da cal e água o extrato e fumo e misturar bem. MODO DE USAR; Banhar os animais com esta mistura, 2 vezes ao mês. OBS: Esta quantia dá para banhar 1 vez 10 animais adultos 16.24- INSETICIDA DE FUMO E SAL INGREDIENTES; 50 gramas de fumo de corda picado 2 colheres sopa de sal 1 litro de água MODO DE PREPARAR; Juntar o fumo picado, o sal na água e colocar para ferver por uma hora em fogo baixo. Depois de frio, coar. MODO DE USAR; banhar o animal com esta mistura. OBS. Esta quantidade da para pulverizar 1 (um) animal adulto. 16.25- PRÓPOLIS COM ÁLCOOL E ÁGUA MODO DE PREPARAR ; Deixar repousar por 2 dias a seguinte mistura; 400 gramas de própolis triturados 1 litro e meio de água ( ½ ) meio litro de álcool MODO DE USAR; em infecções graves, usar 3 ml por kg de peso vivo uma vaca com 330 kg de peso vivo precisa e 1 litro de solução. Diluir a solução em água então dar de beber. 16.26- PROTETOR DE CINZA E CAL

FUNÇÃO; controlar barbas, algas liquens e musgo em frutíferas. INGREDIENTES; 300 gramas de cal virgem 100 gramas de cinza 10 litros de água

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MODO DE PREPARAR; dissolver a cal na água e juntar a cinza. Mexer bem. Depois coar; MODO DE USAR; usar em pulverização sobre as plantas, durante o inverno, após as podas. OBS’ Se pincelar nos troncos, não há necessidades de coar a mistura. A cal pincelada sobre os troncos também protege as plantas, inclusive contra as formigas, que não sobem. 16.27- PARA CONTROLAR BERNES, CARRAPATOS E SARNAS 16.28- INSETICIDAS DE TIMBÓ FUNÇÃO; controlar bernes, carrapatos e sarnas.

A rotenona principio ativo ou o que faz efeito no produto, não é absorvido pela pele, por isso não faz mal ao homem e animais de sangue quente. Mas se for ingerida tomada pode ser tóxica .Como ela perde o efeito na presença de luz, em 2 dias já perde o efeito tóxico. OBS; Ao principio ativo do timbó age contra animais de sangue frio inclusive podendo matar peixe. Desta forma, tomar cuidado para não lavar equipamentos usados, próximo a rios, fontes e açudes. 16.29- INSETICIDA DE TIMBÓ COM ÁGUA; INGREDIENTES ; 200 a 300 gramas de raízes em pó

10 litros de água meio litro de detergente de cozinha espalhante adesivo MODO DE PREPARAR; Cortar as raízes, deixando as secar á sombra. Depois moê-las ou tritura-las num forrageiro. Deixar o pó das raízes de molho,por 30 minutos, em 5 litros de água. Depois coar e misturar aos 5 litros de água restantes. MODO DE USAR ; para pulverizar, juntar o espalhante adesivo ou detergente caseiro, para

grudar melhor. O corpo do animal deve ser bem molhado, principalmente nas partes mais atacadas. 16.30- INSETICIDAS DE FUMO E CAL INGREDIENTES ; 1 KG DE FUMO DE CORDA

2 LITROS DE ÁLCOOL 230 GRAMAS DE CAL VIRGEM 20 LITROS DE ÁGUA MODO DE PREPARAR; picar bem o fumo e colocar no álcool, em um vidro bem fechado,

deixando por 2 dias no escuro. Depois de pronto, coar. Em separado, colocar os 20 litros de água sobre a cal virgem. Depois disso colocar dentro da cal e água o extrato e fumo e misturar bem. MODO DE USAR; Banhar os animais com esta mistura, e vezes ao mês.

OBS; Esta quantia dá para banhar 1 vez 10 animais adultos

16.31- INSETICIDA DE FUMO E SAL INGREDIENTES; 50 gramas de fumo de corda picado 2 colheres sopa de sal 1 litro de água MODO DE PREPARAR; Juntar o fumo picado, o sal na água e colocar para ferver por uma

hora em fogo baixo. Depois de frio, coar. MODO DE USAR; banhar o animal com esta mistura.

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OBS. Esta quantidade da para pulverizar l animal adulto.

16.32- CALDA VIÇOSA

A calda viçosa se diferencia da bordalesa por conter micronutrientes. FUNÇÃO ; prevenir o aparecimento de ferrugem, olho pardo, pinta preta e requeima das

folhas. Pode ser utilizado em plantas como; batata, tomate, alho e nas frutíferas em geral INGREDIENTES; 150 gramas de sulfato de cobre

120 gramas de sulfato de zinco 80 gramas de sulfato de magnésio 80 gramas de ácido bórico 100 gramas de cal hidratada 40 litros de água MODO DE PREPARAR; Juntar os sais sulfato de cobre e zinco e o ácido bórico em uma

trouxa de pano e colocar a ponta inferior mergulhada em um balde com 8 litros de água para umedecer e desmanchar lentamente. No outro balde colocar 8 litros de água e desmanchar a cal. Depois de desmanchados os sais, mistura-los ao restante da água e derramar esta solução sobre a cal desmanchada nuca o contrario.Misturar com pá de madeira. MODO DE USAR; Coar com o pano, antes de usar. A parte liquida pode ser pulverizada sobre

as plantas, a parte sólida pode ser aplicada sobre os troncos de árvores na forma de pasta. OBS; Se a calda ficou parecida com leite talhado, é porque a cal utilizada era velha. Então não deve ser usada. Fazer somente a quantidade utilizada para o dia, pois esta calda não pode ser armazenada. 16.33- CALDA BORDALESA DE INVERNO FUNÇÃO: É um fungicida que controla várias doenças em frutíferas e hortaliças. (Deve ser aplicada quando as plantas estiverem em repouso sem flores e folhas), pois é muito concretada forte. INGREDIENTES: 400 gramas de cal virgem ou 500 gramas de Cal hidratada

400 gramas de sulfato de cobre 20 litros de água MODO DE PREPARAR. Como o sulfato de cobre se desmancha lentamente deve-se usar água morna ou coloca-lo na água no dia anterior. A cal virgem ‘e colocada num balde com um pouco de água para hidrata-la. Depôs, misturar na cal mais de 5 litros de água o que ficará um leite de cal. Derramar o sulfato sobre a cal, nunca o contrário. Mexer algumas vezes, coar a mistura e despejar no pulverizador, completando com água até 20 litros. Para evitar a queima da folhas, devido acidez, fazer o teste. Pingar o produto sobre a lamina de faca, se após 3 minutos ficar uma mancha avermelhada é sinal de que esta muito ácida. Misturar então mais leite de cal até ficar neutra. MODO DE USAR: Em pessegueiro e outras frutíferas, no período de queda . Das folhas. Fazer a 1ª aplicação com 50% de queda de folhas e a 2ª aplicação 20 dias após a 1ª. 16.34- EXTRATO DE CONFREI. FUNÇÃO; Controlar clorose foliar ( amarelecimento ) e murcha, em brotação de plantas de vaso. Repor Fósforo e promover o crescimento. INGREDIENTES; 2 kg de plantas verdes sem raízes ou 150 gr plantas seca

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2 litros de água MODO DE PREPARAR; picar bem a planta e sobre ela colocar água fervendo e tampar. Deixar até amornar. MODO DE USAR ; para cada 20 litros de água usar l litro de extrato. Pulverizar toda a planta de preferência antes da brotação. Tomar o cuidado de umedecer bem o solo na região das raízes. 16.35- INSETICIDA DE EXTRATO DE PIMENTA DO REINO COM ALHO E SABÃO. FUNÇÃO; controlar pragas das solanáceas batata inglesa, berinjela, pimentão, tomate, mas também pragas de flores, hortaliças frutíferas, grãos e cereais. INGREDIENTES; 100 gramas de pimenta do reino moída 2 litros de álcool 100 gramas de alho 50 gramas de sabão neutro MODO DE PREPARAR. Pegar as 100 gramas de pimenta, juntar a 1 litro de álcool em vidro ou garrafa deixar em repouso por uma semana. Triturar as 100 gramas de alho e juntar a 1 litro de álcool em vidro ou garrafa, com tampa deixar em repouso por uma semana. MODO DE USAR. Na hora de usar, dissolver as 50 g de sabão em 1 litro de água quente,

pegar um copo de extrato de pimenta, meio copo de extrato de alho, misturar bem e colocar no pulverizador com 10 litros de água. Agitar bem a mistura e completar com o restante de água, ou seja, até completar 20 litros. 17- MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA CONTROLE DE DOENÇAS 17.1- Chá de camomila Imergir um punhado de flores em água fria por um ou dois dias. Pulverizar as plantas, principalmente as mudas em sementeira. Controla diversas doenças fúngicas. 17.2- Cal Fazer uma pasta de cal e pincelar sobre o tronco. Com isto evita-se a subida de formigas e ajuda controlar a barba das frutíferas. 17.3- Pasta de argila, esterco, areia fina e chá de camomila

Misturar partes iguais de argila (barro), esterco, areia fina e chá de camomila, de modo a formar uma pasta. Usar para proteger os cortes feitos por podas e também ramos ou troncos doentes durante o outono após a queda das folhas e antes da floração e brotação. 17.4- Pasta bordalesa Diluir um kg de sulfato de cobre bem moído com um pouco de água, mexendo bem com uma vara. Em outro vasilhame queimar um kg de cal virgem com água quente, a qual deve ser colocada bem devagar. Esperar até que a solução esfrie. Em um terceiro vasilhame, com capacidade para 10 litros, colocar a solução de cal e a solução de sulfato de cobre, pouco a pouco e mexendo bem com uma vara. Depois completar até os dez litros com água e mexer bem novamente. Aplicar com uma brocha de pedreiro e pintar os troncos e os galhos mais grossos, evitando as folhas e galhos mais finos. Aplicar durante o inverno. Controla barba, líquens, musgos, algas em frutíferas e ajuda controlar doenças bacterianas em outras plantas.

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17.5- Calda sulfocálcica É o melhor produto para o tratamento de inverno das frutíferas. Diluir 1.5 kg de enxofre em pó em água, acrescentando um pouco de espalhante adesivo para dissolver melhor. Em seguida colocar em uma lata com capacidade de vinte litros e levar ao fogo acrescentando 10 litros de água. Colocar nesta lata 1.2 de cal virgem fresco e mexer bem. Manter a mistura no fogo durante uma hora, acrescentando sempre um pouco de água para manter o volume inicial. Após uma hora a calda deve ter cor pardo-avermelhada. Deixar esfriar e coar em um pano. Para dosar a quantidade de água para diluir a calda teríamos que usar uma tabela e um aparelho chamado aerômetro de Baumé. Entretanto, em muitos casos não se justifica comprar este aparelho. Por isso, se a cal virgem e o enxofre forem bem frescos, sugerimos diluir um litro de calda em cinco litros de água. Em seguida pulverizar toda planta no inverno antes do inchamento das gemas. Controla as mesmas doenças da calda, bordalesa, tendo excelente ação sobre fungos como ferrugem de alho e cebola. Para controle de doenças provocadas por Cladosporium e Phytophthora recomenda-se aplicar extratos de plantas que contenham solanina, um alcalóide encontrado em diversas espécies do gênero Solanum (ex: batata, fumo-bravo, juá ). Além destes preparados para controlar/repelir pragas e doenças podemos ainda lançar mão dos inimigos naturais destas mesmas pragas e doenças. Um exemplo disto é o produto chamado DIPEL, que é um inseticida biológico cujo "ingrediente ativo" é uma bactéria ( Bacillus thuringiesis ) que, quando ingerida por lagartas de diversas espécies ( mas não todas ), parasita seu intestino levando-ás a morte. Esta bactéria não faz mal a outros insetos ou animais e não possui efeito residual. 17.5.1- DOSAGENS DA CALDA SULFOCÁLCICA No verão, doses muito concentradas podem queimar a folhagem, deve-se utilizar diluições fracas, mantendo no entanto, boa ação como fungicida, acaricida e inseticida. A densidade recomendada para o período vegetativo é de 0,5 a 0,8º Beumê, que correspondem às concentrações de 1 litro da calda concentrada para 30 a 100 litros de água. 18- COMO E QUANDO FAZER AS PULVERIZAÇÕES PROTETORAS As pulverizações devem ser feitas sempre com alta pressão (acima de 150 libras), com jato dirigido, formando uma fina camada da calda que recubra todo vegetal, inclusive a página inferior das folhas. Somente as partes atingidas pela calda estão protegidas. Aplicar sempre no período fresco do dia, sem chuvas, nem folhas molhadas. As aplicações de calda bordalesa em época chuvosa devem ter o teor de cal elevado, no mínimo de 20%. No caso de chuvas logo após a pulverização, repetir o tratamento. 19- COMO REDUZIR A FITOTOXIDADE DAS CALDAS

A calda Bordalesa oferece riscos de fitoxicidade com tempo úmido (chuvosos), podendo ser incluído 0,3% de Sulfato de Zinco para reduzir a possibilidade de queimar os tecidos. A Calda sulfocálcica pode causar fitoxicidade com tempo quente(>30º) e ensolarado. Neste caso, aumentar a diluição em água de 20%. Adicionar melaço. 20- BICOS DE PULVERIZADORES

Utilizar bicos novos e com reduzida abertura nos aspersores, se necessário retirar os filtros, para permitir uma aspersão de gotículas muito finas. É importante que as gotas sejam finíssima para formar filme aderente e penetrar nos espaços intercelulares. Como os produtos naturais atuam por contato, de forma protetor, é necessária uma cobertura uniforme e completa das folhas e frutos. Utilizar bicos cônicos, novos.

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21- EVITE PROBLEMAS DE COMPATIBILIDADES DAS CALDAS

Obedecer a intervalo de aplicação de 15 dias entre a sulfocálcica e a bordalesa. Aplicando a bordalesa, esperar 25-30 dias para aplicar a sulfocálcica. Fazer a aplicação de Calda Sulfocálcica com intervalo de 20 dias da aplicação de óleo mineral. 22- PROTEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E TRATORES À CORROSÃO Antes da aplicação de produtos foliares, aplicar óleo diesel misturado com óleo 30-40 ou óleo de mamona para proteção. Após a aplicação, os equipamentos e metais devem ser lavados para evitar corrosão, com solução aquosa de 25% de vinagre e 2 colheres de chá de óleo mineral. 23- ARGILA: Utilizando argila, pode-se fazer uma pasta, útil para combate de insetos sugadores, como ácaros e cochonilhas, que ocorrem nos troncos das frutíferas. Para preparar uma pasta para aplicação nos troncos das árvores, mistura-se 1/3 de argila úmida + 1/3 de esterco de vaca + 1/3 de areia fina. Misturar com água para obter uma pasta pegajosa. Essas proporções podem ser alteradas, se necessário. 24- CINZAS: Há muitas formas de aplicação da cinza madeira, podendo ser polvilhado ou pulverizado sobre as folhagens; formando barreiras em redor das plantas (15-20 cm) para impedir lagartas roscas e larvas do solo; colocadas junto a raízes de mudas, para proteger contra pragas de solo e aplicada em cobertura do solo (much) contra nematóides 25- LEITE: 0 leite vem sendo pesquisado pela Embrapa e IAC com sucesso. Pulverizado na

sua forma natural ou como soro de leite é indicado para controle de ácaros e ovos de diversas lagartas, atrativo para lesmas e no combate de várias doenças fúngicas e viróticas. O seu emprego é recomendado na horticultura e fruticultura. 26- ÁCIDO PIROLENHOSO: Vem sendo muito utilizado a 0,3% na agricultura convencional para reduzir em 30 a 50% os defensivos agrícolas e herbicidas. Na agricultura orgânica e ecológica para combate a insetos e patógenos nocivos, porém seu uso é restrito porque o pirolenhoso pode conter alcatrões solúveis e insolúveis. Através da decantação é possível separar as formas insolúveis, enquanto que o alcatrão solúvel é separado na destilação. 27- REPELENTES FEITOS COM INSETOS: Utilizando insetos decompostos ou moídos vivos pode ser feito uma calda repelente. Em princípio se faz o repelente com insetos de uma só espécie, mas pode-se tentar com diversos tipos diferentes. No caso de pequenas hortas, a simples exposição do vasilhame com os insetos em decomposição, irá repelir as pragas. 27.1- SABÃO: 0 sabão (não detergente) tem efeito inseticida e quando acrescentado em

outros defensivos naturais pode aumentar a sua efetividade. 0 sabão sozinho tem bom efeito sobre muitos insetos de corpo mole como: pulgão, lagartas e mosca branca. 27.2- ENXOFRE: Indicação: Carrapatos e bernes e no combate a ectoparasitas em animais.

Preparo e uso: Misturar 1 kg de enxofre (não industrial) com 100 kg de sal mineral e fornecer à vontade aos animais. Não há toxicidade, porém evitar fornecer constantemente ao gado de cria. 27.3- PALHA DE FEIJÃO: Indicação: Retenção de placenta. Preparo e uso: Misturar 200 gramas de cinza de palha de feijão (dois punhados) e 2 litros de água e fornecer a vaca com problemas apenas uma vez. Para fornecer constantemente fazer a mistura com 100 gramas de cinza de palha de feijão e 10 kg de sal mineral. 28- USO DE BACULOVIRUS: No controle biológico do mandarová da mandioca (Erinnyes ello)

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é recomendado o Baculovirus erinnys. No controle da lagarta do milho (Spodoptera frugiperda ) vem sendo utilizado de modo eficiente o Baculovirus podoptera 29- FUNGOS ENTOMOPATÔGENOS: Pesquisas na Esalq/Usp por Alves e outros (1999), observaram o efeito patogênico de Beauveria bassiana com elevada redução da população da cochonilha Orthezia praelonga e sobre as cigarrinhas que transmitem a CVC, fazendo-se a aplicação inundativa, inoculativa e mantendo proteção e conservação deste patógeno. Este fungo tem ação contra a mosca branca (Bemisia spp), pulgões (Aphis gossypii e Myzus persicae) e lagartas desfolhadeiras (quando novas, com 0,5 a 1,0 cm). Aplicar o produto diretamente onde essas pragas esteja localizadas. Deve ser levado em conta que o efeito do produto sobre os pulgões pode levar de 7 a 15 dias. 30- CONTROLE BIOLÓGICO DE Cupins-de-montículo: Os fungos M. anisopliae e B.

bassiana (cepas selecionadas) vêm sendo empregados em menor escala para combate a ninhos pequenos de cupins de montículo (Cornitermes cumulans e C. hequaerti), permitindo altas taxas de controle.. A firma Itaforte, recomenda para cupinzeiros de 1 a 3 anos o fungo M. Anisopliae, na formulação Metarril 103, na dosagem de 0,05 g por montículo. A adição de palha, bagaços (como a cana-de-açúcar) e restos de cultivos melhoram as condições do solo, reduzindo infestações de capim carrapicho, guanxuma, grama seda e outras ervas. Com placas amarelas de 30x30 cm, impregnadas com óleo ou substância adesiva, colocadas no sentido vertical, cerca de 60 cm acima das plantas, é possível fazer bom controle de larvas minadoras. 31- Controle de ervas invasoras

O plantio antecipado de adubos verdes com alta capacidade de cobertura do solo como feijão de porco, milheto, crotalárias, mucuna preta, guandu, etc é uma das práticas mais recomendáveis para evitar e reduzir a presença de ervas daninhas nos cultivos. O controle pode ser feito também pela rotação de cultura, uso de plantas alelopáticas, adubação verde, plantio de biomassa, rotação e consorciação de culturas. 32- Irrigação por aspersão Caso seja feita a irrigação por aspersão na cultura, deve-se dar preferência a sua realização no fim da madrugada. Desta forma a folhagem é molhada quando já existe umidade devido ao orvalho, sendo menor as conseqüências de favorecer as doenças. Neste sistema, pode ser feita uma irrigação á tarde, quando se apresenta elevada temperatura e baixa umidade relativa, por apenas 5 minutos, para amenizar as condições climáticas. 33- Aplicação de Calcário Em pomares com elevada cobertura morta com palhada ou outros materiais orgânicos, a aplicação de calcário pode ser feita com eficiência sobre a matéria orgânica, pois esta melhora a absorção, sendo opção para evitar a incorporação com corte de raízes. 34- Excesso de Palha ou Serragem no solo

Deve-se ter cuidado com o excesso de aplicação da palha ou serragem em aplicação no solo. A serragem de madeira e palha, que possuem relação C:/N alta, causam imobilização do nitrogênio(bloqueio do N). À medida que se processa a decomposição o nitrogênio vai ficando indisponível no solo e, assim, para as plantas, que ficam com as folhas amarelecidas. Convém então fazer suplementação nitrogenada no solo, com adubos orgânicos (estercos ou tortas) ou compostos ricos em nitrogênio.

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35- VERIFICAR A ADAPTAÇÃO LOCAL

Dar preferência antes á tolerância e resistência das plantas, do que a produtividade das cultivares, o que é justificável, uma vez que terá menores custos e a redução de problemas fitossanitários. 36- DESBROTA DAS PLANTAS Para manter a sanidade das plantas, são recomendadas medidas práticas, como: Promover uma boa aeração e iluminação das plantas, retirar folhagens e brotações em excesso, assim como ramos rentes ao solo. Eliminar as brotações que surgem na parte inferior das plantas junto ao solo. 37- LIMPEZA DE POMARES Fazer o tratamento de inverno e manejo no verão, com retirada de ramos secos e doentes. Nas plantas com sintomas de doenças fúngicas, recomenda-se cortar e eliminar os ramos e frutos atacados. Para erradicação de pragas e moléstias, assim como rubelose, gomose, musgos e linquens, fazer a aplicação das caldas sulfocálcica e bordalesa. 38- PREJUÍZOS COM EXCESSO DE UMIDADE DO SOLO As áreas de plantio devem ser vistoriadas constantemente para evitar excesso de umidade e problemas de drenagem no terreno, pois favorecem as podridões de raízes. No caso de fruteiras, evitar o acumulo de esterco ou terra junto á base do tronco das plantas, pois podem favorecer a ocorrência da podridão do colo. 39- TRATAMENTO DE PÓS-FLORADA EM CITROS No caso de citros é importante controlar a verrugose em pós-florada, pois constituem locais de abrigo para os ácaros, principalmente da leprose. Eliminar os frutos não colhidos, pois também são focos de propagação das pragas (moscas de frutas, furão, etc) e doenças. Os frutos temporões infectados devem ser removidos antes do início da florada, evitando assim que fungos e pragas existentes nesses frutos infectem os frutos da nova florada. 40- INSPEÇÃO DE INSETOS NOCIVOS Manter a inspeção constante na citricultura: Levantamento de pragas cada 7 a 15 dias, incluindo a inspeção de CVC e Cancro Cítrico. Nas áreas vizinhas a pomares abandonados manter vigilância sobre o pomar. Neste caso, instalar cerca viva para evitar a disseminação de pragas e doenças. 41- O nim É uma das plantas de maior potencial no combate ecológico de pragas. Seu princípio ativo Azaracthina indica não afeta o homem e nem os animais domésticos. Com este produto pode ser fabricado até pasta dental e sabonetes. Das 650 insetos nocivos conhecidos no mundo, acredita-se que o nim tenha efeito sobre mais de 400 pragas. O óleo é extraído das sementes, porém suas folhas e cascas também possuem propriedades defensivas. 42- O agave ou piteira

É planta da qual extrai-se o sisal, possui nas folhas substâncias que combatem as saúvas. Uma recomendação é extrair o suco das suas folhas e aplica-lo diluído no olho das formigas. 43- Gergelim

O plantio de gergelim é uma das opções no controle de formigas cortadeiras, pois elas cortam suas folhas e levam para os ninhos, provocando a morte dos fungos, que são à base da sua alimentação. 44- DICAS PRÁTICAS NO USO DE ADUBAÇÃO VERDE

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*Descompactação de solo Feijão guandu, crotalárias, nabo forrageiro. *Melhorar a estrutura do solo: Mucuna, milheto e soja *Controle de plantas agressivas ou invasoras pela alelopatia: Emprega o efeito negativo de substâncias liberadas por um vegetal sobre a germinação ou desenvolvimento de outra planta. Essas substâncias podem ser próprias dos vegetais ou produzidas por microorganismos que participam da sua decomposição. O feijão de porco, feijão miúdo e a mucuna prejudicam o desenvolvimento da tiririca: A palha de aveia preta afeta o desenvolvimento do capim doce, do marmelada (papuã) e do capim pé-de-galinha (milhã). A colza inibe a germinação do amendoim bravo e o nabo forrageiro o capim papuã. *Controle de nematóides Plantio da crotalária spectabilis *Plantio intercalar em culturas perenes (rasteiros não trepadores): Feijão guandu anão, crotalária breviflora, feijão de porco (áreas sombreadas) e mucuna anã. * Para produção de muita massa verde e rápida Crotalária. juncea, milheto *Para recuperação de área degradada em médio prazo (um ano) Leucena ou guandu. *Aumentar a mobilização de nutrientes: Nitrogênio (leguminosas). Cálcio ( trigo mourisco, girassol, tremoço). Fósforo (trefósia, mucuna, kudzu, guandu). Potássio (mamona). 45- A presença de carrapicho-de-carneiro (Achantohospermum hisdum) num terreno é

indicadora de solo deficiente em cálcio. Para a correção, na agricultura orgânica recomenda-se aplicar pequenas doses até 2 toneladas/ha, para evitar o desequilíbrio dos micronutrientes e das atividades enzimáticas das bactérias. 46- O esterco bovino fresco de vaca, em mistura com água, vem sendo empregado na produção de biofertilizantes, resultando um adubo foliar orgânico, que nutre e aumenta a resistência das plantas, contra pragas e doenças. 47- Folhas de pessegueiro, tomateiro, mamoeiro e da mandioca, assim como o alho, cebola e cebolinha, podem ser utilizadas no cultivo ecológico, para o preparo de defensivos naturais contra insetos-pragas. 48- Os adubos químicos podem ser substituídos na agricultura orgânica por compostos ricos em nutrientes , como o Bokashi e Boyodo, que tem lenta liberação para as plantas, e que podem ser produzidos na propriedade rural . a) Será que é possível mudar? Qual a avaliação que você faz sobre a produção Agroecológica? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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BIBLIOGRAFIAS: INTRODUÇÃO À AGRICULTURA ORGÂNICA - Normas e Técnicas do Cultivo Orgânico"

Eng. Agr. Silvio Roberto Penteado Ehlers, Eduardo. Agricultura Sustentável: Origens e Perspectivas de um novo Paradigma. São Paulo. Livros da Terra. Primavesi, Ana Maria. Manejo Ecológico de Pragas e Doenças. São Paulo. Nobel. Manual de certificação, Associação de Agricultura Orgânica – Normas de Produção e regulamentos, 2ª versão – maio 2000. AA0 -SP- Normas da Produção Orgânica. Praticas Alternativas : coord. Abreu Jr.(1998).