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Ficha técnica · A poesia está na vida ... Usa o erro como a luz que ilumina o fundo do escuro túnel, ... Se eu dançasse de coração aberto como tu danças,

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Ficha técnica

Organização Lídia Teixeira

Teresa Saborida

Autoria Alexandra Antolini – 11º J; Ana Catarina Baptista – 11º D; Bhavini Vassaramo – 11º N; Bruno R. Pinto – 12º 3ª; Cristiana Franco – 11º J; João F. Afonso – 12º K; José M. Pombal – 12º H; Luís F. Dias – 10º 1ª EsRad; Maria Beatriz Rodrigues – 11º L; Maria Marques Ribeiro – 12º G; Sara Pacheco – 12º A; Susana de Jesus Martins – EFA - B

Edição Escola Secundária de Camões

12ª edição maio 2017

Disponível em http://www.escamoes.pt/ebook/#%21/page_SOLUTIONS

Copyright Escola Secundária de Camões

Capa Lino Neves

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Índice

Ficha técnica ....................................................................................................... i

Índice ................................................................................................................... ii

Índice de Autores ............................................................................................... iii

Nota Introdutória ................................................................................................. 1

1º Prémio ............................................................................................................ 2

2º Prémio ............................................................................................................ 3

3º Prémio ............................................................................................................ 4

A poesia é uma emoção ..................................................................................... 6

Nasce, acorda para o mundo. ............................................................................ 7

Se eu tivesse asas como tu tens… .................................................................. 10

Gestos de poesia ............................................................................................. 11

Pensamentos de Mente Condenada ................................................................ 12

Dizem que é difícil a existência; ....................................................................... 13

Poesia dia a dia ................................................................................................ 15

A poesia está na vida ....................................................................................... 17

A poesia está na vida ....................................................................................... 19

Tudo o que vejo é poesia ................................................................................. 21

A poesia dos sentidos ...................................................................................... 23

A poesia da vida ............................................................................................... 25

iii

Índice de Autores

Bruno Filipe Rodrigues Pinto – 12º 3ª ................................................................ 2

Bruno Filipe Rodrigues Pinto - 12º 3ª ................................................................. 3

Maria Beatriz Simões Rodrigues - 11º L ............................................................. 4

Alexandra dos Santos Porto Antolini - 11º J ....................................................... 6

Ana Catarina Baptista - 11º D ............................................................................ 7

Bhavini Hasmudal Vassorama 11º N................................................................ 10

Cristiana Filipa Isidoro Franco – 11º J .............................................................. 11

João Filipe da Mata Videira Afonso – 12º K ..................................................... 12

José Maria Pereira Rosa Correia Pombal – 12º H ........................................... 13

Luís Filipe Desmet da Silva Dias, 10º 1ª EsRad............................................... 15

Maria Marques Ribeiro, 12º G .......................................................................... 17

Maria Marques Ribeiro, 12º G .......................................................................... 19

Sara Pacheco, 12º A ........................................................................................ 21

Susana de Jesus Martins, EFA - B ................................................................... 23

Susana de Jesus Martins, EFA – B .................................................................. 25

1

Nota Introdutória

Ao envolver toda a comunidade escolar pondo à prova a capacidade criativa

dos nossos alunos, esta 12º edição do Concurso Literário Camões atinge de

forma inequívoca os seus objetivos, o que muito nos apraz registar.

Cientes de que o desafio não era fácil – A poesia está na vida – podemos

orgulhar-nos da qualidade dos trabalhos apresentados, cujo resultado final

surge materializado em formato analógico e digital.

A todos os seus autores, por igual, a nossa gratidão. Sentimento que tornamos

extensivo a quantos, formal ou informalmente, colaboraram e tornaram possível

esta iniciativa.

Lídia Teixeira

Teresa Saborida

A comissão organizadora

(maio 2017)

_______________________________

Nesta coletânea são reproduzidos todos os textos apresentados a concurso e considerados válidos pelos júris – em primeiro lugar, os textos premiados e, em seguida, os restantes, ordenados por ordem alfabética do nome dos seus autores.

De acordo com o regulamento do concurso o júri reserva-se o direito de proceder aos ajustes considerados adequados.

2

1º Prémio

A rapariga da janela

Bruno Filipe Rodrigues Pinto – 12º 3ª

Uma folha de papel

um lápis afiado

talvez um pincel mergulhado

em uma ou outra tinta.

Ajustas a cadeira à vertigem da folha branca

e o instrumento ganha consciência de si.

Os seus lábios de carvão tocam a intimidade

branca de um corpo nu.

Timidamente

uma linha

duas linhas

três linhas traçadas

e eis que te libertas das amarras do espaço e do tempo

e a tinta começa a escorrer

pelos silenciosos canais do ser

e uma emoção grita e sangra

perante a estranheza do que será visto

no espelho da folha branca.

Já nada destrói a latente imagem

que nas entrelinhas das tuas pinceladas

deslinda a ponte fundeada

nas impalpáveis margens do papel

e derramas-te como quem vive recolhendo redes

no caminho percorrido entre o gesto não dito

e a consumação da flor do nosso sangue.

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2º Prémio

Bruno Filipe Rodrigues Pinto - 12º 3ª

fechamos na terra os olhos

enquanto as mãos reviram os bolsos

em busca da chave de casa.

riscamos o asfalto com a ponta do pé descalço

de forma a desenhar a tangente definitiva,

inocentes nos moldes da nossa união.

tocamos ao de leve no nosso ofício

e celebramos cada grão da substância

que nos estreita ao peito de cada um.

e o riso que se desprende dos rostos de ontem

percorre lentamente cada veia da nossa idade

e estremecemos nos fundamentos da sua candura

erguida a prumo da raiz ao fruto.

4

3º Prémio

multidão

Maria Beatriz Simões Rodrigues - 11º L

Encontro-te na multidão

na rapariga da bilheteira do cinema com uns olhos iguais aos teus

(não são iguais, mas já nem me lembro bem dos teus)

no senhor da livraria que tem um casaco como o teu

(aquele que tanta vez deixaste no meu quarto)

no colega da minha turma que escreve os As como tu

(os As com que escrevias “amor” na minha palma)

onde estás

procuro por ti na multidão

encontro-te em toda a parte

encontro-te, e partes

encontro partes

de ti

encontro-te

de costas na saída do metro

corro para ti

mas quando lá chego não és tu

quando chego

partes

e eu fico com as partes

que deixaste para trás

com os pedaços de poesia

que deixaste para trás

os As no caderno ao meu lado

o casaco que esqueceste na livraria

os olhos que pestanejam como os teus

o perfume que deixaste na minha cama

5

não quero os pedaços

não quero a poesia

quero o poeta

6

A poesia é uma emoção

Alexandra dos Santos Porto Antolini - 11º J

A poesia é uma emoção,

em horas de oração,

onde a dor leva à exaustão.

É uma navegação

carregada de nostalgias e preocupação.

A vida é uma ninfa,

encantadora e perigosa,

pronta para o naufrágio

e sem nenhum estágio.

A poesia leva à memorização,

de uma vida em vão.

É a sede do descontentamento,

do nobre povo, em cada parlamento.

Esta lipemania,

deduz-se ao ilusionismo,

de uma vida sem sentido.

De uma sobrevivência imutável,

de incertezas do futuro,

de uma alegria pouco provável.

7

Nasce, acorda para o mundo

Ana Catarina Baptista - 11º D

“Nada termina poeticamente. Termina e nós transformamo-lo em poesia. Todo

aquele sangue nunca foi belo. Foi apenas vermelho.” – Kait Rokowski

Nasce, acorda para o mundo.

Deixa-o consumir-te como se fosse a última gota de água num deserto,

Deixa-o tornar as tuas lágrimas de recém-nascido em gargalhadas de quem

aprende a andar de bicicleta.

Cresce, cresce em altura.

Torna-te mais alto que um arranha-céus da Grande Maçã,

Torna-te em algo do que a anatomia do teu próprio ser.

Erra, aprende a errar.

Usa o erro como a luz que ilumina o fundo do escuro túnel,

Usa-o com a única certeza de que errar é humano.

Escuta, escuta os outros.

Ouve cada palavra como um ínfimo grão de areia numa grande ampulheta,

Ouve as suas vozes até encontrares o vazio no silêncio.

Expressa-te, dá opinião.

Diz-lhes tudo o que achas que está no teu direito de dizer,

Diz-lhes o nada revoltado que eles não querem escutar.

8

Questiona, põe em causa tudo e todos.

Duvida de cada ideia que tomavas como certa,

Duvida até da dúvida em si.

Aprecia, dá valor às pequenas coisas.

Valoriza o abraço de despedida e o beijo de boas noites,

Valoriza o dia de hoje e a inexistência (por agora) do amanhã.

Ama, sente o sentimento extremo.

Beija a galáxia que repousa nos olhos daquele apaixonado ser,

Beija o apaixonado ser de olhos repousados naquela galáxia.

Observa, olha para o passar do tempo.

Atenta nos cabelos brancos e nas mãos de pele enrugada pelo trabalho,

Atenta no relógio e na velocidade voraz dos seus ponteiros.

Respira o oxigénio do teu suspiro.

Inspira os teus últimos versos,

Inspira o fim que sabes que se aproxima.

Aconchega-te na tua mais amada âncora.

Deita-te na profundidade dos fundos oceanos,

Deita-te no cobertor embalado criado pela espuma das ondas.

Expia todos os teus pecados.

Condena o teu espírito à integridade da tua consciência,

Condena-te à frágil existência de Homem.

9

Morre, na utopia de tudo querer.

Adormece aquando o esquecido ascender,

Adormece na poesia de viver.

10

Se eu tivesse asas como tu tens…

Bhavini Hasmudal Vassorama 11º N

Se eu tivesse asas como tu tens,

Voaria pelo mar da liberdade.

Se eu soubesse o caminho como tu sabes,

Subiria à montanha da alegria.

Se eu imaginasse como tu imaginas,

Estaria a mergulhar pelos cantos do céu.

Se eu amasse como tu amas,

Poderia conhecer a fonte do amor.

Se eu pensasse como tu pensas,

Conheceria de certeza o mundo da beleza.

Se eu caminhasse como tu caminhas,

Ficaria perdida pelos jardins da loucura.

Se eu cantasse como tu cantas,

Perderia a consciência pelo lago da ternura.

Se eu dançasse de coração aberto como tu danças,

Estaria a nadar nas chamas da doçura.

Se eu descobrisse a alegria como tu descobres,

Voaria pelo céu, à sua descoberta.

Se eu vencesse a dor como tu vences,

Derrotaria os inimigos e abraçaria os amigos.

Quando me perguntam porque assim penso,

Reflito, com espanto, estar apaixonado por ti,

Minha querida POESIA!

11

Gestos de poesia

Cristiana Filipa Isidoro Franco – 11º J

Quando te li comecei a viver

Não queria parar

Reli-te vezes sem conta,

e todas as vezes era como um novo despertar

Nos teus gestos via a palavra ardente

Não queria que acabasses,

não queria pôr fim ao meu viver

e recordei o que vivi,

como da primeira vez que te senti!

Desde então que tens sido tudo para mim…

Tentei reescrever-te

Com receio de te esquecer

Saboreio cada palavra que despes,

oiço cada verso que sussurras,

tenho-te em cada estrofe que iluminas

Desde que te li

Não parei de viver

12

Pensamentos de Mente Condenada

João Filipe da Mata Videira Afonso – 12º K

Quero morrer, filho, quero morrer

Uma maré de olhos fechados

O sabor dos seus lábios, abandonados

De tanto amar

Quero gritar, filho, quero gritar

Um som tão alto que vira silêncio

Apenas um segundo, um momento

Entre andar, fugir ou matar

Quero lutar, filho, quero lutar

Contra as chamas da manhã e a mancha

Inconsistente desta triste noite

A sorte nada é que uma moeda no ar

Quero morrer, filho, quero morrer

Não importa o como mas o quando

Esquece o onde, escuta o comando

Três tiros e nada mais para ver

13

Dizem que é difícil a existência;

José Maria Pereira Rosa Correia Pombal – 12º H

Dizem que é difícil a existência;

Uma íngreme colina, um agreste rio,

Mas resignam-se esses à desistência,

Quando se veem presos por um fio.

Outros ficam-se pela alalia

De não saber que rumo tomar,

Presos numa sofrida dúvida,

Da qual as suas almas,

Tão negras quanto vãs,

Serão as únicas vítimas.

Ainda há quem não queira saber,

Mas nesses a Vida não perdura.

Não quero dizer que morram cedo,

Porém, não vivem até tarde.

Prendem-se naquela hora

Em que o sol está mais alto, e

Dissipam-se.

Viver não é uma inconveniência,

É uma complexa viagem sem destino.

14

Tento aproveitá-la,

Embora não saiba como o fazer.

E quando souber,

Serei poeta.

15

Poesia dia a dia

Luís Filipe Desmet da Silva Dias, 10º 1ª EsRad

Estava escrito sol

no entanto gelávamos

Estava escrito vento

no entanto sufocávamos

Estava escrito liberdade

no entanto grades à nossa volta

Estava escrito que podíamos

no entanto ficávamos

Prenunciava-se mais um dia

para devolver incólume ao calendário

Porém nascia o dia

não porque a noite morria

mas por chegar a madrugada

com passos de quase nada

Leu-se o poeta

Falava dos oceanos que recusam mais cadáveres

que não ousávamos perceber

Das prisões que nos cercam

e calamos

Acusava o sol de não aquecer

de nos deixar gelar

16

Abrimos as páginas do livro

percebemos que se o sol é para nos aquecer

pois que nos aqueça

Se as prisões são para os ignóbeis

que os fechem

O sangue dos inocentes

que o gritássemos

Fez-se novo dia

iluminado pela poesia

porque o sol nascia

O poeta sorri enquanto escreve

sabe que o sol aquece

que as grades das prisões cercam corpos

não pensamentos

Que a hipocrisia do silêncio

é para gritar

Não porque as palavras estão escritas

mas porque as palavras foram lidas, ditas

e com elas chega a madrugada

com os seus passos de quase nada

como quem nos recorda, palavra a palavra

que o sol brilha sempre

ainda que acima das nuvens

17

A poesia está na vida

Maria Marques Ribeiro, 12º G

Frenesim da hora de ponta

Num alvoroço que se perpetua

Vejo versos nas palavras de quem conta

Poemas de uma existência que é sua

Deixo o café e deambulo pela via

A cada recanto indícios de poesia

Escuto o ritmo que marca o momento

Avisto rimas a esvoaçar com o vento

Contemplo a multidão que nas ruas transita

Compondo poesia pela cidade

Circulam pessoas a grande velocidade

Alteram outras vagarosamente o mundo

Transformando o fado a cada segundo

Apuro com tão breve travessia

Que na metrópole neste vulgar dia

Se acham poetas em toda a parte

E descubro que a poesia está na vida

Na audácia da gesta concebida

No sacrifício pela sobrevivência

18

De quem torna ímpar cada ocorrência

A poesia está nos que residem neste inverno

Na arte e nas cores e na ação

Está no artista que desenha num caderno

Vejo-a nos diálogos e em toda a emoção

A poesia está na vida

Na citadina euforia

Na população

Na companhia e na solidão

Na música do guitarrista sentado na calçada

E em toda a alma criativa encontrada

A poesia está nas mãos dos trabalhadores

E pela mente dos eternos sonhadores

A poesia está na vida

Vida incerta, vida repleta de adversidades

Que limitam os seres e os fazem progredir

Fitando o horizonte e avançando mais além

A poesia está no caminho que percorro errante

Nesta melodia que paira incessante

Incitada pela agitação de quem atua

Nesta cidade que é minha e que é tua

19

A poesia está na vida

Maria Marques Ribeiro, 12º G

Em todo o ser que respira,

Em toda a alma que cria,

Em feitos ou fantasia,

Se encontra a poesia.

Em todo o dia que finda,

Em tudo o que acontece

A poesia está na vida

E na vida permanece.

A poesia está na vida.

Nas perpétuas sensações,

Nos detalhes que se escondem,

No horizonte, nas relações…

Na brisa ao entardecer,

Nas singularidades que se admiram,

Na ânsia de compreender,

Na luz e na sombra que inspiram.

Sendo poetas da nossa vivência,

Em cada mudança, em cada ocorrência,

20

Criadores e inventores de um futuro,

Da poesia de cada experiência,

Manifestamo-la na coisa concebida,

Revelando a cada segundo

Que a poesia está na vida

E é vida que dá ao mundo!

21

Tudo o que vejo é poesia

Sara Pacheco, 12º A

Tudo o que vejo é poesia

Mas não escrita, nessa já eu perdi a esperança

É poesia dos sentidos.

É tudo aquilo que comove, que sensibiliza

Tudo aquilo que desperta sentimento e lembrança.

O haver paixões inexplicáveis

A sensação de um arrepio na espinha por razão nenhuma

O calor que nos traz uma mão amiga no ombro

Tudo isso - é poesia.

E só tentando escrever um poema é que se poderia explicar tudo isso.

Só escrevendo pouco é que se poderia dizer tanto.

Quantas vezes com uma só palavra,

escondemos uma imensidão de pensamentos?

Há sentimentos para os quais nem Camões

Encontrou palavras.

E todos nós, ainda que por mera insuficiência,

Porque nem todos os vocábulos, de todos os dicionários, de todos os países,

de todos os mundos, de todas as galáxias, de todos os universos

Chegariam para descrever certas emoções

Verbalizamos

Coisas maiores que umas míseras sílabas agrupadas.

Dizem que a arte de escrever um poema

22

está em pôr em poucas palavras

um grande número de emoções.

E, assim, todos somos poetas.

23

A poesia dos sentidos

Susana de Jesus Martins, EFA - B

Quando olhas para a vida

será que vês poesia?

Num debruçar sobre a vida,

eu vi poesia

No silêncio do dia a amanhecer

Na primavera a florir

Na magia do crepúsculo

Na beleza do clarear do dia

Vi a alegria de viver

Quando olhas com atenção, em teu redor,

será que sentes a poesia?

Sonhando a vida

olhei pela janela da alma

e vi poesia

No melodioso som

da mestria do pianista

pelas teclas de um piano

criando sons de harmonia...

Na minha alma,

senti poesia

Na viagem pelas páginas

de um qualquer livro

Nos cheiros, nos sons

no pulsar das estrelas

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no vislumbre de um mundo novo

vislumbrei poesia...

Olhei com os olhos da alma

e entrevi poesia

Nas brechas do tempo

por entre brumas de sonhos

No encanto da natureza

Na viagem pelos mistérios da vida

Percebi poesia

No cheiro da maresia

No riso de uma criança

No sabor de algo

feito por amor

No toque da neve fria

Na beleza da natureza

Na esperança de um povo

Senti a poesia

25

A poesia da vida

Susana de Jesus Martins, EFA – B

A poesia está no real;

Está no imaginado;

Em todas as esferas da vida…

Está em mim, em ti e no outro;

Em cada Homem e em cada criança;

Está na natureza…

A poesia está no brilho diamante

de uma gorda gota de chuva,

na folha de alguma árvore

banhada por luminoso raio de sol!

No encanto de uma vida, plena de magia!...

Está no canto dos pássaros;

No doce chilrear do rouxinol;

No encanto de um triste canto

de um belo pássaro de fogo

que em cinzas se tornará,

que em breve renascerá!...

Na beleza da lua de outono

e do sol de inverno,

num arco-íris primaveril;

Ou na beleza serena das águas

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e do doirado das searas,

em dias de verão!...

Ah, a poesia da vida!...

Está nesses dias de frio e branco manto,

Ouvindo histórias

junto ao lume da lareira!

Está no coração

de todos que a veem e sentem!

Em cada olhar…

Em cada sentir…

do pulsar do mundo!...