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Recordando a Introdução ao Direito Teoria do mínimo ética: o direito é um mínimo de moral normatizada. No biodireito, podemos afirmar o contrário... ele é quase todo moral normatizado. Boa parte do Biodireito é regulado por normas do CFM. Questionamento: se a CF diz: ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer, senão em virtude da LEI (norma), podemos aceitar que uma regra vinda de uma autarquia nos obrigue? Exemplo 1: barriga de aluguel: Ivan de Oliveira, p.80 e ss. Nesse caso, especificamente vamos debater: 1) Requisitos do ato jurídico: a) Agente capaz; b) Objeto lícito; c) Forma prescrita ou não defesa em lei. 2) O objeto útero é lícito? 3) O objeto não está sendo “locado” para ser restituído a uso posteriormente? 4) A prostituta não “loca” o próprio corpo e isso é lícito? 5) No campo do moral, qual é mais imoral: a locação do útero, ou a prostituição? Mais um: eutanásia: à favor ou contra? É ato de amor ou interesse sucessório? Está com dó ou cansado do doente? Não está querendo tomar o lugar de Deus? Para complicar um pouco: cirurgia de mudança de sexo: 1) A lei permite; 2) A sociedada aceita? Mais ou menos. A modelo Lea, nascida homem, fez a cirurgia e se sente confusa: 3) “Aninha”, nome fictício, fez cirurgia, tomou hormônio para crescer barba, se intitula Antônio Carlos (não sei se mudou o registro) e é chamada pela família de Aninha;

Fichamento de Biodireito

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Compilação de estudos acerca do Biodireito

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Recordando a Introduo ao DireitoTeoria do mnimo tica: o direito um mnimo de moral normatizada.No biodireito, podemos afirmar o contrrio... ele quase todo moral normatizado.Boa parte do Biodireito regulado por normas do CFM.Questionamento: se a CF diz: ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer, seno em virtude da LEI (norma), podemos aceitar que uma regra vinda de uma autarquia nos obrigue?Exemplo 1: barriga de aluguel: Ivan de Oliveira, p.80 e ss.Nesse caso, especificamente vamos debater:1) Requisitos do ato jurdico:a) Agente capaz;b) Objeto lcito;c) Forma prescrita ou no defesa em lei.2) O objeto tero lcito?3) O objeto no est sendo locado para ser restitudo a uso posteriormente?4) A prostituta no loca o prprio corpo e isso lcito?5) No campo do moral, qual mais imoral: a locao do tero, ou a prostituio?

Mais um: eutansia: favor ou contra? ato de amor ou interesse sucessrio? Est com d ou cansado do doente? No est querendo tomar o lugar de Deus?

Para complicar um pouco: cirurgia de mudana de sexo:1) A lei permite;2) A sociedada aceita? Mais ou menos. A modelo Lea, nascida homem, fez a cirurgia e se sente confusa:3) Aninha, nome fictcio, fez cirurgia, tomou hormnio para crescer barba, se intitula Antnio Carlos (no sei se mudou o registro) e chamada pela famlia de Aninha;4) E se ocorrer o arrependimento?5) E ao se descobrir se o sexo apenas esttico, mas fisiologicamente, no ter as mesmas atribuies da aparncia?

Como podem perceber, nosso semestre ser bem tranqilo, com temas amenos e sem grandes debates.e-mail: [email protected]

2 Aulatica, biotica e biodireito definies:

tica: possui conceito completo, dependendo de quem pretende defini-la e do contexto em que est inserida.tica uma palavra de origem grega, com duas origens possveis. A primeira a palavra gregathos, comecurto, que pode ser traduzida por costume, a segunda tambm se escrevethos, porm comelongo, que significa propriedade do carter. A primeira a que serviu de base para a traduo latinaMoral, enquanto que a segunda a que, de alguma forma, orienta a utilizao atual que damos a palavra tica. tica a investigao geral sobre aquilo que bom.A tica existe em todas as sociedades humanas, e, talvez, mesmo entre nossos parentes no-humanos mais prximos. Ns abandonamos o pressuposto de que a tica unicamente humana.

http://www.ufrgs.br/bioetica/etica.htm

Biotica: tica da vida. Seu objetivo buscar benefcios e a garantia da integridade do ser humano, tendo como fio condutor o princpio bsico da defesa da dignidade humana. (Ftima Oliveira, p.47)Para Potter a ponte entre a cincia e as humanidades ele se produnha a enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria: o conhecimento biolgico e os valores humanos.Dizia tambm: a combinao da biologia com os conhecimentos humansticos diversos constituindo uma cincia que estabelece um sistema de prioridades mdicas e ambientais para a sobrevivncia aceitvel.Em Tquio, afirmou: uma nova cincia tica que combina humildade, responsabilidade e uma competncia interdisciplinar, intercultural e que potencializa o senso de humanidade.Seguindo os conceitos de Potter, chamam-nos a ateno os elementos colocados:a) Humildade: capacidade de reconhecer que o outro pode saber mais, a necessidade de ouvir, virtude de se reconhecer limitado;b) Responsabilidade: uma cincia que trabalha, essencialmente com o ser humano e seu meio, precisa ser responsvel diante dos meios utilizados e dos fins almejados, de forma que o coletivo seja seu objetivo maior;c) Interdiciplinariedade: impossvel se falar em biotica presa somente um ramo do saber. Ex: como se falar em transplante de rgos, sem buscar, na medicina, os conceitos de incio e fim da vida? Sem buscar apoio da psicologia?d) Interculturalidade: nossos conceitos ticos se baseiam na criao, cultura, profisso e religio. Ex: achamos correto o assassinato de um filho recm nascido, s porque ele nasceu com deficincia? Como fica a situao dos indgenas? Como obrigar um testemunha de Jeov a fazer transfuso de sangue?e) Humanidade: todo o trabalho da biotica deve visar um bem maior: a dignidade humana.

Macrobiotica: a que se encarrega da ecolgica com o objetivo de discutir problemas ticos, relacionados preservao do homem a partir de uma perspectiva de ser inserido no ecossistema>Microbitica: ...se preocupa com as relaes entre agentes da rea mdica, num contexto de interao entre o profissional e o paciente.Nessa linha conceitual, entendemos que a biotica, seja no contexto macro ou micro, visa garantir a dignidade da pessoa humana, inclusive, respeitando o meio ambiente.A micro preceitua a temeridade de se sustentar a hiptese de os seres humanos serem utlizados como insignificantes cobaias em prol do desenvolvimento de novas tcnicas da biomedicina ou, ainda, por meio de pesquisas destitudas de qualquer respeito pelo homem, hava vista que este no pode ser considerado como meio para se atingir determinada tecnologia, mas sim como destinatrio final das benesses da biocincia, sem o que, esta no teria razo de existir.Ivan de Oliveira Silva, p.65 e 66.

Lida com o ser humano desde a fase de uma simples clula, at a ps- morte, desde que, envolvido em pesquisas cientficas. Ex: normas relativas pesquisa com clulas tronco embrianrias e regras de pesquisas com cadveres.Alguns exemplos das pesquisas realizadas com seres humanos e que levaram a busca de cincia tica:a) Pesquisas nos campos concentrao nazitas;b) Introduo de clulas canceros em pacientes idosos no Hospital Israelita do Brooklin;c) Pesquisa de evoluo da sfilies, que deixou merc da sorte, 400 negros, nos EUA, apesar de existir penicilina;d) O Servio Secreto Sovitico tinha um laboratrio clandestino dedicado a pesquisas de um veneno perfeito, que fosse mortal, no tivesse gosto nem cheiro e no pudesse ser descoberto em uma autpsia. Para isso, eles faziam testes em prisioneiros inimigos, que eram orientados e tomar seus remdios e ficar em observao. Depois de muitos testes, uma receita foi aprovada: ela ficou conhecida como C-2 e testemunhas afirmam que as vtimas chegavam a diminuir de tamanho aps ingerir a substncia, enfraqueciam rapidamente, ficavam calmas e silenciosas e, depois de aproximadamente 15 minutos, morriam. Todas as poes foram testadas em pessoas com diferentes condies fsicas e idades, para que se pudesse observar as reaes diferentes em cada vtima.e) Um laboratrio terrvel de testes durante guerras civis no Japo e tambm durante a Segunda Guerra Mundial funcionou aos comandos Shiro Ishii. Os testes realizados nessa unidade eram absurdos e incluam procedimentos como: dissecao de pessoas vivas, amputao de membros e reimplantao em partes diferentes do corpo, testes com granadas e lana-chamas e outros experimentos ainda piores. Os prisioneiros recebiam injees com doenas diversas, para que os efeitos dessas doenas pudessem ser mais bem observados. Alm disso, homens e mulheres eram infectados com sfilis e gonorreia, por meio de abuso sexual, para serem estudados. O pior que Shiro Ishii nunca foi responsabilizado por seus crimes e viveu sem nunca ter sido preso. Ele morreu aos 67 anos em decorrncia de um cncer de garganta.

Biodireito: seu conceito no unnime. No dizer de Jos Alfredo de Oliveira Baracho: O Biodireito estritamente concexo biotica, ocupando-se da formulao das regras jurdicas em relao problemtica emergente do procegresso tcnico-cientfico da Biomedicina. O Biodireito questiona sobre os limites jurdicos da licissitude da internvenao tcnico-cientfica possvel.O biodireito formalstico e legalstico pretende garantir a autonomia da opo individual, confrontando-se com os aspectos da incompatiblidade com a vontade oposta. Cincia e tcnica s podem intervir sobre a vida, desde que no afetem dignidade e ao direito.Quando se trata do biodireito, mencionam-se normas de preveno e de influncia do descompromisso da eticidade na conduo da vida e dos avanos cientficos. Percebe-se isso nitidadamente quando se fala sobre o nascituro e o embrio, aborto, retirado do feto anencfalo, clulas-tronco-embrionrias, clonagem humana, experimentao com seres humanos, reproduo assistidada, mudana de sexo, transfuo de sangue, transplante de rgos, eutansia, entre outros assuntos de suma relevncia para a sociedade comtempornea.

Princpios regulados do biodireito.Criada para disciplinar os princpios bsicos a investigao com seres humanos pelas cincias do comportamento e pela biomedicina, a Congresso dos Estados Unidos estabeleceu a existncia de 3 principios:a) Princpio da autonomia ou do respeito s pessoas por suas opinies e escolhar, segundo valores e crenas pessoais; (grifo nosso). Establece a ligao com o valor mais abrangente da dignidade humana, representando a afirmao moral de que a liberdade de cada ser humano deve ser resguardada. Nesse sentido, o profissional dever passar ao paciente todas as informaes necessrias sobre: opes de tratamento, riscos, possibilidade de cura/sobrevida... de forma que, caiba ao paciente a escolha do mtodo. O mdico poder indicar o que acha melhor, mas, jamais impor a sua vontade ou fazer algo contra a vontade do paciente, desde que ele seja capaz. Por isso ser essencial a necessidade de que o paciente esteja informado.b) Princpio da beneficncia: se traduz na obrigao de no causar dano e de extremas os benefcios e minimizar os riscos. A este, Tom L. Beauchamp e James F. Childress acrescentaram o da no maleficncia, segundo o qual no se deve causar mal a outro e diferencia-se, assim, do da beneficncia, que envolve ao do tipo positivo: prevenir ou eliminar dano e promover o bem, mas se trata de um bem de um contnuo, de modo que no h uma separao significante entre eles. Nesse sentido, o tratamento dever produzir o menor malefcio possvel e, sendo possvel balancear o bem o mal, o bem dever ser maior. Essa declarao foi colocada, inclusive, na Declarao Universal do Genoma Humano e dos Direitos Humanos, art. 12: a liberdade de pesquisa que necessria para o proresso do conhecimento, faz parte da liberdade de pensamento. As aplicaes das pesquisas com o genoma humano, incluindo aquelas em biologia, gentica e medicina, buscaro aliviar o sofrimento e melhorar a sade dos indivduos e da humanidade como um todo.c) Princpio da Justia ou da imparcialidade na distribuio dos riscos e dos benefcios: no se pode tratar uma pessoa de maneira diferente de outra, salvo haja diferena entre elas.d) Princpio da dignidade da pessoa humana: no princpio tico encontramos o homem preocupado com a forma de tratamento a ser destinado ao seu par, eis que a ideia de pessoa representa um elemento tico, que s se revela quando o indivduo entra em relao com os demais indivduos e, ao afirmar o seu prprio eu, levado a reconhecer, concomitantemente, o valor do eu dos demais, transcendendo os limites biopsquicos de sua individualidade. Ivan de Oliveira Silva, p.71.

Apesar desses princpios no serem o bastante para solucionar todos os problemas que envolvem a biotica, eles podem servir como indicadores para a criao das normas, ou mesmo, na soluo das lacunas da lei.Exemplo em relao a letra b, o Roacutan pode causar, em raros casos: depresso, alergia, infeces por bactrias gram positivas, hepatite, diabetes, estreitamento do canal urinrio, catarata, fotofobia, opacidade da crnea, hemorragias gastrointestinais, taquicardia, irregularidades na mestruao, trombose, dentre outros.Efeitos comuns:Reao muito comum (ocorre em 10% ou mais dos pacientes que utilizam este medicamento):Desordens sanguneas e do sistema linftico: anemia, aumento nas plaquetas ou diminuio da contagem plaquetria (trombocitopenia), elevao da taxa de sedimentao.Desordens sensoriais: blefarite, conjuntivite, irritao ocular, ressecamento ocular.Desordens hepticas e biliares: elevaes transitrias e reversveis de transaminases hepticas.Pele e anexos: fragilidade cutnea, prurido, ressecamento da pele e lbios.Desordens do sistema musculoesqueltico: mialgia (dores musculares), artralgia (dores articulares), lombalgia (dor na regio lombar).Alteraes laboratoriais: aumento de triglicrides e colesterol sricos, diminuio de HDL..O site terra elaborou uma lista com os 4 piores remdios a se tormar e seus efeitos:1) AvandiaVoc controla a diabetes e, de brinde, engravida! Isso mesmo! O Avandia foi suspenso pela Anvisa por provocar o reincio da ovulao, fazendo com que as mulheres que utilizam esta droga liberem um vulo fora do ciclo menstrual normal. Alm disso, o Avandia tambm conhecido por causar danos cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais.2) CelebraO Celebra pode, simplesmente, matar! Indicado para tratar artrite e osteoporose, o Celebra (e outros medicamentos do gnero) prejudicam gravemente o fgado e os rins. Alguns pacientes j foram vtimas de trombose, derrame cerebral, insuficincia renal e cardaca por sua causa.3) XenicalEle utilizado para auxiliar na perda de peso, mas seus efeitos colaterais so muito comuns e assustadores! Entre os efeitos mais recorrentes esto flatulncias com perdas oleosas e incontinncia fecal, sintomas considerados como efeitos positivos, pois significam que a gordura est sendo eliminada do corpo.4)RoacutanUm milagre para os adolescentes com espinhas ou uma bomba de efeitos colaterais? Os efeitos colaterais do Roacutan vo desde um tipo de pseudotumor cerebral, convulses, at depresso, tentativa de suicdio e suicdio. A lista de pontos negativos deste remdio interminvel!

http://doutissima.com.br/2013/08/30/4-remedios-efeitos-colaterais-terriveis-14417/Em casos como esses, fica a pergunta, vale a pena o tratamento? Isso dever ser discutido com o mdico.

CONFLITO DE PENSAMENTO ENTRE CONSERVADORES E LIBERAISNamba, p.12 e 13Conservadoresliberais

O que se deve evitar?Os problemas individuais e sociais provocados pelas novas tecnologias, ainda no devidamente controladas e conhecidas em suas conseqncias. No caso de dvida, devem paralizar as experincias e transferir para especialistas bem intencionados a deciso e o controle final do processo cientfico e tecnolgico.Os indivduos esto acima de consideraes de carter pblico e social. Considerado como agente moral, cuja liberdade constitui a sua dimenso principal, o o indivduo o senhor absoluto do seu destino, no devendo sujeitar-se s imposies dos detentores do conhecimento ou do poder pblico, portanto, para os liberais, trata-se de evitar qualquer restrio ao exerccio pleno da liberdade individual. *

O que se deve promover e apoiar?Aprofundar os debates sobre as descobertas e tecnologias da gentica, antes que a cincia humana aventure-se por campos do conhecimento ainda pouco conhecidos. Esses debates devem levar dissuao, por meio do medo, a chamada heurstica do medo **Deve ser exorcizada a compulso tecnicista da contemporaneidade, que, na opinio de importante crticos da modernidade, trasnformou o homem de sujeito em objeto de tcnica.Os liberais afirmam que se deve promover a tolerncia e assegurar a resoluo dos conflitos.

Qual o estatudo do corpo humano?O homem estrutura-se em funo de uma unidade orgnica, na qual a liberdade constitui a espinha dorsal essencial para o equilbrio e o aperfeioamento da pessoa humana.Por essa razo, a natureza biolgica do ser humano facilmente atingida pelas temidas agresses tecnolgicas, cujas conseqncias acabam atentando contra a prpria natureza humana. necessrio suspender essas experincias, que resultam em vilaes desse espao prmitvo de liberdade natural, para que se possa recuperar a unidade natural do indivduo.Relacional o estado do ser humano a uma das formas naturais que garantem o exerccio da liberdade: na verdade, pelas prprias caractersticas do pensamento liberal, no h uma concepo unificada do ser humano, a no ser a remisso liberdade.

Concluses:Partem da suposio de que as aplicaes dos novos conhecimentos, principalmente genticos, devem ser encaradas com cautela. Deve-se procura presevar, a todo custo a esfera da pessoa, considerada como um todo orgnico. proposta uma moratria nessas pesquisas, impedindo-se, assim, que a natureza humana seja desnaturada.No possvel haver uma definio do bem e do mal de forma abstrata e com expresso universal. Em conseqncia, o importante nas questes da biotica, como em todos os demais problemas sociais, consistir na preservao da liberdade de escolha e do debate pblico, permitindo-se que cada indivduo e cada comunidade estabelam seus prprios padres de controle. Esta no pe uma queto essencial, pois cada sociedade, em princpio, deve determinar os seus prprios parmetros normativos, seja do ponto de vista moral, seja no aspecto jurdico.

*No Panam, em 2002, foi criada a cirurgia para a mudana da cor dos olhos. Uma cirurgia meramente esttica que pode afetar gravemente a sade ocular, provocando catarata, descompensao da crnea e glaucoma. http://www.drvisao.com.br/reportagens/20-A-polemica-cirurgia-para-mudanca-da-cor-dos--olhos-como-e-realizada-e-quais-os-riscos**receio fundado, de um medo acompanhado de respeito frente fora do mal eminente. Tem a ver com escrpulo e com zelo e menos com a perturbao mental provocada por algo estranho e perigoso, como um sentimento desagradvel frente ao desconhecido. In http://www.biodiversidadla.org/Portada_Principal/Documentos/A_heuristica_do_temor_e_o_despertar_da_responsabilidade

Questionamentos:1) Se a pesquisa for realizada em seres humanos, quem se sujeitr a elas? Pobres, doentes, desesperados, pessoas em situao de risco social e poltico.Ex: No entanto, todos os remdios novos para todos os tipos de doena tem de ser testados. A medicina moderna no pode andar para frente sem o desenvolvimento de drogas novas e mais potentes, diz ele.Certamente, todos os testes que envolvem novos medicamentos apresentam riscos; e os voluntrios sabem disso. Um caso divulgado nos EUA em dezembro passado revela um experimento clnico envolvendo 9.385 mulheres de Uganda, Zmbia, Tanznia e frica do Sul, que, simplesmente, falhou. Tratava-se de um gel vaginal que preveniria a infeco de HIV durante a relao sexual, para casos de homens que recusassem usar preservativos. Em fevereiro de 2009, tudo indicava que o gel reduziria o risco de contaminao em 30%. Dez meses mais tarde, depois de mais casos testados, comprovou-se que o gel em questo (que contm polimero de sulfonato de naftaleno, substncia que, em teoria, preveniria o vrus a se juntar `as clulas vaginais) no oferecia nenhum beneficio a mais do que o placebo. Pior: 4,1% das 3.156 mulheres que usaram o gel, foram infectadas. No caso das 3.112 que receberam o placebo, 4% contraram o vrus. Vale lembrar que todas receberam preservativos a serem usados juntamente com o gel. http://www.taniamenai.com/folio/2010/05/os_voluntarios.html2) Todos os testes comeam em animais. Porm devido s diferenas fisiolgicas, no se pode garantir os mesmos efeitos e, mais ainda, a sociedade protetora dos animais quer impedir que estes participem dos testes. Assim, caso isso ocorra, todos os testes comearam em seres humanos.Um teste s feito no ser humano depois que tenha dado certo, muitas vezes consecutiva, em animais. Se retirarmos os animais da linha de testes, todos os problemas aconteceram com o ser humano. Qual o mau maior?

3 aula

DECLARAO UNIVERSAL DO GENOMA HUMANO E DOS DIREITOS HUMANOSA Dignidade Humana e os Direitos Humanos Prefcio Acredito que um leitor, ao deparar-se com a Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, adotada pela Conferncia Geral da UNESCO em sua 29 sesso (1997), ser impactado por dois aspectos. Primeiramente, pela abrangncia do texto que, num contexto cientfico e poltico marcado por questes polmicas como a manipulao do genoma humano, a clonagem humana e os transgnicos, afirma ou reafirma princpios e valores intangveis. Em segundo lugar, pelos inmeros e diferentes atores envolvidos, graas a diversos fatores: a natureza inerente ao assunto que, como todas as questes ticas, situa-se na interface entre vrias disciplinas; a universalidade de seu enfoque, que dever ser enriquecido por um debate pblico envolvendo todos os membros da sociedade; a diversidade de contextos econmicos, sociais e culturais nos quais se enraza o pensamento tico ao redor do mundo. Isso porque a reflexo de cada indivduo se desenvolve conforme sua prpria natureza, plasmada por sua histria e suas tradies (legais, polticas, filosficas, religiosas, etc.). Diante das novas questes ticas levantadas pela velocidade, algumas vezes surpreendente do progresso nesse campo, a abrangncia e o alcance potencial da Declarao, tornaram necessrio UNESCO elaborar um sistema voltado para seu acompanhamento e implementao uma inovao em se tratando de instrumento no mandatrio. De todos os lados, afirmou-se o interesse de que esse sistema possa se tornar rapidamente operacional, de modo que os princpios contidos no texto possam ser transformados em realidade com a maior rapidez possvel. A Declarao necessita ser implementada com especial urgncia, em funo da velocidade sempre crescente do progresso tcnico e cientfico da biologia e da gentica, em que cada avano quase infalivelmente traz novas esperanas para a melhoria do bem estar da humanidade, ao lado de dilemas ticos sem precedentes. Em decorrncia disso, a Conferncia Geral da UNESCO em sua 30 sesso (1999) adotou as Diretrizes para a Implementao da Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos elaboradas pelo Comit Internacional de Biotica e aprovadas pelo Comit Intergovernamental de Biotica. Estou convencido de que essas Diretrizes serviro para reforar o compromisso moral assumido pelos Estados-Membros ao adotarem a Declarao, para dar consistncia aos valores que defende e para estimular o maior nmero possvel de indivduos a refletir sobre preocupaes de natureza tica, ampliadas a cada dia por novas questes, para as quais no h respostas definidas e cujo desdobramentos podem, hoje, afetar o destino que a humanidade est construindo para si. Kochiro Matsuura Diretor-Geral da UNESCO

Artigo 1 O genoma humano constitui a base da unidade fundamental de todos os membros da famlia humana bem como de sua inerente dignidade e diversidade. Num sentido simblico, o patrimnio da humanidade. Artigo 2 a) A todo indivduo devido respeito sua dignidade e aos seus direitos, independentemente de suas caractersticas genticas. b) Esta dignidade torna imperativa a no reduo dos indivduos s suas caractersticas genticas e ao respeito sua singularidade e diversidade. Artigo 3 O genoma humano, evolutivo por natureza, sujeito a mutaes. Contm potencialidades expressadas de formas diversas conforme o ambiente natural e social de cada indivduo, incluindo seu estado de sade, condies de vida, nutrio e educao. Artigo 4 O genoma humano em seu estado natural no deve ser objeto de transaes financeiras. B - Direitos dos Indivduos Artigo 5 a) A pesquisa, o tratamento ou o diagnstico que afetem o genoma humano, devem ser realizados apenas aps avaliao rigorosa e prvia dos riscos e benefcios neles implicados e em conformidade com quaisquer outras exigncias da legislao nacional. b) Em qualquer caso, deve ser obtido o consentimento prvio, livre e esclarecido do indivduo envolvido. Se este no estiver em condio de fornecer tal consentimento, esse mesmo consentimento ou autorizao deve ser obtido na forma determinada pela legislao, orientada pelo maior interesse do indivduo. c) Deve ser respeitado o direito de cada indivduo de decidir se ser ou no informado sobre os resultados da anlise gentica e das consequncias dela decorrentes. d) No caso de pesquisa, os protocolos devem ser submetidos a uma anlise adicional prvia, em conformidade com padres e diretrizes nacionais e internacionais relevantes. e) Se, conforme a legislao, um indivduo no for capaz de manifestar seu consentimento, a pesquisa envolvendo seu genoma apenas poder ser realizada para benefcio direto sua sade, sujeita autorizao e s condies de proteo estabelecidas pela legislao. Pesquisa sem perspectiva de benefcio direto sade apenas poder ser efetuada em carter excepcional, com mxima restrio, expondo-se o indivduo a risco e incmodo mnimos e quando essa pesquisa vise contribuir para o benefcio sade de outros indivduos na mesma faixa de idade ou com a mesma condio gentica, sujeita s determinaes da legislao e desde que tal pesquisa seja compatvel com a proteo dos direitos humanos do indivduo. Artigo 6 Nenhum indivduo deve ser submetido a discriminao com base em caractersticas genticas, que vise violar ou que tenha como efeito a violao de direitos humanos, de liberdades fundamentais e da dignidade humana. Artigo 7 Dados genticos associados a indivduo identificvel, armazenados ou processados para uso em pesquisa ou para qualquer outro uso, devem ter sua confidencialidade assegurada, nas condies estabelecidas pela legislao. Artigo 8 Cada indivduo ter direito, conforme a legislao nacional ou internacional, justa indenizao por qualquer dano sofrido resultante, direta ou indiretamente, de interveno sobre seu genoma. Artigo 9 Visando a proteo de direitos humanos e liberdades fundamentais, limitaes aos princpios do consentimento e da confidencialidade somente podero ser determinadas pela legislao, por razes consideradas imperativas no mbito do direito internacional pblico e da legislao internacional sobre direitos humanos. C - Pesquisa sobre o Genoma Humano Artigo 10 Nenhuma pesquisa ou suas aplicaes relacionadas ao genoma humano, particularmente nos campos da biologia, da gentica e da medicina, deve prevalecer sobre o respeito aos direitos humanos, s liberdades fundamentais e dignidade humana dos indivduos ou, quando for aplicvel, de grupos humanos. Artigo 11 Prticas contrrias dignidade humana, tais como a clonagem de seres humanos, no devem ser permitidas. Estados e organizaes internacionais competentes so chamados a cooperar na identificao de tais prticas e a tomar, em nvel nacional ou internacional, as medidas necessrias para assegurar o respeito aos princpios estabelecidos na presente Declarao. Artigo 12 a) Os benefcios dos avanos na biologia, na gentica e na medicina, relacionados ao genoma humano, devem ser disponibilizados a todos, com a devida considerao pela dignidade e pelos direitos humanos de cada indivduo. b) A liberdade da pesquisa, necessria ao avano do conhecimento, parte da liberdade de pensamento. As aplicaes da pesquisa, incluindo aquelas realizadas nos campos da biologia, da gentica e da medicina, envolvendo o genoma humano, devem buscar o alvio do sofrimento e a melhoria da sade de indivduos e da humanidade como um todo.

D - Condies para o Exerccio da Atividade Cientfica Artigo 13 As responsabilidades inerentes s atividades dos pesquisadores, incluindo rigor, cautela, honestidade intelectual e integridade no desempenho de suas pesquisas, bem como aquelas relacionadas divulgao e utilizao de suas descobertas, devem ser alvo de ateno especial no mbito da pesquisa sobre o genoma humano, em funo de suas implicaes ticas e sociais. Formuladores de polticas pblicas e privadas de desenvolvimento cientfico tambm possuem responsabilidades especficas nesse aspecto. Artigo 14 Os Estados devero tomar medidas adequadas para ampliar condies materiais e intelectuais favorveis liberdade na conduo da pesquisa sobre o genoma humano e para avaliar as implicaes ticas, legais, sociais e econmicas dessa pesquisa, com base nos princpios estabelecidos na presente Declarao. Artigo 15 Os Estados devem tomar as providncias necessrias para constituir uma base para o livre exerccio da pesquisa sobre o genoma humano, respeitando os princpios estabelecidos na presente Declarao, de modo a salvaguardar o respeito aos direitos humanos, s liberdades fundamentais e dignidade humana e a proteo da sade pblica. Os Estados devem assegurar que os resultados da pesquisa no sejam utilizados para fins no pacficos. Artigo 16 Os Estados devem reconhecer o valor de promover, em vrios nveis e conforme seja adequado, o estabelecimento de comits de tica independentes, multidisciplinares e pluralistas para avaliarem as questes ticas, legais e sociais levantadas pela pesquisa sobre o genoma humano e suas aplicaes. E - Solidariedade e Cooperao Internacional Artigo 17 Os Estados devem respeitar e promover a prtica da solidariedade relativamente a indivduos, famlias e grupos populacionais particularmente vulnerveis ou afetados por doena ou deficincia de carter gentico. Devem estimular, inter alia *, pesquisa para a identificao, preveno e tratamento de doenas causadas ou influenciadas por fatores genticos, particularmente as doenas raras, bem como de doenas endmicas que afetem parte expressiva da populao mundial. *Entre outras coisasArtigo 18 Os Estados devem empreender esforos, com devida considerao aos princpios estabelecidos na presente Declarao, para continuar estimulando a disseminao internacional do conhecimento cientfico relacionado ao genoma e diversidade humana e sobre a pesquisa gentica e, nesse aspecto, impulsionar a cooperao cientfica e cultural, particularmente entre pases industrializados e pases em desenvolvimento. Artigo 19 a) Ao abrigo da cooperao internacional com pases em desenvolvimento, os Estados devem estimular a implementao de medidas que permitam: i) avaliao de riscos e benefcios das pesquisas a serem implementadas sobre o genoma humano e dos abusos a serem evitados; ii) ampliao e fortalecimento da capacidade dos pases em desenvolvimento para realizarem pesquisas sobre a biologia e gentica humanas, levando em conta suas problemticas especficas; iii) acesso, pelos pases em desenvolvimento, aos benefcios das conquistas da pesquisa cientfica e tecnolgica para que o uso em benefcio de seu progresso econmico e social, possa contribuir para o benefcio de todos; iv) promoo do livre intercmbio de conhecimento e informao cientfica nas reas da biologia, da gentica e da medicina. b) Organizaes internacionais importantes, devem apoiar e promover as iniciativas tomadas pelos Estados com as finalidade acima mencionadas. F- Divulgao dos Princpios Estabelecidos pela Declarao Artigo 20 Os Estados devem tomar as medidas apropriadas para divulgar os princpios estabelecidos na presente Declarao por intermdio da educao e outros meios relevantes, inter alia, por meio da realizao de pesquisas e treinamento em campos interdisciplinares e pela promoo da educao em biotica, em todos os nveis, em particular junto aos responsveis por polticas voltadas para as reas da cincia. Artigo 21 Os Estados devem tomar as medidas necessrias para estimular outros tipos de pesquisa, treinamento e disseminao de informao que conduzam conscientizao da sociedade e de todos os seus membros sobre suas responsabilidades com relao a questes fundamentais ligadas defesa da dignidade humana que podem ser suscitadas pela pesquisa em biologia, gentica e medicina e por suas aplicaes. Devem, tambm, empenhar-se em facilitar a realizao de um amplo debate internacional sobre o assunto, assegurando a livre manifestao de opinies diversificadas do ponto de vista scio-cultural, religioso e filosfico. G- Implementao da Declarao Artigo 22 Os Estados devem envidar todos os esforos para divulgar os princpios estabelecidos nesta Declarao e, por meio de medidas adequadas, promover sua implementao. Artigo 23 Os Estados devem tomar as medidas apropriadas para promover, por intermdio da educao, do treinamento e da disseminao de informaes, o respeito aos princpios acima mencionados e para estimular seu reconhecimento e efetiva aplicao. Os Estados devem encorajar o intercmbio e a formao de redes entre comits de tica independentes, to logo sejam estabelecidos, de modo a promover total colaborao entre eles. Artigo 24 O Comit Internacional de Biotica da UNESCO deve contribuir para a disseminao dos princpios estabelecidos nesta Declarao e para a futura anlise das questes decorrentes de sua aplicao e da evoluo das tecnologias em questo. Deve organizar consultas a partes envolvidas, tais como grupos vulnerveis. Deve elaborar recomendaes conforme os procedimentos estatutrios da UNESCO, dirigidas Conferncia Geral e fornecer consultoria no que se refere ao acompanhamento da presente Declarao, particularmente na identificao das prticas que possam ser contrrias dignidade humana, tais como intervenes em clulas germinais. Artigo 25 Nada nesta Declarao pode ser interpretado como constrangimento a qualquer Estado, grupo ou indivduo para que se envolva ou realize qualquer ato contrrio aos direitos humanos e s liberdades fundamentais, incluindo os princpios estabelecidos nesta Declarao.

http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001229/122990por.pdf

IMPLEMENTAO DA DECLARAO UNIVERSAL SOBRE O GENOMA HUMANO E OS DIREITOS HUMANOS.

(30 C / Resoluo 23)* A Conferncia Geral, Lembrando a Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, Tendo presente a Resoluo 29C/17 intitulada Implementao da Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, Considerando a resoluo 1999/63 intitulada Direitos Humanos e Biotica adotada pela Comisso das Naes Unidas para os Direitos Humanos em sua qinquagsima quinta sesso, Levando em conta tambm o Relatrio do Diretor Geral sobre a implementao da Declarao (30C/26 e Add.), 1. Adota as Diretrizes para a Implementao da Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, anexadas a esta Resoluo; 2. Recomenda ao Diretor Geral transmiti-las ao Secretrio Geral das Naes Unidas, como contribuio qinquagsima quarta sesso da Assemblia Geral das Naes Unidas a ao trabalho de rgos relevantes, em particular, da Comisso das Naes Unidas para os Direitos Humanos; 3. Convida, ademais, o Diretor Geral a transmiti-las s agncias especializadas das Naes Unidas, a outras organizaes internacionais governamentais e no-governamentais importantes e a dissemin-las com a maior amplitude possvel; 4. Conclama os Pases-Membros, as organizaes internacionais governamentais e no-governamentais e todos os parceiros conhecidos a tomar as medidas necessrias implementao das Diretrizes. * Resoluo adotada pela Conferncia Geral da UNESCO em sua 30 Sesso, em 16 de novembro de 1999. Diretrizes para a Implementao da Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos 1. Porque Diretrizes? A Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos estabelece os princpios bsicos relacionados pesquisa em gentica e biologia e aplicao de seus resultados. De forma a garantir a aplicao desses princpios, a Declarao recomenda torn-los conhecidos, dissemin-los e format-los como medidas, especialmente na forma de legislao e normas. A Declarao tambm especifica as medidas que deveriam ser tomadas pelos Estados Membros para sua aplicao. A implementao da Declarao torna-se mais urgente na medida em que se acelera o progresso cientfico nas reas da gentica e da biologia e, ao mesmo tempo, gerando esperanas para a humanidade e criando dilemas ticos. Esta Diretrizes buscam identificar no apenas as tarefas que caberiam a diferentes atores na implementao da Declarao mas tambm modalidades de aes para se efetivar sua concretizao. 2. O que fazer? 2.1. A disseminao dos princpios estabelecidos na Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos uma prioridade e uma pre-condio para sua aplicao. Dessa forma, essa disseminao deve ser a mais ampla possvel e especialmente orientada a crculos intelectuais e cientficos, responsveis por programas de educao e treinamento, principalmente nas universidades e rgos tomadores de deciso como, por exemplo, os Parlamentos. 2.2. Conscientizao, educao e treinamento relativos aos princpios contidos na Declarao, so objetivos especialmente importantes se o que se pretende que todo e cada um dos membros da sociedade possa compreender as questes ticas propostas pela gentica e pela biologia 2.3. Intercmbio de estudos e anlises pertinentes a questes da biotica e programas de informao sobre o assunto devem ser organizados em nvel internacional e regional, especialmente visando identificar prticas que possam ser contrrias dignidade humana. 2.4. O estabelecimento de uma relao dinmica entre diferentes atores desejvel como forma de promover o dilogo entre representantes da indstria, membros da sociedade civil, grupos vulnerveis, cientistas e lideranas polticas. 2.5. A liberdade de pesquisa deve ser respeitada especialmente nas reas da gentica e da biologia e a cooperao cientfica e cultural deve ser ampliada e estimulada, principalmente entre pases do norte e do sul. 2.6. Exemplos de legislao e normas que incorporem os princpios estabelecidos na Declarao devem ser elaborados como fonte de referncia para os Estados. 2.7. Considerando que muitas das questes abrangidas por esta Declarao recaem na interface de tarefas atribudas a diversas organizaes, ser por intermdio da cooperao efetiva que estas podero lidar com aquelas questes de forma harmoniosa.* 3. Como fazer? 3.1.1. Traduzir a Declarao para o maior nmero possvel de lnguas nacionais. 3.1.2. Organizar seminrios, simpsios e conferncias em nvel internacional, regional, sub-regional e nacional (no Benin, na Crocia, em Mnaco, na Repblica Unida da Tanznia, no Uruguai, etc.). 3.2.1. Efetuar comentrios o mais simples e explcitos possvel sobre cada artigo da Declarao. 3.2.2. Publicar livros sobre o assunto destinados tanto ao pblico no especializado como s vrias categorias profissionais . * ver pargrafo 3 da resoluo 1999/63 intitulada Direitos Humanos e Biotica adotada pela Comisso das Naes Unidas para os Direitos Humanos em sua qinquagsima quinta sesso envolvidas (por exemplo, cientistas, filsofos, juristas e jornalistas). 3.2.3. Elaborar programas de educao e treinamento em biotica destinados ao nvel secundrio e Universidade. 3.2.4. Preparar programas de treinamento em biotica para professoras e formadores. 3.2.5. Montar kits de informaes e distribu-los a tomadores de decises pblicos e privados e mdia. 3.2.6. Produzir material audiovisual sobre biotica para o pblico em geral. 3.2.7. Realizar exibies multimdia especialmente para jovens. 3.3.1. Criar rgos tais como comisses de tica independentes, pluralistas e multidisciplinares que seriam parceiros privilegiados dos tomadores de deciso, da comunidade cientfica e da sociedade civil. 3.3.2. Promover a organizao desses rgos em redes de modo a facilitar a comunicao e o intercmbio de experincias entre eles, especialmente visando o desenvolvimento de atividades conjuntas. 3.4.1. Envolver atores da rea econmica sobretudo da indstria e de organizaes sociais tais como aquelas voltadas para indivduos vulnerveis e suas famlias e amigos. 3.4.2. Organizar debates pblicos sobre assuntos includos na Declarao e explorar diversos enfoques (conferncias para gerao de consenso, consultas pblicas, etc.). 3.5.1. Analisar de forma aprofundada as condies que podem promover a liberdade de pesquisa ou restringi-la. 3.5.2. Promover exame peridico pelo IBC da cooperao entre pases do norte e do sul e identificao de possveis obstculos, de modo a remov-los. 3.6.1. O IBC deve organizar oficinas de trabalho internacionais ou regionais com a finalidade de constituir um quadro padro de legislao e normas no campo da biotica. 3.6.2. Coletar e processar informao sobre instrumentos internacionais e nacionais, bem como legislao e normas nacionais pertinentes biotica. 3.7.1. Estabelecer um Comit inter-agencial no mbito do sistema das Naes Unidas aberto a outras organizaes inter governamentais interessadas, responsvel pela coordenao de atividades relacionadas biotica. 4. A quem esto dirigidas essas Diretrizes ? A experincia tem mostrado que, na implementao de um instrumento internacional, deve-se criar sinergia entre todos os atores em diferentes nveis. Atualmente, aes de abrangncia internacional so caracterizadas pela parceria em que cada ator, embora mantendo sua identidade e sua natureza especfica, complementa a atuao dos demais. Essas Diretrizes so dirigidas a: Estados e Comisses nacionais pertencentes UNESCO; UNESCO (sede e escritrios de representao); Comit Internacional de Biotica (IBC); Comit Intergovernamental de Biotica (IGBC); rgos e instituies especializadas do sistema das Naes Unidas; organizaes governamentais e no-governamentais competentes em nvel internacional, regional e nacional; tomadores de deciso pblicos e privados, especialmente na rea das polticas cientficas; parlamentares; comits de tica e grupos similares; cientistas e pesquisadores; indivduos, famlias e populaes portadores de mutaes que possam levar a doenas ou deficincias. 5. AVALIAO Cinco anos aps a adoo da Declarao, no ano de 2002, a UNESCO dever avaliar tanto os resultados obtidos por meio das Diretrizes acima, como o impacto da Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos em todo o mundo (Estados, comunidades intelectuais, instituies do sistema das Naes Unidas, organizaes intergovernamentais internacionais e regionais organizaes no governamentais competentes, etc.) Esta avaliao, que deve ser conduzida conforme os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Executivo e pela Conferncia Geral, particularmente em funo de implicaes oramentrias, ser examinada em sesso conjunta do IBC e do IGBC e submetida pelo Diretor Geral em 2003 aos rgos estatutrios da Organizao, acompanhada de recomendaes que possam ser relevantes.

DECLARAO UNIVERSAL SOBREBIOTICA E DIREITOS HUMANOSTraduo e reviso final sob a responsabilidade da Ctedra UNESCO de Biotica da Universidade de Braslia (UnB) e da Sociedade Brasileira de Biotica (SBB).Traduo: Ana Tapajs e Mauro Machado do PradoReviso: Volnei GarrafaA Conferncia Geral,Conscienteda capacidade nica dos seres humanos de refletir sobre sua prpria existncia e sobre o seu meio ambiente; de perceber a injustia; de evitar o perigo; de assumir responsabilidade; de buscar cooperao e de demonstrar o sentido moral que d expresso a princpios ticos,Refletindosobre os rpidosavanosna cincia e na tecnologia, que progressivamente afetam nossa compreenso da vida e a vida em si, resultando em uma forte exigncia de uma resposta global para as implicaes ticas de tais desenvolvimentos,Reconhecendoque questes ticas suscitadas pelos rpidos avanos na cincia e suas aplicaes tecnolgicasdevemser examinadas com o devido respeito dignidade da pessoa humana e nocumprimento e respeito universais pelos direitos humanos e liberdades fundamentais,Deliberandosernecessrio e oportunoquea comunidade internacionaldeclareprincpios universais que proporcionaro uma base para a resposta da humanidadeaossempre crescentes dilemas e controvrsias que a cincia e a tecnologiaapresentam espciehumana eao meio ambiente,Recordandoa Declarao Universal dos Direitos do Homem, de 10 de Dezembro de 1948, a Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, adotada pela Conferncia Geral da UNESCO, em 11 de Novembro de 1997 e a Declarao Internacional sobre os Dados Genticos Humanos, adotada pela Conferncia Geral da UNESCO em 16 de Outubro de 2003,Recordandoo Pacto Internacional das Naes Unidas sobre os Direitos Econmicos, Sociais e Culturais e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Polticos, de 16 de Dezembro de 1966, a Conveno Internacional das Naes Unidas sobre a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao Racial, de 21 de Dezembro de 1965, a Conveno das Naes Unidas sobre a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao contra as Mulheres, de 18 de Dezembro de 1979, a Conveno das Naes Unidas sobre os Direitos da Criana, de 20 de Novembro de 1989, a Conveno das Naes Unidas sobre a Diversidade Biolgica, de 5 de Junho de 1992, os Parmetros Normativos sobre a Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Incapacidades, adotados pela Assemblia Geral das Naes Unidas em 1993, a Conveno de OIT (n. 169) referente a Povos Indgenas e Tribais em Pases Independentes, de 27 de Junho de 1989, o Tratado Internacional sobre Recursos Genticos Vegetais para a Alimentao e a Agricultura, adotado pela Conferncia da FAO em 3 de Novembro de 2001 e que entrou em vigor em 29 de Junho de 2004, a Recomendao da UNESCO sobre a Importncia dos Pesquisadores Cientficos, de 20 de Novembro de 1974, a Declarao da UNESCO sobre Raa e Preconceito Racial, de 27 de Novembro de 1978, a Declarao da UNESCO sobre as Responsabilidades das Geraes Presentes para com as Geraes Futuras, de 12 de Novembro de 1997, a Declarao Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, de 2 de Novembro de 2001, o Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comrcio (TRIPS) anexo ao Acordo de Marraqueche, que estabelece a Organizao Mundial do Comrcio, que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1995, a Declarao de Doha sobre o Acordo de TRIPS e a Sade Pblica, de 14 de Novembro de 2001, e outros instrumentos internacionais relevantes adotados pela Organizao das Naes Unidas e pelas agncias especializadas do sistema da Organizao das Naes Unidas, em particular a Organizao para a Alimentao e a Agricultura da Organizao das Naes Unidas (FAO) e a Organizao Mundial da Sade (OMS),Observando, ainda,instrumentos internacionais e regionais no campo da biotica, inc1uindo a Conveno para a Proteo dos Direitos Humanos e da Dignidade do Ser Humano com respeito s Aplicaes da Biologia e da Medicina: Conveno sobre Direitos Humanos e Biomedicina do Conselho da Europa, adotada em 1997 e que entrou em vigor em 1999e seus protocolosadicionais, bem como legislao e regulamentaes nacionais no campo da biotica, cdigos internacionais e regionais de conduta, diretrizes e outros textos no campo da biotica, tais como a Declarao de Helsinque, da Associao Mdica Mundial, sobre Princpios ticos para a Pesquisa Biomdica Envolvendo Sujeitos Humanos, adotada em 1964 e emendada em 1975, 1989, 1993, 1996, 2000 e 2002, e as Diretrizes ticas Internacionais para Pesquisas Biomdicas Envolvendo Seres Humanos, do Conselho para Organizaes Internacionais de Cincias Mdicas, adotadas em 1982 e emendadas em 1993 e 2002;Reconhecendoque a presente Declarao deve ser interpretada de modo consistente com a legislao domstica eo direitointernacional, em conformidade com as regras sobre direitos humanos;Tendo presentea Constituio da UNESCO, adotada em 16 de Novembro de 1945,Considerandoo papel da UNESCO na identificao de princpios universais baseados em valores ticos compartilhados para o desenvolvimento cientfico e tecnolgico e a transformao social, de modo a identificar os desafios emergentes em cincia e tecnologia, levando em conta a responsabilidade da gerao presente para com as geraes futuras e que as questes da biotica,quenecessariamente possuem uma dimenso internacional,devemser tratadas como um todo, inspirando-se nos princpios j estabelecidos pela Declarao Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos e pela Declarao Internacional sobre os Dados Genticos Humanos e levando em conta no somente o atual contexto cientfico, mas tambm desenvolvimentos futuros,Conscientede que os seres humanos so parte integrante da biosfera, com um papel importante na proteo um do outro e das demais formas de vida, em particular dos animais,Reconhecendo, com base na liberdade da cincia e da pesquisa, que os desenvolvimentos cientficos e tecnolgicos tm sido e podem ser de grande benefcio para a humanidadeinter aliano aumento da expectativa e na melhoria da qualidade de vida, e enfatizando que tais desenvolvimentos devem sempre buscar promover o bem-estar dos indivduos, famlias, grupos ou comunidades e da humanidade como um todo no reconhecimento da dignidade da pessoa humana e norespeito universale observncia dos direitos humanos e das liberdades fundamentais,Reconhecendoque a sade no depende unicamente dos desenvolvimentos decorrentes das pesquisas cientficas e tecnolgicas, mas tambm de fatores psico-sociais e culturais,Reconhecendo, ainda,que decises sobre questes ticas na medicina,nascincias da vida enastecnologias associadas podem ter impacto sobre indivduos, famlias, grupos ou comunidades e sobre a humanidade como um todo,Tendo presenteque a diversidade cultural, como fonte de intercmbio, inovao e criatividade, necessria aos seres humanos e, nesse sentido,constituipatrimnio comum da humanidade, enfatizando,contudo, queestano pode ser invocada custa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais,Tendo igualmente presenteque a identidade de um indivduo inclui dimenses biolgicas, psicolgicas, sociais, culturais e espirituais,Reconhecendoque condutas cientficas e tecnolgicas antiticas j produziram impacto especfico em comunidades indgenas e locais,Convencidade que a sensibilidade moral e a reflexo ticadevemser parte integrante do processo de desenvolvimento cientfico e tecnolgico e de que a biotica deve desempenhar um papel predominante nas escolhas que precisam ser feitassobre asquestes que emergem de tal desenvolvimento,Considerandoo desejo de desenvolver novos enfoques relacionados responsabilidade social de modo a assegurar que o progresso da cincia e da tecnologia contribua para a justia, a eqidade e para o interesse da humanidade,Reconhecendoque conceder ateno posio das mulheres uma forma importante de avaliar as realidades sociais e alcanar eqidade,Dando nfase necessidade de reforar a cooperao internacional no campo da biotica, levando particularmente em considerao as necessidades especficas dos pases em desenvolvimento, das comunidades indgenas e das populaes vulnerveis,Considerandoque todos os seres humanos, sem distino,devemse beneficiar dos mesmos elevados padres ticos na medicina e nas pesquisas em cincias da vida,Proclamaos princpios a seguir eadotaa presente Declarao.DISPOSIES GERAISArtigo 1 Escopoa)A Declarao trata das questes ticas relacionadas medicina, s cincias da vida e s tecnologias associadas quando aplicadas aos seres humanos, levando em conta suas dimenses sociais, legais e ambientais.b)A presente Declarao dirigida aos Estados. Quando apropriado e pertinente, ela tambm oferece orientao para decises ou prticas de indivduos, grupos, comunidades, instituies e empresas pblicas e privadas.Artigo 2 ObjetivosOs objetivos desta Declarao so:(i)prover uma estrutura universal de princpios e procedimentos para orientar os Estados na formulao de sua legislao, polticas ou outros instrumentos no campo da biotica;(ii)orientar as aes de indivduos, grupos, comunidades, instituies eempresaspblicas e privadas;(iii)promover o respeito pela dignidade humana e proteger os direitos humanos, assegurando o respeito pela vida dos seres humanos e pelas liberdades fundamentais,de formaconsistente com a legislao internacional de direitos humanos;(iv)reconhecer a importncia da liberdade da pesquisa cientfica e os benefcios resultantes dos desenvolvimentos cientficos e tecnolgicos, evidenciando, ao mesmo tempo, a necessidade de que tais pesquisas e desenvolvimentos ocorram conforme os princpios ticos dispostos nesta Declarao e respeitem a dignidade humana, os direitos humanos e as liberdades fundamentais;(v)promover o dilogo multidisciplinar e pluralstico sobre questes bioticas entre todos os interessados e na sociedade como um todo;(vi)promover o acesso eqitativo aos desenvolvimentos mdicos, cientficos e tecnolgicos, assim como a maiordifusopossvel e o rpido compartilhamento de conhecimento relativo a tais desenvolvimentos e a participao nos benefcios, com particular ateno s necessidades de pases em desenvolvimento;(vii)salvaguardar e promover os interesses das geraes presentes e futuras; e(viii)ressaltar a importncia da biodiversidade e sua conservao como uma preocupao comum da humanidade.PRINCPIOSConforme a presente Declarao, nas decises tomadas ou prticas desenvolvidas por aqueles a quem ela dirigida, devem ser respeitados os princpios a seguir.Artigo 3 Dignidade Humana e Direitos Humanosa)A dignidade humana, os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser respeitados em sua totalidade.b)Os interesses e o bem-estar do indivduo devem ter prioridade sobre o interesse exclusivo da cincia ou da sociedade.Artigo 4 Benefcio e DanoOs benefcios diretos e indiretos a pacientes, sujeitos de pesquisa e outros indivduos afetados devem ser maximizados e qualquer dano possvel a tais indivduos deve ser minimizado, quando se trate da aplicao e do avano do conhecimento cientfico, das prticas mdicas e tecnologias associadas.Artigo 5 Autonomia e Responsabilidade IndividualDeve ser respeitada a autonomia dos indivduos para tomar decises, quando possam ser responsveis por essas decises e respeitem a autonomia dos demais. Devem ser tomadas medidas especiais para proteger direitos e interesses dos indivduos no capazes de exercer autonomia.Artigo 6 Consentimentoa)Qualquer interveno mdica preventiva, diagnstica e teraputica s deve ser realizada com o consentimento prvio, livre e esclarecido do indivduo envolvido, baseado em informao adequada. O consentimentodeve, quando apropriado, ser manifesto e poderser retirado pelo indivduo envolvido a qualquer momento e por qualquer razo, sem acarretar desvantagem ou preconceito.b)A pesquisa cientfica s deve ser realizada com o prvio, livre, expresso e esclarecido consentimento do indivduo envolvido. A informao deve ser adequada, fornecida de uma forma compreensvel e incluir os procedimentos para a retirada do consentimento. O consentimento pode ser retirado pelo indivduo envolvido a qualquer hora e por qualquer razo, sem acarretar qualquer desvantagem ou preconceito. Excees a este princpio somentedevemocorrer quando em conformidade com os padres ticos e legais adotados pelos Estados, consistentes com as provises da presente Declarao, particularmente com o Artigo 27 e com os direitos humanos.c)Em casos especficos de pesquisas desenvolvidas em um grupo de indivduos ou comunidade, um consentimento adicional dos representantes legais do grupo ou comunidade envolvida pode ser buscado. Em nenhum caso, o consentimento coletivo da comunidade ou o consentimento de um lder da comunidade ou outra autoridade deve substituir o consentimento informado individual.Artigo 7 Indivduos sem a Capacidade para ConsentirEm conformidade com a legislao, proteo especial deve ser dada a indivduos sem a capacidade para fornecer consentimento:a)a autorizao para pesquisa e prtica mdica deve ser obtida no melhor interesse do indivduo envolvido e de acordo com a legislao nacional. No obstante, o indivduo afetadodeveser envolvido, na medida do possvel, tanto no processo de deciso sobreconsentimento assim como sua retirada;b)a pesquisa s deve ser realizada para o benefcio direto sade do indivduo envolvido, estando sujeita autorizao e s condies de proteo prescritas pela legislao ecaso no hajanenhuma alternativa de pesquisa de eficcia comparvel que possa incluir sujeitos de pesquisa com capacidade para fornecer consentimento. Pesquisas sem potencial benefcio direto sade s devem ser realizadas excepcionalmente, com a maior restrio, expondo o indivduo apenas a risco e desconforto mnimos e quando se espera que a pesquisa contribua com o benefcio sade de outros indivduos na mesma categoria, sendo sujeitas s condies prescritas por lei e compatveis com a proteo dos direitos humanos do indivduo. A recusa de tais indivduos em participar de pesquisas deve ser respeitada.Artigo 8 Respeito pela Vulnerabilidade Humana e pela Integridade IndividualA vulnerabilidade humana deve ser levada em considerao na aplicao e no avano do conhecimento cientfico, das prticas mdicas e de tecnologias associadas. Indivduos e grupos de vulnerabilidade especfica devemser protegidos e a integridadeindividual de cada um deve ser respeitada.Artigo 9 Privacidade e ConfidencialidadeA privacidade dos indivduos envolvidos e a confidencialidade de suas informaes devem ser respeitadas.Com esforo mximo possvel de proteo, tais informaes no devem ser usadas ou reveladas para outros propsitos que no aqueles para os quais foram coletadas ou consentidas, em consonncia com o direito internacional, em particular com a legislao internacional sobre direitos humanos.Artigo 10 Igualdade, Justia e EqidadeA igualdade fundamental entre todos os seres humanos em termos de dignidade e de direitos deve ser respeitada de modo que todos sejam tratados de forma justa e eqitativa.Artigo 11 No-Discriminao e No-EstigmatizaoNenhum indivduo ou grupo deve ser discriminado ou estigmatizado por qualquer razo, o queconstituiviolao dignidade humana, aos direitos humanos e liberdades fundamentais.Artigo 12 Respeito pela Diversidade Cultural e pelo PluralismoA importncia da diversidade cultural e do pluralismo deve receber a devida considerao. Todavia, tais consideraes no devem ser invocadas para violar a dignidade humana, os direitos humanos e as liberdades fundamentais nem os princpios dispostos nesta Declarao, ou para limitar seu escopo.Artigo 13 Solidariedade e CooperaoA solidariedade entre os seres humanos e cooperao internacional para este fim devem ser estimuladas.Artigo 14 Responsabilidade Social e Sadea)A promoo da sade e do desenvolvimento social para asua populao objetivo central dos governos, partilhado por todos os setores da sociedade.b)Considerando que usufruir o mais alto padro de sade atingvel um dos direitos fundamentais de todo ser humano, sem distino de raa, religio, convico poltica, condio econmica ou social, o progresso da cincia e da tecnologia deve ampliar:(i)o acesso a cuidados de sade de qualidade e a medicamentos essenciais, incluindo especialmente aqueles para a sade de mulheres e crianas,uma vez quea sade essencial vida em si e deve ser considerada como um bem social e humano;(ii)o acesso a nutrio adequada e gua de boa qualidade;(iii)a melhoria das condies de vida e do meio ambiente;(iv)a eliminao da marginalizao e da excluso de indivduos por qualquer que seja o motivo; e(v)a reduo da pobreza e do analfabetismo.Artigo 15 Compartilhamento de Benefciosa)Os benefcios resultantes de qualquer pesquisa cientfica e suas aplicaes devem ser compartilhados com a sociedade como um todo e,no mbito dacomunidade internacional, em especial com pases em desenvolvimento. Para dar efeito a esse princpio, os benefcios podem assumir quaisquer das seguintes formas:(i)ajuda especial e sustentvel e reconhecimento aos indivduos e grupos que tenham participado de uma pesquisa;(ii)acesso a cuidados de sade de qualidade;(iii)oferta de novas modalidades diagnsticas e teraputicas ou de produtos resultantes da pesquisa;(iv) apoio a servios de sade;(v) acesso ao conhecimento cientfico e tecnolgico;(vi) facilidades para gerao de capacidade em pesquisa; e(vii) outras formas de benefcio coerentes com os princpios dispostos na presente Declarao.b)Os benefcios no devem constituir induo inadequada para estimular a participao em pesquisa.Artigo 16 Proteo das Geraes FuturasO impacto das cincias da vidasobregeraes futuras, incluindo sobre sua constituio gentica, deve ser devidamente considerado.Artigo 17 Proteo do Meio Ambiente, da Biosfera e da BiodiversidadeDevida ateno deve ser dada inter-relao de seres humanoscomoutras formas de vida, importncia do acesso e utilizao adequada de recursos biolgicos e genticos, ao respeito pelo conhecimento tradicional e ao papel dos seres humanos na proteo do meio ambiente, da biosfera e da biodiversidade.APLICAO DOS PRINCPIOSArtigo 18 Tomada de Deciso e o Tratamento de Questes Bioticasa)Devem ser promovidos o profissionalismo, a honestidade, a integridade e a transparncia na tomada de decises, em particular na explicitao de todos os conflitos de interesse e no devido compartilhamento do conhecimento. Todo esforo deve ser feito para a utilizao do melhor conhecimento cientfico e metodologia disponveis no tratamento e constante reviso das questes bioticas.b)Os indivduos e profissionais envolvidos e a sociedade como um todo devem estarincludos regularmente num processo comum de dilogo.c)Deve-se promover oportunidades para o debate pblico pluralista, buscando-se a manifestao de todas as opinies relevantes.Artigo 19 Comits de ticaComits de tica independentes, multidisciplinares e pluralistasdevem ser institudos, mantidos e apoiados em nvel adequado com o fim de:(i)avaliar questes ticas, legais, cientficas e sociais relevantes relacionadas a projetos de pesquisa envolvendo seres humanos;(ii) prestar aconselhamento sobre problemas ticos em situaes clnicas;(iii) avaliar os desenvolvimentos cientficos e tecnolgicos, formular recomendaes e contribuir para a elaborao de diretrizes sobre temas inseridos no mbito da presente Declarao; e(iv) promover o debate, a educao, a conscientizao do pblico e o engajamento com a biotica.Artigo 20 Avaliao e Gerenciamento de RiscosDeve-se promover a avaliao e o gerenciamento adequado de riscos relacionados medicina, s cincias da vida e s tecnologias associadas.Artigo 21 Prticas Transnacionaisa)Os Estados, as instituies pblicas e privadas, e os profissionais associados a atividades transnacionais devem empreender esforos para assegurar que qualquer atividade no escopo da presente Declarao que seja desenvolvida, financiada ou conduzida de algum modo, no todo ou em parte, em diferentes Estados, seja coerente com os princpios da presente Declarao.

b)Quando a pesquisa for empreendida ou conduzida em um ou mais Estados [Estado(s) hospedeiro(s)]e financiada por fonte de outro Estado, tal pesquisa deve ser objeto de um nvel adequado de reviso tica no(s) Estado(s) hospedeiro(s) e no Estado no qual o financiador est localizado. Esta reviso deve ser baseada em padres ticos e legais consistentes com os princpios estabelecidos na presente Declarao.c)Pesquisa transnacional em sade deve responder s necessidades dos pases hospedeiros e deve ser reconhecida sua importncia na contribuio para a reduo de problemas de sade globais urgentes.d)Na negociao de acordos para pesquisa, devem ser estabelecidos os termos da colaborao e a concordncia sobre os benefcios da pesquisa com igualparticipao de todas as partes na negociao.e)Os Estados devem tomar medidas adequadas, em nveis nacional e internacional, para combater o bioterrorismo e o trfico ilcito de rgos, tecidos, amostras, recursos genticos e materiais genticos.PROMOO DA DECLARAOArtigo 22 Papel dos Estadosa)Os Estados devem tomartodas as medidas adequadas de carter legislativo, administrativo ou de qualquer outra natureza, de modo a implementar os princpios estabelecidos na presente Declarao e em conformidade como direitointernacional e com os direitos humanos. Tais medidas devem ser apoiadas por aes nas esferas da educao, formao e informao ao pblico.b)Os Estados devem estimular o estabelecimento de comits de tica independentes, multidisciplinares e pluralistas, conforme o disposto no Artigo 19.Artigo 23 Informao, Formao e Educao em Bioticaa)De modo a promover os princpios estabelecidos na presente Declarao e alcanar uma melhor compreenso das implicaes ticas dosavanoscientficos e tecnolgicos, em especial para os jovens, os Estados devem envidar esforos para promover a formao e educao em biotica em todos os nveis, bem como estimular programas de disseminao de informao e conhecimento sobre biotica.b)Os Estados devem estimular a participao de organizaes intergovernamentais, internacionais e regionais e de organizaes no-governamentais internacionais, regionais e nacionais neste esforo.Artigo 24 Cooperao Internacionala) Os Estados devem promover a disseminao internacional da informao cientfica e estimular a livre circulao e o compartilhamento do conhecimento cientfico e tecnolgico.b)Ao abrigo da cooperao internacional, os Estados devem promover a cooperao cultural e cientfica e estabelecer acordos bilaterais e multilaterais que possibilitem aos pases em desenvolvimento construir capacidade de participao na gerao e compartilhamento do conhecimento cientfico,doknow-howrelacionado e dos benefcios decorrentes.c)Os Estados devem respeitar e promover a solidariedade entre Estados, bem como entre indivduos, famlias, grupos e comunidades, com ateno especial para aqueles tornados vulnerveis por doena ou incapacidade ou por outras condies individuais, sociais ou ambientais e aqueles indivduos com maior limitao de recursos.Artigo 25 Ao de Acompanhamento pela UNESCOa)A UNESCO promover e disseminar os princpios da presente Declarao. Para tanto, a UNESCO buscar apoio e assistncia do Comit Intergovernamental de Biotica (IGBC) e do Comit Internacional de Biotica (IBC).b)A UNESCO reafirmar seu compromisso em tratar de biotica e em promover a colaborao entre o IGBC e o IBC.CONSIDERAES FINAISArtigo 26 Inter-relao e Complementaridade dos PrincpiosA presente Declarao deve ser considerada emsua totalidade e seus princpios devem ser compreendidos como complementares e inter-relacionados. Cada princpio deve serinterpretado nocontexto dos demais, de forma pertinente e adequada a cada circunstncia.Artigo 27 Limitaes Aplicao dos PrincpiosSe a aplicao dos princpios da presente Declarao tiver que ser limitada, tal limitao deve ocorrer em conformidade com a legislao, incluindo a legislao referente aos interesses de segurana pblica para a investigao,constataoe acusao por crimes, para a proteo da sade pblica ou para a proteo dos direitos e liberdades de terceiros. Quaisquer dessas legislaes devem ser consistentes com a legislao internacional sobre direitos humanos.Artigo 28 Recusa a Atos Contrrios aos Direitos Humanos, s Liberdades Fundamentais e Dignidade HumanaNada nesta Declarao pode ser interpretado como podendo ser invocado por qualquer Estado, grupo ou indivduo, para justificar envolvimento em qualquer atividade ou prtica de atos contrrios aos direitos humanos, s liberdades fundamentais e dignidade humana.

[1]Adotada por aclamao em 19 de outubro de 2005 pela 33a. Sesso da Conferncia Geral da UNESCO

4 aulaPRINCPIOS FUNDAMENTAIS DIGNIDADE HUMANA

Na anlise de tema, cabe ressaltar o que se entende por dignidade humana:1) Conceito:

Dignidade uma palavra que possui diversos significados, mas normalmente correlata a merecimento tico, em razo de um status social ou de condutas baseadas na honestidade e honradez. uma atribuio outrogada a quem seja merecedor. A dignidade essencialmente um atributo da pessoa humana pelo simples fato de algum "ser humano, se tornando automaticamente merecedor de respeito e proteo, no importando sua origem, raa, sexo, idade, estado civil ou condio scio-econmica.Na verdade referido princpio trata-se de umaclusula aberta, umafrmula lgica abstratacujo contedo ser preenchido concretamente a partir de certas circunstncias de tempo, lugar e desenvolvimento histrico-cultural em cada coletividade. A dignidade da pessoa humana possui uma identificaoexterna, como um direito natural, um direito humano, um direito fundamental e um princpio de hermenutica. um valor que orienta todos os demais princpios, direitos, deveres e atos, tornando-se assim a pedra angular de todos os direitos naturais, do Homem, humanos, fundamentais.http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14054

2) Quando comea:a) A teoria concepcionista sustenta que os direitos desde a concepo do zigoto at sua transformao em embrio feto vivel e que, garantidas as condies naturais pode haver o desenvolvimento condio humana plena.Desse modo, a Constituio e o Cdigo Civil Brasileiro garantem a integridade de tal ser humano, o seu direito de evoluir, protegido do engenho humano contrrio, da condio de vida humana em potencial vida humana de fato.

Essa teoria adotada pela artigo 2 do Cdigo Civil, que dispe: A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida, mas a lei pe a salvo, desde a concepo os direitos do nascituro. (BRASIL, 2002).

Com esse entendimento, se observa que as propriedades caractersticas da pessoa humana, ou seja, todo o material gentico, j esto presentes no embrio, em estado de latncia. Assim, nota-se que o embrio j considerado ser humano com vida prpria, garantindo o ordenamento jurdico tutela do embrio e do nascituro.b) Teoria da nidao: Segundo essa corrente com o fenmeno da nidao o embrio adquire vida. Assim, pela implantao que o ovo adquire viabilidade e determina o estado gravdico da mulher. Isto posto, antes da nidao apenas havia um aglomerado de clulas que constituiria posteriormente os alicerces do embrio. Completa Scarparo (1991, p. 42): No seria vivel falar de vida humana enquanto o blastcito ainda no conseguiu a nidao, o que se daria somente no stimo dia, quando passa a ser alimentado pela me. Todavia, a teoria em baila defendida por vrios ginecologistas, dentre eles Joaquim Toledo Lorentz, que utilizam o argumento de que o embrio fecundado em laboratrio morre se no for implantado no tero de uma mulher, no possuindo, portanto, relevncia jurdica. Como o incio da vida ocorre com a implantao e nidao do ovo no tero materno, no h nenhuma vida humana em um embrio fertilizado em laboratrio e, portanto no precisa de proteo como pessoa humana.c) TEORIA GRADUALISTA OU DESENVOLVIMENTISTA: Para esta doutrina, no incio de seu desenvolvimento o ser humano passa por uma srie de fases: pr embrio, embrio e feto. Sendo que, em cada fase o novo ente em formao apresenta caractersticas diversas.Salienta essa teoria que no h vida humana desde a concepo e o embrio, ainda, no tem carter humano, sendo comparado a um mero aglomerado celular.Sobre essa teoria, explica Meirelles (2000, p. 114): Entendem os adeptos da referida eoria, que o embrio humano, nas etapas iniciais do seu desenvolvimento, no apresenta ainda caracteres suficientes a individualiz-lo e, desse modo, identific-lo como pessoa.Destarte para os desenvolvimentistas a vida humana vai merecer respeito medida de seu desenvolvimento, devendo ele ser gradativo e conforme o desenvolvimento embrionrio e fetal.Para Warnock necessrio distinguir os diferentes estgios do desenvolvimento do embrio. (WARNOCK, 2003). No mesmo sentido, Frydman, Green, entre outros (FRYDMAN, 1999).d) TEORIA DAS PRIMEIRAS ATIVIDADES CEREBRAIS: Diante disso, se a vida acaba quando o crebro pra, seria lcito supor que ela s comea quando o crebro se forma. Este o pensamento dos defensores da corrente das primeiras atividades cerebrais. Lus Roberto Barrososalienta:Se a vida humana se extingue, para a legislao vigente, quando o sistema nervoso pra de funcionar, o incio da vida teria lugar apenas quando este se formasse, ou, pelo menos, comeasse a se formar. E isso ocorre por volta do 14 dia aps a fecundao, com a formao da chamada placa neural (BARROSO, 2006, p.27).Tambm adepta a essa teoria, a vice-presidente da seccional paulista da Ordem de Advogados do Brasil, Mrcia Regina Machado Melar[2], relata: A vida no ser humano existe somente se as funes cardacas e cerebrais esto em funcionamento simultneo e regular. Sob esta tica, no basta a pessoa estar com o corao batendo para dizer que est viva [...].[...] ao contrrio, a Lei de Transplante de rgos declara morta a pessoa que, mesmo com atividade cardaca, tem constatada a sua morte enceflica.Esse critrio para a definio do momento da morte, para fins de doao de rgos, absolutamente pragmtico, deve servir deorientao para a definio do incio da vida, em termos legais. Nesse sentido, o embrio humano, ainda sem atividade enceflica, pode ser utilizado para pesquisas em prol de outras vidas humanas.Todavia, no bojo dessa teoria h uma grande discusso no que tange ao exato momento em que se daria a formao enceflica no feto, j que a doutrina no unnime nesse lapso temporal.Para alguns cientistas, como por exemplo Paul MacLeans[3], dizem haver sinais cerebrais na 8 semana e que, partir desse momento, o feto j teria as feies faciais mais ou menos definidas, e um circuito bsico de 3 neurnios. Em uma pesquisa cientfica realizada pela Revista Super Interessante[4]salientou-se que Vida quando acontece a fecundao. Isso significa dizer que cerca de metade dos seres humanos morre nos primeiros dias, j que muito comum o embrio no conseguir se fixar na parede do tero, sendo expelido naturalmente pelo corpo. Vida o oposto de morte e ento ela se inicia quando comeam as atividades cerebrais, por volta do 2 ms de gestao. A segunda hiptese aponta para a 20 semana, quando a mulher consegue sentir os primeiros movimentos do feto, nessa fase que o tlamo, a central de distribuio de sinais sensoriais dentro do crebro, est pronto.e) TEORIA NATALISTA: A teoria em apreo parte do pressuposto que a aquisio da personalidade opera-se partir do nascimento com vida.O nascituro no ainda pessoa, no um ser dotado de personalidade jurdica. Os direitos que se lhe reconhecem permanecem em estado potencial. Se nasce e adquire personalidade, integram-se na sua trilogia essencial, sujeito, objeto e relao jurdica; mas, se se frustrao, o direito no chega a constituir-se, e no h falar, portanto, em reconhecimento de personalidade ao nascituro, nem se admitir que antes do nascimento j ele sujeito de direito (PEREIRA, 2001, p.79).Partindo do entendimento do autor citado acima, seria razovel compreender que, o embrio, no sendo considerado pessoa possui mera expectativa de direito.Destarte, segundo essa teoria, a personalidade da pessoa tem incio a partir do parto, desde que nascido com vida. Assim, o nascituro seria um ser em potencial e com expectativas de direitos, pois para que tenha os direitos que lhe so reservados ainda em sua existncia intra-uterina, necessrio que nasa com vida.http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13108&revista_caderno=6

Apesar do embrio, para a maioria das correntes, no ser tido como ente com dignidade humana, seus direitos tambm so resguardados:Artigo. 5 da CF. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos seguintes termos;O artigo 2 do Cdigo Civil de 2002 expe: A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro.A Lei no 8.560/1992, em seu artigo 7, assegura ao nascituro o direito a alimentos provisionais ou definitivos do reconhecido, que deles necessitar: Sempre que na sentena de primeiro grau se reconhecer a paternidade, nela se fixaro os alimentos provisionais ou definitivos do reconhecido que deles necessite..http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8272/Direitos-do-nascituro-e-do-embriaoReconhece-se, ainda, a proteo do nascituro no Direito do Trabalho, quando garante a estabilidade da me durante e ps gestao.

PROGRAMAI. tica. Biotica. Biodireito. 1.1. Conceitos. Princpios. Contedo. 2. Direitos humanos fundamentais. Principio da dignidade humana. 2.1. Direitos da personalidade. Biotecnologia. Biomtrica. 3. Direito a vida. 3.1. Inicio da vida. Condio jurdica do embrio e do nascituro. Aborto. Reproduo humana assistida. Repercusses nas relaes familiares e sucess6rias. 3.2. Direito a sade. Direito a integridade fsica e psiquica. Sade pblica e vigilncia sanitria. C6digo de tica Mdica e direitos do paciente. Informao gentica e direito ao sigilo. Sexualidade, intersexualidade e transexualidade. 3.3. Direito ao corpo e as partes do corpo. Doao e transplante de rgos, tecidos e clulas. Limite do sofrimento humano, recusa a tratamento e direito a morte digna. Formas de alienao da vida: eutansia, ortotansia e suicdio assistido. Testamento vital. Clonagem. Pesquisa e utilizao de clulas-tronco. 4. Engenharia gentica ambiental. Impacto ambiental provocado pela biotecnologia. Biodiversidade e patrimnio gentico.