Ficta Confessio – Capitulo 00 – Prólogo, Nomina

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Inicio do livro criado por mim, Rodrigo Castello, sobre um novo mundo mágico, onde tecnologia e fantasia se misturam.Com uma pegada quase Final Fantasy, a origem desse novo universo é contada nesse capítulo 0.Todos os direitos reservados.

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Ficta Confessio Capitulo 00 Prlogo, Nomina

Da formao dos Reinos

Na poca dos nmades, onde a informao era passada em forma de canes feitas pelos ancios e cantadas aos mais jovens, apenas uma terra era conhecida. Aeterum era uma ilha de belas dimenses, que tomava um ms inteiro de viajem andando de ponta a ponta, parando apenas para descansar. Sua beleza era dividida entre a natureza intocada e monumentos feitos pelas mos dos homens, as pessoas sabiam respeitar a natureza e os avanos dos homens se mesclavam ao espao natural, no era incomum encontrar moradias onde as paredes e os troncos se juntavam. Os anos se passaram, algumas tribos nmades cresceram mais que as outras, descobriram a agricultura e foram se estabelecendo, assim um novo modo de organizao social foi imposto, feudos foram criados a partir da juno das tribos e Aeterum foi tomada como reino. Apesar de no ter nenhum soberano comandando os feudos, o convvio era exemplar e pouqussimas foram as batalhas que se passaram em seu territrio. Com o tempo, feudos comearam a se unir e alguns se destacaram. Quando o equilbrio se estabeleceu poucos sobraram e dentre eles, cinco se destacavam e seus lderes comearam a ser chamados de Grandes Senhores. Eram eles: Ebrain, o justo; Baltar, o bravo; Obdias, o protetor; Irato, o terrvel e Gaia, a generosa, todos se respeitavam.Ebrain comandava o feudo que tomava o meio de Aeterum e possuia rotas comerciais com todos os outros, embora no fosse o maior deles, era o mais bem sucedido e bem afortunado. Baltar era lder do maior exrcito de todo o reino, seu feudo ensinava a arte da batalha para qualquer um que se dedicasse aos ensinamentos e mostrasse valor, considerava seu exrcito como uma fora de defesa e nunca o usou para atacar outros. Obdias ergueu enormes postos de observao e cercou seu pequeno feudo com grandes muralhas visando o bem estar de seus cidados, tornando-o assim, o mais seguro dentre os cinco. Irato foi o causador da maioria das batalhas de Aeterum, formou seu feudo conquistando os fracos e ficou conhecido por no tomar prisioneiros, era o mais odiado dos Grandes Senhores. Gaia foi a nica mulher dentre os cinco que conseguiu subir ao poder na poca, uma mulher de bela estatura e com marcantes cabelos cor de fogo, era conhecida no s por suas grandes habilidades diplomticas, e tambm por no temer nadal, em seu feudo no passava um dia sem ser vista andando pelas ruas certificando-se de que tudo estava bem.Porm, a morte de Irato se aproximava pelas mos de uma forte doena. Uma grande tenso se formou entre os outros Senhores e sua famlia. Seus dois filhos, o ainda garoto, Democles e a jovem e astuta Galdina desconfiavam que o feudo de seu pai seria tomado. Irato ainda resistiu alguns anos, mas quando foi levado pela doena, a paz se foi, Galdina tomou o poder e com medo de ser pega de surpresa pelo exrcito de algum feudo prximo, decidiu ser a primeira a atacar, declarou guerra e como o seu pai, comeou a tomar os feudos prximos. Essa ao causou pnico em toda Aeterum e vrios outros senhores resolveram aumentar seus territrios e assim comeou a maior guerra j vista. No foram necessrios muitos anos para que apenas os feudos dos Grandes Senhores restassem, pois eram os nicos com estrutura suficiente para aguentar tal guerra. Quando tudo terminou, Democles j havia se tornado um homem e resolveu que sua posio era muito pequena em comparao a da irm, que se tornara lder das terras de Irato. Com a fragilidade do feudo conseguiu reunir um exrcito e pela primeira vez os irmos se digladiaram para que as conquistas fossem divididas. Quando tudo se acalmou, os agora Seis se juntaram e resolveram passar a formar uma aliana, Aeterum foi dividida, fronteiras foram decididas, seis reinos foram estabelecidos e cada um recebeu o nome de seu Senhor. Com o entendimento mtuo foram caminhando para a paz e no houveram mais guerras, com o apoio um do outro eles se sustentavam.

Das descobertas ao Norte

Alm da prpria Aeterum, existiam mais duas ilhas conhecidas, uma ao norte de Gaia que era pequena e inexplorada, s possua uma cabana em seu centro e outra no meio da baia ao leste, onde se localiza o reino de Galdina. Porm, essas no eram as nicas terras, muitos j haviam se perguntado o que eram aquelas longnquas montanhas cinzentas vistas no infinito horizonte ao norte dos reinos e igualmente muitas foram as vidas perdidas na tentativa de alcanar tal terra, os barcos ainda no eram desenvolvidos o suficiente para passar pelas tormentosas guas que cercavam Aeterum, apenas pequenos barcos pesqueiros eram usados na baia para o sustento das famlias e venda de peixes. Ao decorrer dos anos, os reinos de Gaia e Galdina juntamente aprimoraram seus barcos para que enfim chegassem aonde nenhum humano jamais esteve. Muito tempo se passou at que comearam a enviar barcos para o reconhecimento das tais montanhas, depois de inmeros barcos partirem para nunca mais voltar, das torres de Gaia um foi avistado e ao chegar no porto, uma grande descoberta. Uma nova faixa de terra um pouco mais larga que Aeterum, foi encontrada e as montanhas continuavam em direo ao leste e pareciam ser s o comeo de muito o que estava por vir.Com a primeira expedio que havia voltado com seus tripulantes vivos, um longo tempo foi sucedido at a partida da segunda, novos recursos foram obtidos para a melhoria dos barcos que levariam os selecionados de cada reino. Exploradores vieram de Ebrain para desbravar os mistrios da nova regio, de Obdias foram mandados engenheiros para ajudar na construo de abrigo para os que l ficariam, os monges de Galdina reivindicaram seus lugares por um antigo acordo que dizia ser deles o direito de serem os primeiros a pisar em novo solo, de Gaia partiram os pesquisadores para catalogar e adquirir a sabedoria da nova terra, Democles acabou enviando de ultima hora alguns ferreiros para a assistncia geral e de Baltar vieram seus poderosos guerreiros para a proteo de todos.Assim partiu a primeira frota de reconhecimento e colonizao rumo ao novo mundo, apenas com uma promessa de que haveriam novos horizontes logo atrs daquelas montanhas, contempladas desde o tempo dos nmades. Ao desembarcar nas praias intocadas, descobriu-se uma passagem a oeste da cadeia de montanhas, que at ento pareciam cobrir o territrio inteiro. Logo na entrada dessa passagem foi erguida uma pequena colnia para os que no fossem desbravar as novas terras e aonde ficaram os barcos logo se ergueria um porto que viria a se tornar a principal conexo entre Aeterum. Por mais tempo ficaram parados, estudando a melhor maneira de se espalhar enquanto exploravam a grande plancie situada na parte central que aparecia logo depois da passagem e se estendia at o norte da ilha onde acabava em mais oceano, era tida como uma divisora das terras. A leste da plancie se enxergava uma densa floresta verde at onde a vista alcanava e a oeste o que parecia ser um infindvel deserto. Lux foi o nome dado a plancie e a colnia se mudou para seu centro, de onde mais tarde partiriam as expedies. Ao passo que alguns exploradores rumaram para a floresta, os monges seguiram pelas montanhas com um propsito desconhecido. As matas que cercavam Obdias sequer se comparavam a essa floresta, que possua as mais verdes folhas e uma flora extraordinariamente variada. Em seu ventre escondia um rio que teve suas margens tomadas como rumo e assim a floresta foi atravessada. Ao sair da mata que cobria at mesmo parte do cu de to densa que era, os exploradores deram de cara com um maravilhoso lago de guas da mais pura j provada, base de um largo vale que era o ponto de origem do rio que foi chamado de Jfar. Por l foi erguida uma colnia e metade dos exploradores voltaram a Lux para dividir suas descobertas.Em meio sculo, as duas colnias viraram pequenas cidades, os monges ocasionalmente apareciam, porm sua localizao ainda era um mistrio e enfim decidiu-se que o deserto seria desbravado. Um comboio de carroas partiu de Lux com grande quantidade de gua para manter os que se arriscariam no clima extremo. Seguindo pela encosta da cadeia oeste de montanhas, dias se seguiram at que chegassem a maior delas e ali montassem acampamento, pois uma grande sombra se formava na maior parte do dia e uma estranha cachoeira brotava dali, transformando aquela rea em um timo ponto de descanso. Depois de repor gua nos barris vazios, parte do grupo continuou a viagem para descobrir o fim do deserto. Quando chegaram ao final da cadeia de montanha, avistaram um tipo de torre de vigia, e logo foi descoberto onde os monges estavam. Essa torre era apenas a entrada de seus domnios, ao contornar as montanhas, os monges construram um esplndido templo virado para o mar, onde dedicavam suas oraes aos deuses de outrora. Continuando viagem, chegaram nas cercanias de um imenso vulco, essa regio era tomada por terras escuras que eram extremamente frteis devido a antigas aes vulcnicas. Vendo que nenhum perigo fora encontrado pelo trajeto, a maioria dos guerreiros resolveram se estabelecer por ali, pois para eles aquele era um bom lugar para se treinar, ento, comearam a levantar moradias e uma pequena parte dos que saram originalmente de Lux voltaram a cidade central.Duzentos anos haviam se passado desde que os reinos receberam os nomes de seus senhores e outros cem desde o comeo da colonizao at o retorno do oeste e a terra que ainda no tinha nome, passou a ser conhecida como Delphino. A rota comercial criada de Lux a Jfar obrigou que uma nova cidade fosse erguida no meio da floresta que tomou seu nome, assim nasceu a cidade de Eriksir. Como a parte central da floresta era formada na maioria por rvores ancis que no podiam ser derrubadas, elas acabaram sendo adaptadas para que as usassem de habitao, grandes bases foram instaladas em suas copas e muitos troncos foram esculpidos, formando grandes sales nas rvores que continuavam vivas. Jfar baseou seu crescimento no constante comrcio com Lux e Eriksir e o tudo o que se pudesse imaginar era encontrado nas plataformas que boiavam acima do grande lago. Na pequena ilha inabitada que ficava ao norte da floresta foram encontradas runas num timo estado de conservao, as construes eram feitas de um mrmore puramente branco que ainda mantinha seu brilho. Com o passar do tempo, a runa foi sendo reformada e virou a bela cidade de Obajara. Como especialistas s vinham de Aeterum, a nova ilha precisava de lugares para que novas mentes fossem lapidadas, assim a pequena ilha virou um distrito de escolas e em seu meio foi levantada uma grande torre para que muitos ensinassem e aprendessem, o que no futuro viria a se tornar o centro de ensino de todo o mundo, a Academia de Galatea. Com o frequente uso das reas vulcnicas para o treinamento dos guerreiros, fortificaes foram erguidas e centros de treinamento foram construdos e a pequena vila se transformou na cidade de Daichi que por demanda, recebeu grande parte dos ferreiros de Democles pois as montanhas daquela rea tambm eram ricas em matrias primas. As condies bastante rigorosas atraram muitos guerreiros de Baltar que buscavam aumentar suas foras. Mesmo que o osis de Saady tenha crescido e virado um grande palcio onde inmeros burgueses sempre iam a procura de uma nova maneira de gastar suas riquezas, o deserto continuou intocado por no ter sido to explorada quanto as outras partes, ou assim se pensa.Assim se encerra a chamada Era das Descobertas, onde do meio de uma nova terra, nasceu mais um grande reino, Delphino e Aeterum viraram naes irms e a cada ano que se passava, mais fcil era o acesso entre as ilhas com embarcaes cada vez maiores e mais sofisticadas. As cidades foram crescendo, novos recursos foram desenvolvidos, a comunicao j era mais fcil, o transporte mais rpido e a mecanizao ajudou no trabalho dos homens, tudo era muito mais simples. Quinhentos anos se passaram desde que o ano zero fora marcado com a juno dos Seis e a calmaria estava vendo seu fim.