7
FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc. VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações baseadas na mitologia . Inicialmente, não existia separação entre filosofia e ciência . QUESTÕES DA FILOSOFIA É correto mentir em determinadas circunstâncias? A beleza é invisível aos olhos? O que significa conhecer ? Etc. Estas questões são respondidas pela: “Filosofia espontânea”: sabedoria popular. Filosofia sistemática: recorre à argumentação crítica rigorosa e racional. A FILOSOFIA É: O Estudo reflexivo, crítico e argumentativo dos conceitos , leis e teorias mais gerais e fundamentais acerca da realidade. Estes conceitos, leis e teorias estruturam o modo como vemos o mundo, as nossas crenças. A filosofia é "a equação do pensamento e da realidade , numa dada fase do desenvolvimento daquele e num dado período do conhecimento desta" Antero de Quental (1842-1891) O QUE NOS LEVA A FILOSOFAR? O espanto , a admiração. A dúvida (metódica, provisória, a serviço da verdade). A autoconsciência da fragilidade e do sofrimento (por exemplo, em situações-limite). A vontade de comunicação autêntica. OBJETO DE ESTUDO: o que se estuda. MÉTODO: como se estuda. TEORIAS: resultados do estudo. O OBJETO DA FILOSOFIA Problemas fundamentais acerca do real como um todo, o real na sua totalidade . Procura ir aos fundamentos, à raiz , responder às questões mais radicais. DIMENSÕES DA FILOSOFIA Dimensão antropológica : trata de questões que preocupam o ser humano. Dimensão teórica : busca a essência, a verdade, de modo crítico e fundamentado. Dimensão prática : orienta-nos no mundo, ajuda a construir um mundo melhor.

FILOSOFIA 10.º ANO · 2020-02-02 · FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc.VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações

  • Upload
    others

  • View
    11

  • Download
    3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FILOSOFIA 10.º ANO · 2020-02-02 · FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc.VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações

FILOSOFIA10.º ANO

(Manual: Novos Contextos)

LRG

ORIGEM DA FILOSOFIA

Séc. VI AEC.

Grécia.

Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações baseadas

na mitologia.

Inicialmente, não existia separação entre filosofia e ciência.

QUESTÕES DA FILOSOFIA

É correto mentir em determinadas circunstâncias?

A beleza é invisível aos olhos?

O que significa conhecer?

Etc.

Estas questões são respondidas pela:

“Filosofia espontânea”: sabedoria popular.

Filosofia sistemática: recorre à argumentação crítica rigorosa e racional.

A FILOSOFIA É:

O Estudo reflexivo, crítico e argumentativo dos conceitos, leis e teorias mais gerais e fundamentais acerca da realidade.

Estes conceitos, leis e teorias estruturam o modo como vemos o mundo, as nossas crenças.

A filosofia é "a equação do pensamento e da realidade, numa dada fase do desenvolvimento daquele e num dado período do conhecimento desta"

Antero de Quental (1842-1891)

O QUE NOS LEVA A FILOSOFAR?

O espanto, a admiração.

A dúvida (metódica, provisória, a serviço da verdade).

A autoconsciência da fragilidade e do sofrimento (por exemplo, em situações-limite).

A vontade de comunicação autêntica.

OBJETO DE ESTUDO: o que se estuda.

MÉTODO: como se estuda.

TEORIAS: resultados do estudo.

O OBJETO DA FILOSOFIA

Problemas fundamentais acerca do real como um todo, o real na sua totalidade.

Procura ir aos fundamentos, à raiz, responder às questões mais radicais.

DIMENSÕES DA FILOSOFIA

Dimensão antropológica: trata de questões que preocupam o ser humano.

Dimensão teórica: busca a essência, a verdade, de modo crítico e fundamentado.

Dimensão prática: orienta-nos no mundo, ajuda a construir um mundo melhor.

Page 2: FILOSOFIA 10.º ANO · 2020-02-02 · FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc.VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações

O MÉTODO DA FILOSOFIA

CIÊNCIAS EMPÍRICAS (POR EXEMPLO, CIÊNCIAS DA NATUREZA):

Experimentação

MATEMÁTICA:Cálculos

FILOSOFIA:Argumentação racional, investigação conceptual, exercício reflexivo, discussão crítica.

MÉTODO SOCRÁTICO

Questionamento

Ironia

MaiêuticaDOUTA

IGNORÂNCIA

MÉTODO CARTESIANO

1. Duvidar;

2. Dividir os problemas (análise);

3. Ir do simples ao complexo (síntese);

4. Rever.

•Ontologia

•Lógica

•Axiologia

•Ética

•Filosofia social e política

•Gnosiologia

•Epistemologia

•Estética

•Filosofia da Religião

ÁREAS DA FILOSOFIAALGUMAS IDEIAS DOMINANTES DO SENSO COMUM

“A minha liberdade acaba onde começa a liberdade do próximo”

“As opiniões não se discutem”

“Governar um país é como gerir uma casa”

“A beleza é relativa, está nos olhos de quem a vê”

“Os políticos são todos iguais”

“No passado vivia-se melhor”

“Todas as regras tem uma exceção”

“Não se pode ter certezas”

QUESTÕES DA FILOSOFIA

1. O bem pode ser usado para o mal?

2. O que é a ciência?

3. O que seria uma sociedade justa?

4. Existem várias realidades?

5. O nada existe?

6. Os valores religiosos são mais importantes do que os valores políticos?

7. Será que Deus existe?

8. Será que as opiniões não se discutem?

9. Será que o “destino” existe?

10. Quais as regras de um argumento correto?

11. Qual é o valor mais importante? A honestidade ou a solidariedade?

12. Podemos conhecer tudo?

A “UTILIDADE” DA FILOSOFIA

A filosofia não é útil na produção de objetos nem apresenta resultados imediatos.

A filosofia contribui para a transformação da sociedade e de cada ser humano.

• A filosofia promove as seguintes competências:

• Capacidade de resolução de problemas

• Capacidade de comunicação

• Capacidade de persuasão

ANÁLISE DE TEXTOS FILOSÓFICOS

Os textos filosóficos são textos argumentativos (defendem uma tese).

Deve-se, portanto:

Indicar o tema e a tese; Explicitar as principais noções filosóficas; Salientar as articulações; Clarificar e avaliar os argumentos; Fundamentar, justificar, a nossa posição pessoal.

(ver as páginas 43-44 do manual)

LÓGICA

•Área da filosofia que estuda os argumentos

•Para avaliar se as conclusões derivam das premissas (para avaliar a validade ou força dos argumentos).

Page 3: FILOSOFIA 10.º ANO · 2020-02-02 · FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc.VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações

TERMOS, PROPOSIÇÕES E ARGUMENTOS

• Os termos (conceitos) têm uma extensão e uma compreensão.

• As proposições (juízos) podem ser verdadeiras ou falsas.

• Os argumentos (inferências, raciocínios) podem ser válidos ou inválidos, fortes ou fracos.

• Os termos (conceitos) têm uma extensão e uma compreensão.

• As proposições (juízos) podem ser verdadeiras ou falsas.

• Os argumentos (inferências, raciocínios) podem ser válidos ou inválidos, fortes ou fracos.

Indicadores típicos de conclusão

E por essa razão… Qualquer frase colocada a seguir a estes indicadores é a conclusão.

Ex.: Todos os animais que ladram são cães e por isso o animal que tenho em casa é um cão.

A proposição antes do indicadorpor isso é uma premissa.

A proposição a seguir é a conclusão.

Implícita está a outra premissa: Tenho em casa um animal que ladra.

Argumento:

Todos os animais que ladram são cães. Tenho em casa um animal que ladra.

Logo, o animal que tenho em casa é um cão.

Segue-se que…

Portanto…

Por isso…

Assim sendo…

Por conseguinte…

Daí que…

Consequentemente….

Assim…

O que mostra que…

Então...

Indicadores típicos de premissa

Porque... Qualquer frase colocadaa seguir a estes indicadores é uma premissa.

Ex.: O animal que tenho lá em casa é um cão, visto que é

um animal que ladra.

A proposição antes do indicadorvisto que é a conclusão. Implícita está a outra premissa:

Todos os animais que ladram são cães.

Todos os animais que ladram são cães.

Tenho em casa um animal que ladra.

Logo, tenho em casa um cão.

Ora...

Por causa de…

Devido a…

Pode inferir-se disto…

Considerando que…

Assumindo que…

Como…

Em virtude de…

Visto que…

Uma vez que…

Pois…

TIPOS DE ARGUMENTOS

DEDUTIVOS

Ex.: Os metais dilatam com o calor. O Bronze é um metal. Logo, o bronze dilatará com o calor.

INDUTIVOS

Ex.: O bronze dilata com o calor. O ferro dilata com o calor. O estanho dilata com o calor. Logo, todos os metais dilatam com o calor

Obs.: Os demais tipos de argumentos não-dedutivos têm, igualmente, caráter meramente probabilístico.

Verdade das proposições

Validade dos argumentos

Solidez dos argumentos

Cogência dos argumentos

PROBLEMAS FILOSÓFICOS

Exemplos:

“O problema do significado da liberdade”

“O problema da existência da liberdade”

“O problema da importância da liberdade”

“O problema da relação entre liberdade e responsabilidade”

No tratamento de um problema, devemos indicar a sua relação com

outros problemas mas não os devemos confundir

Page 4: FILOSOFIA 10.º ANO · 2020-02-02 · FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc.VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações

CONCEITOS

DEFINIÇÃO EXPLÍCITA

Diferença específica

Condições necessárias e suficientes

CARATERIZAÇÃO

Apresentam-se propriedades dos fenómenos

PROPOSIÇÕES

Apenas frases declarativas expressam proposições.

NÃO EXPRESSAM PROPOSIÇÕES:

Frases interrogativas;

Frases imperativas;

Frases exclamativas (que expressem desejos ou sentimentos).

As frases ambíguas devem ser evitadas, pois expressam mais do que uma proposição. As frases absurdas não expressam proposições.

PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS:

São proposições simples.

Podem ser do tipo A, E, I, O.

As proposições singulares comportam-se como as universais.

PROPOSIÇÕES CONDICIONAIS:

São proposições complexas.

Ex.: Se Carlos é português, então é europeu (Se P, então Q).

Estabelecem relação de consequência ou implicação.

É impossível que a primeira seja V e a segunda F.

O antecedente indica a condição SUFICIENTE, o consequente é a condição NECESSÁRIA.

PROPOSIÇÕES BICONDICIONAIS

ex.: Água é H2O

P se, e só se, Q

Tanto o antecedente como o consequente indicam condições suficientes e necessárias.

Estas proposições indicam que “Se P, então Q” e “Se Q, então P”.

Existe uma relação de equivalência.

TEORIAS

FORMULAR TEORIAS:

Enunciar uma frase declarativa com a resposta à questão.

As teorias mais conhecidas possuem, geralmente, um nome abreviado (geralmente acabado em “ismo”).

AVALIAR TEORIAS:

A teoria responde ao problema?

É consistente (as suas proposições podem ser todas simultaneamente verdadeiras)?

É mais plausível do que as alternativas?

ARGUMENTOS

TRABALHO PREPARATÓRIO:

Identificar a conclusão e a(s) premissa(s).

Explicitar as premissas implícitas (caso seja um entimema).

Colocar o argumento na ordem padrão.

AVALIAÇÃO DO ARGUMENTO:

Verificar a validade, a solidez e a cogência.

Falácias: argumentos incorretos inválidos (ou fracos) que aparentam ser válidos (ou fortes).

Argumentos Dedutivos

Não dedutivos Induções

Analogias

Argumentos de autoridade

Etc

ARGUMENTOSLógica:

Estuda os argumentos

Lógica formal:estuda as deduções

Aristotélica

Proposicional

Cálculo de Predicados

Lógica não formal:estuda os argumentos

não dedutivos (induções, analogias,

argumentos de autoridade, etc)

“Informal”

LÓGICAS

Observação: existe também a Lógica Dialética

LÓGICA PROPOSICIONALVARIÁVEIS

P, Q, R...

CONECTIVAS

Page 5: FILOSOFIA 10.º ANO · 2020-02-02 · FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc.VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações

TABELAS DE VERDADE

A B C D E F G H

V

V ___ V

V

V __ F

V

F __ V

V

F __ F

F

V __ V

F

V __ F

F

F __ V

F

F __ F

EQUIVALÊNCIA LÓGICA

Uma fórmula A é logicamente equivalente (≡) a uma fórmula B quando

A for consequência lógica de B

e

B for consequência lógica de A

Assim, A≡B se e somente se A↔B é uma tautologia

Exemplo:

Provar que (p → q) é equivalente a (¬p q)∨

INSPETOR DE CIRCUNSTÂNCIAS

Na lógica proposicional, para avaliar a validade de um argumento dedutivo, devemos analisar cada uma das combinações dos valores de verdade das premissas e conclusão, ou seja, cada uma das circunstâncias possíveis.

O argumento será considerado inválido se, em alguma das “linhas horizontais” da tabela de verdade,

as premissas forem verdadeiras (v)

e a conclusão for falsa (f).

Page 6: FILOSOFIA 10.º ANO · 2020-02-02 · FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc.VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações

ARGUMENTOS INDUTIVOS

por generalização:

Cada um dos cisnes observados até agora é branco.Logo, todos os cisnes são brancos.

por previsão:

Cada um dos cisnes observados até agora é branco.Logo, o próximo cisne que observarmos será branco.

FALÁCIAS INDUTIVAS

Quando um argumento por generalização se baseia num número reduzido de casos ou ignora contraexemplos conhecidos incorre na falácia da generalização

precipitada.

Quando a amostra utilizada para fazer a generalização não é representativa da diversidade de características do universo em questão, comete-se a falácia da amostra não

representativa.

ARGUMENTOS POR ANALOGIA

Num argumento por analogia partimos de um conjunto de semelhanças relevantes entre dois elementos para atribuir a um deles uma característica observada no outro

O fenómeno A tem as características x, y e z.

O fenómeno B tem as características x e y.

Logo, provavelmente, o fenómeno B terá a caraterística z.

FALÁCIA DA FALSA ANALOGIA

Num mau argumento por analogia

as semelhanças observadas não são relevantes para a característica em causa

e/ou existem diferenças relevantes entre os dois elementos da comparação que não estão a ser devidamente tidas em conta.

Um mau argumento por analogia é uma falácia

da falsa analogia

ARGUMENTOS DE AUTORIDADE

Num argumento de autoridade recorre-se à opinião de um especialista para reforçar a aceitação de uma determinada proposição.

Por exemplo:

O ministro das finanças considera que a redução do défice é impossível sem a reforma do Estado.

Logo, a reforma do Estado é urgente.

FALÁCIA DA FALSA AUTORIDADE

Um bom argumento de autoridade

identifica claramente as suas fontes;

cita autoridades que são reconhecidamente especialistas no assunto em questão;

não devem ser omitidas posições contrárias de outros especialistas no assunto.

Se esses critérios não forem satisfeitos, incorre-se na falácia da falsa autoridade.

OUTRAS FALÁCIAS INFORMAISPetição de princípio

Falso dilema

Apelo à ignorância

Ataque à pessoa (ad hominem)

Derrapagem

Espantalho

Falsa relação causal

Ad populum

Page 7: FILOSOFIA 10.º ANO · 2020-02-02 · FILOSOFIA 10.º ANO (Manual: Novos Contextos) LRG ORIGEM DA FILOSOFIA Séc.VI AEC. Grécia. Philos: amor / Sofia: sabedoria Superação das explicações