filosofia administração texto 2 COMO EVITAR FALÁCIAS

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  • 7/30/2019 filosofia administrao texto 2 COMO EVITAR FALCIAS

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 1

    COMO EVITAR FALCIAS

    Disponvel em http :// www .pucrs .br /gpt /falacias .php(acesso: 2 de agosto de 2012)

    Ai, palavras, ai, palavras,que estranha potncia a vossa! (...)

    A liberdade das almas,ai! com letras se elabora...E dos venenos humanossois a mais fina retorta:frgil, frgil como o vidro

    e mais que o ao poderosa!Reis, imprios, povos, tempos,pelo vosso impulso rodam...

    Ceclia Meireles -Romanceiro da Inconfidncia

    1. Introduo

    Cuidado com as palavras! Cuidado com o que voc ouve, l ouescreve. Voc no deve acreditar em tudo o que ouve ou l. Vocdeve ter habilidade para lidar com discursos, com textos, com o quelhe dizem, com argumentos que lhe apresentam nos debates do dia-a-dia. Deve distinguir o que o vulgo confunde. Deve ter critriospara aceitar ou rejeitar enunciados, argumentos, declaraes feitas.Muitas carecem de fundamentao.

    So ardilosas. Enganadoras. Fraudulentas. Falsas. Falaciosas.

    Como voc reagiria, por exemplo, aos enunciados abaixo? Quaisvoc aceitaria? Como voc argumentaria para rejeitar os que devemser rejeitados? Tente.

    1. Se eu abrir uma exceo para voc, deveria abrir tambm paraJoo. Se abrir para Joo, devo abrir para Andr. E para Marcostambm. Depois para Maria, Madalena, etc.

    2. Voc deve votar de acordo com o partido! Ou ser expulso!

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 2

    3. A professora chamou a ateno de Joozinho na semanapassada (duas vezes) e nesta (segunda, quarta e sexta). Noadianta mais chamar a ateno dele. Vamos suspend-lo.

    4. Os brasileiros gostam de praia, caf, carnaval e futebol.5.

    A lei que reduz o porte de armas de fogo deve ser abolida, pois,desde que entrou em vigor, a criminalidade aumentou.6. Os empregados so como pregos: temos que bater para que

    cumpram suas funes.7. Deve-se coibir usos como estes: "Me d um cigarro", "eu vi ele",

    "tu foi", etc., porque, com essa permissividade, vamos reduzir alngua de Cames a uma falao de brutos, a uma lngua pobre,de poucas palavras e alguns grunhidos.

    8. Sabia que o casal X est se separando? Mas cuidado: em briga

    de marido e mulher ningum pe a colher.9. Aqui se faz, aqui se paga.10. Voc confia num dentista que foi aprovado com mdia cinco no

    vestibular?11. perigoso viajar em carro dirigido por mulher.12. Crentes, muulmanos, so todos uns fanticos.13. Os padres so pedfilos, os padres so mulherengos, os padres

    s pensam em dinheiro, os advogados so uns enroladores, os

    polticos so corruptos, os mdicos uns aougueiros, os alunosso uns deitados, etc.14. O elo perdido entre o homem e o macaco no foi encontrado:

    por isso a teoria da evoluo est errada e a Bblia est certa.15. A ingesto de vinho faz bem.16. O vinho uma bebida saudvel, que faz bem ao corao.

    estimulante. Assim foi reconhecido por todos os povos antigos.Inclusive o Apstolo So Paulo recomendava vinho em suasepstolas.

    17.Tratava-se de discutir e eleger o perfil do professor ideal: eleseria autoritrio ou deveria dar plena liberdade aos alunos?

    18. A egiptloga Fulana de Tal uma principiante, obteve odoutorado h pouco tempo, tem limitada experincia: no podejulgar um descobrimento to importante.

    19. No vou votar nele para presidente: ele bebe.20.Todo nordestino hbil, L. nordestino, L. hbil - Toda pessoa

    hbil bom poltico. Ele hbil. Ele bom poltico, - Todo bom

    poltico bom administrador. Ele bom poltico. Ele bomadministrador. - Todo bom administrador merece ser eleito. Ele bom administrador. Ele merece ser eleito.

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 3

    21. Dez milhes de pessoas no podem estar erradas. Junte-se anossa igreja voc tambm.

    22. Isso uma verdade to sublime que um milho de pessoas j aaceitaram como regra de f.

    23.

    A Astrologia uma arte adivinhatria praticada h milhares deanos no Oriente. Conta-se que os antigos reis da Babilniateriam feito uso dela para saberem os dias mais propcios paraas batalhas. At os antigos imperadores chineses recorriam aosastros para guiarem seus passos no governo. inadmissvelque ainda hoje no a considerem uma cincia.

    24. Essas prticas remontam aos primeiros sculos de nossa igreja.Como voc pode question-las?

    25. Milhares de pessoas acreditam no poder das pirmides. Sem

    dvida, elas devem ter algo especial.26. Os ndices de analfabetismo tm aumentado muito depois do

    advento da televiso. Obviamente ela compromete aaprendizagem.

    27. A grande maioria das pessoas deste pas so favorveis penade morte como meio de reduzir a violncia. Ser contra a penade morte , pois, ridculo.

    28. No acredite nos lingistas: eles esto a servio de uma

    ideologia de esquerda; so liberais, revolucionrios epopulistas.29. No preciso conhecer matemtica para vencer na vida. Meus

    conhecimentos dessa matria no vo alm das quatrooperaes e das fraes ordinrias; no entanto tenho um salriomaior do que o de muitos engenheiros.

    30. O senhor no tem autoridade para criticar nossa polticaeducacional, pois nunca concluiu uma faculdade.

    31. Espero que o senhor aceite o portflio e d uma tima nota,

    pois passei cinco noites sem dormir e ainda por cima cuidandode minha av, que est muito doente.

    32. Professor, eu preciso tirar boa nota. Se eu aparecer em casacom nota to baixa, minha me pode sofrer um ataquecardaco.

    33. Eu no votei em Lula: afinal ele nem sabe falar direito.34. Por que deveria eu ouvir uma ignorante como voc?

    Todos os enunciados acima devem ser rejeitados. So falcias. So

    enunciados ou tentativas de persuadir o leitor mediante emraciocnio errneo, mediante um argumento fraudulento, enganoso.

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 4

    Essas falcias, como voc pode constatar, esto em todos osdiscursos: na publicidade, na poltica, nas religies, na economia, nocomrcio, etc.

    Falcia , pois, todo o raciocnio aparentemente vlido, mas, narealidade incorreto, que faz cair em erro ou engano.

    Tradicionalmente, distinguem-se dois tipos de falcias: oparalogismo e o sofisma. O paralogismo uma falcia cometidainvoluntariamente, sem m-f; o sofisma, uma falcia cometida complena conscincia, com a inteno de enganar.

    Essa distino no , no entanto, aceitvel, pois introduz um critrio

    exterior lgica - a tica. Dito de outro modo, no compete lgicaapreciar as intenes de quem argumenta. Por isso, tornam-se comosinnimos os termos falcia e sofisma.

    A seguir, apresentam-se os principais tipos de falcias.

    2. Tipos de falcias

    2.1 Apelo Fora (argumentum ad baculum)

    Definio:Consiste em ameaar com conseqncias desagradveis se no foraceita ou acatada a proposio apresentada.

    Exemplo:- Voc deve se enquadrar nas novas normas do setor. Ou querperder o emprego?- melhor exterminar os bandidos: voc poder ser a prximavtima.- Cala essa tua boca, ou no te dou o dinheiro para o show.- Ou ns, ou a desgraa, o caos.

    Contra-argumentao:Argumente que apelar fora no racional, no argumento, quea emoo no tem relao com a verdade ou a falsidade da

    proposio.

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 5

    2.2 Apelo Misericrdia, Piedade (argumentum admisericordiam, ignorncia de questo, fuga do assunto)

    Definio:

    Consiste em apelar piedade, misericrdia, ao estado ou virtudesdo autor.

    Exemplo:Ele no pode ser condenado: bom pai de famlia, contribuiu com aescola, com a igreja, etc.

    Contra-argumentao:Argumente que se trata de questes diferentes, que o que

    invocado nada tem a ver com a proposio. Quem argumenta assimignora a questo, foge do assunto.

    2.3 Apelo ao Povo (argumentum ad populum)

    Definio:Consiste em sustentar uma proposio por ser defendida pela

    populao ou parte dela. Sugere que quanto mais pessoasdefendem uma idia mais verdadeira ou correta ela . Incluem-seaqui os boatos, o "ouvi falar", o "dizem", o "sabe-se que".

    Exemplo:Dizem que um disco voador caiu em Minas Gerais, e os corpos dosaliengenas esto com as Foras Armadas.

    Contra-argumentao:

    Os educadores, os professores, as mes tm o argumento: se todosquerem se atirar em alto mar, voc tambm quer? O fato de amaioria acreditar em algo no o torna verdadeiro.

    2.4 Apelo Autoridade

    Definio:

    Consiste em citar uma autoridade (muitas vezes no - qualificada)para sustentar uma opinio.

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 6

    Exemplo:Segundo Schopearhauer, filsofo alemo do sc. XIX, "toda verdadepassa por trs estgios: primeiro, ela ridicularizada; segundo, sofreviolenta oposio; terceiro, ela aceita como auto-evidente". (De

    fato, riram-se de Coprnico, Galileu e outros. Mas nem todas asverdades passam por esses trs estgios: muitas so aceitas sem oridculo e a oposio. Por exemplo: Einstein).

    Contra-argumentao:Mostre que a pessoa citada no autoridade qualificada. Ou quemuitas vezes perigoso aceitar uma opinio porque simplesmente defendida por uma autoridade. Isso pode nos levar a erro.

    2.5 Apelo Novidade (argumentum ad novitatem)

    Definio:Consiste no erro de afirmar que algo melhor ou mais corretoporque novo, ou mais novo.

    Exemplo:

    Saiu a nova geladeira Plo Sul. Com design moderno, arrojado, ela perfeita para sua famlia, sintonizada com o futuro.

    Contra-argumentao:Mostre que o progresso ou a inovao tecnolgica no implicanecessariamente que algo seja melhor.

    2.6 Apelo Antigidade (argumentum ad antiquitatem)

    Definio: o erro de afirmar que algo bom, correto apenas porque antigo,mais tradicional.

    Exemplo:Essas prticas remontam aos princpios da Era Crist. Como podemser questionadas?

    Contra-argumentao:Argumenta que o fato de um grande nmero de pessoas durante

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 7

    muito tempo ter acreditado que algo verdadeiro no motivo parase continuar acreditando.

    2.7 Falso DilemaDefinio:Consiste em apresentar apenas duas opes, quando, na verdade,existem mais.

    Exemplos:- Brasil: ame-o ou deixe-o.- Voc prefere uma mulher cheirando a alho, cebola e frituras ou

    uma mulher sempre arrumadinha?- Voc no suporta seu marido? Separe-se!- Quem no est a favor de mim est contra mim.

    Contra-argumentao:Simples. Mostre que h outras opes.

    2.8 Falso AxiomaDefinio:Um axioma uma verdade auto-evidente sobre a qual outrosconhecimentos devem se apoiar. Por exemplo: duas quantidadesiguais a uma terceira so iguais entre si. Outro exemplo: a educao a base do progresso. Muitas vezes atribumos, no entanto, "status"de axioma a muitas sentenas ou mximas que so, na realidade,verdades relativas, verdades aparentes.

    Exemplo:Quem cedo madruga Deus ajuda.

    Contra-argumentao:Mostre que muitas frases de efeito, impactantes, bombsticas,retricas, muito respeitadas podem ser meras estratgias mediantesas quais algum tenta convencer, persuadir o ouvinte/leitor em

    direo a um argumento. No caso dos provrbios, mostre que secontradizem:- Ruim com ele, pior sem ele X Antes s do que mal acompanhado.

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 8

    - Depois da tempestade vem a bonana X Uma desgraa nunca vemsozinha.- Longe dos olhos, perto do corao X O que os olhos no vem ocorao no sente.

    2.9 Generalizao No - Qualificada (dicto simpliciter)

    Definio: uma afirmao ou proposio de carter geral, radical e que, porisso, encerra um juzo falso em face da experincia.

    Exemplo:

    A prtica de esportes prejudicial sade.

    Contra-argumentao:Mostre que necessrio especificar os enunciados. Othon Garcia(Comunicao em Prosa Moderna, FGV, 1986, p. 169) ilustra comose pode especificar a falcia acima, dada como exemplo: A prticaindiscriminada de certos esportes violentos prejudicial sade dosjovens subnutridos.

    2.10 Generalizao Apressada (erro de acidente)

    Definio:Trata-se de tirar uma concluso com base em dados ou emevidncias insuficientes. Dito de outro modo, trata-se de julgar todoum universo com base numa amostragem reduzida.

    Exemplos:- Todo poltico corrupto.- Os padres so pedfilos.- Os mulumanos so todos uns fanticos.

    Contra-argumentao:Argumente que dois professores ruins no significam uma escolaruim; que em cincia preciso o maior nmero de dados antes de

    tirar uma concluso; que no se pode usar alguns membros dogrupo para julgar todo o grupo. Faa ver que se trata, na maioria dasvezes, de esteretipo: imagem preconcebida de algum ou de um

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 9

    grupo. Faa ver tambm que so fonte de inspirao de muitaspiadas racistas, como as piadas de judeus (visto como avarento), denegro (vista como malandro ou pertencente a uma classe inferior),de portugus (visto no Brasil como sem inteligncia), etc. por isso

    que essa falcia est intimamente relacionada ao preconceito.

    2.11 Ataque Pessoa (argumentum ad homimem)

    Definio:Consiste em atacar, em desmoralizar a pessoa e no seusargumentos. Pensa-se que, ao se atacar a pessoa, pode-seenfraquecer ou anular sua argumentao.

    Exemplo:- No dem ouvidos ao que ele diz: ele um beberro, bate namulher e tem amantes.Observao: Uma variao de "argumentum ad homimem" o "tuquoque" (tu tambm): Consiste em atribuir o fato a quem faz aacusao. Por exemplo: se algum lhe acusa de alguma coisa, diga-lhe "tu tambm"! Isso, evidentemente, no prova nada.

    Contra-argumentao:Mostre que o carter da pessoa no tem relao com a proposiodefendida por ela. Chamar algum de corrupto, nazista, comunista,ateu, pedfilo, etc. no prova que suas idias estejam erradas.

    2.12 Bola de Neve (derrapagem, reduo ao absurdoreductio ad absurdum)

    Definio:Consiste em tirar de uma proposio uma srie de fatos ouconseqncias que podem ou no ocorrer. um raciocnio levadoindevidamente ao extremo, s ltimas conseqncias.

    Exemplos:- Me, cuidado com o Joozinho. Hoje, na escolinha, ele deu um beijo

    na testa de Mariazinha. Amanh, estar beijando o rosto. Depois....Quando crescer, vai estar agarrando todas as meninas.- O lcool e uma dieta pobre tambm so grandes assassinos. Deve

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 10

    o governo regular o que vai nossa mesa? A perseguio indstriade fumo pode parecer justa, mas tambm pode ser o comeo do fimda liberdade. (Veja, agosto 2000, p.36)

    Contra-argumentao:Argumente dizendo que as conseqncias, os fatos, os eventospodem no ocorrer.

    2.13 Depois Disso, logo por Causa Disso (post hoc engopropter hoc)

    Definio:

    o erro de acreditar que em dois eventos em seqncia um seja acausa do outro. No extremo, uma forma de superstio: eu estavacom gravata azul e meu time ganhou; portanto, vou us-la de novo.

    Exemplo:- O ch de quebra-pedra bom para clculos renais. Tomei e doisdias depois expeli a pedra.Observao: uma variao deste sofisma o chamado "non

    sequitur" (no se segue, "nada a ver") em que uma concluso nadatem a ver com a premissa: Venceremos, pois Deus bom. (Deus bom, mas no est necessariamente a seu lado; os inimigos podemdizer a mesma coisa).

    Contra-argumentao:Mostre que correlao no causao: o fato de que dois eventosaconteam em seqncia no significa que um seja a causa dooutro. Diga que pode ter sido apenas uma coincidncia.

    2.14 Falsa Analogia

    Definio:Consiste em comparar objetos ou situaes que no socomparveis entre si, ou transferir um resultado de uma situaopara outra.

    Exemplos:- Minhas provas so sempre com consulta a todo tipo de material. Os

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 11

    advogados no consultam os cdigos? Os mdicos no consultamseus colegas e livros? No levam as radiografias para as cirurgias?Os engenheiros, os pedreiros no consultam as plantas? Ento?- Os empregados so como pregos: temos que martelar a cabea

    para que cumpram suas funes.- Tomei mata-cura e fiquei bom. Tome voc tambm.

    Contra-argumentao:Argumente que os dois objetos ou situaes diferem de tal modoque a analogia se torna insustentvel. Mostre que o que vale parauma situao no vale para outra.

    2.15 Mudana do nus da Prova

    Definio:Consiste em transferir ao ouvinte o nus de provar um enunciado,uma afirmao.

    Exemplo:Se voc no acredita em Deus, como pode explicar a ordem que h

    no universo?Contra-argumentao:Mostre que o nus da prova, isto , a responsabilidade de provar umenunciado cabe a quem faz a afirmao.

    2.16 Falcia da Ignorncia (argumentum ad ignorantiam)

    Definio:Consiste em concluir que algo verdadeiro por no ter sido provadoque falso, ou que algo falso por no ter sido provado que verdadeiro.

    Exemplos:- Ningum provou que Deus existe. Logo, Deus no existe.- No h evidncias de que os discos voadores no estejam

    visitando a Terra; portanto, eles existem.Contra-argumentao:

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    TEXTO 2 Disciplina: Filosofia e tica Curso ADM 4 semestre - 12

    Argumente que algo pode ser verdadeiro ou falso, mesmo que nohaja provas.

    2.17 Exigncia de PerfeioDefinio: o erro de reivindicar apenas a soluo perfeita para qualquerplano.

    Exemplo:A automao cada vez maior dos elevadores desemprega muitaspessoas. Isso, portanto, ruim, economicamente desaconselhvel.

    Contra-argumentao:Argumente que planos, medidas ou solues no devem ser vistoscomo integralmente perfeitos ou prejudiciais. Mostre que podemexistir objees para qualquer medida. Que os desvantagens de umplano so suplantados pelas vantagens.

    2.18 Questo Complexa (pergunta capciosa, falcia dainterrogao, da pressuposio)

    Definio:Consiste em apresentar duas proposies conectadas como sefossem uma nica proposio, pressupondo-se que j se tenha dadouma resposta a uma pergunta anterior.

    Exemplos:

    - Voc j abandonou seus maus hbitos?- Voc j deixou de roubar no mercado onde trabalha?

    Contra-argumentao:Mostre que existem duas proposies e que uma pode ser aceita eoutra no.

    3. Concluso

    guisa de concluso, trs convites:

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    1. Releia as 34 falcias que se encontram na introduo destetrabalho e classifique-as.

    2. Leia o conto "O amor uma falcia"(http :// www .cfh .ufsc .br/~ wfil/amorfalacia .htm), do autor M.

    Sulmam. O conto faz parte da coletnea de contos intitulada"As cacinhas cor-de-rosa do capito" (Porto Alegre, Globo, 1973)O conto pe em evidncia, de forma bastante humorstica, anecessidade de dominarmos o assunto aqui exposto, para nosermos enganados (e persuadidos) por argumentos falaciosos.

    3. Consulte tambm o "Guia das Falcias Lgicas do Stephem"(http :// www .str .com .br/Scientia /falacias 2.htm), de DownesStephen, Brandom, Manitoba, Canad, 1995-1998.

    http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/amorfalacia.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htmhttp://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htm