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FILOSOFIA MODERNA Um novo homem, um novo mundo.

FILOSOFIA MODERNA - downloadportal.sereduc.com · Thomas Hobbes (1588-1679) •Filósofo inglês, Hobbes acreditava ser a filosofia a ciência dos corpos, ou seja, teria existência

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FILOSOFIA MODERNAUm novo homem, um novo mundo.

A Idade Moderna

• Momento que vai de meados do século XV a finsdo século XVIII (de acordo com a periodizaçãohistórica tradicional que tem a historia europeiacomo referência);

• A partir do século XV, teve início uma série detransformações nas sociedades europeiasocasionando a construção de uma novamentalidade;

• Em vez da supervalorização da fé cristã, doteocentrismo, houve uma tendência socialantropocêntrica, valorizando a obra humana.

Transformações ocorridas na sociedade moderna

• A passagem do feudalismo para o capitalismo- vinculando oflorescimento do comércio, o estabelecimento das grandesrotas comerciais, o predomínio do capital comercial e aemergência da burguesia (grupo que veio substituiu umaclasse decadente, a dos senhores, que transformaram osmeios de produção e que se dedicava às atividadescomerciais com o objetivo de lucro).

• A formação dos Estados nacionais- novasconcepções político- econômicas, surgiu amonarquia absoluta, o mercantilismo, impulsodas grandes navegações marítimas, descobertade um Novo Mundo e as colônias.

• O movimento da Reforma- provocando a quebra daunidade religiosa europeia rompendo com a concepçãopassiva do homem, entregue às doutrinas católicas. Arazão humana como extensão do poder divino, capaz depensar livremente e autônomo.

• O desenvolvimento da ciência natural- criando novosmétodos de investigação científicos, impulsionados pelaconfiança na razão humana e pelo questionamento dasubmissão desta aos dogmas do cristianismo. A IgrejaCatólica perde seu poder e influência sobre os Estados ede dominação sobre o pensamento.

• A invenção da imprensa - possibilitando a impressãodos textos clássicos gregos e romanos, contribuindopara a formação do humanismo, propiciando ummaior grau de consciência e liberdade de expressão.

Gutenberg (inventor e gráfico alemão)

Renascimento• Movimento cultural (século XV e XVI), tendo por berço

a península Itálica, criou a base conceitual e de valoresque permitiu a arrancada da razão e da ciência.

• Inspirou-se no Humanismo, movimento de intelectuaisque defendiam o estudo da cultura greco-romana e oretorno a seus ideais de exaltação do homem e de seusatributos como: a razão e a liberdade.

A Filosofia Moderna• A questão da ciência:• Galileu• Bacon• Descartes

• Na questão da política:• Maquiavel• Montesquieu• Rousseau

• Na questão da nova ordem social:• Locke• Hobbes• Kant• Hegel

Principais correntes:

•RACIONALISMO

•EMPIRISMO

•CRITICISMO

•IDEALISMO

Momento de transição...A passagem para o pensamentomoderno ocorreu com resistênciaonde alguns pensadores foramduramente perseguidos peloTribunal da Inquisição, órgão daIgreja Católica encarregado dedescobrir e julgar os responsáveispela propagação de heresias,contrárias aos dogmas católicos.

Giordano Bruno (1548-1600)pensador italiano, foi condenadoà morte na fogueira por defendera teoria heliocêntricacopernicana, e por afirmar que ouniverso seria todo infinito.

Ética, Educação e Política

Michel de Motaigne (1523-1592)

Desenvolveu um pensamentocientista, afirmando não serpossível estabelecer os mesmospreceitos para todos oshomens. Cada um deveriaconstruir sua sabedoria e umaconsciência moral. Nenhumconhecimento deveria serimposto em nome da tradição.

Nicolau Maquiavel

(1469-1527)• Abandonando o foco

religioso abordou a políticade forma realista, buscandodescrever o fenômenopolítico em si mesmo. Ocentro de sua reflexão é oexercício do poder políticopelo Estado. Em O Príncipe,busca identificar as causas dosucesso e fracasso namanutenção do poder pelogovernante.

A Razão e o Método

• O mundo racionalmente ordenado daAntiguidade foi questionado e aos poucosdissolvido. No período moderno podemos citaralgumas transformações que caracterizaram opensamento filosófico:

• A busca de um novo centro- o ser humano sóencontraria um novo centro em si mesmo, isto é,na razão, entendida como capacidade humanade avaliar a realidade e distinguir o verdadeirodo falso.

• Um mundo representado- os pensadoresmodernos perceberam que a realidade podiaapresentar-se de forma enganosa, sendonecessário ultrapassar a realidade sensível paraatingir uma nova concepção de mundo atravésda representação.

• Procura-se um método- os pensadoresmodernos buscaram uma base segura, algo quegarantisse a verdade de um raciocínio. Nestecaso, um método. E a matemática, ou seja, aciência integralmente racional foi escolhidacomo parâmetro para explicar os fenômenos.

Galileu Galilei (1564- 1642)Físico e matemático italiano, foidefensor da cosmologia, atraiu a fúria daInquisição por contrariar seus dogmas,afirmando que a Bíblia, em se tratandode temas científicos, não seria ummanual a ser obedecido. Devido a issofoi condenado pela Igreja mas seretratou renegando suas concepçõescientíficas para viver.

Anos antes de morrer publicou sua obracontrariando a Igreja.

Aplicou a matemática ao estudoexperimental da natureza.

Metodologia de Galileu

• Na observação, paciente e minuciosa dosfenômenos naturais;

• Na realização de experimentações paracomprovar uma tese;

• Na valorização da matemática como instrumentocapaz de enunciar as regularidades observadasnos fenômenos;

O RACIONALISMO

• Vem do latim ratio- razão, entendimento.

• Essa concepção coloca na razão a fonte de todo oconhecimento. Somente ela seria capaz de nos levara conhecimentos universais válidos, uma vez quesentidos e a experiência nos proporcionariamapenas ideias confusas e contingentes

• Rompia com as explicações anteriores baseadas emverdades absolutas e ditadas pela razão divina.

• A razão era um patrimônio de todo o ser humano.

Principais filósofos

•Descartes

• Espinosa

•Malebranche

• Leibniz

•Wolf

René Descartes

Nascido numa família burguesa francesa,René Descartes (1596- 1650) éconsiderado um dos pais da filosofiamoderna. Afirmava que para conhecer averdade seria preciso colocar todos osnossos conhecimentos em dúvida.

Era necessário duvidar, questionar tudoe analisar os fatos. Colocava em questãotodas as percepções sensoriais, e noçõesadquiridas sobre os objetos materiais.

Foi muito cauteloso na exposição de suasideias pois temia as perseguiçõesreligiosas.

Defendia a tese de que os sujeitos nasceriam com certos tipos de ideias (as ideias inatas) e por isso, dispensariam a percepção de um objeto exterior.

O princípio doracionalismo é ateoria do inatismo,ou seja, a crençade que, aonascermos, játrazemos conoscoalgumas ideias.

Penso, logo existo.• Descartes estabeleceu que a única verdade

totalmente livre de dúvida era a seguinte: meuspensamentos existem.

• Essa frase (também conhecida como cogito)dotada de sentido, seria uma verdadeabsolutamente firme, certa e segura, que, por issomesmo, deveria ser adotada como princípio básicode toda a sua filosofia.

• O filósofo converte a dúvida em método.Duvidando do senso comum, do testemunho dossentidos.

Os sentidos podem enganar?

LEMBRE-SE:

Para Descartes a fonte do conhecimento humano é a

RAZÃO.

Baruch Espinosa (1632-1677)

• Nascido na Holanda, é considerado umracionalista radical, criticando as superstiçõesreligiosas, política e filosófica.

• Para provar a natureza racional de Deus, utilizada geometria, considerando estar Deusmanifesto em todas as coisas (Deus imanente).Ele é o próprio universo.

• A filosofia seria o conhecimento racional deDeus, e a liberdade humana consistiria naconsciência da necessidade. Ou seja, nãohaveria livre-arbítrio, uma vez que Deus seidentifica com a natureza universal e, portanto,tudo o que existe é necessário, na pode sertransgredido pois faz parte da natureza divina.

A filosofia de Espinosa• A sua filosofia política é um hino de respeito e preservação da

autoridade do soberano. Somente o poder públicoconcentrado na pessoa do soberano, pode determinar o que éjusto ou injusto e também interpretar as leis.

• O melhor governo é quando os homens vivem em concórdia eas leis são cumpridas. Porem, admite que seria impossível umgovernante governar sozinho. Para tanto deveria governar comamigos e conselheiro. Nesse sentido, o Estado não seriamonárquico mas aristocrático.

• As leis seriam a alma do Estado.

• Para ele, o Direito Natural se identificava com a força oupotência da pessoa e se limitava apenas diante da potência dosemelhante.

O EMPIRISMO

• A palavra empirismo vem do grego empeiria, quesignifica experiência. Enfatiza o papel daexperiência sensível para a origem fundamentaldo conhecimento.

• Foi iniciado na Inglaterra, onde parte grande parte daburguesia conquistava não apenas o poder econômicomas também político e ideológico, impondo o fim doabsolutismo monárquico (Revolução Gloriosa- séculoXVII).

• Os empiristas modernos foram contra a ideia do inatismocartesiano, defendendo a experiência sensível comoponto de partida no processo do conhecimento.

• Os principais filósofos empiristas foram: Francis Bacon,Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley, DavidHume.

Francis Bacon (1561- 1626)

Político e pesquisador inglês, Baconiniciou cedo sua carreira política. Éconsiderado um dos fundadores dométodo indutivo de investigaçãocientífica. Para ele saber é poder,atribuindo ao conhecimento científicoum instrumento prático de controle darealidade.

Para Bacon a ciência deveria valorizar apesquisa experimental, a fim deproporcionar ao homem resultadosobjetivos. Mas para isso era precisoabandonar os ídolos, ou seja, as pré-noções, preconceitos e maus hábitos.

O Método de Bacon

• Observação da natureza para coleta deinformações;

• Organização racional dos dados recolhidosempiricamente;

• Formulação de explicações gerais (hipóteses)destinadas à compreensão do fenômenoestudado;

• Comprovação da hipótese formulada medianteexperimentações repetidas, em novascircunstâncias.

LEMBRE-SE:

Para Bacon a fonte do conhecimento humano cabe à

experiência.

John Locke (1632-1704)

Qual é a origem, a essência , e o alcance doconhecimento humano?

Ao escolher o caminho da psicologia,distingue duas fontes possíveis para nossasideias: a sensação e reflexão.

A sensação é o resultado da modificaçãofeita por meio dos sentidos.

A reflexão é a percepção que a alma temdaquilo que nela ocorre. Portanto, a reflexãose reduz penas à experiência interna doresultado da experiência externa produzidapela sensação.

Tábula rasa...• Todo homem ao nascer é uma tábula rasa ("tábua

raspada", e tem o sentido de "folha de papel embranco“) onde a experiência vai escrevendo sua história.

• A mente humana está em branco, as ideias não sãoinatas, e não há possibilidade de conhecimentos fora doque as sensações e percepções possam nos oferecer.

• As experiências constroem o conhecimento.

David Hume (1711-1776)

Filósofo escocês, parte do princípio de quesó podemos observar os fenômenos e deque o mecanismo íntimo do real não épassível de experiência. Afirma ainda queas relações são exteriores aos seustermos, ou seja, se não podemos observá-las, nos pertencem aos objetos.

Toda ideia é uma re(a)presentação dealguma impressão. Essa representaçãopode possuir diferentes graus defidelidade.

Para David Hume todo oconhecimento começa com aexperiência, sendo os dados ouimpressões sensíveis as suasunidades básicas.

Thomas Hobbes (1588-1679)• Filósofo inglês, Hobbes acreditava

ser a filosofia a ciência doscorpos, ou seja, teria existênciamaterial.

• Toda a realidade poderia serexplicada a partir de doiselementos: do corpo, entendidocomo o elemento material queexiste, e do movimento, quepode ser determinadomatematicamente.

Empirismo Hobbesiano

• As principais características do empirismohobbesiano são:

• Materialismo- concepção de que a matéria é arealidade primeira e fundamental de tudo queexiste e que despreza ou considera comoinexistentes os seres imateriais.

• Mecanicismo- concepção de que os fenômenosse explicam por conjuntos de causas mecânicas,isto é, de forças e movimentos.

O Bem x O Mal

• O bem e o mal são relativos, determinados pelosindivíduos, valores universais que deveriam serintrojetados nas pessoas.

• O bem- é aquilo que desejamos alcançar, que agrada.

• O mal- é aquilo do qual fugimos, o que desagrada.

• Para a convivência entre os homens é necessário umpoder absoluto que mantenha-os em sociedade eimpeça-os de destruírem-se.

O homem é mau

• No estado de natureza, segundo Hobbes, os homenspodem todas as coisas e, para tanto, utilizam-se de todosos meios para atingi-las.

• “os homens são maus por natureza (o homem é o lobodo próprio homem),pois possuem um poder de violênciailimitado”

• Um homem só se impõe a outro homem pela força;

• Evidencia a necessidade de criação do Estado, apartir de um contrato social que visa a abdicação dopoder ilimitado de cada um e um redirecionamentodesse poder (poder de polícia) par

• Portanto, para Hobbes, a liberdade absoluta e aevidência da potência das faculdades naturais dohomem desencadeiam essa desconfiança recíproca econtínua, gerando medo, o que justificaria a criaçãode um artifício para solucionar as desordens internasde uma sociedade. O grande Leviatã, o Estado, éesse artifício humano capaz de sanar essasdesordens.

CRITICISMO• Neste período destaca-se o surgimento do Iluminismo, no

qual a crítica e o esclarecimento eram exigênciasfundamentais na vida dos indivíduos.

• As pessoas deveriam saber se posicionar frente à vida, semdeixar-se enganar, nem manipular.

• Seria a concepção síntese entre o racionalismo (ideiasinatas) e o empirismo (a experiência como única fonte deexperiência)

• Kant critica essas duas correntes, propondo a investigaçãodos limites do conhecimento, ou seja, uma crítica doconhecimento em geral, a fim de conhecer os limites darazão.

IMMANUEL KANT (1724-1804)

• Pensador iluminista, o método do alemão Kant échamado criticismo, pois consiste na crítica ou naanálise reflexiva da razão, a qual, antes de partir aoconhecimento das coisas, deve conhecer a si mesma,fixando as condições de possibilidade doconhecimento, aquilo que pode legitimamente serconhecido e o que não.

• Para Kant, uma vez que os limites do conhecimentocientífico são os limites da experiência, as coisas quenão são dadas à intuição sensível (a coisa em si, asentidades metafísicas como Deus, alma e liberdade)não podem ser conhecidas.

Questões de Kant

• A Filosofia deveria responder a quatro questões fundamentais:

•O que posso saber?•Como devo agir?

•O que posso esperar?• O que é o ser humano?

O Conhecimento começa com os sentidos, passa pela inteligência e

termina na razão.

O Iluminismo kantiano

• A Ilustração é o processo pelo qual o homem seguia por sua própria razão, sem se deixarenganar pelas crenças, tradições e opiniõesalheias.

• “É a saída do homem de sua menoridade” poispressupõe que o homem deixa de ser criança,cresce e amadurece, tornando-se consciente daforça e independência (autonomia) de suainteligência para fundamentar a sua própriamaneira de agir, sem a tutela de outras pessoas.

O Idealismo• Surgido na Alemanha, no século XVIII, teve como

principais representantes Fitche, Schelling e Hegel.

• Hegel tinha uma visão universal e romântica domundo universal, onde toda as partes formam umtodo.

• Seguidor do pensamento kantiano, Hegel buscava asíntese que desse conta de integrar tudo, todas ascoisas e todos os acontecimentos em um todo quefizesse sentido.

• Segundo Hegel a eticidade (composta pelaexistência interna do sujeito, a moralidade eexterna, o direito) se manifesta na família, nasociedade civil e no Estado.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 -1831)• Filósofo alemão, Hegel Sintetizou uma

visão da história e da sociedadehumana.

• Desenvolveu uma estrutura filosóficaabrangente (ou "sistema")do Idealismo Absoluto a fim dereferir, mediante um modo integradoe desenvolvido, a relação entremente e natureza, sujeito e objeto doconhecimento, psicologia, Estado,História, Arte, Religião e Filosofia.

Para a Filosofia do Direito• A ideia do Direito Natural já havia sido concebida na

Antiguidade e difundida no período medieval, mas foi namodernidade que ocorreu uma importante evolução namatéria.

• O Direito Natural é a emanação da natureza humana.

• A Escola Clássica promoveu a laicização do Direito Natural,consubstanciando-se em quatro pontos fundamentais:

1. O reconhecimento de que a natureza humana seria afonte do Direito Natural

2. A admissão da existência, em épocas remotas, do estadode natureza

3. O contrato social como origem da sociedade

4. A existência de direitos naturais inatos.

• O direito não aparece mais como um dos aspectosdo justo em si, mas como uma criação do homem,que guiado pelo instinto de sociabilidade, vai fazerda regra pacta sunt servanda (os pactos devem serrespeitados" ou mesmo "os acordos devem sercumpridos), o fundamento de toda vida jurídica esocial, nacional e internacional.

• O direito não é mais o justo adaptado àssituações reais, mas uma criação livre evoluntária da razão humana..

• Os filósofos não mais falarão em leinatural mas de direito natural.

• Assim, surge a concepçãoindividualista e dualista da ordemjurídica. A autonomia da vontade é abase de todo sistema jurídico. Énesse momento que as palavrassoberano e soberania passar a seracreditadas na linguagem do direito eda política e que o Estado soberanofica estabelecido.