FILOSOFIA UNICENTRO

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Questões comentadas do Vestibular da UNICENTRO 2014.

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  • VESTIBULAR DE VERO 2011 - FILOSOFIA QUESTO 1 O pensamento de Plato importante para a compreenso da histria do pensamento humano. Esse filsofo grego abordou temas de influncia na sociedade, que se estendem at os dias atuais. Suas obras possuem um estilo literrio facilmente reconhecido, os dilogos. A partir dessas informaes e dos conhecimentos sobre o pensamento de Plato, identifique com V os fragmentos de texto que correspondem a dilogos platnicos e, com F, os que no correspondem. ( ) Quando nasceu Afrodite, banqueteavam-se os deuses, e, entre os demais, se encontrava tambm o filho de Prudncia, Recurso. Depois que acabaram de jantar, veio para esmolar o festim a Pobreza, e ficou porta. Ora, Recurso, embriagado com o nctar pois vinho no havia ainda penetrou o jardim de Zeus e, pesado adormeceu. Pobreza ento, tramando em sua falta de recurso engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu lado e pronto concebe o Amor. O Banquete ( ) Vamos imaginar um grupo de pessoas morando numa caverna. Os moradores esto, desde sua infncia, presos por correntes nas pernas e no pescoo. Assim, eles no conseguem mover-se nem virar a cabea para trs, s podem ver o que se passa a sua frente. A luz que chega ao fundo da caverna vem de uma fogueira que fica sobre um monte atrs dos prisioneiros, l fora. Entre esse fogo e os moradores da caverna, existe um caminho, com um pequeno muro, semelhante ao tabique atrs do qual os apresentadores de fantoches se colocam para exibir seus bonecos ao pblico. A Repblica ( ) Mas ento a alma, que invisvel e que se dirige para outro lugar, um lugar que lhe semelhante, lugar nobre, lugar puro, lugar invisvel. Fdon ( ) No devemos seguir os que nos aconselham a ocupar-nos com coisas humanas, visto que somos homens e, com coisas mortais, visto que somos mortais. Mas, na medida em que isso for possvel, procuremos tonar-nos imortais e envidar todos os esforos para viver com que h de melhor em ns. tica a Nicmaco, Livro X A alternativa que indica a sequncia correta, de cima para baixo, a A) V F F F B) F F V F C) V V V F D) V V F V E) F F V V

    QUESTO 2 O conceito de ideologia tem vrios significados. Dentre eles, conjunto de representaes e ideias e normas de conduta, por meio das quais o homem levado a pensar, sentir e agir. A interpretao de Karl Marx sobre ideologia, que foi incorporada ao pensamento poltico, est indicada na alternativa A) Ideologia realmente a projeo da conscincia de classe da burguesia, que funciona para orientar o proletariado para a real conscincia de sua posio revolucionria. B) Todas as formas de pensamento e de representao dependem das relaes de produo e de trabalho. C) Ideologia so as maneiras como o sentido serve para estabelecer e sustentar relaes de dominao. D) A conscincia moral e a vontade guiada pela razo so dois elementos fundamentais vida tica. E) Todas as desgraas que afligem a nossa bela Frana devem ser atribudas ideologia, essa tenebrosa metafsica. QUESTO 3 E m relao ao mito, identifique com V as afirmativas verdadeiras e, com F, as falsas. ( ) Nas sociedades primitivas, o mito nasce do desejo de dominao do mundo, para afugentar o medo e a insegurana. ( ) O homem, merc das foras naturais, que so assustadoras, passa a emprestar-lhes qualidades emocionais. ( ) a primeira forma que o homem utiliza para dar significado ao mundo. ( ) Fundado no desejo de segurana, o mito uma narrativa que conta histrias que tranquilizam os seres. ( ) Faz parte do desenvolvimento do pensamento reflexivo e do pensamento cientfico. A alternativa que indica a sequncia correta, de cima para baixo, a A) V F V F V B) F V F V F C) V F V F F D) V V V V F E) F V F V V

  • QUESTO 3 Em relao ao mito, identifique com V as afirmativas verdadeiras e, com F, as falsas. ( ) Nas sociedades primitivas, o mito nasce do desejo de dominao do mundo, para afugentar o medo e a insegurana. ( ) O homem, merc das foras naturais, que so assustadoras, passa a emprestar-lhes qualidades emocionais. ( ) a primeira forma que o homem utiliza para dar significado ao mundo. ( ) Fundado no desejo de segurana, o mito uma narrativa que conta histrias que tranquilizam os seres. ( ) Faz parte do desenvolvimento do pensamento reflexivo e do pensamento cientfico. A alternativa que indica a sequncia correta, de cima para baixo, a A) V F V F V B) F V F V F C) V F V F F D) V V V V F E) F V F V V QUESTO 4 Segundo os sofistas, a persuaso A) um instrumento, por excelncia, do cidado, na sociedade democrtica. B) tem por efeito apresentar a verdade, em si, ao seu interlocutor. C) deve servir para capacitar o exerccio do estilo da escritura. D) uma prtica que corrompe o exerccio da cidadania. E) ensina a mentir de uma forma convincente. QUESTO 5

    O que eu ganho ficando aqui sentado, esquivando-me do fardo da lio de casa? Tenho que faz-la, afinal, para o meu prprio bem! (...) Caramba! Que angstia me causa o meu prprio bem! Analisando-se os princpios da conscincia moral, sob influencia do pensamento de Immanuel Kant, conclui-se que a vontade humana verdadeiramente moral quando a autonomia da razo para legislar supe a liberdade e o dever. Com base na anlise da tira e nas informaes, correto afirmar que ela se refere ao ato moral kantiano, segundo o qual o

    A) homem deve realizar o seu dever moral acima de tudo. B) homem deve utilizar a violncia, se necessrio, para alcanar os seus objetivos. C) homem que cumpre o seu dever moral dcil, cordato, capaz da renncia e pronto para servir aos outros. D) dever moral deve ser entendido como satisfao dos seus desejos e que devemos fazer de tudo pelos nossos desejos. E) dever moral no deve ser entendido como constrangimento externo e precisa ser livremente assumido, s havendo uma moral autntica quando o individuo age por sua prpria iniciativa, enquanto ser de liberdade. QUESTO 6 A respeito da natureza e das funes concernentes s atividades artsticas, no decorrer da histria das artes, identifique as afirmativas verdadeiras com V e, com F, as falsas. ( ) A arte no pode ser considerada uma forma de conhecimento. ( ) A arte uma forma de compreenso da realidade, e todas as obras de arte tm contedo proposicional. ( ) A arte nos ensina a ver ou ouvir, apurando e orientando nossa sensibilidade e nos despertando para a descoberta de muitas coisas. ( ) A obra de arte uma janela, que deixa entrever uma realidade que est alm e fora dela. A alternativa que indica a sequncia correta, de cima para baixo, a A) V F F F B) F F V F C) V V V F D) V V F V E) F F V V QUESTO 7 Scrates foi um dos mais importantes filsofos da Antiguidade. Para ele, a filosofia no era um simples conjunto de teorias, mas uma maneira de viver. Sobre o pensamento e a vida de Scrates, correto afirmar: A) Scrates acreditava que passar a vida filosofando, isto , a examinar a si mesmo e a conduta moral das pessoas, era uma misso divina, na qual um deus pessoal o auxiliava. B) Nas conversaes que mantinha nos lugares pblicos, da Atenas do sculo V a.C., Scrates repetia nada saber para, assim, no responder s questes que formulava e motivar seus interlocutores a darem conta de suas opinies. C) Em polmica com Aristteles, para quem a cidade nasce de um acordo ou de um contrato social, Scrates escreveu a Repblica, na qual demonstra ser o homem um animal poltico.

  • D) O exerccio da filosofia, para Scrates, consistia em questionar e em investigar a natureza dos princpios e dos valores que devem governar a vida e, devido a esse comportamento, contraiu inimizades de homens poderosos, que o executaram sob a acusao de impiedade e de corromper a juventude. E) A maiutica socrtica a arte de trazer luz, por meio de perguntas e de respostas, a verdade ou os conhecimentos mais importantes vida que cada pessoa retm em sua alma. QUESTO 8 H muitos modos de conhecer o mundo, que dependem da postura do sujeito frente ao objeto de conhecimento, como o mito, o senso comum, a cincia, a filosofia, entre outros. Sobre eles, identifique com V as afirmativas verdadeiras e, com F, as falsas. ( ) O mito proporciona um conhecimento mgico. ( ) O senso comum ou conhecimento espontneo a primeira compreenso do mundo, resultante da herana do grupo a que se pertence. ( ) A cincia a nica forma de se adquirir conhecimento. ( ) A filosofia se prope a oferecer um tipo de conhecimento que busca, com todo rigor, a origem dos problemas, relacionados a outros aspectos da vida humana, numa abordagem globalizante. A alternativa que indica a sequncia correta, de cima para baixo, a A) V F F F C) V V V F E) F F V V B) F F V F D) V V F V QUESTO 9 Dois vocbulos gregos so empregados para compor as palavras que designam os regimes polticos: arkh o que est frente, o que tem comando e krats o poder ou autoridade suprema. As palavras compostas com arkh (arquia) designam a quantidade dos que esto no comando. As compostas com krats (cracia) designam quem est no poder. (CHAU, 2008, p. 358). A partir da anlise do texto e dos conhecimentos sobre regimes polticos, correto afirmar que a A) Aristocracia um regime poltico no qual o poder exercido por uma elite, formada por aqueles considerados os melhores. B) Poliarquia designa um regime poltico constitudo pelo governo de alguns. C) Anarquia designa um regime poltico constitudo pelo governo de muitos. D) Autocracia um regime poltico em que cada pessoa exerce apenas o poder sobre si mesmo. E) Oligarquia um regime poltico no qual o poder poltico exercido por representantes legitimamente eleitos pelo povo.

    QUESTO 10 O valor e a utilidade da filosofia tm sido, no raras vezes, postos sob suspeita. Uma viso acerca do filsofo que ele divaga e se perde em reflexes sobre questes abstratas, que nada tm a ver com o cotidiano das pessoas. Em relao natureza e finalidade da filosofia, correto afirmar que elas consistem A) em um esforo intelectual, em termos gerais, para se interpretar o mundo e os eventos, compreender o prprio homem e iluminar o agir que dele se espera. B) em um consenso entre os cientistas, porque, na investigao filosfica, o filsofo no verifica suas hipteses, baseando-se na observao emprica, e, portanto, a filosofia no contribui para o progresso do conhecimento. C) na reflexo sobre valores e conceitos, como liberdade e virtude, que faz parte da atividade do filsofo e, nessa medida, a filosofia se apresenta como uma sabedoria prtica, que auxilia na orientao da vida moral e poltica, proporcionando o bem viver. D) em teorias que se contradizem, ao longo da sua histria, pois os filsofos discordam de tudo e uns dos outros, de modo que o pensamento crtico prprio da filosofia o de pr em dvida toda afirmao, jamais chegando a concluses. E) no respeito ao mero pensar ou do saber viver virtuosamente, segundo os critrios morais dos grandes lderes da humanidade, sendo esse, propriamente dito, o sentido categrico da filosofia. QUESTO 11 A questo da verdade encarada pelos sofistas como A) uma prioridade do esprito. B) proveniente da divindade. C) expresso de poder absoluto. D) produo tcnica da racionalidade. E) expresso absoluta do conhecimento. QUESTO 12 A lgica formal aristotlica pode ser definida como A) o estudo dos mtodos e princpios usados para distinguir o raciocnio correto do incorreto. B) o corpo de proposies que tem por finalidade garantir o estatuto do que legtimo ou razovel. C) o estudo da arte de convencer, que tem como objetivo demonstrar que qualquer raciocnio lgico. D) a arte de convencer, pautada na mobilizao de emoes, como o medo, a hostilidade ou a reverncia. E) a estruturao simblica do real, que tem por objetivo demonstrar as origens religiosas e metafsicas do homem.

  • QUESTO 13 Para o filsofo Michel Foucault, o sculo XIX inaugurou uma srie de instituies que passaram a se alinhar ao exerccio de poder, at ento exclusivo do judicirio. Dentre elas, esse autor enumera a escola, o asilo, a polcia, o hospital. A funo dessas instituies, segundo Foucault, consiste em A) aconselhar os soberanos. B) punir as infraes dos indivduos. C) corrigir as virtualidades dos indivduos. D) impedir as brutalidades jurdicas sobre os indivduos. E) reprimir as aes humanas. QUESTO 14 Os primeiros hedonistas foram seguidores da doutrina filosfico-moral, surgida na Grcia Antiga, que afirmava que o prazer seria o bem supremo da vida. Na sociedade ps-moderna, os seguidores do hedonismo A) acreditam que o prazer, em geral, a fonte de todos os males e a virtude decorre de se viver de forma simples. B) defendem a ideia de que o aperfeioamento da vida espiritual alcanado unicamente por meio de prticas de modificao do corpo, como o jejum, a abstinncia e a flagelao. C) acreditam que a nica verdade universal vem da f e que no campo da moral no existem verdades absolutas. D) afirmam que todo sistema tico que no se baseia em faltas e observao rejeitado. E) se vinculam ideia de que o alcance da felicidade est relacionado aquisio de bens de consumo. QUESTO 15 Ser dogmtico A) acreditar ter a posse da verdade e se recusar ao dilogo, no admitindo o questionamento de suas certezas. B) desconfiar de tudo, no aceitar as possibilidades que esto a sua frente. C) pensar criticamente sobre todas as reas do saber e agir humanos, o que revela princpios e fundamentos e faz ver as possibilidades de outros mundos. D) fazer julgamentos, estabelecer projetos de vida, adquirir convices e confiana para agir. E) ser flexvel, dinmico, absorvendo com discernimento as influncias mais diversas. GABARITO

    1. C 6. E 11. D

    2. B 7. E 12. A

    3. D 8. D 13. C

    4. A 9. A 14. E

    5. E 10. C 15. A

    VESTIBULAR DE INVERNO 2011 - FILOSOFIA QUESTO 1 A violncia existe quando algum, voluntariamente, faz uso da fora para obrigar uma pessoa ou um grupo a agir de forma contrria sua vontade. Existe, tambm, a violncia passiva, que se pode definir como aquela que A) acontece por ser necessria para salvar vidas ou evitar sofrimento. B) impossibilita o reconhecimento na ao, do agente causador, no sendo prevista nos cdigos penais. C) se constitui um ato que visa a um fim prximo, que no violento em si, mas pode desencadear um efeito posterior de perigo. D) resulta do uso da fora fsica para assaltar, ferir, matar, ou, ainda, constranger algum a realizar atos contra a sua prpria vontade. E) resulta de fora de natureza psicolgica, que atua sobre a conscincia, exigindo a adeso irrefletida, s aparentemente voluntria. QUESTO 2 A anlise de uma obra de arte um dos modos simblicos utilizados pelo homem para atribuir significados ao mundo. Com base nessa informao, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. ( ) A arte abstrata se utiliza somente de formas, cores ou superfcies, sem retratar nenhum objeto real. ( ) A arte moderna se refere a uma nova abordagem da arte, em um momento em que a representao literal de um tema ou objeto no era mais importante. ( ) A arte contempornea o termo genrico usado para editar a maior parte da produo artstica do fim do sculo XIX. ( ) Barroco foi o nome dado ao estilo artstico que floresceu na Europa, na Amrica e em certas regies do Oriente, entre o incio do sculo XVII e meados do sculo XVIII. A alternativa que indica a sequncia correta, de cima para baixo, a A) V V F V C) V V V F E) F F V F B) F V F V D) V F V F QUESTO 3 A funo fundamental da tica consiste em capacitar o ser humano a A) desconsiderar a opinio alheia e seguir s os seus instintos. B) vigiar e punir a conduta humana, respeitando certos limites. C) escolher a opinio alheia que deve pautar o comportamento de todos. D) investigar a conduta moral do homem na sociedade e refletir sobre ela. E) agir em funo dos interesses prprios, na busca da realizao dos seus desejos.

  • QUESTO 4 A gerao da ordem do mundo, na Grcia Arcaica, apresentada por mitos que narram a genealogia e a ao de seres sobrenaturais. A filosofia da escola jnica caracteriza-se por explicar a origem do cosmos, recorrendo a elementos ou a processos encontrados na natureza. Sobre esses aspectos da cultura grega antiga, correto afirmar: A) A transformao de uma representao dominantemente mtica do mundo, para uma concepo filosfica, expressa, entre os sculos VIII e VI a.C., na antiga Grcia, uma mudana estrutural na sociedade. B) Homero foi o primeiro historiador grego e nas suas obras, a Ilada e a Odissia, ele descreve o comportamento de homens heroicos, em cujas aes os componentes mitolgicos inexistem. C) Os filsofos da escola jnica realizaram uma ruptura definitiva entre a mitologia e a filosofia e, a partir de ento, impossvel encontrar, no pensamento filosfico, a presena de mitos. D) O mito incapaz de instituir uma realidade social, pois seu carter fantasioso no passa qualquer credibilidade para seus ouvintes. E) O mito consiste em uma histria religiosa, revelada por autoridades supostamente indiscutveis QUESTO 5 As principais escolas filosficas, na Grcia Antiga, a partir do sculo III a.C., so o estoicismo e o epicurismo, que buscavam a realizao moral do indivduo, e, como quase todas as escolas da Antiguidade, concebem que o homem deve buscar a sabedoria e a felicidade. O principio da tica epicurista est relacionado com a A) atitude de desvio da dor e da procura do prazer, sendo que a concepo do prazer tambm espiritual e contribui para a paz de esprito e o autodomnio. B) ideia de que pela razo que se alcana a perfeio moral e que centra a busca dessa perfeio no amor e na boa vontade. C) atitude de aceitao de tudo que acontece, porque tudo faz parte de um plano superior, guiado por uma razo universal. D) relao individual e pessoal de cada um com Deus, que concebido como o Criador onisciente e onipresente. E) noo de que cada indivduo pode escolher livremente entre se aproximar de Deus ou se afastar Dele.

    QUESTO 6 H [...] algo de fundamentalmente novo na maneira como os gregos puseram a servio do seu problema ltimo da origem e essncia das coisas as observaes empricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas prprias, bem como no modo de submeter ao pensamento terico e casual o reino dos mitos, fundado na observao das realidades aparentes do mundo sensvel: os mitos sobre o nascimento do mundo. (JAEGER, 1995, p.197). Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relao entre mito e filosofia na Grcia Antiga, correto afirmar: A) A filosofia, em que pese ser considerada como criao dos gregos, originou-se no Oriente, sob o influxo da religio e, apenas posteriormente, alcanou a Grcia. B) A filosofia representa uma ruptura radical em relao aos mitos, tendo sido uma nova forma de pensamento plenamente racional, desde a sua origem. C) A filosofia e o mito sempre mantiveram uma relao de interdependncia, uma vez que o pensamento filosfico necessita do mito para se expressar. D) A filosofia, apesar de ser pensamento racional, desvinculou-se dos mitos de forma gradual. E) O mito busca respostas para problemas que so objeto da pesquisa filosfica e, nesse aspecto, considerado parte integrante da filosofia. QUESTO 7 Do ponto de vista filosfico, tanto o amor quanto a paixo e a amizade podem ser definidos como tendncias da sensibilidade, capazes de transportar o homem para um ser ou um objeto reconhecido ou sentido como um bem. Porm, so sentimentos diferentes. A amizade caracteriza-se por A) ser uma emoo da alma, acusada pelo movimento dos espritos vitais, que a leva a se unir, voluntariamente, aos objetos que lhe parecem convenientes. B) ser a necessidade de fuso com o ser ou objetos amados, sem a necessidade de individuao, e, a partir dessa fuso, no existem dois, e, sim, um s. C) criar um sentimento de inclinao ou atrao que liga os seres humanos aos outros, a Deus e ao mundo, mas tambm o ser humano a si mesmo. D) desenvolver, no tempo, a partir de encontros sucessivos que revelam novas perspectivas, novos caminhos para os homens, fazendo-os compreender uma parte deles mesmos e do mundo ao seu redor. E) tratar-se de uma relao que precisa ser cuidada, para no cair no ressentimento e na cobrana por todas as renncias feitas em nome desse sentimento.

  • QUESTO 8 D-se o nome conhecimento relao que se estabelece entre o sujeito cognoscente (ou uma conscincia) e um objeto. Essa afirmativa equivale a dizer que o conhecimento A) tudo que revelado atravs dos instintos. B) tudo que se enxerga atravs dos sentidos. C) tudo que revelado atravs dos sonhos. D) uma percepo que nasce da observao da natureza. E) o processo pelo qual o sujeito se coloca no mundo e, com ele, estabelece uma ligao. QUESTO 9 A experincia filosfica varia entre uma postura idealista mais metafsica, ou totalmente metafsica, e outra mais materialista ou totalmente materialista. Dentre essas doutrinas ou correntes filosficas, aquela que se desenvolveu como uma teoria embasada no concreto, no real, e que consiste em buscar um conhecimento com base na experincia prtica, em qualquer realidade, A) o Existencialismo. B) a Fenomenologia. C) o Pragmatismo. D) o Idealismo. E) o Realismo. QUESTO 10 Para que tanta TV. Tanto tempo a perder? Ser que a TV instrui o homem ou o manipula? A TV um bem ou um mal? As discusses sobre essa questo abordam, de um lado, o seu carter democratizador, uma vez que acessvel a todos, indistintamente. De outro, discute-se a sua funo alienadora e de formao da opinio pblica, nem sempre positiva, ao aproveitar-se da natureza emocional e irreflexiva da comunicao por imagens.

    Olha, parece um bom filme de guerra. Acho que um documentrio sobre o Lbano. Nada disso... Parece mais uma reprise de Combate. No, o noticirio das 8h. Aqueles lanadores de granadas so reais. Blam! Blam! Isso! Acabe com o miservel! Uau! Que legal! Quero dizer, se for mesmo um filme. Algum pode me dizer se devo me divertir ou no?!

    A partir da anlise da tira e do texto, associada aos conhecimentos sobre os meios de comunicao de massa, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. ( ) A televiso se caracteriza por sua linguagem especfica, sua atualidade, sua instantaneidade, distinguindo-se de outras mdias, como o cinema. ( ) Uma das caractersticas da linguagem televisiva sua fragmentao, pois toda programao estruturada aos pedaos, os chamados blocos, separados pela apresentao da propaganda. ( ) Tudo o que chama ateno, atrai e prende o olhar espetculo, e a televiso, trabalhando na forma de apresentao de seus programas, transforma qualquer contedo em espetculo, de grande eficcia visual. ( ) A televiso tem uma linguagem totalmente voltada para a educao e a conscientizao das camadas mais populares, que a tm como nica fonte de informao. A alternativa que indica a sequncia correta, de cima para baixo, a A) V V V F C) V V F V E) F V V F B) V F V V D) F F F V QUESTO 11 Na concepo poltica de Plato, correto afirmar que a A) democracia uma forma degenerada porque, por definio, o povo incapaz de adquirir a cincia poltica. B) timocracia deve ser implementada, j que privilegia o impulso guerreiro em relao ao culto da virtude. C) aristocracia um regime desejvel, sempre que houver no poder uma famlia apta ao discurso filosfico. D) tirania deve ser estabelecida nos momentos de guerra, para defender as fronteiras da polis. E) sofocracia o modelo ideal de poder, por ser confiado aos melhores, aos mais inteligentes. QUESTO 12 Analisando os princpios da conscincia moral, Immanuel Kant concluiu que a vontade humana verdadeiramente moral quando regida por imperativos categricos. Segundo esse filsofo, o homem deve agir de tal maneira que a mxima de sua ao possa sempre valer como princpio universal de conduta. De acordo esse imperativo, a autonomia da razo para legislar supe a liberdade e o dever e, desse modo, pode-se afirmar que o fundamento dessa norma de conduta A) deriva do interesse prprio, pois a desobedincia submete ao desprazer. B) se fundamenta no direito natural, como reflexo do evangelho. C) se enraza na prpria natureza formal da razo. D) encontrada no stimo mandamento de Deus. E) dada ao homem por instinto.

  • QUESTO 13 Para So Toms de Aquino, existem, pelo menos, trs motivos que conduzem os homens obedincia da lei, que so A) os costumes adquiridos em uma cultura, a emancipao social e a prazerosa fruio esttica. B) a educao recebida dos pais, o simples deleite tico e o esclarecimento jurdico. C) o medo da punio, os meros ditames da razo e a bondade perfeita da virtude. D) a tirania de um legislador, a conscincia poltica e social e a vocao religiosa. E) a punio das instncias divinas, a vocao religiosa e o prazer de obedecer. QUESTO 14 Michel Foucault afirmou que vivemos em uma sociedade na qual o poder exercido pode receber o nome de panoptismo, que consiste em uma forma de poder que A) se afirma sobre a investigao. B) repousa sobre o exame. C) prioriza a confisso. D) preza pelo inqurito. E) prioriza a violncia. QUESTO 15 Marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. Para entender a filosofia de Ren Descartes, considerado o fundador da filosofia moderna, necessrio situar alguns pontos bsicos, a partir dos quais se desenvolve a reflexo. O pensamento de Descartes toma como base a ( ) coisa exterior alma, que no um smbolo, e entendida, primeiro, pelo conhecimento. ( ) busca de fundamentos slidos para a cincia, a transio da conscincia subjetiva para o conhecimento. ( ) defesa de uma cincia fundamentada em um procedimento que avalia e descarta toda dvida. ( ) relao existencial do homem com o mundo, consigo mesmo e com Deus. A alternativa que indica a sequncia correta, de cima para baixo, a A) V V F F C) F F V F E) V V V V B) F V V F D) V F F V GABARITO

    1. E 6. D 11. C

    2. A 7. D 12. C

    3. D 8. E 13. C

    4. A 9. C 14. B

    5. B 10. A 15. B

    VESTIBULAR DE VERO 2010 - FILOSOFIA QUESTO 1 Os poemas homricos tm por fundamento uma viso de mundo clara e coerente. Manifestam-na quase a cada verso, pois colocam em relao com ela tudo quanto cantam de importante , antes de mais nada, a partir dessa relao que se define seu carter particular. Ns chamamos de religiosa essa cosmoviso, embora ela se distancie muito da religio de outros povos e tempos. Essa cosmoviso da poesia homrica clara e coerente. Em parte alguma ela enuncia frmulas conceituais maneira de um dogma; antes se exprime vivamente em tudo que sucede, em tudo que dito e pensado. E embora no pormenor muitas coisas resultem ambguas, em termos amplos e no essencial, os testemunhos no se contradizem. possvel, com rigoroso mtodo, reuni-los, orden-los, fazer lhes o cmputo, e assim eles nos do respostas explcitas s questes sobre a vida e a morte, o homem e Deus, a liberdade e o destino (...). (OTTO. Os deuses da Grcia: a imagem do divino na viso do esprito grego. 1 Ed., trad. [e prefcio] de Ordep Serra. So Paulo: Odysseus Editora, 2005 - p. 11.) Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a funo dos mitos na Grcia arcaica, assinale a alternativa correta. A) De acordo com os poemas homricos, os deuses em nada poderiam interferir no destino dos humanos e, assim, a determinao divina (ananque) se colocava em segundo plano, uma vez que era o acaso (tykhe) quem governava, isto , possua a funo de ensinar ao homem o que este deveria escolher no momento de sua livre ao. B) As poesias de Homero sempre mantiveram a funo de educar o homem grego para o pleno exerccio da atividade racional que surgiria no sculo VI a.C., uma vez que, de acordo com historiadores e helenistas, no houve uma ruptura na passagem do mito para o lgos, mas sim um processo gradual e contnuo de enraizamento histrico que culminou no advento da filosofia. C) Os mitos homricos serviram de base para a educao, formao e viso de mundo que o homem grego arcaico possua. Em seus cnticos, Homero justape conceitos importantes como harmonia, proporo e questionamentos a respeito dos princpios, das causas e do por qu das coisas. Embora todas essas instncias apresentavam-se como tal, os mitos no deixaram de lado o carter mgico, fictcio e fabular em que eram narrados. D) O mito j era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia, Homero inaugura uma modalidade literria bem singular no ocidente. As aes dos deuses e dos homens, por exemplo, sempre obedeceram a uma ordem pr estabelecida, a qual sempre revelou uma lgica racional em funcionamento.

  • E) Os mitos tiveram funo meramente ilustrativa na educao do homem grego, pois o carter terico e abstrato da cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se revelariam relevantes na poesia grega. QUESTO 2 Leia o fragmento de um texto pr-socrtico: Ainda outra coisa te direi. No h nascimento para nenhuma das coisas mortais, como no h fim na morte funesta, mas somente composio e dissociao dos elementos compostos: nascimento no mais do que um nome usado pelos homens. (EMPDOCLES. Apud ARANHA/ MARTINS. Filosofando: Introduo Filosofia. 3 Ed., So Paulo: Moderna, 2006 - p. 86.). A respeito da relao entre mythos e logos (razo) no incio da filosofia grega, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. I. O fragmento acima denota a luta de foras opostas na massa dos membros humanos, que ora unem-se pelo amor no incio todos os membros que atingiram a corporeidade da vida florescente , ora divididos pela fora da discrdia, erram separados nas linhas da vida. Assim ocorre tambm com todos os outros seres na natureza. II. A verdade filosfica apresenta-se no pensamento de Empdocles atravs de uma estrutura lgica muito distante da verdade expressa nos relatos mticos dos gregos arcaicos. III. Nascimento e morte, no texto de Empdocles, so apresentados por meio de representaes mticas que o filsofo retira de uma tradio religiosa presente ainda em seu tempo. Essas imagens, consequentemente, se transpem, sem deixarem de ser msticas, em uma filosofia que quer captar a verdadeira essncia da realidade fsica. IV. O fragmento denota continuidade do pensamento mtico no incio da filosofia, pois esto presentes ainda o uso de certas estruturas comuns de explicao. A) Apenas II, III e IV esto corretas. B) Apenas I, III e IV esto corretas. C) Apenas I e II esto corretas. D) Apenas I e IV esto corretas. E) Apenas I, II e IV esto corretas. QUESTO 3 Primeiro foi o espanto, depois o despertar crtico e a decepo. O ser humano queria uma explicao para o mundo, uma ordem para o caos. Ele queria, enfim, a verdade. Essa busca da verdade tornou-se cada vez mais exigente com o conhecimento que adquiria e transmitia. Ambicioso, o homem sentia uma necessidade crescente de entender e explicar de maneira clara, coerente e precisa. Essa busca do saber fez nascer a filosofia. (COTRIM. Fundamentos da filosofia: histria e grandes temas. 16 Ed., So Paulo: Saraiva 2006 - pp.49-50.).

    Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a atitude filosfica. A) O conhecimento filosfico uma conquista recente da humanidade: no pensamento grego antigo, filosofia e mitologia encontravam-se unidas e s vieram a se separar no sculo XVII, com a cincia galileana. B) A atitude filosfica caracteriza-se pela passagem do senso comum para o bom senso: enquanto o senso comum conhecimento acrtico e fragmentrio da realidade, o bom senso trata de organiz-lo criticamente em um todo coerente, o qual podemos chamar de filosofia de vida. C) A dvida e a incerteza do pensamento caracterizam exemplarmente a atitude filosfica: S sei que nada sei , desde Scrates, a proposio que expressa o mtodo, por excelncia, da filosofia. D) As indagaes filosficas se realizam de modo no-sistemtico, so perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir. E) A exigncia de rigor, clareza e crtica prpria da atitude filosfica. Em seu exerccio ordinrio, a filosofia essencialmente terica, mas isso no significa que ela esteja margem do real (do mundo). QUESTO 4 Aps as primeiras discusses dos filsofos pr-socrticos no sculo VI a.C. (perodo cosmolgico), surge outro movimento muito importante na histria da filosofia. Passa a ser abordado uma nova modalidade de problemas e discusses (perodo antropolgico), e assim teremos no s as figuras principais do novo cenrio da filosofia grega, mas de toda a histria da razo ocidental: Scrates, Plato e Aristteles. Com Scrates, a filosofia ganha uma nova roupagem. Scrates viveu em Atenas no momento de apogeu da cultura grega, o chamado perodo clssico (sculos V e IV a.C.), fase de grande expresso na poltica, nas artes, na literatura e na filosofia. O que h de mais forte na filosofia de Scrates o seu mtodo e a maneira pela qual ele buscava discutir os problemas relacionados filosofia. A partir desta informao, e de seus conhecimentos sobre a filosofia socrtica, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. I. Scrates sempre buscava pessoas em praa pblica para dialogar e questionar sobre a realidade de seu tempo. II. A clebre frase de Scrates, que caracterizava parte de seu mtodo : s sei que nada sei, por isso questionava as idias de seus interlocutores. III. Scrates oferecia grande importncia s experincias sensveis, o que caracterizou fortemente o seu mtodo filosfico. IV. Para fazer com que os seus interlocutores enxergassem a verdade por si prprios, Scrates elaborou um mtodo composto de duas partes centrais: a ironia e a maiutica.

  • A) Apenas I e II esto corretas. B) Apenas I, II e IV esto corretas. C) Apenas III e IV esto corretas. D) Apenas I, II e III esto corretas. E) Apenas I e IV esto corretas. QUESTO 5 A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto ,o Universo). Ele est escrito em lngua matemtica, os caracteres so tringulos, circunferncias e outras figuras geomtricas. Sem estes meios, impossvel entender humanamente as palavras; sem eles ns vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. (GALILEU. Apud. COTRIM. Fundamentos da filosofia: histria e grandes temas. 16 Ed., So Paulo: Saraiva, 2006 - p.133.)

    De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos sobre a cincia da natureza em Galileu, assinale a alternativa correta. A) De acordo com os princpios de sua cincia, Galileu depositava grande crdito no mtodo indutivo, pois este possuiria melhor alcance nos resultados da investigao da natureza. B) O passo decisivo da fsica galileana concentrava-se na realizao de experimentos para comprovar uma tese, sem a necessidade de recorrer s elaboraes do raciocnio matemtico. C) Quanto ao movimento, Galileu seguiu as teorias de Aristteles que distinguia o movimento qualitativo do movimento quantitativo, para considerar toda mudana apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou leves). D) Um dos aspectos centrais da cincia da natureza em Galileu est na realizao de experimentos com o auxlio indispensvel da matemtica, pois, para ele, a matemtica o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as regularidades observadas nos fenmenos naturais. E) O que d validade cientfica aos processos intelectuais de Galileu que os resultados de suas pesquisas jamais precisariam ser submetidos comprovao emprica, bastando, apenas, se localizarem no campo da abstrao. QUESTO 6 Em sua obra O Prncipe, Nicolau Maquiavel (1496-1527) assim se expressa em relao fortuna: No me desconhecido que muitos tm tido e tm a opinio de que as coisas do mundo so governadas pela fortuna e por Deus, de sorte que a prudncia dos homens no poderia corrigi-las, e mesmo no lhes traz remdio algum. (...) s vezes, pensando nisso, me tenho inclinado a aceit-la. No obstante, e para que o nosso livre-arbtrio no desaparea, penso ser verdade que a fortuna seja rbitra de nossas aes, mas que, ainda assim, ela nos deixa governar a outra metade.

    (MAQUIAVEL. O Prncipe. So Paulo: Abril Cultural, 1973 - p.109).

    Com base na leitura deste trecho e considerando outras informaes presentes na obra de Maquiavel, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. I. De acordo com Maquiavel, somente a ao da fortuna pode reduzir os prejuzos causados pela prpria fortuna. II. A reflexo apresentada acima pressupe a presena do conceito de virt, qualidade indispensvel para o bom xito do governo do prncipe em uma repblica, pois a fortuna pode, sim, oferecer ocasies para as aes do governante, o qual ter que agir fazendo bom uso da virt que lhe prpria. III. A virt humana capaz de agir e dominar, no momento certo, o curso natural das coisas, imprimindo as mudanas necessrias em relao realizao de grandes feitos e conservao do poder. IV. A fortuna no depende em nada da ao humana para seguir seu curso natural. A) Apenas I e IV esto corretas. B) Apenas II, III e IV esto corretas. C) Apenas I e II esto corretas. D) Apenas I, II e III esto corretas. E) Apenas I e III esto corretas. QUESTO 7 No sculo V a.C. Atenas esteve sob o governo de Pricles, um dos grandes estrategos do mundo grego. Naquele perodo, Atenas vivenciou o grande florescimento das artes, cincia, filosofia e poltica. Segundo alguns autores, a partir do governo de Pricles que os gregos traaram as linhas mestras daquilo que viria a ser a poltica enquanto atividade (e dever) de todos os cidados que vivem na plis (cidade-Estado). A partir desta e outras informaes sobre o governo de Pricles, assinale a alternativa correta. A) No governo de Pricles, somente as classes mais favorecidas tinham direito a voz nas assemblias. B) Somente aos sbios caberia o dever de governar a plis grega, porque apenas eles teriam condies de contemplar a verdadeira idia de justia. C) Pricles prope, como melhor regime poltico, a sofocracia, governo nas mos do sbio. D) Pricles desenvolveu uma concepo poltica muito restrita, na qual o governo da plis seria mantido somente por um pequeno nmero de pessoas. E) O governo, prprio de Atenas, recebeu, a partir de Pricles, o nome de democracia, porque a sua direo (poder- crats) no est na mo de um pequeno grupo, mas sim da maioria (o demos).

  • QUESTO 8 Qual dos argumentos abaixo NO caracteriza a crtica feita pela Escola de Frankfurt razo ocidental? A) A Escola de Frankfurt confronta-se com a questo da autodestruio da razo, examinando o acasalar de razo e barbrie na histria, comprometendo-se, assim, a pensar como que a razo humana pde entrar em um conflito to radical consigo prpria. B) Para os filsofos da Escola de Frankfurt, principalmente para Adorno e Horkheimer, h uma implicao paradoxal da razo ocidental e do mito: o prprio mito j razo e a razo volta a ser mitologia da modernidade burguesa, isto , se o mito se baseia na imitao dos fenmenos naturais, a cincia moderna substitui a mimese pelo princpio de identidade. C) Segundo os filsofos da Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna deve contrapor ao irracionalismo inerente a sua prpria constituio, uma viso instrumental da razo, na tentativa de adequar meios e fins. Para esses filsofos, a razo deve observar e normatizar, calcular, classificar e dominar a natureza, controlando as incoerncias, injustias e os acasos da vida. D) A racionalidade ocidental configura-se, na crtica feita pela Escola de Frankfurt, como razo de dominao e controle da natureza exterior e interior. Ao separar sujeito e objeto, corpo e alma, natureza e cultura, destitui o indivduo de seu aspecto emprico e singular, transformando-o em um autmato. E) Para a Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna adota a mesma atitude com relao aos objetos que o ditador em relao aos homens: conhece-os para melhor os dominar. A crtica desses filsofos se dirigiu a um tipo de saber que quer ser sinnimo de poder, e que tem a tcnica como sua essncia. QUESTO 9 Sobre o conceito de tica, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s) I. Para Aristteles, as aes humanas no so como as operaes naturais. Na natureza cada ser segue necessariamente as exigncias impostas por sua matria e por sua forma, ou seja, o acidente secundrio. Em relao s aes humanas d-se exatamente o contrrio, nelas o acidente predomina, pois embora o homem possua vontade e poder de escolher a ao que deseja realizar, ele tambm se engana e pode no alcanar aquilo que almejou. II. A tica epicurista basicamente um hedonismo. O motor e a meta da vida humana so identificados ao prazer. Prazer, mas prazer com medida e senso de limite. O hedonismo epicurista alia prazer e serenidade. III. A primeira e mais importante idia geral do estoicismo a exaltao da natureza, da o primeiro princpio da tica estica: todos devem viver em conformidade com a natureza. Nisto resume-se a

    virtude. Pautar a vida segundo as prescries da natureza significa, para os esticos, servir ao interesse geral da coletividade, antes que seu prprio. IV. O pensamento tico-teolgico de So Toms de Aquino afasta-se inteiramente do aristotelismo. O primeiro e inabalvel postulado do sistema tomista o de que o homem no foi dotado pelo Criador da capacidade de separar a verdade do erro, por isso o juzo tico est absolutamente ligado aos sentimentos e emoes. A) Apenas I, III e IV esto corretas. B) Apenas I est correta. C) Apenas I e IV esto corretas. D) Apenas I, II e III esto corretas. E) Apenas IV est correta. QUESTO 10 Segundo Immanuel kant (1724-1804), a moral no propriamente dita a doutrina que nos ensina como devemos nos tornar felizes, mas como devemos nos tornar dignos da felicidade (KANT, Crtica da Razo Prtica. Apud CHAU (org.), Primeira Filosofia. So Paulo: Editora Brasilienses, 1987 p. 261).

    De acordo com a teoria moral kantiana, em que sentido devemos entender a noo de dever? A) A razo prtica, para Kant, tem o poder para criar normas e fins morais e, por isso, tem tambm o poder para imp-los a si mesma. Essa imposio que a razo prtica faz a si mesma daquilo que ela prpria criou o dever. Por dever, damos a ns mesmos os valores, os fins e as leis de nossa ao moral e por isso somos autnomos. B) O dever, afirma kant, se apresenta atravs de um conjunto de contedos fixos, que define a essncia de cada virtude e diz que atos devem ser praticados e evitados em cada circunstncia especfica de nossas vidas. Por isso, o dever um imperativo categrico: ordena incondicionalmente embora no seja uma lei moral interior. C) O dever uma imposio externa feita a nossa vontade. No precisamos dele para nos tornar seres morais, precisamos isto sim, da dignidade, livre-arbtrio e liberdade para agirmos de acordo com nossa conscincia, que a manifestao mais alta da humanidade em ns. D) Kant procura conciliar o dever e a idia de uma natureza humana que no precisa ser obrigada moral. Por natureza, diz Kant, somos seres morais, ou seja, a razo prtica e a verdadeira liberdade no precisam nos impor nosso ser moral. E) Para Kant, a tica exige seres autnomos e a idia de dever introduz a heteronomia, isto , o domnio de nossa vontade e de nossa conscincia por um poder estranho a ns.

  • QUESTO 11 Relacione os fragmentos e argumentos abaixo identificando-os com o pensamento poltico de seu respectivo autor. 1. Na obra Filosofia do Direito, em que so desenvolvidas as teorias sobre o Estado, encontramos uma crtica tradio jurisnaturalista tpica dos filsofos contratualistas. Ao contrrio destas teorias, a obra em questo nega a anterioridade dos indivduos na formao da sociedade, pois o Estado que fundamenta a sociedade, ou seja, no existe o homem em estado de natureza, pois o homem sempre um indivduo social. (Cf. ARANHA/ MARTINS. Filosofando Introduo filosofia. 2. Ed.,So Paulo, Moderna: 1993 p. 234.).

    2. verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer, mas a liberdade poltica no consiste nisso. Num Estado, isto , numa sociedade em que h leis, a liberdade no pode consistir seno em poder fazer o que se deve querer e no ser constrangido a fazer o que no se deve desejar. Deve-se ter sempre em mente o que independncia e o que liberdade. A liberdade o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidado pudesse fazer tudo o que elas probem no teria mais liberdade, porque os outros tambm teriam tal poder. (Fragmento retirado da obra Do Esprito das Leis. So Paulo, Difel: 1962 - p. 179). 3. A idia central da obra Segundo Tratado Sobre o Governo gira em torno do conceito de propriedade privada. Inicialmente, este conceito usado num sentido muito amplo, indicando tudo o que pertence a cada indivduo, isto , seu corpo, suas capacidades, seu trabalho, seus bens, sua vida e liberdade. Segundo essa concepo, todos so proprietrios, mesmo quem no possui bens, pois todos so proprietrios de sua vida, de seu corpo, de seu trabalho. Nessa obra, aparece a distino entre o pblico e o privado, que devem ser regidos por leis diferentes, de tal modo que o Estado no deve intervir, mas sim garantir e tutelar o livre exerccio da propriedade. (Cf. ARANHA/ MARTINS. Filosofando Introduo filosofia. 2. Ed., So Paulo, Moderna: 1993 p. 219).

    4. Nas minhas pesquisas cheguei concluso de que as relaes jurdicas assim como as formas de Estado no podem ser compreendidas por si mesmas, nem pela dita evoluo geral do esprito humano (...) A concluso geral a que cheguei (...) pode formular-se resumidamente assim: na produo social de sua existncia, os homens estabelecem relaes determinadas, necessrias, independentes da sua vontade, relaes de produo que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das foras produtivas materiais. (...) O modo de produo da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, poltica e intelectual em geral. No a conscincia dos homens que determina o seu ser; o seu ser social que, inversamente, determina sua conscincia. (Fragmento retirado da obra intitulada Contribuio crtica da economia poltica. So Paulo: Martins Fontes, 1977 p. 23).

    Os fragmentos e argumentos acima correspondem ao pensamento poltico de quais filsofos? (Preencha os parnteses com o nmero do argumento ou fragmento que lhe correspondente). ( ) Karl Marx ( ) Friedrich Hegel ( ) John Locke ( ) Montesquieu Assinale a alternativa correta. A) 1 2 3 4. D) 3 1 4 2. B) 2 3 1 4. E) 4 1 3 2. C) 4 3 2 1. QUESTO 12 (...) a cincia tem mais que um simples valor de sobrevivncia biolgica. Ela no apenas um instrumento til. Embora no possa atingir a verdade nem a probabilidade, o esforo pelo conhecimento e a procura pela verdade ainda so os motivos mais fortes da descoberta cientfica. No sabemos, podemos apenas conjecturar. E nossas conjecturas so guiadas pela f no-cientfica, metafsica (embora explicvel biologicamente), nas leis ou regularidades que podemos desvendar descobrir (POPPER, Karl. A Lgica da pesquisa cientfica, in CHAU (org.), Primeira Filosofia. So Paulo: Brasiliense, 1987 p.213 214).

    De acordo com o enunciado, e com seus conhecimentos sobre o tema, qual das alternativas abaixo caracteriza a cincia contempornea para Karl Popper (1902-1994)? A) Para Popper, o que garante a verdade do discurso cientfico sua condio de refutabilidade: quando uma teoria resiste refutao, ela corroborada. Assim, no a explicao e a justificao de sua teoria que deve preocupar o cientista, mas sim o levantamento de possveis teorias que a refutem. B) Popper abandonou o empirismo para dedicar-se ao chamado anarquismo epistemolgico. Defende o pluralismo metodolgico e critica as posies positivistas e as metodologias normativas adotadas pela cincia contempornea. C) Popper nega que o desenvolvimento da cincia tenha sido levado a efeito pelo ideal de refutao. Segundo o autor, a cincia progride pela tradio intelectual representada pelo conceito de paradigma. D) De acordo com Popper, o homem est convencido de sua capacidade de conhecer o mundo pela cincia. A concepo de cincia do autor tem como pressuposto o mecanicismo e o determinismo. E) Popper elaborou o primeiro exemplo de teoria cientfica encontrado na cincia moderna: a teoria da gravitao universal, fazendo da fisiologia uma cincia positiva, tendo por modelo o mtodo experimental da fsica e da qumica.

  • QUESTO 13 Considere o enunciado: Enquanto todas as outras cincias tm como objeto algo que se encontra fora do sujeito cognoscente, as cincias humanas tm como objeto o prprio ser que conhece. Da ser possvel imaginar as dificuldades da economia, da sociologia, da psicologia, da geografia humana, da histria para estudar com objetividade aquilo que diz respeito ao prprio homem to diretamente (ARANHA/ MARTINS. Filosofando: Introduo Filosofia. 2. Ed., So Paulo, Moderna: 1993 p. 167).

    De acordo com seus conhecimentos sobre o tema em questo, qual das opes abaixo caracteriza as cincias humanas e suas dificuldades metodolgicas? A) As cincias humanas lidam com fatos objetivos, ou seja, excluem todo aspecto subjetivo de seu procedimento de anlise. B) Para garantir uma anlise rigorosamente objetiva dos fatos humanos, as cincias humanas empregam a metodologia utilizada pelas cincias naturais, baseando suas investigao fundamentalmente no mtodo experimental e de observao. C) As disciplinas conhecidas como cincias humanas operam fundamentalmente por analogia com as cincias naturais e seus resultados, porque de outra forma no teriam como assegurar o rigor e a certeza de seus experimentos, e so estas duas caractersticas que fazem da cincia um pensamento baseado na universalidade do conhecimento. D) Nas disciplinas conhecidas como cincias humanas, difcil a superao da subjetividade. O obstculo principal est na natureza dos fenmenos do comportamento humano, que carregam uma carga de significaes que se opem a sua transformao em simples objetos cientficos, ou seja, em esquemas abstratos e matematicamente manipulveis. E) certo afirmar que a cincia ser to rigorosa quanto mais for matematizvel. Desta forma, as cincias humanas, embora lidem com objetos subjetivos, devem almejar sempre tcnicas estatsticas e operacionais ou seja, tcnicas herdadas da matemtica em sua metodologia, buscando retirar todo aspecto aproximativo e de interpretao de seus resultados.

    QUESTO 14 Todas as alternativas abaixo definem corretamente a relao crtica que se estabelece na contemporaneidade entre Arte, Indstria cultural e Cultura de massas, EXCETO. A) Com o advento da modernidade, as artes foram submetidas s regras do mercado capitalista e da ideologia da Indstria Cultural, baseadas na prtica do consumo de produtos culturais produzidos em srie. As obras de arte so mercadorias, como tudo que existe no capitalismo. B) No podemos afirmar que a contemporaneidade transformou as obras de arte em mercadorias, pois proporcionaram sua democratizao irrestrita: todos podem ter acesso a elas, conhec-las, incorpor-las em suas vidas, critic-las, graas ao capitalismo. C) Apesar de submetida s leis do mercado capitalista e de sua ideologia, a arte contempornea no se democratizou, massificou-se para consumo rpido no mercado da moda e nos meios de comunicao de massa. D) A Indstria cultural define a cultura como lazer e entretenimento, diverso e distrao. O que nas obras de arte significa trabalho da sensibilidade, da reflexo e da crtica vulgarizado e banalizado; em lugar de difundir e divulgar as artes, despertando interesse por ela, ocorre massificao da expresso artstica e intelectual. E) Sob o controle econmico e ideolgico da Indstria Cultural, a arte se transformou em um evento para tornar invisvel a realidade e o prprio trabalho criador das obras. algo para ser consumido e no para ser conhecido, frudo e superado por novas obras. QUESTO 15 Informe se verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta. ( ) O saber cientfico, em ltima anlise, se ope ao saber filosfico: os conhecimentos cientficos so inquestionavelmente certos, coerentes e infalveis. Diferente disto, a atitude filosfica , por excelncia, caracterizada como indagao e crtica, cujos principais norteadores so a dvida e a incerteza. ( ) O saber cientfico, em ltima anlise, no se ope ao saber filosfico. O que os diferencia , sobretudo, uma questo de enfoque: a cincia interessa-se mais em resolver problemas especficos, delimitados, enquanto a filosofia busca estabelecer uma interdisciplinaridade dos diversos campos do saber. ( ) O trabalho da cincia pressupe, como condio, o trabalho da filosofia. As pretenses da cincia so fundamentadas, principalmente, na confiana que ela deposita na racionalidade dos conhecimentos: este fundamento das cincias, por exemplo, no cientfico, mas sim filosfico.

  • ( ) A reflexo empreendida pela filosofia deve, necessariamente, ser desinteressada, neutra e, principalmente, separada do que ocorre no mundo. Ela tem um compromisso com o rigor e a verdade dos resultados das pesquisas cientficas, ou seja, pelo fato de ser uma disciplina terica, deve, necessariamente, abster-se dos acontecimentos da vida social. A) V F V V. B) F F F V. C) F V V F. D) F V F F. E) F V F V. GABARITO

    1. C 6. B 11. E

    2. A 7. E 12. A

    3. E 8. C 13. D

    4. B 9. D 14. B

    5. D 10. A 15. C

    VESTIBULAR DE INVERNO 2010 - FILOSOFIA QUESTO 1 A filosofia vai surgir ligada a esses dois tipos de palavras, isto , altheia e dxa. Essa ligao diferenciada, ou seja, no ser sempre a mesma nos diferentes perodos da filosofia grega. Assim, na fase inicial, os filsofos procuravam falar nos dois campos: falam como poetas e adivinhos, isto , no campo da palavra-verdade, e falam como chefes polticos, isto , no campo da palavra persuaso. A seguir, com os filsofos Pitgoras de Samos e Parmnides de Elia, afastam a dxa e fortalecem apenas a altheia. No entanto, a partir do desenvolvimento da democracia, sobretudo em Atenas, um grupo de filsofos novos, os sofistas, afastam a altheia e fortalecem exclusivamente a dxa. Finalmente, com Scrates e Plato, ser feito um esforo gigantesco (decisivo para todo pensamento ocidental) para colocar a altheia no lugar da dxa. Ser o momento em que a filosofia, em vez de ocupar-se com a origem do mundo e as causas de suas transformaes, se interessar exclusivamente pelos homens, pela vida social e poltica (CHAU, M. Introduo Histria da Filosofia Dos pr-socrticos a Aristteles. Volume I. 1 ed. So Paulo: Brasiliense, 1994).

    Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre o tema, informe se verdadeiro (V) ou falso (F) e, em seguida, assinale a alternativa correta. ( ) Essas observaes sobre a altheia e a dxa nos ajudam a compreender por que a filosofia nascente, embora sendo uma cosmologia (isto , uma explicao racional sobre a origem do mundo e as causas de suas transformaes), emprega um vocabulrio poltico e humano para referir-se o cosmos. que a linguagem disponvel para a filosofia a linguagem da plis e esta projetada na explicao da natureza ou do universo. ( ) A palavra dxa deriva do verbo doko, que significa: 1) tomar o partido que se julga o mais adaptado a uma situao; 2) conformar-se a uma norma; 3) escolher e decidir. A dxa pertence ao vocabulrio poltico da deciso, deliberao e opinio. ( ) Exerccio do pensamento e da linguagem, a filosofia nascente no ir diferenciar-se da palavra dos guerreiros e dos polticos, pois no possui uma pretenso especfica, deseja apenas argumentar e persuadir. ( ) No pensamento mtico e na organizao scio-poltica que antecede o surgimento da plis, a altheia possui uma relao intrnseca com os procedimentos oraculares e divinattios: a lembrana do que foi contemplado no orculo e ouvido, ali, dos deuses, que a verdade, altheia. A) F V F V. B) V F V F. C) V V F V. D) V V F F. E) V F F V.

  • QUESTO 2 Difcil caracterizar o estilo de Scrates. Os prprios antigos lhe forjaram uma palavra sob medida, eirn (de onde vem a palavra ironia), que deixa o tradutor moderno to perplexo quanto o etimologista antigo. Traduzamos, para simplificar, por aquele que se pretende ignorante, que diz menos do que parece pensar; portanto, finrio, se tomarmos pelo lado pior, como Aristfanes, ou reservado, se seguirmos Plato e Aristteles. Mas tambm ingnuo, se admitirmos sem discusso o que ele diz de si mesmo, ou dissimulado, se no acreditarmos nisso (WOLF, F. Scrates O sorriso da razo. So Paulo: Editora Brasiliense, 1987).

    Analise as alternativas e assinale a INCORRETA. A) A ironia escrnio e sarcasmo. Marcas de um mtodo destrutivo, a ironia socrtica conhecida pelo nome de maiutica: dar luz novas ideias. Verdadeiramente vaidosa, essa atitude filosfica em Scrates no pode ser separada da franca hipocrisia, como atesta, seu emblemtico s sei que nada sei. B) A ironia distanciamento. Para poder filosofar, para colocar entre si e o mundo a barreira profiltica do questionamento e da reflexo, preciso reconhecer que a cada conhecimento obtido, uma nova ignorncia se abre diante de ns. O conhecimento no um estado, mas um processo, uma busca, uma procura pela verdade. C) Ironia: verdade e fingimento, ao mesmo tempo. Nem hipcrita, nem verdadeiramente franca, diz a verdade parecendo dizer o seu contrrio. Realmente Scrates diz a verdade: ele nada sabe, pois s ele sabe que, s questes que ele pe, no h nenhum saber constitudo que possa responder. A ironia refutao, com a finalidade de romper a solidez aparente dos preconceitos. D) Ironia zombaria: o dilogo socrtico vai justamente dissolver o saber irrefletido de seu interlocutor e reduzir a nada suas pretenses normativas. Curiosa inverso irnica: o eu nada sei (daquilo que acreditas que sei), mas tu sabes (o que tu no pensas que sabes) se duplica num tu nada sabes (daquilo que acreditas saber). E) Ironia espantar-se com o que j no espanta. Os momentos fugidios, roubados pela ironia seriedade das coisas e aderncia da existncia, so momentos preciosos: so momentos de conscincia. QUESTO 3 De acordo com muitos interpretes, Scrates (470-399 a.C.) considerado o primeiro filsofo da tica. Qual das alternativas abaixo NO caracteriza corretamente seu pensamento. A) Scrates transporta a antiga especulao racional para o terreno ateniense da moralidade, tentando superar a crise dos valores de Atenas para dar novamente sua moral um fundamento slido porque pessoal (no-Estatal) e racional (no-religioso).

    B) De fsica, nossa interpretao torna-se moral, de meditao solitria, torna-se dilogo. Assim, Scrates, filsofo urbano, vai onde esto os atenienses: nos banquetes, no ginsio, sobretudo na gora, corao da cidade e centro de encontros. C) Com Scrates a moral se torna uma questo de Estado. Vivendo o apogeu da cidade de Atenas, em pleno sculo V a.C., Scrates faz de Atenas a civilizao do discurso poltico, lugar onde todo projeto, toda deciso importante, passa pela discusso pblica em comum. D) Para a moral grega que era outrora uma questo de crenas, que fazia parte das coisas indiscutveis , Scrates busca um fundamento mais estvel do que os costumes relativos e as normas efmeras: um fundamento racional, baseado na interrogao e discusso individual. E) Scrates domina a arte sutil do dilogo, a dialtica, jogo de esprito e de finura, feito de fintas e de esquivas, torneio de argumentadores pleno de subentendidos e de aluses. Nesse terreno, o da interrogao moral, interessa a Scrates apenas isto: o que os homens dizem acerca do que fazem e como justificam o que querem. QUESTO 4 *...+ Todos correram ao encontro de seus grilhes, crendo assegurar sua liberdade [...] Tal foi ou deveu ser a origem da sociedade e das leis, que deram novos entraves ao fraco e novas foras ao rico, destruram irremediavelmente a vontade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e da desigualdade, fizeram de uma usurpao sagaz, um direito irrevogvel e, para proveito de alguns ambiciosos, sujeitaram doravante todo o gnero humano, servido e misria. (ROUSSEAU, J. - J. Discurso sobre a origem da desigualdade. In: WEFFORT, F. C. Os Clssicos da Poltica. So Paulo: Editora tica: 1989-pg. 195).

    Todas as alternativas abaixo caracterizam o pensamento de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), EXCETO uma. Assinale-a. A) Rousseau parece demonstrar extrema nostalgia do estado feliz em que vive o bom selvagem, quando introduzida a desigualdade entre os homens, a diferenciao entre rico e pobre, o poderoso e o fraco e a predominncia da lei do mais forte. B) O soberano , para Rousseau, um representante eleito pelo povo que expressa a vontade geral. A democracia rousseausta considera que esse representante do povo que ratifica as leis, sendo a obedincia s leis que caracteriza a liberdade. C) Para Rousseau, o contrato social, para ser legtimo, deve se originar do consentimento necessariamente unnime. Pelo pacto, o homem abdica de sua liberdade, mas sendo ele prprio parte integrante e ativa do todo social, ao obedecer lei obedece a si mesmo e, portanto, livre.

  • D) Para Rousseau, a soberania do povo, manifesta pelo legislativo inalienvel, ou seja, no pode ser representada. A democracia rousseausta considera que toda lei no ratificada pelo povo em pessoa nula. E) Rousseau preconiza a democracia direta e participativa, mantida por meio de assembleias frequentes de todos os cidados. O mesmo homem enquanto faz a lei um cidado e, enquanto a obedece e se submete, um sdito. QUESTO 5 A partir da leitura do texto abaixo, considere o conceito de poder no domnio da poltica, assinalando a resposta INCORRETA. Com a influncia da nova classe burguesa no panorama poltico, passa-se a defender a separao entre o pblico e o privado. Enquanto na Idade Mdia o poder poltico pertencia ao senhor feudal, dono de terras, e era transmitido aos filhos como herana juntamente com seus bens, com as revolues burguesas as esferas do pblico e do privado se dissociam e o poder no mais herdado, mas conquistado pelo voto. (ARANHA, M.L./ MARTINS, M. H. P. Filosofando Introduo Filosofia. 2 ed. So Paulo: Moderna, 1993.)

    A) Isto possvel pela institucionalizao do poder, que se d quando aquele que o detm no mais se acha identificado com ele, sendo apenas o depositrio da soberania popular. B) O poder se torna um poder de direito, e sua legitimidade repousa no no uso da violncia, nem no privilgio, mas no mandato popular. C) No havendo privilgios, todos so iguais e tm os mesmos direitos e deveres. O sdito transforma-se em cidado, j que participa ativamente da comunidade cvica. D) Isto possvel porque o liberalismo burgus se mostrou eficiente na aplicao do ideal democrtico, ao relacionar diretamente poder e propriedade. O poder torna-se legtimo quando emana do trabalho e, consequentemente, da propriedade adquirida. E) Sob o impacto do sculo das luzes, expande-se a defesa do constitucionalismo, entendido como a teoria e a prtico dos limites do poder exercido pelo direito e pelas leis. Em outras palavras, para que no se possa abusar do poder, preciso que o poder freie o poder. QUESTO 6 Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s). Em seu livro Histria da Filosofia, Hegel (1770-1831) declara que a filosofia moderna pode ser considerada o nascimento da filosofia propriamente dita, porque nela, segundo Hegel, pela primeira vez, os filsofos afirmam que

    I. A filosofia independente e no se submete a nenhuma autoridade que no seja a prpria razo como faculdade plena de conhecimento. Isto , os modernos so os primeiros a demonstrar que o conhecimento verdadeiro s pode nascer do trabalho interior realizado pela razo, graas a seu prprio esforo. S a razo conhece e somente ela pode julgar a si mesma. II. A filosofia moderna realiza a primeira descoberta da subjetividade propriamente dita porque nela o primeiro ato do conhecimento, do qual dependero todos os outros, a reflexo e conscincia de si reflexiva. III. A filosofia moderna a primeira a reconhecer que, sendo todos os seres humanos seres conscientes e racionais, todos tm igualmente o direito ao pensamento e a verdade. Segundo Hegel, essa afirmao do direito ao pensamento, unida ideia da recusa de toda censura sobre o pensamento e palavra, seria a realizao filosfica do princpio da individualidade como subjetividade livre que se relaciona livremente com a verdade. IV. A filosofia moderna est to intimamente vinculada aos fundamentos da prxis humana que a ao no pode ser ignorada na determinao de seus critrios filosficos. Para Hegel, os modernos foram os primeiros a entender que esta prtica, no entanto, no deve ser considerada apenas no sentido restrito da conduta pessoal, mas na acepo mais abrangente de experincia humana em seus vrios aspectos, desde histrico at o nvel psicolgico. A) Apenas I, III e IV. B) Apenas I, II e III. C) Apenas I. D) Apenas II, III e IV. E) Apenas IV QUESTO 7 O fragmento de texto, logo abaixo, de Friedrich Nietzsche (1844-1900). Analise-o, tendo como referncia seus conhecimentos sobre o tema, e julgue as assertivas que o seguem, apontando a(s) correta(s). Todo filosofar moderno est poltica e policialmente limitado aparncia erudita, por governos, igrejas, academias, costumes, modas, covardias dos homens: ele permanece no suspiro: mas se... ou no reconhecimento: era uma vez... A filosofia no tem direitos; por isso, o homem moderno, se pelo menos fosse corajoso e consciencioso, teria de repudi-la e bani-la. Mas a ela poderia restar uma rplica e dizer: Povo miservel! culpa minha se em vosso meio vagueio como uma cigana pelos campos e tenho de me esconder e disfarar, como se eu fosse a pecadora e vs, meus juzes? Vede minha irm, a arte! Ela est como eu: camos entre brbaros e no sabemos mais nos salvar. (NIETZSCHE, F. A Filosofia na poca trgica dos gregos. aforismo 3. So Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 32 (Col. Os Pensadores).

  • I. Nietzsche critica a filosofia de sua poca, afirmando que ela afastou-se da vida, refugiando-se num universo de abstrao e dedues lgicas, criando falsos dualismos, como o de corpo e alma, mundo e Deus, mundo aparente e mundo verdadeiro. II. Em Scrates, Nietzsche encontra o ideal de humanismo que ir definir sua filosofia como esttica de si. O par conceitual, dionisaco (Dionsio o Deus da embriaguez da msica e do caos) e apolneo (Apolo o Deus da luz, da forma, da harmonia e da ordem), mostra a herana socrtica. Da luta e do equilbrio final desses dois elementos opostos, surge o pensamente nietzschiano como saber da vida e da morte, como expresso do enigma da existncia. III. Kant e sua moral so alvos do filosofar com o martelo nietzschiano: o imperativo categrico, isto , a lei universal que deve guiar as aes humanas, para Nietzsche uma fico que provm do domnio da razo sobre os instintos humanos, sendo a lei de um homem descarnado e cristianizado. IV. A vontade de potncia um conceito-chave na obra de Nietzsche. Indica-nos as relaes de fora que se desenrolam em todo acontecer, assinalando seu mtodo histrico. Assim, Nietzsche pensa o tempo de acordo com uma concepo prpria, um tempo no-linear, que se desenvolve em ciclos que se repetem o pensamento do eterno retorno, outro conceito-chave de sua obra. A) Apenas IV. B) Apenas II e III. C) Apenas II, III e IV. D) Apenas I, II e IV. E) Apenas I, III e IV. QUESTO 8 A modernidade ps-kantiana procura dialetizar a certeza moral. Procurou-se contextualizar a realizao moral no momento dialtico do progresso da humanidade. Procurou-se encontrar uma medida para avaliar os diferentes graus de realizao moral ao alcance do homem. Reconheceu-se que a civilizao melhorou a qualidade moral do homem, cujos instintos animalescos foram sendo progressivamente domesticados. Os principais representantes desse modelo relativista so os alemes Karl Marx e Sigmund Freud. (CUNHA, J. A. Filosofia Iniciao investigao filosfica. So Paulo: Atual, 1992).

    Caracterize, a partir da leitura do texto acima, a concepo filosfica da tica contempornea, assinalando a resposta correta.

    A) Parece mesmo que a civilizao ocidental, ao tentar manter equidistncia entre os dois princpios de transcendncia que inspiraram suas primeiras conquistas culturais o princpio de transcendncia moral e o princpio de transcendncia esttica , viu-se compelida a sustentar a prpria ideia de crise como ideal civilizatrio unificador. Por traz dessa ideia, est o homem concreto da ao moral, os valores da vida e a valorizao do corpo e das paixes. B) A conscincia, crescente nas dcadas que se sucederam a Segunda Guerra Mundial, de que o princpio da realidade ou o movimento dialtico da histria, libertaram o homem da necessidade de realizao moral, a base de sustentao da tica contempornea. A busca da felicidade no passa pela moral, mas sim pela realizao econmico-social de carter individualizante. C) A moralidade, sob a tica contempornea, figura no campo das compensaes: ela retira o comportamento humano da determinao da realidade e o coloca sob orientao do princpio de prazer. A tica constitui, nesses termos, um conjunto preceitos que orientam os homens na busca pela satisfao responsvel e consciente de seus apetites e desejos. D) O principal paradigma da moralidade, hoje, possui critrios de valorao regidos pelo seguinte princpio determinante: ou tudo ou nada. Ou o agente moral obediente, e est moralmente justificado, ou desobediente e est em falta. Nesses termos, qualquer falta pe em evidncia a condio de que tal agente no bom, pois no absolutamente bom. E) Combater as supersties e o arbtrio de poder, defender o pluralismo e a tolerncia das ideias, eis o paradigma da moralidade contempornea. Com efeito, a tradio religiosa no lhe basta, os ideais morais devem ser filiados moralidade de uma classe social, buscando o mximo de universalidade e socializao. A validade das normas deve estar filiada ao ideal universal de bem, sendo que a virtude resulta do trabalho reflexivo, isto , do controle racional dos desejos e paixes. QUESTO 9 Qual o postulado bsico da fenomenologia? A) A fenomenologia afirma que o conhecimento no passa de uma interpretao da realidade, isto , de uma atribuio de sentidos determinada por uma escala ontolgica de valores, constituindo-se, portanto, numa metafsica dos costumes. B) Em nome da verdade subjetiva, a fenomenologia recusa o projeto da filosofia moderna, recusando o pensamento analtico. Seu postulado bsico afirma que o real deixa de ser racional. C) A fenomenologia procede por decomposio, enumerao e categorizao dos objetos, fragmentando-os. Seu postulado bsico estabelecer a dicotomia entre razo e experincia.

  • D) A fenomenologia pretende realizar a superao da dicotomia razo-experincia no processo do conhecimento, afirmando que toda conscincia intencional, ou seja, o objeto s existe para um sujeito que lhe d significado. E) O postulado bsico da fenomenologia a metafsica fenomenolgica, isto , voltada para o reconhecimento do ser-em si dos fenmenos, portanto, vinculada a uma noo de ser abstrata e a uma conscincia transcendental. QUESTO 10 Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. I. Hoje, a arte j pode ser pensada dentro de uma teoria da linguagem. Portanto, no se trata mais de pensar a filosofia da arte, visando alcanar uma ideia de arte, mas de analisar uma teoria da arte, isto , um conceito de arte. II. Hoje, tanto o criador quanto o receptor artista e intrprete de textos estticos devem ser iniciados nos cdigos e tcnicas utilizadas pelo jogo de produo artstica. Por isso que se diz que a arte contempornea uma arte para iniciados. III. A obra de arte, hoje, permanece falando sobre os smbolos da experincia vivida do homem, expressando a ligao imediata entre a conscincia humana e a transcendncia. O fio condutor dessa experincia esttica o vivido coletivo, isto , aquela encantao que nos pe em contato com o ponto mais elevado da nossa compreenso do sentido da vida e da morte. IV. A construo artstica, hoje, pode ser discutida e analisada em termos de uma teoria dos signos ou de uma teoria do discurso. Neste caso, um objeto pode ser considerado artstico quando portador de um discurso de arte. A) Apenas I e III. B) Apenas II e III. C) Apenas I, II e IV. D) Apenas II, III e IV. E) Apenas I e II. QUESTO 11 Em seu ensaio Desumanizao da arte, onde estuda as mudanas profundas que a arte experimenta em nossos dias, Ortega y Gasset prope este paradoxo: a arte atual aquela que no existe. Com essa frase contundente, mas que mais que um simples jogo de palavras, o pensador espanhol chama a ateno para o fato de que as manifestaes artsticas contemporneas esto desligadas do passado. (NUNES, B. Introduo filosofia da arte. 5 ed. So Paulo: tica, 2002.)

    Qual das alternativas abaixo NO caracteriza o paradoxo acima enunciado? A) Cortadas as ligaes com o passado, a arte s de sua atualidade dispe. como se ela estivesse sempre nascendo, para viver, repetidas vezes, o instante precrio e tumultuoso da gestao. B) O pensador espanhol observa que o esforo artstico em nossos dias se processa em ritmo de laboratrio, de trabalho experimental, o que explicaria o fato de que hoje se produza mais teorias e programas do que obras. C) O paradoxo de Ortega aponta o sinal inequvoco da emancipao da obra de arte de seus condicionamentos morais e religiosos. A falta de um estilo orgnico , ento, compensada pela possibilidade, hoje tornada concreta, num grau jamais alcanado em anteriores perodos da histria, de fruio puramente esttica da obra de arte. D) O paradoxo acima enuncia: teremos que, defrontando-nos com as manifestaes artsticas atuais, aceitar a contingncia de buscar nelas mesmas as categorias que reclamam, to profundas e radicais foram as transformaes causadas pela revoluo industrial que no modificou apenas o estado das relaes sociais, afetando, igualmente, nossa experincia e nosso senso de realidade. E) O paradoxo de Ortega enuncia: o que se produz hoje no pode ser chamado de arte, mas sim de abstrao. Abstrao desumanizao, portanto, no podemos atribuir-lhe o nome de arte. Ao eliminar a presena do homem, essa esttica exigente transformou a expresso dos sentimentos em expresso plstica, afastando-a do grande pblico. QUESTO 12 Assinale a alternativa correta. Para David Hume (1711-1776), A) a alma como uma tbula rasa (uma tbua onde no h inscries), ou seja, o conhecimento s comea depois da experincia sensvel. B) o que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do que pode ser alcanado pela experincia o hbito criado atravs da observao de casos semelhantes. C) saber poder, ou seja, o conhecimento no contemplativo e desinteressado, mas sim um saber instrumental, direcionado para a utilidade da cincia para a vida. D) as ideias claras e distintas so ideias inatas, no derivam do particular, mas j se encontram no esprito. Por isso, no esto sujeitas ao erro, pois vm da razo, isto , so independentes das ideias que vm de fora, formadas pela ao dos sentidos. E) o positivismo corresponde maturidade do esprito humano. O reino da cincia o reino da necessidade. No mundo da necessidade, no h lugar para a liberdade.

  • QUESTO 13 At o sculo XIX o desenvolvimento da cincia tinha sido to grande que o homem estava convencido da excelncia do mtodo cientfico para conhecer a realidade. (...) Esse otimismo era generalizado, exaltando a capacidade de transformao humana em direo a um mundo melhor./ No entanto, ainda no sculo XIX, algumas descobertas golpearam rudemente as concepes clssicas, originando o que se pode chamar de crise da cincia moderna. (ARANHA, M.L./ MARTINS, M. H. P. Filosofando Introduo Filosofia. 2 ed. So Paulo: Moderna, 1993.). A quais descobertas o texto acima se refere? Assinale a alternativa correta. A) So elas: as geometrias no-euclidianas e a fsica no-newtoniana. B) So elas: a geometria euclidiana e a fsica newtoniana. C) So elas: o positivismo de Comte e o evolucionismo de Spencer. D) So elas: o mecanicismo de Laplace e o determinismo de Comte. E) So elas: o geocentrismo de Galileu e o heliocentrismo de Coprnico. QUESTO 14 Consideremos o campo da epistemologia contempornea; sob esse aspecto, podemos afirmar que a posio de Thomas Kuhn (1922-1996), em relao cincia, se contraps concepo cientfica de Karl Popper (1902-1994)? Assinale a alternativa correta. A) Sim, Kuhn se contraps teoria de Popper ao negar que o desenvolvimento da cincia se d mediante o ideal de refutao. Ao contrrio, Kuhn afirma que a cincia progride pela tradio intelectual representada pelo paradigma, que a viso de mundo expressa numa teoria. B) No, Kuhn absorve a teoria da refutabilidade de Popper ao desenvolver sua concepo de paradigma cientfico. Para ambos, o que garante a verdade de um discurso cientfico sua condio de justificao, ou seja, quando uma teoria justificada ela corroborada. C) No, Kuhn argumentou que uma teoria, como paradigma, deve ser desenvolvida em vez de criticada, motivo pelo qual ele no poderia opor-se ao pensamento de Popper. Sua tentativa ser outra: tentar harmonizar aqueles pontos de vista que divergem do seu. D) Sim, Kuhn cedo abandonou o empirismo, classificando-se como anarquista epistemolgico. Dessa forma, ops-se no apenas concepo metodolgica de Popper como tambm de outros contemporneos seus, como Lakatos, por exemplo. Diferentemente de Popper, Kuhn anuncia que as teorias no so nem verdadeiras, nem falsas, mas teis.

    E) Sim, diferentemente de Popper, para quem a fsica newtoniana era considerada a imagem verdadeira do mundo, tendo como pressupostos o mecanicismo e o determinismo, Kuhn estabelece como paradigma de sua concepo de cincia o irracionalismo de Heisenberg e seu princpio da incerteza. QUESTO 15 Qual dos argumentos abaixo caracteriza corretamente a relao conceitual entre existencialismo e liberdade, no pensamento de Jean-Paul Sartre (1905-1980)? A) O existencialismo de Sartre defende o individualismo, isto , cada um deve preocupar-se exclusivamente com a prpria liberdade e ao. B) O existencialismo de Sartre afirma que se o homem livre, consequentemente no responsvel por aquilo que faz. C) O existencialismo de Sartre afirma que disciplina liberdade. O homem livre aquele que recusa o individualismo para viver o conformismo e a respeitabilidade da tradio. D) Sartre afirma que o homem nada mais do que seu projeto, no havendo essncia ou modelo para lhe orientar o caminho; est, portanto, irremediavelmente condenado a ser livre. E) Sartre afirma que a liberdade s possui significado no pensamento, na capacidade que o homem tem de refletir acerca de sua existncia, buscando definir a natureza e a essncia humana. GABARITO

    1. C 6. B 11. E

    2. A 7. E 12. B

    3. C 8. A 13. A

    4. B 9. D 14. A

    5. D 10. C 15. D