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UNIO DINMICA DE FACULDADE CATARATAS FACULDADE DINMICA DAS CATARATASCURSO DE ENGENHARIA AMBIENTALMisso: Formar Profissionais capacitados, socialmente responsveis e aptos a promoverem as transformaes futuras

ANLISE DE FUNGOS EM FILTROS DE CABINE DE SISTEMAS DE AR CONDICIONADO AUTOMOTIVO

RODRIGO MENDES FERREIRA

Foz do Iguau - PR 2010

RODRIGO MENDES FERREIRA

ANLISE DE FUNGOS EM FILTROS DE CABINE DE SISTEMAS DE AR CONDICIONADO AUTOMOTIVO

Trabalho Final de Graduao apresentado banca examinadora da Faculdade Dinmica de Cataratas UDC, como requisito para obteno de grau de Engenheiro Ambiental. Prof. Orientador: Rodrigo Zembrzuski Pelissari Augusto

Foz do Iguau PR 2010

TERMO DE APROVAO

UNIO DINMICA DE FACULDADES CATARATAS

ANLISE DE FUNGOS EM FILTROS DE CABINE DE SISTEMAS DE AR CONDICIONADO AUTOMOTIVO

TRABALHO FINAL DE GRADUAO PARA OBTENO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL

Rodrigo Mendes Ferreira

Prof. Orientador: Msc. Rodrigo Augusto Zembrzuski Pelissari

Nota Final

Banca Examinadora: Dr. Elisandro Pires Frigo

Banca Examinadora: Msc. Fernando Henrique Borba

Foz do Iguau, 01 de dezembro de 2010.

F368a

Ferreira, Rodrigo Mendes Anlise de Fungos em Filtros de Cabine de Sistemas de Ar Condicionado Automotivo / Rodrigo Mendes Ferreira - Foz do Iguau: UDC / 2010. Orientador: Rodrigo Augusto Z. Pelissari Trabalho de Concluso de Curso - (TCC) Unio Dinmica de Faculdades Cataratas

1. Qualidade do ar. 2. Microorganismos. 3. Veculos.

CDU:504

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minha me, por todos os valores a mim ensinados. Ao meu pai, que mora no cu, por toda a sua luta em prol de fazer-me uma pessoa de bem.

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AGRADECIMENTOSA Deus, por todas as bnos concedidas a minha famlia, e por fazer-me acreditar que nunca estarei sozinho.

minha me, D. Eni, pelo infinito amor e carinho, por toda dedicao que sempre demonstrou e pelos os valiosos ensinamentos que fizeram de mim o que sou.

minha av, D. Eliza, meu av Sr. Valdemar, e ao tio Mauro, que com tanto amor me cuidaram, por toda esta etapa de minha vida.

Ao meu irmo, Romulo, pela mais sincera amizade, digna de verdadeiros laos de sangue.

A todos os meus tios, tias, primos e primas, por sempre depositarem em mim grande confiana e incentivo.

minha namorada, Nanci, pelos mais sinceros sentimentos e mais sensatos conselhos.

Aos meus amigos, Alisson R., Andr A., Alvaro M., Bruna P., Eduardo C., Felipe S., Franciele G. e Sidnei C., pela parceria e por compartilhar momentos que jamais esquecerei.

A todos os meus amigos que, de certa forma, me apoiaram em todos os momentos.

Ao Prof. Rodrigo Augusto Zembrzuski Pelissari, pelo incentivo e orientao durante a realizao deste trabalho.

Equipe Tcnica do Laboratrio da Itaipu Binacional, Prof Leonilda Correia dos Santos e Luiz Antnio Crtes, pelo conhecimento adquirido e disponibilizao do local para as anlises deste trabalho.

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"H homens que querem ser polticos, h polticos que querem ser reis, h reis que querem ser deuses, e Deus deixou a Sua glria e veio a Ser Homem." Augusto Jorge Cury.

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FERREIRA, Rodrigo Mendes. Anlise de Fungos em Filtros de Cabine de Sistemas de Ar Condicionado Automotivo. Foz do Iguau, 2010. Trabalho Final de Graduao (Bacharelado em Engenharia Ambiental) - Faculdade Dinmica das Cataratas.

RESUMO

O homem passa grande parte do tempo em ambientes fechados, bem como em veculos de transporte, o que resultou na preocupao com seu conforto trmico. Consequente ao surgimento de problemas relacionados concentrao de poluentes em ambientes interiores, e o surgimento de doenas respiratrias decorrentes desta poluio, criou-se a preocupao com a Qualidade do Ar Interno (QAI). A boa qualidade do ar elemento fundamental para manuteno da sade. Vrios trabalhos abordam as aes de monitoramento da qualidade do ar em interiores, porm, poucos analisam as possveis contaminaes em condicionadores de ar em veculos de transporte, principalmente os de uso coletivo. Este trabalho realizou anlise qualitativa e quantitativa de fungos em amostras de filtros de cabine de ar condicionado em veculos, aps trs meses de uso, no municpio de Foz do Iguau. Foi observado grande proliferao destes microorganismos, sendo encontrados espcies como Aspergillus sp., Candida sp., Mucor sp. e Rhodotorula sp.. Pode-se verificar que os resultados obtidos esto relacionados com as condies de higiene dos equipamentos, com o acmulo de material particulado e outras sujidades no ambiente interno dos veculos, e tambm com as condies ambientais a que foram submetidas as amostras. Assim, para o manejo da qualidade do ar interior nestes ambientes, torna-se de suma importncia uma avaliao criteriosa sobre estes equipamentos, bem como higienizao e troca do filtro de cabine periodicamente, e tambm, orientaes sobre uso do sistema condicionador de ar em veculos. Palavras-Chave: Qualidade do ar microorganismos veculos.

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FERREIRA, Rodrigo Mendes. Analysis of Fungi in cabin air filters of automotive air conditioners systems. Foz do Iguau, 2010. Graduation final work (Bachelor of Environmental Engineering) - Faculdade Dinmica das Cataratas.

ABSTRACT

The men passes a big part of the time in closed environment, as well as in transport vehicles, which resulted in concern with his thermal comfort. Consequent to the emergence of problems related to the pollutants concentration in indoor environment, and the emergence of respiratory diseases caused by this pollution, it has created concern about Indoor Air Quality (IAQ). The good air quality is the key to maintaining health. Several works address the actions of monitoring indoors air quality, however, few analyze the possible contamination of air conditioners in vehicles, especially the collective use. This work conducted qualitative and quantitative analysis of fungi in samples of cabin filters of air conditioning in vehicles after three months in use in the city of Foz do Iguacu. Was observed a large proliferation of these microorganisms, and found species such as Aspergillus sp., Candida sp., Mucor sp. e Rhodotorula sp.. Can check the results obtained are related to the hygiene of the equipment, with the accumulation of particulate matter and other impurities in the internal environment of the vehicle, and environmental conditions to which the samples were submitted. So, for the management of indoor air quality in these environments, it becomes paramount thoroughly evaluate such equipment, as well as cleaning and cabin filter change periodically, and also, guidance on use of air conditioner system in vehicles . Key words: air quality microorganism - vehicles

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SUMRIO

RESUMO.............................................................................................................. VI ABSTRACT.......................................................................................................... 1 INTRODUO.................................................................................................. 2 REFERNCIAL TERICO .............................................................................. 2.1 O AR EXTERNO ........................................................................................... 2.1.1 Qualidade do ar e suas fontes.................................................................... 2.1.2 Poluio do ar por veculos ........................................................................ 2.1.3 Indicadores da qualidade do ar................................................................... 2.2 O AR INTERNO ............................................................................................ 2.2.1 Qualidade do ar em interiores..................................................................... 2.2.2 Poluio do ar em ambientes internos ....................................................... VII 12 14 14 14 14 17 18 18 19

2.2.3 Fontes de poluio em ambientes internos ................................................ 20 2.2.4 Padres Referenciais ................................................................................. 2.3 FUNGOS ....................................................................................................... 2.4 CONTAMINAO EM CONDICIONADORES DE AR AUTOMOTIVOS....... 2.4.1 Filtros de Cabine ........................................................................................ 3 MATERIAL E MTODOS ................................................................................ 3.1 CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO .............................................. 3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................. 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS...................................................... 3.3.1 Anlises Microbiolgicas............................................................................. 4 RESULTADOS E DISCUSSO........................................................................ 5 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................. REFERNCIAS BIBLIOGRRICAS................................................................... ANEXOS ............................................................................................................. 21 22 23 24 26 26 26 27 29 34 41 42 45

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Identificao dos filtros de cabine instalados nos veculos..................

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Tabela 2: Anlise qualitativa das espcies de fungos encontradas..................... 34 Tabela 3: Anlise qualitativa e das espcies de fungos encontradas nas amostras de referncia......................................................................................... 38 Tabela 4: Densidade fngica das amostras em UFC/g........................................ 39 Tabela 5: Densidade fngica das amostras de referncia, em UFC/g................. 40

X

LISTA DE FIGURAS

Figura

1:

Esquematizao

do

ar

condicionado

automotivo

e

seus 24 24 25 28 29 30 30 31

componentes........................................................................................................ Figura 2: Demonstrativo da funo do filtro de cabine......................................... Figura 3: Filtros de Cabine de ar condicionado em veculos............................... Figura 4: Retirada de filtro do veculo V2............................................................. Figura 5: Pesagem do swab da amostra V2........................................................ Figura 6: Esfregao de swab para coleta de partculas slidas........................... Figura 7: Filtro de cabine novo............................................................................. Figura 8: Coleta de filtro de cabine aps cinco anos de utilizao......................

Figura 9: Inoculao das amostras lquidas......................................................... 32 Figura 10: Contagem e identificao de colnias................................................ 32 Figura 11: Ocorrncia de espcies de fungos encontradas................................. 36 Figura 12: Fungos da amostra F1........................................................................ Figura 13: Fungos da amostra F3........................................................................ 36 37

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA - Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente OMS - Organizao Mundial da Sade QAI - Qualidade do Ar Interno SED - Sndrome dos Edifcios Doentes SEMA/PR Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hdricos do Paran UFC - Unidade Formadora de Colnia

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1 INTRODUO

A populao mundial, cada vez mais concentrada nos grandes centros urbanos, convive com diversos problemas ambientais que afetam a sua qualidade de vida e degradam o meio ambiente. Alm da degradao do solo e dos recursos hdricos, outro problema que ocorre em grandes cidades a poluio do ar. Como os efeitos desta poluio no so to visveis, as autoridades governamentais no tratam este problema com a devida prioridade. Vrios so os fatores que aumentam os nveis de poluio do ar, principalmente em cidades que possuem alto ndice de desenvolvimento industrial. Nestas, as indstrias representam a maior fonte de gerao de poluentes encontrados na atmosfera. Estas alteraes na composio do ar tiveram grande aumento a partir da Revoluo Industrial, onde o trabalho braal foi substitudo por mecanismos consumidores de grandes quantidades de energia, obtida atravs da queima de combustveis fsseis, como carvo, petrleo e gs natural. O resultante desta obteno de energia o lanamento de milhes de toneladas/ano de substncias poluentes na atmosfera, representando um risco potencialmente considervel sade humana. Logo aps o surgimento da era industrial, foi observado uma necessidade de conservao de energia. Com esta preocupao, paralelo revoluo dos edifcios, estes se tornaram cada vez mais fechados, possuindo poucas aberturas para ventilao. Visto que o homem permanecia cada vez mais tempo em ambientes fechados, posteriormente, surgiu o conceito de conforto trmico, onde foram criadas condies apropriadas para que o mesmo desenvolvesse suas atividades, fossem elas produtivas ou de lazer. De fato, com a criao de edifcios cada vez mais fechados, houve a esperada reduo nos gastos de energia, e o homem desenvolveu tcnicas de modo a tornar agradvel a sua permanncia nestes locais. Tanto que os ambientes climatizados no se restringiram s edificaes, passando a ser empregadas tecnologias para que estes estejam presentes tambm nos veculos de transporte.

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Entretanto, com a reduo drstica das taxas de infiltrao do ar, surgiram problemas que acarretaram em gerao de poluentes no interior destes ambientes. Observaram-se alguns dos efeitos da m qualidade do ar sobre a sade humana, e criou-se, ento, uma preocupao com a Qualidade do Ar Interno (QAI). Esta rea tem sido sistematicamente estudada por profissionais de diversos setores como engenheiros, arquitetos, bilogos, qumicos e toxicologistas (BRICKUS & AQUINO NETO, 1999). Desta forma, existem vrios estudos realizados com o objetivo de relacionar as espcies patognicas de fungos com as condies e locais em que estes se desenvolvem. Porm, em sistemas de ar condicionado automotivos, locais comuns para o desenvolvimento desta classe de seres, alm de bactrias e outros, pouco se sabe sobre qualidade do ar, at mesmo porque no existem padres mnimos a serem considerados. Tambm so considerados as complexidades dos equipamentos de ar condicionado nos veculos e o desconhecimento das particularidades do sistema pelos pesquisadores. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo realizar anlise qualitativa e quantitativa de espcies de fungos encontradas em filtros de cabine contidos em sistemas condicionadores de ar de veculos, na cidade de Foz do Iguau PR. Atravs de anlises microbiolgicas, foram relacionadas a densidade fngica encontrada com as condies locais, tempo de uso e exposies ao ambiente interno e externo a que foram submetidos os filtros de cabine. Assim, o estudo aborda tanto a rea de anlises microbiolgicas como a problemtica da poluio do ar e suas fontes, seja em ambientes internos ou externos. Aps a realizao das anlises, possibilitando a identificao das espcies, e confirmado a capacidade de proliferao destes seres, fator este que representa ameaas conservao da boa qualidade do ar interno e

conseqentemente, riscos sade dos ocupantes deste ambiente, foram observadas as medidas corretivas para readequao destes sistemas, destacando a importncias das mesmas.

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2 REFERENCIAL TERICO

2.1 O AR EXTERNO

Segundo Branco & Murgel (2004), os padres de qualidade do ar so representados pelas concentraes mximas de cada poluente que podem existir na atmosfera sem causar problemas sade das pessoas mais sensveis, ou danos flora, fauna ou a determinados materiais. A Resoluo SEMA 054/06, em seu captulo V, determina que, so Padres de Qualidade do Ar as concentraes de poluentes que, ultrapassadas, podero afetar a sade, a segurana e o bem-estar da populao, bem como ocasionar danos flora e fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral.

2.1.1 Poluio do ar e suas fontes

A problemtica da poluio do ar passou a ser mais abrangente, ligado sade pblica, a partir da Revoluo Industrial, quando teve incio o sistema urbano atual. Nos sculos XVIII e XIX, o homem passa a obter energia mecnica atravs da inveno da mquina a vapor. A partir da, passa a usar esta tcnica indiscriminadamente, se utilizando da queima de grandes quantidades de carvo, lenha e, aps, leo combustvel. Com isso, havia grandes quantidades de fuligem e outros compostos nocivos sade suspensos no ar, tornando a atmosfera insalubre e perigosa sade humana (CARVALHO & JNIOR, 2003). A LEI N 13806/02 do Estado do Paran, em seu artigo primeiro, define poluio atmosfrica como sendo a degradao da qualidade da atmosfera resultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a sade, a segurana e o bem-estar da populao; b) criem condies adversas s atividades sociais e econmicas;

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c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condies estticas ou sanitrias do meio ambiente; e) lancem matrias ou energias em desacordo com os padres ambientais estabelecidos. Branco & Murgel (2004) entende como poluio do ar a mudana em sua composio ou em suas propriedades, causada por emisses de poluentes, tornando-o imprprio, nocivo ou inconveniente sade, ao bem-estar pblico, vida animal e vegetal, e at mesmo, a alguns materiais. A contaminao atmosfrica , hoje, um problema urbano. Desta forma, deve ser encarada com a mesma importncia que se d, por exemplo, gua potvel, aos esgotos, habitao e ao transporte (VERNIER, 1996). Carvalho & Jnior (2003) afirma que a principal origem dos contaminantes atmosfricos est na queima de combustveis, ou seja, os gases resultantes de dispositivos que aproveitam a energia trmica liberada pelas reaes de combusto. A poluio atmosfrica pode ser causada por fontes fixas ou mveis, dependendo dos processos que liberam os poluentes no ar: - Fontes fixas: as indstrias so as fontes mais significativas, ou de maior potencial poluidor. Tambm se destacam as usinas termoeltricas, que utilizam carvo, leo combustvel ou gs, bem como os incineradores de resduos, com elevado potencial poluidor. Existem ainda as fontes fixas naturais, como maresia e vulcanismo, que tambm podem influenciar a composio do ar. - Fontes mveis: veculos automotores, juntamente com os trens, avies e embarcaes martimas so as chamadas fontes mveis de poluentes atmosfricos. Os veculos se destacam nas cidades como as principais fontes poluidoras e so divididos em: leves de passageiro (utilizam principalmente gasolina ou lcool como combustvel); leves comerciais (utilizam gs natural veicular (GNV) ou leo diesel); e veculos pesados (somente de leo diesel) (SEMA, 2002).

2.1.2 Poluio do ar por veculos

As fontes mveis de poluio referem-se aos veculos, ou todos os meios de transporte automotores, o que inclui os automveis, motocicletas, caminhes,

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nibus, trens, barcos, aeronaves, etc., sendo estes, considerados uma importante (e crescente) fonte de poluio do ar nas grandes cidades (VERNIER, 1996). Os nveis de poluio do ar por fontes mveis tm apresentado um crescimento elevado. A concentrao de milhares de veculos gera toneladas de gases poluentes por dia, tornando-se o principal fator da degradao da qualidade do ar. Na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, a contribuio dos veculos automotores para a poluio do ar chega a quase 100% (CAMPOS, 2005). Segundo Carvalho & Jnior (2003), qualquer que seja o combustvel utilizado por um veculo (gasolina, lcool, diesel, ou gs), os poluentes so sempre gerados pelas mesmas fontes: escapamento, sistema de alimentao de combustvel, crter (reservatrio de leo lubrificante), desgaste dos pneus e freios. Deve, ainda, haver uma relao adequada na mistura ar-combustvel, a fim de que o oxignio presente no ar seja suficiente para provocar a queima completa do combustvel, de modo que os produtos desta combusto que so expelidas para atmosfera no possuam caractersticas de toxicidade, como o monxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HC). Dentre outros processos que ocorrem nos veculos que geram determinados poluentes, Branco & Murgel (2004) explica ainda que, quando o motor est frio, uma parcela do combustvel vaporizado condensa-se nas paredes do cilindro, e sem sofrer combusto, so lanadas na atmosfera em sua forma natural, constituindo mais uma fonte de hidrocarbonetos ou lcool. Nestes combustveis, h tambm uma parcela varivel de impurezas, como o enxofre, que aps ser queimado, transforma-se em xidos de enxofre. Campos (2005) afirma que a reduo dos nveis de emisso de poluentes por veculos novos fator fundamental de controle da poluio do ar, mas, por si s, no garante a melhoria da qualidade do ar; necessrio assegurar que os veculos sejam mantidos pelos usurios dentro dos padres recomendados. Esta afirmao vai de encontro ao que refere-se a Resoluo n 7 do CONAMA, de 31/08/1993, onde so definidas as diretrizes bsicas e padres de emisso para o estabelecimento de Programas de Inspeo e Manuteno para Veculos Automotores em Uso. A partir desta, foi possvel a criao da Resoluo n 242 do CONAMA, de 30/06/1998, que impe o limite mximo de emisso de material particulado para veculos leves, sendo este valor passado a 0,124g/km.

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2.1.3 Indicadores da qualidade do ar.

Os nveis de poluio do ar ou da qualidade do ar so medidos pela quantificao das substncias poluentes presentes neste ar. Estes podem ser classificados em duas categorias (CONAMA, 1990): - Poluentes primrios: aqueles diretamente emitidos pelas fontes de poluio; - Poluentes secundrios: aqueles formados na atmosfera atravs da reao qumica entre poluentes primrios e os constituintes naturais da atmosfera. Segundo Branco & Murgel (2004), classificar os poluentes, segundo sua origem, til quando a finalidade conhecer as fontes de poluio, para controllas. Mas, quando o objetivo analisar o efeito desses poluentes sobre as pessoas ou ambientes naturais, necessrio classific-los de acordo com sua composio qumica. - Compostos sulfurosos: podem ser originados pela queima de combustveis fsseis, formando xidos e enxofre, e principalmente SO 2. - Compostos nitrogenados: so formados pelas reaes de combusto em alta temperatura, geralmente em motores de combusto interna como xidos de nitrognio e amnia. - Compostos orgnicos: genericamente, so os hidrocarbonetos, alcois, aldedos, cidos orgnicos e outros que possuem o carbono como elemento bsico de suas molculas. So oriundos da queima parcial ou evaporao de combustveis, e no caso do metano (CH4), da decomposio de resduos orgnicos. - xidos de carbono: O CO2 o produto final de toda combusto. Apesar de no-txico, quando o oxignio necessrio combusto insuficiente, o resultado o monxido de carbono (CO), um dos poluentes mais perigosos e comumente encontrados nas grandes cidades, cuja principal fonte so os veculos automotores. - Oxidantes fotoqumicos: a luz solar e intensa radiao ultravioleta, em contato com alguns poluentes, tais como xidos de nitrognio e hidrocarbonetos, provocam reaes qumicas dando origem a uma srie de compostos como o oznio (O3), que possuem elevada capacidade oxidante. Tais compostos formam uma nvoa, chamada de smog fotoqumico.

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- Material Particulado (MP): Genericamente, toda emisso atmosfrica no-gasosa, podendo ter diversas origens. Sua fonte mais comum a simples suspenso de poeira, por ao do vento ou do trfego de veculos em vias no pavimentadas. A queima de combustveis gera grande quantidade destes compostos. Gotculas de gua, que formam nvoas e nevoeiros so um exemplo de material particulado, denominados aerossis. Muitas vezes, so de origem industrial, ou resultante da aplicao de agrotxicos nas plantaes. Assim as gotculas podero conter partculas de carbono, substncias txicas e, at mesmo, microorganismos patognicos.

2.2 O AR INTERNO

2.2.1 Qualidade do ar em interiores.

A Resoluo n 9/2003 da ANVISA, define como qualidade do ar ambiental interior a condio do ar ambiental de interior, resultante do processo de ocupao de um ambiente fechado com ou sem climatizao artificial. O homem moderno permanece grande parte do tempo em ambientes fechados, criando assim, condies de conforto trmico diferenciados. Devido s conseqncias da m qualidade do ar sobre a sade e o bem-estar humano, cria-se, assim, uma preocupao com a Qualidade do Ar Interno (QAI), tambm conhecida como ar de interiores ou ar indoor (CARMO & PRADO, 1999). A boa qualidade do ar essencial para manuteno da sade humana. Considerando que passamos cada vez mais tempo em ambientes internos climatizados artificialmente, Dersio (2000) ressalta a extrema importncia das medidas de eliminao ou reduo de qualquer tipo de poluentes que possam representar riscos sade. Alm desta proteo, o conforto e a eficincia do usurio so alguns benefcios da boa qualidade do ar interno. Estes, aliados ao conforto ambiental de seus usurios, requerem aes estruturadas a nvel tcnico, administrativo, econmico, social e educacional. uma rea que envolve diversos profissionais,

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como engenheiros, arquitetos, qumicos e toxicologistas (BRICKUS & AQUINO NETO, 1999).

2.2.2 Poluio do ar em ambientes internos.

Um dos problemas atuais que vm sendo enfrentados pelos rgos de sade pblica a diminuio da qualidade do ar em ambientes internos. Em 1982, a Organizao Mundial da Sade (OMS), definiu como Sndrome dos Edifcios Doentes (SED) uma combinao de sintomas epidemiolgicos sem origens determinadas, que atingem 20% ou mais dos ocupantes expostos a um determinado ambiente, e quando esses indivduos afastam-se do ambiente, os sintomas regridem espontaneamente. A m Qualidade do Ar de interiores pode afetar consideravelmente a sade de seus ocupantes, tornando-se um problema para a sade pblica. A qualidade do ar nos ambientes confinados depende de componentes como nveis de rudo, luminosidade, temperatura, umidade relativa do ar, caractersticas fsicas do espao e como esse espao utilizado. Ainda, Pelczar (1981), apud Santos (1999), destacam que, o nmero de indivduos que ocupam um determinado ambiente confinado, e as taxas de ventilao desse local influenciam no grau de contaminao do ar interno. Santos (1999), afirma tambm que a SED pode ocorrer tambm em ambientes sem climatizao artificial. Alguns locais tornam-se insalubres quando permanecem fechados a maior parte do tempo, impedindo a renovao do ar. A poluio do ar em ambientes internos no ocorre somente em edifcios, escritrios, residncias e hospitais. Os veculos de transporte tambm esto susceptveis esta degradao. A qualidade do ar no ambiente destes veculos pode sofrer alteraes por uma srie de razes. As substncias acumuladas no interior dos aparelhos de ar condicionado geram a poluio do ar no ambiente interno, juntamente com os poluentes do ar externo. Estes componentes (material particulado, monxido de carbono, oznio, dixido de enxofre e xido de nitrognio), juntamente com outros poluentes gerados pelos ocupantes no interior dos veculos, vo se depositando principalmente nos filtros dos aparelhos condicionadores de ar.

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Com o tempo, grandes quantidades de material particulado se acumulam em todos os componentes do mecanismo instalado no veculo, onde so lanados ao ambiente dos ocupantes (AQUINO, 2009).

2.2.3 Fontes de poluio em ambientes internos

Segundo Santos (1999), os microorganismos no se desenvolvem por espontaneidade no ar. Este um veculo de disperso dos componentes nele contidos. Componentes estes que podem conter diversos tipos de poluentes. Ainda, os ambientes internos podem sofrer a introduo de poluentes do ar externo, ou estes podem ser gerados no prprio ambiente. Estes poluentes do ar recebem uma classificao, segundo COSTA & COSTA (2006), como sendo gerados por processos naturais polens de plantas, excrementos de animais e insetos, ressuspenso das partculas do piso pelo vento, entre outros; e antropognicos como atividades de limpeza, cozimento, combusto do cigarro, pelo prprio metabolismo humano, entre outros. H ainda os poluentes provindos de veculos e indstrias, que so introduzidos no ambiente interno. Para Carmo & Prado (1999), os agentes causadores da contaminao do ar podem ter naturezas diversas, sendo biolgicas, representadas por caros, algas, fungos, bactrias, vrus e outros; qumicas, exemplificadas por gases, produtos usados na limpeza dos ambientes, material radioativo e xidos; fsicos: incluem taxas de renovao do ar, temperatura, umidade e rudo; e inertes: restos mortais de pequenos insetos, fibras naturais e sintticas e matria particulada. De acordo com a tabela representada no Anexo I, so apresentadas as possveis fontes de poluentes biolgicos em ambientes interiores e as principais medidas de correo, conforme a Resoluo n 9/2003 da ANVISA. Nela, citam-se, no caso dos fungos, as principais fontes de contaminao em ambientes interiores, como sendo ambientes midos e demais fontes de multiplicao fngica, como materiais porosos orgnicos midos, forros, paredes e isolamentos midos; ar externo, interior de condicionadores e dutos sem manuteno, vasos de terra com plantas

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Na tabela representada no Anexo B, so apresentadas as possveis fontes de poluentes qumicos em ambientes interiores e as principais medidas de correo, conforme a Resoluo n 9/2003 da ANVISA.

2.2.4 Padres Referenciais

Em 1998, no Brasil, foi publicada a Portaria n 3.523/GM, da ANVISA, uma legislao especfica que contemplava as medidas bsicas e os procedimentos de verificao visual do estado de limpeza, remoo de sujidades por mtodos fsicos e manuteno do estado de integridade e eficincia de todos os componentes dos sistemas de climatizao para garantir a Qualidade do Ar de Interiores e preveno de riscos a sade os ocupantes de ambientes climatizados. A Resoluo RE n176, de 24 de outubro de 2000 - Determina a publicao de Orientao Tcnica elaborada por Grupo Tcnico Assessor, sobre Padres Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso pblico e coletivo. Para fins desta Orientao Tcnica so adotadas as seguintes definies, complementares s adotadas na Portaria GM/MS n 3.523/98. A Norma Tcnica 001 tem como objetivo a pesquisa, monitoramento e controle ambiental da possvel colonizao, multiplicao e disseminao de fungos em ar ambiental interior. A Resoluo n 9/2003 determina os Padres Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso pblico e coletivo. Em seu captulo IV, artigo 1, a mesma cita os valores mximos recomendados para contaminao microbiolgica: 750UFC/m de fungos, para a relao I/E 1,5, onde I a quantidade de fungos no ambiente interior e E a quantidade de fungos no ambiente exterior. Estes resultados so obtidos pela metodologia de anlises de ar indoor, com a utilizao do Amostrador de Andersen. Pela metodologia aplicada por Santos (1999), outro valor referencial pode ser adotado para anlises quantitativas de fungos, de amostras coletadas diretamente dos equipamentos filtrantes contidos nos sistemas de ar condicionado, sendo que o crescimento de unidades formadoras de colnias no poder ultrapassar 104UFC/g.

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2.3 FUNGOS

Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino parte. Apresentam um conjunto de caractersticas prprias que permitem sua diferenciao das plantas: no sintetizam clorofila, no tem celulose na sua parede celular, exceto alguns fungos aquticos, e no armazenam amido como substncia de reserva. (TRABULSI & TOLEDO, 1996). Os fungos so seres vivos eucariticos, com um s ncleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores. Suas clulas possuem vida independente e no se renem para formar tecidos verdadeiros. Seu citoplasma contm mitocndrias e retculo endoplasmtico rugoso. So heterotrficos e nutrem-se de matria orgnica morta (fungos saprofticos), ou viva (fungos parasitrios) (RAVEM et al., 2001). Segundo Putzke & Putzke (1998), estes organismos so ubquos, encontrando-se no solo, na gua, nos vegetais, em animais, no homem e em detritos, em geral. Os fatores ambientais que influenciam o crescimento e reproduo dos fungos so: luz, temperatura, umidade, poluio atmosfrica e substncias nutritivas. O vento age como importante veculo de disperso de seus propgulos e fragmentos de hifa. Santos (1999) afirma que boa parte das alergias provocada por fungos, caros e bactrias, presentes em locais que permanecem fechados na maior parte do tempo, impedindo a renovao do ar e tornando o ambiente igualmente insalubre. Se o ar deixar de circular num lugar, o nmero de microorganismos cresce de mil a 10 mil vezes em relao ao ambiente externo. Raven et. al. (2001) observou que as infeces humanas causadas por fungos so mais freqentes nas regies tropicais. Porm, devido ao aumento do nmero de pessoas com o sistema imunolgico debilitado, o nmero de indivduos infectados vem aumentando em todas as regies do planeta.

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2.4 CONTAMINAO EM CONDICIONADORES DE AR AUTOMOTIVOS

O aumento da frota de automveis no pas, a qualidade do ar principalmente nas grandes cidades e o tempo cada vez maior permanecido no interior dos veculos, seja pelo trnsito intenso ou longas viagens, incentivam os estudos da qualidade do ar e da eficincia dos sistemas de ar condicionado nestes ambientes (FONSECA, 2001). Os sistemas de ar condicionado veiculares, muito empregados hoje em dia, podem contribuir para o surgimento ou piora dos sintomas de alergias respiratrias. Isso ocorre porque o filtro de ar desses aparelhos no est preparado para reter as micropartculas - fungos, bactrias, mofos, caros e vrus agentes mais comumente implicados no desencadeamento de alergias respiratrias (BIBLIOMED, 2007). A contaminao causada pelo ar condicionado se d atravs da proliferao de microorganismos, provocada pela ausncia ou deficincia na higienizao e desinfeco dos dutos, filtros de ar e demais equipamentos, alm da desregulagem da temperatura e umidade, que porventura, apresentam grandes variaes devido ao mal funcionamento, ou pelo uso inadequado pelo motorista. (AQUINO, 2009). So observadas algumas recomendaes de operao do equipamento. No uso urbano, ativar a recirculao, principalmente quando se est atrs de um caminho soltando fumaa, em um engarrafamento, dentro de um tnel, entre outras situaes, impede a entrada de ar externo no habitculo do veculo e evita o acmulo de poeira no sistema. Alm disso, esse modo de operao do equipamento acelera o resfriamento interno. Porm, seu uso no deve ser prolongado, como exemplo, em longas viagens, pois assim, reduz-se a taxa de renovao do ar (REGASSI, 2007). Na Figura 1, apresenta-se o sistema de ar condicionado automotivo.

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Figura 1: Esquematizao do ar condicionado automotivo e seus componentes. Fonte: Hulsey (2004) apud Salviano (2006).

2.4.1 Filtros de Cabine

Tambm conhecidos como filtro de ar-condicionado ou filtro anti-plen, estes materiais so utilizados no sistema de ventilao interna do habitculo dos veculos. A finalidade destes componentes evitar que a contaminao do ambiente externo chegue aos ocupantes, e tambm a filtrao do ar interno que circula no interior do veculo, retendo grande quantidade de partculas e outras sujidades que, em concentraes elevadas representam riscos sade humana (AQUINO, 2009).

Figura 2: Demonstrativo da funo do filtro de cabine Fonte: Filtros Mil (2008).

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Quando foi criado, o objetivo principal deste equipamento era somente a reteno de plen, muito frequente nas regies europias. As vedaes eram compostas por um material esponjoso que com o decorrer do tempo, se transformava em um criadouro de bactrias, proporcionando um aumento significativo de colnias: Hoje existe a preocupao com a sade dos usurios. No lugar da espuma foi colocada uma aba de polister e todos os componentes so sintticos (FILTROS MIL, 2008). Atualmente, estes componentes so construdos em material no tecido com carga eletrosttica, pois assim, as partculas so atradas e retidas na barreira de conteno. Com esse efeito, evita-se a formao de colnias de bactrias e fungos nos dutos de ventilao, alm da entrada de material particulado no ambiente interno. H filtros construdos combinadamente com carvo ativado que ainda removem gases da atmosfera que chegam ao ambiente interno (CEA, 2008).

Figura 3: Filtros de Cabine de ar condicionado em veculos Fonte: Regassi (2007).

Um levantamento feito na Alemanha mostrou que, no interior do veculo, o ocupante est seis vezes mais exposto contaminao do ambiente externo do que uma pessoa parada na calada de uma via de movimento intenso de veculos, onde o gs e a fuligem do escapamento muito presente. Esta exposio torna o ser humano sensvel a doenas como, rinite alrgica e bronquite entre outras, afetando com maior incidncia as crianas (REGASSI, 2007).

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3 MATERIAL E MTODOS

3.1 CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO

O municpio de Foz do Iguau est localizado ao extremo Oeste do Estado do Paran. O clima predominante da regio temperado subtropical mido, e suas caractersticas so os veres quentes, baixa freqncia de geadas e chuvas registradas em todos os meses do ano. Durante o ms de janeiro, o mais quente, possui mdia de temperatura de 28 C, com picos de 40 C. No ms de julho, sendo o mais frio, possui temperatura mdia de 14,6, podendo atingir mnimas de 0 C. Ainda, a temperatura mxima pode atingir a 30 C, em qualquer ms do ano. Assim, com bruscas variaes de temperatura, a mdia anual registrada gira em torno de 27,7 C (IGUAU, 2006). A regio apresenta elevado ndice de umidade relativa do ar, com uniformidade em todo o ano. Em 2005, a mdia registrada foi de 73,58% (IGUASSU, 2006). O municpio possui uma populao de 256.918 habitantes (IBGE, 2010). Em 2010, um levantamento do DETRAN/PR - Departamento de Trnsito do Paran aponta uma frota registrada de 72.932 veculos registrados no municpio. Assim, possvel estimar uma relao de 3,44 habitantes por veculo.

3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA

Os filtros de cabine foram instalados em quatro veculos cujos donos so moradores do municpio de Foz do Iguau. Todo o processo de instalao e retirada dos equipamentos foi realizada em oficina tcnica especializada. Aps o perodo amostral, que corresponde ao tempo de uso a que foram submetidos os filtros de cabine instalados, estes foram retirados dos veculos e levados ao Laboratrio Ambiental da Usina de Itaipu Binacional, onde foi realizada a anlise qualitativa e

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quantitativa de fungos presentes nas amostras. Respeitado o perodo amostral de 3 meses, metade do perodo de tempo recomendado pelos tcnicos e fabricantes de filtros para que haja a troca ou higienizao destes equipamentos (FILTROS MIL, 2008), esperou-se obter um acmulo de partculas slidas nos filtros de cabine, em quantidade suficiente para a coleta necessria s anlises. Ainda, foi possvel determinar a relao dos fatores de desenvolvimento de microorganismos com as condies ambientais em que so gerados, bem como as possveis fontes de poluio, tanto do ar externo quanto do ar interno. Constatado a proliferao de microorganismos e outros compostos no sistema de ar condicionado, de modo que este represente riscos sade dos ocupantes, verificou-se quais as medidas de carter corretivo a serem tomadas, objetivando a conservao dos equipamentos e principalmente, a preservao do ar no ambiente interno, sendo este, fator importantssimo para manejo da sade.

3.3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

O presente estudo definiu as unidades amostrais como sendo os filtros de cabine, dos quais foram coletadas as amostras a serem analisadas, contidas nos sistemas de ar condicionado instalados nos veculos. Observa-se que a funo deste equipamento de extrema importncia para impedir a entrada de poluentes do ar externo, e na reteno de partculas geradas no interior dos veculos, que esto presentes no ar em circulao. Foram utilizadas, de acordo com a viabilidade, quatro unidades amostrais, representados na Tabela 1. Os veculos utilizados para este trabalho foram estrategicamente escolhidos, pelo fato de que os mesmos possuem alta intensidade de trfego, e assim, registraram longa quilometragem percorrida durante o perodo amostral. Na data de 11 de Junho de 2010, foram instalados filtros novos nestes, recebidos diretamente do distribuidor. No momento da instalao, foi observado, em todos os veculos, que os mesmos apresentavam quantidades diferentes de poeira e outras sujidades em diferentes componentes do sistema condicionador de ar.

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Tabela 1: Identificao dos filtros de cabine instalados nos veculos. Identificao do filtro F1 F2 F3 F4Fonte: Autor

Modelo/Ano do Veculo Ford Focus / 2002 GM Corsa / 2008 GM Astra / 2007 Peugeot 206 / 2001

Quilometragem Percorrida em KM (3 meses) 3.435 1.480 2.192 8.215

Considerou-se, ainda, os dados sobre as condies climticas da regio, como as mdias registradas na temperatura e umidade, visto a relevncia deste fator na concentrao de microorganismos presentes no ar. Em 17 de Setembro de 2010, completando trs meses de uso dos equipamentos, foram coletadas as amostras, como mostra a Figura 4, para anlise quantitativa e qualitativa de fungos encontradas nos mesmos.

Figura 4: Retirada de filtro do veculo V2. Fonte: Autor

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3.3.1 Anlises Microbiolgicas

A anlise microbiolgica para quantificao de fungos presentes em sistemas condicionadores de ar em veculos se iniciou pela pesagem do swab, antes e aps a coleta das partculas slidas, sendo calculada sua diferena. Os valores serviram como base para a quantificao da densidade fngica encontrada. A qualificao de fungos foi realizada a partir da coleta das amostras, atravs de swabs, de partculas acumuladas nos filtros contidos do mecanismo condicionador de ar (Figuras 5 e 6). O procedimento de coleta seguiu todas as normas tcnicas recomendadas por Santos (1999), utilizando somente material estril, evitando qualquer tipo de contaminao prvia.

Figura 5: Pesagem do swab da amostra V2. Fonte: Autor

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Figura 6: Esfregao de swab para coleta de partculas slidas Fonte: Autor

Ainda, foram realizadas as mesmas anlises em uma amostra de filtro de cabine novo (REF 1), logo aps o mesmo ser retirado da embalagem, representado na Figura 7. Tambm foi analisado um filtro de cabine que, segundo o proprietrio do veculo do qual o mesmo foi retirado, vinha sendo utilizado por aproximadamente cinco anos (REF 2) (Figura 8). Os valores encontrados nestas duas amostras serviram como referncia, tanto para os valores mnimos que poderiam ser encontrados, como para valores mximos recomendados, representando

quantitativamente a densidade fngica.

Figura 7: Filtro de cabine novo. Fonte: Autor

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Figura 8: Coleta de filtro de cabine aps cinco anos de utilizao. Fonte: Autor

Os swabs contendo as amostras slidas foram depositados tubos contendo 5 ml de ADAM (gua deionizada, autoclavada, seguido de passagem pelo aparelho de microondas), seguindo a tcnica de Santos (1999). A seguir, foram inoculados 200l desta amostra em placa de petri mdia, contendo meio de cultura gar Sabouraud Dextrose solidificado. Seguindo a tcnica de spread-plate

(CETESB, 1988), representado na Figura 9, a amostra inoculada espalhada por toda a extenso da placa, com o auxlio de tubos de ensaio. Em todo este procedimento analtico foi realizado triplicata, obtendo-se ao final deste processo, trs placas para cada amostra, totalizando dezoito placas, incluindo as oriundas das duas amostras de referncia.

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Figura 9: Inoculao das amostras lquidas Fonte: Autor

A seguir, as placas identificadas com o nmero da anlise foram armazenadas em estufa bacteriolgica a temperatura de 25 C, pelo perodo recomendado de quatro dias, para que se obtenha ideal proliferao de fungos nas mesmas. Aps o perodo de incubao, realizou-se a qualificao e quantificao das espcies, atravs de contador de UFCs (Figura 10).

Figura 10: Contagem e identificao de colnias Fonte: Autor

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Aps a quantificao das colnias, separadas por espcie, em cada placa, realizou-se os clculos para determinao da densidade fngica das amostras, utilizando-se dos valores obtidos na pesagem das amostras slidas (em g), diluio da amostra (5 ml), contagem total de colnias e a poro semeada (200l). Os valores foram expressos UFC/g, conforme Santos (1999).

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4 RESULTADOS E DISCUSSO

Observou-se que os filtros de cabine esto posicionados em locais do sistema condicionador de ar, de modo a captar as impurezas contidas no fluxo de ar que entra no compartimento, em seguida passa pelo processo de refrigerao, seguindo para o ambiente interno do veculo. Sendo um dos locais em que se localiza o filtro de cabine, um compartimento abaixo do cap dos veculos, e o outro local atrs do painel, junto sada de ar ao ambiente interno, conclui-se que sua finalidade seja reter partculas oriundas do ar externo, e tambm filtrar o ar interior, j refrigerado, que circula no habitculo. De acordo com trabalhos realizados sobre a qualidade do ar em ambientes interiores (FONSECA, 2001), conclui-se que h a possibilidade proliferao de microorganismos patognicos em ar condicionado de veculos. Sabese que estes sistemas, cada vez mais comuns nos automveis, se tornam grandes depsitos de fungos, bactrias e outros seres, uma vez que no so tomadas as devidas providncias de manuteno e limpeza destes equipamentos. Assim, a no realizao da mesma, implica em considerveis alteraes da qualidade do ar e prejuzos a sade humana. A Tabela 2 apresenta as espcies encontradas nas amostras de poeira coletadas dos filtros de cabine, e a contagem total de colnias em cada placa. Tabela 2: Anlise qualitativa das espcies de fungos encontradas. Amostra Placas 1A Espcie Aspergillus spp. Candida spp. Mucor spp. Rhodotorula spp. Aspergillus spp. Candida spp. Mucor spp. Rhodotorula spp. Aspergillus spp. Candida spp. Mucor spp. N de Colnias 09 06 03 02 06 10 01 01 19 02 06

F1

1B

1C

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2A F2

Cladosporium spp. Mucor spp. Rhodotorula spp. Candida spp. Mucor spp. Rhodotorula spp. Mucor spp. Rhodotorula spp. Aspergillus spp. Candida spp. Mucor spp. Aspergillus spp. Mucor spp. Aspergillus niger Rhodotorula spp. Aspergillus spp. Mucor spp.

19 09 08 10 19 46 20 42 26 01 02 45 08 02 02 58 03

2B 2C

3A

F3

3B

3C

4A

Aspergillus spp. Candida spp. Mucor spp. Aspergillus spp. Candida spp. Mucor spp. Aspergillus spp. Candida spp. Mucor spp.

07 36 04 21 28 04 23 29 05

F4

4B

4CFonte: Autor

A Figura 11 apresenta o percentual de ocorrncia de espcies de fungos em relao ao total das 12 amostras, referentes aos 4 filtros analisados.

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Figura 11: Percentual de ocorrncia de espcies de fungos em ralao ao total de amostras Fonte: Autor

Observa-se que houve ocorrncia da espcie Mucor spp. em 100% das placas. Aspergillus spp. foi a segunda espcie mais observada, em 75% das amostras, seguido de Candida spp. representando 67%, e Rhodotorula spp. ocorrendo em 50%. A espcie Cladosporiuim spp. foi observada somente nas anlises da amostra F2.

Figura 12: Espcies de fungos observadas na amostra F1. Fonte: Autor.

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Destaca-se a presena da espcie Aspergillus niger, mesmo que somente em uma placa da amostra F3 (Figura 13).

Figura 13: Espcies de fungos observadas na amostra F3. Fonte: Autor

Na contagem de colnias, verificou-se que Aspergillus spp. foi a espcie predominante em 50% das placas analisadas, tornando-a a maior contaminante das amostras F1 e F3. Na amostra F2, observou-se maior contaminao por Rhodotorula spp. e, em F4, predominncia de Candida spp. Santos et. al. (2008), utilizando a mesma tcnica, analisou 126 amostras de poeira proveniente dos componentes de sistemas de ar condicionado de veculos, onde foram encontradas espcies como Mucor spp., Aspergillus spp., Leveduras, Cladosporium spp., Aspergillus niger, Rhodotorula spp. e Penicillium spp. Fonseca (2001) analisou cinqenta amostras coletadas de veculos dotados de condicionadores de ar, sendo que 50% possuam filtro de ar instalados nos mesmos. Os resultados tiveram variao de acordo com a presena/ausncia dos filtros de ar e o tempo de uso dos veculos. Em anlise quantitativa de bactrias, observou-se uma reduo de 80% da densidade bacteriolgica em sistemas que possuam o filtro de ar. As espcies mais comuns de fungos encontradas foram: Penicillium, Aspergillus, Cladosporium e Torula. A seguir, a Tabela 3 apresenta, tambm, os valores qualitativos e quantitativos encontrados nas amostras de referncia.

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Tabela 3: Anlise qualitativa das espcies de fungos encontradas nas amostras de referncia. Amostra REF 1A Espcies Negativo N de Colnias Negativo

REF 1B

Negativo

Negativo

REF 1C

Negativo Aspergillus niger Cladosporium spp Mucor spp Aspergillus niger Cladosporium spp Mucor spp Aspergillus niger Cladosporium spp Mucor spp

Negativo 17 45 34 27 52 18 25 39 38

REF 2A

REF 2B

REF 2C

Para as amostras de referncia, obtiveram-se valores negativos nas anlises do filtro novo. Assim, confirma-se a hiptese de que estes equipamentos no sofreram contaminao por fungos, quando da sua fabricao. Com relao s anlises do filtro com longo tempo de uso, confirma-se a proliferao de microorganismos, sendo verificado o maior nmero de UFCs dentre todas as amostras. Aps a contagem total de colnias contidas nas placas, efetuou-se os clculos para determinao da densidade fngica em cada placa. Visto que o procedimento foi realizado em quantidade de triplicata, o valor obtido da mdia das trs placas representa a anlise quantitativa da unidade amostral.

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Tabela 4: Densidade fngica das amostras em UFC/g. Amostra F1 Placas 1A 1B 1C 2A 2B 2C 3A 3B 3C 4A 4B 4C Densidade da placa em UFC/g 7,14 x105 6,42 x105 9,64 x105 1,8 x106 3,75 x106 3,1 x106 1,2 x106 2,29 x106 2,62 x106 1,3 x106 1,47 x106 1,5 x106 Densidade da Amostra 7,74 x105 UFC/g

F2

2,88 x106 UFC/g

F3

2,04 x106 UFC/g

F4

1,42 x106 UFC/g

Observa-se que na amostra F2 obteve-se o mais alto valor de proliferao de microorganismos em relao s demais. Foi registrado, na marcao da quilometragem percorrida pelos veculos durante o perodo amostral, que o veculo correspondente a esta amostra apresentou a menor marca, com valor muito distante dos demais (Tabela 2). Assim, o alto valor obtido que aponta a grande proliferao de fungos em F2, pode ser explicado pela presena de material particulado e outras sujidades nos dutos de ar e demais componentes do sistema instalado, visto que, em trs anos de uso do veculo, apesar de j ser realizada a troca do filtro de cabine, o mesmo nunca passou por higienizao completa dos equipamentos. Considera-se ainda que, segundo a proprietria deste veculo, o ar condicionado foi bastante utilizado durante o perodo amostral, porm, nunca em modo de recirculao do ar, o que aumentou o acmulo de material particulado oriundos do ar externo no filtro de cabine. Com relao amostra F4, correspondente ao veculo para o qual foi registrada a maior quilometragem percorrida durante o perodo, obteve-se o segundo menor valor da densidade fngica. Isto pode ser explicado pelo fato de que, conforme o informado pelo proprietrio do veculo, como o mesmo possui nove anos de utilizao, e por isso, requer uma manuteno mais frequente, j foi realizado

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uma limpeza completa dos componentes do sistema de ar condicionado instalado, alm da troca do filtro de cabine periodicamente. Para todas as amostras, obtiveram-se valores de contaminao por fungos acima do recomendado por Santos (1999), (10 4 UFC/g), para que seja preservada a qualidade do ar interior nestes ambientes, no representando riscos sade dos ocupantes. A seguir, a Tabela 5 apresenta os resultados obtidos da anlise quantitativa das amostras de referncia.

Tabela 5: Densidade fngica das amostras de referncia, em UFC/g. Amostra REF 1 Placas 1A 1B 1C 2A 2B 2C Densidade da placa em UFC/g Negativo Densidade da amostra Negativo

REF 2

1,43 x104 1,44 x104 1,52 x104

1,46 x104 UFC/g

Nas anlises em REF2, mesmo sendo verificado o maior nmero de colnias com relao s amostras (Tabela 3), e com o alto valor observado na pesagem da amostra slida, obteve-se o menor valor da densidade fngica, como mostram as Tabelas 4 e 5. Estes valores representam que, alto grau de sujidade no significa necessariamente alto grau de contaminao, no que se refere densidade fngica. Porm, sugere-se a realizao de anlises microbiolgicas com o objetivo de identificar outros tipos de microorganismos, que eventualmente estaro contidos na amostra.

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5 CONSIDERAES FINAIS

A qualidade do ar interior pode diretamente sofrer influncias pelo modo de uso do sistema de ar condicionado instalado em veculos, bem como a no realizao da higienizao e desinfeco dos componentes deste sistema, e tambm do ambiente interno dos veculos. Como resultado das anlises em amostras de filtro de cabine de ar condicionado, observou-se vrias espcies de fungos cuja presena constante nestes ambientes pode trazer vrios riscos sade dos ocupantes, causando doenas e alergias respiratrias e dermatolgicas, principalmente queles com o sistema imunolgico debilitado. Dentre as espcies observadas, destacam-se a Aspergillus niger, Mucor spp. e Candida spp. A grande proliferao de espcies de fungos nas amostras - todas elas apresentaram valores acima do recomendado por Santos (1999) - est diretamente relacionada com as condies de higiene em que se encontravam os componentes do sistema, bem como a presena de material particulado nestes. Tais elementos so conseqentes da emisso de poluentes do ar pelas diversas fontes, sendo uma destas, no municpio de Foz do Iguau, o trfego de veculos. Assim, torna-se de clara importncia a adoo de medidas corretivas, como a completa higienizao destes equipamentos, em oficina tcnica

especializada, e tambm a troca do filtro de cabine periodicamente. Ainda, h de se analisar que, no s necessrio adotar medidas de higienizao dos equipamentos do ar condicionado, como tambm, evitar o acmulo de materiais poluentes, ou at mesmo alimentos e materiais orgnicos no interior dos veculos. Nestes ambientes, deve-se propiciar a renovao do ar, independente do uso ou no do aparelho de ar condicionado. Alm disso, necessrio que os usurios tenham conhecimento sobre funcionamento do equipamento, de modo a no s obter um melhor aproveitamento do sistema, como no comprometer a qualidade do ar no interior dos veculos.

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43

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ANEXOS

ANEXO I

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Possveis fontes de poluentes biolgicos e as principais medidas de correo: Agentes biolgicos Principais fontes em ambientes interiores Reservatrios com gua estagnada, torres de resfriamento, bandejas de condensado, desumificadores, umidificadores, serpentinas de condicionadores de ar e superfcies midas e quentes. Principais Medidas de correo em ambientes interiores Realizar a limpeza e a conservao das torres de resfriamento; higienizar os reservatrios e bandejas de condensado ou manter tratamento contnuo para eliminar as fontes; eliminar as infiltraes; higienizar as superfcies. Corrigir a umidade ambiental; manter sob controle rgido vazamentos, infiltraes e condensao de gua; higienizar os ambientes e componentes do sistema de climatizao ou manter tratamento contnuo para eliminar as fontes; eliminar materiais porosos contaminados; eliminar ou restringir vasos de plantas com cultivo em terra, ou substituir pelo cultivo em gua (hidroponia); utilizar filtros G-1 na renovao do ar externo. Higienizar o reservatrio ou manter tratamento contnuo para eliminar as fontes. Adequar o nmero de ocupantes por m2 de rea com aumento da renovao de ar; evitar a presena de pessoas infectadas nos ambientes climatizados. Higienizar os reservatrios e bandejas de condensado ou manter tratamento contnuo para eliminar as fontes. Manter filtragem de acordo com NBR-6401 da ABNT

Bactrias

Fungos

Ambientes midos e demais fontes de multiplicao fngica, como materiais porosos orgnicos midos, forros, paredes e isolamentos midos; ar externo, interior de condicionadores e dutos sem manuteno, vasos de terra com plantas

Reservatrios de gua contaminada, bandejas e Protozorios umidificadores de condicionadores sem manuteno.

Vrus

Hospedeiro humano.

Algas

Torres de resfriamento e bandejas de condensado.

Plen

Ar externo.

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Artrpodes

Poeira caseira.

Higienizar as superfcies fixas e mobilirio, especialmente os revestidos com tecidos e tapetes; restringir ou eliminar o uso desses revestimentos. Restringir o acesso, controlar os roedores, os morcegos, ninhos de aves e respectivos excrementos.

Animais

Roedores, morcegos e aves.

Fonte: Resoluo - RE n 9/2003 - ANVISA

ANEXO II

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Possveis fontes de poluentes qumicos e as principais medidas de correo: Agentes qumicos Principais fontes em ambientes interiores Principais Medidas de correo em ambientes interiores Manter a captao de ar exterior com baixa concentrao de poluentes; restringir as fontes de combusto; manter a exausto em reas em que ocorre combusto; eliminar a infiltrao de CO proveniente de fontes externas; restringir o tabagismo em reas fechadas. Aumentar a renovao de ar externo; restringir as fontes de combusto e o tabagismo em reas fechadas; eliminar a infiltrao de fontes externas. Restringir as fontes de combusto; manter a exausto em reas em que ocorre combusto; impedir a infiltrao de NO2 proveniente de fontes externas; restringir o tabagismo em reas fechadas.

CO2

Combusto (cigarros, queimadores de foges e veculos automotores).

CO2

Produtos de metabolismo humano e combusto.

NO2

Combusto.

O3

Adotar medidas especficas para reduzir a contaminao dos ambientes interiores, Mquinas copiadoras com exausto do ambiente ou e impressoras a laser. enclausuramento em locais exclusivos para os equipamentos que apresentem grande capacidade de produo de O3. Selecionar os materiais de construo, acabamento e mobilirio que possuam ou emitam menos formaldedo; usar produtos domissanitrios que no contenham formaldedo.

Materiais de acabamento, Formaldedo mobilirio, cola, produtos de limpeza domissanitrios

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Material particulado

Poeira e fibras.

Manter filtragem de acordo com NBR-6402 da ABNT; evitar isolamento termoacstico que possa emitir fibras minerais, orgnicas ou sintticas para o ambiente climatizado; reduzir as fontes internas e externas; higienizar as superfcies fixas e mobilirios sem o uso de vassouras, escovas ou espanadores; selecionar os materiais de construo e acabamento com menor porosidade; adotar medidas especficas para reduzir a contaminao dos ambientes interiores (vide biolgicos); restringir o tabagismo em reas fechadas. Aumentar a quantidade de ar externo admitido para renovao e/ou exausto dos poluentes; restringir o tabagismo em reas fechadas. Selecionar os materiais de construo, acabamento, mobilirio; usar produtos de limpeza e domissanitrios que no contenham COV ou que no apresentem alta taxa de volatilizao e toxicidade. Eliminar a contaminao por fontes pesticidas, inseticidas e a queima de combustveis; manter a captao de ar exterior afastada de poluentes.

Fumo de tabaco

Queima de cigarro, charuto, cachimbo, etc. Cera, mobilirio, produtos usados em limpeza e domissanitrios, solventes, materiais de revestimento, tintas, colas, etc. Queima de combustveis e utilizao de pesticidas.

COV

COS-V

COV Compostos Orgnicos Volteis. COS-V Compostos Orgnicos Semi- Volteis.Fonte: Resoluo - RE n 9/2003 - ANVISA

Observaes - Os poluentes indicados so aqueles de maior ocorrncia nos ambientes