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fim do processo cautelar
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Fim do processo Cautelar
Como marco de mudanças na busca da celeridade e da efetividade do
processo, em 1994 ocorreu, por força da LEI nº 8.952, que em consonância com o
Artigo 273 do vigente Código de Processo Civil, a previsão da antecipação da
tutela no decurso da ação principal. A partir de então, se fez possível encontrar a
figura de dois regimes distintos no sistema processual, de um lado o da tutela
cautelar, com os requisitos de fumus boni juris e periculum in mora, e em
contrapartida o da tutela antecipada, baseada na verossimilhança da alegação e
no fundado receio de dano ou abuso do direito de defesa. Embora tenha gerado
traços positivos, a mudança resultou em dificuldades de distinção entre os
sistemas.
Na busca da simplificação e da celeridade processual, além da maior
efetividade do processo de forma menos burocrática, o Novo Código de Processo
Civil apresenta diversas modificações, dentre elas o fim do Processo Cautelar. O
novo projeto unifica o regime, e estabelece iguais requisitos para a concessão da
tutela cautelar e da tutela satisfativa, sendo estes a probabilidade do direito e
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Dessa maneira, por mais
que se mantenha a diferenciação entre as tutelas, na prática os requisitos serão
iguais. Assim prevê o parágrafo único do art. 294, que deixa claro que a tutela de
urgência é gênero, o qual inclui as duas espécies, tutela cautelar e tutela
antecipada. Já o art. 300 estabelece as exigências para autorizar a concessão de
ambas, como visto a seguir:
“Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou
evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada,
pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.”
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte
possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após
justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.”
Não suficiente, além da unificação de um regime jurídico, há a exclusão de
um processo cautelar autônomo. O Novo Código permite que as medidas
provisórias sejam pleiteadas e deferidas nos autos da ação principal. Na busca da
antecipação ou da liminar cautelar, o autor terá prazo para juntar novos
documentos e formular o pedido de tutela definitiva. Ainda que os prazos sejam
diversos, 15 dias na antecipação e 30 dias na cautelar, em ambas as hipóteses o
pedido principal será formulado nos mesmos autos, sem necessidade de um novo
processo ou do pagamento de novas custas processuais.
Outra importante inovação a ser ressaltada é a possibilidade da
estabilização da tutela antecipada concedida em caráter antecedente, sempre que
não houver impugnação. Tal mudança vem prevista no art. 3049 do novo CPC.
Dessa maneira, se a tutela antecipada é concedida e o réu à ela não se
contrapõe, a decisão se estabiliza e autoriza desde logo a extinção do processo.
Assim, o réu só poderá rever, reformar ou invalidar a decisão estabilizada através
de um novo processo, mediante a propositura de ação autônoma e desde que isso
ocorra dentro do prazo de dois anos.
Com isto, tem-se a prestação de tutelas antecipada, de urgência ou de
evidencia, podendo ser de caráter cautelar ou satisfativo. Assim, busca o
legislador no Projeto do Novo Código de Processo Civil, regulamentar de maneira
uniforme as tutelas de urgência e da evidência, destinadas a evitar a inutilidade do
processo decorrente da morosidade na prestação jurisdicional.
Nas palavras de Ovídio Batista da Silva:
“A tutela cautelar é uma forma de proteção jurisdicional que, em virtude da
situação de urgência, determinada por circunstâncias especiais, deve tutelar a
simples aparência do bom direito posto em estado de risco e dano iminente.”
Em outras palavras, define-se tutelas de urgência como aquelas que visam
providências que conservem a situação fática antes da sentença, de modo à
assegurar a tutela dos direitos em risco, ou ainda, antecipar efeitos práticos
quando o decurso do tempo do processo colocar em risco a prestação
jurisdicional.
A figura das tutelas de evidência, embora não textualizadas no CPC de
1973, fazia-se aplicável pelos operadores do Direito nos casos de verossimilhança
da alegação, propósito protelatório, natureza abusiva do réu, entre outros.
No Projeto do Novo CPC de 2015, trata-se a possibilidade de concessão da
tutela de evidência nas hipóteses em que a matéria for unicamente de direito e
houver jurisprudência consolidada em julgamento de recursos repetitivos,
incidentes de resolução de demandas repetitivas ou súmulas vinculantes.
Pode-se destacar como importante mudança do Novo Código, a junção da
tutela cautelar e tutela antecipada. Entende-se em sua previsão legal, que a
demonstração do fumus boni iuris e o periculum in mora são pressupostos
imprescindíveis para o pedido dessas, tornando desnecessárias as ações
cautelares nominadas, resultando na exclusão destas no novo CPC.
O combate aos efeitos da morosidade processual tornou-se o ponto crucial
para o desenvolvimento de instrumento que possibilitem sua diminuição
apontando como um dos grandes focos de estudo da processualística
contemporânea, tornando-se uma importância imensurável que o novo CPC em
tramitação no Congresso Nacional estruturou um procedimento próprio para as
tutelas de urgência.
Simplificação dos processos e procedimentos
Em busca da celeridade processual, muitos foram os procedimentos
especiais extintos pelo Projeto do Novo Código Civil. Motivo que pode ser
destacado é o de que parte desses procedimentos tenham perdido seu caráter
especial, visto que após diversas alterações na legislação processual algumas
características deixaram de ser exclusivas à determinado procedimento passaram
a ser observadas também no procedimento comum.
Um dos procedimentos extintos no Novo CPC, é o da anulação e
substituição de títulos ao portador, previsto no art.907 e seguintes do Código de
Processo Civil de 1973. Tal procedimento já não era permitido pelo sistema a
partir da Lei 8.021/1990, e art. 907 do Código Civil de 2002, pois a obtenção da
posse do título ou sua anulação e substituição através do procedimento comum é
plenamente possível, inclusive de modo liminar, art, 273 CPC. Dessa maneira, não
há especialidade que justifique a manutenção deste procedimento frente a busca
de simplificação de procedimentos.
Outro procedimento especial extinto no novo CPC é o da ação de
usucapião de imóveis, visto que após a fase de citação a demanda passava a
seguir o rito comum. O ponto crucial que sustentava este procedimento como
especial era o da citação dos confrontantes e terceiros interessados, que se
extingue no Código de Processo Civil de 2015. A partir de sua vigência, todas as
espécies de ação de usucapião, inclusive as regidas por lei própria, art. 14 da Lei
10.257/2001, passarão a correr no rito comum, visto extintos ritos sumários e
especiais do CPC de 1973.
Cabe ressaltar que, ainda que inserido no ordenamento jurídico para ser
instrumento de dispensa de processo de conhecimento em diversas hipóteses,
apresenta-se grandes mudanças quanto à ação monitória no novo CPC.
Conforme autorizada doutrina, para que a tutela monitória seja eficaz
indispensável “contar-se com a raridade normal das pretensões infundadas e de
oposições dilatórias, assim como esperar que seja exíguo o número das
impugnações em relação ao das ordens de pagamento expedidas. A não ser
assim, suposta, de um lado, a liberdade de provocar ordens e, de outro, a
liberdade de privá-las de valor com a simples impugnação, o processo monitório
pode transformar-se em fácil instrumento de vexames ou em causa de inúteis
complicações processuais” (CHIOVENDA, 1969, p. 259).
O novo CPC consolida alguns pontos que já haviam sido simulados pelo
STJ, como por exemplo, a possibilidade da citação por edital, anteriormente
prevista na Súmula 282 de 2004, e expressa no novo texto no § 7º do art. 700, a
reconvenção, antes presente na Súmula 292 de 2004, e a possibilidade de sua
interposição frente à Fazenda Pública, Súmula 339 de 2007, e presente no art.
700 § 6º do novo texto.
Ademais, o CPC/73 apenas previa a interposição de ação monitória para as
obrigações de dar coisas fungíveis e entrega de bem móvel determinado. O novo
CPC consagra a ação para todos os tipos de obrigações previstas no Código Civil,
quais sejam pagamento de quantia em dinheiro, entrega de coisa fungível ou
infungível ou de bem móvel ou imóvel e o adimplemento das obrigações de fazer,
positivas e negativas.
Em suma, o novo Código de Processo Civil traz à ação monitória, de
cognição sumária, novos instrumentos capazes de lhe emprestar maior celeridade
e eficácia, conforme foram apontadas as sumulas trazidas a partir da experiência
nos tribunais.
QUADRO COMPARATIVO
CPC 1973 CPC 2015
Art. 1.102.a - A ação monitória
compete a quem pretender, com
base em prova escrita sem eficácia
Art. 700. A ação monitória pode ser
proposta por aquele que afirmar,
com base em prova escrita sem
de título executivo, pagamento de
soma em dinheiro, entrega de coisa
fungível ou de determinado bem
móvel.(Incluído pela Lei nº 9.079,
de 14.7.1995)
eficácia de título executivo, ter
direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em
dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou
infungível ou de bem móvel ou
imóvel;
III - o adimplemento de obrigação
de fazer ou de não fazer .
§ 1o A prova escrita pode consistir
em prova oral documentada,
produzida antecipadamente nos
termos do art. 381.
Sem correspondência no CPC § 2o Na petição inicial, incumbe ao
autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-
a com memória de cálculo;
II - o valor atual da coisa
reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em
discussão
ou o proveito econômico
perseguido.
§ 3o O valor da causa deverá
corresponder à importância prevista
no § 2o, incisos I a III.
§ 4o Além das hipóteses do art. 330,
a petição inicial será
indeferida quando não atendido o
disposto no § 2o deste artigo .
§ 5o Havendo dúvida quanto à
idoneidade de prova documental
apresentada pelo autor, o juiz
intimá-lo-á para, querendo,
emendar a petição inicial,
adaptando-a ao procedimento
comum.
Art. 1.102-C. No prazo previsto no
art. 1.102-B, poderá o réu oferecer
embargos, que suspenderão a
eficácia do mandado inicial. Se os
embargos não forem opostos,
constituir-se-á, de pleno direito, o
título executivo judicial,
convertendo-se o mandado inicial
em mandado executivo e
prosseguindo-se na forma do Livro
I, Título VIII, Capítulo X, desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.232,
de 2005)
Art. 702. Independentemente de
prévia segurança do juízo, o réu
poderá opor, nos próprios autos, no
prazo previsto no art. 701, embargos
à ação monitória.
§ 1o Os embargos podem se fundar
em matéria passível de alegação
como defesa no procedimento
comum.
§ 2o Quando o réu alegar que o
autor pleiteia quantia superior à
devida, cumprir-lhe-á declarar de
imediato o valor que entende
correto, apresentando
demonstrativo discriminado e
atualizado da dívida.
§ 3o Não apontado o valor correto
ou não apresentado o
demonstrativo, os embargos serão
liminarmente rejeitados , se esse
for o seu único fundamento, e, se
houver outro fundamento, os
embargos serão processados, mas o
juiz deixará de examinar a alegação
de excesso.
§ 4o A oposição dos embargos
suspende a eficácia da decisão
referida no caput do art. 701 até o
julgamento em primeiro grau.
§ 5o O autor será intimado para
responder aos embargos no prazo de
15 (quinze) dias.
§ 6o É admissível ação monitória em
face da Fazenda Pública.
§ 7o Na ação monitória, admite-se
citação
por qualquer dos meios permitidos
para o procedimento comum.
Art. 701. Sendo evidente o direito
do autor, o juiz deferirá a expedição
de mandado de pagamento, de
entrega de coisa ou para execução
de obrigação de fazer ou de não
fazer, concedendo ao réu prazo de
15 (quinze) dias para o cumprimento
e o pagamento de honorários
advocatícios de cinco por cento do
valor atribuído à causa.
§ 1o O réu será isento do pagamento
de custas processuais se cumprir o
mandado no prazo.
§ 2o Constituir-se-á de pleno direito
o título executivo judicial,
independentemente de qualquer
formalidade, se não realizado o
pagamento e não apresentados os
embargos previstos no art. 702,
observando-se, no que couber, o
Título II do Livro I da Parte Especial.
Art. 1.102.b - Estando a petição
inicial devidamente instruída, o
Juiz deferirá de plano a expedição
do mandado de pagamento ou de
entrega da coisa no prazo de
quinze dias. (Incluído pela Lei nº
9.079, de 14.7.1995)
Art. 701. Sendo evidente o direito
do autor, o juiz deferirá a expedição
de mandado de pagamento, de
entrega de coisa ou para execução
de obrigação de fazer ou de não
fazer, concedendo ao réu prazo de
15 (quinze) dias para o
cumprimento e o pagamento de
honorários advocatícios de cinco
por cento do valor atribuído à
causa.
§ 1o O réu será isento do pagamento
de custas processuais se cumprir o
mandado no prazo.
§ 2o Constituir-se-á de pleno direito
o título executivo judicial,
independentemente de qualquer
formalidade, se não realizado o
pagamento e não apresentados os
embargos previstos no art. 702,
observando-se, no que couber, o
Título II do Livro I da Parte Especial.
§ 3o É cabível ação rescisória da
decisão prevista no caput quando
ocorrer a hipótese do § 2o.
§ 4o Sendo a ré Fazenda Pública,
não apresentados os embargos
previstos no art. 702, aplicar-se-á o
disposto no art. 496, observando-se,
a seguir, no que couber, o Título II
do Livro I da Parte Especial.
§ 5o Aplica-se à ação monitória, no
que couber, o art. 916.
§ 6o Na ação monitória admite-se a
reconvenção, sendo vedado o
oferecimento de reconvenção à
reconvenção.
§ 7o A critério do juiz, os embargos
serão autuados em apartado, se
parciais, constituindo-se de pleno
direito o título executivo judicial em
relação à parcela incontroversa.
§ 9o Cabe apelação contra a
sentença que acolhe ou rejeita os
embargos.
§ 10. O juiz condenará o autor de
ação monitória proposta
indevidamente e de má-fé ao
pagamento, em favor do réu, de
multa de até dez por cento sobre o
valor da causa.
§ 11. O juiz condenará o réu que
de má-fé opuser embargos à ação
monitória ao pagamento de multa
de até dez por cento sobre o valor
atribuído à causa, em favor do
autor.
§ 1o Cumprindo o réu o mandado,
ficará isento de custas e honorários
advocatícios. (Incluído pela Lei nº
9.079, de 14.7.1995)
Art. 701, § 1o O réu será isento do
pagamento de custas
processuais se cumprir o mandado
no prazo.
§ 2o Os embargos independem de
prévia segurança do juízo e serão
processados nos próprios autos,
pelo procedimento ordinário.
(Incluído pela Lei nº 9.079, de
14.7.1995)
Art. 702. Independentemente de
prévia segurança do juízo, o réu
poderá opor, nos próprios autos, no
prazo previsto no art. 701, embargos
à ação monitória.
§ 3o Rejeitados os embargos,
constituir-se-á, de pleno direito, o
título executivo judicial, intimando-
se o devedor e prosseguindo-se na
forma prevista no Livro I, Título
VIII, Capítulo X, desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.232,
de 2005)
Art. 702, § 8o Rejeitados os
embargos, constituir-se-á de pleno
direito o título executivo judicial,
prosseguindo-se o processo em
observância ao disposto no Título II
do Livro I da Parte Especial, no que
for cabível.
Foram preservados no NCPC os procedimentos especiais mais úteis e que,
por motivos de especialidades relacionadas às partes ou ao direito debatido, e até
mesmo da incompatibilidade lógica de serem tutelados pelo procedimento comum,
necessitam uma tutela procedimental diferenciada, tais como a ação de
consignação em pagamento, a ação de prestação de contas, a ação de divisão e
demarcação de terras particulares, inventário e partilha, embargos de terceiro,
habilitação, restauração de autos, homologação de penhor legal e ações
possessórias.
Em meio Às mudanças, manteve-se a ação de exigir contas (art. 915
CPC/73 e art. 535 NCPC/Senado), que por conta do procedimento bifásico
demanda um procedimento especial que se difere do comum. Foi extinta pelo
Novo Código, entretanto, a ação de dar contas, com regência atual pelo art. 916
do CPC.
Manteve-se o procedimento de inventário e arrolamento presente nos art.
982 e ss. do CPC/73 e art. 596 e ss. NCPC, considerado como um dos mais
lentos, burocráticos e dispendiosos procedimentos em curso no Judiciário
brasileiro. Uma boa solução seria o código em busca de celeridade,
extrajudicializar, o procedimento do arrolamento, tornando obrigatória a sua
realização na esfera extrajudicial.
Ressalta-se que os chamados procedimentos especiais foram realocados
no livro que trata dos processos de conhecimento, diferente do CPC de 1973 que
os separava como se distintos fossem.
Simplificação de recursos
No ramo dos recursos, primeiramente, pode-se destacar a alteração na
contagem e nos prazos recursais. No atual código em vigor, os prazos são
contados em sua forma corrida, isto é, em sua contagem são considerados finais
de semana, além da multiplicidade de prazos diferentes para distintos recursos. A
partir da vigência do Novo Código de Processo Civil, haverá a homogenização dos
prazos recursais, que passarão a ter sua interposição no prazo de 15 dias
contados da publicação, exceto somente os Embargos de Declaração, que
manterão o prazo já utilizado de 5 dias. No que diz respeito aos dias corridos, o
NCPC prevê em seu artigo 219 uma mudança significante, onde a partir de sua
vigência, os prazos serão computados apenas em dias úteis.
Quanto aos recursos, o CPC/73 prevê e admite a interposição de sete,
quais sejam a i) apelação; ii) agravo; iii) embargos infringentes; iv) embargos de
declaração; v) recurso ordinário; vi) recurso especial; e vii) recurso extraordinário.
Lembrando que para o agravo existem quatro modalidades: a) agravo retido; b)
agravo de instrumento; c) agravo na forma do artigo 544; e d) agravo na forma do
§1º do artigo 557.
Na busca incessante pela simplificação, o Novo Código de Processo Civil,
para um processo mais célere, econômico e efetivo, buscou o enxutamento dos
recursos, dessa maneira serão cabíveis apenas nove recursos, quais sejam a i)
apelação; ii) agravo de instrumento; iii) agravo interno; iv) embargos de
declaração; v) recurso ordinário; vi) recurso especial; vii) recurso extraordinário;
viii) agravo extraordinário; e ix) embargos de divergência.
Nota-se dessa forma, o desmembramento do Agravo, bem como a
exclusão da modalidade “retido”. Cabe salientar também que as decisões
interlocutórias que não comportarem os agravos de instrumento não mais
precluirão, mas devem ser suscitadas por meio de apelação ou contrarrazões de
apelação.
No entanto, a mais notável alteração diz respeito ao agravo de instrumento,
que a partir do Novo CP, terá cabimento restrito apenas aos casos previstos em
lei. O agravo interno e o agravo extraordinário, embora verificados de forma
esparsa no CPC/73, na redação do Novo Código são alocados na categoria de
recursos.
Desaparece porém do ordenamento os chamados embargos infringentes. O
autor Alfredo Buzaid, em seu parecer sobre o tema, resume a opinião da maioria
dos juristas que apoiaram a exclusão do referido recurso, nos seguintes termos: “A
existência de um voto vencido não basta por si só para justificar a criação de tal
recurso; porque, por tal razão, se devia admitir um segundo recurso de embargos
toda vez que houvesse mais de um voto vencido; desta forma poderia arrastar-se
a verificação por largo tempo, vindo o ideal de justiça a ser sacrificado pelo desejo
de aperfeiçoar a decisão”.
A partir dessa mudança, as decisões que são compostas de julgamentos
versos terão a mesma eficácia daquelas decididas em unanimidade, apenas
podendo ser reformadas por aquele órgão que prolatou a decisão, por meio dos
embargos de declaração.
Quanto aos recursos mantidos ou inclusos no Novo Código de Processo Civil,
cabe breve consideração.
A Apelação é um recurso, pelo qual as partes insurgem contra sentença. Para
Barbosa Moreira, é o recurso cabível contra toda e qualquer sentença.
O Novo CPC manterá o agravo de instrumento e suas hipóteses de cabimento.
Isso porque as questões não acatadas por esse recurso poderão ser questionadas
no momento da apelação. Isto é, se a decisão resultar em dano à parte vencida,
ela poderá ser discutida em preliminar de apelação. A celeridade, neste caso,
torna inexigível a interposição de um recurso, agravo retido, mantendo a
possibilidade de discussão em momento posterior.
O agravo de instrumento não sofreu alteração na forma, sendo que deve ser
direcionado diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os
requisitos de exposição do fato e do direito, as razões do pedido de reforma da
decisão e o próprio pedido, o nome e o endereço completo dos advogados
constantes do processo.
O novo código prevê o cabimento do agravo interno ao dispor:
“Art. 936. Ressalvadas as hipóteses expressamente previstas neste Código ou em
lei, das decisões proferidas pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão fracionário, observadas, quanto ao processamento, as regras dos
regimentos internos dos tribunais.
§ 1º. O recurso será dirigido ao órgão colegiado competente, e, se não houver
retratação, o relator o incluirá em pauta para julgamento colegiado, na primeira
sessão.
Quanto ao recurso ordinário, não houve qualquer mudança quanto seu
procedimento, salvo algumas alterações na sua escrita na forma da lei, o que não
implicará em alguma mudança na sua aplicação.
“Art. 981. Serão julgados em recurso ordinário:
I – pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e
os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores,
quando denegatória a decisão;
II – pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios, quando denegatória a decisão;
b) as causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo
internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
Parágrafo único. Nas causas referidas no inciso II, alínea b, caberá agravo das
decisões interlocutórias.
Art. 982. Ao recurso mencionado no art. 981 aplica-se, quanto aos requisitos de
admissibilidade e ao procedimento no juízo de origem, as disposições relativas à
apelação, observando-se, no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de
Justiça, o disposto nos seus regimentos internos”.
O novo código de processo civil mantém a possibilidade de interposição dos
recursos especiais, para o STJ, e extraordinários, para o STF.
O recurso especial é destinado a dar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a
possibilidade de julgar questão federal de natureza infraconstitucional, que foi
decidida antes pelo Tribunal Regional Federal, Tribunais dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios. Esse recurso tem a finalidade de garantir a autoridade das
leis federais e uniformização de seu entendimento e aplicação em todo território
nacional.
Já o recurso extraordinário é endereçado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com
o intuito de combater decisão judicial contra a qual não caiba outro recurso. Esse
recurso tem como premissa a ofensa a normas constitucionais e a sua finalidade é
uniformizar, a interpretação ou aplicação da norma constitucional.
A hipóteses que poderão ser interpostos tais recursos são determinados pela
Constituição federal de 1988.
O recurso especial é cabível quando, conforme dispõe o artigo 105 da
Constituição, as causas decididas, em única ou última instância pelos tribunais
mencionados acima, contrariem:
1) tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
2) Se a decisão julgar valido ato do governo local contestado em face de lei
federal; ou
3) der a lei federal interpretação divergente da que lhe tenha atribuído outro
tribunal.
As causas de cabimento do Recurso Extraordinário vêm elencadas no artigo 102,
III da Constituição do Brasil. Esse artigo dispõe que caberá o Recurso
Extraordinário contra as decisões proferidas em ultima instancia que:
1) contrariar dispositivo da Constituição;
2)declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
3) julgar válido lei ou ato local contestado em face da Constituição.
Em ambos os recursos para serem interpostos é necessário, para a sua
admissibilidade, que a matéria a ser discutida já tenha passado por um pré-
questionamento e tenha repercussão geral.
Foram acrescidas, no entanto, as determinações dos artigos 986 e 987 que
permite ao STJ, quando entender que a matéria do recurso é constitucional,
remeter os autos ao STF que os avaliará podendo julgá-los ou considerar o STJ
competente para o recurso. Nesse último caso o STF devolverá, por decisão
irrecorrível, os autos ao STJ que julgará o recurso.
A mudança que, entretanto, merece maior destaque com relação ao Recurso
Especial e o Recurso Extraordinário não referem-se apenas a esses dois recursos,
mas pode vir a causar grande impacto no número de processos que em sede
recursal chegam aos tribunais superiores. Trata-se do incidente de resolução de
demandas repetitivas.
Esse incidente permitirá a aplicação da mesma sentença a todas as causas que
tratem de questão jurídica idêntica. Pelo Código atual, as ações são analisadas de
maneira autônoma, o que majora o trabalho do juiz com casos iguais e multiplica
decisões diferentes sobre o mesmo direito. A instauração desse incidente permite
aos tribunais julgar os processos por amostragem, o que torna o trabalho do
judiciário mais célere e diminui o número de recursos que chegam aos tribunais
superiores, pois uniformiza as decisões.
Em suma, não se pode considerar significativas inovações nos recursos. As
hipóteses de execução provisória continuam limitadas, artigo 1.025, NPCP, exclui-
se o agravo retido do sistema processual, mas exige-se “prévia apresentação de
protesto” sobre questões resolvidas na fase de conhecimento, artigo 1.022,
parágrafo 2º. Em relação às hipóteses de decisões monocráticas, somente se
substituiu o termo “jurisprudência dominante” para limitá-lo ao incidente de
resolução de demandas repetitivas e assunção de competência, artigo 945, III a V.
Diante de todas as mudanças propostas no Novo Código de Processo Civil, pode-
se afirmar a intenção dos legisladores de simplificar a sistemática recursal,
utilizando uma linguagem mais didática, inclusive, resolvendo dúvidas existentes,
e excluindo do ordenamento recursos cuja eficácia era discutida por grande parte
dos operadores do direito.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/37522/sistema-recursal-no-novo-codigo-de-
processo-civil#ixzz3kg5Fldwg
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8926/O-sistema-recursal-no-Novo-
Codigo-de-Processo-Civil
apenas a decisão contenciosa em casos extremos.
[1] SILVA, Ovídio Batista da apud SAMPAIO JUNIOR, José Herval.
Entrevista-Tutelas de urgência no Novo CPC. Disponível
em:<http://www.cartaforense.com.br/conteudo/entrevistas/tutelas-de-urgencia-no-
novo-cpc/8275>; acessado em 07-04-2014.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12685
http://jus.com.br/artigos/36451/a-extincao-do-processo-cautelar-no-projeto-
do-novo-codigo-de-processo-civil
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