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7/23/2019 finanças e orçamento publico.pdf http://slidepdf.com/reader/full/financas-e-orcamento-publicopdf 1/146 FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS Professor Me. José Renato de Paula Lamberti GRADUAÇÃO UNICESUMAR

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    FINANAS EORAMENTOSPBLICOS

    Professor Me. Jos Renato de Paula Lamberti

    GRADUAO

    UNICESUMAR

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    ReitorWilson de Matos Silva

    Vice-ReitorWilson de Matos Silva Filho

    Pr-Reitor de AdministraoWilson de Matos Silva Filho

    Pr-Reitor de EADWillian Victor Kendrick de Matos Silva

    Presidente da MantenedoraCludio Ferdinandi

    NEAD - Ncleo de Educao a Distncia

    Direo de OperaesChrystiano Mincoff

    Coordenao de SistemasFabrcio Ricardo Lazilha

    Coordenao de PolosReginaldo Carneiro

    Coordenao de Ps-Graduao, Extensoe Produo de MateriaisRenato Dutra

    Coordenao de GraduaoKtia Coelho

    Coordenao Administrativa/ServiosCompartilhadosEvandro Bolsoni

    Coordenao de CursoPaulo Pardo

    Gerncia de Inteligncia de Mercado/DigitalBruno Jorge

    Gerncia de MarketingHarrisson Brait

    Superviso do Ncleo de Produo deMateriaisNalva Aparecida da Rosa Moura

    Superviso de MateriaisNdila de Almeida Toledo

    Design Educacional

    Rossana Costa GianiFernando Henrique Mendes

    Projeto GrficoJaime de Marchi JuniorJos Jhonny Coelho

    EditoraoThayla Daiany Guimares CripaldiFernando Henrique Mendes

    Reviso Textual

    Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, MariaFernanda Canova Vasconcelos, NayaraValenciano, Rhaysa Ricci Correa, SusanaIncio

    IlustraoRobson Yuiti Saito

    CENTRO UNIVERSITRIO DE MARING. Ncleo de Educao aDistncia:

    C397

    Finanas e Oramento Pblico / Jos Renato de Paula Lamberti.Reimpresso revista e atualizada, Maring - PR, 2014.146 p.

    Graduao - EaD.

    1. Administrao pblica. 2. Oramentos. 3. Finanas 4. EaD. I. Ttulo.

    ISBN 978-85-8084-254-8

    CDD - 22 ed. 351CIP - NBR 12899 - AACR/2

    Ficha catalogrfica elaborada pelo bibliotecrioJoo Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828

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    Viver e trabalhar em uma sociedade global umgrande desafio para todos os cidados. A buscapor tecnologia, informao, conhecimento dequalidade, novas habilidades para liderana e so-luo de problemas com eficincia tornou-se umaquesto de sobrevivncia no mundo do trabalho.

    Cada um de ns tem uma grande responsabilida-de: as escolhas que fizermos por ns e pelos nos-sos far grande diferena no futuro.

    Com essa viso, o Centro Universitrio Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe-cimento por meio de alta tecnologia e contribuirpara o futuro dos brasileiros.

    No cumprimento de sua misso promover aeducao de qualidade nas diferentes reas doconhecimento, formando profissionais cidadosque contribuam para o desenvolvimento de umasociedade justa e solidria , o Centro Universi-

    trio Cesumar busca a integrao do ensino-pes-quisa-extenso com as demandas institucionaise sociais; a realizao de uma prtica acadmicaque contribua para o desenvolvimento da consci-ncia social e poltica e, por fim, a democratizaodo conhecimento acadmico com a articulao ea integrao com a sociedade.

    Diante disso, o Centro Universitrio Cesumar al-meja ser reconhecida como uma instituio uni-versitria de referncia regional e nacional pelaqualidade e compromisso do corpo docente;aquisio de competncias institucionais parao desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-solidao da extenso universitria; qualidadeda oferta dos ensinos presencial e a distncia;bem-estar e satisfao da comunidade interna;qualidade da gesto acadmica e administrati-va; compromisso social de incluso; processos decooperao e parceria com o mundo do trabalho,como tambm pelo compromisso e relaciona-mento permanente com os egressos, incentivan-do a educao continuada.

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    Seja bem-vindo(a), caro(a) acadmico(a)! Voc estiniciando um processo de transformao, pois quan-do investimos em nossa formao, seja ela pessoalou profissional, nos transformamos e, consequente-mente, transformamos tambm a sociedade na qualestamos inseridos. De que forma o fazemos? Criandooportunidades e/ou estabelecendo mudanas capa-zes de alcanar um nvel de desenvolvimento compa-tvel com os desafios que surgem no mundo contem-porneo.

    O Centro Universitrio Cesumar mediante o Ncleo deEducao a Distncia, o(a) acompanhar durante todoeste processo, pois conforme Freire (1996): Os homensse educam juntos, na transformao do mundo.

    Os materiais produzidos oferecem linguagem dial-gica e encontram-se integrados proposta pedag-gica, contribuindo no processo educacional, comple-mentando sua formao profissional, desenvolvendocompetncias e habilidades, e aplicando conceitos

    tericos em situao de realidade, de maneira a inse-ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiaistm como principal objetivo provocar uma aproxi-mao entre voc e o contedo, desta forma possi-bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dosconhecimentos necessrios para a sua formao pes-soal e profissional.

    Portanto, nossa distncia nesse processo de cres-cimento e construo do conhecimento deve ser

    apenas geogrfica. Utilize os diversos recursos peda-ggicos que o Centro Universitrio Cesumar lhe possi-bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA AmbienteVirtual de Aprendizagem, interaja nos fruns e en-quetes, assista s aulas ao vivo e participe das discus-ses. Alm disso, lembre-se que existe uma equipe deprofessores e tutores que se encontra disponvel parasanar suas dvidas e auxili-lo(a) em seu processo deaprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-lidade e segurana sua trajetria acadmica.

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    Professor Me. Jos Renato de Paula Lamberti

    Primeiramente gostaria de me apresentar a voc. Meu nome Jos RenatoLamberti, sou professor de administrao na Unicesumar, onde leciono as

    matrias de contabilidade e finanas, alm de possuir experincia na rea

    pblica em previdncia social.

    AUTORES

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    SEJA BEMVINDOA!

    Agora, quero propor uma pergunta a voc: imagine um pas sem governo, o que acon-teceria?

    Certamente viveramos em um caos. Um pas sem educao, sade, policiamento, justi-a e segurana. Embora exista em todos ns um senso de anarquismo, no conseguira-mos viver em um mundo assim.

    Com diz um dos maiores socilogos do mundo, Zygmunt Bauman (2011), quando com-para liberdade com segurana. Vale a pena ver esse vdeo. Segue o link, disponvel noyoutube: .

    O autor diz que quanto mais liberdade queremos, menos segurana teremos. E quantomais segurana queremos, menos liberdade teremos. Para ele, essas duas palavras ca-minham de maneira diferente.

    Nessa mesma linha Giambiago e Alm (1999, p.25) diz que o governo surge como umfato natural da evoluo das sociedades humanas, como forma de organizar e discipli-nar melhor as relaes entre as pessoas.

    O objetivo inicial do governo o bem comum, o Estado existe para realizar o bem co-mum. O problema que sempre existem interesses divergentes entre quem governa equem governado. o que Jensen e Meckling (1976) denominaram problema de agn-

    cia, ou teoria da agncia.Para coibir esse problema, discutiremos algumas leis, tais como a Lei do Oramento e ade Responsabilidade Fiscal, que normatizam os governantes a preverem e demonstra-rem os seus gastos pblicos, alm de apresentar as fontes de receitas.

    O oramento pblico, de maneira simplificada, pode ser entendido como um conjuntode ferramentas de planejamento da alocao dos recursos pblicos, isto , conhecer asreceitas e despesas que sero realizadas em determinado perodo (em geral, um prazode 1 ano).

    Como os recursos financeiros so escassos, prever o que se pode gastar, dentro do pe-rodo de um ano, minimiza os riscos de endividamento e incerteza sobre como utilizaresse recurso, o que, tambm, potencializa obras que beneficiam a populao em geral(saneamento, estradas, escolas, hospitais).

    Dessa forma, notria a importncia de conhecer os conceitos de finanas e oramentopblico para a sociedade. Mas so poucos que buscam esse conhecimento.

    Em diversas palestras das quais eu participei como acadmico, sobre gesto pblica,fiquei atnito com a falta de interesse por parte de diversas pessoas sobre o tema. Lem-bro-me, exclusivamente, de uma excelente apresentao sobre a Lei da Responsabilida-

    de Fiscal, ministrada em uma Universidade Federal, em que poucos alunos permanece-ram at o final.

    Essa experincia se sustenta em uma frase de Plato:

    APRESENTAO

    FINANAS E ORAMENTOS PBLICOS

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    No h nada de errado com aqueles que no gostam de poltica, simplesmentesero governados por aqueles que gostam.

    Agora, para situar o que aprenderemos neste livro, fao um breve resumo das uni-dades.

    Na primeira unidade discutiremos as noes bsicas de Estado, Direito Tributrio,Contabilidade e Finanas Pblicas. Desta forma, ser a base para aprofundarmosnossos conhecimentos de oramento e polticas fiscais governamentais.

    J na segunda unidade descreveremos as despesas e as receitas pblicas, assimcomo a base de lei de oramentao. Sendo assim, verificaremos como o governoarrecada suas receitas e realiza suas operaes que resultam em despesas.

    Na terceira unidade falaremos sobre a proposta oramentria, isto , foram trans-critos os principais captulos da Lei Oramentria e comentrios, com o intuito defacilitar o aprendizado. O objetivo desta unidade facilitar a leitura da prpria lei eagilizar o seu aprendizado.

    Chegamos unidade IV, em que ser apresentado o conceito de Finanas Pblicas.Trataremos, basicamente, dos principais termos de Finanas, com a inteno de de-monstrar sua essncia e competncia para o gestor pblico e aos cidados maisinstrudos.

    Desta forma, a unidade V fechar com mtodos de avaliao interna e externa dosGastos Pblicos, sendo que veremos de maneira mais profunda a Lei de Responsabi-lidade Fiscal e a Governana Corporativa aplicada Administrao Pblica.

    Contaremos sempre com leituras complementares, reflexes e saiba mais, para quevoc possa dinamizar seu estudo.

    Sendo assim, meu caro aluno, finalizaremos esse livro com o intuito de criar conhe-cimento aplicado na sua vida profissional.

    Se precisar de minha ajuda pode contar comigo!

    Jos Renato Lamberti

    APRESENTAO

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    SUMRIO

    UNIDADE I

    VISO GERAL DA ADMINISTRAO E FINANAS PBLICAS

    15 Introduo

    17 Administrao Pblica

    18 Estrutura da Administrao Pblica

    20 Princpios da Administrao Pblica

    21 Viso da Contabilidade Pblica

    22 A Funo do Controle na Administrao Pblica

    26 Princpios Fundamentais da Contabilidade Pblica

    31 Tipos de Regimes Contbeis

    32 Arrecadao da Receita Pblica

    32 Lei da Responsabilidade Fiscal

    35 Consideraes Finais

    UNIDADE II

    UMA VISO GLOBAL DE RECEITA, DESPESA PBLICA E ORAMENTO

    39 Introduo

    40 Receita Pblica

    45 Despesa Pblica

    48 Histrico do Oramento Pblico

    50 Conceito de Oramento Pblico

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    SUMRIO

    51 O Oramento e a Constituio de 1988

    54 Classificao do Oramento

    55 Ciclo Oramentrio

    57 O Plano Plurianual

    58 Lei das Diretrizes Oramentrias (LDO)

    59 Lei do Oramento Anual (LOA)

    63 Consideraes Finais

    UNIDADE III

    LEI DO ORAMENTO: COMENTRIOS E CASOS

    69 Introduo

    70 Da Proposta Oramentria

    71 Elaborao da Proposta Oramentria

    76 Das Previses Anuais

    80 Balano Patrimonial

    82 Da Elaborao da Lei do Oramento

    85 Da Execuo do Oramento

    86 Consideraes Finais

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    SUMRIO

    UNIDADE IV

    CONCEITOS DE FINANAS PBLICA

    91 Introduo

    91 Conceito de Finanas

    92 Evoluo Histrica do Sistema Financeiro Nacional

    93 Objetivos das Finanas e as Funes do Governo

    93 Produto Interno Bruto (PIB)

    94 Selic

    96 Inflao

    99 Conceito de Tributo

    99 Regras do Sistema de Arrecadao de Tributos

    100 Tributos no Vinculados Impostos

    102 Tributos Vinculados Taxas e Contribuies de Melhoria

    103 Cdigo Tributrio Nacional (1996)

    107 Imposto de Renda

    108 Imposto Sobre Patrimnio

    108 Imposto Sobre Vendas

    109 Clculo dos Impostos

    110 As Fontes dos Dados da Situao Fiscal no Brasil

    111 O Resultado Nominal do Governo Federal

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    SUMRIO

    113 Gastos do Governo

    113 Necessidade Financiamento do Setor Pblico (NFSP)

    116 Conceitos Sobre NFSP

    116 Ttulos Pblicos Federais

    120 Consideraes Finais

    UNIDADE V

    FINANAS E ORAMENTO: CONTROLE DOS

    GASTOS PBLICOS

    125 Introduo

    126 Auditoria Interna no Sistema Pblico

    128 Finalidade da Auditoria Interna

    131 Controle Externo

    133 Licitaes

    136 Lei da Responsabilidade Fiscal

    138 Governana no Setor Pblico

    140 Consideraes Finais

    143 Concluso

    145 Referncias

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    UNIDADE

    I

    Professor Me. Jos Renato de Paula Lamberti

    VISO GERAL DA

    ADMINISTRAO EFINANAS PBLICAS

    Objetivos de Aprendizagem

    Aprender o conceito de Estado, Administrao Pblica eContabilidade Pblica que daro base ao Oramento e Finanas

    Pblicas. Estudar a introduo da Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Plano de Estudo

    A seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar nesta unidade:

    Funes do Estado

    Conceitos gerais de Administrao Pblica

    Conceitos de Contabilidade Pblica

    Introduo da Lei de Responsabilidade Fiscal

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    INTRODUO

    Para estudarmos o que finanas e oramento pblico e como se aplicam

    no governo, precisaremos conhecer o ambiente em que essas teorias atuam:

    Administrao Pblica e Contabilidade Governamental.

    Precisamos conhecer alguns termos da Administrao Pblica, tais como:

    Estado: conforme Azambuja (1996), o Estado corresponde organizao

    poltico-jurdica de uma sociedade para realizar o bem pblico, com governo

    prprio e territrio determinado.Governo: a origem da palavra governo vem do grego kubernatese significa

    timoneiro ou navegar. Para Meirelles (1999), o complexo das funes do Estado.

    Administrao Pblica: o conjunto coordenado de aes que visam boa

    gesto da coisa pblica (repblica). De acordo com Arajo e Arruda (2006), a

    administrao pblica deve possibiliar que os interesses da sociedade sejam

    alcanados.

    Administrao Direta: compreende a estrutura administrativa dos trsPoderes (Legislativo, Executivo e Judicirio) e suas subdivises (estrutura admi-

    nistrativa da Presidncia da Repblica e dos Ministrios, Secretrias estaduais

    e os municipais com seus respectivos departamentos e sees). So as unida-

    des administrativas de cada um dos Poderes da Unio, Estados e Municpios.

    Administrao Indireta: constitui-se das entidades dotadas de persona-

    lidade jurdicas prprias, isto , vinculadas aos Poderes da Unio, Estados e

    Municpios. Podemos entender como administrao indireta as autarquias, fun-

    daes, empresas pblicas e sociedades de economia mista.O conhecimento da Contabilidade Governamental tambm se faz necessrio

    para adentrarmos nos assuntos sobre finanas e oramento pblico. Desta maneira,

    vamos fazer uma viagem para o passado, passear pela histria da Contabilidade.

    A primeira coisa que observaremos que ela sempre esteve presente na his-

    tria comercial do homem.

    Veremos no homem antigo, antes da escrita, registros contbeis em pedras

    e peas de argila. O homem dessa poca gravava figuras do que se trocava (sis-tema de escambo).

    Podemos, tambm, verificar a Contabilidade em vrias passagens bblicas,

    tais como:

    Introduo

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    I

    Em uma parbola de Jesus, h citao de um construtor, que faz contaspara verificar se o que dispunha era suficiente para construir uma torre(Lucas 14.28-30).

    Ainda, se relata a histria de um devedor que foi perdoado de sua dvidaregistrada (Mateus 18.23-27).

    Se continuarmos nosso passeio, conheceremos o frei e matemtico Lucca Pacioli,

    que desenvolveu o mtodo da partilha dobrada em 1494. Esse mtodo separava

    dbito e crdito, por conseguinte o que era passivo e o que era ativo: a origem

    do Balano Patrimonial.

    Veremos a Revoluo Industrial e as tcnicas manuais de Contabilidade cria-das para as indstrias da poca.

    Conforme Perez e Oliveira (2009), a mecanizao da produo, que at

    ento era artesanal e familiar, impactou as relaes de troca e de trabalho, e ficou

    conhecida como a Revoluo Industrial. A sociedade evoluiu e nasceu uma nova

    classe social, formada de famlia de empresrios e de banqueiros, chamados gru-

    pos empresariais. Nessa poca surgiu a figura do contador e do administrador

    empresarial.Nosso ltimo destino ser o presente, a era do conhecimento: a Contabilidade

    como instrumento de gesto estratgica.

    Desta forma, Martins (2001) nos ensina que a contabilidade uma cincia

    adaptvel s transformaes impostas pelo mundo moderno. Transps fases do

    desconhecimento escritural, adaptou-se a sistemas manual, mecanizado, infor-

    matizado, acompanhando os processos da globalizao.

    J a contabilidade governamental brasileira nasce com a vinda da Famlia

    Real para o Brasil em 1808.Conforme Slomski (2007), a contabilidade pblica aparece no Brasil, de fato,

    com a publicao de um alvar datado de 28 de julho de 1808, quando Dom Joo

    VI cria o Errio Rgio e institui o Conselho da Fazenda.

    Para o mesmo autor, a contabilidade pblica tem um grande desenvolvi-

    mento com a criao da lei da responsabilidade fiscal de 2000. Essa lei exige

    novos padres de controle e de transparncia dos atos dos gestores pblicos.

    Podemos concluir que a contabilidade pblica evolui, correlatamente, coma tica, isto , em utilizar o dinheiro pblico, de maneira responsvel, a favor

    dos prprios contribuintes.

    nesse contexto que as finanas e o oramento pblico esto presentes.

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    Administrao Pblica

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    ADMINISTRAO PBLICA

    Vamos ler o conceito de Silva (2006, p.112) para Administrao Pblica:

    Administrao Pblica o conjunto de meios institucionais, materiais,financeiros e humanos, organizados e necessrios para executar as deci-ses polticas. Essa uma noo simples de Administrao Pblica quedestaca, em primeiro lugar, que subordinada ao poder poltico. Em

    segundo lugar, que meio e, portanto, algo de que serve para atingirfins definidos. Em terceiro lugar, denota seus aspectos: um conjunto dergos a servio do poder poltico e as operaes realizadas, atividadesadministrativas.

    Conforme Castro (2008), a Administrao Pblica pode ser entendida em dois

    sentidos bsicos:

    Organizacional escrito em letra maiscula (Administrao Pblica) indica o complexo de rgos responsveis por funes administrativas.

    o conjunto de rgos institudos para a consecuo concreta dos obje-tivos do governo. A Administrao Pblica compreende a personalidade

    jurdica do conjunto de rgos e de entidades pblicas que exercem ati-vidades administrativas.

    Funcional: escrito em letra minscula (administrao pblica) significa aatividade administrativa propriamente dita. Refere-se, portanto, ao con-

    junto de atividades concretas e imediatas, desenvolvidas pelo Estado, naforma da lei.

    Desta maneira, a Administrao Pblica Federal est dividada em duas reas:

    Administrao Direta e Indireta, conforme item abaixo.

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    I

    ESTRUTURA DA ADMINISTRAO PBLICA

    Vamos conhecer os rgos da Administrao Pblica:

    Conforme decreto n. 200/67, a Administrao Pblica Federal est segmen-

    tada em Administrao Direta e Indireta.

    A Administrao Direta est composta do conjunto de rgos integrados

    responsveis pela conduo da Administrao da Unio, Executivo, Legislativo

    e Judicirio.

    E Administrao Indireta, conforme Castro (2008), concebida para possibi-litar maior eficincia da gesto governamental, conta com a seguinte estrutura:

    Autarquias: so entidades com personalidade jurdica, patrimnio e receitaprpria, exerccio de atividades tpicas da Administrao Pblica, quecontam com gesto administrativa e financeira descentralizada. Possuemautonomia, com funo pblica prpria e tpica, autorizada pelo Estado.So exemplos: Universidades Federais, Escolas Tcnicas, INSS, BancoCentral do Brasil, Agncia Nacional do Cinema, Comisso Nacional de

    Energia Nuclear, Comisso de Valores Mobilirios, Instituto de Acare lcool entre outras.

    Empresas pblicas ou estatais: abrange as entidades com personalidadejurdica de direito privado, patrimnio prprio e capital exclusivo daUnio, criados por lei, com o objetivo de explorar uma atividade econ-mica que o governo compreenda conveniente aos objetivos do Estado.Exemplos: Banco Nacional Econmico e Social (BNDES), Caixa EconmicaFederal, Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos, Servio Federal de

    Processamento de Dados (SERPRO).

    Fundaes pblicas: as Fundaes Pblicas realizam atividades no tpicasde Estado, mas de interesse coletivo, sendo as mais comuns as que atuamnas reas de educao, cultura e pesquisa. So exemplos: Instituto Brasileirode Geografia e Estatstica (IBGE), Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientfico e Tecnolgico (CNPq).

    Sociedades de economia mista: pessoa jurdica de direito privado, com

    participao do Poder Pblico e de particulares em seu capital e em suaadministrao que se destina ao desenvolvimento de atividades econ-micas ou de servio de interesse coletivo delegado pelo Estado.

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    Estrutura da Administrao Pblica

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    Outras entidades que a Administrao Pblica pode atribuir competncia, mas

    distinta a estrutura administrativa do Estado.

    Conforme art.175 da Constituio Federal, para que esta possibilidade ocorra,

    tais entidades no podem ter fins lucrativos. Alm disso, a delegao precisa ser

    feita por lei ou contrato de concesso, sob controle da Administrao Pblica.

    So as chamadas entidades do Terceiro Setor, que podem ser dividas nas

    seguintes organizaes:

    Servios sociais autnomos: entidades institudas por lei, com persona-

    lidade jurdica de direito privado, para dar assistncia a certas categoriassociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, mantidos por con-tribuies parafiscais. Como exemplo: o SESI, SESC, SENAI e SEBRAE.

    Organizaes Sociais (OS): pessoas jurdicas de direito privado, sem finslucrativos, institudas por iniciativas de particulares, para desempenharservios sociais, no exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalizaodo Poder Pblico, por vnculo jurdico institudo mediante contrato degesto. Por fora do referido contrato de gesto, a Administrao Pblica

    repassa recursos do oramento, mediante controle do resultado.

    Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIP): organi-zaes privadas, nos moldes das organizaes sociais, mas que mantmvnculo com a Administrao Pblica por meio de Termo de Parceria, oqual permite que executem atividades autorizadas pelo Estado e so con-sideradas de utilidade pblica por fora da lei que as criou.

    E, por fim, as Agncias Reguladoras, que so autarquias e fundaes integrantes

    da Administrao Pblica Federal, criadas mediante decreto do Poder Executivo,que permite a elas executarem suas operaes por meio de contrato de gesto,

    em que so definidos indicadores e metas operacionais, com introduo de

    princpios da administrao gerencial, em substituio aos da administrao

    burocrtica. So chamadas autarquias especiais, criadas por lei, com o objetivo

    de regular (normatizar, disciplinar e fiscalizar) a prestao de servios privados

    de acentuado interesse pblico, inseridos nas atividades econmicas. Por exem-

    plo, a Agncia Nacional de Telecomunicaes (ANATEL).Agora, precisamos conhecer os princpios que regem a administrao pblica.

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    VISO GERAL DA ADMINISTRAO E FINANAS PBLICAS

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    PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

    Vejamos o artigo 37 da Constituio Federal:

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes

    da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos prin-

    cpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.

    Como veremos abaixo:

    Legalidade: diferentemente da vida privada, onde tudo permitido, menoso proibido, na rea pblica nada permitido, exceto o regulamentadolegalmente. Ao assumir o cargo pblico, a pergunta correta do adminis-trador no pode ser onde est escrito que no posso agir desta ou daquelaforma, mas como ter segurana de que o ato que vai praticar est defi-nido em norma clara ou amparado por parecer de especialista em direito.

    Impessoalidade: esse princpio tem como caracterstica principal o fato de quea entidade e nome do qual o administrador age o Estado. Desta maneira,

    esta a figura principal e no a pessoa de seu administrador. Moralidade: sempre que se verificar um comportamento

    da Administrao, mesmo em consonncia com a lei,ofende a moral, os bons costumes, as regras da boaadministrao, os princpios de justia e equi-dade, a ideia comum de honestidade, estarhavendo ofensa ao princpio da moralidadeadministrativa.

    Publicidade: refere-se a divulgao oficialdos atos administrativos, ressalvadas as

    Conforme Castro (2008), entende-se contrato de gesto o instrumento fir-mado entre o Poder Pblico e a entidade qualificada como organizao so-cial ou agncia executiva, com vistas formao de parceria entre as partes,para fomento e execuo das atividades relativas a concesses e permissesde servios pblicos.

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    Viso da Contabilidade Pblica

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    hipteses de sigilo prevista na Constituio. A publicidade sempre foi

    tida como um princpio administrativo, porque se entende que o PoderPblico, por ser pblico, deve agir com a maior transparncia possvel, afim de que os administrados tenham, a toda hora, conhecimento do queos administradores esto fazendo.

    Eficincia: trata-se de um conceito econmico. No qualifica normas,qualifica atividades. Significa fazer com racionalidade. Busca estimular econseguir os melhores resultados com os meios de que dispe ao menorcusto. A eficincia, para os administradores, a otimizao de meios.

    VISO DA CONTABILIDADE PBLICA

    Segundo Lopes de S (1997), encontraram na Smeria evidncias de registroscontbeis em tbuas de argila. Eram tbuas pequenas de poucos centrmetros

    nas quais eram colocados lanamentos nicos. Depois, surgiu a necessidade de

    conhecer o movimento de todo um dia, reproduziam-se tais fatos em uma tbua

    maior, e assim, surgiu o dirio contbil. A seguir, para identificar as tbuas pelos

    mesmos fatos, amarravam uma corda e assim nasceu a razo. O dbito e o crdito

    nasceriam do conceito de meu e seu e o saldo seria uma decorrncia natural.

    Como podemos perceber a contabilidade sempre esteve presente na hist-

    ria comercial do homem.Segundo Marion (2010), a contabilidade pode ser definida como um sistema

    de informao gerencial, capaz de captar, registrar, reunir, divulgar e interpre-

    tar os fenmenos monetrios que afetam a situao patrimonial da empresa.

    J a contabilidade pblica um ramo da Cincia Contbil voltado para o

    registro, o controle e a demonstrao dos fatos financeiros que afetam o patri-

    mnio da Unio, dos Estados e dos Municpios.

    Nessa mesma linha, Castro e Garcia (2004) conceituam a contabilidade gover-namental como a contabilidade aplicada s entidades pblicas.

    o que diz Kohama (1989, p.35) que a Contabilidade Governamental

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    deriva da Contabilidade e, tem a principal funo de estudar, orientar, controlar e

    demonstrar a organizao e execuo da Fazenda Pblica, o patrimnio pblico

    e suas variaes, isto , uma transparncia do que se faz com o dinheiro pblico.

    Conforme Arajo e Arruda (2006), as principais funes da contabilidade

    pblica so:

    Sua rea compreende os trs nveis de governo: Federal, Estadual eMunicipal.

    Tem por fim selecionar, estudar, registrar, interpretar, orientar, controlar,

    resumir e demonstrar os fatos que afetam o patrimnio estatal.

    Seu objeto de estudo a gesto do patrimnio das entidades pblicasquanto aos aspectos contbil, oramentrio, patrimonial, financeiro e deresultado.

    Constitui um importante instrumento de planejamento e controle da ges-to governamental.

    No Brasil, suas normas esto definidas na Lei n. 4320/64.

    A FUNO DO CONTROLE NA ADMINISTRAOPBLICA

    De forma didtica, podemos entender controle como um conjunto de medidas

    necessrias para o perfeito funcionamento de um sistema simples ou complexo.

    Vejamos a conceituao de avaliao por Oliveira (2010) que nos ensina que

    controle um tema da administrao estratgica, e ocorre mediante a comparao

    com padres previamente estabelecidos, e procura medir e avaliar o desempe-

    nho e o resultado das aes, com a finalidade de realimentar os tomadores de

    decises, de forma que possam corrigir ou reforar esse desempenho ou inter-ferir em funes do processo administrativo, para assegurar que os resultados

    satisfaam s metas e aos objetivos estabelecidos.

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    A Funo do Controle na Administrao Pblica

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    Se olharmos no dicionrio HOUAISS

    (2010), a palavra controle origina-se do

    latim contra rotulum, que significa ato ou

    efeito de controlar, monitorar, fiscalizar, ou

    exame minucioso, que obedece a determi-

    nada expectativa, normas e convenes.

    Segundo Oliveira (2010), as principais

    funes do controle e avaliao que pode-

    mos adaptar para as instituies pblicasso:

    1) Estabelecimento de padres de medida e avaliao: esses padres sodecorrentes dos objetivos, metas, estratgias, polticas, projetos e aes,bem como das normas e procedimentos.

    2) Medida dos desempenhos apresentados: o processo de medir e avaliardesempenho significa estabelecer o que medir e selecionar, bem como

    medir, mediante critrios de quantidade, qualidade e tempo.3) Comparao do realizado com o esperado: desvios dentro da fronteira

    do que for esperado no se deve preocupar; desvios que excederem umpouco a fronteira do esperado devem ser ajustados; e desvios que exce-derem em muito a fronteira do esperado devero interromper as aesat que as causas sejam identificadas e eliminadas.

    4) Ao corretiva: essa ao corresponde s medidas ou providncias queso eliminar os desvios significativos que o executivo detectou, ou for-

    ar os aspectos positivos que a situao apresenta.

    Desta forma, prezado aluno, na administrao pblica o controle exercido deve

    ter as mesmas funes do controle privado, isto , no acompanhamento, vigi-

    lncia, verificao, orientao e correo que um poder, rgo ou agente pblico

    exerce sobre a atuao de outro ou sobre sua prpria atuao.

    Vamos observar a frase de Rui Barbosa apudRevista do Tribunal de Contas

    da Unio (1997, p. 20) sobre controle do Estado:

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    No basta julgar a administrao, denunciar o excesso cometido, colhera exorbitncia ou prevaricao para as punir. Circunscrita a esses limi-tes, essa funo tutelar dos dinheiros pblicos ser muitas vezes intil,por omissa, tardia ou impotente. Convm levantar entre o poder queautoriza periodicamente a despesa e o poder que quotidianamente aexecuta um mediador independente, auxiliar de um e de outro, que, co-municando com a legislatura e intervindo na administrao, seja no so vigia como a mo forte da primeira sobre a segunda, obstando a per-petuao das infraes oramentrias por um veto oportuno aos atos doexecutivo, que direta ou indireta, prxima ou remotamente, discrepemda linha rigorosa das leis de finanas.

    Essa frase do nosso glorioso guia de Haia, apelido recebido na Conferncia da

    Paz em Haia, demonstra para ns como o controle de suma importncia para

    o bem-estar da Administrao Pblica.

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    A literatura jurdica apresenta o sistemade freios e contrapesos da ConstituioFederal.

    De acordo com Silveira (1991) em seuartigo Supremo Tribunal Federal tempode mudana e de Fortalecimento, ensina-nos que esse termo significa que um poderdeve frear o outro poder.

    Vale a pena ler Montesquieu, em sua obra

    o esprito das leis: O Poder vai at ondeencontra os seus limites e estaria tudo per-dido se um homem, ou um mesmo corpode prncipes ou nobres, exercesse esses trspoderes: o de fazer as leis, o de executar asresolues pblicas e o de julgar os crimesou demandas dos particulares.

    Dessa maneira, vamos ler o que a Consti-tuio Federal de 1988 estabelece como

    um sistema de freios e contrapesos entreos poderes:

    - PODER LEGISLATIVO:

    Controla o Judicirio: escolhe os membrosdos tribunais superiores, julga os ministrosdo STF nos crimes de responsabilidade, fis-caliza a forma como gerenciado o dinheiropblico pelo poder Judicirio.

    Controla o Executivo: julga o Presidente daRepblica, o Vice-Presidente e os ministrosde Estado, nos crimes de responsabilidade,aprecia as contas do Presidente da Repblica,fiscaliza e controla os atos do Poder Execu-tivo, includos os da administrao indireta.

    - PODER EXECUTIVO:

    Controla o Judicirio: nomeando osministros do STF e dos demais tribunais

    superiores.

    Controla o Legislativo: participa da elabo-rao das leis, por meio da sano ou vetoaos projetos de lei aprovados e participada escolha dos ministros do Tribunal deContas da Unio.

    - PODER JUDICIRIO:

    Controla o Legislativo: exerce o controle da

    constitucionalidade das leis e atos adminis-trativos e julga os membros do CongressoNacional nos crimes comuns e os membrosdo Tribunal de Contas da Unio, nos crimescomuns e de responsabilidade.

    Controla o Executivo: exerce o papel daconstitucionalidade das leis e atos admi-nistrativos, julga o Presidente da Repblica,o Vice-Presidente, os ministros de Estado,

    nos crimes comuns e julga os ministrosdo Estado nos crimes de responsabili-dade, quando estes no forem conexoscom crimes atribudos ao Presidente ouVice-Presidente.

    Alm disso, os poderes Executivo, Legis-lativo e Judicirio devem prestar contas:

    - Tribunal de Contas do Municpio (TCM).

    - Tribunal de Contas da Unio (TCU).

    - Controle Social.

    - Controle pelos Conselhos Fiscais.

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    PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADEPBLICA

    Antes de comear esse tpico, vamos entender o que so princpios. Princpios

    so normas que servem como um guia para os gestores tomarem suas decises.

    Conforme Castro e Garcia (2006), a expresso Princpio de Contabilidade

    Geralmente Aceitos foi cunhada nos Estados Unidos da Amrica do Norte na

    dcada de 50, com o objetivo de fixar normas contbeis para servirem de regras

    ou guias de orientaes aos contadores, com o objetivo de eliminar as divergn-cias nas demonstraes contbeis publicadas naquele pas.

    Vamos imaginar que os Princpios so a estrutura da Contabilidade.

    Para isso, iremos utilizar a Resoluo CFC n. 750, de 29/12/1993, so

    Princpios Fundamentais da Contabilidade:

    Princpio da Entidade.

    Princpio da Continuidade.

    Princpio da Oportunidade.

    Princpio do Registro pelo Valor Original.

    Princpio da Atualizao Monetria.

    Princpio da Competncia; e

    Princpio da Prudncia.

    Iremos destrinchar tais princpios a seguir.

    PRINCPIO DA ENTIDADE

    O Princpio da ENTIDADE reconhece o Patrimnio como objeto da Contabilidade

    e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciao de um

    Patrimnio particular no universo dos patrimnios existentes, independente-mente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou

    instituio de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por

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    consequncia, nesta acepo, o Patrimnio no se confunde com aqueles dos

    seus scios ou proprietrios, no caso de sociedade ou instituio.

    O PATRIMNIO pertence ENTIDADE, mas a recproca no verdadeira.

    A soma ou agregao contbil de patrimnios autnomos no resulta em nova

    ENTIDADE, mas em uma unidade de natureza econmico-contbil.

    PRINCPIO DA CONTINUIDADE

    A continuidade ou no da entidade, bem como sua vida definida ou provvel,

    deve ser considerada quando da classificao e avaliao das mutaes patrimo-

    niais, quantitativas e qualitativas.

    A continuidade influencia o valor econmico dos ativos e, em muitos casos,

    o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extino da

    Entidade tem prazo determinado, previsto ou previsvel.

    PRINCPIO DA OPORTUNIDADE

    O princpio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, tempestividade e

    integridade do registro do patrimnio e das suas mutaes, determinando que

    este seja feito de imediato e com a extenso correta, independentemente, das

    causas que as originaram.

    Como resultado da observncia do princpio da Oportunidade:

    I . Desde que tecnicamente estimvel, o registro das variaes patrimoniaisdeve ser feito, mesmo na hiptese de somente existir razovel certeza desua ocorrncia.

    II . O registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, con-templando os aspectos fsicos e monetrios.

    III . O registro deve ensejar o reconhecimento universal das variaes ocorridas

    no patrimnio da Entidade em um perodo de tempo determinado, basenecessria para gerar informaes teis ao processo decisrio da gesto.

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    PRINCPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

    Os componentes do patrimnio devem ser registrados pelos valores originais

    das transaes com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do

    pas, que sero mantidos na avaliao patrimoniais, inclusive quando configu-

    rarem agregaes ou decomposies no interior da Entidade.

    Do princpio do Registro pelo Valor Original resulta:I - A avaliao dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos

    valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consensocom os agentes externos, ou da imposio destes.

    II - Uma vez integrado o patrimnio, o bem, direito ou obrigaes, no pode-ro ter alterados seus valores intrnsecos, admitindo-se, to-somente, suadecomposio em elementos e/ou sua agregao, parcial ou integral, aoutros elementos patrimoniais.

    III - O valor original ser mantido enquanto o componente permanecer comoparte do patrimnio, inclusive quando da sada deste.

    IV - Os princpios da Atualizao Monetria e do Registro pelo Valor Ori-ginal so compatveis entre si e complementares, dado que o primeiroapenas atualiza e mantm atualizado o valor da entrada.

    V - O uso da moeda do Pas na traduo do valor dos componentes patrimo-niais constitui imperativo de homogeneizao quantitativa dos mesmos.

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    PRINCPIO DA ATUALIZAO MONETRIA

    Os efeitos da alterao do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reco-

    nhecidos nos registros contbeis mediante o ajustamento da expresso formal

    dos valores dos componentes patrimoniais.

    So resultantes da adoo do princpio da Atualizao Monetria:

    I - A moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, no repre-senta unidade constante em termos do poder aquisitivo.

    II - Para que a avaliao do patrimnio possa manter os valores das transaesoriginais, necessrio atualizar sua expresso formal em moeda nacio-nal, a fim de que permaneam substantivamente corretos os valores doscomponentes patrimoniais e, por consequncia, do patrimnio lquido.

    III - A atualizao monetria no representa nova avaliao, mas, to-somente,o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante aaplicao de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a varia-o do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado perodo.

    PRINCPIO DA COMPETNCIA

    As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do per-odo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem,

    independentemente de recebimento ou pagamento.

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    O princpio da Competncia determina quando as alteraes no ativo ou

    no passivo resultam em aumento ou diminuio no patrimnio lquido, estabe-

    lecendo diretrizes para classificao das mutaes patrimoniais, resultantes da

    observncia do princpio da Oportunidade.

    O reconhecimento simultneo das receitas e despesas, quando correlatas,

    consequncia natural do respeito ao perodo em que ocorrer sua gerao.

    As receitas consideram-se realizadas:

    I - Nas transaes com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou

    assumirem firmemente efetiv-lo, quer pela investidura na propriedadede bens anteriormente pertencentes Entidade, quer pela fruio de ser-

    vios por estas prestados.

    II - Quando da extino, parcial ou total de um passivo, qualquer que sejao motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valorigual ou maior.

    III - Pela gerao natural de novos ativos independentemente da interven-

    o de terceiros.IV - No recebimento efetivo de doaes e subvenes.

    Consideram-se incorridas as despesas:

    I - Quando deixar de existir o correspondente valor ativo por transfernciade sua propriedade para terceiros.

    II - Pela diminuio ou extino do valor econmico de um ativo.

    III - Pelo surgimento de um passivo sem o correspondente ativo.

    Princpio da Prudncia

    O princpio da Prudncia determina a adoo do menor valor para os componen-

    tes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que apresentem alternativas

    igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem

    o patrimnio lquido.

    O princpio da Prudncia impe a escolha da hiptese de que resulte menorpatrimnio lquido, quando se apresentarem opes igualmente aceitveis diante

    dos demais Princpios Fundamentais de Contabilidade.

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    Tipos de Regimes Contbeis

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    Observando o disposto no art. 7, o Princpio da Prudncia somente se aplica

    s mutaes posteriores, constituindo-se ordenamento indispensvel correta

    aplicao do Princpio da Competncia.

    A aplicao do princpio da Prudncia ganha nfase quando, para definio

    dos valores relativos s variaes patrimoniais, devem ser feitas estimativas que

    envolvem incertezas de graus variveis.

    TIPOS DE REGIMES CONTBEIS

    Conforme Marion (2010), so dois os tipos de regimes contbeis aceitos pela

    contabilidade:

    Regime de caixa: modalidade que considera a apurao do resultado do exer-

    ccio apenas os pagamentos efetivamente ocorridos no exerccio. Neste regime, areceita reconhecida no exerccio em que arrecadada; j a despesa, quando paga.

    Regime de competncia: modalidade que considera os fatos contbeis ocor-

    ridos durante o exerccio para fins de apurao dos seus resultados. Neste regime,

    as receitas e despesas so atribudas ao exerccio de acordo com a real ocorrncia.

    Toda receita realizada e toda despesa incorrida pertencem ao prprio exerccio.

    O regime de caixa refere-se ao registro das receitas e despesas quando ocor-rem, respectivamente, os recebimentos e os pagamentos.

    No regime de competncia, as receitas merecidas e no arrecadas passama constituir Contas a Receber no Ativo, assim como as despesas incorridas

    e no pagas so reconhecidas como obrigaes e lanadas em um grupoespecfico denominado Contas a Pagar no Passivo.

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    ARRECADAO DA RECEITA PBLICA

    Conforme Fabretti e Fabretti (2009), o Estado possui diversas fontes de arreca-

    dao, que so:

    1 - Receita originria: oriunda do prprio patrimnio do Estado (imveis,empresas estatais, explorao de recursos naturais etc.).

    2 - Receita derivada: advinda do patrimnio de terceiros (particulares),que se divide em:

    a) Derivada de contrato: o Estado busca recursos por meio de contratoscelebrados com os particulares que, no entanto, tm a livre disposiode vontade para firm-los ou no. Nestes contratos prevista, de algumaforma, a devoluo do valor contratado, inclusive com o acrscimo dorendimento, como, por exemplo, os ttulos da dvida pblica.

    b) Derivada da soberania: os recursos so captados no patrimnio dos par-ticulares, pela imposio do Estado que exerce seu poder soberano, sem

    considerar a disposio de vontade do contribuinte, que, assim, fica obri-gado a adimplir a obrigao, at coercitivamente, se necessrio. Os valoresdessa forma de arrecadao no so devolvidos diretamente ao contri-buinte, mas so convertidos em obras e servios pblicos.

    LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL

    A atividade financeira do Estado era regida pela Lei n. 4.320, de 17/02/1964 e,

    em 05/10/1988, a Constituio Federal determinou que a nova lei dispusesse

    sobre finanas pblicas (art. 163 da CF).

    Conforme Fabretti e Fabretti (2009), essa lei s foi atendida com a Lei da

    Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Complementar n. 101 de 2000, que estabelecenormas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal.

    As normas da LRF dispem sobre:

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    Lei da Responsabilidade Fiscal

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    a) Oramento pblico.

    b) Receita pblica.

    c) Despesa pblica.

    d) Endividamento.

    e) Gesto patrimonial.

    f) Transparncia na gesto fiscal.

    Veja o que Barros (2001, p.24) nos fala:Obter, representa a RECEITA PBLICA; despender, a DESPESAPBLICA; gerir, o ORAMENTO PBLICO, e criar, o CR-DITO PBLICO. Neste diapaso, a atividade financeira do Estadovolta-se para obter a soma de dinheiro indispensvel para a sua ma-nuteno, revertendo-a em despesas, para seus gastos, gerindo, admi-nistrando, cuidando da receita e despesa, atravs de uma pea chamadaOramento, ao mesmo tempo em que, diante de certas conjunturas, elecria novas fontes de receitas, utilizando de seu Crdito, quer para suprir

    uma deficincia de caixa, ou para atender um programa de governo.

    Destarte, na prxima unidade estudaremos as contas do oramento pblico. At l!

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    A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL COMO UM CDIGO DE CONDUTA

    PARA OS GESTORES PBLICOS

    Rogrio Vieira de Andrade.

    A Lei de Responsabilidade Fiscal propor-ciona uma mudana cultural e institucionalna administrao dos recursos da sociedadeatravs do equilbrio das contas pblicas.

    Assim, por fora dos deveres jurdicos tra-zidos pela Lei Complementar n. 101/2000,os gestores pblicos ficam subordinados snormas estabelecidas pela lei onde a vio-lao desses deveres responsabilidade,acarretar prestao consubstanciada emsanes institucionais e contra os prpriossujeitos que servem ao poder pblico.

    O texto legal ntido face ao seu carter

    obrigacional, uma vez que sua naturezajurdica no modificada ante a seu con-junto orgnico como norma geral, pois, estatrelada s finanas pblicas. Portanto, anorma jurdica da Lei de ResponsabilidadeFiscal de carter financeiro, devendo-lheno ser atribuda inconstitucionalidadeformal, tendo em vista uma eventual ino-bservncia a princpios decorrentes dacompetncia legislativa concorrente, inse-

    rida no artigo 24 da Constituio Federal.

    Destarte, as leis complementares, emboracomplementem a Constituio Federal,

    nem sempre pertencem ao direito consti-tucional, porque sua funo complementar,por mais que seja de carter fundamental,refere-se ao contedo das normas integra-

    das e da natureza desse contedo retiramsua prpria natureza.

    Assim, a lei em comento, por maior que sejaa ambiguidade do seu artigo 1, normade carter financeiro que visa regulamen-tar o artigo 163 da Constituio Federal,tendo por finalidade estabelecer normasde finanas pblicas voltadas para a res-ponsabilidade na gesto fiscal.

    Nesse prisma, conforme Conti (2009) maisdo que um cdigo de condutas o que seextrai do instrumento normativo denomi-nado Lei de Responsabilidade Fiscal, queeste aplicvel a todos os entes da fede-rao indistintamente, erguendo-se emum verdadeiro cdigo de obrigaes antea postura danosa de gestores que admi-nistram os cofres pblicos gastando mais

    do que arrecadam, deixando dvidas paraseus sucessores e assumindo compromis-sos que tm cincia, de aviso prvio, nopodero adimplir.

    Disponvel em: . Acesso em: 15 dez. 2011.

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    Consideraes Finais

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    CONSIDERAES FINAIS

    Nesta primeira unidade, foi tratado sobre os aspectos introdutrios de

    Administrao Pblica e sua contribuio para as reas de Contabilidade Pblica,

    Direito Tributrio, Oramento Pblico e Finanas Pblicas.O conceito de Administrao Pblica nos ensina qual a funo do gestor

    pblico, que podemos sintetizar em tomar suas decises orientadas ao bem-es-

    tar dos cidados.

    Esse o principio bsico da teoria da agncia, isto , o gestor apresenta inte-

    resses diferentes do que a populao considera necessria.

    Desta forma, podemos dizer que entender destes conceitos nos proporciona

    conhecer o que a Lei de Responsabilidade Fiscal, que nada mais clama do que

    a transparncia dos governantes em relao arrecadao e aos gastos pblicos.

    Seguem abaixo alguns links sobre a Responsabilidade Fiscal:..

    Verifique a importncia da Lei de Responsabilidade fiscal por meio de mat-rias em revistas e jornais.

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    1. Segundo Silva (2001), a Administrao Pblica o conjunto de meios

    institucionais, materiais, financeiros e humanos, organizados e neces-srios para executar as decises polticas. Deste modo, qual a diferenaentre Administrao Pblica direta e indireta?

    2. De acordo com o Art. 37, a administrao pblica direta e indireta dequalquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, mora-lidade, publicidade e eficincia. Sendo assim, explique com suas palavrasos princpios citados.

    3. Conforme Marion (2010) so dois os tipos de regimes contbeis aceitospela contabilidade. Quais so esses dois tipos de regimes? Explique-os.

    4. Leia a matria publicada no jornal Tribuna do Norte, em 18 de outu-bro de 2011:

    a) Com base na unidade estudada e na matria, qual o objetivo da lei da res-ponsabilidade fiscal?

    b) De que maneira essa lei pode beneficiar o Estado e o gestor pblico?

    Cerca de 25 mil aposentados e 9 mil pensionistas do Rio Grande do Nortepodero ter os benefcios revistos nos prximos anos. Como parte da polti-

    ca de reduo de custos que objetiva equilibrar as contas estaduais e mant-las abaixo do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o secretrio deAdministrao e dos Recursos Humanos (Searh), Jos Anselmo de Carvalho,afirmou que ir propor uma mudana na Lei que dispe sobre o RegimeJurdico nico dos Servidores do RN.

    A inteno criar um dispositivo jurdico que obrigue os servidores inati-vos passarem por vistorias mdicas em determinado tempo. A legislaoprevidenciria estadual no clara com relao aos benefcios. O projetoainda embrionrio e vai percorrer um longo caminho at que seja posto

    em prtica.Como trata-se de uma emenda Constituio Estadual, necessrio vota-o e aprovao dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa. A mi-nuta da proposta, segundo Anselmo, ser encaminhada pela Casa Civil, nosprximos dias, Consultoria Geral do Estado.

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    UNIDADE

    II

    Professor Me. Jos Renato de Paula Lamberti

    UMA VISO GLOBAL DE

    RECEITA, DESPESAPBLICA E ORAMENTO

    Objetivos de Aprendizagem

    Estudar a teoria de receita e despesas pblicas.

    Estudar as contas que integram as receitas e despesas pblicas.

    Apresentar uma introduo ao Oramento Pblico.

    Plano de Estudo

    A seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar nesta unidade:

    Receita Pblica

    Despesa Pblica

    Contas de Receita Pblica

    Contas de Despesa Pblica

    Conceitos da Lei de Oramento Pblico

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    Conforme Castro (2008), ser de suma importncia o conhecimento por par-te da rea de Auditoria Pblica, afinal sero responsveis por fiscalizar asreceitas e despesas do governo.

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    Introduo

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    INTRODUO

    Chegamos unidade da nossa aula em que iremos tratar de receita e despesa

    pblica e desmembrar suas contas.

    Essas contas tero como principal objetivo medir o que entra e o que sai de

    dinheiro pblico, para poder informar se uma gesto est sendo transparente e

    honesta, visando sempre ao bem dos cidados.Como diz Castro (2008), possvel que o governo possa simplificar esses

    processos e tornar mais efetiva a transparncia administrativa quanto aos dados

    do oramento e execuo fsica das obras e servios, conduzindo ao efetivo cum-

    primento do princpio da publicidade da gesto pblica.

    Vamos facilitar essa frase: os governantes, que escolhemos para governar

    nosso pas, devem demonstrar de maneira transparente como arrecadam e gas-

    tam nosso dinheiro.

    Desta maneira, podemos concluir que o principal objetivo desta unidade demonstrar aos gestores pblicos como buscar essas informaes que podem

    fazer a diferena, de maneira positiva, para a administrao pblica.

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    UMA VISO GLOBAL DE RECEITA, DESPESA

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    RECEITA PBLICA

    Comearemos a pensar na palavra receita. Receita para a

    Contabilidade Geral representa uma entrada de dinheiro, por

    venda de mercadoria, prestao de servios, venda de um ativo.

    J para a Contabilidade Pblica, receita pode ser defi-

    nida como qualquer recurso recebido pelo Estado.

    Vejamos a definio de Arajo e Arruda (2006, p.57) para receita pblica:

    Na contabilidade pblica, receita pblica engloba todo e qualquer re-colhimento de recursos feito ao cofre pblico, realizado sob a forma denumerrio e de outros bens representativos de valores, que o governo temo direito de arrecadar em virtude da Constituio, de leis, contratos oude quaisquer outros ttulos de que derivem direitos ao favor do Estado.

    A Lei n. 4320/64 classifica a receita pblica da seguinte forma: receita oramen-

    tria e receita extraoramentria, conforme veremos no prximo tpico.

    RECEITAS ORAMENTRIAS

    Representam os valores constantes do oramento, tais como tributos, rendas,

    transferncias, alienaes, amortizao de emprstimos, operaes de crdito por

    prazos superiores. A Lei n. 4.320/64 classificou a receita pblica oramentria em

    duas categorias econmicas, tais como: receitas correntes e receitas de capital.

    RECEITAS CORRENTES

    So denominadas receitas correntes porque so derivadas do poder de tributar

    ou da venda de produtos e servios, que contribuem para a finalidade funda-

    mental do rgo ou entidade pblica.

    De acordo com a Lei n. 4.320/64, as receitas correntes sero classificadas nosseguintes nveis de subcategorias econmicas: (redao alterada conforme reti-

    ficao publicada no Dirio Oficial da Unio 29/06/2004).

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    Receita Tributria: so os ingressos prove-nientes da arrecadao de impostos, taxase contribuies de melhoria. Desta forma, uma receita privativa das entidades inves-tidas do poder de tributar: Unio, Estados,Distrito Federal e os Municpios.

    Algumas peculiaridades do poder detributar devem ser consideradas nesta clas-sificao. Destacam-se as seguintes:

    a) O poder de tributar pertence a um ente,

    mas a arrecadao e aplicao pertencema outro ente a classificao como receitatributria deve ocorrer no ente arrecadadore aplicador e no dever haver registro noente tributante.

    b) O poder de tributar, arrecadar e distri-buir pertence a um ente, mas a aplicaodos recursos correspondentes pertence aoutro ente a classificao como receita tri-butria dever ocorrer no ente tributante,

    porm, observando os seguintes aspectos:

    b.1) No ente tributante, a trans-ferncia de recursos arrecadados deverser registrada como deduo de receitaou como despesa oramentria, de acordocom a legislao em vigor.

    b.2) No ente beneficirio ou apli-cador dever ser registrado o recebimento

    dos recursos como receita tributria ou detransferncia, de acordo com a legislaoem vigor.

    b.3) No caso de recursos compar-tilhados entre entes da federao, quandoum beneficiado pelo tributo de outro, necessria a compatibilidade entre os regis-tros dos respectivos entes.

    b.4) Qualquer que seja a forma de

    recebimento da receita, quando for ante-riormente reconhecido um direito, mesmo

    com valor estimado, dever haver registrodo crdito a receber precedido do rece-bimento. No momento do recebimentodever haver registros simultneos de baixados crditos a receber e do respectivo rece-bimento.

    Receita Receita de Contribuies: oingresso proveniente de contribuiessociais, de interveno no domnio eco-nmico e de interesse das categoriasprofissionais ou econmicas, como ins-

    trumento de interveno nas respectivasreas.

    - Contribuies sociais destinadas ao cus-teio da seguridade social, compreendendoa previdncia social, a sade e a assistn-cia social.

    - Contribuies de Interveno no domnioeconmico deriva da contraprestao atuao estatal exercida em favor de deter-

    minado grupo ou coletividade.

    - Contribuies de Interesse das categoriasprofissionais ou econmicas destinadasao fornecimento de recursos aos rgosrepresentativos de categorias profissionaislegalmente regulamentadas ou a rgosde defesa de interesse dos empregadoresou empregado.

    Receita Receita Patrimonial: o ingressoproveniente de rendimentos sobre investi-mentos do ativo permanente, de aplicaesde disponibilidades em opes de mercadoe outros rendimentos oriundos de renda deativos permanentes.

    Receita Receita Agropecuria: o ingressoproveniente da atividade ou da explora-o agropecuria de origem vegetal ouanimal. Incluem-se nesta classificao as

    receitas advindas da explorao da agricul-tura (cultivo do solo), da pecuria (criao,

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    recriao ou engorda de gado e de ani-mais de pequeno porte) e das atividadesde beneficiamento ou transformao deprodutos agropecurios em instalaesexistentes nos prprios estabelecimentos.

    Receita Receita Industrial: o ingresso pro-veniente da atividade industrial de extraomineral, de transformao, de construo eoutras, provenientes das atividades indus-triais definidas como tal pela FundaoInstituto Brasileiro de Geografia e Estats-

    tica IBGE.

    Receita Receita de Servios: o ingressoproveniente da prestao de servios detransporte, sade, comunicao, por-turio, armazenagem, de inspeo e

    fiscalizao, judicirio, processamentode dados, vendas de mercadorias e pro-dutos inerentes atividade da entidadee outros servios.

    Transferncia Corrente: o ingresso pro-veniente de outros entes ou entidades,referentes a recursos pertencentes ao enteou entidade recebedora ou ao ente ou enti-dade transferidora, efetivados mediantecondies preestabelecidas ou mesmo semqualquer exigncia, desde que o objetivo

    seja a aplicao em despesas corrente.

    Outras Receitas Correntes: so os ingressosprovenientes de outras origens no clas-sificveis nas subcategorias econmicasanteriores.

    O CDIGO TRIBUTRIO NACIONAL DEFINE TRIBUTO NO ART. 3 COMO:

    Toda prestao pecuniria compuls-

    ria, em moeda ou cujo valor nela se possaexprimir, que no constitua sano de atoilcito, instituda em lei e cobrada medianteatividade administrativa plenamente vin-culada e define suas espcies da seguinteforma:

    Impostos conforme art. 16, imposto otributo cuja obrigao tem por fato geradoruma situao independente de qualquer

    atividade estatal especfica, relativa ao con-tribuinte.

    Taxa de acordo com o art. 77,

    as taxas cobradas pela Unio, pelosEstados, pelo Distrito Federal ou pelosMunicpios, no mbito de suas respecti-vas atribuies, tm como fato gerador

    o exerccio regular do poder de polcia,

    ou a utilizao, efetiva ou potencial, deservio pblico especfico e divisvel,prestado ao contribuinte ou posto suadisposio.

    Contribuio de Melhoria segundo o art.81,

    a contribuio de melhoria cobradapela Unio, pelos Estados, pelo Dis-

    trito Federal ou pelos Municpios, nombito de suas respectivas atribui-es, instituda para fazer face aocusto de obras pblicas de que decorravalorizao imobiliria, tendo comolimite total a despesa realizada e comolimite individual o acrscimo de valorque da obra resultar para cada im-vel beneficiado

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    Receita Pblica

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    RECEITAS DE CAPITAL

    So denominadas receita de capital porque so derivadas da obteno de recursos

    mediante a constituio de dvidas, amortizao de emprstimos e financiamentos

    e/ou alienao de componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios

    para atingir a finalidade fundamental do rgo ou entidade, ou mesmo, ativida-

    des no operacionais visando ao estmulo s atividades operacionais do governo.

    De acordo com a Lei n. 4.320/64 as receitas de capital sero classificadas nos

    seguintes nveis de subcategorias econmicas: (redao alterada conforme reti-ficao publicada no Dirio Oficial da Unio 29/06/2004).

    Operaes de Crdito: o ingresso proveniente da colocao de ttulos p-blicos ou da contratao de emprstimos e financiamentos obtidos juntos aentidades estatais ou privadas.

    Alienao de Bens: o ingresso proveniente da alienao de componentesdo ativo permanente.

    Amortizao de Emprstimos: o ingresso proveniente da amortizao,ou seja, parcela referente ao recebimento de parcelas de emprstimos oufinanciamentos concedidos em ttulos ou contratos.

    Transferncias de Capital: o ingresso proveniente de outros entes ou en-tidades referentes a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedoraou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condies prees-tabelecidas ou mesmo sem qualquer exigncia, desde que o objetivo seja aaplicao em despesas de capital.

    Outras Receitas de Capital: so os ingressos provenientes de outras origensno classificveis nas subcategorias econmicas anteriores.

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    RECEITA EXTRAORAMENTRIA

    Se pensarmos na expresso receita extraoramentria teremos a impresso de

    que uma receita fora do oramento.

    Mas segundo Conti (2009), a receita extraoramentria representa os valo-

    res provenientes de toda e qualquer arrecadao que no figure no oramento

    do Estado e, consequentemente, todo recolhimento que no constitui sua renda.

    Portanto, no pertence ao Estado. Possui carter de extemporaneidade ou de

    transitoriedade nos oramentos. Representa o recebimento de recursos queconstituiro compromissos exigveis, cujos pagamentos independem de autori-

    zao do Poder Legislativo.

    De maneira mais simples, podemos entender que so os valores recebidos

    pelo Estado, mas que no so de sua propriedade e tero de ser devolvidos.

    Desta forma, embora o governo utilize o termo receita extraoramentria,

    para vrios autores, como Conti (2009), Castro (2008), Slomski (2007), esse termo

    no deveria ser denominado receita, mas disponibilidade transitria.

    ESTGIOS DA RECEITA PBLICA

    Segundo Arajo e Arruda (2006), os estgios da receita pblica so:

    Previso: indica a expectativa da receita por parte da Fazenda Pblica,isto , detalhamento do que se pretende arrecadar no exerccio financeiro.

    Lanamento: individualizao e cadastramento discriminando a espcie,o valor e o vencimento dos tributos devidos.

    Arrecadao: representa o momento em que o contribuinte liquida suasobrigaes para com o Estado.

    Recolhimento: o ato pelo qual os gestores arrecadadores entregam dire-tamente ao Tesouro Pblico o produto da arrecadao.

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    Despesa Pblica

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    DESPESA PBLICA

    Agora vamos pensar no conceito despesa.

    Podemos entender despesa como uma sada de

    dinheiro que contribui na gerao de receita.

    Vamos pensar que para voc conseguir trabalhar um ms

    para receber um salrio (receita), necessite de transporte para

    chegar ao local do trabalho. Esse dinheiro chamado de despesa.

    Para Arajo e Arruda (2006), despesa pblicapode ser definida como sendo um gasto ou o

    compromisso de gasto dos recursos governa-

    mentais, devidamente autorizados pelo poder

    competente, com o objetivo de atender s

    necessidades de interesse coletivo previstas

    na Lei do Oramento, elaborada em conformidade

    com o plano plurianual, com a Lei de Diretrizes Oramentrias e com a Lei deResponsabilidade Fiscal.

    Podemos entender que a despesa pode ter duas tendncias, tais como:

    Financeira: desembolso de recursos voltados para o custeio da mquinapblica, bem como para investimentos pblicos, que so denominadosgastos de capital.

    Econmica: gasto ou promessa de recursos em funo da realizao deservios que visam atender s finalidades constitucionais do Estado.

    Desta maneira, podemos concluir que representa desembolso efetuado pelos

    agentes pagadores do Estado, ou mesmo a promessa desse pagamento, em face

    do servio prestado ou bem consumido.

    As despesas pblicas so classificadas, conforme Lei n. 4320/64, em despe-

    sas oramentrias e extraoramentrias, conforme tpico abaixo.

    Despesa OramentriaConforme a Lei 4320/64, as despesas pblicas que, para serem realizadas, depen-

    dem de autorizao legislativa e no podem se efetivar sem crdito oramentrio

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    correspondente.

    Assim como as receitas oramentrias, as despesas podem ser divididas em

    despesas correntes e em despesas de capital, conforme item abaixo.

    Despesa corrente

    As despesas correntes so as de natureza operacional realizadas para a manuteno

    das mquinas e funcionamento dos rgos governamentais e so divididas em:

    1) Despesa de custeio: de acordo com a Lei n. 4320/64, so as dotaes para

    a manuteno de servios anteriormente criados, inclusive as destinadasa atender a obras de conservao e adaptao de bem imveis, tais como:

    i. Pessoal civil.

    ii. Pessoal militar.

    iii. Material de consumo.

    iv. Servio de terceiros.

    v. Encargos diversos.

    2) Transferncias correntes: de acordo com a Lei n. 4320/64 so as dota-es para despesas s quais no corresponda contraprestao direta embens ou servios, inclusive para contribuies e subvenes destinadasa atender manuteno de outras entidades de direito pblico ou pri-

    vada. So divididas:

    i. Subvenes sociais.

    ii. Subvenes econmicas.

    iii. Inativos.

    iv. Pensionistas.

    v. Salrio-famlia e abono familiar.

    vi. Juros da dvida pblica.

    vii. Contribuies para a Previdncia Social.

    viii. Diversas transferncias correntes.

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    Despesa Pblica

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    Despesa de capital

    Segundo Arajo e Arruda (2006), despesas de capital so realizadas como prop-

    sitos de forma ou adquirir ativos reais, envolvendo o planejamento e a execuo

    de obras, a compra de instalaes, equipamentos, material permanente, ttulos

    representativos do capital de empresas ou entidades e qualquer natureza, bem

    como amortizao de dvida e concesses de emprstimos.

    Despesa Extraoramentria

    So aquelas pagas margem do oramento, isto , elas independem da autori-zao do Poder Legislativo, pois so despesas compensatrias de entradas no

    ativo financeiro.

    Despesas Sigilosas

    Prezado aluno, imagine quando o governo necessita fazer uma operao especial,

    como, por exemplo, a tomada de uma favela. Essa operao necessita de sigilo.

    Desta forma, Oliveira (2010) nos ensina que h um dispositivo constitucionalque permite informaes sigilosas quando para acobertar operaes militares,

    segredos de movimentao de tropas, aquisio de equipamento de defesas etc.

    Estgios da Despesa Pblica

    A doutrina contbil menciona que os estgios da despesa pblica so: progra-

    mao, licitao, empenho, liquidao e pagamento, explicados abaixo:

    Programao: ocorre aps a publicao da lei oramentria, por meio de

    decreto, em que ocorre a programao financeira e o cronograma de exe-cuo mensal de desembolso.

    Licitao: representa o procedimento administrativo destinado a esco-lher, entre fornecedores previamente qualificados, aquele que apresentara proposta mais vantajosa para a contratao de obras, servios, comprasetc. Pode ser feito por meio do convite, tomada de preo, concorrncia,concurso, leilo, prego.

    Empenho: representa a garantia de que existe crdito necessrio para aliquidao de dvida assumida.

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    Liquidao: consiste na verificao do direito do credor, por base dos ttu-

    los ou documentos comprobatrios do respectivo crdito. Pagamento: representa a fase final do processo de despesa pblica, quando

    o pagamento ordenado aps sua regular liquidao.

    HISTRICO DO ORAMENTO PBLICO

    Vamos agora conhecer um pouco da histria e evoluo do oramento pblico.

    Conforme Pires e Motta (2006) os pases que desenvolveram a ferramenta

    oramentria foram Inglaterra, Frana e Estados Unidos, conforme sintetizado

    abaixo:

    Inglaterra: o oramento pblico teve seu embrio na Inglaterra, em 1215,

    com a Carta Magna imposta ao rei Joo Sem-Terra pelos senhores feu-dais (conhecida como o Artigo dos Bares), que extinguiu a maneiraarbitria como o rei cobrava os impostos. Outro documento importanteque auxiliou a desenvolver essa tcnica oramentria foi a Bill of Rights(Declarao dos Direitos), de 1688, assinada em terras inglesas, em quese estabeleceu que nenhuma pessoa pagaria imposto, sem o consenti-mento do Parlamento Ingls.

    Frana: a tcnica oramentria tem sua origem em 1789, com a Revoluo

    Francesa e a Declarao dos Direitos dos Homens, que estabeleceu queos impostos deveriam ser votados pelo povo e pagos por todos de acordocom sua capacidade contributiva.

    Estados Unidos: o oramento surgiu aps a Revoluo Americana de1776. Conforme dispositivo constitucional, de 1800, caberia ao Secretriodo Tesouro Nacional elaborar um relatrio financeiro que demonstrassepara os contribuintes as receitas e despesas do governo.

    J no Brasil, com base em Arajo e Arruda (2006), a origem do oramento estligada ao surgimento do governo representativo, sendo que a nossa primeira lei

    oramentria data de 1824, na Constiutio do Imprio, artigo 172:

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    Histrico do Oramento Pblico

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    O Ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido dos outros Mi-nistros os oramentos relativos s despesas das suas reparties, apre-sentar na Cmara dos Deputados anualmente, logo que estiver reu-nida, um balano geral da receita e despesa do Tesouro Nacional doano antecedente, e igualmente o oramento geral de todas as despesaspblicas do ano futuro, e da importncia de todas as contribuies, erendas pblicas.

    Podemos concluir que o oramento est, intrinsicamente, ligado a soberania dos

    cidados e do regime de Estado democrtico.

    Conforme Kashiwakura (1997) o Oramento Pblico est intimamente

    ligado ao desenvolvimento dos princpios democrticos, ideia de soberania

    popular e, por conseguinte, ao triunfo dos sistemas representativos do governo,

    em contraposio aos Estados antigos, quando o monarca considerava patri-

    mnio prprio o tesouro pblico e a soberania do prncipe tinha fundamentodivino. Nesta poca, o povo no participava da fixao dos impostos e dos gas-

    tos pblicos, pois o monarca impunha os tributo que desejava e gastava segundo

    o seu poder discricionrio.

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    II

    CONCEITO DE ORAMENTO PBLICO

    Prezado aluno, uma dica para controlar suas entradas e sadas de dinheiro fazer

    um oramento familiar. J para a empresa particular, o oramento deve ser uti-

    lizado como uma tcnica de planejamento estratgico, isto , o gestor tomar as

    decises de investimentos com apoio do plano oramentrio.

    Vamos pensar, de maneira simplificada, o que o governo necessita demons-

    trar quando utiliza o dinheiro que os cidados colocam sua disposio:

    Quanto arrecada?

    Como arrecada?

    Quanto vai gastar?

    Em que vai gastar?

    Como vai gastar?

    Para Arajo e Arruda (2006), quando o governo assim procede, est planejandosobre receita e despesa pblica, ou, em outras palavras, elabora o que chama-

    mos de oramento pblico.

    Desta maneira, Horvath (1999) define oramento como uma pea que con-

    tm a previso das receitas e a autorizao das despesas, com interesses efetivos

    da populao.

    Na mesma linha, Silva (2006, p.37) conceitua oramento pblico como um

    plano de trabalho governamental expresso em termos monetrios, que evidencia

    a poltica econmico-financeira do Governo e em cuja elaborao foram observa-dos os princpios de unidade, universalidade, anualidade, especificao e outros.

    Oramento vem da palavra inglesa budget, que significa bolsa de couro que

    o Chanceler do Errio utilizava para levar ao Parlamento os documentos re-lativos exposio das necessidades do Governo.

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    O Oramento e a Constituio de 1988

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    O ORAMENTO E A CONSTITUIO DE 1988

    Vamos pensar desta maneira: o oramento pblico deixou de ser uma pea de

    natureza contbil para se tornar um instrumento efetivo de controle da socie-

    dade sobre as finanas pblicas, isto , serve para o gestor pblico como uma

    ferramenta de auxlio na tomada de deciso do que fazer com o dinheiro pblico.

    Segundo o artigo 165, 5 da CF/1988, o oramento composto atualmente

    por trs partes distintas, tais como:

    1. Oramento fiscal referente aos Poderes, fundos, rgos e entidadesda administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudase mantidas pelo Poder Pblico.

    2. Oramento de investimento das empresas em que a Unio, diretaou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direitoa voto. Ressalte-se que as receitas e despesas operacionais destasempresam no so includas no oramento pblico, no sendo ma-tria reservada a lei.

    3.O Oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidadese rgo a ela vinculados, da administrao direta e indireta, bemcomo os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo PoderPblico.

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    LEI DO ORAMENTO

    Segue abaixo a introduo da Lei Oramen-tria. Na unidade seguinte, ser comentadaos principais pontos desta lei.

    Art.2 A Lei do Oramento conter a dis-crimano da receita e despesa de formaa evidenciar a poltica econmico-finan-ceira e o programa de trabalho do Governo,

    obedecidos dos princpios de unidade,uiversalidade e anualidade.

    1 Integraro a Lei do Oramento:

    I sumrio geral da receita por fontes e dadespesa por funes do Governo;

    II quadro demonstrativo da receita e des-pesa segundo categorias econmicas, na

    forma do Anexo 1;

    III quadro discriminativo da receita porfontes e respectiva legislao;

    IV quadro das dotaes por rgos doGoverno e da Administrao.

    2 Acompanharo a Lei do Oramento:

    I quadro demonstrativos da receita e pla-nos de aplicao dos fundos especiais;

    II quadro demonstrativo da despesa, naforma dos Anexos 6 e 9;

    III quadro demonstrativo do programaanual de trabalho do Governo, em termosde realizao de obras e de prestao deservios.

    PRINCPIOS ORAMENTRIOS

    Assim como a Contabilidade e a Administra-o Pblica, o Oramento Governamentalapresenta princpios.

    Tais principos, segundo o art.165 da Cons-tituio, so:

    Anualidade: obriga que a estimativa dereceita e a fixao de despesa limitem-se aperodo definido de tempo, chamado exer-ccio financeiro. De acordo com o art. 34 daLei n4320/64, o exerccio financeiro coin-cide com o ano civil, de 1 de janeiro a 31 dedezembro. Pertecem ao exerccio financeiroas receitas nele arrecadadas e as despesasnele legalmente empenhadas, o que resul-

    tou em regime misto de contabilizao.

    Exclusividade: (art. 165 da CF/1988): deter-mina que a proposta de lei deva conterapenas matria oramentria (exceofeita autorizao para abertura de cr-ditos sumplementares e contratao deoperaes de crdito) e no cuidar deassuntos estranhos a ela. Sua adoo psfim s chamadas caudas oramentrias

    que serviam para dar nomes a rua, bemcomo fazer nomeaes e dar promoes.Essa regra foi importante, pois evitou quea lei oramentria contivesse dispositivosestranhos aos oramentos, o que poderiacausar confuso para sua aprovao, ava-liao e controle.

    Especificao (Discriminao ou Especia-lizao): as receitas e as despesas devem

    aparecer no Oramento de maneira discri-minada, de tal forma que se possa saber,

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    pormenorizadamente, a origem dos recur-sos e a sua aplicao, conforme o artigo 5da Lei n 4320/64.

    Unidade: deve existir apenas um e somenteum oramento anual, sendo proibida qual-quer existncia de oramentos paralelos.A Constituio Federal de 1988 definiu acomposio do Oramento Anual em Ora-mento Fiscal, Oramento de Investimentodas Empresas Estatais e Oramento das

    Entidades de Seguridade Social.

    Publicidade: a lei oramentria deve serdivulgada por meio dos mecanismos ofi-ciais de comunicao/divulgao paraconhecimento pblico e para a eficciade sua validade, como qualquer outra lei.

    Universalidade: o Oramento deve contertodas as receitas e todas as despesas refe-rentes aos Poderes da Unio, seus fundos,rgos e entidades da administrao diretae indireta, para o exerccio financeiro. (art.165, 5, CF/1988).

    Equilbrio: em cada exerccio financeiro, omontante da despesa no pode ultrapassara receita prevista para o perodo, em obedi-ncia ao compromisso de equilbrio fiscal.

    No-afetao das receitas (vinculao):nenhuma parcela da receita geral poderser reservada ou comprometida para aten-der a determinados gastos que no sodefinidos em lei especfica.

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    CLASSIFICAO DO ORAMENTO

    Prezado aluno, o oramento pode ser classificado em tradicional ou oramento

    programa, como veremos abaixo:

    Oramento tradicional ou clssico: conforme Arajo e Arruda (2006),trata-se de um simples detalhamento das receitas a arrecadar e das des-pesas a executar. Um nico documento, no qual as receitas e as despesaspor tipo de gastos (pessoal, equipamentos, material de consumo entre

    outros) so previstas de forma comparativa, sem qualquer especificaodo programa e dos objetivos de governo. O oramento tradicional preva-leceu at a dcada de 60, pois a Lei n. 4320/64, identificou uma evoluono processo de elaborao do oramento pblico no Brasil, com o adventodo oramento programa.

    Oramento programa ou moderno: de acordo com Schubert (1987, p.15), ooramento programa surgiu na dcada de 1950, nos Estados Unidos, sob adenominao de Sistema de Planejamento, Programao e Oramentao

    (PPBS Planning Programming Budgetting System). Foi desenvolvida pelasgrandes empresas particulares da poca (DuPont, Ford), e representa umamodalidade de oramento na qual a estimativa dos recursos financeirose sua destinao derivam da elaborao de um plano de trabalho. Hoje o mtodo adotado pelo Brasil.

    Arajo e Arruda (2006) demonstram que a principal caracterstica que distin-

    gue-os dos tipos de oramento que o oramento programa parte da previso

    de recursos para que sejam definidos as atividades e os projetos que sero execu-

    tados, enquanto que no oramento tradicional a previso dos recursos constituia etapa final do processo de planejamento.

    Segundo Martner (1972) as decises tomadas pelo modelo de oramento pro-

    grama apresentam algumas vantagens em relao ao oramento tradicional,

    tais como:

    1) Melhor planejamento do trabalho.

    2) Maior preciso na elaborao dos oramentos.

    3) Determinao de responsabilidades.

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    Ciclo Oramentrio

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    4) Maior oportunidade para reduo dos custos, baseando-se em decises

    polticas.

    5) Maior compreenso do contedo do oramento por parte do Executivo,do Legislativo e do pblico.

    6) Identificao das funes duplicadas.

    7) Melhor controle da execuo do programa.

    CICLO ORAMENTRIO

    Vamos observar uma definio bem interessante de ciclo oramentrio de Vieira

    (2001, p.1): o processo oramentrio engloba etapas de elaborao tcnica e de

    negociao poltica em torno do oramento pblico e de seus programas de gastos.Para Castro e Garcia (2006), o ciclo divide-se em seis etapas, conforme abaixo:

    Lei Oramentria: elaborao do Plano Plurianual (PPA), Lei de DiretrizesOramentrias (LDO) e Lei do Oramento Anual (LOA). Fica a cargo daSecretaria de Planejamento e Investimento Estratgico do Ministrio doPlanejamento, Oramento e Gesto.

    Elaborao Oramentria: momento em que os rgos programam suas

    aes, com base nos objetivos dos programas do governo, de maneira acontemplar a soluo de problemas identificados no planejamento. Deresponsabilidade de cada ministrio.

    Conforme Castro (2008), toda organizao precisa encontrar formas paraatingir seus objetivos, cumprir sua misso ou melhorar seus resultados parajustificar ou preservar sua existncia. Nesse caminho, necessariamente, de-vem ser utilizados o oramento e os mecanismos de controle.

    Se para as empresas particulares essa uma realidade cada vez mais presen-te, torna-se ainda mais importante para o setor pblico.

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    II

    Aprovao do Oramento: operacionalizao da elaborao do ora-

    mento, cuja responsabilidade da Secretaria de Oramento Federal, doMinistrio do Planejamento.

    Execuo: etapa em que atos e fatos so praticados na AdministraoPblica para implantao da ao governamental e na qual ocorre o pro-cesso de operacionalizao objetiva e concreta de uma poltica pblica. Ogerenciamento feito pela Secretaria do tesouro Nacional do