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1 1 FISCALIDADE EMPRESARIAL I FISCALIDADE EMPRESARIAL I Unidade Curricular: FISCALIDADE EMPRESARIAL I Curso: Contabilidade e Finanças Ano Lectivo: 2007/2008 2 FISCALIDADE EMPRESARIAL I Artigo 103.º - Sistema fiscal 1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza. (...) Artigo 81.º - Incumbências prioritárias do Estado Incumbe prioritariamente ao Estado no âmbito económico e social: (...) Promover a justiça social, assegurar a igualdade de oportunidades e operar as necessárias correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento, nomeadamente através da política fiscal; (...) 3 FISCALIDADE EMPRESARIAL I Direito Público Direito Constitucional Direito Administrativo Direito Financeiro Direito Penal Direito Processual Direito Privado Direito Civil Direito Comercial Direito do Trabalhador Direito da Segurança Social

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Unidade Curricular: FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Curso: Contabilidade e Finanças

Ano Lectivo: 2007/2008

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Artigo 103.º - Sistema fiscal1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades

financeiras do Estado e outras entidadespúblicas e uma repartição justa dos rendimentos e da

riqueza. (...)

Artigo 81.º - Incumbências prioritárias do EstadoIncumbe prioritariamente ao Estado no âmbito económico

e social:(...) Promover a justiça social, assegurar a igualdade de

oportunidades e operar as necessáriascorrecções das desigualdades na distribuição da riqueza

e do rendimento, nomeadamente através dapolítica fiscal; (...)

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Direito Público• Direito Constitucional• Direito Administrativo• Direito Financeiro• Direito Penal• Direito Processual

Direito Privado• Direito Civil• Direito Comercial• Direito do Trabalhador• Direito da Segurança Social

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Direito Fiscal como Direito Público

Critério dos Interesses O imposto destina-se à satisfação das necessidades colectivas.

Critério dos Sujeitos da Relação JuridicaNo direito fiscal o Extado encontra-se revestido de “jus imperii”, encontrando-se numa posição superior aos dos particulares.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Direito Fiscal e o Direito Internacional

Cooperação Internacional

Convenções, acordos e tratados internacionais sobre matéria fiscal

Convenções de Dupla Tributação InternacionalCombate à Evasão Fiscal

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Direito Fiscal e o Direito Constitucional

A Constituição da República Portuguesa (CRP) existem normas de natureza fiscal:

• Garantias fundamentais dos cidadãos em matéria tributária;

• Orientam o legislador e limitam a sua competência fiscal.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Direito Fiscal e o Direito Criminal

As normas fiscais impõem aos contribuintes e terceiros, o cumprimento de certos devedores, caso contrário estão sujeitos a sanções.

Regime Juridico das Infracções Fiscais(Dec. Lei 20-A/90, de 15 de Janeiro)• Crimes Fiscais• Contra Ordenações Fiscais

Sanções:• Multas • Coimas

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Finalidades da actividade Financeira do Estado

• Satisfazer as necessidades financeiras• Redistribuição da Riqueza• Estabilização Macroeconómica• Influência na Afectação dos Recursos

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Tributo

• Prestação patrimonial• Definitiva• Sem carácter de sanção• Estabelecida por Lei • A favor do Estado ou de outro ente público• Tendo em vista a realização dos fins públicos

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Imposto

Prestação coactiva, pecuniária, unilateral, estabelecida pela lei, a favor do Estado ou de outro ente público, sem carácter de sanção, com vista à cobertura das despesas públicas e ainda tendo em atenção objectivos de ordem económica e social.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Taxa

Prestação coactiva, pecuniária, bilateral, estabelecida pela lei, a favor do Estado ou de outro ente público, sem carácter de sanção, com vista à realização dos fins públicos e como retribuiçãodos serviços prestados individualmente aos particulares no exercício de uma actividade pública, ou como contrapartida da utilização de bens de domínio público ou de remoção de um limite jurídico à actividade dos particulares.

A TAXA (preço fixado autoritariamente) destina-se a cobrar uma parte do custo dos respectivos serviços públicos sendo a parte restante coberta pelo imposto.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Contribuição Especial

• Prestação patrimonial• Definitiva• Sem carácter de sanção• Estabelecida por Lei (coactiva)• A favor do Estado ou de outro ente público• Em virtude de uma vantagem particular e concreta que

o contribuinte retira do funcionamento de determinado serviço público ou da maior despesa que a sua actividade provoca.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fases do Imposto

Incidência 1. Real (material) – O que está sujeito a imposto (actos, ...).2. Pessoal (subjectiva) – Quem está sujeito a imposto.

LançamentoConjunto das operações administrativas conducentes àidentificação do sujeito passivo de imposto e àdeterminação da matéria colectável.

Liquidação 1. Sentido Restrito – Aplicação da Taxa à Matéria

Colectável, para determinação da Colecta.2. Sentido Lato – inclui operações admnistrativas de

lançamento e liquidação em sentido restrito.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fases do Imposto

CobrançaOperação administrativa que visa a entrada do imposto nos cofres do Estado.É efectuada pelos Serviços dependentes da Direcção Geral do Tesouro.

• Pagamento Voluntário – dentro dos prazos previstos;• Pagamento Coercivo

Após o terminus do prazo de pagamento, começam a vencer-se Juros de Mora, e é extraída pelos serviços a Certidão de Dívida, que serve de base à instauração do processo de execução fiscal a promover pelo chefe da repartição de finanças.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Classificação dos impostos

• Quanto ao sujeito activo:• Estaduais• Não estaduais

• Quanto ao âmbito de aplicação territorial:• Nacionais• Continentais• Local

• Quanto ao índice da capacidade económica:• Directos• Indirectos

• Quanto ao carácter patrimonial ou pessoal do imposto:• Reais• Pessoais

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Classificação dos impostos

• Quanto à natureza permanente ou acidental dos factos:• Periódicos• Obrigação única

• Quanto à natureza das taxas:• Prestação fixa• Prestação variável Proporcional• Prestação variável Progressiva• Prestação variável Regressiva

• Quanto à autonomia:• Principais• Acessórios

• Quanto à periodicidade:• Ordinários• Extraordinários

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Classificação dos Impostos

• Quanto às formas de exteriorização da riqueza:• Sobre o rendimento• Sobre o património• Sobre a despesa

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Impostos Reais e Pessoais

• Impostos Reais – atendem exclusivamente à matéria colectável, alheando-se da situação económica e familiar do contribuinte. Exemplo: IMI

• Impostos Pessoais – a pessoa do contribuinte édecisiva para a determinação do imposto. Considera o somatório dos rendimentos, sujeitando a taxas mais elevadas à medida que a matéria colectável vai aumentando.Exemplo: IRS

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

IMPOSTOS ESTADUAIS, LOCAIS E PARAFISCAIS

• Impostos Estaduais – aqueles em que a entidade credora é o Estado. Abrangem todo o território nacional e regiões autónomas.

• Impostos Locais – aqueles em que a entidade credora é uma autarquia local – Câmara Municipal ou Junta de Freguesia. Abrangem os factos tributários ocorridos dentro da área da respectiva jurisdição administrativa.

• Impostos ParaFiscais – as entidades credoras são pessoas de direito público e não órgãos do Estado ou Autarquias. Exemplo: Seg. Social

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Impostos Locais

• Impostos Municipais – a favor do municipio• Impostos Paroquiais – a favor da freguesia

• Derrama – Lei das Finanças LocaisArtigo 14º

1 – Os municípios podem deliberar lançar anualmente uma derrama, até ao limite máximo de 1,5% sobre o lucro tributável sujeito e não isento de imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRC) que corresponda à proporção do rendimento gerado na sua área geográfica por sujeitos passivos residentes em território português que exerçam, a título principal, uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e não residentes com estabelecimento estável nesse território.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

IMPOSTOS PERÍODICOS E IMP. DE OBRIGAÇÃO ÚNICA

• Impostos Periódicos – atingem situações que se prolongam indefinidamente, dando lugar à renovação das obrigações tributárias, com o decurso de um determinado período de tempo (p.e. 1 ano) – IRS e IRC.

• Impostos de Obrigação Única – incidem sobre actos ou factos que não apresentam carácter de periodicidade. Mesmo que exista repetição das situações, estas são consideradas per si, no momento em que se verificam.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

IMPOSTOS ORDINÁRIOS E EXTRAORDINÁRIOS

• Impostos Ordinários – o direito a imposto, por parte do Estado, verifica-se por tempo ilimitado, isto é, enquanto se verificarem as condições de sujeição a imposto previstas na Lei .

• Impostos Extraordinários – são lançados para ocorrer às despesas extraordinárias que as leis orçamentais enumeram:• Fomento económico;• Defesa de ordem pública;

p.e.: Derramas Municipais

Circustâncias excepcionais

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

IMPOSTOS PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E REGRESSIVOS

• Impostos Proporcionais – os que apresentam uma taxa fixa. O imposto está em proporcionalidade directa com a matéria colectável.

• Impostos Progressivos – o imposto é mais do que proporcional face à matéria colectável.

• Impostos Regressivos – são aqueles que diminuem à medida que a matéria colectável aumenta.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

IMPOSTOS PARCELARES E IMPOSTOS GLOBAIS

• Impostos Parcelares – recaem sobre rendimentos provindos de uma única fonte de rendimentos. Exemplo: Contribuição indústrial.

• Impostos Globais – incidem sobre o somatório dos rendimentos, provenientes de diversas fontes. Exemplo: IRS e IRC.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Impostos

• IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO

• IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÓNIO

• IMPOSTOS SOBRE O CONSUMO

• IMPOSTOS ESPECIAIS

(Classificação feita com base na fonte de rendimento)

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Impostos

• IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO• Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Colectivas – IRC• Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Singulares - IRS

• IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÓNIO• Impostos sobre o património possuido:

• Imposto Municipal sobre Imóveis – IMI

• Impostos sobre o património transmitido:• Imposto Municipal sobre Transmissões – IMT• Imposto Selo - sobre as transmissões, a título

gratuito, de bens móveis e imóveis

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Impostos

• IMPOSTOS SOBRE O CONSUMO• Imposto sobre o Valor Acrescentado• Imposto sobre os Produtos Petroliferos• Imposto de Consumo sobre o Tabaco• Imposto Automóvel

• IMPOSTOS ESPECIAIS• Imposto Selo• Imposto Municipal sobre Veículos• Impostos Rodoviários

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

• Príncipio da Legalidade dos Impostos• Príncipio da Reserva da Lei• Principio da Tipicidade

• Príncipio da Igualdade Tributária• Príncipio da Generalidade• Principio da Capacidade Contributiva

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Príncipio da Reserva da LeiConsiste na reserva de lei parlamentar para a criação dos impostos, não podendo o Governo estabelecê-los, salvo no caso de autorização legislativa.Assenta na ideia de auto tributação dos cidadãos que, através dos seus representantes, avaliam o interesse público subjacente à criação dos impostos e, em face desse interesse, determinam o sacrificio que cada um há-de superar.

Artigo 105.º - Orçamento (CRP)1. O Orçamento do Estado contém:a)A discriminação das receitas e despesas do Estado, incluindo as dos fundos e serviços autónomos;

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Príncipio da Tipicidade dos ImpostosSó se podem cobrar impostos expressamente previstos na Lei. A tipificação abrange a definição do facto tributário e os elementos necessários à fixação do quantum.

Príncipio da GeneralidadeArtigo 13.º - Princípio da igualdade (CRP)1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razãode ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Príncipio da Capacidade ContributivaArtigo 67.º, n.º 2, al.f) da CRPIncumbe, designadamente, ao Estado para protecção da família, ... Regular os impostos e os benefícios sociais, de harmonia com os encargos familiares;

Artigo 104.º, da CRP1.O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

REFLEXÃO

“Nos primeiros oito meses do ano, a receita fiscal registou um crescimento de 8% face a igual período do ano anterior. Para este resultado contribuiu o crescimento da receita dos impostos directos em 14.2% e a dos impostos indirectos em 4.4%.”

http://www.dgci.min-financas.pt/pt/dgci/noticias/destaques/NEWS_Receita_Fiscal_Ago07.htm30/09/2007

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

REFLEXÃO

Peça a factura se faz favor. Facturar faz o país avançar.

Se todos pagarem os impostos, você paga menos.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Fontes do Direito Fiscal• Constituição da República

• Lei

• Regulamentos• Tratados Internacionais

• Incidência• Taxa• Benefícios Fiscais• Garantias dos contribuintes

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Direito Fiscal e o Direito Constitucional

A Constituição da República Portuguesa (CRP) existem normas de natureza fiscal:

• Garantias fundamentais dos cidadãos em matéria tributária;• Orientam o legislador e limitam a sua competência fiscal.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Artigo 103.º - Sistema Fiscal

(...)2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e asgarantias dos contribuintes.3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos daConstituição, que tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termosda lei.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Artigo 104.º - Impostos

(...)2. A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre o seu rendimento real.3. A tributação do património deve contribuir para a igualdade entre os cidadãos.4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à evolução das necessidades dodesenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os consumos de luxo.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Artigo 165.º - Reserva relativa de competência legislativa (CRP)

1. É da exclusiva competência da Assembleia da República legislar sobre as seguintes matérias, salvo autorização ao Governo:a) Estado e capacidade das pessoas;b) Direitos, liberdades e garantias;c) ...i) Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral das taxas e demais contribuições financeiras a favor das entidades públicas;

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Artigo 198.º - Competência legislativa (CRP)

1. Compete ao Governo, no exercício de funções legislativas:a) Fazer decretos-leis em matérias não reservadas àAssembleia da República;b) Fazer decretos-leis em matérias de reserva relativa da Assembleia da República, mediante autorização desta;

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Regulamentos

Diplomas emanados do poder executivo no desempenho da actividade administrativa para conveniente execução das leis. Estão condicionados à lei, não podem contrariar o disposto nela, nem disciplinar matérias a ela reservadas.

Matérias:•Lançamento•Liquidação•Cobrança•Organização do Contencioso (excepto reclamação)

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Regulamentos do Poder Central• Decretos Regulamentares• Portarias ou despachos

Regulamentos do Poder Regional e Local• Art. 229º CRP• Art. 242º CRP

Regulamentos Internos• Circulares• Oficios-circulares• Instruções

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FISCALIDADE EMPRESARIAL I

Fontes de Direito Fiscal

Tratados e Convenções Internacionais

Artigo 8.º - Direito Internacional (CRP)

1. As normas e os princípios de direito internacional geral ou comum fazem parte integrante do direito português.2. As normas constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Aplicação da Lei Fiscal

Interpretação da Lei Fiscal

• Sentido Restrito – verdadeiro alcance da lei• Sentido Lato – Restrito e espirito da lei

Deve-se aplicar ás leis fiscais os principios gerais de interpretação das normas de direito comum. Estão ultrapassadas:

• “in dubio pro fisco”• “in dubio contra fiscum”• Tese da insusceptibilidade da interpretação extensiva

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Aplicação da Lei Fiscal

Interpretação da Lei Fiscal

• Órgão Autêntica: Órgão LegislativoDoutrinal: Tribunais ou Administração Pública

• Elementos Literal: Atenta no textoLógica: Espirito da lei

• Extensão Declarativa: Letra = MenteRestritiva: Letra > MenteExtensiva: Letra < Mente

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Aplicação da Lei Fiscal

Integração da Lei Fiscal

Preenchimento das lacunas ou casos omissos na lei.

Direito Privado – Art. 10º Código Civil – Integração das lacunas da lei

1. Os casos que a lei não preveja são regulados segundo a norma aplicável aos casos análogos.

2. Há analogia sempre que no caso omisso procedam as razões justificativas da regulamentação do caso previsto na lei.

3. Na falta de caso análogo, a situação é resolvida segundo a norma que o próprio intérprete criaria, se houvesse de legislar dentro do espírito do sistema.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Aplicação da Lei Fiscal

Integração da Lei Fiscal

A Analogia não se pode aplicar no direito fiscal quando estão em causa elementos essenciais possam vir a afectar os direitos do contribuinte:• Incidência• Taxas• Beneficios Fiscais• Garantias dos Contribuintes

Elementos não esseciais – uso de analogia

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Aplicação da Lei Fiscal

Aplicação da Lei Fiscal no tempo

A Obrigação Tributária nasce com a verificação do pressuposto previsto na lei para a sujeição ao imposto. A exigibilidade da prestação pode aparecer só mais tarde, com a liquidação.

• Teoria da Irretroactividade – se a nova lei altera os elementos essenciais do imposto não se aplica, desde que, a obrigação tenha sido constituida antes.

• Aplicação da nova lei ao processo administrativo –desde que os elementos essenciais do imposto na sejam alterados (lugar de pagamento).

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Aplicação da Lei Fiscal

Principio da TerritorialidadeA lei fiscal de um Estado apenas abrange os factos e situações que ocorram no território desse Estado e os rendimentos que nele tenham sido obtidos.

CIRC – Art. 4º - Extensão da Obrigação do Imposto1 -Relativamente às pessoas colectivas e outras entidades com sede ou

direcção efectiva em território português, o IRC incide sobre a totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território.

2 -As pessoas colectivas e outras entidades que não tenham sede nemdirecção efectiva em território português ficam sujeitas a IRC apenas quanto aos rendimentos nele obtidos.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Aplicação da Lei Fiscal

Não RetroactividadeSó um grau superior de segurança jurídica permite a racionalidade do planeamento e a correcta tomada de decisões. A incerteza quanto ao modo de tributação ou sobre o seu nível afectam as decisões de consumo.Dessa necessidade de segurança jurídica nasce o príncipio da não retroactividade das normas fiscais.

Artigo 103.º, n.º3, da CRPNinguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Fiscalização da Constitucionalidade

• Fiscalização Preventiva – tem como objecto os preceitos constantes de diplomas legais que ainda estão em elaboração.

• Fiscalização Abstrata – apreciam normas que estão em vigor na ordem juridica interna.

• Fiscalização Concreta – Intervenção do tribunal constitucional como instância de recurso de um outro tribunal que se recusou a aplicar determinada norma com fundamento na sua inconstitucionalidade.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Tipos de Inconstitucionalidade

• Inconstitucionalidade por acção e por omissão

• Inconstitucionalidade Orgânica

• Inconstitucionalidade Formal

• Inconstitucionalidade Material

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Sistema Fiscal

Conceito de sistema fiscal

“Conjunto de impostos existentes num certo espaço, referindo-se sobretudo à legislação existente, com vista à prossecução de certos fins. “ noção clássica

“Conjunto de unidades reciprocamente relacionadas que, tratando-se de um sistema aberto, está em itearcção com o meio envolvente – influencia-o e éinfluenciado por ele.”

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Sistema Fiscal

Características de um sistema fiscal

• Coerência• Interacção• Complexidade• Subordinação a objectivos

Princípios de tributação

• Equidade• Eficiência económica• Simplicidade• Subordinação a objectivos

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Sistema Fiscal

Classificação dos sistemas fiscais:

• Critérios sócio-politicos• Critérios sócio-economicos

• Nível de fiscalidade• Estrutura fiscal• Complexidade técnica do sistema• Taxa de tributação Implicita• Eficácia Fiscal

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Taxonomia Fiscal

Classificação, segundo a OCDE

Outros impostos6000

Impostos sobre bens e serviços5000

Impostos sobre o património4000

Impostos sobre salários e mão de obra3000

Contribuições para a Segurança Social2000

Impostos sobre os rendimentos, os lucros e as mais valias

1000

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Lei Geral Tributária

“regula as relações jurídico-tributárias que vigorem directamente na ordem interna ou em legislação especial ”Relações jurídico-tributárias - as estabelecidas entre a administração tributária, agindo como tal, e as pessoas singulares e colectivas e outras entidades legalmente equiparadas a estas.

Integram a relação Juridico Tributária (art. 30º LGT):“a) O crédito e a dívida tributários; b) O direito a prestações acessórias de qualquer natureza e o

correspondente dever ou sujeição; c) O direito à dedução, reembolso ou restituição do imposto; d) O direito a juros compensatórios; e) O direito a juros indemnizatórios. (...)

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Relação Jurídico-Tributária

Elementos da relação jurídico-tributária:• Sujeitos

• O sujeito activo da relação tributária é a entidade de direito público titular do direito de exigir o cumprimento das obrigações tributárias, quer directamente quer através de representante.

• O sujeito passivo é a pessoa singular ou colectiva, o património ou a organização de facto ou de direito que, nos termos da lei, está vinculado ao cumprimento da prestação tributária, seja como contribuinte directo, substituto ou responsável.

• Objecto• Facto Jurídico• Garantia - conjunto de meios ao dispôr do credor para fazer o seu

direito no caso de o devedor não cumprir voluntariamente a obrigação a que

está vinculado.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Substituição Tributária

Substituição tributária (art. 20º LGT):“1 – A substituição tributária verifica-se quando, por imposição da lei,

a prestação tributária for exigida a pessoa diferente do contribuinte.

2 – A substituição tributária é efectivada através do mecanismo da retenção na fonte do imposto devido.”

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Substituição Tributária

Responsabilidade em caso de substituição tributária (art. 28º LGT):

“1 – Em caso de substituição tributária, a entidade obrigada à retenção éresponsável pelas importâncias retidas e não entregues nos cofres do Estado, ficando o substituído desonerado de qualquer responsabilidade no seu pagamento, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.

2 – Quando a retenção for efectuada meramente a título de pagamento por conta do imposto devido a final, cabe ao substituído a responsabilidade originária pelo imposto não retido e ao substituto a responsabilidade subsidiária, ficando este ainda sujeito aos juros compensatórios devidos desde o termo do prazo de entrega até ao termo do prazo para apresentação da declaração pelo responsável originário ou até à data da entrega do imposto retido, se anterior.

3 – Nos restantes casos, o substituído é apenas subsidiariamente responsável pelo pagamento da diferença entre as importâncias que deveriam ter sido deduzidas e as que efectivamente o foram.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Substituição Tributária

Exemplo:

Uma sociedade residente em território português reteve de imposto relativamente a honorários pagos a um engenheiro o montante de 1.000 euros, quando devia ter retido 1.200 euros. Do montante que reteve apenas entregou nos cofres do Estado o montante de 650 euros. Como se configura a responsabilidade pelo pagamento de imposto neste caso?

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Responsabilidade tributária

Responsabilidade tributária:1 – A responsabilidade tributária abrange, nos termos fixados

na lei, a totalidade da dívida tributária, os juros e demais encargos legais.

2 – Para além dos sujeitos passivos originários, a responsabilidade tributária pode abranger solidária ou subsidiariamente outras pessoas.

3 – A responsabilidade tributária por dívidas de outrem é, salvo determinação em contrário, apenas subsidiária.

4 – As pessoas solidária ou subsidiariamente responsáveis poderão reclamar ou impugnar a dívida cuja responsabilidade lhes for atribuída nos mesmos termos do devedor principal, devendo, para o efeito, a notificação ou citação conter os elementos essenciais da sua liquidaçáo, incluindo a fundamentação nos termos legais

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Responsabilidade tributária

Solidariedade passiva 1 – Salvo disposição da lei em contrário, quando os pressupostos do

facto tributário se verifiquem em relação a mais de uma pessoa, todas são solidariamente responsáveis pelo cumprimento da dívida tributária.

2 – No caso de liquidação de sociedades de responsabilidade ilimitada ou de outras entidades sujeitas ao mesmo regime de responsabilidade, os sócios ou membros são solidariamente responsáveis, com aquelas e entre si, pelos impostos em dívida.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Responsabilidade tributáriaResponsabilidade tributária subsidiária:A responsab. subsidiária efectiva-se por reversão do processo de execução fiscal. 2 – A reversão contra o responsável subsidiário depende da fundada insuficiência

dos bens penhoráveis do devedor principal e dos responsáveis solidários, sem prejuízo do benefício da excussão.

3 – Caso, no momento da reversão, não seja possível determinar a suficiência dos bens penhorados por não estar definido com precisão o montante a pagar pelo responsável subsidiário, o processo de execução fiscal fica suspenso desde o termo do prazo de oposição até à completa excussão do património do executado, sem prejuízo da possibilidade de adopção das medidas cautelares adequadas nos termos da lei.

4 – A reversão, mesmo nos casos de presunção legal de culpa, é precedida de audição do responsável subsidiário nos termos da presente lei e da declaração fundamentada dos seus pressupostos e extensão, a incluir na citação.

5 – O responsável subsidiário fica isento de juros de mora e de custas se, citado para cumprir a dívida tributária principal, efectuar o respectivo pagamento no prazo de oposição.

6 – O disposto no número anterior não prejudica a manutenção da obrigação do devedor principal ou do responsável solidário de pagarem os juros de mora e as custas, no caso de lhe virem a ser encontrados bens.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Responsabilidade tributária

Artigo 24.º - Responsabilidade dos membros de corpos sociais e responsáveis técnicos

1 - Os administradores, directores e gerentes e outras pessoas que exerçam, ainda que somente de facto, funções de administração ou gestão em pessoas colectivas e entes fiscalmente equiparados são subsidiariamente responsáveis em relação a estas e solidariamente entre si:

a) Pelas dívidas tributárias cujo facto constitutivo se tenha verificado no período de exercício do seu cargo ou cujo prazo legal de pagamento ou entrega tenha terminado depois deste, quando, em qualquer dos casos, tiver sido por culpa sua que o património da pessoa colectiva ou ente fiscalmente equiparado se tornou insuficiente para a sua satisfação;

b) Pelas dívidas tributárias cujo prazo legal de pagamento ou entrega tenha terminado no período do exercício do seu cargo, quando não provem que não lhes foi imputável a falta de pagamento.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Responsabilidade tributária

Artigo 24.º - Responsabilidade dos membros de corpos sociais e responsáveis técnicos

(...)2 - A responsabilidade prevista neste artigo aplica-se aos membros

dos órgãos de fiscalização e revisores oficiais de contas nas pessoas colectivas em que os houver, desde que se demonstre que a violação dos deveres tributários destas resultou do incumprimento das suas funções de fiscalização.

3 - A responsabilidade prevista neste artigo aplica-se aos técnicos oficiais de contas desde que se demonstre a violação dos deveres de assunção de responsabilidade pela regularização técnica nas áreas contabilística e fiscal ou de assinatura de declarações fiscais, demonstrações financeiras e seus anexos.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Exemplo

O Dr. Pedro Lopes é gerente da sociedade LIZ, Lda., desde Junho de 2006, que se dedica à comercialização de doces tradicionais. Esta sociedade tem 2 funcionários.

Explique a que título é que a sociedade LIZ, LDA., tem de entregar de IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) no valor de 1.000 Euros, considerando que este valor resulta dos salários dos trabalhadores da sociedade.

Atendendo a que parte das dividas fiscais actuais (junho 2006) da empresa, 5.000 Euros, haviam sido constituídas em Maio de 2006, e que o gerente até final de Maio de 2006 foi o Dr. Gonçalo, quem pode ser responsabilizado pelo pagamento das dividas fiscais identificadas, caso se verifique a insuficiência do património da sociedade LIZ, Lda. Justifique a sua resposta.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Obrigações dos sujeitos passivos

Obrigações dos sujeitos passivos

Obrigação Principal - efectuar o pagamento da dívida tributária.

Obrigações Acessórias - as que visam possibilitar o apuramento da obrigação de imposto:• Apresentação de declarações;• Exibição de documentos fiscalmente relevantes:

incluindo a contabilidade ou escrita, e a prestação de informações.

Aos representantes de pessoas singulares e colectivas incumbe o cumprimento dos deveres tributários das entidades por si representadas.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Pagamento

Pagamento e outras formas extinção da prestação tributária As prestações tributárias são pagas:• moeda corrente • cheque • débito em conta • transferência conta a conta e vale postal • por outros meios utilizados pelos serviços dos correios ou pelas

instituições de crédito que a lei expressamente autorize.

Os contribuintes ou terceiros que efectuem o pagamento devem indicar os tributos e períodos de tributação a que se referem.Se o montante a pagar ser inferior ao devido, o pagamento ésucessivamente imputado pela seguinte ordem a:

a) Juros moratórios; b) Outros encargos legais; c) Dívida tributária, incluindo juros compensatórios; d) Coimas.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Pagamento

Pagamento e outras formas extinção da prestação tributária

• Pagamento Voluntário – até 30 dias – obedece ás regras da proibição de moratória;Pagamento voluntário fora do prazo (havendo lugar a juros de mora);

• Pagamento Coercivo – incumprimento total ou parcial

• Dação em Pagamento• Compensação de Dívidas

Abertura do Processo de Execução Fiscal

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Pagamento

Falta de pagamento da prestação tributária

São devidos juros de mora quando o sujeito passivo não pague o imposto devido no prazo legal.

O prazo máximo de contagem dos juros de mora é de três anos, salvo nos casos em que a dívida tributária seja paga em prestações, caso em que os juros de mora são contados até ao termo do prazo do respectivo pagamento, sem exceder cinco anos.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Garantia da Prestação Tributária

• Garantias dos Créditos Tributários: LGT Art.º 501 – O património do devedor constitui a garantia geral dos créditos tributários.2 – Para garantia dos créditos tributários, a administração tributária dispõe ainda:a) Dos privilégios creditórios previstos no Código Civil ou nas leis tributárias; b) Do direito de constituição, nos termos da lei, de penhor ou hipoteca legal,

quando essas garantias se revelem necessárias à cobrança efectiva da dívida ou quando o imposto incida sobre a propriedade dos bens;

c) Do direito de retenção de quaisquer mercadorias sujeitas à acção fiscal de que o sujeito passivo seja proprietário, nos termos que a lei fixar.

• Providências Cautelares: LGT Art.º 51(...)2 – As providências cautelares devem ser proporcionais ao dano a evitar e não

causar dano de impossível ou difícil reparação.3 – As providências cautelares consistem na apreensão de bens, direitos ou

documentos ou na retenção até à satisfação dos créditos tributários, de prestações tributárias a que o contribuinte tenha direito.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Avaliação da matéria colectável

Procedimentos de avaliação:• Avaliação Directa

• A matéria colectável é a que consta das declarações dos contribuintes;

• Difere de tributo para tributo;• A administração tributária tem poderes de controlo e

correcção das declarações;• A avaliação directa é feita pela administração tributária

e, nos casos de autoliquidação, pelo sujeito passivo.• Avaliação Indirecta

• Subsidiaria da avaliação directa;• Só pode ser praticada nos casos previstos na Lei;• A avaliação indirecta é feita pela administração

tributária.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Avaliação da matéria colectável

Situações de Avaliação Indirecta:• Regime Simplificado de Tributação

• Simplificação da tributação de algumas categorias de contribuintes;

• Quando a avaliação directa traduz-se em obrigações acessórias pesadas;

• Determinação da Mat. Colectável com base em índices objectivos;

• Regime optativo à avaliação directa.• Impossibilidade de comprovação e quantificação directa

e exacta dos elementos indispensáveis à correcta determinação da Mat. Colectável• Inexistência ou insificiência dos elementos contabilisticos;• Recusa na exibição da contabilidade e outros documentos;• Existência de diversas contabilidades

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Garantias dos Contribuintes

Garantias dos Contribuintes• Direito à Informação• Meios de Defesa Graciosos e Contenciosos

Meios de Defesa Impugnatórios - contestação dos actos da administração, visando a sua anulação ou revogação.

Meios de Defesa não Impugnatórios - direitos de natureza vária.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Garantias dos Contribuintes

Direito Geral à Informação• Direito ao esclarecimento sobre a interpretação das leis tributárias

e o modo mais seguro de lhes dar cumprimento;• Direito à informação sobre a fase em que se encontram as

petições ou reclamações do contribuinte;• Direito à comunicação ao denúnciado da existência, teor e autoria

das denúncias dolosasa não confirmadas;• Direirto ao acesso dos contribuintes aos processos individuais;

Direito à Informação Prévia Vinculativa – Qualquer pessoa pode solicitar informação escrita sobre as consequências juridico-fiscais de uma situação existente ou não. A resposta é vinculativa para a Administração Fiscal (art 68, n.4 LGT). A actuação diferente apenas se justifica no caso de cumprimento de decisão judicial.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Garantias dos Contribuintes

Fiscalização por iniciativa do Contribuinte (art.º 47)

• Inicia-se com base no pedido do contribuite ou de um terceiro, desde que invoque interesse legitimo.

• Incide apenas sobre contribuintes com contabilidade organizada evisa a definição da respectiva situação tributária.

• As conclusões da inspecção vinculam a Administração Tributária;• O efeito vinculativo da fiscalização pode ficar condicionado a

autorização prévia para levantamento do sigilo bancário;• Pode haver deferimento da fiscalização, no caso de obstrução

ilegitima do contribuinte à acção fiscalizadora;• Realizada no prazo de 60 dias da entrada do pedido. Paga taxa.• Não substitui quaiquer outros direitos impugnatórios

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Garantias dos Contribuintes

Direito à fundamentação (Art.º 77 LGT)De todos os actos que afectem os direitos e deveres dos contribuintes.

Direito à redução das coimasSempre que estas sejam pagas a pedido do infrator, antes da instauração

do processo contraordenacional.

Audição Prévia do Contribuinte (Art.º 60 LGT)A Administração Fiscal antes de praticar o acto que afecte os direitos dos

contribuintes, deve promover a sua audição. Notificar o contribuinte do seu projecto de decisão e fixar-lhe um prazo para, o interessado, vir, oralmente ou por escrito, apresentar as razões sobre os factos em causa.

Excepções: Liquidação feita com base na declaração do contribuinte ou aqueles em que a Administração decide da forma que lhe é mais favorável.

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FISCALIDADE EMPRESARIAL

Garantias dos Contribuintes

Meios de Recurso

• Meios Graciosos• Reclamação Graciosa – recurso dos actos da Administração

tributária junto do seu autor• Recurso Hierárquico – o acto é contestado perante outro

órgão, colocado em posição hierárquica superior ao que praticou o acto

• Pedido da Revisão da Matéria Colectável - (art. 91 LGT) versa sobre a fixação da matéria colectável.

• Meios Contenciosos – Interfere uma instância independente da administração – os tribunais• Impugnação judicial, dos actos da administração tributária –

destina-se a anular o acto da administração.