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  ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL CURSO SOBRE FISCALIZAÇÃO DO ISS EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E OPERAÇÕES DE LEASING Professor: MAURO HIDALGO Agente Fiscal da Receita Municipal de Porto Alegre, especialista em Direito Tributário, Financeiro e Econômico pela PUC/RS PROMOÇÃO REALIZAÇÃO APOIO

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CURSO SOBRE FISCALIZAO DO ISS EM INSTITUIES FINANCEIRAS E OPERAES DE LEASING

Professor: MAURO HIDALGO Agente Fiscal da Receita Municipal de Porto Alegre, especialista em Direito Tributrio, Financeiro e Econmico pela PUC/RS

PROMOO

REALIZAO

APOIO

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APRESENTAO DA EGEM O ano de 2007 marcou o incio das atividades da EGEM como instituio de ensino com personalidade jurdica prpria. At ento, a Escola atuava como um departamento da FECAM. Na prtica, isso significa uma instituio ainda mais forte e preparada para atender as necessidades e demandas apontadas pela Federao e Associaes de Municpios no sentido de ampliar a capacidade de governo da administrao pblica municipal. A Escola de Gesto Pblica Municipal (EGEM) um importante instrumento de qualificao dos profissionais que atuam nas Prefeituras e governos municipais. Com larga experincia na criao de competncias e realizao de eventos de formao e qualificao, a Escola est trabalhando para ampliar sua rea de atuao com objetivo de produzir novos conhecimentos na rea da gesto pblica investigando as prticas municipais. A seguir conhea um pouco do contexto do seu surgimento e da deciso de formaliz-la como pessoa jurdica. A DECISO E O CAMINHO DE FORMALIZAO DA EGEM Criada em 2004 como uma rea operacional da FECAM, a Escola de Gesto Pblica Municipal atua em parceria com as Associaes de Municpios e uma importante mediadora de atualizao profissional de agentes polticos e servidores pblicos municipais. Isso acontece por meio da organizao de cursos e eventos que abordam temas relevantes e atuais da administrao pblica municipal. Com objetivo de consolidar a Escola de Gesto, foi proposto e aprovado pelas Associaes de Municpios, em reunio de planejamento realizada em outubro de 2006, em Governador Celso Ramos, a sua estruturao como pessoa jurdica composta pela Fecam e Associaes, assegurando a continuidade da parceria iniciada em 2004. O passo seguinte foi a realizao da Assemblia de Fundao da Escola na sua conformao jurdica, o que aconteceu no dia 21 de maio de 2007, em Chapec, durante reunio dos prefeitos municipais e dos presidentes da FECAM e das Associaes de Municpios. Neste dia foi eleita a primeira diretoria da Escola, para compor os Conselhos de Administrao e Fiscal. Em julho de 2007, em uma nova assemblia, foram includos os novos associados e aprovado o primeiro plano de trabalho, para o ano de 2007. No dia 20 de Julho, a Receita Federal emitiu o Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica.

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CONTEXTO DO SURGIMENTO DA ESCOLA Uma srie de fatores levou a FECAM e as Associaes de Municpios a estruturar a EGEM e, num segundo momento, decidir pela sua formalizao como pessoa jurdica. Entre estes fatores se destacam: o Crescente demanda dos municpios por novos conhecimentos e competncias para qualificar a gesto pblica municipal; o Base de informaes e conhecimentos acumulados pela FECAM e Associaes de Municpios, permitindo oferecer solues de capacitao mais adequadas s necessidades dos governos municipais, agentes polticos e servidores pblicos, incluindo preo e contedo; o Elevado custo dos cursos oferecidos por empresas e, na maioria das vezes, desconhecimento das reais necessidades dos municpios. FINALIDADES DA ESCOLA Entre as finalidades da EGEM, previstas em seu estatuto e aprovadas por todas as Associaes de Municpios, esto: o Criar e oferecer alternativas de formao, capacitao, aperfeioamento e atualizao profissional e acadmica dos agentes polticos e servidores pblicos municipais em cursos de extenso, curta durao, graduao e ps-graduao nas vrias regies do estado; o Desenvolver solues nas reas de infra-estrutura, meio ambiente, educao, sade e assistncia social; o Prestar servios administrao pblica municipal, abrangendo assessorias para reestruturao funcional, administrativa e gerencial aos municpios; o o Promover parcerias para realizao de eventos; Implantar um centro de documentao, editorao e publicao de estudos, trabalhos de concluso acadmica ou profissional, de indicadores de resultados e informaes sobre prticas e experincias da gesto administrativa municipal; o o Prestar servios aos governos da Unio, dos Estados e a outras instituies; Desenvolver quaisquer outras atividades que visem consecuo das finalidades da Escola e de interesse dos associados.

CONTATOS DA EGEM: Telefone: (48) 3221.8800 E-mail: [email protected] Acesse a programao de cursos e eventos:

www.egem.org.br

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NDICE GERALParte I: FISCALIZAO DO ISS..............................................................06 Parte II: FISCALIZAO DO ISS EM OPERAES DE LEASING.............165

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FISCALIZAO DO ISS

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INTRODUO ___________________________________________________________________________________ 8 1 - SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ____________________________________________________________ 15 1.1 - INTRODUO ___________________________________________________________________________ 15 1.2 LEGISLAO ___________________________________________________________________________ 15 1 3 - O SISTEMA FINANCEIRO ________________________________________________________________ 16 1.4 - ESTRUTURA INSTITUCIONAL ____________________________________________________________ 17 1.4.1 - INSTITUIES DO SUBSISTEMA NORMATIVO___________________________________________ 18 1.4.1.1 - CONSELHO MONETRIO NACIONAL - CMN _______________________________________ 18 1.4.1.2 - CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS - CNSP ______________________________ 19 1.4.1.3 - CONSELHO DE GESTO DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR - CGPC __________________ 19 1.4.1.4 - BANCO CENTRAL DO BRASIL - BACEN _____________________________________________ 20 1.4.1.5 - COMISSO DE VALORES MOBILIRIOS - CVM ______________________________________ 21 1.4.1.6 - SUPERINTENDNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP_______________________________ 21 1.4.1.7 - INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL - IRB ______________________________________ 22 1.4.1.8 - SECRETARIA DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR - SPC ___________________________ 22 1.4.2 - INSTITUIES DO SUBSISTEMA OPERATIVO ___________________________________________ 23 1.4.2.1 - INSTITUIES FINANCEIRAS CAPTADORAS DE DEPSITOS VISTA__________________ 23 1.4.2.1.1 - BANCOS MLTIPLOS _________________________________________________________ 23 1.4.2.1.2 - BANCOS COMERCIAIS ________________________________________________________ 24 1.4.2.1.3 - CAIXAS ECONMICAS ________________________________________________________ 24 1.4.2.1.4 - CAIXA ECONMICA FEDERAL _________________________________________________ 24 1.4.2.1.5 - COOPERATIVAS ______________________________________________________________ 25 1.4.2.1.5.1 COOPERATIVAS DE CRDITO______________________________________________ 25 1.4.2.1.5.2 COOPERATIVAS CENTRAIS DE CRDITO ___________________________________ 25 1.4.2.1.6 - BANCOS AUTORIZADOS A OPERAR EM CMBIO ________________________________ 26 1.4.2.1.7 - BANCO DO BRASIL ___________________________________________________________ 26 1.4.2.1.8 - BANCOS COOPERATIVOS _____________________________________________________ 26 1.4.2.1.9 - BANCOS LIQUIDANTES _______________________________________________________ 26 1.4.2.2 DEMAIS INSTITUIES FINANCEIRAS______________________________________________ 26 1.4.2.2.1 - BANCOS DE INVESTIMENTO___________________________________________________ 26 1.4.2.2.2 - BANCOS E COMPANHIAS DE DESENVOLVIMENTO_______________________________ 27 1.4.2.2.2.1 - BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - BID____________________ 27 1.4.2.2.2.2. - BANCO MUNDIAL ________________________________________________________ 27 1.4.2.2.2.3 - BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL - BNDES __ 27 1.4.2.2.3 - SOCIEDADES DE CRDITO, FINANCIANENTO E INVESTIMENTO (FINANCEIRAS) ___ 28 1.4.2.2.4 SOCIEDADE DE CRDITO IMOBILIRIO E ASSOCIAES DE POUPANA E EMPRSTIMO _________________________________________________________________________ 28 1.4.2.2.5 - COMPANHIA HIPOTECRIA ___________________________________________________ 29 1.4.2.2.6 ASSOCIAES DE POUPANA E EMPRSTIMO __________________________________ 29 1.4.2.2.7 - AGNCIA DE FOMENTO _______________________________________________________ 30 1.4.2.2.8 - SOCIEDADE DE CRDITO AO MICROEMPREENDEDOR ___________________________ 30 1.4.2.2.9 FACTORING _________________________________________________________________ 30 1.4.2.3 OUTROS INTERMEDIRIOS FINANCEIROS E ADMINISTRADORES DE RECURSOS DE TERCEIROS _____________________________________________________________________________ 31 1.4.2.3.1 - SOCIEDADES CORRETORAS ___________________________________________________ 31 1.4.2.3.2 - SOCIEDADES CORRETORA DE TTULOS E VALORES MOBILIRIOS________________ 31 1.4.2.3.3- SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TTULOS E VALORES MOBILIRIOS ___________ 32 1.4.2.3.4 - SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - LEASING ______________________ 33 1.4.2.3.5 - SOCIEDADES CORRETORAS DE CMBIO________________________________________ 33 1.4.2.3.6 REPRESENTAES DE INSTITUIES FINANCEIRAS ESTRANGEIRAS _____________ 33 1.4.2.3.7 - AGENTES AUTNOMOS DE INVESTIMENTO_____________________________________ 34 1.4.2.4 ENTIDADES LIGADAS AOS SISTEMAS DE PREVIDNCIA E SEGUROS__________________ 34 1.4.2.4.1 ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR (FUNDOS DE PENSO) 34

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1.4.2.4.2 ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR ______________________ 34 1.4.2.4.3 - COMPANHIAS DE SEGUROS ___________________________________________________ 34 1.4.2.4.4 - EMPRESAS E SOCIEDADES DE CAPITALIZAO _________________________________ 35 1.4.2.4.5 SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE SEGURO-SADE __________________________ 35 1.4.2.5 ADMINISTRAO DE RECURSOS DE TERCEIROS____________________________________ 37 1.4.2.5.1 - ADMINSTRADORA DE FUNDOS ________________________________________________ 37 1.4.2.5.2 - FUNDOS DE INVESTIMENTOS__________________________________________________ 37 1.4.2.5.3 - SOCIEDADE DE INVESTIMENTO _______________________________________________ 37 1.4.2.5.4 ADMINISTRADORAS DE CONSRCIOS _________________________________________ 37 1.4.2.5.5 BOLSA DE VALORES__________________________________________________________ 38 1.4.2.6 SISTEMAS DE LIQUIDAO E CUSTDIA ___________________________________________ 39 1.4.2.6.1 SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAO E DE CUSTDIA - SELIC ____________________ 39 1.4.2.6.2 CMARA DE CUSTDIA E DE LIQUIDAO FINANCEIRA DE TTULOS - CETIP _____ 39 1.4.2.6.3 COMPANHIA BRASILEIRA DE LIQUIDAO E CUSTDIA - CBLC _________________ 40 2 - PRINCIPAIS SERVIOS BANCRIOS ___________________________________________________________ 41 3 - PLANO CONTBIL DAS INSTITUIES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - COSIF _____________ 74 3.1 COSIF - CAPTULO 1 - NORMAS BSICAS _________________________________________________ 74 3.2 COSIF - CAPTULO 2 ELENCO DE CONTAS ______________________________________________ 91 3.3 COSIF - CAPTULO 3 DOCUMENTOS ____________________________________________________ 95 3.4 COSIF - CAPTULO 2 ELENCO DE CONTAS ______________________________________________ 95 4 - LEGISLAO _______________________________________________________________________________ 107 4.1 - CONSTITUIO FEDERAL ______________________________________________________________ 107 4.2 - LEI N 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964. _______________________________________________ 107 4.3 - DECRETO-LEI N 406, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1968 _____________________________________ 109 4.4 - LEI COMPLEMENTAR N 116, DE 31 DE JULHO DE 2003. __________________________________ 113 5 - AUDITORIA FISCAL DAS INSTITUIES FINANCEIRAS ________________________________________ 123 5.1 - INTIMAO PRELIMINAR ______________________________________________________________ 123 5.2 - DOCUMENTAO A SER SOLICITADA ___________________________________________________ 124 5.3 - AUDITORIA FISCAL ____________________________________________________________________ 125 5.4 - CONCLUSO DA AUDITORIA FISCAL ____________________________________________________ 127 5.5. AUTO DE INFRAO E LANAMENTO ___________________________________________________ 128 5.5.1. Constituio do Auto de Infrao e Lanamento _______________________________________ 129 5.6. DETERMINAO DA MATRIA TRIBUTVEL DOS SERVIOS _____________________________ 130 5.7. SUGESTO DE TEXTO PARA LANAMENTO COM O ENQUADRAMENTO LEGAL____________ 132 5.7.1. Sugesto de Relatrio de Receitas a Tributar ________________________________________________ 135 6 - A LEI COMPLEMENTAR DO ISS_______________________________________________________________ 137 6.1 - A NOVA LISTA DE SERVIOS____________________________________________________________ 137 6.2 - ARGUMENTO TAXATIVIDADE __________________________________________________________ 137 6.3 - CONTRATAO DE AVAL E FIANA. ____________________________________________________ 140 6.4 - O IMPOSTO SOBRE SERVIOS E A FRANQUIA____________________________________________ 141 6.5 ARRENDAMENTO MERCANTIL - LEASING_______________________________________________ 142

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INTRODUOO Curso Fiscalizao do ISS em Instituies Financeiras tem o objetivo de reunir estudos, jurisprudncias, doutrinas e informaes sobre a tributao do Sistema Financeiro Nacional pelos municpios. A nossa misso neste curso : Oferecer conhecimentos tericos e prticos do fluxo e da intermediao financeira, evidenciando a importncia do sistema bancrio nos cenrios macro e micro da economia nacional, em especial, em relao produo social. Caracterizar as operaes, estrutura e tipos de instituies financeiras atuantes no pas: pblicas, privadas, estaduais, federais, nacionais e estrangeiras. Conceituar e caracterizar o mercado de ttulos pblicos (federais, estaduais e municipais). Apresentar os procedimentos a serem realizados quando da auditoria fiscal das instituies financeiras, com vistas tributao do imposto sobre servios de qualquer natureza. Promover o debate e consideraes entre os participantes e os coordenadores do evento visando a pacificar as dvidas existentes e traar estratgias para a correta interpretao e aplicao da legislao tributria visando ao lanamento e arrecadao do ISSQN das instituies financeiras.

Consideraes gerais sobre a tributao das Instituies FinanceirasA maioria dos bancos e demais instituies financeiras tem resistido em tributar todos os servios prestados aos seus clientes pelo Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza - ISSQN. Alegam, de forma genrica, que as tributaes impostas pelos municpios atingem servios no contemplados na Lista de Servios anexa ao Decreto-Lei n 406/68 e suas alteraes, que dada a sua taxatividade, admitiria to somente a incidncia do imposto sobre as atividades elencadas nos itens 95 e 96 da referida Lista. Atualmente, pela Lei Complementar Federal n 116/03, o item 15. e seus sub-itens. Com base nesta interpretao equivocada (taxatividade), tais instituies ainda que remuneradas pelas prestaes de servios tem oferecido a tributao somente os servios de: emisso de cheques administrativos, fornecimento de talo de cheques, devoluo de cheques, ordens de pagamento, entre outros. A Fiscalizao Municipal, atenta a um dos segmentos mais rentveis da economia brasileira, e baseada nas jurisprudncias e doutrinas mais modernas sobre o assunto, tem sistematicamente lanado o imposto sobre a remunerao auferida pela prestao de diversas atividades bancrias, que se encontram ao alcance da incidncia do ISSQN, no restringindo-se aos servios literalmente elencados na Lista de servio, mas buscando outros de mesma natureza, tais como: - administrao de fundos, corretagem e intermediao de qualquer espcie de ttulos, corretagens de franquias, taxas de abertura de crdito, a famosa TAC, etc. A doutrina j enfocou a questo atravs do eminente tributarista Heron Arzua, que assim manifestou-se sobre o assunto: o que no possvel pretender-se que a lista anote, literalmente, as atividades bancrias com os nomes e expresses que, para efeitos contbeis, eles mesmo criaram. No podemos conceber e aceitar que na Lista de Servios devessem estar listadas, expressamente, todas as espcies de servios a serem prestados, mesmo porque a realidade dinmica, bastando que o legislador conste os gneros dos quais o intrprete extrai as espcies. Idntico entendimento aplica-se s denominaes dadas, pelos prestadores, ao prprio servio ou conta que registra o recebimento do preo pago pelo mesmo, pois, o importante a natureza real do que representa, ou seja, o servio, efetivamente prestado. No teria sentido imaginar que tributvel fossem apenas os servios cujos nomes, sob os quais a instituio financeira os divulga ou registra contabilmente suas operaes, coincidissem de forma absoluta, total e perfeita com a nomenclatura empregada na legislao que enumera os servios sujeitos ao ISS.

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Tanto assim que o legislador dando-se conta desta situao e, visando a dirimir quaisquer dvidas e interpretaes equivocadas sobre o assunto, definiu claramente no pargrafo 4 do artigo 1 da Lei Complementar n 116/03: 4 - A incidncia do imposto no depende da denominao dada ao servio prestado. No desafio dirio de alcanar esse importante segmento de servios pela tributao municipal verifica-se que as instituies financeiras vm se escusando do pagamento de ISS incidente sobre as taxas, comisses e depsitos, posicionamento este alicerado na Smula 588 exarada pelo Supremo Tribunal Federal. Smula 588 O IMPOSTO SOBRE SERVIOS NO INCIDE SOBRE OS DEPSITOS, AS COMISSES E TAXAS DE DESCONTO, COBRADOS PELOS ESTABELECIMENTOS BANCRIOS. Data de Aprovao: Sesso Plenria de 15/12/1976. Para que haja a incidncia do ISS necessidade h de que a atividade exercida pelo pretenso sujeito passivo da obrigao tributria esteja prevista nas normas matrizes deste tipo de tributo, quais sejam: O Decreto-Lei n 406/68 e suas alteraes e a partir de 1 de Agosto de 2003 a Lei Complementar n 116, de 31 de Julho de 2003. Os servios bancrios vinham expressos na lista anexa ao Decreto-lei 406/68, sobretudo nos itens 95 e 96, entretanto, no estavam somente ali compreendidos, atualmente no item 15 e seus subitens. H servios que os bancos realizam que no se encontram descritos nestes itens, sendo possvel e necessrio seus respectivos enquadramentos em outros tpicos da lista de servios. Em se tratando de servios bancrios, diferentes so as nomenclaturas utilizadas pelas instituies financeiras em seus balanos contbeis. De forma rdua e efetiva algumas fiscalizaes municipais em conjunto com as procuradorias municipais tem obtido xito na manuteno da cobrana do ISS face aos servios de taxas, comisses, e depsitos, porm, estes posicionamentos ainda no representam a jurisprudncia dominante do nosso pas. Para eles, cada cliente remunera a instituio financeira; em contrapartida o banco acaba registrando contabilmente essas operaes nas subcontas de servios, e ao contrrio do que alguns defendem, tais contas no so objeto do Imposto Sobre Operaes Financeiras. Por esta razo, entendemos que o Poder Judicirio, diante de um o caso concreto, em havendo motivos para tal, deve afastar a incidncia da Smula 588 e pronunciar-se pela incidncia do ISS face aos servios de taxas, comisses e depsitos. Com a edio da Lei Complementar n 116/2003 ficou ampliada Lista de Servios tributveis originalmente prevista pelo Decreto-lei n 406/68 e Lei Complementar 56/87. A nova regulamentao trouxe mais segurana jurdica quanto tributao dos vrios servios do setor bancrio. Os atuais servios exemplificados a partir do item 15 da nova lista de servios: item 15 Servios relacionados ao setor bancrio ou financeiro, inclusive aqueles prestados por instituies financeiras autorizadas a funcionar pela Unio ou por quem de direito; A Lei complementar n 116/2003 a norma regulamentadora e base legal para a exigncia do ISSQN sobre diversas tarifas e servios bancrios que antes os municpios tinham dificuldade em tributar. Entre eles esto as tarifas relativas a servios de administrao de fundos, consrcio, locao e manuteno de cofres particulares, tarifas de cadastro, abertura de contas em geral e fornecimento, emisso ou renovao de carto magntico, de crdito ou dbito. Para muitas prefeituras, o setor bancrio seria um dos que sofreria, a partir da edio da norma regulamentadora, o maior aumento de carga tributria de ISS.

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Neste contexto alertamos que caber ao operador da legislao tributria escolher ou definir estratgias que, de acordo com as suas convices e fundamentos, sejam a melhor forma de aplicar os preceitos legais com o fim de uma auditoria adequada.

Acrdo do Superior Tribunal de Justia sobre a taxatividade da Lista de ServiosAGRAVO DE INSTRUMENTO N 938.952 - MG (2007/0180252-9) RELATORA: MINISTRA ELIANA CALMON AGRAVANTE: BANCO DO BRASIL S/A. ADVOGADO: ANDR DOS SANTOS RODRIGUES E OUTRO(S) AGRAVADO: MUNICPIO DE CONTAGEM PROCURADOR: BERNARDO DE ASSIS VAZ BATISTA E OUTRO(S) DECISO: TRIBUTRIO ISS LISTA DE SERVIOS ANEXA DO DECRETO-LEI 406/68 LISTA TAXATIVA, MAS QUE COMPORTA INTERPRETAO AMPLA E ANALGICA DE CADA ITEM. Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso do Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais que inadmitiu recurso especial. Sustenta-se que esto presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, merecendo reforma a deciso impugnada. DECIDO: Atendidos os requisitos do art. 544, 1, do CPC quanto formao do instrumento e estando presentes as peas obrigatrias e necessrias compreenso da controvrsia, passo a examinar o recurso especial, com amparo no art. 544, 3, do CPC. Interposto recurso especial, com fulcro nas alneas "a" e "c" do permissivo constitucional, defende o recorrente que a Lista de Servios anexa ao Decreto-lei 406/68 taxativa, no podendo ser extensiva e ampliada, sob pena de violao do art. 8 do Decreto-Lei 406/68. No se tem dvida quanto taxatividade da indicao constante da Lista de Servios anexa ao Decreto-lei 406/68. Esse entendimento est consagrado na jurisprudncia, inclusive desta Corte, como espelham os arestos seguintes: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTRIO. CITAO. GERENTE. BANCO. VALIDADE. ISS. NO INCIDNCIA. SERVIOS BANCRIOS. TAXATIVIDADE DA LISTA ANEXA AO DECRETOLEI N 406/68. 1. Validade de citao efetuada na pessoa do gerente da agncia bancria do municpio instituidor do tributo. 2. Consoante iterativa jurisprudncia da Corte no incide ISS sobre os servios bancrios no includos na lista anexa ao Decreto-lei n 406/68, que taxativa. 3. Recurso especial no conhecido. (REsp 68876/MG, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEGUNDA TURMA, julgado em 01.06.2000, DJ 01.08.2000 p. 218)

TRIBUTRIO. ISS. SERVIOS ACESSRIOS PRESTADOS POR BANCOS. NO INCIDNCIA. LISTA ANEXA AO DECRETO-LEI N 406/68. TAXATIVIDADE. Os servios bancrios no includos na lista anexa ao Decreto-lei n 406/68 no possuem carter autnomo, pois inserem-se no elenco das operaes bancrias originrias,

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executadas, de forma acessria, no propsito de viabilizar o desempenho das atividades-fim inerentes as instituies financeiras. A lista de servios anexa ao Decreto-lei n 406/68 taxativa, no se admitindo, em relao a ela, o recurso a analogia, visando a alcanar hipteses de incidncia diversas das ali consignadas. Precedentes. Recurso improvido, sem discrepncia. (REsp 192635/RJ, Rel. Ministro DEMCRITO REINALDO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 29.04.1999, DJ 31.05.1999 p. 93).

TRIBUTRIO. ISS. DECRETOS-LEIS 406/1968 E 834/1969. LISTA DE SERVIOS. TAXATIVIDADE. SERVIOS BANCRIOS. EXCLUSO. 1. Consoante entendimento uniforme nesta Corte e no Egrgio STF, a lista de servios constante do Del. 406/1968, alterado pelo Del. 834/1969, taxativa, no podendo lei municipal extrapolar os ditames de preceito constitucional. 2. Os servios bancrios, no includos na mencionada lista, no sofrem incidncia do ISS. 3. Recurso no conhecido. (REsp 41848/MG, Rel. Ministro FRANCISCO PEANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 12.12.1996, DJ 09.06.1997 p. 25494)

TRIBUTRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIOS DE QUALQUER NATUREZA. SERVIOS BANCRIOS. A lista adotada pelo Decreto-Lei 834, de 1969, No previa a tributao de servios bancrios na amplitude a final assegurada pela redao que lhe deu a Lei Complementar 56, de 1987; tendo carter taxativo, no podia ser interpretada por analogia. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 49405/MG, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, julgado em 13.03.1997, DJ 07.04.1997 p. 11089)

TRIBUTRIO. ISS. SERVIOS BANCRIOS DE CUSTODIA DE VALORES MOBILIRIOS (AES). NO INCIDNCIA. DECRETO-LEI 406/68. DECRETO-LEI 834/69. 1 - No h incidncia de ISS sobre os servios bancrios de custodia de valores mobilirios. 2 - No admite-se interpretao analgica da lista de servios que acompanha o DL 406/68, alterado pelo DL 834/69, visto que a mesma e taxativa e no exemplificativa. 3 - Precedentes desta Corte do STF. 4 - Recurso improvido. (REsp 102291/SP, Rel. Ministro JOS DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10.10.1996, DJ 18.11.1996 p. 44854)

ISS - SERVIOS BANCRIOS - ATIVIDADES AUXILIARES INEXIGNCIA FISCAL. A questo j se pacificou neste colendo tribunal. No pode a prefeitura exigir ISS sobre servios bancrios no previstos na lista especfica. Recurso provido.

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(REsp 65925/MG, Rel. Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21.06.1995, DJ 28.08.1995 p. 26593)

TRIBUTRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIOS (ISS). SERVIOS BANCRIOS. TAXATIVIDADE DA LISTA ANEXA AO DECRETO-LEI N. 406, DE 1968, ALTERADA PELO DECRETO-LEI N. 834, DE 1969. I - Ao entender que os servios tributados pela embargada no figuravam na lista anexa ao Decreto-lei n. 406/68, s vindo a integr-la com o advento da Lei Complementar n. 56, de 1987, o acrdo recorrido decidiu na consonncia dos precedentes desta corte no sentido da taxatividade da referida lista. Precedentes. II - Recurso especial no conhecido. (REsp 36038/MG, Rel. Ministro ANTNIO DE PDUA RIBEIRO, SEGUNDA TURMA, julgado em 09.08.1995, DJ 28.08.1995 p. 26615) Contudo, a taxatividade no impede que seja feita uma leitura ampla e analgica de cada item. Tal posio foi abraada pelo STF, como indicado no acrdo RE 75.952/SP, relatado pelo Ministro Thompson Flores e hoje encontra-se sedimentada neste Tribunal, conforme se depreende dos arestos que destaco: TRIBUTRIO - ISS - LISTA DE SERVIOS. 1. A jurisprudncia sedimentada no sentido de entender como taxativa a enumerao da lista de servios que acompanha a LC 56/87. 2. Embora taxativa, admite a lista interpretao extensiva para abrigar servios idnticos aos expressamente previstos, mas com diferente nomenclatura. 3. Tarifas em cobrana, que se incluem na expresso "servios prestados pela atividade bancria" (item 95 da lista). 4. Recurso especial improvido. (REsp 567592/PR, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 04.11.2003, DJ 15.12.2003 p. 300)

TRIBUTRIO. ISS. SERVIOS BANCRIOS. 1. de se emprestar interpretao ampla e analgica a lista oficial de servios sujeitos ao pagamento do ISS. 2. Recolhimento do ISS efetuado por empresa bancria sobre servios prestados a terceiros. 3. Indicao genrica do tipo de servios pelo prprio contribuinte. 4. Certido de dvida pblica sem vcio de nulidade. Elementos nela constantes que possibilitaram ampla defesa por parte do contribuinte. 5. Servios prestados que esto listados no item 46 do Decreto n 539/87. 6. Violao aos arts. 535 e 538, pargrafo nico, do CPC no caracterizada. 7. Recurso improvido. (REsp 256267/PR, Rel. Ministro JOS DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03.08.2000, DJ 18.09.2000 p. 106) A lgica evidente, porque, se assim no fosse, teramos, pela simples mudana de nomenclatura de um servio a incidncia ou no-incidncia do ISS.

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Com essas consideraes, nos termos do art. 544 c/c 557 do CPC, DOU PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA NEGAR SEGUIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. Braslia-DF, 05 de dezembro de 2007. MINISTRA ELIANA CALMON Relatora

Reportagem publicada no jornal Valor Econmico de 03 de maro de 2008 sobre os bancos ISS vira alvo de grandes disputas fiscaisMarta Watanabe As prefeituras ampliaram a lista de servios tributveis, estenderam-na aos bancos e o resultado que o Imposto sobre Servios (ISS) passou a fazer parte dos grandes contenciosos fiscais na Justia, com valores cada vez mais expressivos. No grupo Bradesco, processos judiciais e administrativos sobre o ISS so os nicos classificados com risco de "perda possvel" expressamente mencionados no balano de 2007, no valor de R$ 161,27 milhes. No Banco Santander, a discusso do ISS no consolidado equivale a R$ 69,52 milhes, valor maior que o de outras pendncias tributrias importantes. Na holding financeira do Ita, h R$ 129,6 milhes referentes a autos de infrao emitidos por vrios municpios. Na cidade de So Paulo, o recolhimento de ISS dos bancos representa 12,8% do total arrecadado com o tributo em uma modalidade e a intermediao financeira, mais 13,9%.

Arrecadao do ISS aumenta e tributo passa a ser alvo de disputas fiscais Marta Watanabe Como reflexo da ampliao da lista de servios tributveis e da maior eficincia na fiscalizao do Imposto Sobre Servios (ISS), a discusso do tributo municipal, que mal aparecia nas contingncias fiscais das empresas, generalizou-se em balanos de alguns segmentos. Nos bancos, o imposto o alvo de contingncias de valores cada vez mais representativos. Instituies como Bradesco, Santander, Ita, Unibanco e Banco do Brasil destacam as discusses com o ISS. No grupo Bradesco, por exemplo, os processos judiciais e administrativos sobre o ISS somam o que considerado pelo banco a principal discusso envolvendo risco de perda. No balano de 2007, a nica contingncia mencionada expressamente, com valor de R$ 161,27 milhes. No Banco Santander, a discusso do ISS no consolidado equivale a R$ 69,52 milhes, valor que ultrapassa o de outras discusses tributrias importantes, como a cobrana do adicional de 10% do FGTS, que vale R$ 55,43 milhes. O valor do litgio de ISS j chega muito perto da ao judicial relacionada aos reflexos do expurgo inflacionrio do Plano Vero, que envolve R$ 81,65 milhes. Na holding financeira do Ita, o assunto tambm relevante. Os autos de infrao emitidos por vrios municpios somam R$ 129,6 milhes em ISS e esto entre as seis discusses tributrias mais importantes entre as consideradas de perda possvel. Esse tipo de litgio no requer proviso, mas obriga as companhias abertas divulgao em balano. Os destaques nos balanos dos bancos no so por acaso. O avano do ISS, cuja arrecadao consolidada cresceu acima do ICMS recolhido pelos Estados nos ltimos anos, concentrou-se em alguns segmentos, entre eles o bancrio.

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No municpio de So Paulo, o recolhimento de ISS dos bancos classificado em dois segmentos. Um deles o bancrio, financeiro e securitrio, que representa hoje 12,8% da arrecadao total do tributo. A outra parte, explica Ronilson Bezerra Rodrigues, diretor do departamento de arrecadao e cobrana da Secretaria de Finanas de So Paulo, fica classificada no ISS pago sobre agncia, corretagem e intermediao financeira. "Essa classificao rene vrias atividades, mas a arrecadao predominante da intermediao financeira, como operaes de cmbio dos bancos, por exemplo", diz Rodrigues. Esse setor respondeu, no ano passado, por 13,9% da arrecadao total do ISS paulistano. Em 2006, esses servios recolheram 11,1%, o que aponta um aumento de 2,8 pontos percentuais em uma arrecadao com alta nominal de 18% no perodo. Para os tributaristas, contribuiu para o quadro a ampliao da legislao do ISS, que passou a permitir expressamente a cobrana do imposto sobre novos servios a partir de 2004. Entre eles, vrios servios bancrios que no estavam expressamente listados como tributveis, como compensao de cheques e abertura de contas, explica a advogada Fernanda Possebon Barbosa, do Braga & Marafon. Paralelamente, explica o advogado Jlio de Oliveira, as prefeituras seguiram o exemplo da Unio e dos Estados e tornaram suas mquinas de arrecadao e fiscalizao mais eficientes. "Esse movimento aconteceu no somente nas capitais, mas tambm em municpios menores. O ISS, que praticamente no existia, passou a ser importante para as prefeituras e tambm para os prestadores de servios", conta. A cobrana mais eficiente dos municpios suscitou um aumento de discusses administrativas e judiciais relacionadas ao ISS em vrios segmentos de prestao de servios. No setor bancrio, considerado combativo pelo fisco em geral, isso se destacou. Fernanda aponta a discusso sobre o local de prestao de servio, muito propcia ao setor bancrio, cujo atendimento se faz por uma rede pulverizada de agncias. "A discusso sobre o ISS devido no municpio de atendimento bancrio ou no local onde est localizado o setor de compensao um exemplo." Esse exatamente o caso do grupo Bradesco, que questiona o ISS cobrado sobre leasing por municpios diversos daqueles nos quais a empresa se considera efetivamente instalada e para os quais o imposto recolhido. Outra discusso comum em relao ao que pode ou no ser considerado como prestao de servios, caso de autuaes ou processos com cobranas de vrios municpios contra o Ita e o Santander. Essa discusso acontece no s porque o servio no est expressamente previsto na atual lista de ISS, mas tambm porque, mesmo estando no rol, no pode ser classificado como servio no entendimento dos prestadores. "A abertura de contas considerada prestao de servios tributvel, mas isso questionvel porque essa uma operao inerente atividade do banco, mas no uma prestao de servios. O banco no abre contas para outras instituies financeiras e no h prestao de servios para si mesmo", argumenta Fernanda. Muitas vezes os prestadores conseguem ganhar a discusso, diz Oliveira, mas os municpios, a exemplo da Unio e dos Estados, tm preferido autuar e garantir a possibilidade de transformar o litgio numa arrecadao futura.

Valor econmico de 3/3/2008

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1 - SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

1.1 - INTRODUOO Sistema Financeiro Nacional, regulamentado pela Lei n 4.595/64, composto de instituies responsveis pela captao de recursos financeiros, pela distribuio e circulao de valores e pela regulao desse processo. Conforme artigo 1 deste dispositivo legal: Art. 1 - O Sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, ser constitudo: I - do Conselho Monetrio Nacional; II - do Banco Central do Brasil; III - do Banco do Brasil S.A.; IV - do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social; V - das demais instituies financeiras pblicas e privadas. O Conselho Monetrio Nacional - CMN, seu organismo maior, presidido pelo Ministro da Economia, Fazenda e Planejamento, quem define as diretrizes de atuao do sistema. Diretamente ligados a ele esto o Banco Central do Brasil, que atua como seu rgo executivo e a Comisso de Valores Mobilirios (CVM), que responde pela regulamentao e fomento do mercado de valores mobilirios (de bolsa e de balco). De acordo com a mesma legislao, so instituies financeiras: Art. 17 - Consideram-se instituies financeiras, para os efeitos da legislao em vigor, as pessoas jurdicas pblicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessria a coleta, intermediao ou aplicao de recursos financeiros prprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custdia de valor de propriedade de terceiros.

1.2 LEGISLAOOs principais dispositivos legais que regulamentam e ordenam todo o sistema Financeiro Nacional: LEIS: Lei 4.131, de 03/09/1962 - Lei do Capital Estrangeiro. Lei 4.595, de 31/12/1964 - Lei do Sistema Financeiro Nacional. Lei 4.728, de 14/07/1965 - Lei do Mercado de Capitais. Lei 6.024, de 13/03/1974 - Lei de Intervenes e Liquidaes. Lei 6.385, de 07/12/1976 - Lei do Mercado de Valores Mobilirios. Lei 7.357, de 02/09/1985 - Lei do Cheque. Lei 7.492, de 16/06/1986 - Lei do Colarinho Branco / Crimes Financeiros. Lei 9.069, de 29/06/1995 - Lei do Real. Lei 9.447, de 14/03/1997 - Lei da Responsabilidade Solidria. Lei 9.613, de 03/03/1998 - Lei da "Lavagem" de Dinheiro. Lei 9.710, de 19/11/1998 - Lei do PROER.

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Lei 10.214, de 27/03/2001 - Lei do Sistema de Pagamentos Brasileiro.

DECRETOS: Decreto 23.258, de 19/10/1933 - Dispe sobre as operaes de cmbio. Decreto 55.762, de 17/02/1965 - Regulamento da Lei 4.131. Decreto 57.595, de 07/01/1966 - Lei Uniforme Relativa ao Cheque. Decreto 57.663, de 24/01/1966 - Lei Uniforme Relativa s Letras de Cmbio e Notas Promissrias. Decreto 91.152, de 15/03/1985 - Criao do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Decreto 92.061, de 05/12/1985 - Regulamentao do artigo 31 da Lei 6.024. Decreto 1.304, de 09/11/1994 - Regimento Interno da Comisso Tcnica da Moeda e do Crdito. Decreto 1.307, de 09/11/1994 - Regimento Interno do Conselho Monetrio Nacional. Decreto 1.935, de 20/06/1996 - Organizao e Funcionamento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Decreto 3.088, de 21/06/1999 - Sistemtica de "metas para a inflao.

1 3 - O SISTEMA FINANCEIROO Sistema financeiro o conjunto de instituies e instrumentos financeiros que possibilita a transferncia de recursos dos ofertadores finais para os tomadores finais, e cria condies para que os ttulos e valores mobilirios tenham liquidez no mercado. Os tomadores finais de recursos so aqueles que se encontram em posio de dficit financeiro, isto , aqueles que pretendem gastar (em consumo e/ou investimento) mais do que sua renda. Eles precisam do complemento de poupanas de outros para executar seus planos, dispondo-se a pagar juros pelo capital que conseguirem. Os ofertadores finais de recursos so aqueles que se encontram em posio de supervit financeiro, isto , aqueles que pretendem gastar (em consumos e/ou investimentos) menos do que sua renda. Tais denominaes diferenciam essas entidades dos intermedirios do sistema financeiro, que oferecem recursos dos ofertadores finais, e no o seu prprio supervit financeiro, e tomam recursos no para cobrir o seu prprio dficit financeiro, mas para repass-los aos tomadores finais, para que cubram seus dficits. O conceito de estrutura financeira, definido institucionalmente, abrange todos os investimentos feitos na economia voltados para o trato das questes financeiras e avaliado pelo total de insumos reais mobilizados nessas atividades. Funcionalmente, o Sistema Financeiro Nacional do Brasil agrupa-se segundo as seguintes funes creditcias ou patrimoniais: Crdito de Curto Prazo Bancos Comerciais e Bancos Mltiplos, Caixas Econmicas, Cooperativas de Crdito, Factoring. Crdito de Mdio e Longo Prazo Bancos de investimento e desenvolvimento, Leasing. Crdito ao Consumidor Financeiras, Caixa Econmica Federal, Leasing, consrcios. Crdito Habitacional Caixas Econmicas, Companhias de Crdito Imobilirio, APEs, Bancos mltiplos, consrcios.

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Intermediao de Ttulos e Valores Mobilirios Sociedades corretoras e Distribuidoras, Agentes Autnomos de Investimento. Seguro e Capitalizao Seguradoras, Fundaes de Seguridade Social, Companhias de Capitalizao. Arrendamento Mercantil Companhias de Leasing.

1.4 - ESTRUTURA INSTITUCIONALO Sistema Monetrio no Brasil formado pelo: Banco Central, Banco do Brasil, Bancos privados nacionais e estrangeiros e Os oficiais de controle dos Estados que, com a devida autorizao do Banco Central, recebem depsitos vista. O Sistema Financeiro Nacional dividido em subsistemas: Normativo, De Intermediao e de Instncias de Recursos.

Subsistema Normativo: Regula e controla o subsistema operativo ou de intermediao. Essa regulao e controle exercida atravs de normas legais, expedidas pela autoridade monetria, ou pela oferta seletiva de crdito levada a efeito pelos agentes financeiros do governo. composto do: Conselho Monetrio Nacional (Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e Oramento e Presidente do Banco Central do Brasil); Comisso Tcnica da Moeda e do Crdito; Comisses Consultivas; Banco Central do Brasil; Comisso de Valores Mobilirios (CVM); Superintendncia de Seguros Privados; e Secretaria de Previdncia Complementar do Ministrio da Previdncia.

Subsistema Operativo ou de Intermediao: constitudo pelas instituies financeiras pblicas ou privadas, que atuam no mercado financeiro. Segundo foi definido pela Lei da Reforma Bancria, as instituies financeiras, para efeito legal, so pessoas jurdicas, pblicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessria, a coleta, intermediao ou aplicao de recursos financeiros, prprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custdia de valor de propriedade de terceiros. Para os efeitos desta lei, equiparam-se s instituies financeiras as pessoas fsicas que exeram qualquer das atividades referidas de forma permanente ou eventual. Compreende as instituies financeiras como: Bancos comerciais; Bancos mltiplos;

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Bancos de investimentos e de desenvolvimento; As sociedades de crdito, financiamento e investimento; As sociedades de crdito imobilirio; As associaes de poupana e emprstimos; As cooperativas de crdito; As companhias hipotecrias; A Caixa Econmica Federal; As caixas econmicas estaduais; As sociedades de arrendamento mercantil (leasing) e consrcios; O sistema de distribuio e intermediao do mercado de capitais: Bolsas de valores; Corretoras; Distribuidoras de ttulos e valores mobilirios; Corretora de cmbio; Corretora de seguro; Seguradoras; Empresas de capitalizao; Entidades de previdncia privada abertas; Fundos de penso; Entidades de previdncia privada fechada. Instncia de Recursos: composto do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), Comisso de Valores Mobilirios (CVM) e Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX).

1.4.1 - INSTITUIES DO SUBSISTEMA NORMATIVOA seguir esclareceremos as principais atribuies destas instituies:

1.4.1.1 - CONSELHO MONETRIO NACIONAL - CMNO Conselho Monetrio Nacional o rgo deliberativo de cpula do Sistema Financeiro Nacional, institudo pela Lei n 4.595, de 31 de dezembro de 1964, responsvel por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Suas principais atribuies so: Adaptar o volume dos meios de pagamento s reais necessidades da economia; Regular os valores interno e externo da moeda; Aperfeioar as instituies e os instrumentos financeiros; Zelar pela liquidez e solvncia das instituies financeiras; Coordenar as polticas monetria, de crdito, oramentria, fiscal e da dvida pblica; Autorizar emisses de papel-moeda;

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Fixar diretrizes e normas da poltica cambial; e Regular a constituio, funcionamento e fiscalizao dos que exercem atividades subordinadas Lei n 4.595/64.

O CMN constitudo pelos seguintes membros: Ministro da Fazenda presidente; Ministro do Planejamento, Oramento e Gesto; Presidente do Banco Central do Brasil.

1.4.1.2 - CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS - CNSP o responsvel por fixar as diretrizes e normas da poltica de seguros privados. composto pelo: Ministro da Fazenda (Presidente), Representante do Ministrio da Justia, Representante do Ministrio da Previdncia Social, Superintendente da Superintendncia de Seguros Privados, Representante do Banco Central do Brasil; e Representante da Comisso de Valores Mobilirios.

Dentre suas funes esto: Regular a constituio, Organizao, funcionamento e fiscalizao dos que exercem atividades subordinadas ao SNSP, Aplicao das penalidades previstas; Fixar as caractersticas gerais dos contratos de seguro, previdncia privada aberta, capitalizao e resseguro; Estabelecer as diretrizes gerais das operaes de resseguro; Prescrever os critrios de constituio das Sociedades Seguradoras, de Capitalizao, Entidades de Previdncia Privada Aberta e Resseguradores, com fixao dos limites legais e tcnicos das respectivas operaes; e Disciplinar a corretagem de seguros e a profisso de corretor.

1.4.1.3 - CONSELHO DE GESTO DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR - CGPC um rgo colegiado que integra a estrutura do Ministrio da Previdncia Social e cuja competncia regular, normatizar e coordenar as atividades das Entidades Fechadas de Previdncia Complementar (fundos de penso). Tambm cabe ao CGPC julgar, em ltima instncia, os recursos interpostos contra as decises da Secretaria de Previdncia Complementar.

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1.4.1.4 - BANCO CENTRAL DO BRASIL - BACENO Banco Central do Brasil, uma autarquia vinculada ao Ministrio da fazenda, criado em 1964, para atuar como rgo executivo central do sistema financeiro nacional, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposies que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo Conselho Monetrio Nacional - CMN.

O BACEN :

Banco dos Bancos

Compulsrio, redesconto.

Gestor do Sistema Financeiro

Normatiza, autoriza, fiscaliza, intervm.

Agente da Autoridade Monetria

Controla fluxos e liquidez monetrios

Banco de Emisso

Emite e controla fluxos de moeda.

Agente Financeiro do Governo

Financia o Tesouro Nacional, administra a dvida pblica, depositrio das reservas internacionais.

Seus Objetivos so: Zelar pela adequada liquidez da economia; Manter as reservas internacionais em nvel adequado; Estimular a formao de poupana; e Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeioamento do sistema financeiro.

Dentre suas atribuies esto: Emitir papel moeda e moeda metlica; Autorizar o funcionamento das instituies financeiras; Estabelecer as condies para o exerccio de quaisquer cargos de direo nas instituies financeiras; Vigiar a interferncia de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais; Executar compra e venda de ttulos federais (atravs de operaes de open market), tanto para executar poltica monetria como para o prprio financiamento do Tesouro Nacional; Regular a execuo dos servios de compensao de cheques e outros papis. Executar os servios de circulao do dinheiro;

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Executar os recolhimentos compulsrios, encaixes obrigatrios e os depsitos voluntrios das instituies financeiras; Realizar operaes de redesconto e outros tipos de emprstimos s instituies financeiras; Controlar e fiscalizar o crdito; Controlar e fiscalizar o capital estrangeiro; Ser depositrio de reservas oficiais de ouro e moedas estrangeiras do pas; Fiscalizar as instituies financeiras e aplicar as penalidades previstas; Fiscalizar todos os atos relativos instalao, funcionamento, fuses, etc, de instituies financeiras; Negociar a dvida externa; e Administrar a dvida interna.

1.4.1.5 - COMISSO DE VALORES MOBILIRIOS - CVMA CVM tambm uma autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda, instituda pela Lei n 6.385, de 7 de dezembro de 1976, responsvel por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobilirios do pas. Para este fim, exerce as funes de: Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balco; Proteger os titulares de valores mobilirios; Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulao no mercado; Assegurar o acesso do pblico as informaes sobre valores mobilirios negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; Assegurar a observncia de prticas comerciais eqitativas no mercado de valores mobilirios; Estimular a formao de poupana e sua aplicao em valores mobilirios; Promover a expanso e o funcionamento eficiente e regular do mercado de aes; e Estimular as aplicaes permanentes em aes do capital social das companhias abertas.

1.4.1.6 - SUPERINTENDNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEPA SUSEP uma autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda; responsvel pelo controle e fiscalizao do mercado de seguro, previdncia privada aberta e capitalizao. Entre suas atribuies esto: Fiscalizar a constituio, organizao, funcionamento e operao das Sociedades Seguradoras, de Capitalizao, Entidades de Previdncia Privada Aberta e Resseguradores; Na qualidade de executora da poltica traada pelo CNSP; atuar no sentido de proteger a captao de poupana popular que se efetua atravs das operaes de seguro, previdncia privada aberta, de capitalizao e resseguro; Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; Promover o aperfeioamento das instituies e dos instrumentos operacionais a eles vinculados;

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Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdio; Zelar pela liquidez e solvncia das sociedades que integram o mercado; Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provises tcnicas; Cumprir e fazer cumprir as deliberaes do CNSP; Exercer as atividades que por este forem delegadas; e Prover os servios de Secretaria Executiva do CNSP.

1.4.1.7 - INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL - IRB uma sociedade de economia mista com controle acionrio da Unio, jurisdicionada ao Ministrio da Fazenda, com o objetivo de regular o cosseguro, o resseguro e a retrocesso, alm de promover o desenvolvimento das operaes de seguros no Pas. cosseguro a operao de seguro em que duas ou mais seguradoras, com anuncia do segurado, distribuem, percentualmente, os riscos de determinada aplice, sem solidariedade; comisso de cosseguro a comisso que pode ser paga seguradora lder, pelas demais seguradoras, pela administrao e operao da aplice; e seguradora lder - a seguradora que compartilha o mesmo risco com uma ou mais seguradoras, ficando incumbida da administrao e operao da aplice. Resseguro a distribuio parcial do risco assumido pela seguradora, em que esta transfere para outras, parte da sua responsabilidade. a operao de que se vale um ou mais seguradores para transferir a resseguradora o excesso de responsabilidade que ultrapassa o limite de sua capacidade econmica de indenizar. Resseguro o seguro do seguro. diferente do cosseguro, uma vez que a operao de transferncia parcial do risco assumido feita entre as seguradoras, sem conhecimento do segurado. As partes contratantes do resseguro so o segurador e o ressegurador. O ressegurador pode efetuar um repasse de partes das responsabilidades recebidas, procedendo assim a uma cesso que recebe o nome de retrocesso. Retrocesso a operao de que se socorre o ressegurador para repassar ao Mercado Segurador Nacional os excessos de responsabilidade que ultrapassam os seus limites de capacidade de indenizar. Retrocesso o resseguro do resseguro.

1.4.1.8 - SECRETARIA DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR - SPC um rgo do Ministrio da Previdncia Social, responsvel por fiscalizar as atividades das Entidades Fechadas de Previdncia Complementar (fundos de penso). A SPC se relaciona com os rgos normativos do sistema financeiro na observao das exigncias legais de aplicao das reservas tcnicas, fundos especiais e provises que as entidades sob sua jurisdio so obrigadas a constituir e que tem diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetrio Nacional. A SPC compete: Propor as diretrizes bsicas para o Sistema de Previdncia Complementar; Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdncia privada com as polticas de desenvolvimento social e econmico-financeira do Governo;

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Fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a previdncia complementar fechada; Analisar e aprovar os pedidos de autorizao para constituio, funcionamento, fuso, incorporao, grupamento, transferncia de controle das entidades fechadas de previdncia complementar, Examinar e aprovar os estatutos das referidas entidades, Examinar e aprovar os regulamentos dos planos de benefcios e suas alteraes; Examinar e aprovar os convnios de adeso celebrados por patrocinadores e por instituidores, Autorizar a retirada de patrocnio; Decretar a administrao especial em planos de benefcios operados pelas entidades fechadas de previdncia complementar, e Propor ao Ministro a decretao de interveno ou liquidao das referidas entidades.

1.4.2 - INSTITUIES DO SUBSISTEMA OPERATIVOEstas instituies operacionalizam o Sistema Financeiro Nacional sob a superviso, fiscalizao e normatizao das instituies do Sistema Normativo. A seguir apresentaremos uma rpida definio destas instituies e de suas atribuies:

1.4.2.1 - INSTITUIES FINANCEIRAS CAPTADORAS DE DEPSITOS VISTA

1.4.2.1.1 - BANCOS MLTIPLOSSo instituies financeiras privadas ou pblicas que realizam as operaes ativas, passivas e acessrias das diversas instituies financeiras, sendo que essas operaes esto sujeitas s mesmas normas legais e regulamentares aplicveis s instituies singulares correspondentes s suas carteiras. O banco mltiplo deve ser constitudo com, no mnimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade annima e na sua denominao social deve constar expresso Banco. (ver a Resoluo n 2.099/94). Criados em 1988, pela Resoluo n 1.524 do BACEN, so bancos que podem operar simultaneamente, com autorizao do Banco Central, carteiras: Comercial; De investimento; De crdito imobilirio; De arrendamento mercantil; De crdito, financiamento; De Arrendamento mercantil (leasing); e De Desenvolvimento. A carteira de desenvolvimento somente poder ser operada por banco pblico. Constitu-se em uma s Instituio Financeira de Carteiras Mltiplas, com personalidade jurdica prpria, e que pode selecionar com o que deseja operar, dentre as modalidades referidas.

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1.4.2.1.2 - BANCOS COMERCIAIS instituio financeira privada ou pblica. Tem como objetivo principal proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessrios para financiar, a curto e mdio prazo, o comrcio, a indstria, as empresas prestadoras de servios, as pessoas fsicas e terceiros em geral. A captao de depsitos vista, livremente movimentveis, atividade tpica do banco comercial. Deve ser constitudo sob a forma de sociedade annima e na sua denominao social constar expresso Banco (resoluo CMN n 2.099/94). So instituies financeiras que recebem depsitos a vista em contas de movimento efetuam emprstimos a curto prazo, principalmente para capital de giro das empresas. De outra forma, prestam tambm servios auxiliares, tais como cobranas mediante comisso, transferncias de fundos de uma para outra praa e outros servios. Suas atividades e funcionamento so regulamentados e fiscalizados pelo Banco Central do Brasil e, atravs desse rgo, as autoridades monetrias controlam a liquidez do sistema bancrio utilizando-se, basicamente, dos seguintes instrumentos: Operaes de mercado aberto; Redesconto; e Requerimentos mnimos de reservas sobre os depsitos a vista e a prazo.

1.4.2.1.3 - CAIXAS ECONMICASSo instituies de cunho social que concedem emprstimos e financiamentos a programas e projetos nas reas de assistncia social, sade, educao, trabalho, transporte urbano e esporte. Sua grande fonte de recursos os depsitos feitos em caderneta de poupana. Integram o Sistema Financeiro da Habitao e o Sistema Brasileiro de Poupana, sendo, juntamente com os bancos comerciais, uma das mais antigas instituies do Sistema Financeiro Nacional. Como os bancos comerciais, as Caixas Econmicas (federal e estaduais) podem tambm receber depsitos vista do pblico (exercendo, tambm o poder de criao de moeda escritural) alm dos depsitos em cadernetas de poupana.

1.4.2.1.4 - CAIXA ECONMICA FEDERALA Caixa Econmica Federal, criada em 1.861, est regulada pelo Decreto-Lei n 759, de 12 de agosto de 1969, como empresa pblica vinculada ao Ministrio da Fazenda. Trata-se de instituio assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depsitos vista, realizar operaes ativas e efetuar prestao de servios. Uma caracterstica distintiva da Caixa que ela prioriza a concesso de emprstimos e financiamentos a programas e projetos nas reas de assistncia social, sade, educao, trabalho, transportes urbanos e esporte. Pode operar com crdito direto ao consumidor, financiando bens de consumo durveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e cauo de ttulos, bem como tem o monoplio do emprstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignao e tem o monoplio da venda de bilhetes de loteria federal.

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Tambm centraliza o recolhimento e posterior aplicao de todos os recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), integra o Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitao (SFH).

1.4.2.1.5 - COOPERATIVASCooperativa - uma sociedade de pessoas, com forma e natureza jurdica prprias, sem fins lucrativos, constituda para prestar servios aos associados (ver a Lei n 5.764/71). Cooperativa de crdito rural a cooperativa de crdito cujo quadro social formado por pessoas fsicas que, de forma efetiva e preponderante, desenvolvam, na rea de atuao da cooperativa, atividades agrcolas, pecurias ou extrativas, ou se dediquem a operaes de captura e transformao de pescado e, excepcionalmente, por pessoas jurdicas que exeram exclusivamente as mesmas atividades. Cooperativa de economia e crdito mtuo - a cooperativa de crdito cujo quadro social formado por pessoas fsicas que exeram determinada profisso ou atividades comuns, ou estejam vinculadas determinada entidade e, excepcionalmente, por pessoas jurdicas que, na forma da lei, se conceituem como micro ou pequena empresa que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econmicas das pessoas fsicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos, exceto cooperativas de crdito.

1.4.2.1.5.1 COOPERATIVAS DE CRDITOAs cooperativas de crdito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominao social, a expresso "cooperativa", vedada a utilizao da palavra "banco". Devem possuir o nmero mnimo de 20 (vinte) cooperados e adequar sua rea de ao s possibilidades de reunio, controle, operaes e prestaes de servios.

So autorizadas cooperativas de dois tipos: cooperativas de economia e crdito mtuo e cooperativas de crdito rural (ver a Resoluo n 2.771/2000). As cooperativas de crdito observam, alm da legislao e normas do sistema financeiro, a Lei n 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a poltica nacional de cooperativismo e institui o regime jurdico das sociedades cooperativas. Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as cooperativas de crdito podem se originar da associao de funcionrios de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresrios ou mesmo adotar a livre admisso de associados em uma rea determinada de atuao, sob certas condies. Os eventuais lucros auferidos com suas operaes - prestao de servios e oferecimento de crdito aos cooperados - so repartidos entre os associados Esto autorizadas a realizar operaes de captao por meio de depsitos vista e a prazo somente de associados, de emprstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras, e de doaes. Podem conceder crdito, somente a associados, por meio de desconto de ttulos, emprstimos, financiamentos, e realizar aplicao de recursos no mercado financeiro (Resoluo CMN n 3.106, de 2003).

1.4.2.1.5.2 COOPERATIVAS CENTRAIS DE CRDITOAs cooperativas centrais de crdito, formadas por cooperativas singulares, organizam em maior escala as estruturas de administrao e suporte de interesse comum das cooperativas singulares filiadas, exercendo sobre elas, entre outras funes, superviso de funcionamento, capacitao de administradores, gerentes e associados, e auditoria de demonstraes financeiras (Resoluo CMN n 3.106, de 2003).

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1.4.2.1.6 - BANCOS AUTORIZADOS A OPERAR EM CMBIOOs bancos comerciais, bancos de investimento e bancos mltiplos autorizados a realizar operaes de cmbio no Mercado de Cmbio de Taxas Livre, na forma da Resoluo n 1.620.

1.4.2.1.7 - BANCO DO BRASILFundado em 1808, o Banco do Brasil representa a maior organizao bancria do pas. um banco comercial do qual o Governo Federal detm 51% das aes, exercendo, portanto, o controle do banco. Tem como principais atribuies: executar a poltica financeira e creditcia do Governo, arrecadar os depsitos voluntrios das instituies financeiras e executar a poltica de preos mnimos dos produtos agropecurios. Exerce tambm funes no prprias de um banco comercial comum, como o Departamento de Comrcio Exterior, a Cmara de Compensao de cheques e outros papis, e a execuo do servio da dvida pblica.

1.4.2.1.8 - BANCOS COOPERATIVOS banco comercial ou banco mltiplo constitudo, obrigatoriamente, com carteira comercial com participao exclusiva de cooperativas de crdito singulares (exceto as do tipo luzzatti Cooperativas antigas) e centrais, bem como federaes e confederaes de cooperativas de crdito. Diferencia-se dos demais por ter como acionistas controladores cooperativas centrais de crdito, as quais devem deter no mnimo 51% das aes com direito a voto. Deve ser constitudo sob a forma de sociedade annima fechada, e na sua denominao social deve constar a expresso Banco Cooperativo. Sua atuao restrita s Unidades da Federao em que esto situadas as sedes das pessoas jurdicas controladoras. (ver a Resoluo n 2.788/2000).

1.4.2.1.9 - BANCOS LIQUIDANTESA entidade que mantm contas financeiras utilizadas para liquidar obrigaes de pagamento relacionadas com operaes de valores mobilirios. O banco liquidante pode ser um banco comercial, o prprio sistema de liquidao ou um banco central.

1.4.2.2 DEMAIS INSTITUIES FINANCEIRAS

1.4.2.2.1 - BANCOS DE INVESTIMENTOOs bancos de investimento so instituies financeiras privadas especializadas em operaes de participao societria de carter temporrio, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administrao de recursos de terceiros. Devem ser constitudos sob a forma de sociedade annima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominao social, a expresso Banco de Investimento.

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No possuem contas correntes e captam recursos via depsitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. As principais operaes ativas so financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrio ou aquisio de ttulos e valores mobilirios, depsitos interfinanceiros e repasses de emprstimos externos (Resoluo CMN n 2.624, de 1999).

1.4.2.2.2 - BANCOS E COMPANHIAS DE DESENVOLVIMENTO instituio financeira pblica no federal que tem como objetivo principal proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessrios ao financiamento, a mdio e longo prazo, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econmico e social do respectivo estado onde tenha sede, cabendo-lhe apoiar prioritariamente o setor privado. Excepcionalmente, quando o empreendimento visar benefcios de interesse comum, o banco pode assistir programas e projetos desenvolvidos fora do respectivo estado, devendo a assistncia efetivar-se atravs de consrcio com o banco de desenvolvimento local. As operaes passivas so: Depsitos a prazo; Emprstimos externos; Emisso ou endosso de cdulas hipotecrias; e Emisso de cdulas pignoratcias de debntures e de Ttulos de Desenvolvimento Econmico. As operaes ativas so: Emprstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado. Deve ser constitudo sob a forma de sociedade annima, com sede na capital do Estado que detiver seu controle acionrio, devendo adotar, obrigatrio e privativamente, em sua denominao social, a expresso Banco de Desenvolvimento, seguida do nome do Estado em que tenha sede. (ver a Resoluo n 3.94/76).

1.4.2.2.2.1 - BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - BIDrgo internacional que visa ajudar pases subdesenvolvidos e em desenvolvimento na Amrica Latina. A organizao foi criada em 1959 e est sediada em Washington, nos Estados Unidos.

1.4.2.2.2.2. - BANCO MUNDIALNome pelo qual o Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvimento (BIRD) conhecido. rgo internacional ligado a ONU, a instituio foi criada para ajudar pases subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

1.4.2.2.2.3 - BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL - BNDESO Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), criado em 1952 como autarquia federal, foi enquadrado como uma empresa pblica federal, com personalidade jurdica de direito privado e patrimnio prprio, pela Lei 5.662, de 21 de junho de 1971.

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O BNDES um rgo vinculado ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do pas. Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos e para a comercializao de mquinas e equipamentos novos, fabricados no pas, bem como para o incremento das exportaes brasileiras. Contribui, tambm, para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais. A BNDESPAR, subsidiria integral, investe em empresas nacionais atravs da subscrio de aes e debntures conversveis. As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES atendem s necessidades de investimentos das empresas de qualquer porte e setor, estabelecidas no pas. A parceria com instituies financeiras, com agncias estabelecidas em todo o pas, permite a disseminao do crdito, possibilitando um maior acesso aos recursos do BNDES.

1.4.2.2.3 - SOCIEDADES DE CRDITO, FINANCIANENTO E INVESTIMENTO (FINANCEIRAS)Instituio especializada no fornecimento de crdito ao consumidor e no financiamento de bens durveis e de investimentos, operando principalmente por meio do aceite de letras de cmbio. Boa parte do capital das financeiras provm de investimentos realizados pelo pblico (tanto pessoa fsica como empresas), que atrado por rendimentos elevados. Na verdade, a maior parte do dinheiro envolvido nas operaes das financeiras provm de bancos comerciais, dos quais as financeiras so, freqentemente, subsidirias. Em outros casos, as financeiras so subsidirias de grandes empresas (como fbricas de automveis), que assim procuram facilitar o crdito aos consumidores de seus produtos. As sociedades de crdito, financiamento e investimento, tambm conhecidas por financeiras, foram institudas pela Portaria do Ministrio da Fazenda n 309, de 30 de novembro de 1959. So instituies financeiras privadas que tem como objetivo bsico o financiamento ao consumo (crdito direto ao consumidor e financiamento das vendas), captando recursos no mercado, basicamente atravs da colocao de letras de cmbio. Deve ser constituda sob a forma de sociedade annima e na sua denominao social constar expresso "crdito, financiamento e investimento" (ver a Portaria n 309/59, do Ministrio da Fazenda). Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocao de Letras de Cmbio (Resoluo CMN n 45, de 1966).

1.4.2.2.4 SOCIEDADE DE CRDITO IMOBILIRIO E ASSOCIAES DE POUPANA E EMPRSTIMOAs sociedades de crdito imobilirio so instituies financeiras criadas pela Lei n 4.380, de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. Constituem operaes passivas dessas instituies: Os depsitos de poupana; A emisso de letras e cdulas hipotecrias; e Depsitos interfinanceiros.

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Suas operaes ativas so: Financiamento para construo de habitaes; Abertura de crdito para compra ou construo de casa prpria; e Financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construo.

Devem ser constitudas sob a forma de sociedade annima, adotando obrigatoriamente em sua denominao social a expresso "Crdito Imobilirio". (Resoluo CMN n 2.735, de 2000). As SCIs e as APEs so instituies participantes do Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimos (SBPE), estando sujeitas, enquanto instituies financeiras, s normas e fiscalizao do Banco Central do Brasil. Embora ambas operem em financiamentos imobilirios, o campo de atuao das APEs restrito a seus associados. Estas entidades, nos ltimos anos, vm sendo progressivamente extintas.

1.4.2.2.5 - COMPANHIA HIPOTECRIAAs companhias hipotecrias so instituies financeiras constitudas sob a forma de sociedade annima, e na sua denominao social deve constar a expresso "companhia hipotecria" (ver a Resoluo n 2.122/94), que tm por objeto social conceder financiamentos destinados produo, reforma ou comercializao de imveis residenciais ou comerciais aos quais no se aplicam s normas do Sistema Financeiro da Habitao (SFH). Suas principais operaes passivas so: Letras hipotecrias; Debntures; e Emprstimos e financiamentos no Pas e no Exterior.

Suas principais operaes ativas so: Financiamentos imobilirios residenciais ou comerciais; Aquisio de crditos hipotecrios; Refinanciamentos de crditos hipotecrios; e Repasses de recursos para financiamentos imobilirios. Tais entidades tm como operaes especiais administrao de crditos hipotecrios de terceiros e de fundos de investimento imobilirio (Resoluo CMN n 2.122, de 1994).

1.4.2.2.6 ASSOCIAES DE POUPANA E EMPRSTIMOAs associaes de poupana e emprstimo so constitudas sob a forma de sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados. Suas operaes ativas so, basicamente, direcionadas ao mercado imobilirio e ao Sistema Financeiro da Habitao (SFH). As operaes passivas so constitudas de emisso de letras e cdulas hipotecrias, depsitos de cadernetas de poupana, depsitos interfinanceiros e emprstimos externos.

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Os depositantes dessas entidades so considerados acionistas da associao e, por isso, no recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositantes so, assim, classificados no patrimnio lquido da associao e no no passivo exigvel (Resoluo CMN n 52, de 1967).

1.4.2.2.7 - AGNCIA DE FOMENTOAs agncias de fomento tm como objeto social concesso de financiamento de capital fixo e de giro associado a projetos na Unidade da Federao onde tenham sede. Devem ser constitudas sob a forma de sociedade annima de capital fechado e estar sob o controle de Unidade da Federao, sendo que cada Unidade s pode constituir uma agncia. Tais entidades tm status de instituio financeira, mas no podem captar recursos junto ao pblico, recorrer ao redesconto, ter conta de reserva no Banco Central, contratar depsitos interfinanceiros na qualidade de depositante ou de depositria e nem ter participao societria em outras instituies financeiras. De sua denominao social deve constar expresso "Agncia de Fomento" acrescida da indicao da Unidade da Federao Controladora. No instituio financeira sendo vedada a sua transformao em qualquer outro tipo de instituio integrante do Sistema Financeiro Nacional estando, entretanto, subordinada superviso e fiscalizao do Banco Central do Brasil. As agncias de fomento devem constituir e manter, permanentemente, fundo de liquidez equivalente, no mnimo, a 10% do valor de suas obrigaes, a ser integralmente aplicado em ttulos pblicos federais. (Resoluo CMN n 2.828, de 2001).

1.4.2.2.8 - SOCIEDADE DE CRDITO AO MICROEMPREENDEDORAs sociedades de crdito ao microempreendedor, criadas pela Lei n 10.194, de 14 de fevereiro de 2001, so entidades que tm por objeto social exclusivo a concesso de financiamentos e a prestao de garantias a pessoas fsicas, bem como a pessoas jurdicas classificadas como microempresas, com vistas a viabilizar empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial de pequeno porte. So impedidas de captar, sob qualquer forma, recursos junto ao pblico, bem como emitir ttulos e valores mobilirios destinados colocao e oferta pblicas. Devem ser constitudas sob a forma de companhia fechada ou de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, adotando obrigatoriamente em sua denominao social a expresso Sociedade de Crdito ao Microempreendedor, vedada utilizao da palavra Banco (Resoluo CMN n 2.874, de 2001).

1.4.2.2.9 FACTORINGFactoring o contrato pelo qual uma das partes cede a terceira (o factor) crditos provenientes de vendas mercantis ou servios, assumindo o cessionrio o risco da inadimplncia. uma relao jurdica entre duas empresas, em que uma delas entrega outra um ttulo de crdito, recebendo, como contraprestao, o valor constante do ttulo, do qual se desconta certa quantia, considerada a remunerao pela transao. Uma empresa faz a venda de seus produtos outra. Como o pagamento no se concretiza vista, postergando-se para um prazo em geral de trinta ou sessenta dias, a empresa vendedora emite uma duplicata contra o comprador, que o ttulo representativo do valor devido. Em seguida, a mesma empresa vendedora transfere o ttulo outra empresa, que de factoring. O conceito de Fran Martins:

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O contrato de faturizao ou factoring aquele em que um comerciante cede a outro os crditos, na totalidade ou em parte, de suas vendas a terceiros, recebendo o primeiro do segundo o montante desses crditos, mediante o pagamento de uma remunerao.

1.4.2.3 OUTROS INTERMEDIRIOS FINANCEIROS E ADMINISTRADORES DE RECURSOS DE TERCEIROS

1.4.2.3.1 - SOCIEDADES CORRETORASInstituio financeira que opera no mercado de capitais com ttulos e valores mobilirios. Poder ter assento na Bolsa de Valores para transacionar papis. Uma Corretora intermediria e no distribuidora de ttulos. So as instituies financeiras credenciadas pelo BC e membros das bolsas de valores ou de futuros. Elas esto habilitadas a negociar valores mobilirios ou contratos futuros em prego. So instituies financeiras (ainda que muitos as classificam como instituies do Sistema de Distribuio) constitudas como sociedades annimas ou sociedades por quotas de responsabilidade limitada. Sua principal funo a de promover, de forma eficiente, a aproximao entre compradores e vendedores de ttulos e valores mobilirios, dando a estes negociabilidade adequada atravs de operaes realizadas em recinto prprio (prego das Bolsas de Valores). Desta forma, as sociedades corretoras exercem o papel de unificadoras do mercado, dando segurana ao sistema e liquidez aos ttulos transacionados. Suas principais atividades so as seguintes: Operar com exclusividade na Bolsa de Valores da qual membro, com ttulos e valores mobilirios de negociao autorizada; Comprar, vender e distribuir ttulos e valores mobilirios, por conta de terceiros a conta Margem; Encarregar-se da administrao de carteiras de valores e da custdia de ttulos e valores mobilirios; Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimentos; Prestar servios como transferncia de ttulos, desdobramento de cautelas, recebimento de juros, dividendos ou encarregar-se da subscrio de ttulos e valores mobilirios; Intermediar a compra e venda de moeda estrangeira nas atividades de importao e exportao; Intermediar a compra e venda de moeda estrangeira no mercado flutuante de moeda estrangeira;

1.4.2.3.2 - SOCIEDADES CORRETORA DE TTULOS E VALORES MOBILIRIOS instituio habilitada prtica das atividades que lhe so atribudas pelas leis n 4.728, de 14/07/65 (disciplina o mercado de capitais), e n 6.385, de 07/12/76 (dispe sobre o mercado de valores mobilirios), e regulamentao aplicvel. O Banco Central do Brasil somente conceder autorizao para funcionamento instituio que comprovar a aquisio de ttulo patrimonial de bolsa de valores (ver a Resoluo n 1.655/89). As sociedades corretoras de ttulos e valores mobilirios so constitudas sob a forma de sociedade annima ou por quotas de responsabilidade limitada. Dentre seus objetivos esto:

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Operar em bolsas de valores; Subscrever emisses de ttulos e valores mobilirios no mercado; Comprar e vender ttulos e valores mobilirios por conta prpria e de terceiros; Encarregar-se da administrao de carteiras e da custdia de ttulos e valores mobilirios; Exercer funes de agente fiducirio; Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; Emitir certificados de depsito de aes e cdulas pignoratcias de debntures; Intermediar operaes de cmbio; Praticar operaes no mercado de cmbio de taxas flutuantes; Praticar operaes de conta margem; Realizar operaes compromissadas; Praticar operaes de compra e venda de metais preciosos, no mercado fsico, por conta prpria e de terceiros; e Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta prpria e de terceiros.

1.4.2.3.3- SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TTULOS E VALORES MOBILIRIOSEmpresas integrantes do Sistema Financeiro Nacional que realizam o trabalho de revenda e distribuio de ttulos e valores. Atuam no mercado de Balco onde so trabalhados os ttulos e aes provenientes do mercado primrio, antes de serem negociados na Bolsa. Distingue-se da sociedade corretora de ttulos e valores mobilirios por no ter acesso s bolsas de valores. As sociedades distribuidoras so firmas constitudas como sociedades annimas, sociedades por quotas de responsabilidade limitada, ou ainda como firmas individuais, cuja autorizao para funcionamento dada pelo Banco Central do Brasil, que tambm estipula os capitais mnimos a que esto obrigadas em funo da regio em que atuem, devendo constar na sua denominao social expresso "distribuidora de ttulos e valores mobilirios" (ver as Resolues n 1.120/86 e n 1.653/89). instituio habilitada prtica das atividades que lhe so atribudas pelas Leis n 4.728, de 14/07/65 (disciplina o mercado de capitais), e n 6.385, de 07/12/76 (dispe sobre o mercado de valores mobilirios), e regulamentao aplicvel. Tem por objetivos, dentre outros: Comprar, vender e distribuir ttulos e valores mobilirios; e Operar em bolsas de mercadorias e de futuros.

Suas atividades bsicas, determinadas pela Resoluo n 1.120/86 do CMN, so: Subscrever, isoladamente ou em consrcios, emisses de ttulos ou valores mobilirios para revenda; Intermediar a colocao de emisses no mercado; Contratar com a emissora, em conjunto ou separadamente, a formao de preos dos ttulos no mercado, no perodo de lanamento e colocao da emisso; Encarregar-se da venda vista, a prazo ou prestao, de ttulos e valores mobilirios por conta de terceiros; e Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento.

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1.4.2.3.4 - SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - LEASINGAs sociedades de arrendamento mercantil so constitudas sob a forma de sociedade annima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominao social a expresso "Arrendamento Mercantil", pratica operaes de arrendamento mercantil de bens mveis, de produo nacional ou estrangeira, e bens imveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso prprio da arrendatria. Arrendamento mercantil, cuja denominao verncula leasing, a operao realizada, que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos de terceiros pela arrendadora, para fins de uso prprio da arrendatria e que atendam s especificaes desta. As operaes passivas dessas sociedades so: Emisso de debntures; Dvida externa; e Emprstimos e financiamentos de instituies financeiras.

Suas operaes ativas so: Constitudas por ttulos da dvida pblica; Cesso de direitos creditrios; Operaes de arrendamento mercantil de bens mveis, de produo nacional ou estrangeira; e Bens imveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso prprio do arrendatrio. So supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resoluo CMN n 2.309, de 1996). O Leasing uma operao financeira entre uma empresa proprietria de determinados bens (mquina, carro etc.) e uma pessoa jurdica ou fsica, que usufrui desses bens contra o pagamento de prestaes.

1.4.2.3.5 - SOCIEDADES CORRETORAS DE CMBIO instituio que tem por objeto social exclusivo a intermediao em operaes de cmbio e a prtica de operaes no mercado de cmbio de taxas flutuantes. Deve ser constituda sob a forma de sociedade annima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominao social a expresso "corretora de cmbio" So supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (ver a Resoluo n 1.770/90). Entidade que funciona como intermediria entre o comprador da moeda estrangeira e o banco comercial autorizado a fechar operaes de cmbio. A corretora pesquisa o mercado para obteno de melhores condies na negociao e tambm se encarrega do processamento da documentao exigida.

1.4.2.3.6 REPRESENTAES DE INSTITUIES FINANCEIRAS ESTRANGEIRASTem por objeto a realizao de contratos comerciais e a transmisso de informaes, de interesse da matriz ou de filiais no exterior, vedada a prtica de operaes privativas das instituies financeiras e das demais autorizadas a funcionar pelo Banco Central. A representao somente pode ser exercida por pessoa fsica ou jurdica domiciliada no pas.

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1.4.2.3.7 - AGENTES AUTNOMOS DE INVESTIMENTOSo pessoas fsicas credenciadas por bancos de investimento, sociedades de crdito, financiamento e investimentos, sociedades de crdito mobilirio, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras, para desempenhar, exclusivamente por conta e ordem das entidades credenciadas, as seguintes atividades: Colocao ou venda de ttulos e valores mobilirios registrados na CVM ou de emisso ou coobrigao de instituio financeira; Colocao de quotas de fundos de investimento; e Outras atividades autorizadas expressamente pelo Banco Central do Brasil e pela Comisso de Valores Mobilirios.

1.4.2.4 ENTIDADES LIGADAS AOS SISTEMAS DE PREVIDNCIA E SEGUROS

1.4.2.4.1 ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR (FUNDOS DE PENSO)As entidades fechadas de previdncia complementar (fundos de penso) so organizadas sob a forma de fundao ou sociedade civil, sem fins lucrativos e so acessveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, entes denominados patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas jurdicas de carter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores. As entidades de previdncia fechada devem seguir as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetrio Nacional, por meio da Resoluo n 3.121, de 25 de setembro de 2003, no que tange aplicao dos recursos dos planos de benefcios. Tambm so regidas pela Lei Complementar n 109, de 29 de maio de 2001.

1.4.2.4.2 ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDNCIA COMPLEMENTARSo entidades constitudas unicamente sob a forma de sociedades annimas e tm por objetivo instituir e operar planos de benefcios de carter previdencirio concedidos em forma de renda continuada ou pagamento nico, acessveis a quaisquer pessoas fsicas. So regidas pelo Decreto-Lei n 73, de 21 de novembro de 1966, e pela Lei Complementar n 109, de 29 de maio de 2001. As funes do rgo regulador e do rgo fiscalizador so exercidas pelo Ministrio da Fazenda, por intermdio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP).

1.4.2.4.3 - COMPANHIAS DE SEGUROSConstitudas sob a forma de sociedades annimas, so empresas administradoras de riscos, com obrigao de pagar indenizaes se ocorrerem perdas e danos nos bens segurados, ou seja, caracterizam-se pelo recebimento de uma taxa de prmio, assumindo em troca a obrigao de pagar uma determinada indenizao se ocorrer perda ou dano do que foi assegurado.

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A lei da reforma bancria (Lei n 4.595, de 31 de dezembro de 1964), que reformulou o Sistema Financeiro Nacional, enquadrou as seguradoras como instituies financeiras, subordinando-as a novas disposies legais, sem, contudo, introduzir modificaes de profundidade na legislao especfica aplicvel atividade. Operam dois ramos bsicos; Ramos elementares: garantem perdas e danos provenientes de incndios, transportes, acidentes pessoais e eventos que possam afetar pessoas e bens, responsabilidades, obrigaes, garantias e direitos. Ramo vida: garantem benefcios ou rendas, tendo em vista a durao de vida humana. As seguradoras so orientadas pelo Banco Central quanto aos limites de aplicao de suas reservas tcnicas nos mercados de renda fixa e renda varivel e suas atividades so reguladas e controladas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados, e a execuo de suas funes fiscalizada pela SUSEP Superintendncia de Seguros Privados. Sujeitam-se as normas emanadas do CMN como instituies financeiras.

1.4.2.4.4 - EMPRESAS E SOCIEDADES DE CAPITALIZAOSociedades de capitalizao so entidades, constitudas sob a forma de sociedades annimas, que negociam contratos (ttulos de capitalizao) que tm por objeto o depsito peridico de prestaes pecunirias pelo contratante, o qual ter, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente; conferindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prmios em dinheiro. Oferecem ao pblico um tipo de poupana -- os ttulos de capitalizao -- mediante cuja aquisio se assume o pagamento de pequenas parcelas mensais. O reembolso do capital geralmente feito aps perodos superiores a dez anos; ento, o portador do ttulo recebe a quantia estabelecida, acrescida de juros e, no Brasil, at o Plano Real, de correo monetria. Esses rendimentos costumam ser inferiores aos pagos pelas cadernetas de poupana, mas os portadores de ttulos de capitalizao concorrem mensalmente a prmio em dinheiro.

1.4.2.4.5 SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE SEGURO-SADEO seguro sade, concebido com as mesmas conceituaes dos demais seguros, tem como objetivo o reembolso de despesas com cirurgias, exames clnicos, tratamentos e consultas mdicas e estadias em hospitais realizadas pelo segurado. O seguro sade, que no se confunde com Planos de Sade oferecidos por empresas de prestao de servios ou cooperativas de profissionais da rea de sade, regido atualmente por um conjunto de normas especiais, mais claramente definidas que as genricas no mbito dos seguros. Decreto-lei n 73, de 21 de novembro de 1966. Dispe sobre o sistema nacional de seguros privados, regula as operaes de seguros e resseguros e d outras providncias. O Presidente da Repblica, usando da atribuio que lhe confere o art. 2 do Ato Complementar n 23, de 20 de outubro de 1966, decreta: ... CAPTULO XI DISPOSIES GERAIS E TRANSITRIAS SEO I

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ESCOLA DE GESTO PBLICA MUNICIPAL Fiscalizao do ISS em Instituies Financeiras

DO SEGURO-SADE Art. 129. Fica institudo o Seguro-Sade para dar cobertura aos riscos de assistncia mdica e hospitalar. Art. 130. A garantia do Seguro-Sade consistir no pagamento em dinheiro, efetuado pela Sociedade Seguradora, pessoa fsica ou jurdica prestante da assistncia mdico-hospitalar ao segurado. 1. A cobertura do Seguro-Sade ficar sujeita ao regime de franquia, de acordo com os critrios fixados pelo CNSP. 2. A livre escolha do mdico e do hospital condio obrigatria nos contratos referidos no artigo anterior. Art. 131. Para os efeitos do art. 130 deste Decreto-lei, o CNSP estabelecer tabelas de honorrios mdico-hospitalares e fixar percentuais de participao obrigatria dos segurados nos sinistros. 1. Na elaborao das tabelas, o CNSP observar a mdia regional dos honorrios e a renda mdia regional dos honorrios e a renda mdia dos pacientes, incluindo a possibilidade da ampliao voluntria da cobertura pelo acrscimo do prmio. 2. Na fixao das percentagens de participao, o CNSP levar em conta os ndices salariais dos segurados e seus encargos familiares. Art. 132. O pagamento das despesas cobertas pelo Seguro-Sade depender de apresentao da documentao mdico-hospitalar que possibilite a identificao do sinistro. Art. 133. vedado s Sociedades Seguradoras acumular assistncia financeira com assistncia mdico-hospitalar. Art. 134. As sociedades civis ou comerciais que, na data deste Decreto-lei, tenham vendido ttulos, contratos, garantias de sade, segurana de sade, benefcios de sade, ttulos de sade ou seguros sob qualquer outra denominao, para atendimento mdico, farmacutico e hospitalar integral ou parcial, ficam proibidas de efetuar novas transaes do mesmo gnero, ressalvado o disposto no art. 135. 1. As Sociedades Civis e comerciais