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Fisiologia da Cicatrização Propedêutica do Processo de Cuidar na Saúde do Adulto Professora Daniele Domingues

Fisiologia da Cicatrização - UNIP.br

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Fisiologia da Cicatrização

Propedêutica do Processo de Cuidar na Saúde do

Adulto

Professora Daniele Domingues

Anatomia da Pele

Anatomia da Pele Pele é o maior órgão do corpo humano.

É composta por 2 camadas:

• Epiderme: - Proteção

- Queratina e Melanina

• Derme: - Tecido conjuntivo fibrosos de colágeno

e elastina (força e elasticidade)

- Folículos pilosos, glândulas sebáceas

e sudoríparas.

- Rede linfática, vasos sanguíneos e

terminações nervosas.

- Regulação da temperatura.

Anatomia da Pele

• Tecido subcutâneo: - Tecido conjuntivo e

tecido adiposo.

- Proporciona isolamento,

suporte e amortecimento.

- Abaixo da camada

subcutânea encontra a fascia muscular.

Anatomia da Pele

Cicatrização de Feridas

O processo cicatricial é dinâmico e sistêmico e

está diretamente relacionado às condições gerais do

doente e da resposta do organismo.

Feridas Epidérmicas

• Envolvem apenas a camada superficial da derme.

Cicatrização de Feridas

Crosta – sangue, restos celulares desvitalizados e

partículas de tecidos

Processo de Reepitelização

Resposta celular em 24 – 48 horas

Migram da membrana basal até o local afetado - Mitose

Crosta desprende-se

Cicatrização de Feridas

Feridas Dérmicas

• Atingem a epiderme, a derme podendo chegar até o

tecidos subcutâneos. Se afetar a musculatura e ossos

pode-se chamar de feridas de espessura total.

• O processo final de reparação é o tecido cicatricial.

• Complexa.

• Divide-se em 3 fases:

Fase Inflamatória;

Fase Fibroblástica ou Proliferativa e

Fase de Remodelamento ou Reparadora.

Cicatrização de Feridas

Fase Inflamatória

• Prepara a ferida para a cicatrização;

• Remove restos celulares e tecidos desvitalizados.

• É uma reação natural a qualquer trauma.Usualmente

dura 24 – 48 horas e se completa em até 2 semanas.

Alterações vasculares

Cicatrização de Feridas

Vasos sanguíneos e linfáticos

VASOCONSTRIÇÃO

Plaquetas se agregam nas paredes dos vasos lesados

Tampões de plaquetas

Hemostasia

Cicatrização de Feridas

Marginalização Neutrófilica

Ação de mediadores químicos – Histamina (macrófagos)

e prostraglandina (membrana celular lesada)

Vasodilatação (vasos íntegros) – curta duração

Tampões de Fibrina

Neste estágio a área em torno da ferida apresenta-se

com calor, rubor, tumor e dor.

Cicatrização de Feridas

FAGOCITOSE

Através de mediações químicas, os leucócitos,

eritrócitos e plaquetas são atraídos para o local da

lesão – e iniciam a limpeza, através da liberação de

restos celulares e enzimas através do exsudato e pus.

Em seguida há a ação dos macrófagos – células mais

importantes no processo de fagocitose – ingerindo os

microorganismos que permanecem no local.

Neovascularização

Início da dissolução dos coágulos e final da fase.

Cicatrização de Feridas

FASE FIBROBLÁSTICA OU PROLIFERATIVA

• Permanece até a cicatrização da ferida.

• Inicia a regeneração da epiderme.

• Sequência de mobilização, migração, proliferação e

diferenciação celular.

• Epitelização gradual cobre a superfície da ferida para

fechar o defeito.

• Necessidade de manter o local úmido.

• Início do processo de contração da ferida.

Cicatrização de Feridas

• A contração das margens inicia em cerca de 5 dias

após a lesão e tem seu pico em 2 semanas. Se a ferida

não fechar até 3 semanas após, a contração pára –

miofibroblástos (habilidade de retenção e contração).

• A integridade da ferida depende do colágeno –

resistência e rigidez.

• Nutrição e oxigenação – capilares neoformados.

• A nova rede capilar, junto com o colágeno, forma o

tecido de granulação.

• Tecido de granulação é de coloração vermelho vivo e

muito delicado.

Cicatrização de Feridas

FASE DE REMODELAMENTO

• Após cerca de 2 – 4 semanas, inicia a fase de

remodelamento.

• Cicatriz – estrutura densa e cheia de fibras de colágeno

desorganizadas.

• Mudança na forma, tamanho e resistência da cicatriz.

• Novos colágenos.

• Cicatriz hipertófica e quelóide – excessiva deposição de

colágeno.

• Pode durar até 2 anos.

Cicatrização de Feridas

Tipos de Cicatrização

• Fechamento Primário ou Cicatrização por Primeira

Intensão

- Incisões cirúrgicas,

- Cortes com suturas.

Cicatrização de Feridas

Tipos de Cicatrização

• Fechamento Secundário ou Cicatrização por Segunda

Intensão

- Lesões abertas

Tipos de Cicatrização

Normotróficas A pele adquire o aspecto de textura

e consistência anterior ao trauma.

Atrófica Sua maturação não atinge o trofismo

fisiológico esperado, surgindo, geralmente, por perda

de substância tecidual ou sutura cutânea

inadequada.

Cicatrização de Feridas

Tipos de Cicatrização

Hipertrófica O colágeno é produzido em

quantidade normal, mas a sua organização é

inadequada, oferecendo aspecto não harmônico.

A cicatriz respeita o limite anatômico da pele.

Brida Cicatricial São cicatrizes indesejadas

localizadas nas regiões articulares e, por essa razão,

podem provocar limitações funcionais.

Cicatrização de Feridas

Cicatrização de Feridas

Tipos de Cicatrização

Quelóide É decorrente da contínua produção de

colágeno jovem devido à ausência de fatores inibitórios.

Ferida Aguda Causada por trauma ou cirurgia –

necessita de cuidados locais limitados

Ferida Crônica Demora mais tempo para cicatrizar

devido as condições pré existentes

Ferida de

Espessura Total

A destruição tecidual estende-se por

toda a derme, envolve tecido

subcutâneo. Pode ter aspecto branco-

neve, cinza ou castanho, com textura

firme, semelhante a couro

Laceração Ferida lacerada ou com bordas

desiguais

Identificação e Característica das

Feridas

Ferida de

Espessura Parcial

Destruição tecidual que atravessa a

epiderme e alastra-se até a derme,

sem penetrá-la

Úlcera Arterial Causada por isquemia; relacionada

com doença arterial oclusiva

Úlcera Diabética

Causada por trauma ou pressão,

secundários a neuropatia ou doença

vascular relacionada com DM

Úlcera de Pressão Causada por isquemia secundária a

compressão

Úlcera Venosa

Perdas locais de epiderme, derme e

tec. Subcutâneo, ocorre próximo ou

sobre maléolo – relacionada co

dificuldade de retorno venoso

Queimadura

Superficial

Danos na epiderme, caracterizado por

eritema, hiperemia, sensibilidade e dor

– 1º grau

Queimadura de

Espessura

Parcial

Caracterizada por grandes bolhas,

edema, dor e superfície brilhosa e com

exsudato – 2º grau

Queimadura de

Espessura Total

Caracterizada por aspecto vermelho-

vivo, preto ou branco; edema, lesões

nas terminações nervosas, com

supressão da dor, exposição da

camada gordurosa subcutânea – 3º

grau

Avaliação da Feridas

• Histórico

• Exame Subjetivo

• Exame Objetivo

Medições Clínicas:

• Local

• Tamanho e Profundidade

• Drenagem

Tipo: serosa, purulenta, sangüínolenta,

Quantidade

Cor

Odor

Consistência

• Temperatura

• Circunferência do

membro

Avaliação da Feridas

Acompanhar com precisão as

alterações do estado da ferida.

Tomar decisões conscientes a cerca do

tratamento.

Comunicar-se com outros profissionais

Avaliação da Feridas

Avaliação da Feridas

Dimensão da Ferida –

Comprimento e Largura

Procedendo a Medida da Ferida

Para feridas superficiais, calcule 0,1 cm.

Para as porções mais profundas utiliza um Swab estéril

Dimensão da ferida

Escavações e Túneis

Escavações e Túneis

Tecido de Cicatrização

Margem da Ferida

Margens da Ferida

Avaliação da Feridas

Como auxiliar a cicatrização das feridas

Saúde

Imunidade

Meio

Ambiente

da ferida

Tecido

Necrótico

Tipo de

ferida

Perfusão

Local

Procedi-

Mento

Cirúrgico

Microor-

ganismo Risco

de

Infecção

Promover a

reepitelização

Promover granulação

e contração

Evitar o fechamento ou

contratura prematuros da ferida

Otimizar o controle de exsudato

Remover tecido necrótico

Evitar / Controlar a infecção

Otimizar condições sistêmicas

Úlcera Por Pressão

Áreas localizadas de isquemia tecidual que

tendem a se desenvolver quando tecidos

moles são comprimidos entre uma

proeminência óssea e uma superfície

externa por um período prolongado.

Úlcera Por Pressão

Quando pressão externa é aplicada a um tecido mole

sobre uma proeminência óssea por um período longo de

tempo, o fluxo sangüíneo para a área é diminuído, o

oxigênio e os nutrientes não são carregados para as

celular, e os produtos de degradação se acumulam.

Isquemia, seguido de vasodilatação de rebote

(hiperemia), edema, necrose tecidual e finalmente morte

celular

Úlcera Por Pressão

Úlcera Por Pressão Fatores de Risco

Imobilidade

Inatividade

Desnutrição

Incontinência

Sensibilidade diminuída

Nível de consciência diminuído

Fraturas

Condição física geral ruim

Idosos

Úlcera Por Pressão

Condições que podem comprometer o fluxo

sangüíneo aos tecidos

Débito cardíaco inadequado

Hipotensão

Hipovolemia

Vasculopatia

Tração

Fricção

Umidade

Úlcera Por Pressão

Avaliação da Úlcera por Pressão - Estadiamento

Estágio 1 – Eritema fixo da pele intacta; lesão precursora

da ulceração da pele.

Úlcera Por Pressão

Avaliação da Úlcera por Pressão - Estadiamento

Estágio 2 – Perda da espessura parcial da pele

envolvendo epiderme e/ou derme. A úlcera é superficial e

apresenta-se clinicamente como uma abrasão, bolha ou

cratera rasa.

Avaliação da Úlcera por Pressão - Estadiamento

Estágio 3 – Perda de pele de espessura total envolvendo

dano ou necrose de tecido subcutâneo que pode se

estender até , mas não através, da fáscia subjacente. A

úlcera apresenta-se clinicamente como uma cratera

profunda com ou sem enfraquecimento do tecido adjacente.

Úlcera Por Pressão

Úlcera Por Pressão

Avaliação da Úlcera por Pressão - Estadiamento

Estágio 4 – Perda de pele de espessura total com

desnutrição extensa, necrose tecidual ou dano a músculo,

osso ou estruturas de apoio, por exemplo, tendão, cápsula

articular, etc.

Vítima de acidente com surucucu (gênero Lachesis),

Algumas Feridas

Deiscência de sutura

abdominal:

Imagem pós-exploração

cirúrgica.

Notar a abundante

quantidade de material

necrótico-fibrinoso no leito da

ferida.

Observar a presença da

bolsa de ileostomia.

região sacro-glútea, estágios II e III.