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17 INTRODUÇÃO A Síndrome Pré-Menstrual (SPM), também conhecida como tensão pré-menstrual, é uma queixa muito comum entre as mulheres, diferenciando-se de outros problemas médicos, por não se restringir à relação do indivíduo consigo mesmo, mas por refletir também no relacionamento interpessoal e complexo da sociedade, seja promovendo uma deterioração transitória nos contatos familiares, seja predispondo ao número de incidência de delitos, acidentes e baixa produtividade no trabalho. (APPROBATO et al, 2001). Este termo refere-se a uma síndrome descrita pela primeira vez por Robert Frank (1931) e caracterizada pela irritabilidade, fadiga, ansiedade, depressão, congestão da mama, timpanismo abdominal, aumento de peso e edema que ocorrem durante alguns dias precedendo cada período menstrual. Além dos sintomas físicos, possui sintomas comportamentais no período pré-menstrual e com características de repetição a cada novo ciclo, que freqüentemente comprometem a boa qualidade do desempenho profissional e dos relacionamentos pessoais. (JOSIMOVICH, 1982) É importante diferenciar SPM de outras doenças com sintomas similares. Pacientes com disfunções psicológicas, como diferentes tipos de depressão, ansiedade e psicoses, podem crer que estejam apenas sofrendo de SPM. Um fator diferencial é que pacientes que sofrem de SPM têm desconfortos com os sintomas somente na fase lútea. (FERNANDES, et al, 2004)

Fitoterapia e TPM

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Page 1: Fitoterapia e TPM

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INTRODUÇÃO

A Síndrome Pré-Menstrual (SPM), também conhecida como tensão pré-menstrual, é

uma queixa muito comum entre as mulheres, diferenciando-se de outros problemas médicos,

por não se restringir à relação do indivíduo consigo mesmo, mas por refletir também no

relacionamento interpessoal e complexo da sociedade, seja promovendo uma deterioração

transitória nos contatos familiares, seja predispondo ao número de incidência de delitos,

acidentes e baixa produtividade no trabalho. (APPROBATO et al, 2001).

Este termo refere-se a uma síndrome descrita pela primeira vez por Robert Frank

(1931) e caracterizada pela irritabilidade, fadiga, ansiedade, depressão, congestão da mama,

timpanismo abdominal, aumento de peso e edema que ocorrem durante alguns dias

precedendo cada período menstrual. Além dos sintomas físicos, possui sintomas

comportamentais no período pré-menstrual e com características de repetição a cada novo

ciclo, que freqüentemente comprometem a boa qualidade do desempenho profissional e dos

relacionamentos pessoais. (JOSIMOVICH, 1982)

É importante diferenciar SPM de outras doenças com sintomas similares. Pacientes

com disfunções psicológicas, como diferentes tipos de depressão, ansiedade e psicoses,

podem crer que estejam apenas sofrendo de SPM. Um fator diferencial é que pacientes que

sofrem de SPM têm desconfortos com os sintomas somente na fase lútea. (FERNANDES, et

al, 2004)

A utilização dos critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders,

Forth Edition (DSM-IV) – publicado pela Associação Psiquiátrica Americana -, em

associação ao preenchimento de diários prospectivos por pelo menos dois ciclos menstruais

consecutivos, é atualmente reconhecido como o modo prático de confirmação diagnóstica.

(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1987 e FREEMAN, et al, 2006)

Sintomas psicóticos, atitudes anti-sociais e, até mesmo, suicídio, tem sido registrados,

com maior freqüência, na fase lútea do ciclo. Mulheres portadoras de acentuada labilidade

psíquicas apresentam esta síndrome com mais freqüência. (BASTOS, 1998)

As aberrações fisiológicas no equilíbrio hormonal cíclico podem, da mesma forma,

representar um papel importante. Desequilíbrio entre estrogênio e progesterona, excesso de

prolactina, deficiência de vitaminas B6 e E, atividade inapropriada de prostaglandina,

alterações na ação das endorfinas e serotonina excesso de estrogênio, de progesterona,

Page 2: Fitoterapia e TPM

18

proporções alteradas de estrogênio: progesterona são alguns dos fatores freqüentemente

relacionados à sua ocorrência. (JOSIMOVICH, 1982; FERNANDES, et al; 2004 e

MORTOLA, et al, 1990)

Não há tratamentos oficialmente padronizados para a TPM. O que se propõe são

formas de controle dos sintomas, que em alguns casos pode ser bastante eficaz. As

medicações mais usadas são os antidepressivos, a bromocriptina, espirolactona, progesterona

e estradiol. (BALLONE, 2003)

Os tratamentos feitos com hormônios extraídos de vegetais, principalmente da soja

possuem grande vantagem em relação aos sintéticos, pois não se acumulam no organismo.

Este acúmulo, que o fígado tem dificuldade em metabolizar, é que seria o responsável pelos

efeitos desagradáveis, que, muitas vezes levam algumas mulheres a abandonar a terapia logo

no início. (HERBARIO, 2007) (AMP, 2007)

O custo anual de um tratamento medicamentoso convencional, aliado à psicoterapia é

absurdo para a realidade sócio-econômica do país. Levando-se em consideração que os

medicamentos mais utilizados para o controle dos sintomas da SPM são antidepressivos a

base de fluoxetina e anfepramona, e que tais chegam a custar R$ 2,70 por pílula, é razoável

dizer que um tratamento torna-se abusivamente caro e ainda, estes não cobrem todos os

sintomas associados à SPM. Assim, qualquer alternativa que seja mais eficaz e provoque

menos efeitos colaterais, tais como dependência associadas ao uso dos antidepressivos

citados, são mais vantajosos para a população em geral, e para o país. (CORREIO

BRAZILIENSE, 2001; JORNAL DE BRASÌLIA, 2001 e REVISTA TPM, 2006)

Muitos médicos acreditam que o uso de Fitoterápicos pode reduzir à metade os gastos

da população com medicamentos e com os mesmos resultados dos alopáticos. (BIESKI, 2007)

A Fitoterapia tem sido uma das práticas mais discutidas na contemporaneidade,

buscando-se, tanto no país quanto em outros lugares do mundo, mecanismos de

regulamentação e implementação de políticas para a área, com o intuito de suprir tal carência

na atenção primária à saúde. (OLIVEIRA, 2005)

A OMS define fitoterápicos como substâncias ativas presentes na planta como um

todo, ou em parte dela, na forma de extrato total ou processado, que podem ser extraídos a

partir de processos diversificados e comercializados em estado líquido, sólido ou semi-sólido.

(OLIVEIRA, 2005)

Cerca de 700 fitoterápicos têm registro na ANVISA, ou seja, podem ser usados com

segurança – contanto que tenham indicação médica. Os cerca de 700 fitoterápicos registrados,

Page 3: Fitoterapia e TPM

19

são medicamentos cujos ensaios clínicos foram feitos no exterior, ou seja, já haviam sido

produzidos por outros países. (LIMA, 2007)

Dentre esses fitoterápicos temos a Cimicífuga racemosa, que possui propriedades

estrogênicas relevantes nos tratamentos de deficiência estrogênica, sendo um dos

fitohormônios mais estudados. Aliviam os calores, a atrofia e o ressecamento vaginal, a

palpitação e a ansiedade. Atua de modo semelhante ao estriol, um derivado do estrogênio

responsável pela lubrificação da vagina. (CAMPO, 2007)

A normatização do registro de medicamentos fitoterápicos está situada no âmbito do

Ministério da Saúde, por meio de resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), a Resolução de Diretoria Colegiada n°. 17 (RDC n°. 17), de 24 de fevereiro de

2000. (OLIVEIRA, 2005)

A escolha das plantas está baseada em estudos que apontam a Cimicifuga racemosa, a

Salvia officinalis e a Morus nigra como reguladoras hormonais. As outras plantas envolvidas

colaboram na atenuação dos sintomas relacionados com a SPM, tais como edema,

irritabilidade, fadiga, insônia, cefaléia, câimbras, ansiedade, perda de memória entre outras.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que 80% da população mundial faz

uso de algum tipo de medicamento fitoterápico (à base de ervas ou plantas) para tratar

sintomatologias dolorosas ou desagradáveis. Desse total, pelo menos 30% já são usados por

indicação médica. (BARROSO, 2007)

Nesse sentido, o objetivo do trabalho é verificar os efeitos de fitoterápicos nos

sintomas da Síndrome Pré-Menstrual, avaliando os efeitos do uso de compostos fitoterápicos

de Lippia alba, Morus nigra, Cinchona calisaya, Cimicifuga racemosa, Salvia officinalis, sob

a forma de tintura, administrados durante 1 mês antes e durante a menstruação, em voluntárias

alunas da Universidade Anhembi Morumbi, com idades entre 19 e 24 anos, que relatem

sintomas associados à Síndrome Pré-Menstrual, através de questionário de sintomas pré-

menstruais.

Espera-se assim, regular o ciclo hormonal a fim de amenizar os sintomas da Síndrome

Pré-Menstrual com o uso do composto de tintura de Lippia alba, Morus nigra, Cinchona

calisaya, Cimicifuga racemosa, Salvia officinalis, esperando menor incidência de efeitos

colaterais e baixo custo.

Page 4: Fitoterapia e TPM

20

1 NATUROLOGIA: A Mudança de Paradigma

Recentes avanços tecnológicos, como também alguns progressos científicos, criaram

possibilidades novas de interferência na vida humana, que podem representar uma vantagem

ou, contrariamente, um risco ou mesmo um grave prejuízo. (DALLARI, 2007)

Pelo fato de que a vida é geralmente reconhecida como um valor humano ou social,

muitos sentiram a necessidade de refletir sobre essas inovações e seus efeitos, de prever ou,

pelo menos, tentar prever, suas conseqüências prováveis, benéficas ou maléficas e,

finalmente, de avaliar tais possibilidades à luz de considerações de ordem ética. A primeira

advertência formal sobre os riscos inerentes ao progresso científico e tecnológico foi feita pela

ONU, em 10 de novembro de 1975, quando proclamou a Declaração sobre a Utilização do

Progresso Científico e Tecnológico no Interesse da Paz e em Benefício da Humanidade.

(DALLARI, 2007)

Entre as considerações preliminares, esse documento contém o reconhecimento de que

o progresso científico e tecnológico, ao mesmo tempo em que cria possibilidades cada vez

maiores de melhorar as condições de vida dos povos e das nações, pode, em certos casos, dar

lugar a problemas sociais, bem como ameaçar os direitos humanos e as liberdades

fundamentais do indivíduo. O artigo 6º dessa Declaração é bem expressivo como advertência,

tendo a seguinte redação: "Todos os Estados adotarão medidas tendentes a estender a todos os

estratos da população os benefícios da ciência e da tecnologia e a protegê-los, tanto nos

aspectos sociais quanto materiais, das possíveis conseqüências negativas do uso indevido do

progresso científico e tecnológico, inclusive sua utilização indevida para infringir os direitos

do indivíduo ou do grupo, em particular relativamente ao respeito à vida privada e à proteção

da pessoa humana e de sua integridade física e intelectual". (DALLARI, 2007)

Outro sinal de alerta formal e solene, que também pode ser considerado um passo

importante no sentido da fixação de parâmetros para a aplicação de novos conhecimentos e

novas possibilidades nas áreas da biologia e da medicina, é a Convenção sobre Direitos

Humanos e Biomedicina, adotada em 19 de novembro de 1996 pelo Conselho de Ministros do

Conselho da Europa. Entre as considerações constantes do Preâmbulo, está a advertência de

que o mau uso da biologia e da medicina pode conduzir à prática de atos que ponham em

risco a dignidade humana. Isso sem deixar de reconhecer, em outro considerando, que o

Page 5: Fitoterapia e TPM

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progresso na biologia e na medicina pode ser usado para o benefício da geração presente e das

futuras. (DALLARI, 2007)

São particularmente expressivos, para as questões aqui abordadas, o artigo 2º dessa

Convenção, onde firma-se que "os interesses e o bem estar do ser humano devem prevalecer

sobre o interesse isolado da sociedade ou da ciência". As práticas e os avanços nas áreas das

ciências biológicas e da medicina, que podem proporcionar grandes benefícios à humanidade,

têm riscos potenciais muito graves, o que exige permanente vigilância dos próprios agentes e

de toda a sociedade para que se mantenham dentro dos limites éticos impostos pelo respeito à

pessoa humana, à sua vida e à sua dignidade. Na prática, a verificação desses limites é

facilitada quando se levam em conta os direitos humanos, como têm sido enunciados e

clarificados em grande número de documentos básicos, incluindo a Declaração Universal dos

Direitos Humanos e os pactos, as convenções e todos os acordos internacionais, de caráter

amplo ou visando a objetivos específicos, que compõem o acervo normativo dos direitos

humanos. (DALLARI, 2007)

Hoje, o pensamento dominante é a epistemologia hegemônica aplicada no cotidiano da

atenção à saúde originada no paradigma mecanicista e analítico de René Descartes, aliado ao

empirismo de Francis Bacon, reforçado pelo positivismo de Augusto Comte, no qual o todo é

dado pela soma das partes e a noção de causalidade linear é prevalente, apesar das recentes

mudanças ocorridas nas teorias científicas, principalmente provindas da física. (AMORIM,

2007)

Ocorreu um processo de redução da enfermidade à doença; a atenção dos médicos

desviou-se do paciente como pessoa total. Enquanto a enfermidade é uma condição do ser

humano total, a doença é a condição determinada por parte do corpo e, em vez de tratarem os

pacientes que estão enfermos, os médicos concentram-se no tratamento das suas doenças.

Àqueles cabe descobrir a doença, classificá-la de acordo com a nosografia médica e então

administrar tratamento atual (em voga na ciência). (AMORIM, 2007)

As doenças, seus critérios diagnósticos e fatores de risco, de intersecção variável com

o adoecimento e a vida levada pelos doentes obscurecem um vislumbre sobre a evolução

global do paciente. Este está "esquartejado" epistemologicamente por síndromes e doenças de

aparelhos orgânicos (especialistas) bem separados por uma fisiologia e fisiopatologia

biomecânica que sabe muito de patologias, microorganismos, moléculas, órgãos, tecidos e

sistemas do corpo e pouco das ligações e inter-relações sutis e complexas entre tudo isso e a

vida vivida pelo doente. (AMORIM, 2007)

Page 6: Fitoterapia e TPM

22

Talvez a tarefa mais intensa para os profissionais da saúde e educação nos contatos

que desenvolvem com as classes populares é aceitarem o fato de que o saber também é

produzido por aquela classe, e isso se deve à formação escolarizada da classe média, aliada a

uma sociedade capitalista e consumista que procura deter em suas mãos os meios de

produção, inclusive do conhecimento. (AMORIM, 2007)

Não estamos defendendo que os técnicos/profissionais/cientistas devam abandonar

seus construtos e descobertas, mas que haja uma relação simbiótica entre os dois tipos de

conhecimento, o científico e o popular. Dessa maneira, a intersubjetividade humana poderia

ser mais bem compreendida, ou seja, sem a sobreposição de um saber sobre o outro, mas sim

reconhecendo às possibilidades e limitações de cada um, afinal, a cultura das classes

subalternas é uma tentativa de explicar este mundo em que se vive; no entanto, não dá conta

de tudo explicar, a ciência tampouco. (AMORIM, 2007)

A construção compartilhada do conhecimento é uma estratégia através da qual

podemos alcançar a promoção da saúde, definida como uma metodologia desenvolvida na

prática da Educação e Saúde que considera a experiência cotidiana dos atores envolvidos e

tem por finalidade a conquista, pelos indivíduos e grupos populacionais, de maior poder e

intervenção nas relações sociais que influenciam a qualidade de suas vidas, fruto da relação

entre senso comum e ciência. (AMORIM, 2007)

Não pretendemos fazer apologia ao senso comum e muito menos subestimar a

contribuição da ciência em benefício da Humanidade, mas apenas resgatar o valor do senso

comum no processo de produção e socialização do conhecimento, pois, se de um lado

consideramos aceitável a idéia de que quando se trata do mesmo ponto, é de se esperar, no

entanto, que a ciência seja mais segura, mais exata, mais refinada; não se pode afirmar,

porém, que tudo que seja científico seja mais preciso e mais certo do que tudo o que nos vem

do conhecimento vulgar; por outro, não podemos desconsiderar que o senso comum e a

ciência são expressões da mesma necessidade de compreender o mundo, a fim de viver

melhor e sobreviver. E para aqueles que teriam a tendência de achar que o senso comum é

inferior a ciência, é importante de lembrar que, por dezenas de milhares de anos, os homens

sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse à nossa ciência. A ciência, curiosamente,

depois de cerca de quatro séculos, desde que ela surgiu com seus fundadores, está colocando

sérias ameaças à nossa sobrevivência. (AMORIM, 2007)

Epistemólogos continuístas, como Rubem Alves, defendem a tese de que a ciência

traduz-se num saber derivado da busca de superar problemas que emergem da esfera do senso

comum: a aprendizagem da ciência é um processo de desenvolvimento progressivo do senso

Page 7: Fitoterapia e TPM

23

comum. Só podemos ensinar e aprender partindo do senso comum de que o aprendiz dispõe.

Assim, não podemos ignorar e subjugar a "sabedoria popular". Essa reação acontece muito

claramente no campo da saúde e da educação. Os profissionais tornam-se detentores do saber

técnico e científico, inacessíveis à população; então, tornam-se "mestres" que ditam o certo e

o errado, bem como impõem comportamentos que julgam eficazes, no caso da saúde, para a

melhoria da qualidade de vida e da promoção da saúde. (AMORIM, 2007)

A proposta de unir o conhecimento científico ao do senso comum parece simples de

ser desenvolvida pela educação e a promoção da saúde no cotidiano das ações de saúde.

Entretanto, reconhecemos que esbarramos em dificuldades de várias ordens, em que

problemas de comunicação entre profissionais da saúde e comunidade constituem-se apenas

num sintoma. Na verdade, o problema fundamental é epistemológico e remete ao paradigma

dominante na ciência moderna, bem como no campo da saúde: o paradigma cartesiano.

(AMORIM, 2007)

A partir da segunda metade do século XX, inicia-se uma crise no modelo cartesiano-

positivista até então dominante na saúde. Os próprios profissionais da saúde identificam a

necessidade de mudança no sistema e começam a construir um novo paradigma. Segundo

Thomas Kuhn, o novo paradigma nasce num momento de crise estabelecida da ciência,

conduzida por teorias, pesquisas e escolas. O surgimento de um novo paradigma em qualquer

área do conhecimento é a condição básica para o progresso da ciência. (AMORIM, 2007)

A expressão "promoção da saúde" foi cunhada pela primeira vez em 1945, quando o

historiador e médico Henry Sigerist a mencionou como uma das tarefas da medicina. Sigerist

defendia uma ação integrada entre políticos, lideranças sindicais trabalhadoras e patronais,

educadores e médicos. Esta união de esforços objetivava implementar políticas e programas

de saúde, que são facilitados quando as necessidades básicas do indivíduo (emprego, saúde,

educação, vida social) são satisfeitas. (AMORIM, 2007)

Depois de Sigerist apontar o caminho e a direção desse novo modelo de atenção à

saúde, vários documentos e eventos importantes foram surgindo e ratificando as propostas

anteriores, bem como introduzindo outras. Neste sentido, destacam-se: o Informe Lalonde

(1974), a Declaração de Alma Ata (1978), o documento um Povo Saudável (1979), a Carta de

Otawa (1986), a Declaração de Adelaide (1988), a III Conferência Internacional sobre

Promoção da Saúde (1991) e a Declaração de Jacarta (1997). (AMORIM, 2007)

A promoção da saúde, como vem sendo entendida nos últimos 25 anos, representa

uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as

populações humanas atualmente. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-

Page 8: Fitoterapia e TPM

24

doença e de seus determinantes, esquecendo a máquina corporal e incorporando uma

abordagem holística, propõe a articulação de saberes técnicos e populares, e a mobilização de

recursos institucionais e comunitários, públicos e privados através de parcerias para seu

enfrentamento e resolução. Compreendemos que a educação em saúde é um componente

indispensável neste processo, focalizando suas intervenções primordialmente no indivíduo

pertencente a uma comunidade onde se dão as relações sociais, culturais, econômicas e

políticas, envolvendo todo o contexto e a realidade subjetiva e resgatando a cidadania e o

direito de "ser e sentir-se gente". (AMORIM, 2007)

O enfoque da promoção da saúde nos serviços de saúde implica o resgate da

perspectiva integral na abordagem da atenção. O cuidado implica na compreensão do ser

humano nos seus direitos, na sua especificidade, na sua integralidade. Orientar-se pelo

cuidado é romper com a lógica de formação excessivamente baseada na hegemonia

biomédica, no autoritarismo das relações, no poder construído a partir de um saber que

silenciam outros e coisifica os sujeitos. (OPAS, 2007)

Buscando uma maior equidade na conquista da saúde surgiram as Conferências

Internacionais sobre Cuidados Primários de Saúde e sobre Promoção de Saúde, organizadas

pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que geraram conceitos e incentivos à pesquisa e

prática de tratamentos tradicionais, considerando-se a cultura de determinadas comunidades,

tais como as indígenas. (OPAS, 1978 e 1988)

Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em

métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis,

colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena

participação e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu

desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e automedicação inegável. (OPAS, 1978)

Um princípio básico de justiça social é assegurar que a população tenha acesso aos

meios imprescindíveis para uma vida saudável e satisfatória. Ao mesmo tempo, isto

aumentará, de maneira geral, a produtividade da sociedade tanto em termos sociais como

econômicos. Políticas públicas voltadas à saúde e planejadas para curto prazo trarão

benefícios econômicos de longo prazo. (OPAS, 1988)

Mais de um milhão de pessoas no mundo têm acesso inadequado aos cuidados básicos

(essenciais) de saúde. Os sistemas de atenção à saúde, indubitavelmente, precisam ser

reforçados. As soluções estão além de um sistema de saúde nos moldes tradicionais. (OPAS,

1991)

Page 9: Fitoterapia e TPM

25

Da necessidade de uma alternativa no cuidado à saúde, surgem os sistemas

tradicionais, conhecidos por Medicinas Complementares (dentre tantas outras denominações),

que vêm encontrando cada vez mais espaço nos sistemas de saúde de países em

desenvolvimento, e até mesmo desenvolvidos. Segundo a OMS, o país que menos utiliza

essas práticas é a Bélgica, com 38% de pessoas que já utilizaram pelo menos uma vez alguma

técnica. Na África esse número chega a 80%. Em países em desenvolvimento, o amplo uso de

Medicina Tradicional é atribuído à sua acessibilidade e executabilidade; por muitas vezes é a

única fonte de atenção à saúde para populações pobres. (OMS, 2002)

É considerado Medicina Tradicional as práticas, enfoques, conhecimentos e crenças da

saúde diversas que incorporam medidas baseadas em plantas, animais e, ou minerais, terapias

espirituais, técnicas manuais e exercícios aplicados de forma individual ou em combinação

para manter o bem-estar, além de tratar, diagnosticar e prevenir as enfermidades,

desenvolvidas antes do que se considera medicina moderna. (WIKIPEDIA, 2006) (OMS,

2002)

As práticas das Medicinas Tradicionais têm por princípio momentos históricos onde o

homem ainda via que o ser era influenciado por umas série de componentes externo e interno,

tais como seu grau de espiritualidade, sendo guiado por sua crença no divino, suas emoções

(haja visto a teoria dos humores elaborada por Hipócrates), e o meio ambiente ativamente

influenciando seu estado de saúde ou doença. Hoje em dia isto é caracterizado como

abordagem holística, portanto, pode-se afirmar que a visão holística dentro da terapêutica está

para a Medicina Tradicional, assim como a Medicina Moderna está para a alopatia.

(WIKIPEDIA, 2006)

As preocupações a cerca dos efeitos colaterais de fármacos-químicos, as questões

associadas ao enfoque e suposições da medicina alopática, o maior acesso do público à

informações de saúde, as alterações nos custos e a reduzida tolerância ao paternalismo são

alguns dos fatores que contribuem para a crescente procura de tratamentos complementares à

medicina moderna, quando não tomados como reais alternativas. Algumas populações

simplesmente não podem se dar ao luxo de pagar por um fármaco-químico. A fitoterapia

nesses casos, não só é relativamente mais barata como pode-se pagar tanto em espécie e, ou

segundo o bem-estar proporcionado ao cliente. (OMS, 2002)

Ainda que os tratamentos e as tecnologias alopáticas sejam abundantes para doenças

crônicas que possam a vir desenvolver-se muitas vezes pela maior expectativa de vida

resultante dessa mesma tecnologia, alguns pacientes não se satisfazem com os resultados

Page 10: Fitoterapia e TPM

26

dessas intervenções. Os tratamentos e as tecnologias não têm sido suficientemente eficazes e

têm provocado efeitos colaterais. (OMS, 2002)

Em princípio a Medicina Tradicional profissional pode ser transformada em prática

profissional por vários mecanismos de legitimação social, exigindo um especialista e um

processo médico - sagrado (iniciático) de especialização, caracterizando-se por possuir

escolas, documentos, mestres e discípulos. É na tentativa de sistematizar e adaptar a formação

de profissionais nessas terapias que os países europeus, Estados Unidos e Canadá foram

pioneiros nesse campo de atuação com escolas superiores de Naturopatia. (WIKIPEDIA,

2006) (CARLI, 2007)

Aqui no Brasil essa é uma profissão recente e até pouco tempo não normatizada pelos

órgãos competentes. Hoje temos exemplos como os de São Paulo, onde encontra-se um dos

cursos superiores de Naturologia existentes no Brasil, cuja aprovação do diploma foi

regulamentada pela Portaria nº. 161 de 16 de fevereiro de 2007, para alunos formados até esse

ano. Tudo isso está de acordo com as recomendações da OMS e de acordo com a Política

Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares (PMNPC). (CARLI, 2007)

(MELO, 2007) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005)

A Naturologia trata da aplicação de diversos recursos naturais na promoção,

manutenção e restabelecimento da saúde, utilizando-se de conceitos e técnicas em terapias

naturais que promovam o equilíbrio energético do indivíduo e do meio ambiente de forma

integral. A base são as Terapias Vibracionais (como colorterapia, florais, meditação,

reflexologia, entre outras), Orientais (chinesa e indiana) e Antroposófica. (UNIVERSIDADE

ANHEMBI MORUMBI, 2003)

Espera-se que cumprindo as determinações sobre a implantação de algumas dessas

práticas naturais no Sistema Único de Saúde (SUS), cada vez mais pessoas possam ser

beneficiadas pelas vantagens dessa nova medicina que surge não para substituir, e sim para se

aliar a tudo o que já existe criando um novo paradigma, de forma a unir aquilo que antes foi

relegado àquilo que já não demonstra mais uma compensação entre benefício-prejuízo à saúde

e bem estar de forma geral. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) (OMS, 2002) (OPAS, 2007)

Page 11: Fitoterapia e TPM

27

2 FISIOLOGIA REPRODUTIVA FEMININA

A unidade funcional dos ovários é o folículo ovariano individual, que é formado por

uma célula germinativa, cercada por células endócrinas. Quando completamente

desenvolvido, o folículo ovariano desempenha diversas funções: (CONSTANZO, 1999)

Fornecer nutrientes para o oócito em desenvolvimento

Libera o oócito no tempo devido (ovulação)

Prepara a vagina e as trompas de Falópio para ajudar na fertilização do óvulo por um

espermatozóide

Prepara o revestimento interno do útero para a implantação do óvulo fecundado

Mantém a produção de hormônios esteróides para o feto (no caso de ocorrer

fecundação), até que a placenta possa assumir essa função (CONSTANZO, 1999)

 

2.1 Síntese e Secreção de Estrogênio e Progesterona

Os hormônios esteróides ovarianos, progesterona e 17β-estradiol, são sintetizados

pelos folículos ovarianos, por meio das ações combinadas das células da granulosa e tecais.

(CONSTANZO, 1999)

O córtex adrenal produz todos os intermediários até o nível da androstenediona, mas

por não ter a enzima 17β-hidroxiesteróide desidrogenase, não pode produzir testosterona. De

igual modo, os testículos produzem todos os intermediários até o nível da testosterona, mas

não podem produzir estrogênio porque não possuem a enzima aromatase. Todas as etapas da

via biossintética estão presentes nos ovários, incluindo a aromatase, que converte a

testosterona em 17β-estradiol, o principal estrogênio ovariano. (CONSTANZO, 1999)

A progesterona e o 17β-estradiol são sintetizados da seguinte forma: as células das

tecas sintetizam e secretam a progesterona. As células tecais também sintetizam testosterona;

essa testosterona se difunde das células das tecas para as células da granulosa, a qual contém

aromatase. Nas células da granulosa, a testosterona é convertida em 17β-estradiol. O FSH

(Hormônio Folículo Estimulante)e o LH (Hormônio Luteinizante) têm, cada um, participação

no processo biossintético. O LH estimula a colesteroldesmolase, nas células tecais (a primeira

Page 12: Fitoterapia e TPM

28

etapa da via biossintética). O FSH estimula aromatase nas células da granulosa (a última etapa

da síntese do 17β-estradiol). (CONSTANZO, 1999)

2.2 Regulação da Função Ovariana

Como já citado, os ovários possuem duas funções: oogênese e a secreção dos

hormônios esteróides femininos. Essas duas funções são controladas pelo eixo hipotalâmico-

hipofisiário. Assim como nos testículos, o hormônio hipotalâmico é o GnRH (Hormônio

Liberador de Gonadotrofina), e os hormônios da hipófise anterior são os FSH e o LH.

(CONSTANZO, 1999)

2.2.1 GnRH

O funcionamento ovariano é regulado pela atividade pulsátil do eixo hipotalâmico-

hipoofisiário. O GnRH é levado diretamente para o lobo anterior da hipófise, em alta

concentração, onde vai estimular a secreção de FSH e de LH. Em seguida, o FSH e o LH

atuam sobre os ovários, para estimular o desenvolvimento folicular e a ovulação e para

estimular a síntese dos hormônios esteróides sexuais femininos. (CONSTANZO, 1999)

2.2.2 FSH e LH

Para compreender o controle hipotálamo-hipofisiário nos ovários, é importante saber

ter em mente seu comportamento cíclico. A cada 28 dias, é repetida a seqüência de

desenvolvimento folicular, ovulação e formação do corpo amarelo no ciclo menstrual.

(CONSTANZO, 1999)

Os primeiros 14 dias do ciclo envolvem o desenvolvimento folicular e são chamados

de fase folicular. Os últimos 14 dias do ciclo menstrual são dominados pelo corpo amarelo e

Page 13: Fitoterapia e TPM

29

são chamados de fase lútea. No ponto médio de cada ciclo, entre as fases foliculares e lúteas,

ocorre a ovulação. (CONSTANZO, 1999)

As ações do FSH e do LH, sobre o desenvolvimento folicular e sobre a ovulação são

explicadas do seguinte modo:

FSH - As células da granulosa são as únicas células ovarianas com receptores para o

FSH. As ações iniciais do FSH estimulam o crescimento das células da granulosa, nos

folículos primários, e estimulam a síntese de estradiol. O estradiol, produzido localmente,

sustenta o efeito do crescimento do FSH sobre as células foliculares. Dessa forma, os dois

efeitos do FSH sobre as células da granulosa são mutuamente reforçadores: mais células, mais

estradiol. (CONSTANZO, 1999)

LH - A ovulação é desencadeada pelo LH. Logo antes da ovulação, a concentração

sanguínea de LH aumenta acentuadamente e promove a ruptura do folículo dominante,

liberando o oócito. O LH também estimula a formação do corpo amarelo (luteinização), e

mantém a produção de hormônios esteróides pelo corpo amarelo, durante a fase lútea do ciclo

menstrual. (CONSTANZO, 1999)

2.3 Resposta Negativa e Positiva

Nas mulheres, o eixo hipotálamo-hipofisiário é controlado tanto por feedback negativo

como por feedback positivo, dependendo da fase do ciclo menstrual. (CONSTANZO, 1999)

Na fase folicular, o FSH e o LH estimulam a síntese e a secreção do estradiol, pelas

células foliculares. Uma das ações do estradiol é um feedback negativo sobre as células da

hipófise anterior, para inibir a secreção adicional de FSH e de LH. Dessa forma, a fase

folicular é dominada pelo estradiol e é regulada por feedback negativo. (CONSTANZO,

1999)

No meio do ciclo, o padrão se altera. Os níveis de estradiol aumentam

acentuadamente, como resultado da proliferação das células foliculares e pela estimulação da

síntese de estradiol, que ocorreu na fase folicular. Quando é atingido um nível crítico de

estradiol (de pelo menos 200 picogramas por mililitro de plasma), ele passa a exercer o efeito

de feedback positivo sobre a hipófise anterior, promovendo a secreção adicional de FSH e de

LH. Esse surto de secreção hormonal, pela hipófise anterior, chamado de surto ovulatório de

FSH e de LH, então, desencadeia a ovulação do oócito maturo. (CONSTANZO, 1999)

Page 14: Fitoterapia e TPM

30

Na fase lútea, a principal secreção hormonal pelos ovários é a progesterona. Uma das

ações da progesterona é um feedback negativo sobre a hipófise anterior, para inibir a secreção

de FSH e de LH. (CONSTANZO, 1999)

2.4 Ações do Estrogênio e da Progesterona

Em geral, os dois hormônios esteróides ovarianos atuam de forma coordenada, para

manter a atividade reprodutiva da mulher; desenvolvimento dos óvulos, desenvolvimento e

manutenção do corpo amarelo, para manter o óvulo fertilizado, manutenção da gravidez e

preparação das mamas para a lactação. (CONSTANZO, 1999)

Usualmente o estrogênio e a progesterona complementam, ou aumentam as ações do

outro hormônio sobre o trato reprodutivo feminino. Ocasionalmente, antagonizam as ações do

outro. A secreção de estrogênio (pelos ovários) precede a de progesterona, preparando os

tecidos-alvo para responder à progesterona. (CONSTANZO, 1999)

Os dois hormônios ovarianos são responsáveis pelo desenvolvimento sexual da mulher

e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os hormônios adrenocorticais e o hormônio

masculino testosterona, são ambos compostos esteróides, formados principalmente do

colesterol. Os estrogênios são, realmente, vários hormônios diferentes chamados estradiol,

estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por

esse motivo, são considerados juntos, como um único hormônio. (VILELA, 2007)

O estrogênio induz as células de muitos locais do organismo a proliferar, isto é, a

aumentar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero, aumenta tanto que o órgão,

após a puberdade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho. O estrogênio também

provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se

cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovóide, em vez

de afunilada como no homem; provoca o desenvolvimento das mamas e a proliferação dos

seus elementos glandulares, e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher,

em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do sexo. Em resumo,

todas as características que distinguem a mulher do homem são devido ao estrogênio e a razão

básica para o desenvolvimento dessas características é o estímulo à proliferação dos

elementos celulares em certas regiões do corpo. (VILELA, 2007)

Page 15: Fitoterapia e TPM

31

A falta de estrogênio causa irritabilidade e a depressão em graus variados, por este

estar associado a sentimentos de auto-estima. O estrogênio também estimula o crescimento de

todos os ossos logo após a puberdade, mas promove rápida calcificação óssea, fazendo com

que as partes dos ossos que crescem se "extingam" dentro de poucos anos, de forma que o

crescimento, então, pára. A mulher, nessa fase, cresce mais rapidamente que o homem, mas

pára após os primeiros anos da puberdade; já o homem tem um crescimento menos rápido,

porém mais prolongado, de modo que ele assume uma estatura maior que a da mulher, e,

nesse ponto, também se diferencia os dois sexos. (VILELA, 2007)

A progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais

femininos; está principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do

embrião e à preparação das mamas para a secreção Láctea. Em geral, a progesterona aumenta

o grau da atividade secretora das glândulas mamárias e, também, das células que revestem a

parede uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo com que ele seja

intensamente invadido por vasos sangüíneos; determina, ainda, o surgimento de numerosas

glândulas produtoras de glicogênio. Finalmente, a progesterona inibe as contrações do útero e

impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do feto em desenvolvimento.

(VILELA, 2007)

1 - Ciclo Menstrual Fonte: Vilela, 2007

Page 16: Fitoterapia e TPM

32

2.5 Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual é o período que se estende do primeiro dia do fluxo sangüíneo até o

ultimo dia do fluxo seguinte. (UNIFESP, 2007)

          Durante o decorrer do ciclo menstrual, o estrogênio e a progesterona são responsáveis

pelas alterações que ocorrem no endométrio, no cérvix e na vagina. (CONSTANZO, 1999)

Com base em ciclo de 28 dias, a fase folicular do ciclo menstrual é o período de 14

dias que precede a ovulação. Essa fase, também chamada fase proliferativa, é dominada pelo

estrogênio.O 17ß- estradiol, cuja secreção aumenta acentuadamente durante essa fase, exerce

efeitos significativos sobre o revestimento endometrial do útero, preparando-o para a

possibilidade de aceitar um óvulo fertilizado. O estradiol faz com que o muco cervical fique

aquoso e elástico. Quando em esfregaço, na lâmina de vidro, o muco cervical da fase folicular

produz padrão conhecido como o de folha de samambaia. Essa característica do muco cervical

permite a formação de canais nesse muco aquoso, criando orifícios na cérvix, por onde os

espermatozóides podem ser propelidos. (CONSTANZO, 1999)

A fase lútea do ciclo menstrual é o período de 14 dias que se segue, imediatamente, à

ovulação. Essa fase também é chamada fase secretória e é dominada pela progesterona. A

proliferação do endométrio fica lentificada e sua espessura diminui. As glândulas uterinas

ficam mais tortuosas, acumulam glicogênio em vacúolos e aumentam suas secreções mucosas.

O estroma do endométrio dica edemaciado. A secreção de progesterona diminui a quantidade

de muco cervical, que se torna espesso e não-elástico, não-cristalizado no padrão folha de

samambaia. (CONSTANZO, 1999)

2.6 Eventos do Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual se repete em intervalos de, aproximadamente, 28 dias, durante o

período reprodutivo da mulher (da puberdade à menopausa). Os eventos desse ciclo incluem o

desenvolvimento do folículo ovariano e de seu oócito, a ovulação, o preparo do trato

reprodutivo para receber o óvulo fertilizado e a descamação do revestimento endometrial, se

não ocorreu à fertilização. A duração do ciclo pode variar de 21 a 35 dias. A variabilidade da

duração do ciclo é atribuída à variabilidade da fase folicular; a fase lútea, porém, tem duração

Page 17: Fitoterapia e TPM

33

constante. As alterações hormonais e os eventos de um ciclo de 28 dias são mostrados na

figura a seguir, e descritos nos seguintes estágios: (CONSTANZO, 1999) 

A - Fase folicular ou proliferativa: Essa fase ocorre do dia 1 até o dia 14. Durante esse

período, um folículo primordial se desenvolve até um folículo de Graaf, enquanto os folículos

vizinhos se tornam atrésicos (degeneram ou regridem). Após a degeneração dos folículos

vizinhos, o folículo remanescente é chamado de folículo dominante. Precocemente, na fase

folicular, os receptores para FSH e LH são regulados para cima nas células da teca e da

granulosa foliculares e as gonadotropinas estimulam a síntese de estradiol. A fase folicular é

dominada pelo 17ß-estradiol, cujos níveis aumentam continuadamente. Os altos níveis de

estradiol promovem a proliferação do revestimento endometrial uterino e inibem a secreção

de FSH e de LH pela hipófise anterior, por meio de feedback negativo. (CONSTANZO, 1999)

B - Ovulação: A ovulação ocorre no dia 15 do ciclo menstrual de 28 dias.

Independentemente da duração do ciclo, a ovulação ocorre 14 dias antes de seu término. Por

exemplo, em ciclo de 35 dias, a ovulação ocorre dia 21, ou 14 dias antes da menstruação. A

ovulação se segue a surto de secreção de estradiol, no fim da fase folicular: tal surto exerce

efeito de feedback positivo sobre a secreção de FSH e de LH, pela hipófise anterior (chamado

de surto de FSH e de LH) O surto de FSH e de LH promove a ovulação do óvulo maturo. Na

ovulação, a quantidade de muco cervical aumenta, tornando-se aquoso e mais penetrável

pelos espermatozóides. Os níveis de estradiol diminuem imediatamente após a ovulação, mas

vai aumentar de novo durante a fase lútea. (CONSTANZO, 1999)

C - Fase lútea ou secretória: A fase lútea ocorre do dia 15 ao dia 28, terminando com

o início da menstruação. Durante a fase lútea, o corpo amarelo se desenvolve e começa a

sintetizar estradiol e progesterona. Os altos níveis de progesterona, durante essa fase,

estimulam a atividade secretora do endométrio e aumentam sua vascularização. Assim, na

fase folicular, o estradiol fez com que o endométrio proliferasse; na fase lútea, a progesterona

está preparando o endométrio para receber um óvulo fertilizado. A temperatura corporal basal

aumenta, na fase lútea, pois a progesterona eleva o ponto fixo hipotalâmico para a

temperatura. O muco cervical fica menos abundante e mais espesso, tornando a passagem de

espermatozóides para fertilizar o óvulo mais difícil. Tardiamente, na fase lútea, se não ocorreu

fertilização, o corpo amarelo regride. Com essa regressão, a fonte lútea de estradiol e de

progesterona é perdida e os níveis sanguíneos desses hormônios caem abruptamente.

(CONSTANZO, 1999)

D - Menstruação: A regressão do corpo amarelo e a perda abrupta de estradiol e de

progesterona fazem com que o revestimento endometrial, junto com o sangue, seja descamado

Page 18: Fitoterapia e TPM

34

(menstruação ou sangramento menstrual). Tipicamente, a menstruação dura 4 dias,

correspondendo aos dias de 1 à 5 do ciclo menstrual seguinte. Durante esse período, os

folículos primordiais para o ciclo seguinte estão sendo recrutados e começando a se

desenvolver. (CONSTANZO, 1999)

Page 19: Fitoterapia e TPM

35

3 SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL

As primeiras referências à Síndrome Pré-Menstrual (SPM) encontram-se nos relatos

de Hipócrates, que observou o aparecimento de cefaléia e agitação no período pré-menstrual.

Em 1931, Frank classificou estes e outros sintomas, que surgem na fase pós-ovulatória do

ciclo, com intensidade progressiva e cessando com o início do fluxo menstrual, como tensão

pré-menstrual (TPM). (FERNANDES, et al; 2004)

Os critérios diagnósticos SPM foram claramente definidos em 1983. Confirmar o

diagnóstico prospectivamente e excluir outras alterações foram os maiores avanços no manejo

da SPM. O critério de classificação em SPM e Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM)

nos permitem agora identificar as pacientes que precisam de intervenção terapêutica mais

específica. (COSTA, 2000)

Vários estudos permitiram observar que a tensão nervosa não estava sempre presente

neste complexo sintomatológico e que o único achado consistente era o fato de os sintomas se

apresentarem de forma cíclica, relacionados com a fase pré-menstrual. Assim sendo, Greene e

Dalton propuseram o termo “síndrome pré-menstrual”. (FERNANDES, et al; 2004)

Muitos estudos vêm pesquisando sobre as eventuais causas da TPM e, até agora, pode-

se afirmar simplesmente que sua causa principal se relaciona ao metabolismo próprio de cada

paciente, aliado às mudanças hormonais à que elas estão sujeitas; sendo assim considera-se

também que seja o resultado de uma complexa rede de eventos mediados pela serotonina e

desencadeada pela ovulação. Por consenso a SPM apresenta ser um distúrbio relacionado ao

desequilíbrio entre os dois principais hormônios femininos envolvidos na segunda fase do

ciclo menstrual, progesterona e estrogênio, que atuam após o período da ovulação e que

precede a menstruação. (BALLONE, 2003) (COSTA, 2000)

Atualmente, aproximadamente 40% das mulheres entre 15 e 45 anos de idade sofrem

de algum sintoma da síndrome pré-menstrual. Esse dado foi elaborado através de uma média

estabelecida segundo dados de diversos estudos relatando que 5% a 95% das mulheres em

idade reprodutiva sofrem de transtorno disfórico pré-mestrual, qualificado como um

transtorno mais severo do que a síndrome aqui relatada por englobar sintomas psicóticos aos

associados à SPM. (JOSIMOVICH, 1982 e FERNANDES, et al, 2004)

Porém, sabe-se que um total de 75% a 95% das mulheres em idade reprodutiva com

ciclo menstrual regular apresentam algum tipo de sintoma pré-menstrual de intensidade leve,

Page 20: Fitoterapia e TPM

36

sem necessidade de intervenção médica ou psiquiátrica. Sua prevalência é estimada entre 10%

e 20% a partir de estudos populacionais feitos entre mulheres de 18 a 45 anos de idade que

procuram algum tipo de tratamento para seus sintomas. (VALADARES, 2006)

Modernamente, as primeiras descrições do problema sob a denominação de Tensão

Pré-menstrual (TPM) aparecem em 1931 com Frank. Também foi chamada de Síndrome Pré-

menstrual (SPM) numa reclassificação do manual diagnóstico e estatístico da Associação

Psiquiátrica Americana (DSM-III), onde os principais sintomas físicos seriam o dolorimento e

tumefação das mamas (mastalgia), cefaléia e alterações do humor, os quais acometeriam cerca

de 75% das mulheres durante 3 a 10 dias anteriores à menstruação. (FERNANDES, et al;

2004) (BALLONE, 2003)

A partir do DSM-IV este distúrbio passou a se chamar Transtorno Disfórico Pré-

menstrual (TDPM). Nesta classificação o TDPM está incluído em Transtornos Depressivo

sem outra Especificação. Apesar disso o termo Síndrome Pré-Menstrual ainda é aceito por

não ser excludente de qualquer sintoma com que essa possa se manifestar; não somente

físicos (TPM), nem apenas emocionais (Síndrome Disfórica). (FERNANDES, et al; 2004)

(BALLONE, 2003)

O diagnóstico baseia-se exclusivamente no quadro clínico. Testes em laboratórios não

são disponíveis para se fazer o diagnóstico da SPM. O diagnóstico é, portanto, feito por um

diário de sintomas e por eliminação de outras possíveis causas identificáveis responsáveis

pelo quadro clínico relatado. Dessa maneira, utiliza-se um questionário que contenha

desconfortos mais freqüentes ocorridos na fase lútea para se avaliar a eficácia, ou não, da

terapia aplicada. (BASTOS, 1998; FERNANDES, et al; 2004 e MORTOLA, et al, 1990)

É digno de nota que as mulheres anovulatórias não parecem sofrer de tensão pré-

menstrual propriamente dita. Entretanto tem sido difícil definir a natureza das anomalias

fisiológicas, que se dividem em muitas hipóteses. Da mesma forma, a presença de um

aumento de peso e edema cíclico constitui um enigma fisiopatológico. (JOSIMOVICH, 1982)

Embora a maioria das mulheres apresente diversos sintomas antes da menstruação,

poucas consideram isso anormal. As mulheres afetadas pela síndrome apresentam uma

incidência elevada de distúrbios psicológicos e neuroses. Este fato, juntamente com a falta de

achados orgânicos uniformes, fez com que alguns autores acreditassem em fatores

psicogênicos responsáveis por essa síndrome. (JOSIMOVICH, 1982)

Em alguns casos a SPM pode ser resultante de distúrbios orgânicos que interferem no

funcionamento dos ovários, das supra-renais ou de alterações no funcionamento cerebral.

Outras vezes parece tratar-se de uma conseqüência de alguma notável alteração emocional

Page 21: Fitoterapia e TPM

37

afetiva, pois, diversas evidências falam a favor de uma associação entre a TPM e os

transtornos depressivos, levando à sugestão de que um tipo específico de alteração pré-

menstrual, caracterizada por modificações de humor, poderia representar um subtipo de algum

Transtorno Depressivo, o qual se manifestaria ciclicamente (ROY-BYRNE et al, 1987).

E, de fato, a TPM apresenta-se de forma bastante semelhante à descrita para a

depressão atípica, ou seja, com humor deprimido, reações excessivas à alterações do

ambiente, hipersonia (muito sono), aumento do apetite com predileção por carboidratos,

fadiga, sensibilidade à rejeição, ansiedade e irritabilidade. Além disso, outra evidência a favor

da associação entre TPM e transtornos depressivos é o fato de que um dos tratamentos mais

efetivos para controle dos sintomas pré-menstruais é o uso de antidepressivos inibidores

seletivos da recaptação de serotonina (FREEMAN, 2001).

Concluindo, os sintomas podem ser divididos em 2 grupos: somáticos e psíquicos.

Entre os sintomas somáticos mais comuns estão os estados congestivos que afetam

principalmente as mamas, abdome e pelve, a retenção hídrica e outras manifestações como a

enxaqueca, o aumento da secreção vaginal, dores vagas generalizadas, anorexia, aumento do

apetite, diarréia, constipação, sudorese, acne, herpes, insônia, crises asmáticas, aumento de

peso temporário, dores lombares e ciáticas, distúrbios alérgicos, crises cíclicas de hipertrofia

da tiróide, aerofagia, estados hipoglicêmicos e crises convulsivas. (JOSIMOVICH, 1982)

Entre os sintomas psíquicos com maior freqüência estão a incapacidade de

concentração, labilidade afetiva, perturbações no sono, agressividade, irritabilidade, tensão

nervosa, humor variável, depressão, ansiedade, crises de choro e desânimo. Na SPM pode

ocorrer a predominância de alguns sintomas, o que levou Abraham a classificá-la em quatro

subgrupos: SPM A, H, C e D. (JOSIMOVICH, 1982)

A SPM-A é o quadro mais comum, no qual predomina a sintomatologia emocional

com intensa ansiedade, irritabilidade e tensão nervosa, levando a padrões de comportamento

alterado. A teoria mais aceita preceitua ser este quadro desencadeado por preponderância de

ação estrogênica, por hiperestrogenemia ou hipoprogesteronemia. (JOSIMOVICH, 1982)

A SPM-H é a segunda mais freqüente e se caracteriza por alterações do metabolismo

hídrico, manifestada por edema, dores abdominais e ganho de peso. A retenção de sódio e

água que predomina nesses casos tem sua etiologia explicada principalmente pela elevação da

aldosterona sérica, devido ao aumento do ACTH em face do estresse e a altos níveis de

serotonina cerebral e da angiotensina II. (JOSIMOVICH, 1982)

A SPM-C tem como sintoma preponderante a cefaléia, habitualmente acompanhada

de aumento do apetite, desejo incontrolável de ingerir alimentos doces, fadiga, palpitações e

Page 22: Fitoterapia e TPM

38

tremores. Têm sido encontrados nesses casos uma diminuição do magnésio nas hemácias e

um aumento de tolerância aos carboidratos, resultante de um aumento da resposta insulínica à

glicose. A deficiência de PGE-1 no pâncreas e sistema nervoso central (SNC) está associada a

esta sintomatologia. (JOSIMOVICH, 1982)

A SPM-D manifesta-se por intensa depressão, acompanhada de insônia, choro fácil,

esquecimento e confusão. Também neste subgrupo tem sido acusada a deficiência de

magnésio, como fator etiológico, por meio de dois mecanismos: no primeiro deles, essa

deficiência aumentaria a sensibilidade ao estresse, favorecendo a secreção de androgênios

mediados pelo ACTH, deprimindo o SNC. O segundo mecanismo seria mediante aumento da

absorção intestinal do chumbo. A depressão está usualmente associada com baixos níveis de

aminas biogênicas nas vesículas sinápticas do SNC. (JOSIMOVICH, 1982)

A SPM pode ser tratada em diferentes níveis, de acordo com as necessidades da

paciente. Primeiro, a paciente deve entender o processo pelo qual está passando. Em segundo

lugar, conforme os sinais e sintomas predominantes, algumas medidas gerais podem ser úteis

para aliviar os quadros mais leves, como a atividade física e a prática de esportes e de

atividades relaxantes. Devem-se usar roupas adequadas, ter repouso suficiente, alimentação

leve e variada, menor ingestão de sódio e água, visando a reduzir a retenção hidrossalina.

(JOSIMOVICH, 1982)

Podem ser tratadas, como primeira escolha, com os Inibidores da Recaptaçäo da

Serotonina, sendo segunda escolha a clomipramina e bloqueadores da ovulaçäo, como os

análogos do GnRH associados aos estrógenos e progestágenos. (COSTA, 2000)

Algumas mulheres relataram alívio dos sintomas pré-menstruais com ervas, mas

poucos estudos científicos comprovam seus efeitos: Cimicífuga racemosa indicada para dores

articulares, cefaléias e depressão; Zingiber officinalis, indicado no combate a náuseas; folha

raspada de Morus nigra, indicada para cólicas, casca de árvore de uva (da variedade Vitis

labrusca – bordô) indicada para ansiedade, insônia e variações de humor ou óleo de prímula

para cólicas e mastalgia. (FERNANDES, 2004)

Page 23: Fitoterapia e TPM

39

4 FITOTERAPIA

Perpassando diferenças sociais, econômicas, espaciais e culturais, pode-se verificar

que a Fitoterapia é uma prática milenar, que inclui o aproveitamento da flora brasileira,

contando o seu acervo com literatura científica especializada (compêndios), e sendo

largamente recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso, sua

aplicação terapêutica tem demonstrado alta eficácia em algumas patologias mais comuns da

saúde pública e têm uso sabidamente secular no Brasil, sendo uma possibilidade para baratear

custos para os cofres públicos, implicando em uma maior auto-suficiência e menor

necessidade de importação de matéria-prima. (INSTITUTO BRASILEIRO DE PLANTAS

MEDICINAIS, 2007) (OLIVEIRA, 2005)

Segundo definição da ANVISA, os fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de

plantas medicinais, empregando-se exclusivamente derivados de droga vegetal (extrato,

tintura, óleo, cera, exsudato, suco, e outros). Por sua vez, estes seguem os mesmos padrões de

exigência de qualquer outro medicamento para serem registrados. Só podem ter como

substância ativa plantas. Na composição, o produto poderá até conter um solvente, corante ou

adoçante, mas nunca poderá estar misturado com princípios ativos sintéticos. Tem de ser

comprovado que o efeito terapêutico tem origem numa planta, extrato, suco ou óleo dela. (Di

STASI, 1996) (ANVISA, 2000)

Não são considerados fitoterápicos os chás (que são enquadrados como alimentos),

homeopatias (por terem processo de produção diferenciado) e partes de plantas medicinais

(por ser considerado apenas a matéria-prima dos fitoterápicos). (ANVISA, 2002)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem recomendado constantemente, em suas

reuniões, a adoção de plantas medicinais nos programas de atenção primária de saúde sob os

lemas “Saúde para todos no ano 2000” e “Salvem as plantas, elas salvam vidas” como forma

de diminuir os custos dos programas de saúde pública e ampliar o número de beneficiados,

principalmente nos países subdesenvolvidos e naqueles em desenvolvimento, onde persistem

os grandes bolsões de pobreza. (OPAS, 2007)

Porém, é preciso ter cautela ao utilizar a fitoterapia, uma vez que um produto natural

não significa necessariamente que seja livre de efeitos colaterais. Todos os medicamentos,

inclusive os fitoterápicos, devem ser usados com orientação médica. Apesar de ser

erroneamentente considerada por muitos como uma terapia alternativa, não é uma

Page 24: Fitoterapia e TPM

40

especialidade médica e faz parte do arsenal terapêutico habitualmente utilizado. (Di STASI,

1996)

A Constituição Brasileira de 1988 conceitua a saúde como direito de todos e dever do

Estado, definindo-se, assim, o princípio da universalidade para o serviço de saúde. A

Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde, objetivando a ampliação do

acesso, a unificação das estruturas existentes, a descentralização, o financiamento e o controle

social. Apesar dos avanços decorridos a partir de então, a eqüidade no acesso à saúde ainda

está longe de se tornar uma realidade, a despeito da real viabilização progressiva do SUS no

país. O mesmo se aplica ao acesso da população ao medicamento. (OLIVEIRA, 2005)

O estímulo ao uso de fitoterápicos tem como objetivo: prevenir, curar ou minimizar os

sintomas das doenças, com um custo mais acessível à população e aos serviços públicos de

saúde, comparativamente àqueles obtidos por síntese química, que são, em geral,mais caros,

devido às patentes tecnológicas envolvidas. (MIGUEL, 1999)

Nesse sentido, foi criada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos,

com o objetivo de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas

medicinais e fitoterápicos (Decreto Federal nº 5813 de 23 junho de 2006, seção 1), seguindo a

resolução que regula a implantação da prática de Fitoterapia nos serviços de saúde (Resolução

CIPLAN nº8 de 8 de março de 1988). (INSTITUTO BRASILEIRO DE PLANTAS

MEDICINAIS, 2007)

Estes produtos naturais podem ser tão eficientes quanto os produzidos pela síntese

química, contudo a transformação de uma planta em um medicamento deve visar à

preservação da integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de

sua ação biológica e a sua segurança de utilização, além de valorizar seu potencial

terapêutico. (MIGUEL, 1999)

Busca-se aliar o conhecimento científico à aplicação destes no desenvolvimento de

fototerápicos. Entretanto, tem-se que transpassar inúmeros limites, os quais permeiam a

produção do fitoterápico enquanto medicamento. Para que se viabilize a inserção da

fitoterapia nos pequenos centros de produção, bem como nas farmácias de manipulação, deve

haver investimentos na elaboração de documentos oficiais para tal fim. (HENRIQUES, 2007)

Para atingir esses objetivos, a produção de fitoterápicos requer, necessariamente,

estudos prévios relativos a aspectos botânicos, agronômicos, fotoquímicos, farmacológicos,

toxicológicos, de desenvolvimento de metodologias analíticas e tecnológicas. Assim como

regulamenta as Resoluções da Anvisa nº 90 de 16 de março de 2004 (RE 90 - Guia para a

Realização de Estudos de Toxicidade Pré-clínica de Fitoterápicos) e a Resolução nº 48 de 16

Page 25: Fitoterapia e TPM

41

de março de 2004 (RDC 48 - que dispõe sobre o registro de medicament6os fitoterápicos.

(MIGUEL, 1999) (ANVISA, 2003)

Um grande fator limitante é que a maioria das plantas em uso não se encontra descrita

em Códigos oficiais (formulários e farmacopéias), não havendo inclusive estudos sobre as

mesmas. Pode-se citar que dentre as inúmeras espécies de plantas, apenas 324 estão descritas

na Farmacopéia Alemã, 60 na Cooperativa Européia Científica de Fitoterapia, 13 na

Farmacopéia Americana, 60 na Organização Mundial da Saúde e 34 na Farmacopéia

Brasileira. (EVANS, 2002)

A legislação em vigor, ainda incipiente, visa regulamentar e oficializar o

desenvolvimento e o uso de fitoterápicos, de modo a contrapor a expressão que comumente se

ouve tanto dos usuários quanto dos profissionais da saúde que, no momento da prescrição e

dispensação, referem a “...o que é natural não possui efeitos colaterais...”. Tal afirmação é

enganosa e remete a inúmeros riscos à saúde da população. Diversos autores têm demonstrado

que os fitoterápicos possuem efeitos indesejáveis e muitas vezes tóxicos e consideram-se

ainda as Resoluções da ANVISA, RE 90 e RDC 48. Também a polêmica lei de patentes (Lei

no 9.279, de 14 de maio de 1996), onde infelizmente as comunidades nativas possuem seu

conhecimento explorado e discutido, mas não possuem direito ao lucro obtido dele.

(HENRIQUES, 2007)

A indústria nacional de fitoterápicos possui inúmeras drogas comercializadas ao longo

de décadas com base somente no uso popular, sendo atualmente alvo de interesse da indústria.

Remete esforços na busca e isolamento de marcadores e estudos farmacológicos, pré-clínicos

e clínicos, como o caso do xarope de guaco (Mikania glomerata), xarope de agrião

(Nasturtium officinale) e tintura de agoniada Plumeria lancifolia, entre inúmeros outros, cujo

uso pela população pode ser considerado quase secular. (HENRIQUES, 2007)

4.1 As Interfaces da Fitoterapia

O desenvolvimento de fitoterápicos inclui várias etapas e envolve um processo

interdisciplinar, multidisciplinar e interinstitucional. As áreas de conhecimento envolvidas

vão desde a antropologia botânica, botânica, agronomia, ecologia, química, fitoquímica,

farmacologia, toxicologia, biotecnologia, química orgânica até a tecnologia farmacêutica.

(CAMARGO, 1998)

Page 26: Fitoterapia e TPM

42

A pesquisa tem início pelo levantamento em literatura científica e catálogos

internacionais nas áreas específicas do referido conhecimento, seguindo em paralelo a

pesquisa etnobotânica, a qual trata da observação do uso popular de plantas nas diferentes

culturas. (CAMARGO, 1998)

Pode-se também selecionar uma planta por meio de pesquisa quimiotaxonômica (onde

o aspecto morfológico pode revelar a presença de determinados grupos químicos que tenham

atividade farmacológica). Seqüencialmente, coleta-se um espécime da planta, prepara-se uma

exsicata e faz-se a identificação botânica e o registro em um museu ou herbário. (Di STASI,

1996)

A seguir remete-se o vegetal aos estudos botânicos, que têm como objetivo a

identificação clara de uma espécie vegetal, por meio da análise de características anatômicas,

procurando destacar aquelas consideradas peculiares de uma determinada espécie e que, em

última instância, estejam presentes na matéria-prima vegetal. Da mesma forma, é importante o

estabelecimento de características botânicas comparativas que permitam detectar, no controle

de qualidade, a presença de uma ou mais espécies adulterantes. (CAMARGO, 1998)

A avaliação da atividade biológica inclui a investigação da atividade farmacológica e

toxicológica das substâncias isoladas, de frações obtidas ou extratos totais da droga vegetal. A

necessidade de constatar e verificar a atividade biológica de uma planta e dos produtos

derivados pode ser abordada sob dois pontos de vista. O primeiro é investigar uma seqüência

de aspectos, iniciando pela seleção das ações farmacológicas atribuídas à planta. Seleciona-se

a atividade farmacológica específica a ser explorada, identificando-se o farmacógeno, e quais

respectivas substâncias podem apresentar a atividade farmacológica propriamente dita.

Seqüencialmente identifica-se a concentração e potência da substância ativa em questão,

buscando inclusive a presença ou não de substâncias tóxicas na fração de interesse. O segundo

diz respeito ao estabelecimento de estratégias de desenvolvimento tecnológico, no qual sua

validação exige a conservação da composição química e, sobretudo, da atividade

farmacológica a se explorada. (MIGUEL, 1999)

O conhecimento dos aspectos de atividade biológica do vegetal é requisito essencial

para transformação da planta medicinal no produto fitoterápico, havendo também interesse

em estudos de desenvolvimento de metodologias analíticas. (CAMARGO, 1998)

Esses métodos permitem a avaliação da qualidade do produto fitoterápico, promovem

a garantia da constância da ação terapêutica, a segurança de utilização, sendo a eles atribuídas

funções diferenciadas. (CAMARGO, 1998)

Page 27: Fitoterapia e TPM

43

Nesta ótica destaca-se a avaliação do teor de substância ou grupo de substâncias ativas

e do perfil qualitativo dos constituintes químicos de interesse, presentes na matéria-prima

vegetal, produtos intermediários e produto final; por meio de métodos espectrofotométricos,

cromatográficos, físicos, físicoquímicos ou químicos, devendo possuir especificidade,

exatidão, precisão e tempo de rotina analítica, viabilizando-se que o mesmo possa ser

utilizado em estudos de estabilidade, permitindo, inclusive, a detecção de produtos oriundos

da degradação das substâncias ativas ou dos marcadores químicos. (CAMARGO, 1998)

Inclui-se a avaliação das características físicas e físico-químicas dos produtos

tecnologicamente transformados, em razão de que estas características podem interferir sobre

o perfil biofarmacêutico do produto fitoterápicos. Além disso, a utilização de métodos

analíticos visando à quantificação de substâncias ativas ou de referência bem como de

aspectos relativos à forma farmacêutica são essenciais para a obtenção da homogeneidade dos

lotes de produção. (CAMARGO, 1998)

4.2 Produção e Controle de Qualidade de Fitoterápicos

A produção de fitoterápicos pressupõe que estudos de desenvolvimento tenham sido

realizados anteriormente, estando os procedimentos e etapas de processamento devidamente

estabelecidos. Cumprindo esse quesito, a obtenção de produtos fitoterápicos, quer seja em

escala oficial, hospitalar ou industrial, requer conhecimentos e habilidades específicas dos três

pontos do ciclo de produção de medicamentos. (HENRIQUES, 2007)

Tais conhecimentos e habilidades devem relacionar-se, objetivando a produção de

produtos farmacêuticos adequados, de acordo com os conceitos atuais de qualidade, que são o

nível de satisfação do produtor e usuário do medicamento e o cumprimento de requisitos pré-

fixados que conduzam à sua total adequabilidade ao fim a que se destinam. Portanto, o

conhecimento do que se pretende fazer deve ser aliado às normas que permitam alcançar o

objetivo traçado, para alcançar a qualidade total. (HENRIQUES, 2007)

As técnicas de produção e de controle de qualidade devem ser precedidas de

parâmetros para que as operações ocorram sob completo domínio. Na produção de produtos

fitoterápicos, grande atenção deve ser dada no planejamento das áreas à preservação da

qualidade físico-química e microbiológica, quer da matéria-prima ativa, quer dos produtos

intermediários e final. (HENRIQUES, 2007)

Page 28: Fitoterapia e TPM

44

A validação dos equipamentos, aqui entendida como o conjunto das ações que

procuram verificar o correto funcionamento dos mesmos, e a manutenção preventiva

complementam as atitudes necessárias de conformidade às boas práticas de produção. Nesta

perspectiva se estabelece a montagem do Procedimento Operacional Padrão (POP), o qual

deve fixar os parâmetros de operação a serem mantidos e determinar as técnicas de controle

de qualidade a serem executadas. (HENRIQUES, 2007)

Dependendo da disponibilidade de mercado, a matéria-prima pode ser um extrato ou

produto derivado, contendo adjuvantes farmacêuticos ou não. Este requer uma série de

operações de transformação. A transformação do material vegetal para um produto

tecnicamente elaborado, que pode ser intermediário ou acabado, implica a utilização de

operações de transformação tecnológica. (HENRIQUES, 2007)

A garantia de qualidade do material vegetal a ser processado é fundamental na

preparação de fitoterápicos, devendo considerar-se aspectos botânicos, químicos,

farmacológicos e de pureza. Por esse motivo, além do teor de substância ativa e intensidade

das atividades farmacológica e toxicológica, outros aspectos de qualidade a serem avaliados

são a carga microbiana, contaminação química por metais pesados, pesticidas e outros

defensivos agrícolas, e presença de matéria estranha, como terra, areia, partes vegetais, insetos

e pequenos vertebrados ou de produtos oriundos destes. (HENRIQUES, 2007)

4.3 Formas Farmacêuticas

A administração de agentes terapêuticos necessita da sua incorporação em uma forma

farmacêutica, caracterizada normalmente pelo estado físico de apresentação, constituída de

componentes farmacologicamenteativos e de adjuvantes farmacêuticos. (MIGUEL, 1999)

A escolha da forma farmacêutica mais apropriada para um produto fitoterápico deve

considerar a eficácia e a segurança do componente ativo e assegurar sua qualidade; facilitar a

aplicação do medicamento, por meio da via de administração mais apropriada; permitir a

administração de dose efetiva do componente ativo, com precisão adequada ao seu emprego

seguro e sua adequação a casos específicos; Quanto às formas farmacêuticas líquidas, têm-se

resinas, óleos e o sumo das partes frescas do vegetal, os quais são utilizados para uma ampla

variedade de preparações fitoterápicas aquosas obtidas por diversos métodos. (MIGUEL,

1999)

Page 29: Fitoterapia e TPM

45

As tinturas, soluções extrativas alcoólicas ou hidroalcoólicas, são preparadas com base

em drogas vegetais ou, ainda, com extratos de plantas, preparadas com etanol, misturas

hidroalcoólicas em várias concentrações, éter ou misturas destes, de tal modo que uma parte

da droga é extraída com mais duas partes, mas menos de dez partes de líquido extrator, isto é

10 mL de tintura devem corresponder aos componentes solúveis de 1g de droga. (MIGUEL,

1999)

A nova regulamentação abre possibilidade para dois tipos de registro de fitoterápicos.

Um deles, o tradicional, poderá obter registro apresentando documentação que tenha como

base estudos e literatura que comprove seu uso e eficácia ao longo de pelo menos 30 anos.

Estes terão no rótulo a palavra "tradicional". Quando o produto não se enquadrar na categoria

de tradicional terá que apresentar testes clínicos e toxicológicos que atestem sua segurança e

eficácia. Os pedidos de registro serão analisados pela Sub-Comissão Nacional de

Assessoramento em Fitoterapia (Conafit) da ANVISA. (ANVISA, 2000)

Em países da Europa, como França, Alemanha e Inglaterra, o uso tradicional por si só

é suficiente para o registro de um remédio como fitoterápico. Considera-se como tradicional o

produto que é usado há pelo menos 30 anos. (ANVISA, 2000)

No Brasil, desde março de 2004, a ANVISA estabeleceu regulamentação para garantia

da qualidade dos medicamentos fitoterápicos para o consumidor. Para isso, exige a

reprodutibilidade dos fitoterápicos fabricados com os lotes desses medicamentos produzidos

com a mesma quantidade de um conjunto de moléculas denominado marcador. Outro critério

obrigatório é a comprovação da eficácia e segurança dos medicamentos fitoterápicos.

(ANVISA, 2000)

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, os fitoterápicos apresentam uma

diferenciação comparado às plantas medicinais. As plantas medicinais são aquelas capazes de

aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio em uma população ou

comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colher e como prepará-la.

(ANVISA,2002)

Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se

como resultado o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por

microorganismos, agrotóxicos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a

forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso. (ANVISA, 2002)

Para se utilizar de um fitoterápico, é preciso tomar sempre algumas precauções como:

Buscar informações com os profissionais de saúde;

Page 30: Fitoterapia e TPM

46

Informar ao seu médico qualquer reação desagradável que aconteça enquanto estiver

usando plantas medicinais ou fitoterápicos;

Observar cuidados especiais com gestantes, mulheres amamentando, crianças e idosos;

Informar ao seu médico se está utilizando plantas medicinais ou fitoterápicos,

principalmente antes de cirurgias;

Adquirir fitoterápicos apenas em farmácias e drogarias autorizadas pela Vigilância

Sanitária;

Seguir as orientações da bula e rotulagem;

Observar a data de validade – Nunca tomar medicamentos vencidos;

Seguir corretamente os cuidados de armazenamento;

Desconfiar de produtos que prometem curas milagrosas.

Os fitoterápicos são medicamentos alopáticos, possuindo compostos químicos que

podem interagir com outros medicamentos. As plantas medicinais também possuem

compostos químicos ativos que podem promover este tipo de interação. Assim, deve-se ter

cuidado ao associar medicamentos, ou medicamentos com plantas medicinais, o que pode

promover a diminuição dos efeitos ou provocar reações indesejadas. (ANVISA, 2002)

A indicação de fitoterapia em oposição à alopatia é feita no sentido de, além de ser

uma terapia barata e de fácil acesso - em relação aos medicamentos usuais -, quando

utilizados de maneira segura, os fitoterápicos apresentam efeitos terapêuticos como às vezes

superiores aos dos medicamentos convencionais e com efeitos colaterais minimizados.

(SILVA; et al, 2006, ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2006)

5 Cimicifuga racemosa

Page 31: Fitoterapia e TPM

47

Uma planta de origem na América do Norte, que está começando a ser usada pelas

brasileiras para aliviar os sintomas da menopausa, como as célebres ondas de calor. Faz pelo

menos 40 anos que muitas alemãs trocaram a tradicional terapia de reposição hormonal por

cápsulas dessa planta. E se deram bem. Isso porque ela pertence a um grupo de vegetais, que

inclui a soja e o inhame selvagem mexicano, dotado de fitormônios, moléculas de ação

similar ao estrógeno e a progesterona das mulheres. Atinge de 1 a 3m de altura e possui flores

brancas. A raiz e o caule são usados como princípios terapêuticos. Ela age exatamente como o

estrógeno, que anda em falta no corpo das mulheres na menopausa. Estudos indicam que essa

planta não causa câncer. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

5.1 Composição Química

Alcalóides quinolizidínicos: N-metilcitizina, e outros sem identificação ainda.

Glicosídeos triterpênicos: acteol, acetillacteol, 26-desoxiacteol, cimigenol, acteína, 12-

acetilactenína, 26-desoxiacteína, 19-ciclolanostano, cimicifugósido, cimiracematos A-D,

cimicifugina (15 a 20%). (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Outros: tanino, compostos ácidos (acético, butílico, cafeico, ferúlico, fómico, gálico,

isoferúlico, oléico, palmítico, salicílico), princípios amargos, metilcafiato, resina (acteína de

complexo misto), gliceril-palmitato, fitoesteróides, óleo essencial e derivados de ácido cafeico

(ácido cimicifúgicos A e B e ácidos dehidrocimicífugos A e B). (ALONSO, 2004; SIGRIST,

2007 e GREAT PLAINS, 2007)

5.2 Ação Farmacológica

A cimicífuga apresenta três atividades importantes do ponto de vista farmacológico:

reguladora hormonal no climatério (agonista a receptores estrogênicos = SERM, sem

promover efeitos estrogênicos no útero e mama), hipotensora arterial e antiinflamatória. Dos

Page 32: Fitoterapia e TPM

48

estudos efetuados com extratos padronizados da cimicífuga, surgiram evidência concretas de

atividades anti-estrogênicas. Para uma melhor compreensão dividiram-se em ensaios

biológicos realizados de acordo com a atividade terapêutica proposta. (ALONSO, 2004;

SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

5.3 Atividade Hormonal

Devemos recordar que durante a menopausa existe normalmente uma redução da

produção de estrógeno e um aumento da secreção de hormônio luteinizante (LH) e folículo-

estimulante (FSH). Essas alterações hormonais seriam responsáveis pela aparição de sintomas

como os fogachos (divididos fundamentalmente a picos de liberação de LH), insônia e

depressão, principalmente, os quais são tratados comumente com estrógenos. Em vista de

alguns relatos de efeitos adversos e como algumas mulheres não têm tolerância ao uso de

estrógeno, surge a necessidade de poder administrar um tratamento sem os mesmos efeitos

colaterais dos mesmos. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Os primeiros estudos com bases científicas foram realizados no final da década de 50,

demonstrando então que a administração de extratos alcoólicos de rizoma da cimicífuga

induzia a liberação de estrógeno nos animais (de maneira dose-dependente) com aumento do

peso do útero e sem alterações histológicas nos ovários. Na década de 60 foram realizados

quase 30 estudos clínicos que resultarem em 1738 pacientes nos quais foram ministrados

extrato de cimicífuga V.O. tanto em pacientes na menopausa como em pré-menopausa e

jovens com distúrbios hormonais, observando resultado satisfatório nos casos de

oligomenorréia, dismenorréia, síndrome pré-menstrual, sintomas neurovegetativos associados,

metrorragias, e estados depressivos. A maioria dos casos quase não houve efeitos colaterais.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

No começo da década de 80 começou-se a elucidar o mecanismo de ação dessa

espécie, já que então os resultados eram satisfatórios, seu modus operandis já transpareciam

algumas dúvidas. Em um primeiro estudo realizado em animais, pode-se demonstrar que o

extrato metanólico elaborado a partir do rizoma de cimicífuga, exercia um efeito redutor da

concentração de LH em gatas ovarizectomizadas, observando por sua vez uma afinidade por

receptores estrogênicos nos úteros isolados desses animais. Essa atividade se viu reduzida

pela hidrólise enzimática dos compostos glicosídicos presentes. Entre os compostos por

Page 33: Fitoterapia e TPM

49

atividade endócrina, se pode isolar uma substância (fomononetina) que demonstrou exercer

um efeito competitivo em receptores estrogênicos modificando os níveis de hormônio

luteinizantes no sangue. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

De fato, estudos cromatográficos resultantes de análise de treze espécies de cimicífuga

coletadas em diferentes locais nos Estados Unidos (extratos matanólicos a 80% de raízes) não

apresentaram fomononetina ou mesmo ononina (formononetina-7-glucósido). Assim mesmo a

avaliação cromatográfica por HPLC de dois representantes comerciais norte-americanos de

extrato seco de raiz de cimicífuga (Remifemim® e Cimipure®) não evidenciaram a presença

de formonetina. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Em 1982 foi realizado um estudo aberto multicêntrico onde 704 pacientes na

menopausa apresentando sintomatologias clássicas, receberam 40 gotas de um preparado

comercial (Remiferin®) duas vezes ao dia com observação de 4, 6 e 8 semanas de tratamento.

Entre a 6ª e 8ª semana, 80% dos casos avaliados demonstraram melhoria clinicamente

significativa (diminuição de rubor, palpitação, zumbido, nervosismo, insônia e estado

depressivo). Do total avaliado 204 pacientes haviam recebido previamente tratamentos

hormonais. Dessas voluntárias 72% experimentaram melhoras sintomatológicas com

cimicífuga, no entanto somente 7% apresentaram transtornos estomacais como principais

efeitos adversos. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Resultados similares foram observados em outros estudos realizados com 86 mulheres

com sintomas menopáusicos que se recusavam a seguir o tratamento hormonal ou onde o

mesmo estava contra indicado. Também resultaram positivos estudos abertos e controlados

sobre 60 pacientes divididas em 3 grupos: um com extrato de cimicífuga; o segundo com

estrógenos associados e o terceiro, com diazepan. Tanto o extrato de cimicífuga, como o

tratamento hormonal, demonstraram estimular o nível citológico da mucosa vaginal de

maneira similar. Em todos os casos, foram tomados como parâmetro das provas clinicas o I.

M. K (Índice Menopausico de Kuperman), a I.G.C. (Impressão Global Clinica), o Profile

Mood State (Perfil de Estado Emotivo) e outros. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

Um estudo clínico envolvendo 70 mulheres que previamente estavam sob tratamento

hormonal injetável e que substituíram os mesmos por extratos padronizados de cimicífuga (80

mg diários) demonstrou que, em 82% dos casos, o extrato herbal constituía uma excelente

substituição e 56% não utilizou o tratamento injetável complementar. Em outro estudo clinico

randomizado, duplo cego, administração do extrato etanolico do rizoma de cimicífuga a um

grupo de mulheres menopáusicas, permitiu observar uma redução de sintomas climatérios, em

Page 34: Fitoterapia e TPM

50

especial os relacionados com calores e estados depressivos. Com efeito, depois de oito

semanas de tratamento constatou-se uma redução dos níveis de LH, porém, sem constatar

alterações nos níveis de FSH ou prolactina. Estudos posteriores puderam determinar que as

partes responsáveis provocaram as mesmas alterações observadas nos estudos cegos em ratas

ovariectomizadas, encontrando-se uma competição com o 17-beta-estradiol pelo receptor

estrogenico. O exame histológico revelou as mesmas modificações que se observam em

pacientes usuárias de estrógenos sintéticos. Estudos cromatográficos determinaram que

existiriam na cimicífuga três tipos de compostos com atividades endócrinas. O primeiro deles

não teria afinidade pelo receptor estrogênico, porém diminuía de todos os modos, a

concentração de LH, atuando sobre a glândula ptuitária. O segundo apresenta afinidade pelo

receptor e também diminui os níveis de LH. Finalmente o terceiro demonstrou afinidade pelo

receptor porem não alteraria concentração de LH. Tudo isso nos leva a pensar que existiria

um mecanismo sinergistico entre os três tipos de componente o que explicaria o efeito redutor

sobre o LH. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

No entanto o tão discutido efeito redutor de LH se encontra atualmente em debate.

Segundo o estudo em animais, não pode ser confirmado o efeito estrogenico direto

relacionado com uma diminuição de uma concentração plasmática de LH. Por exemplo, nos

preparados etanólicos e isopropanolicos de cimicífuga não contém formononetina, kaempferol

ou gemisterina, com o qual não promoveriam supressão de LH nem efeitos estrogenicos. Um

estudo efetuado in vitro com o extrato metanolico de cimicífuga, não demonstrou afinidade

por receptores alfa e beta-estrogenicos, nem efeitos estrogênicos em culturas de células

endometriais. Assim mesmo, não induziu atividade de fosfatase alcalina nas culturas, nem

induziu estimulação no RNAm dos genes indutores de estrógeno como o p52 (preselina-2) em

cultivos de câncer de mama S-30. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS,

2007)

No entanto, um ensaio recente em ratas ovariectomizadas que receberam estrógeno

(um grupo) e extrato padronizado de cimicífuga (outro grupo) evidenciou a existência de um

efeito estrogênico de cimicífuga unicamente em ossos (particularmente os osteoblastos), sem

afetar os receptores de útero e ovário. O efeito estrogênico em ossos demonstrou produzir os

níveis de osteocalcina e a perda de massa mineral óssea de maneira similar ao estrógeno.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Um recente trabalho in vitro empregando cultura de células de adenocarcinoma

humano (MCF-7) demonstrou que o extrato isopropanólico de cimicífuga não produz

estimulo proliferativo das tais células (medido por incorporação de timidina marcada com

Page 35: Fitoterapia e TPM

51

isótopo radioativo). Inclusive quando as culturas foram expostas à indução estrogênica, o

extrato continuou inibindo a proliferação celular. Por sua vez, o extrato demonstrou um efeito

sinérgico com tamoxifeno em contra partida ao efeito antiproliferativo. Desses estudos se

desprende uma eventual segurança da administração de extrato isopropanolico de cimicífuga

em pacientes com antecedentes de câncer mamário hormônio-dependentes. Prova disso, o

extrato padronizado de C. racemosa demonstrou reduzir os calores e a falta de ar derivada da

terapia com tamoxifena em pacientes pré menopausicas mastectomizadas no período de 12

meses de tratamento na forma de terapia combinada, sem demonstrar efeitos adversos ou

tóxicos. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Tão pouco foi observado in vitro, um efeito estimulante ou indutor proliferativo sobre

o gene de expressão do tumor mamário MCF-7, com doses de 100 a 1000 µg/ml do extrato

isopropanólico. Por sua vez, e numa mesma linha de investigação, o extrato isopropanolico de

cimicífuga não produziu (como no grupo placebo) proliferação tumoral em ratas com câncer

de mama induzido por 7,11-dimetilbenzantracema, que foram ovariectomizadas entre 5 e 9

semanas depois de injetado o estimulante tumoral. Tanto o extrato de cimicífuga, como o

mestranol e o placebo, foram administrados continuamente após a ovariectomia. Não foram

observadas alterações hormonais (FSH, PROL, LH) nem citológicas no endométrio dos

grupos de estudo e placebo. A alteração, no grupo de ratas que recebeu o estrogênio mestranol

produziu proliferação tumoral de células endometriais. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

De acordo com experiências realizadas em ratas, pode-se comprovar que a

administração de 50-100mg/k de extratos padronizados de C. racemosa (Menofem®) produz

efeitos antidepressivos equivalentes a 30mg/k de imipramina, os quais contribuíram também

com a redução sintomatológica dos rubores e fogachos. No começo existiam compostos

dopaminérgicos ainda não identificados que contribuem com os efeitos sintomatológicos

benéficos observados nos extratos de cimicífuga. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

Um relatório que avaliou o uso clínico de extratos de cimicífuga nos últimos 10 anos

revelou que seu emprego é apropriado como terapia de reposição hormonal durante o

climatério. Outra revisão sobre quatro estudos clínicos randomizados, duplo-cego encontrou

falhas metodológicas nos mesmos. Não havendo encontrado um mecanismo de ação definida

segundo referência dos autores dessa revisão, sugere-se aprofundar mais os ensaios clínicos e

estudos farmacológicos para se obter conclusões mais definidas. (ALONSO, 2004; SIGRIST,

2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Page 36: Fitoterapia e TPM

52

5.4 Atividade Antiinflamatória

A mesma foi demonstrada com extratos crus de rizomas de espécies asiáticas

Cimicífuga dahurica e C. heracleifolia em modelos de edema plantar em ratas sob indução de

carragenina. O mecanismo de ação estaria relacionado com a inibição de interleucina-8 e a

redução significativa dos níveis de neutrófilos. A respeito dos componentes ativos

responsáveis seriam os ácidos ferúlicos e isoferúlicos presentes em C. racemosa. (ALONSO,

2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

5.5 Atividade Hipotensora Arterial

A ateína em dose de 1mg/kg demonstrado em gatos e coelhos anestesiados atividade

hipotensora por atuar ao nível de centros vasomotores centrais, alcançando com 10mg/kg seu

efeito máximo. Estudos comparativos efetuados pelos mesmos investigadores em pacientes

com comprometimento da circulação arterial periférica demonstraram que 500mg/Kg de

acteína provocaram uma ação vasodilatadora em um maior fluxo sanguíneo a nível periférico,

sem afetar significativamente a pressão arterial. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

5.6 Outras Atividades

Investigações realizadas com extratos de rizoma de C. dahurica demonstraram possuir

atividade antibacteriana frente a culturas de bacilos subtilis, Mycobacterium smegmatis,

Estafilococos aureus, Shigella flexneri, Shigella sonnei e Escherichia coli. Os glicosídeos

triterpênicos demonstraram uma atividade hipocolesterolêmica in vivo sobre ratas, no entanto

o conteúdo em ácido salicílico exerceria um papel analgésico e os taninos sua conhecida

atividade adstringente. O racemósido tem demonstrado em ratas efeitos antiulcerosos

Page 37: Fitoterapia e TPM

53

gástricos, no entanto, em cimicifugosido administrado também às ratas pode afetar o

funcionamento do sistema hipotálamo-hipofisário provocando alterações no sistema

reprodutivo e nervoso dos animais. Dos estudos de glicosídeos cicloartanicos do rizoma de

cimicífuga foi possível comprovar efeitos citotóxicos em cultivo de carcinoma de células

escamosas orais humanas, como também em fibroblastos da gengiva humana normais.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Um recente estudo in vitro demonstrou que o extrato etanólico de rizoma de

cimicífuga produz atividade antioxidante frente ao dano do DNA celular induzido por

menadioma. Em um ensaio clínico multicentrico, duplo-cego controlado com placebo

realizado dom 62 paciente posmenopausicas pode-se constatar um papel protetor ósseo do

extrato seco de cimicífuga (40mg/dia) no período de três meses de tratamento. Os resultados

foram comprovados com a administração de 0,6 mg de estrógeno conjugado. A comprovada

atividade protetora óssea de extratos padronizados de cimicífuga (demonstrada também em

ratas), soma-se ao efeito benéfico sobre o metabolismo lipídico determinado por um menor

depósito gorduroso na região tibial e significativa redução dos níveis de leptina plasmática.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

5.7 Efeitos Adversos ou Tóxicos

Os extratos de cimicífuga são geralmente bem tolerados. Na revisão de 2800 pacientes

tratados com extratos padronizados de C. racemosa revelaram uma baixa incidência (5,4%)

de efeitos adversos. Os mesmos correspondem mais frequentemente a males estomacais e

intestinais. Vem sido demonstrado que doses excessivas (5gr da droga e 12g do extrato)

podem provocar sintomas tais como náuseas, vômitos, vertigens, bradisfigmia, transtornos

visuais e nervosos. Muitos dos sintomas correspondem a situações do ciclo passado referentes

ao emprego de cimicífuga em forma homeopática segundo uma revisão relativamente recente

(BEUSCHER, 1996).

Há relato na Austrália de um caso de hepatite fulminante (requerendo transplante) em

um paciente que havia tomado extrato de cimicífuga. No entanto, uma revisão posterior do

caso não pode provar facilmente que tenha sido o uso do extrato que tenha desencadeado a

hepatite. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Page 38: Fitoterapia e TPM

54

Nos estudos de mutagenicidade do extrato alcoólico isopropilico (40%) sobre

salmonela typhimurium TA-98 e TA-100 com os de carcinogenicidade (efetuados com

‘cimicífuga china’) há resultados negativos. Estudos de toxidade crônica durante seis meses

com administração contínua em ratas demonstraram efeitos tóxicos com doses equivalentes a

90 vezes a doses humanas. Dada a baixa estatística de toxicidade em longo prazo com

cimicífuga, fica a critério do médico por tempo superior a seis meses. (ALONSO, 2004;

SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

5.8 Contra-indicações

Doses altas têm provocado, em ratas prenhas, nascimentos prematuros, por tal motivo

não se recomenda seu emprego durante esse período, e nem durante a lactação. Assim mesmo,

estudos prévios realizados em úteros isolados de ratas têm sugerido uma afinidade pelos

extratos de cimicífuga por receptores estrôgenicos. No entanto um informe recente

determinou que o extrato aquoso isopropanólico de rizoma de cimicífuga não estimula a

proliferação de receptores estrogênicos positivos para células de câncer de mama. (ALONSO,

2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

O extrato isopropanólico de cimicífuga demonstrou de maneira dose-dependente,

inibir a síntese de DNA antagonizando as atividades estrogênicas de estradiol. Da mesma

maneira, houve evidência do aumento da atividade antiproliferativa de tamoxifeno. Tudo isso

sugere que não existiriam contra-indicações para o uso de preparados comerciais de

cimicífuga para serem empregados em pacientes com antecedentes de historia de câncer de

mama. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

5.9 Status Legal

O rizoma de cimicífuga encontra-se registrada por farmacopéia da Alemanha,

Inglaterra e Rússia. A FDA Norte-Americana tem como erva de segurança indefinida embora

aprovada como suplemento diário. A Comissão <E> de monografias da A Alemanha a

recomenda para transtornos relacionados à menopausa (dismenorréia, fenômenos

Page 39: Fitoterapia e TPM

55

neurovegetativos) e em Síndrome Pré-Menstruais. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

5.10 Usos Medicinais

Podem ser indicados como terapia de reposição hormonal em forma optativa pelos

profissionais ou em casos em que esta é contra-indicada podendo ser administrada sem perigo

durante 3 a seis meses contínuos segundo a experiência clínica realizada cm mais de 1700

pacientes. Por outro lado a cimicífuga tem se mostrado efetiva na redução de sintomas

menopáusicos tais como rubores, palpitações, insônia, depressão, dismenorréia e ansiedade.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

5.11 Usos Etnomedicinais

Entre os usos populares a C. racemosa encabeça seu emprego como antirreumática,

antiespasmodica, reguladora do ciclo menstrual, ansiolitica. Por outro lado a cimicifuga é

muito empregada dentro do sistema de tratamento homeopático em doses infinitesimais para

trata moléstias durante a gravidez, dores no parto, cefaléias e estados depressivos.

5.12 Tintura

A relação para o preparo da tintura é de 1:10 em 60% de álcool recomendando-se 2 a 4

ml de água. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6 Salvia officinalis

Page 40: Fitoterapia e TPM

56

A droga está concentrada por todas as folhas, apesar de algumas farmacopéias

considerarem também a assumidade florida. As folhas devem ser colhidas pouco antes da

floração já que esse é o momento em que apresenta mais concentração de óleo essencial. O

rendimento por destilação com vapor de água se da em torno de 1,6%. A droga apresenta odor

aromático e balsâmico, no entanto o sabor é amargo e um pouco adstringente. (ALONSO,

2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.1 Ações Farmacológicas

A salvia é uma espécie que apresenta varias propriedades a nível farmacológico,

destacando-se sua atividade digestiva, antesudorífica e antimicrobiana. Para uma melhor

compreensão dividiu-se os estudos biológicos realizados de acordo com a atividade

terapêutica proposta. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.2 Atividade Digestiva – Antiespamódica

O princípio amargo (em especial a Picrosalvina), exerceriam uma atividade aperiente –

heupéptica, no entanto os ácidos fenólicos junto ao óleo essencial e aos flavonóides

demonstraram exercera a atividade coleretica in vivo em animais, em concordância com seus

usos populares. Estudos realizados com extratos totais de salvia sobre músculo liso separado

de ratas têm demonstrado uma atividade inibitória de 60 a 80% nas concentrações induzidas

por histamina, acetilcolina, serotonina e cloreto de bário. O óleo essencial de salvia (em

especial o acetato de bornilo e o alfa-pineno) tem demonstrado atividade antiespasmódica in

vivo, após sua administração intravenosa em cobaias observando-se uma inibição da

concentração do esfíncter de Oddi posterior a uma dose endovenosa de morfina. (ALONSO,

2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.3 Atividade Antimicrobiana

Page 41: Fitoterapia e TPM

57

Tem-se reportado atividade inibitória in vitro do óleo essencial frente às germes Gram

negativos (escherichia coli, klebsiella ufanai, shigella sonnei e salmonella sp.), Gram

positivos (bacillus subtilis, micrococcus luteus) e fungos (torulopsis glabrata e cryptococcus

neoformans). Nas alterações não foi relatada atividade inibitória do óleo frente à

pseudomonas aeroginosa nem sobre estaphylococcus aureus. Sobre candida albicans os

resultados obtidos até o momento são contraditórios. Extrato de salvia também demonstrou

sua eficácia frente à ação colagenolítica de porphyromunas gingivalis, agente produtor de

periodontopatias. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

A tintura das folhas ao contrario do óleo essencial demonstrou atividade antibacteriana

contra estaphylococcus aureus e s.pyogens. A atividade antimocrobiana estaria fundamentada

pelo conteúdo de tuionas do óleo essencial e em menor medida por outros componentes do

azeite como pinenos, cânfora, 1,8-cineol, borneol, cariofileno, e seu princípio amargo

pricrosalvina. Novas investigações dão conta da importância do acido rosmarinico na

atividade antimicrobiana. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

A respeito de outras partes da planta, o extrato éter-petrolico da raiz de S. officinalis

demonstrou atividade inibitória in vitro frente a sp aureus sendo responsável pela atividade

dos compostos diterpeno-cquinolicos conhecidos como royleanonas. Por sua parte o extrato

aquoso demonstrou atividade antierpética (HVS-2) com inibição do efeito citopatico em

cultura de células HeLa, no entanto o extrato etanólico se mostrou inativo frente a HSV-1 em

cultura de células Vero. A porção diterpênica seria responsável pelo efeito antiviral. Por

ultimo o extrato aquoso demonstrou atividade inseticida e repelente (pela presença de tuionas)

frente a pieres brasicae, p.napi e p. rupae. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

6.4 Atividade Antisecretora – Antisudorípara

As tuionas, por via externa teriam atividade antihidrótica ao bloquear as terminações

nervosas das glândulas sudoríparas, uma vez que atuam a nível bulbar sobre o centro

termorregulador, o que as faz apropriadas no tratamento de “bromhidrosis”. Um estudo

clínico aberto envolvendo 80 pacientes acometidos de bromhidrosis idiopática, demonstrou os

Page 42: Fitoterapia e TPM

58

benefícios do extrato de sálvia como agente antisecretor. Em um ensaio clínico com 30

mulheres menopáusicas, a administração de folhas de sálvia e alfafa (Medicago sativa),

demonstraram reduzir os rubores e suores noturnos em 20 delas. A princípio, se postula uma

ação antidopaminérgica central responsável por essa atividade. (ALONSO, 2004; SIGRIST,

2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.5 Atividade Sobre o Sistema Nervoso Central

Em teste com ratos anestesiados, pode-se observar uma ação depressora do SNC e

uma prolongação de sonhos barbitúricos. Em um ensaio realizado com 96 pacientes

acometidos de astenia psicofísica, a administração de uma infusão de sálvia, 3 vezes ao dia,

durante uma semana, proporcionou uma melhora qualificada como excelente em 54% dos

casos, boa (33%), regular (5%) e nula (3%). Varias experiências realizadas com 15 espécies

reconhecidas em estudos preliminares como ativadoras da memória e inibidoras de enzima de

colinesterase, destacaram o óleo de sálvia como uma das espécies mais promissoras, o que

abre as portas para futuros estudos em pacientes com Alzheimer. (ALONSO, 2004; SIGRIST,

2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.6 Atividade Hipoglicemiante

Estudos in vivo realizados em animais diabéticos aloxanizados e em animais

normoglicêmicos, demonstraram a ação hipoglicemiante de preparados herbais contendo

espécies distintas de sálvia (entre elas S. officinalis), sem produzir alterações nos níveis de

insulina. Nesse sentido, em recente trabalho realizado em ratas normoglicêmicas determinou

que o extrato etanólico de salvia administrado intraperitonealmente produziu um declínio da

glicemia de 15,7% em 120 minutos, alcançando seu pico máximo (30,2%) aos 240 minutos.

Nas alterações em ratas com diabetes induzida por estreptozotocina resultou em um declínio

moderado (22,7%) aos 240 minutos. Os pesquisadores consideraram que o mecanismo de

ação do extrato utilizado estaria envolvido com a insulina. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007

e GREAT PLAINS, 2007)

Page 43: Fitoterapia e TPM

59

Entre as variedades de salvia com melhor performance hipoglicemiante, destaca-se a

Salvia lavandulifolia, a qual demonstrou in vivo, em animais, um aumento do consumo

periférico de glicose, hiperplasia de células beta-pancreáticas com aumento na produção de

insulina e diminuição da absorção intestinal de glicose. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

6.7 Outras Atividades

A presença de substâncias do tipo estrogênicas na sálvia, somada à presença de tuionas

no óleo essencial, lhe confere as propriedades reguladoras do ciclo menstrual. Por outro lado,

as substâncias do tipo estrogênicas junto ao ácido rosmarínico, explicaria a atividade

estimulante sobre o crescimento de couro cabeludo, em concordância com um dos empregos

populares desta espécie. Em testes com gatos anestesiados, o extrato hidroalcóolico da sálvia

tem demonstrado exercer uma atividade hipotensora arterial. Nas alterações, não produziu

alterações da pressão em ratas hipertensas conscientes, alimentadas com dieta hipersódica.

Esse extrato, por sua vez, demonstrou em ratas com a mesma dieta, aumentar a diurese de

maneira significativa a partir dos 30 minutos. Em nível respiratório, o óleo essencial tem

demonstrado atividade mucolítica (sinergizada pela presença de 1,8-cineol), no entanto os

taninos apresentam ação adstringente e cicatrizante nas feridas externas. (ALONSO, 2004)

Extratos de S. officinalis evidenciaram atividade antioxidante in vitro através dos

métodos de fotoquimioluminescência e lipoperoxidação, o qual demonstrou ser superior à

evidenciada por Matricaria chamomilla e menos no que diz respeito à Hypericum perforatum,

Potentilla erecta e Ledum palustre. Essa atividade está relacionada com a presença de ácido

rosmarínico e derivados hidroxicinâmicos. Tem-se mencionado também a utilidade da tintura

de salvia para reduzir a salivação, em pacientes com mal de Parkinson. Finalmente, os

extratos hexânicos e clorofórmico da sálvia, aplicados topicamente, demonstraram inibir o

edema induzido pelo óleo de cróton em ratas (não pelo extrato metanólico). Desses, o extrato

clorofórmico resultou ser mais ativo, sendo o ácido ursólico o principal componente

relacionado com a atividade antiinflamatória. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

6.8 Efeitos Adversos ou Tóxicos

Page 44: Fitoterapia e TPM

60

Nas doses recomendadas é uma erva segura. O óleo essencial, de maneira isolada, tem

provocado quadros convulsivantes (em especial pelo uso prolongado) tanto em animais

quanto em humanos, devido à presença de tuionas e cânforas. Após um período de latência, é

possível observar hipersalivação e vômitos, os quais precedem as convulsões tônico-clônicas.

Entre cada convulsão, o intoxicado apresenta um quadro de confusão acompanhado de

náuseas e letargia. Pode-se observar no eletroencefalograma de ratas, nas quais foram

administradas um extrato aquoso de sálvia nas doses de 1,6-4 mg/kg por via intrapéritoneal, a

aparição de descargas em picos repetidos (do tipo cortical), acompanhadas de mioclonias em

massa em cada uma delas, provocando espasmos violentos nos animais. (ALONSO, 2004;

SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

De acordo com os primeiros estudos de Walkmuller (1949), de Ionescu (1958) e Van

Rudolff (1963), pode-se constatar que a configuração espacial desempenha um papel

importante na graduação de toxicidade. No caso da tuiona, a forma beta demonstrou ser mais

tóxica que a forma alfa. Na S. officinalis, a alfa-tuiona encontra-se em maior concentração que

a beta-tuiona, já que tem-se observado uma grande variação entre a composição química de

óleos essenciais provenientes de regiões distintas. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

Nas ratas, as doses subclínicas, clínicas e letais para uma dose convulsivante forma

estimadas em 0,3, 0,5 e 3,2 g/kg, respectivamente. Em ratas, a DL50 do óleo essencial de

salvia de Dalmácia (muito similar a S. officinalis) por via oral foi calculada em 2,6 g/kg,

enquanto que por via intradérmica, chegou a 5 g/kg. Neste sentido, a aplicação tópica do óleo

essencial em humanos deve ser feita com muita cautela, já que há relatos de ser irritante para

a pele. Os extratos aquosos e etanólicos das folhas não demonstraram mutagenicidade nos

testes em Salmonella typhimurium TA-98 e TA-102, sendo a CL50 > 1000 µg/ml. Seu uso oral

em aromaterapia é desaconselhado por ser limítrofe a margem terapêutica. (ALONSO, 2004;

SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.9 Contra-indicações

Page 45: Fitoterapia e TPM

61

Recomenda-se não empregar o óleo essencial puro por via interna, devido ao conteúdo

de tuionas, salvo prescrição facultativa. Nem mesmo administrar durante a gestação, lactação

ou crianças. No caso de Salvia lavandulifolia (salvia espanhola), não há problemas de

consumo durante a gravidez e lactação já que praticamente inexistem tuionas nessa espécie, o

que a faz apta para esses casos porém ineficaz como antiséptica. As pessoas com tumores

estrógeno-dependentes, ou que estejam sob terapia estrogênica (incluindo contraceptivos)

deverão abster-se do consumo dos extratos dessa espécie. Também não é recomendável em

casos de insuficiência renal e labilidade neurovegetativa. No entanto, a ingestão de infusões

isoladas ou como condimento alimentício, não produz grandes inconvenientes. (ALONSO,

2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.10 Interações Medicamentosas

A salvia pode interferir na ingestão concomitante de agentes hipoglicemeiantes e

anticonvulsivantes. Pode potencializar os efeitos sedativos de barbitúricos e

benzodiazepínicos. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

O Council of Europe tem catalogado a S. officinalis como produto natural para o uso

ou suplementação alimentar, na categoria N2. Nessa categoria, há referência expressa que o

conteúdo com alfa e beta-tuionas do produto final não deve exceder 0,5 mg/kg, exceto como

ingrediente de bebidas alcoólicas, onde pode chegar aos 10 mg/kg. O limite de tuionas para

bebidas amargas é de 35 mg/kg; agregado a alimentos: 25 mg/kg e em compotas: 250 mg/kg.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

A Comissão “E” de Monografias da Alemanha aprovou o uso interno de salvia como

eupeptico e para tratar sudorese excessiva. No entanto, por vias externas, aprovam o uso para

tratar mucosas inflamadas da oro-faringe. Os Ministérios da Saúde da Colômbia, Cuba,

Espanha, México e Venezuela aceitaram o uso medicinal da S. officinalis. (ALONSO, 2004;

SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.11 Usos Etnomedicinais

Page 46: Fitoterapia e TPM

62

A salvia é empregada na medicina popular em casos de ansiedade, irritabilidade,

dispepsia, como aperiente, em disquinesias hepatobiliares, transtornos menopáusicos (rubores

e fogachos), como redutora da lactação, em casos de sudorese profusa das extremidades e

diabetes. Em geral se prescreve infusões, salvo no caso de transpiração das extremidades,

onde é preferível o uso de tinturas. Com sálvia comum e salvia roxa pode-se fazer gargarejos,

duchas vaginais (para leucorréia) ou adicionar à água do banho para tratar processos

dermatológicos. Também é aplicada externamente sobre feridas infectadas, aftas e úlceras

tópicas. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

6.12 Tintura

Relação de 1:10 em etanos 70%. Administrar 25 a 30 gotas, 3 vezes ao dia.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

7 Lippia alba

Page 47: Fitoterapia e TPM

63

Droga presente por todas as folhas. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

7.1 Ações Farmacológicas

As principais virtudes desta espécie estão na atividade antiespasmódica e

antimicrobiana dos componentes de seu óleo essencial. Apesar disso, essas atividades podem

variar devido aos quimiotipos distintos extraídos das diferentes regiões da América. Para uma

melhor compreensão descreveu-se as atividades biológicas realizadas de acordo com a

atividade terapêutica proposta. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

7.2 Atividade Digestiva

Estudos em humanos revelaram o efeito antiespasmódico do decocto da planta fresca

em doses de 120-240 ml/dia, proveniente de uma preparação com base a 12-20 g/l. Estudos

em ratas demonstraram que a administração por via oral durante cinco dias consecutivos de

12,5 g/Kg de folhas secas, não produzem irritação na mucosa gástrica. Ainda, a sua

administração em ratas revelou-se ser efetiva na prevenção de úlceras gástricas induzidas por

indomicina (50mg/kg via oral), tanto em períodos curtos (24 horas) quanto a longo prazo (5

dias). (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

7.3 Atividade Antimicrobiana

O óleo essencial demonstrou atividade inibitória in vitro frente a fungos

Trichopphyton mentagrophytes, Absidia ramosa, Microsporum gypseum e Candida albicans,

enquanto que o extrato etanólico também se mostrou eficaz com Neurospora crassa. Extratos

Page 48: Fitoterapia e TPM

64

elaborados com as folhas evidenciaram atividade inseticida (sobre agentes contaminantes de

grão armazenados) e antimicótica frente à fitopatógenos tais como Dreschlea oryzae e

Fusarium moniliforme. A maceração hidroalcóolica das folhas de Lippia alba demonstrou

atividade inibitória in vitro frente à Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae,

Streptococcus pyogens e Salmonella typhi, a maioria dos agentes envolvidos no processo

infeccioso do trato respiratório. Em alterações, a atividade frente a Pseudomonas aeruginosa,

Escherichia coli e Bacillus subtilis foi considerada nula. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

7.4 Atividade no Sistema Nervosa Central

Componentes do óleo essencial evidenciaram exercer um efeito anticonvulsivante

significativo em ratas tratadas com pentineletetrazol, o qual foi constatada através de um

período maior de latência entre cada convulsão e uma maior sobrevida em animais tratados

junto ao um grupo controle. A infusão aquosa das folhas não demonstrou que a porção não

volátil (rica em flavonóides) extraída em etanol 80% (v/v) das folhas de L. alba apresenta

efeito sedativo e miorrelaxante. Os componentes do óleo essencial pertencentes à quimiotipos

ricos em citral, beta-mirceno e limoneno demonstraram efeitos sedantes e miorrelaxantes,

logo após sua administração intra-peritoneal (i.p). em ratos, em doses de 100-200 mg/kg.

Somente em muitas altas doses se pode verificar uma indução de sonho barbitúrico.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

7.5 Outros Atividades

O extrato hidroalcóolico das folhas frescas demonstrou atividade analgésica (provas de

contorção e sopros da cauda) quando foi administrado a ratos por via intragástrica em doses

de 1 g/kg por via oral. Tal atividade justifica um papel importante do óleo essencial. Em doses

de 750 e 1000 mg/kg o extrato aquoso da folha demonstrou em ratos e ratas, efeito analgésico

a nível central e periférico. O extrato etanólico das folhas resultou inativo em culturas de

células CA-9KB em doses de 20 µg/ml.Esse mesmo extrato em alterações produz hipotensão

Page 49: Fitoterapia e TPM

65

arterial em cães em doses de 50 mg/kg. Por outro lado, a administração do extrato etanólico

de folhas de L. alba em doses de 20 mg/kg via intravenosa, não produz efeitos

antihipertensivos em ratas. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Os componentes do óleo essencial pertencentes à quimitipos ricos em citral, beta-

mirceno e limoneno demonstrou diminuir a temperatura retal de ratas em doses de 100-200

mg/kg via intraperitonial. Finalmente, extratos das folhas de L. alba demonstraram efeitos

antioxidantes in vitro (IC50 < 30µg/ml) reduzindo a peroxidação lipídica (IC50 < 32µg/ml) e a

atividade de radicais livres 1,1-difeni-2-picrilhidrazilo. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

7.6 Efeitos Adversos ou Tóxicos

A administração da infusão das folhas a humanos em doses até 720 ml/dia não produz

sintomas de intolerância digestiva nem efeitos tóxicos. A DL50 do extrato etanólico

administrado a ratos por via intraperitonial foi de 1 g/kg. Estudos de toxicidade aguda em

ratos, indicaram que a infusão das folhas e flores não produz mortes até doses de 67 g/kg.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

7.7 Contra-indicações

Ante a falta de dados confiáveis de inocuidade, não se recomenda seu emprego

durante a gestação e lactação. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

7.8 Interações Medicamentosas

Há relatos da possibilidade de hepatotoxicidade entre infusões de L. alba e

acetaminofen (paracetamol) em coelhos. Tem-se postulado que os metabólitos desta planta

utilizam o sistema enzimático do citocromo P450 para sua biotransformação, de maneira

Page 50: Fitoterapia e TPM

66

similar aos descritos para o paracetamol. O que significa uma diminuição nas reservas de

glucagón e facilita assim os efeitos tóxicos dessa droga a nível hepático. (ALONSO, 2004;

SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

7.9 Usos Etnomedicinais

A infusão das folhas se recomenda no geral como antiespasmódica, digestivo e

sedante. Além disso, se emprega com antitussígeno, contra resfriados, como sudorífico,

expectorante e emenagogo. Por via externa se aplica a tintura em forma de fricções peitorais

para o tratamento de resfriados. A infusão das plantas é indicada como antidiabético,

analgésico, sudorífero e emenagogo; como expectorante, abortivo, para secar o leite e

antihemorroidal; como antiasmático, antireumático, hipnosedante, dermatites e eczemas,

odontalgias e regulação do fluxo menstrual. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

Em vários países da América Central se empregam as ramas frescas por sua

característica adstringente e antiséptica para acelerar a recuperação pós-parto. Na Martinica e

Trinidad emprega-se a decocção da folha como antitérmica. Os índios Ticuna do Peru

utilizam as folhas trituradas em água, aplicando-as em forma de compressas na presença de

neuralgias. Em casos de diarréia, mistura-se suas folhas com menta, ingerindo a infusão por

via interna 2-3 vezes por dia. Os índios de Chiapas, México, empregam suas folhas em

infusão para o tratamento de enfermidades renais. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

7.10 Tintura

Prepara com 200g de erva seca em um litro de álcool de 70°. Deixar repousar sete dias

agitando diariamente. Tomar 25-30 gotas depois das principais refeições com um copo de

água. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

8 Cinchona calisaya

Page 51: Fitoterapia e TPM

67

8.1 Parte Utilizada

Casca seca dos talos. Em alguns países é também utilizada a casa da raiz. A droga

apresenta odor fraco característico, com sabor intensamente amargo e ligeiramente

adstringente. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

8.2 Ações Farmacológicas

As ações estão concentradas nas propriedades antimaláricas e antiarrítmicas de seus

principais alcalóides quinina e quinidina. Para uma melhor compreensão, dividiu-se estudos

biológicos realizados de acordo com a atividade terapêutica proposta. (ALONSO, 2004;

SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

8.3 Atividade Antimalárica

Os alcalóides da quina foram durante muitos anos os fármacos de preferência para o

tratamento da malária. Com a introdução das drogas sintéticas, esta prática foi caindo em

desuso; no entanto nos paises em via de desenvolvimento continuaram constituindo uma

medicina eficaz contra o Plasmodium falciparum, sobre tudo nas formas assexuadas entra

glomerulares cloroquino-resistente combiando-se com pirimetamina e sulfadoxina; ou

também com treta ciclina ou clindamicina. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

A quinina apresenta ação esquisonticida, com escassa atividade sobre os esporócitos

ou sobre as formas pré eritrocíticas dos parasitos da malária gametócita somente para

Plasmódium malarie e P. vivax, sendo comparativamente mais tóxica e menos efetiva que a

Page 52: Fitoterapia e TPM

68

cloroquina. Sendo administrada como preventivo ou entre acessos de febre malárica.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Seu mecanismo de ação não está muito claro ate agora, visto que, existem evidencias

que a quinina atuaria por intercalação da parte quinólica dentro do DNA do parasita. Ainda,

atua inserindo moléculas policíclicas planares e rígidas entre os pares de bases adjacentes da

dupla da hélice do DNA. Dessa maneira estende o ácido nucléico dificultando sua replicação

e transcrição. Um ensaio clínico efetuado em crianças com encéfalopatia com P. falsiparum,

determinou a utilidade da via retal para administração de alcalóides da quina (quinimax ®)

associado com cloroquina por via oral demonstrando uma boa tolerância e ausência de

irritabilidade local. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

8.4 Atividade Antiarritmica

A quinidina representa uma droga muito importante na abordagem de quadros de

fibrilação auricular. Obtém-se também de outras fontes vegetais pertencentes a esta mesma

família, como remijia purdienda e R. pedunculata. A atividade malárica antiarritmica foi

descoberta casualmente, em pacientes com malária que melhorara seus quadros fibrilatórios

subjacentes depois de receber quinidina. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

A quinidina atua através de uma redução na entrada de sódio na célula, o que provoca

um aumento do potencial de ação, uma diminuição na velocidade de despolarização celular e

um aumento do período refratário. Desta maneira, diminui a freqüência cardíaca e a

excitabilidade, evitando-se os fenômenos de Hiperautomatismo. No entanto, aquinidina

indiretamente pode aumentar a freqüência cardíaca por bloqueio colinérgico ou por aumento

reflexo da atividade simpática. A quinina também apresenta propriedades depressora cardíaca,

porem sua atividade é 50% menor que a quinidina. Em doses antimaláricas, a quinina

apresenta a nível cardiovascular um efeito estimulante contrátil do músculo cardíaco, do que

de menor intensidade que o produzido por quinidina. Entre as indicações da quinidina estão:

extrasistole auricular, átrioventricular e ventricular, taquicardia auricular e ventricular,

vibração auricular e fibrilação auricular. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT

PLAINS, 2007)

Page 53: Fitoterapia e TPM

69

8.5 Atividade Digestiva

As características amargas dos preparados elaborados com casca de quina geram um

efeito eupéptico e orexígeno, favorecendo a secreção dos sucos gástricos, dos quais são

aproveitados na industria alimentícia de bebidas amargas e tônicas, admitindo um máximo

para a quinina de 83 ppm. No caso de bebidas alcoólicas o máximo permitido é de 278 ppm.

Quanto aos taninos, os mesmos justificam seu conhecido efeito adstringente útil em processos

inflamatórios das mucosas, ou como regulador intestinal. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e

GREAT PLAINS, 2007)

Administração intraperitonial de quinina a ratos demonstrou inibir o peristaltismo

intestinal produzidas por agentes estimulantes da motilidade. Esta atividade foi antagonizada

por naloxona, o qual somado a um efeito sinergistico com morfina, demonstra um mecanismo

de atividade inibitória que capturaria as substâncias opióides endógenas. (ALONSO, 2004;

SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

8.6 Outras Atividades

Estudo in vitro tem determinado efeito citostático de alguns metabólitos secundários

dos alcalóides da quina através do estimulo dos leucócitos polimorfonucleares. O derivado

semi-sintético, Hidrocloroquina, tem estudado com bons resultados no controle sintomático e

inflamatório de pacientes com artrite reumatóide. Emprego da união de todos os alcalóides da

quina (totaquina), demonstrou sua utilidade in vitro, como amebicida. Entre outras ações, a

quinidina demonstrou diante de seu uso antiarritmico, aumentar o ritmo respiratório. Também

demonstrou o efeito curarisante fraco sobre o músculo estriado; ação miorelaxante (aumenta a

fase refratária do músculo esquelético atuando diretamente sobre a fibra muscular e alterando

a distribuição de cálcio na fibra). Atividades oxitóxicas (com doses antimaláricas e durante o

trabalho de parto e ação antitérmica, ao provocar inibição sobre o centro termoregulador

bulbar). A quinina atenua a excitabilidade da placa motrix, ao reduzir as reações induzidas por

estimulação nervosa repetida ou por acetilcolina. A atividade miorelaxante foi comprovada

útil em casos de câimbras em membros inferiores. A cinchonina demonstrou in vitro atividade

antiagregante plaquetaria mediada por bloqueio do influxo do íon cálcio e inibição de proteína

Page 54: Fitoterapia e TPM

70

quinase C. Por ultimo o extrato aquoso da casca de quina exibiu in vitro propriedades

antioxidantes, não se tendo até o momento identificação dos compostos ativos responsáveis.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

8.7 Farmacocinética

A malária esta associada a uma redução no clearance sistêmico e no volume de

distribuição dos alcalóides da quina. Essa redução é proporcional à severidade do quadro. A

quinina é facilmente absorvida pelo intestino delgado quando se administra por via oral,

inclusive em casos de diarréia. A concentração plasmática máxima se alcança entre uma a três

horas de sua administração oral sendo transportada em 70% pelas proteínas plasmáticas. A

quinina atravessa a barreira placentária e chega ao feto. A degradação principal ocorre no

fígado (80%) e ao redor dele e 5% se elimina por via renal. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007

e GREAT PLAINS, 2007)

O sulfato de quinidina administrado por via oral é absorvido rapidamente, alcançando

concentrações plasmáticas máximas entre os 60 e 90 minutos. Por volta de 90% da quinidina

plasmática está unida ao alfa-1-acido para lucoproteina e albumina penetrando nos eritrócitos

e unindo-se a princípio com a hemoglobina. Salvo no cérebro se distribui em quase todos os

tecidos sendo metabolizada pelo fígado (65%) e excretada pelos rins, calculando-se umas 6

horas de tempo médio de eliminação. A eliminação da quinidina se da 80% através do

metabolismo hepático e 20% por via urinária quando se administra por via oral a quinidina

(em forma de sal de gluconato e poligacturonato) Apresenta níveis céricos máximos abaixo da

forma de sal de sulfato. (ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

8.8 Efeitos Adversos ou Tóxicos

A quinina em altas doses é depressora do sistema nervoso central, considerando-se 8g

a dose para produzir a morte de um ser humano. Administrado por via oral pode geral quadros

de epigastralgia, náuseas e vômitos. Durante o uso prolongado ou em doses superiores a

10mg/ml, pode originar uma síndrome conhecida como Cinchonismo, caracterizada por

Page 55: Fitoterapia e TPM

71

fotofobia e perda dos reflexos da acomodação, retinopatia, vertigens, enxaqueca, erupções

cutâneas, transtornos gastrointestinais e cardiovasculares. Em casos de intoxicação aguda,

predominam esses últimos sintomas dos quais desaparecem sobre a supervisão do tratamento.

(ALONSO, 2004; SIGRIST, 2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Em indivíduos hipersensíveis pode provocar asma e extraordinariamente danos renais

com anuria e uremia. Tem-se relatados poucos casos de uma variedade de lúpus conhecido

como lúpus anticoagulante em pacientes submetidos a tratamento com quinidina e quinina.

Em muitas ocasiões pode produzir hipoglicemia, hepatite, e coagulação intravascular. Na

forma injetável, tanto subcutânea como intramuscular é muito dolorosa e pode causar

irritabilidade local e abscessos estéreis. A quinidina ocasionalmente pode originar efeitos

imunoalérgicos que podem desencadear um bloqueio auriculo-ventricular. A quinina e seus

derivados sintéticos podem geral fotossensibilidade cutânea. (ALONSO, 2004; SIGRIST,

2007 e GREAT PLAINS, 2007)

Page 56: Fitoterapia e TPM

72

9 Morus nigra

9.1 Composição química

Vitamina C, bioflavonóides em larga escala, rica em fibras, folatos, vitamina E,

pequena quantidade de ferro, cálcio, ácido elágico, salicilatos naturais. (FERRO, 2006)

9.2 Atividade Antioxidante

Estudo sobre o efeito antioxidante de três extrações diferentes da fruta da Morus nigra

(suco da fruta, extrato hidroalcóolico1 e polifenólico2) na glicosilação da hemoglobina, os

danos oxidativos aos eritrocitos humanos, os hepatocitos do fígado dos ratos e a LDL

demonstraram resultados favoráveis. Os resultados mostram que todos os três extratos

inibiram a glicosilação da hemoglobina induzida pela glicose em diferentes graus. A hemólise

dos eritrócitos humanos induzidos pelo peróxido de hidrogênio foi inibida também. A

produção do malondialdeído durante os danos oxidativos às membranas do plasma dos

hepatocitos isolados do rato induzidos pelo tert-butil-hidroperoxido foi inibida também. A

inibição da oxidação do lipídeo de LDL induzido pelo íon de cobre foi conseguida durante o

estudo. Os resultados sugerem que a fruta da M. nigra tem uma ação protetora em relação aos

danos oxidativos nas membranas celulares e a nível molecular. (NADERI, 2004)

9.3 Atividade Analgésica

1 O extrato hidroalcóolico é manufaturado a partir do vegetal seco em forma de pó adicionado a uma proporção de 3:1 em solução hidroalcóolica a 70%. (BRANCO NETO, 2006)

2 O termo fenólico ou polifenólico pode ser definido como sendo uma substância que tem um ou mais núcleos aromáticos, contendo substituintes hidroxilados e,ou derivados funcionais, como ésteres, glicosídeos e outros. (BATISTA, 2005)

Page 57: Fitoterapia e TPM

73

Os efeitos antinociceptivos do M. nigra, indicado pela presença de prenilflavonóide

nas cascas da raiz da planta foram investigados em modelos clássicos de dor nos ratos. Os

resultados mostraram que a M. nigra exibe um perfil antinociceptive ou analgésico promissor

por via intraperitoneal, sendo mais potente do que algumas drogas padrão usadas como

referência. O mecanismo pelo qual a M. nigra exerce a atividade antinociceptive ainda

permanece indeterminado, mas os resultados sugerem fortemente que envolve a participação

do sistema opióide. (de SOUZA, 2000)

9.4 Atividade Antiglicemiante

Os efeitos do tempo de fervura no índice do peso seco e no componente ativo inibidor

do alfa-glicosidase liberados do chá da Morus alba foram estudados e revelaram um

importante efeito antiglicemiante. Os diferentes produtos extraídos do chá mostraram

diferenças significativas na atividade inibitória de sacarídeos e maltose. A inibição mais

eficaz da enzima foi observada quando o tempo mínimo de fervura, de 3 a 5 minutos, foi

aplicado na preparação do chá. O chá reduziu os índices de liberação da glicose, em uma

experiência de cultura de células Caco-2 com lados apical e basal dos monócitos da célula.

Pode-se concluir que o extrato da água quente das folhas da amora tem efeito inibitório em

enzimas de alfa-glicosidases, dos sacarídeos e da maltose, e tem um potencial para ser

consumido como o chá anti-diabético. (HANSAWASDI, 2006)

9.5 Atividade Hormonal

Considerado um fitoestrogênico leve, daí seu uso na terapia de reposição hormonal, de

maneira natural, nos casos de menopausa sintomática. Também tem seu uso como

equilibrador das taxas hormonais, sendo utilizado por esse motivo também no tratamento da

tensão pré-menstrual. Esse uso não possui estudos definidos delimitando seu exato modo de

Page 58: Fitoterapia e TPM

74

ação, mas há estudos que apontam a afinidade dos receptores estrogênicos com extratos de M.

nigra. (UFMS, 2007; FERRO, 2006 e FRANZOTTI, 2004)

9.6 Outras Atividades

Atividades diurética e laxativa relacionada aos frutos, sendo utilizada como

coadjuvante nos casos de litíase renal. Já as folhas são consideradas antidiarréicas, e a raiz é

utilizada para verminoses. (FERRO, 2006 e UFMS, 2007)

Possui propriedades calmantes e sedativas, usada em banhos locais nos casos de

vulvovaginites e também considerado imunoestimulante, aumentando a atividade linfocitária.

Por esse motivo há referências da atividade antiinflamatória dessa espécie. (FERRO, 2006)

9.7 Contra-indicações

Reações de hipersensibilidade à ingestão de M. nigra são consideradas incomuns e não

há relatos que tenham ocorrido no mesmo paciente mais de uma vez. (CAIAFFA, 2003)

Page 59: Fitoterapia e TPM

75

MATERIAIS

Cartazes contendo a proposta do estudo, critérios de inclusão e exclusão, data

limite para inscrição, telefones das pesquisadoras e aval do orientador e

coorientador (Apêndice E).

Ficha de Informação à Voluntária (Apêndice C).

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice D).

Relatório de Sintomas Diários (Apêndice A).

“Questionário de Sintomas Pré-Menstruais”, elaborado a partir dos sintomas

descritos no DSM-IV para Síndrome Pré Menstrual (Apêndice B).

340 mL do composto de tinturas, contendo 68 mL de cada planta (Lippia alba,

Morus nigra, Cinchona calisaya, Cimicifuga racemosa, Salvia officinalis),

disponibilizados em 17 frascos de vidro âmbar com conta-gotas contendo 20

mL cada.

Page 60: Fitoterapia e TPM

76

MÉTODOS

Após aprovação com recomendação na 42ª reunião do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Anhembi Morumbi, no dia 13/02/2007 (Anexo I), a pesquisa foi divulgada com

a colaboração do coorientador Professor André Hinsberger, para alunas de Naturologia, junto

a cartazes expostos no campus centro da própria instituição (Apêndice E).

A pesquisa foi realizada não só através de material de bibliográfico disposto no acervo

da Universidade Anhembi Morumbi, mas também em bancos de dados científicos PubMed,

Bireme e EBSCO.

1 Voluntárias

Foram cadastradas 17 mulheres, universitárias de 19 a 24 anos, para um estudo

experimental com intervenção de fitoterápico na forma de um composto de tinturas de Lippia

alba, Morus nigra, Cinchona calisaya e Salvia Officinalis, com avaliação dos efeitos através

de questionário (Apêndice B). Elas não deveriam estar fazendo uso de anticoncepcional

medicamentoso ou sob uso contínuo de paracetamol, barbitúricos, benzodiazepínicos,

antiácidos, digoxina e anticoagulantes.

Consideramos o número das voluntárias adequado, uma vez que, exigiu-se

disponibilidade das pesquisadoras para o acompanhamento individual e semanal, além do

custo, e, devido aos critérios de exclusão; que diminuem a possibilidade de uma amostra que

se encaixe no protocolo.

Os critérios para inclusão são:

Apresentar durante pelo menos dois ciclos consecutivos, cinco ou mais dos 11

sintomas relatados no questionário, sendo que um deles obrigatoriamente deve ser um dos

quatro primeiros sintomas (Apêndice B).

Avaliação diferencial positiva para Síndrome Pré-Menstrual, através do relatório de

sintomas diários (Apêndice A).

Ter entre 19 e 24 anos.

Ter ciclo regular (menor que 35 dias e maior que 25 dias).

Page 61: Fitoterapia e TPM

77

Os critérios para exclusão são:

Estar sob uso contínuo e regular de anticoncepcionais medicamentoso.

Gravidez e ou amamentação.

Ter ciclo irregular (maior de 35 dias ou menor de 25 dias).

1.1 Sobre estudo experimental

Não consideramos correto privar as voluntárias de um tratamento que possivelmente

alivie seu sofrimento e que, quando administrado dentro das doses recomendadas, utilizadas

nessa pesquisa, não provoca efeitos colaterais, segundo estudos disponíveis. Além disso,

devido ao tempo hábil, ao número de pesquisadoras e a significativa falta de amostra

homogênea, devido ao rigor dos critérios de inclusão e exclusão o número de amostra é

apropriado. Devido à sazonalidade e particularidade do ciclo menstrual de cada voluntária,

será necessário um acompanhamento individual e pessoal com cada uma e o número de

pesquisadoras só permite o acompanhamento dedicado de 17 voluntárias.

1.2 Descrições do recrutamento de voluntárias

As interessadas procurarão as pesquisadoras, quando da divulgação da pesquisa,

informando-se a respeito das contra-indicações da parte experimental da pesquisa. Não se

enquadrando nas contra-indicações, as voluntárias foram cadastradas conforme adequação aos

pré-requisitos estabelecidos no item 1.

Após cadastramento, leram e tiraram dúvidas sobre a Ficha de Informação à

Voluntária (Apêndice C) e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Apêndice D). Em seguida preencheram relatório de sintomas diários (Apêndice A) durante

um ciclo, por mais ou menos dois meses consecutivos.

Page 62: Fitoterapia e TPM

78

1.3 Relatórios de sintomas diários

Atualmente a utilização dos critérios do DSM-IV, em associação ao preenchimento de

diários prospectivos, como o relatório de sintomas diários (Apêndice A) por pelo menos dois

ciclos menstruais consecutivos é reconhecido como o modo prático da confirmação

diagnóstica da SPM. (AMERICAN PSCHYATRIC ASSOCIATION, 2006 e FREEMAN, et

al; 1996)

O relatório de sintomas diários consiste em 17 sintomas comuns da SPM, incluindo 11

sintomas dos critérios diagnóstico do DSM-IV para SPM. Os pacientes avaliam cada sintoma

em uma escala de cinco pontos - de zero (nenhum) a quatro (severo). A escala fornece a

orientação marcando a severidade de cada sintoma e pode ser usada em clínica no auxilio dos

cuidados preliminares para o diagnóstico e a avaliação de SPM. A pontuação do relatório

diário pré-menstrual é a soma dos pontos dos 6 dias anteriores à próxima menstruação e a

pontuação pós-menstrual é a soma dos pontos dos dias 5 a 10 (sendo o dia 1 o primeiro dia da

menstruação) usado como forma de eliminação de sintomas de SPM. (SUBHASH, 2002)

Este relatório foi adaptado com permissão de Freeman e DeRubeis, e sua

confiabilidade foi testada por Rickels, sendo um diário de sintomas para SPM válido.

(FREEMAN, et al; 1996)

2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Após o recrutamento das interessadas, estas passaram a ser denominadas ‘voluntárias’.

As pesquisadoras entregaram pessoalmente a Ficha de Informação à Voluntária (Apêndice C)

a qual foi lida pela voluntária e esclarecida à mesma que em seguida assinou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice D). Esse processo ocorreu individualmente e

pessoalmente. Em seguida, as voluntárias passaram a preencher o relatório de sintomas

diários durante um ciclo menstrual.

Page 63: Fitoterapia e TPM

79

3 Composto de Tinturas Fitoterápicas

3.1 Preparações do composto

Foram necessários 68 mL da tintura a 15% de cada planta: Lippia alba, Morus nigra,

Cinchona calisaya, Cimicifuga racemosa, Salvia officinalis, misturados e perfazendo um total

de 340 mL do composto; sendo subdivididos em 17 frascos contendo 20 mL cada.

Os fitoterápicos utilizados foram adquiridos no laboratório Panizza e laboratório

Phylip de Lyon.

3.2 Posologia

O conteúdo do frasco deveria ser utilizado da seguinte maneira: tomar 30 gotas

diluídas em um copo de água, 3 vezes ao dia após as principais refeições durante 7 dias

consecutivos, iniciando no quarto dia anterior ao primeiro dia previsto do início da

menstruação e continuando durante a mesma.

3.3 Controles de ingestão do composto

Após o sétimo dia as voluntárias do grupo deveriam relatar se tomaram o conteúdo do

frasco conforme a indicação ou não. Se não houvesse ingestão regular, um relatório livre seria

gerado pelas pesquisadoras através de consulta à voluntária, como forma de comparar a

eficácia do tratamento na fase conclusiva do estudo.

Page 64: Fitoterapia e TPM

80

4 Coleta e Análise de Dados

4.1 Coletas dos dados

Encontros quinzenais individuais foram conduzidos dentro da Universidade Anhembi

Morumbi, campus centro, em sala disponível.

A Ficha de Informação à Voluntária (Apêndice C) e o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (Apêndice D) foram preenchidos e no mesmo dia foi orientado o preenchimento

do relatório de sintomas diários (Apêndice A), o qual foi devolvido ao final do primeiro ciclo

da parte prática. Uma breve avaliação foi feita para identificar as voluntárias com sintomas

positivos para SPM e à estas foi entregue o composto de tintura junto com o Questionário de

Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B), uma semana antes do início do segundo ciclo da parte

prática. O segundo questionário foi preenchido ao final da pesquisa, quando solicitado pelas

pesquisadoras.

4.2 Análises estatísticas

Os dados coletados foram analisados através do programa Microsoft Excel, através do

teste T de Student “pareado”, gerando tabelas e gráficos que desenharam o estudo com somas,

médias, desvio padrão e valor de significância, ou não, dos resultados.

4.3 Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

Em virtude da etiologia da SPM ainda não ser conhecida, aguarda-se por métodos

diagnósticos mais precisos. Os sintomas relatados pelas pacientes podem permitir que o

profissional da área da saúde construa um tratamento específico para cada caso. É importante

que se tenha uma compreensão clara dos sintomas dessas pacientes antes de iniciar qualquer

terapia. (FERNANDES, et al; 2004)

Page 65: Fitoterapia e TPM

81

Os questionários mencionados por outros estudos não se encontram disponíveis,

porém há um padrão a ser seguido. Usualmente, pode-se estabelecer um questionário a partir

das definições do DSM-IV para SPM. Dessa maneira têm-se quatro critérios (A, B, C e D),

sendo que o critério A define as características, o padrão de recorrência e a lista de sintomas

(Apêndice B) que podem estar presentes no período pré-menstrual. (SUBHASH, 2002 e

VIEIRA FILHO, 1998)

Para se completar o diagnóstico, a paciente deve apresentar cinco ou mais sintomas

descritos no critério A, sendo que um deles, obrigatoriamente, deve ser um dos primeiros

quatro itens, apresentando esses sintomas, na maioria dos ciclos do último ano, durante a fase

lútea (do 17º dia ao 28º), com remissão após alguns dias do início da fase folicular e ausência

nas semanas pós-menstruais. (SUBHASH, 2002, VIEIRA FILHO, 1998 e AMERICAN

PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1987)

O critério B diz que os sintomas devem interferir ou trazer prejuízo no trabalho, na

escola, nas atividades cotidianas ou nos relacionamentos; o critério C trata da delimitação dos

sintomas como exclusivos para SPM, sendo que tais não devem ser apenas exacerbações de

outras doenças. O critério D diz que os critérios A, B, e C devem ser confirmados por

anotações prospectivas em diário durante pelo menos dois ciclos consecutivos. (VIEIRA

FILHO, 1998 e AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1987)

Page 66: Fitoterapia e TPM

82

10 RESULTADOS

10.1 Relatório de Sintomas Diários

Pontuação Individual do Total Diário da Intensidade dos Sintomas do ‘Relatório de

sintomas diários’

Classificação Dia Ciclo V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9 V10 V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17

19 1 5 18 4 5 3 12 5 12 50 27 41 9 5 34 33 24

20 1 0 12 4 4 8 15 2 19 37 27 43 10 3 40 26 20

21 1 0 13 3 18 3 14 3 27 36 27 42 13 3 26 33 16

TPM 22 1 1 14 10 19 0 11 3 33 49 26 44 19 4 27 26 13

TPM 23 1 3 21 17 9 2 9 3 41 32 17 43 32 19 26 36 26

TPM 24 1 3 22 27 15 1 12 3 41 26 24 44 34 12 26 28 26

TPM 25 1 5 20 32 1 4 10 3 38 16 19 44 30 19 27 34 23

TPM 26 1 12 21 37 2 4 13 22 38 28 29 44 26 15 32 29 21

TPM 27 1 33 23 40 8 7 3 17 39 34 29 44 30 24 28 20 18

TPM 28 1 26 42 42 8 34 7 17 55 32 34 49 36 25 34 19 17

TPM 29 1 32 37 40 14 31 14 9 46 22 32 53 30 22 46 13 17MENSTRUAÇÃO 1 1 28 36 38 15 7 38 10 40 8 21 37 30 25 46 32 16

TPM 2 1 12 26 23 10 15 33 7 39 5 18 36 8 24 19 27 21

TPM 3 1 18 18 20 7 6 40 13 30 1 23 20 12 14 4 32 22

TPM 4 1 11 7 15 4 9 36 0 27 2 27 31 11 15 5 28 12

5 1 9 6 9 2 12 28 0 18 8 23 22 11 4 4 35 9

6 1 4 7 6 1 14 19 11 13 7 25 24 11 3 10 29 7

7 1 9 9 3 3 8 20 11 8 5 14 26 11 3 16 25 24

8 1 2 10 3 5 6 27 8 8 13 7 20 11 7 14 23 7

9 1 12 8 2 2 8 30 6 14 16 7 5 13 7 16 22 7

10 1 3 12 3 7 2 25 7 13 22 5 5 14 3 16 21 6

11 1 3 7 3 6 1 15 7 10 24 1 8 14 5 5 12 6

12 1 5 10 1 2 7 13 0 8 27 1 6 11 5 16 9 10OVULAÇÃO 13 1 10 17 0 3 21 11 5 10 29 2 4 16 11 15 9 13OVULAÇÃO 14 1 5 11 1 1 13 25 9 10 31 6 12 15 26 15 6 10OVULAÇÃO 15 1 8 7 1 3 8 17 4 9 41 5 8 20 9 18 10 21OVULAÇÃO 16 1 8 6 0 2 4 21 6 10 45 2 14 23 4 18 12 15OVULAÇÃO 17 1 0 8 1 2 3 20 8 8 35 8 37 17 12 17 21 18

18 1 5 14 2 5 2 13 3 8 43 13 41 9 17 19 9 5

Tabela 1 Fonte: O Autor (2007)

10.2 Intensidade Individual dos Sintomas do ‘Relatório de sintomas diários’

Page 67: Fitoterapia e TPM

83

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

184

88

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

VOLUNTÁRIA 1

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 1 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 1, 24 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados de

sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

184, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 88 pontos.

Page 68: Fitoterapia e TPM

84

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

287

165

0

50

100

150

200

250

300

350

VOLUNTÁRIA 2

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 2 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 2, 22 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados de

sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

287, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 165 pontos.

Page 69: Fitoterapia e TPM

85

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

341

460

50

100

150

200

250

300

350

400

VOLUNTÁRIA 3

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 3 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 3, 24 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados de

sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

341, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 46 pontos.

Page 70: Fitoterapia e TPM

86

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

112

71

0

20

40

60

80

100

120

VOLUNTÁRIA 4

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 4 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 4, 24 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados de

sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

112, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 71 pontos.

Page 71: Fitoterapia e TPM

87

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

120

123

118,5

119

119,5

120

120,5

121

121,5

122

122,5

123

123,5

VOLUNTÁRIA 5 - EXCLUIDA

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 5 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 5, 20 anos, foi excluída da pesquisa por apresentar índices mais elevados

de sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 4º dia ao 20º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual podem representar outro tipo de

distúrbio que não a SPM. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de 120,

enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 123 pontos. 

Page 72: Fitoterapia e TPM

88

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

VOLUNTÁRIA 6

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 6 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 6, 20 anos, foi excluída por não apresentar o relatório de sintomas diários

no tempo programado da pesquisa, embora tenha assinado o TCLE (Apêndice A). Além

disso, iniciou tratamento medicamentoso na metade do período da parte prática, onde não

poderia tomar outro medicamento, como o fitoterápico.

Page 73: Fitoterapia e TPM

89

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

226

325

0

50

100

150

200

250

300

350

VOLUNTÁRIA 7 - EXCLUIDA

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 7 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 7, 22 anos, foi excluída da pesquisa por apresentar índices mais elevados

de sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 4º dia ao 20º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual podem representar outro tipo de

distúrbio que não a SPM. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de 226,

enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 325 pontos.

 

Page 74: Fitoterapia e TPM

90

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

107

95

88

90

92

94

96

98

100

102

104

106

108

VOLUNTÁRIA 8

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 8 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 8, 23 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados de

sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

107, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 95 pontos. 

Page 75: Fitoterapia e TPM

91

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

467

195

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

VOLUNTÁRIA 9

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 9 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 9, 21 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados de

sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios . No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

467, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 195 pontos. 

Page 76: Fitoterapia e TPM

92

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

255

469

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

VOLUNTÁRIA 10 - EXCLUIDA

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 10 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 10, 19 anos, foi excluída da pesquisa por apresentar índices mais elevados

de sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 4º dia ao 20º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual podem representar outro tipo de

distúrbio que não a SPM. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de 255,

enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 469 pontos.

Page 77: Fitoterapia e TPM

93

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

299

200

0

50

100

150

200

250

300

350

VOLUNTÁRIA 11

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 11 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 11, 20 anos., foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados

de sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

299, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 200 pontos. 

Page 78: Fitoterapia e TPM

94

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

489

358

0

100

200

300

400

500

600

VOLUNTÁRIA 12

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 12 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 12, 18 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados

de sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

489, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 358 pontos.

Page 79: Fitoterapia e TPM

95

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

298

228

0

50

100

150

200

250

300

350

VOLUNTÁRIA 13

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 13 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 13, 19 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados

de sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

298, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 228 pontos. 

Page 80: Fitoterapia e TPM

96

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

218

127

0

50

100

150

200

250

VOLUNTÁRIA 14

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 14 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 14, 21 anos, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados

de sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

218, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 127 pontos.

Page 81: Fitoterapia e TPM

97

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

320

299

285

290

295

300

305

310

315

320

325

VOLUNTÁRIA 15

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 15 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 15, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados de

sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

320, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 299 pontos. 

Page 82: Fitoterapia e TPM

98

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

324

335

318

320

322

324

326

328

330

332

334

336

VOLUNTÁRIA 16 - EXCLUIDA

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 16 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 16, 20 anos, foi excluída da pesquisa por apresentar índices mais elevados

de sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 4º dia ao 20º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual podem representar outro tipo de

distúrbio que não a SPM. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de 324,

enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 335pontos. 

 

Page 83: Fitoterapia e TPM

99

INTENSIDADE DOS SINTOMAS

232

218

210

215

220

225

230

235

VOLUNTÁRIA 17

Soma período SPM

Soma outros dias dociclo

Gráfico 17 Fonte: O Autor (2007)

Voluntária 17, foi incluída na pesquisa por apresentar índices mais elevados de

sintomas diários relacionados à SPM, no período avaliado do seu 21º dia ao 3º dia do ciclo.

Os sintomas mais elevados nesses dias do ciclo menstrual caracterizam a presença de SPM

em relação à outros distúrbios. No período caracterizado pela SPM a soma dos pontos foi de

232, enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 218 pontos. 

Page 84: Fitoterapia e TPM

100

SOMA DOS SINTOMAS DAS VOLUNTÁRIAS

184

287341

112 120

0

226

107

467

255299

489

298

218

320 324

232

88

165

4671

123

0

325

95

195

469

200

358

228

127

299335

218

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

VOLUNTÁRIAS

INT

EN

SID

AD

E D

A S

PM

INTENSIDADE SPM

INTENSIDADE OUTROS DIAS DO CICLO

Gráfico 18 Fonte: O Autor (2007)

Visualização e comparação dos resultados expostos nos gráficos 1 à 17, relacionando

as voluntárias incluídas e excluídas em relação à intensidade dos sintomas no período

observado da TPM e dos outros dias do ciclo.

Page 85: Fitoterapia e TPM

101

10.3 Média da Intensidade dos Sintomas do ‘Relatório de sintomas diários’

MÉDIA DA INTENSIDADE DOS SINTOMAS

279,50

174,17

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

MÉDIA DAS VOLUNTÁRIAS INCLUIDAS

Soma período SPM

Soma outros dias do ciclo

Gráfico 19 Fonte: O Autor (2007)

A média da intensidade dos sintomas de voluntárias incluídas no período caracterizado

pela SPM soma 279,50 enquanto que no período fora da SPM a soma foi de 174,17. 

Page 86: Fitoterapia e TPM

102

DESVIO PADRÃO DOS SINTOMAS - VOLUNTÁRIAS INCLUÍDAS

232

320

218

298

489

299

467

107112

341287

184218

299

127

228

358

200195

957146

165

88

0

100

200

300

400

500

600

700

V1 V2 V3 V4 V8 V9 V11 V12 V13 V14 V15 V17

VOLUNTÁRIAS

INT

EN

SID

AD

E D

A S

PM

INTENSIDADE SPM

INTENSIDADE OUTROS DIAS DO CICLO

Gráfico 20 Fonte: O Autor (2007)

Comparação individual das médias da intensidade dos sintomas das voluntárias

incluídas na pesquisa com desvio padrão de ±119,93 na intensidade dos sintomas nos dias

caracterizados pela SPM e ±94,56 na intensidade dos sintomas dos outros dias do ciclo.

Page 87: Fitoterapia e TPM

103

MÉDIA DA INTENSIDADE DOS SINTOMAS

231,25

313

0

50

100

150

200

250

300

350

MÉDIA DAS VOLUNTÁRIAS EXCLUIDAS

Soma período SPM

Soma outros dias do ciclo

Gráfico 21 Fonte: O Autor (2007)

A média da intensidade dos sintomas de voluntárias excluídas no período

caracterizado pela SPM soma 231,25 enquanto que no período fora da SPM a soma foi de

313.  

DESVIO PADRÃO DOS SINTOMAS -VOLUNTÁRIAS EXCLUIDAS

120

226 255324

123

325

469

335

0

100

200

300

400

500

600

700

V5 V7 V10 V16

VOLUNTÁRIAS

INT

EN

SID

AD

E D

A

SP

M

INTENSIDADE SPM

INTENSIDADE OUTROS DIAS DO CICLO

Gráfico 22 Fonte: O Autor (2007)

Comparação individual das médias da intensidade dos sintomas das voluntárias

excluídas da pesquisa com desvio padrão de ±84,79 na intensidade dos sintomas dos dias

caracterizados pela SPM e ±142,66 na intensidade dos sintomas dos outros dias do ciclo.

Page 88: Fitoterapia e TPM

104

10.4 Avaliação da Folha 1 do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

Questões Gerais da Folha 1 do “Questionário de Sintomas Pré-Menstruais”

Filhos Menarca(anos)

Fumante Doenças pregressas Anti-concepcional

Voluntária1 N 11 N Asma, alergia N2 N 10 N Alergia, pressão

baixaN

3 N 15 S Asma, alergia N4 N 11 N Alergia, criese

nervosa, pressão baixa

N

8 N 15 N Alergia N9 N 14 N Crise nervosa N11 N 12 N Asma, alergia N12 N 12 N Alergia, pressão

baixaN

13 N 12 N Pressão baixa N14 N 11 S Pressão baixa N15 N 14 N Alergia N17 N 15/16 N Asma, alergia N

Tabela 2 Fonte: O Autor (2007)

Questões Específicas da Folha 1 do “Questionários de Sintomas Pré-Menstruais”

Regularidade do ciclo menstrual

Sintomas em todos os ciclos?

Dias antes da menstruação Desaparecem quando?

Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo2 Ciclo3 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 2 Ciclo 3Voluntá

ria1 Normal Normal As vezes As vezes Mais de 1

semana1 semana 3 dias 3º dia

2 Intensa Intensa S S 1 semana 1 semana 1º dia 1º dia3 Fraca Fraca S S 1 semana 1 semana 2º dia 2º dia4 Normal Normal As vezes As vezes 1 a 2 dias 1 a 2 dias 2º dia 2º dia8 Normal Normal S S Mais de 1

semana1 semana 1º dia 2º dia

9 Normal Normal As vezes As vezes 2 a 3 dias 2 a 3 dias 3º dia 3º dia11 Normal Normal S S 3 a 4 dias 3 a 4 dias 3º dia 3º dia12 Fraca Fraca As vezes As vezes 1 semana 1 semana 3º dia 3º dia13 Intensa Intensa S S 1 semana 1 semana 5º dia 3º dia14 Fraca Fraca As vezes As vezes 3 a 4 dias 1 semana 2º dia 3º dia15 Fraca Fraca S S 1 semana 1 semana 4º dia 2º dia17 Fraca Fraca As vezes As vezes 1 semana 3 a 4 dias 1 a 2 dias 1 a 2 dias

Tabela 3 Fonte: O Autor (2007)

10.5 Intensidade dos Sintomas do “Questionário de Sintomas Pré-Menstruais”

Page 89: Fitoterapia e TPM

105

Voluntária 1: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A

SP

M CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 23 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 1 apresentou

melhora de um ponto nas questões 1, 3, 9 e 10 do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

(Apêndice B), representando uma melhora de 36,36%. Tais sintomas relacionam-se ao

marcante humor depressivo, sentimentos de desesperança e auto-depreciativo (questão 1);

instabilidade afetiva (questão 3); alterações do sono (questão 9) e sensação de opressão ou

perda do controle emocional (questão 10).

Page 90: Fitoterapia e TPM

106

VOLUNTÁRIA 2: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A S

PM

CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 24 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 2 apresentou

melhora de um ponto nas questões 2, 3, 7 e 10 do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

(Apêndice B), representando uma melhora de 36,36%. Tais sintomas relacionam-se ao

marcante ansiedade, tensão, sensação de estar “no limite” (questão 2); instabilidade afetiva

(questão 3); cansaço fadiga e perda de energia (questão 7) e sensação de opressão ou perda do

controle emocional (questão 10).

Page 91: Fitoterapia e TPM

107

VOLUNTÁRIA 3: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A S

PM

CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 25 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 3 apresentou

melhora de quatro pontos na questão 8, três pontos nas questões 1, 9 e 11, de dois pontos nas

questões 2, 3, 7 e 10 e de um ponto nas questões 4, 5 e 6 do Questionário de Sintomas Pré-

Menstruais (Apêndice B), representando uma melhora de 100%. Tais sintomas relacionam-se

a todo o quadro da Síndrome Pré-Menstrual, relatado na folha 2 do Questionário de Sintomas

Pré-Menstruais (Apendice A).

Page 92: Fitoterapia e TPM

108

VOLUNTÁRIA 4: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A

SP

M CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 26 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 4 apresentou

melhora de dois pontos nas questões 1, 2, e 3 e de um ponto nas questões 4, 5, 8, 9, 10 e 11 do

Questionário de Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B), representando uma melhora de

81,81%. Tais sintomas relacionam-se ao marcante humor depressivo, sentimentos de

desesperança e auto-depreciativo (questão 1); ansiedade, tensão, sensação de estar “no limite”

(questão 2); instabilidade afetiva (questão 3); irritabilidade e, ou agressividade marcantes ou

dificuldades de relacionamento pessoal (questão 4); diminuição do interesse pela atividades

usuais (questão 5); alterações do apetite e, ou compulsão por determinados alimentos (questão

8); alterações do sono (questão 9); sensação de opressão ou perda do controle emocional

(questão 10) e sintomas físicos (questão 11).

Page 93: Fitoterapia e TPM

109

VOLUNTÁRIA 8: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S

DA

SP

M

CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 27 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 8 apresentou

melhora de três pontos na questão 10, dois pontos na questão 2 e um ponto nas questões 3, 4 e

11 do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B), representando uma melhora de

45,45%. Porém, houve piora de um ponto na questão 8 (9,09% do total de sintomas). Isso

significa que houve uma melhora real de 36,36%.

Os sintomas relacionam-se respectivamente à marcante ansiedade, tensão, sensação de

estar “no limite” (questão 2); instabilidade afetiva (questão 3); irritabilidade e, ou

agressividade marcantes ou dificuldades de relacionamento pessoal (questão 4); sensação de

opressão ou perda do controle emocional (questão 10); sintomas físicos (questão 11) e

alterações do apetite e, ou compulsão por determinados alimentos (questão 8).

Page 94: Fitoterapia e TPM

110

VOLUNTÁRIA 9: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S

DA

SP

M

CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 28 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 9 apresentou

melhora de três pontos na questão 2, dois pontos nas questões 1, 5 e 9 e um ponto nas

questões 3, 6, 7, 8, 10 e 11 do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B),

representando uma melhora de 90,90%.

Os sintomas relacionam-se ao marcante humor depressivo, sentimentos de

desesperança e auto-depreciativo (questão 1); ansiedade, tensão, sensação de estar “no limite”

(questão 2); instabilidade afetiva (questão 3); diminuição do interesse pela atividades usuais

(questão 5); dificuldade do pensamento, memória e concentração (questão 6); cansaço, fadiga

e perda de energia (questão 7); alterações do apetite e, ou compulsão por determinados

alimentos (questão 8); alterações do sono (questão 9) e sensação de opressão ou perda do

controle emocional (questão 10) e sintomas físicos (questão 11).

Page 95: Fitoterapia e TPM

111

VOLUNTÁRIA 11: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A

SP

M CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 29 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 11 apresentou

melhora de dois pontos na questão 2 e um ponto nas questões 1, 7 e 10 do Questionário de

Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B), representando uma melhora de 36,36%. Porém,

houve piora nas questões 3, 4 e 11 (27,27% do total de sintomas). Isso representa uma

melhora real de 9,09%.

Os sintomas relacionam-se respectivamente ao marcante humor depressivo,

sentimentos de desesperança e auto-depreciativo (questão 1); ansiedade, tensão, sensação de

estar “no limite” (questão 2); cansaço, fadiga e perda de energia (questão 7); sensação de

opressão ou perda do controle emocional (questão 10) e instabilidade afetiva (questão 3);

irritabilidade e, ou agressividade marcantes ou dificuldades de relacionamento pessoal

(questão 4); sintomas físicos (questão 11).

Page 96: Fitoterapia e TPM

112

VOLUNTÁRIA 12: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A

SP

M CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 30 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 12 apresentou

melhora de um ponto nas questões 2 e 10 do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

(Apêndice B), representando uma melhora de 18,18%. Porém, houve piora nas questões 5, 6 e

9 (27,27% do total de sintomas). Isso representa uma piora real de 9,09%.

Essa voluntária não tomou o fitoterápico de maneira aceitável para verificação dos

efeitos do composto de tinturas fitoterápicas. Relatou ingerir o composto apenas por dois dias

durante o ciclo avaliado. Isso contribui para uma alteração negativa maior do que o saldo de

benefícios do composto.

Page 97: Fitoterapia e TPM

113

VOLUNTÁRIA 13: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A

SP

M CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 31 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 13 apresentou

melhora de um ponto nas questões 3, 6, 8, 9 e 10 do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

(Apêndice B), representando uma melhora de 45,45%. Porém, houve piora na questão 11

(9,09% do total de sintomas). Isso representa uma melhora real de 36,36%.

Os sintomas relacionam-se respectivamente à instabilidade afetiva (questão 3);

dificuldade do pensamento, memória e concentração (questão 6); alterações do apetite e, ou

compulsão por determinados alimentos (questão 8); alterações do sono (questão 9) e sensação

de opressão ou perda do controle emocional (questão 10) e sintomas físicos (questão 11).

Page 98: Fitoterapia e TPM

114

VOLUNTÁRIA 14: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A

SP

M CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 32 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 14 apresentou

melhora de três pontos na questão 10, dois pontos nas questões 7 e 9 e um ponto na questão 6

do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B), representando uma melhora de

36,36%. Porém houve piora na questão 2 e 8 (18,18% do total de sintomas). Isso representa

ums melhora real de 18,18%.

Os sintomas relacionam-se respectivamente ao cansaço, fadiga e perda de energia

(questão 7); alterações do sono (questão 9); sensação de opressão ou perda do controle

emocional (questão 10) e ansiedade, tensão, sensação de estar “no limite” (questão 2);

alterações do apetite e, ou compulsão por determinados alimentos (questão 8).

Page 99: Fitoterapia e TPM

115

VOLUNTÁRIA 15: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A

SP

M CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 33 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 15 apresentou

melhora de quatro pontos na questão 11, dois pontos nas questões 1 e 4 e um ponto na questão

2, 3, 5, 7, 8 e 10 do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B), representando

uma melhora de 81,81%. Porém houve piora na questão 9 (9,09% do toral de sintomas). Isso

representa uma melhora real de 72,72%.

Os sintomas relacionam-se respectivamente ao marcante humor depressivo,

sentimentos de desesperança e auto-depreciativo (questão 1); ansiedade, tensão, sensação de

estar “no limite” (questão 2); instabilidade afetiva (questão 3); irritabilidade e, ou

agressividade marcantes ou dificuldades de relacionamento pessoal (questão 4); diminuição

do interesse pela atividades usuais (questão 5); cansaço, fadiga e perda de energia (questão 7);

alterações do apetite e, ou compulsão por determinados alimentos (questão 8); sintomas

físicos (questão 11) e alterações do sono (questão 9).

Page 100: Fitoterapia e TPM

116

VOLUNTÁRIA 17: ANTES E DEPOIS DA TINTURA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

QUESTÕES

INT

EN

SID

AD

E D

OS

SIN

TO

MA

S D

A

SP

M CICLO 2 ANTES

CICLO 3 DEPOIS

Gráfico 34 Fonte: O Autor (2007)

Após o preenchimento do relatório de sintomas diários e intervenção com o composto

de tinturas fitoterápicas no segundo ciclo durante a pesquisa, a voluntária 17 apresentou

melhora de dois pontos nas questões 3 e 4 e um ponto nas questões 7, 10 e 11 do Questionário

de Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B), representando uma melhora de 45,45%. Porém,

houve piora nas questões 2, 6 e 8 (27,27% do total de sintomas). Isso representa uma melhora

real de 18,18%.

Os sintomas relacionam-se à instabilidade afetiva (questão 3); irritabilidade e, ou

agressividade marcantes ou dificuldades de relacionamento pessoal (questão 4); cansaço,

fadiga e perda de energia (questão 7); sensação de opressão ou perda do controle emocional

(questão 10); sintomas físicos (questão 11) e ansiedade, tensão, sensação de estar “no limite”

(questão 2); dificuldade do pensamento, memória e concentração (questão 6); alterações do

apetite e, ou compulsão por determinados alimentos (questão 8);

Page 101: Fitoterapia e TPM

117

10.6 Soma e Média da Soma das Questões dos “Questionário de Sintomas Pré-

Menstruais”

Soma Individual das Questões do “Questionário de Sintomas Diários”: Ciclo 2 e 3

Voluntária Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Ciclo TOTAL

1

4 3 4 3 3 4 2 2 2 3 3 2 33

3 3 3 3 3 4 2 2 1 2 2 3 28

2

3 4 4 2 2 0 2 2 0 2 3 2 24

1 1 1 1 0 0 0 1 0 0 1 3 6

3

3 2 3 1 1 1 3 4 3 2 4 2 27

0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3 3

4

2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 2 2 15

0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 3 3

8

0 3 2 2 0 0 1 1 0 3 3 2 15

0 1 1 1 0 0 1 2 0 0 2 3 8

9

3 3 3 2 2 2 3 3 3 1 1 2 26

1 0 2 2 0 1 2 2 1 0 0 3 11

11

2 2 1 0 0 0 1 1 0 1 0 2 8

1 0 2 1 0 0 0 1 0 0 1 3 6

12

2 3 3 3 2 2 3 2 1 3 3 2 27

2 2 3 3 3 3 3 2 2 2 3 3 28

13

2 3 2 4 3 2 3 3 3 2 3 2 30

2 3 1 4 3 1 3 2 2 1 4 3 26

14

1 1 2 1 1 3 3 3 2 3 1 2 21

1 3 2 1 1 2 1 4 0 0 1 3 16

15

2 3 3 2 1 0 2 1 0 2 4 2 20

0 2 2 0 0 0 1 0 3 1 0 3 9

17

1 1 4 2 2 0 2 0 2 2 2 2 18

1 2 2 0 2 1 1 2 2 1 1 3 15

Tabela 4 Fonte: O Autor (2007)

Page 102: Fitoterapia e TPM

118

Soma das Questões do “Questionário de Sintomas Pré-Menstruais”: Todas as

Voluntárias

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11Soma Questões Ciclo 2 23 27 30 20 16 13 23 21 16 22 26Soma Questões Ciclo 3 10 15 17 13 9 10 13 16 9 5 14

Tabela 5 Fonte: O Autor (2007)

Gráfico 35 Fonte: O Autor (2007)

A somatória da intensidade dos sintomas do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

(Apêndice B) demonstra a diminuição geral dos sintomas após o uso do composto de tinturas

fitoterápicas. As diminuições foram respectivamente de 56,52% (sintoma 1); 44,44% (sintoma

2); 43,33% (sintoma 3); 35% (sintoma 4); 43,75% (sintoma 5); 23,07% (sintoma 6); 43,47%

(sintoma 7); 23,8% (sintoma 8); 43,75% (sintoma 9); 77, 27% (sintoma 10) e 46,15%

(sintoma 11).

Média da Soma das Questões do “Questionário de Sintomas Pré-Menstruais”: Todas as

Voluntárias

Page 103: Fitoterapia e TPM

119

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11Média Questões Ciclo 2 2,09 2,45 2,73 1,82 1,45 1,18 2,09 1,91 1,45 2,00 2,36Média Questões Ciclo 3 0,91 1,36 1,55 1,18 0,82 0,91 1,18 1,45 0,82 0,45 1,27

Tabela 6 Fonte: O Autor (2007)

Gráfico 36 Fonte: O Autor (2007)

A média referente a soma das questões do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

(Apêndice B) demonstra uma média de 2 pontos no primeiro sintoma do questionário, antes

da utilização do composto de tinturas fitoterápicas. Esta média caiu para 0,9 pontos após a

utilização do composto.

O segundo sintoma teve média de 2,5 pontos antes da utilização do composto sendo

suprimida a uma média de 1,4 pontos.

O terceiro sintoma teve média anterior de 2,7 pontos que decresceu para 1,5 após o a

administração do composto.

O quarto sintoma apresentou média de 1,8 pontos antes da ingestão do composto e de

1,2 após o uso do mesmo.

O quinto sintoma apresentou média de 1,5 pontos antes do uso do composto e caiu

para 0,8 após a ingestão deste.

O sexto sintoma teve média de 1,2 pontos antes do composto e 0,9 pontos após o

composto.

O sétimo sintoma obteve média de 2,1 pontos antes do composto e 1,2 pontos após o

uso do mesmo.

Page 104: Fitoterapia e TPM

120

O oitavo sintoma obteve média de 1,9 pontos antes da administração do composto e

1,5 pontos após o uso deste.

O nono sintoma obteve média de 1,5 pontos caindo para 0,8 pontos após o composto.

O décimo sintoma apresentou média de 2 pontos antes da administração, caindo para

0,5 pontos após o uso do composto e o décimo primeiro sintoma apresentou média de 2,4

pontos antes e 1,3 depois da administração do composto.

Relação Entre as Médias Obtidas Antes e Depois do Uso do Fitoterápico

Questões Media antes e DP Media depois e DP Teste t P1 2,083 ± 1,084 1,000 ± 0,953 0,016 0,05 Significativo2 2,500 ± 0,905 1,417 ± 1,240 0,023 0,05 Significativo3 2,750 ± 0,965 1,667 ± 0,888 0,009 0,05 Significativo4 1,917 ± 1,084 1,333 ± 1,371 0,260 0,05 Insatisfatório5 1,500 ± 1,000 1,000 ± 1,348 0,313 0,05 Insatisfatório6 1,250 ± 1,357 1,083 ± 1,311 0,763 0,05 Insatisfatório7 2,167 ± 0,835 1,333 ± 0,985 0,036 0,05 Significativo8 1,917 ± 1,165 1,500 ± 1,168 0,391 0,05 Insatisfatório9 1,417 ± 1,240 0,917 ± 1,084 0,304 0,05 Insatisfatório

10 2,083 ± 0,793 0,583 ± 0,793 0,000 0,05 Significativo11 2,417 ± 1,240 1,417 ± 1,165 0,054 0,05 Satisfatório

Resultados significativo: menores que 0,05Resultados satisfatórios: até 0,10 Resultados insatisfatórios: maiores que 0,10

Tabela 7 Fonte: O Autor (2007)

11 DISCUSSÃO

Page 105: Fitoterapia e TPM

121

Para iniciar a pesquisa, recrutamos 17 voluntárias durante o mês de fevereiro. Elas

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice D) após lerem a Ficha

de Informação à Voluntária (Apêndice C).

Como parte dos critérios de inclusão elas preencheram um relatório de sintomas

diários (Apêndice A) relacionados à Sindrome Pré-Menstrual (SPM). Segundo a pesquisa, a

SPM é caracterizada pela exacerbação desses sintomas no período que antecede de 3 a 10 dias

ao primeiro dia da menstruação e pode perdurar por até cinco dias após o início da mesma.

Como padrão, adotamos o limite de 7 dias anteriores ao início do ciclo para o aparecimento da

exacerbação desses sintomas e de três dias para o desaparecimento deles, totalizando 12 dias

de tensão pré-menstrual (TPM) durante um ciclo menstrual.

Este ciclo pode variar de 25 a 35 dias. Dessa maneira, fizemos a comparação do total

da pontuação diária dos 12 dias de TPM com os outros dias do ciclo das voluntárias que

variaram, portanto, de 13 à 23 dias. Apenas as voluntárias que tiveram a pontuação diária total

dos 12 dias relacionados à SPM maior do que os dias do restante do ciclo puderam prosseguir

junto a pesquisa, ingerindo o composto de tinturas fitoterápicas.

Logo de início, as voluntárias 5, 7, 10 e 16 (grafico 18) foram excluídas da pesquisa

por apresentarem maior intensidade de sintomas nos outros dias do ciclo do que naqueles

caracterizados pela SPM. O aumento dos outros dias em em relação aos dias de de TPM foi

de respectivamente 2,43% (gráfico 5), 30,46% (gráfico 7), 45,62% (gráfico 10) e 3,28%

(gráfico 16). A voluntária 6 (gráfico 6) não apresentou o relatório de sintomas diários durante

o desenvolvimento do trabalho e se desligou por iniciar tratamento medicamentoso, o qual

não poderia estar fazendo uso do fitoterápico, não dando outras satisfações.

Das voluntárias incluídas (gráfico 20), a porcentagem da intensidade dos sintomas no

período de TPM foram maior 52,17% na voluntária 1 (gráfico 1); 42,5% na voluntária 2

(gráfico 2); 86,51% na voluntária 3 (gráfico 3); 36,6% na voluntária 4 (gráfico 4); 11,21% na

voluntária 8 (gráfico 8); 58,24% na voluntária 9 (gráfico 9); 33,11% na voluntária 11 (gráfico

11); 26,78% na voluntária 12 (gráfico 12); 23,48% na voluntária 13 (gráfico 13); 41,74% na

voluntária 14 (gráfico 14); 6,56% na voluntária 15 (gráfico 15) e 6,03% na voluntária 17

(gráfico 17). Apesar do desvio padrão calculado (gráfico 20 e 22), utilizamos números

absolutos para inclusão e exclusão nessa fase da pesquisa, pois não há orientação na

referência pesquisada.

A média da intensidade dos sintomas das voluntária incluídas demonstra uma

porcentagem 37,68% maior nos dias de TPM do que nos outros dias do ciclo; enquanto que

Page 106: Fitoterapia e TPM

122

nas voluntárias excluídas, a porcentagem é 26,11% maior nos outros dias do ciclo em relação

aos dias de TPM.

Pode-se observar que dentre os sintomas do Questionário de Sintomas Pré-Menstruais

(folha 2, Apêndice B) o mais marcante é o relacionado à instabilidade afetiva (terceiro

sintoma) com 30 pontos alcançados na soma da intensidade deste sintoma entre todas as

voluntárias incluídas (gráfico 35). Porém, também é possível observar que houve grande

melhora neste sintomas (77,27%). Também houve melhora superior a 50% no sintoma

relacionado a marcante humor depressivo, sentimento de desesperança ou auto-depreciativo,

com melhora de 56,52%. Isso se deve ao uso das plantas que possuem indicação como

calmante (Morus nigra), sedativa (Lippia alba e M. nigra), ansiolítica (Salvia officinalis) e

antidepressiva (Cimicifuga racemosa), atuando no SNC; exceto a Cinchona calisaya, que

possue outras indicações.

O menor índice de melhora foi observado, neste mesmo gráfico, no sintoma referente

à dificuldade de pensamento, memória e concentração, com 23,07%, alterações do apetite e,

ou compulsão por determinado alimento, com 23,8% e irritabilidade e, ou agressividade

marcantes ou dificuldades de relacionamento pessoal, com 35%. Isso pode ser explicado

devido a essas condições poderem fazer parte da personalidade das voluntárias, que não

teriam esse traço ‘apagado’ através da ingestão do composto. Também, pelo curto período de

observação do uso das tinturas, pois L. alba, S. officinalis e C. racemosa são indicadas por

atuarem diretamente no SNC, e no eixo hipotálamo-hipofisário, tendo o poder de inibir

hormônios relativos à ativação do sistema límbico, associado à esses sintomas. Os outros

sintomas apresentaram, em média, uma melhora de 44,14%, com desvio de ±0,81%.

Os resultados da Tabela 5, mostram que o fitoterápico foi eficaz no tratamento de

quatro sintomas relacionados à SPM, entre eles, os três primeiros sintomas do Questionário de

Sintomas Pré-Menstruais (Apêndice B), que também são critério de avaliação positiva para

SPM em detrimento de outras síndromes. Tais sintomas tratam do marcante humor

depressivo, sentimentos de desesperança ou auto-depreciativos, ansiedade, tensão, sensação

de estar “no limite” e instabilidade afetiva. Novamente percebemos aí uma rápida atuação da

C. racemosa no caso de depressão e ansiedade, bem como a L. alba, S. officinalis e M. nigra.

Os outros resultados significativos tratam de sintomas de cansaço, fadiga e perda de

energia e sensação de opressão ou perda do controle emocional. Ainda pode-se considerar o

resultado sobre os sintomas físicos satisfatório. Devido à maioria dos sintomas físicos serem

causados pelo aumento da retenção de líquidos, que causa edema e aumento da irrigação em

locais como as mamas, e à indicação de S. officinalis no combate ao edema, associada à C.

Page 107: Fitoterapia e TPM

123

racemosa como adstringente, era esperado a melhora de sintomas associados ao inchaço que

acomete as mulheres nos dias que sucedem o início do ciclo de maneira geral.

Outros sintomas não foram tão fortemente afetados, embora tenham apresentado

melhora, no geral.

Embora a proposta fosse regular o ciclo hormonal, a Tabela 3 extraída de dados

colhidos através do “Questionário de Sintomas Pré-Menstruais” não identifica que isso foi

possível. Pode ser possível que as voluntárias tenham sido displicentes em relação ao

preenchimento do segundo questionário no ciclo 3, devido à preocupação apenas com os

sintomas relatados. Se for verdade, pode refletir uma falta de orientação mais firme por parte

das pesquisadoras.

A outra possibilidade, mais aventável, é de que seriam necessários pelo menos três

ciclos de uso do composto das tinturas fitoterápicas para que isso pudesse ser avaliado, já que

o corpo deveria assimilar a informação farmacológica dos mesmos e para então poder

funcionar de maneira mais regulada. Nesses sentido, todas as plantas utilizadas teriam essa

função e mesmo sendo usadas em conjunto, não foi possível perceber uma potencialização

desse efeito em apenas um ciclo.

É importante é que se entenda que a SPM não é uma doença mas sim uma alteração

fisiológica do ciclo menstrual e que pode ser resolvida com medidas simples, de baixo custo

sem que haja necessidades drásticas de mudanças. O objetivo inovador da utilização de um só

complexo de tinturas é justamente simplificar pois atingimos uma melhora nos desconfortos

físicos e emocionais originados pela síndrome. Diante da carência financeira, não há dúvida

que a fitoterapia é uma alternativa viável para a maioria dos brasileiros.

Através da experimentação e da observação produzimos um saber importantíssimo

sobre a propriedade das plantas escolhidas e como as elites brasileiras não demonstram, nem

nunca demonstraram preocupação com a saúde da população em geral e nem procuram

impedir o patenteamento estrangeiro de plantas nativas, é a própria população que deve

procurar encontrar o melhor caminho para solucionar seus problemas de saúde e impedir o

assalto de nossas riquezas medicinais. Se houver uma aliança entre os praticantes da medicina

popular, os agentes de saúde, que possuem noções básicas de atendimento à saúde e

pesquisadores da área da botânica, farmácia, antropologia e medicina, poderemos criar em

cada comunidade um novo modelo de atendimento à saúde que poderá promover, caso haja

mobilização em torno da proposta, o fortalecimento definitivo da fitoterapia no Brasil, tal

como aconteceu em países como a China e a Índia, que possuem atualmente uma fitoterapia

avançada graças a um secular processo de mobilização popular.

Page 108: Fitoterapia e TPM

124

12 CONCLUSÃO

Page 109: Fitoterapia e TPM

125

No geral o composto de tinturas apresentou mudanças significativas, havendo melhora

em 6 dos 11 sintomas avaliados, do ponto de vista da significância e da satisfatoriedade dos

resultados. Porém, numa análise superficial, todos os sintomas melhoraram com o uso do

composto. Considerando-se as pesquisas já realizadas, sendo que esse tipo de composto nunca

havia sido administrado antes, ou mesmo os usos etnobotânicos das plantas utilizadas, os

objetivos foram alcançados.

Devido ao número abaixo do esperado de adesão à pesquisa, ao pouco tempo de

divulgação e a dificuldade de encontrar voluntárias que se encaixassem nos critérios de

inclusão (como não fazer uso de anticoncepcionais medicamentosos), restringiu-se o universo

da pesquisa, que não pode ser considerada parâmetro para o uso dessa indicação de

fitoterápicos.

Seria necessário uma amostra maior para assegurar os reais efeitos e alcance do

espectro de ação dessas tinturas combinadas. Porém, os resultados foram satisfatórios dentro

do esperado. Obtivemos uma devolutiva positiva das voluntárias a respeito do complexo de

tinturas fitoterápicas por proporcionar menor incidência de efeitos colaterais, desaparecimento

e controle parcial dos sintomas.

Próximos estudos poderiam levar em consideração, não só se a utilização do composto

dinamiza o tempo de resposta do organismo aos fitoterápicos, como também averiguar a

anulação de alguns efeitos e mesmo potencialização de outros.

REFERÊNCIAS

Page 110: Fitoterapia e TPM

126

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ANEXOS

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135

Anexo I – FOLHA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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136

Anexo II – LAUDO TÉCNICO Lippia alba

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137

Anexo III – LAUDO TÉCNICO Morus nigra

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Anexo IV – LAUDO TÉCNICO Salvia officinalis

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139

Anexo V – LAUDO TÉCNICO Cinchona calisaya

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Anxo VI – LAUDO TÉCNICO Cimicifuga racemosa

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141

APÊNDICES

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142

Apêndice A - RELATÓRIO DE SINTOMAS DIÁRIOS

sintomas

dias

Ans

ieda

de

Irri

tabi

lida

de

Dep

ress

ão

Ten

são

nerv

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D

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a

12345678910111213141516171819202122232425262728291

0 = ausente;1 = mínimo ("apenas levemente aparente para você");2 = moderado (o sintoma é perceptível, mas não altera a rotina diária);3 = muito (continuamente incomodada pelo sintoma e/ou o sintoma interfere na atividade diária);4 = grave (o sintoma é maior do que se pode controlar/suportar e/ou impossibilita o prosseguimento da atividade diária).

Page 127: Fitoterapia e TPM

143

Apêndice B - QUESTIONÁRIO DE SINTOMAS PRÉ-MENSTRUAIS (folha 1)

NÚMERO DA VOLUNTÁRIA: DATA: / /

FILHOS: Sim (   ) Não (   )  1ª MENSTRUAÇÃO: _____anos 

TABAGISMO: Não (   ) Sim (   ). Quantidade: _______________ cigarros por dia 

VOCÊ TEM OU JÁ TEVE:  Asma (   ) Alergia (   ) Pedra nos rins (   ) Crise nervosa (   ) Depressão (   ) Pressão alta (   ) Pressão baixa (   ) Não (   ) Outros:____________________________ 

REGULARIDADE DO CICLO MENSTRUAL: Regular [28 dias] (   ) Irregular [>35 ou <25] (   ) 

INTENSIDADE DO FLUXO: Fraca [2 a 4 dias](   ) Normal[5 a 6 dias](   ) Intensa[7 dias ou mais]( ) 

MÉTODO ANTICONCEPCIONAL: Não (   ) Sim (   )

OS SINTOMAS APARECEM EM TODOS OS CICLOS?: Sim (   ) Às vezes (   ) Não ( )

QUANTOS DIAS ANTES DA MENSTRUAÇÃO?:1-2 dias (   )  3-4 dias (   )  1 semana (   )  Mais de 1 semana (   ) 

ESSES SINTOMAS DESAPARECEM QUANDO?:No 1° dia da menstruação (   )  2° dia (   ) 3° dia (   )  Outro (   ) ____________

FAZ USO DE ALGUM TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: Não (   )  Sim (   )  Qual: ______________________________________________________________________

ASSINALE OS SINTOMAS APRESENTADOS DURANTE O PERÍODO, E A INTENSIDADE : 

0 = ausente;

1 = mínimo ("apenas levemente aparente para

você");

2 = moderado (o sintoma é perceptível, mas

não altera a rotina diária);

3 = muito (continuamente incomodada pelo

sintoma e/ou o sintoma interfere na atividade

diária);

4 = grave (o sintoma é maior do que se pode

controlar/suportar e/ou impossibilita o

prosseguimento da atividade diária).

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QUESTIONÁRIO DE SINTOMAS PRÉ-MENSTRUAIS (folha 2)

SINTOMAS 0 1 2 3 41. Marcante humor depressivo, sentimentos de desesperança ou auto-depreciativos

2. Marcante ansiedade, tensão, sensação de estar “no limite”

3. Marcante instabilidade afetiva (choro fácil, mudanças de humor repentinas)

4. Irritabilidade e/ou agressividade marcantes ou dificuldades de relacionamento pessoal

5. Diminuição do interesse para atividades usuais

6. Dificuldades de pensamento, memória e concentração

7. Cansaço, fadiga e perda de energia

8. Alterações do apetite e/ou compulsão por determinados alimentos

9. Alterações do sono (insônia ou hipersônia)

10. Sensação de opressão ou perda do controle emocional

11. Sintomas físicos: inchaço ou aumento da sensibilidade das mamas, cefaléia, dores musculares (dor abdominal), dor nas articulações ou sensação de frouxidão (dor nas costas), inchaço, aumento de peso, dor abdominal, dor nas costas, náusea ou vômitos

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Apêndice C - “AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE FITOTERÁPICOS SOBRE MULHERES COM SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL (S.P.M.)”

FICHA DE INFORMAÇÃO À VOLUNTÁRIA

Page 130: Fitoterapia e TPM

JUSTIFICATIVA

Você está sendo convidada a participar de uma pesquisa que tem como objetivo avaliar os efeitos dos fitoterápicos Lippia alba, Morus nigra, Cinchona calisaya, Cimicifuga racemosa e Salvia officinalis em sintomas emocionais e físicos da S.P.M. Participando você estará contribuindo para o enriquecimento científico da sua universidade.Antes de tomar uma decisão, é importante que você compreenda porque esta pesquisa está sendo realizada e o que ela envolverá. Leia com atenção este documento, faça as perguntas que desejar e pense bem antes de concordar. É importante que você saiba que têm direitos e deveres a cumprir. Sinta-se à vontade para perguntar sobre quaisquer dúvidas ou para pedir maiores informações ao investigador responsável antes de tomar uma decisão sobre sua participação.Se, após a leitura destas informações, você não concordar em participar do estudo, não haverá qualquer prejuízo quanto ao seu atendimento nesta instituição.Se você escolher participar, poderá retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem que haja qualquer prejuízo, devendo apenas informar ao responsável o motivo que o levou a se retirar do estudo.

OBJETIVO DA PESQUISA

Avaliar os efeitos dos fitoterápicos Lippia alba, Morus nigra, Cinchona calisaya, Cimicifuga racemosa e Salvia officinalis em sintomas emocionais e físicos da S.P.M., em voluntárias da Universidade Anhembi Morumbi.

INFORMAÇÕES SOBRE O ESTUDO E PROCEDIMENTOS

Assim como você, vinte voluntárias irão participar desse estudo. Os critérios de inclusão para o estudo são: apresentar durante pelo menos dois ciclos consecutivos, cinco ou mais dos 11 sintomas relatados no “Questionário de Sintomas Pré-Menstrual”, sendo que um deles obrigatoriamente deve ser um dos quatro primeiros sintomas – informe-se com as pesquisadoras -; obter avaliação diferencial positiva para SPM, com sintomas exarcebados de SPM do 17° ao 28° dia do relatório de sintomas diários; ter entre 19 e 24 anos e ter ciclo regular (menor de 35 dias e maior de 25 dias). Não poderá estar sob uso contínuo de qualquer anticoncepcional; ter ciclo irregular (maior de 35 dias ou menor de 25 dias). Todas as voluntárias deverão preencher o respectivo TCLE, além do relatório de sintomas diários e o questionário.Trata-se de um estudo com somente um grupo experimental onde o mesmo sofrerá intervenção de fitoterápicos na forma de um composto de tinturas de Lippia alba, Morus nigra, Cinchona calisaya, Cimicifuga racemosa e Salvia officinalis, ministrado 30 gotas diluídas em um copo de água, três vezes ao dia por sete dias consecutivos, começando no 4° dia anterior à data prevista do início da menstruação, e continuando durante a mesma.

RISCOS

As técnicas de aplicação empregadas somente apresentam riscos se usadas acima dos limites clínicos estabelecidos para cada fitoterápico não havendo referências na literatura de que as plantas utilizadas na forma de tintura dentro da dosagem estabelecida apresentem efeitos colaterais e riscos. É contra-indicado estar sob uso contínuo e regular de anticoncepcionais de qualquer tipo. Estar utilizando continuamente: paracetamol, barbitúricos, benzodiazepínicos, antiácidos, digoxina e anticoagulantes. 

INTERRUPÇÃO DA PESQUISA

Você poderá retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem que haja qualquer prejuízo, devendo comunicar aos investigadores. Neste caso, solicitaremos o preenchimento de um formulário para conhecer as razões do

abandono, de forma a podermos evitar outras incidências em trabalhos futuros.

CONFIDENCIALIDADE DOS DADOS

Em hipótese alguma você terá sua identidade divulgada para outras pessoas ou entidades além daquelas que participam efetivamente do acompanhamento deste estudo. A confidencialidade dos seus dados será mantida. Você será identificado somente por um número. Também será mantido em sigilo todas as informações obtidas e que estejam relacionadas com a sua privacidade.

ACESSO AS INFORMAÇÕES OBTIDAS

Ao assinar esse termo, você autoriza a Universidade Anhembi Morumbi, o Comitê de Ética que autorizou a realização do estudo a as autoridades competentes a ter acesso às suas informações (prontuário), lembrando que sua identidade será preservada como descrito no item anterior. Os investigadores, assim como o Comitê de Ética que o aprovou, comprometem-se a lhe oferecer todas as informações obtidas durante o estudo, se você desejar.

RESPONSABILIDADES DO VOLUNTÁRIO

Como participante da pesquisa, você deverá seguir estritamente as orientações, assim como fornecer todas as informações relevantes, e comparecer a todas as práticas. Lembre-se, sem a sua colaboração, a conclusão da pesquisa não será completa. Portanto, assinando esse termo, você nos permite contar com sua presença para concluirmos o estudo.

GRAVIDEZ AMAMENTAÇÃO

Você não poderá estar grávida ou amamentando. Se suspeitar de gravidez a qualquer momento durante o estudo, deverá informar a equipe de estudo.

Page 131: Fitoterapia e TPM

Apêndice D - “USO DA FITOTERAPIA NA SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL”

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, .........................................................................................................., portadora do RG n° .......................................com.............anos de idade, RA.........................., curso................................ semestre....................... concordo em participar deste estudo, após ter sido adequadamente esclarecido através das informações contidas na Ficha de Informação à Voluntária e pelas explicações dadas pela equipe, e seguirei com rigor às recomendações feitas.Dou permissão de acesso às informações de minhas avaliações aos representantes do Comitê de Ética da Universidade Anhembi Morumbi e às Autoridades Regulatórias.Fui informada que meus dados pertencem ao estudo e que eu não poderei retirá-los do mesmo. Os pesquisadores se comprometem em utilizar os dados e o material coletado somente para esta pesquisa.Fui informada, também, que a minha participação é voluntária e que posso me retirar do estudo, em qualquer momento, apenas devendo comunicar minha retirada aos investigadores responsáveis, sem sofrer qualquer prejuízo quanto aos meus direitos legais. Neste caso, será solicitado o preenchimento de um formulário para conhecer as razões do abandono.Estou ciente que não há despesas pessoais para mim em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à minha participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos propostos neste estudo (nexo causal comprovado), terei direito a tratamento médico na Instituição, bem como as indenizações legalmente estabelecidas.

Em qualquer etapa do estudo, terei acesso aos investigadores responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais duvidas. O investigador principal é a universitária Tathiana Cruz Spigolon, que pode ser encontrada no endereço R. Dr. Almeida Lima, 1134. Telefone (11) 9957-9657. Se você tiver alguma consideração ou duvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – R. Casa do Ator, 200 – fone (11) 3847-3162 – e-mail: [email protected]

Eu discuti com a universitária Tathiana Cruz Spigolon sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia de acesso a tratamento hospitalar se necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade, prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço. Declaro ter recebido uma cópia do presente termo de consentimento.

_____________________________________ ___________________ Assinatura da voluntária Data

_____________________________________ ___________________ Assinatura do investigador Data

VOLUNTÁRIO No. DATAS:

VOLUNTÁRIO No. DATAS:

Page 132: Fitoterapia e TPM

Apêndice E – CARTAZ DE DIVULGAÇÃO

CURSO DE NATUROLOGIANATUROLOGIA (8º SEMESTRE) CONVIDA VOLUNTÁRIAS PARA PESQUISA CIENTÍFICAPESQUISA CIENTÍFICA

COM O OBJETIVO DE AMENIZARAMENIZAR OS SINTOMAS DA SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL (TPMTPM) ATRAVÉS DO

USO DE TINTURASTINTURAS FITOTERÁPICAS, FITOTERÁPICAS, contra-contra-

indicadas nos casos de indicadas nos casos de GRAVIDEZ, LACTAÇÃO e USO DE ANTICONCEPCIONAIS

(VIA ORAL, INJETÁVEL E IMPLANTE)

AS INTERESSADAS PODERÃO ENTRAR EM CONTATO COM

TATHIANA 9957-9657HELENA 9325-5530

FERNANDA 7619-6325

OU SALA 24 NO PERÍODO DA MANHÃ