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Flavia Bahia 2aFase Direito Constitucional 4ed · Ex.: arresto, sequestro, busca e apreensão, alimentos provi- ... CPC e leis especiais, ... Como a banca estabeleceu em dois casos

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2016

4a edição revista, ampliada

e atualizada

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CAPÍTULO 1CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nesse Capítulo estudaremos as noções iniciais do processo, as con-dições da ação, o pedido de assistência judiciária gratuita, as tutelas de urgência, a estrutura da petição inicial e da contestação.

Processo X ProcedimentoO processo é o meio utilizado para solucionar os litígios. O Direito Pro-

cessual Civil prevê três espécies de processo: o de conhecimento (ou de cognição), o de execução e o processo cautelar.

No Processo de conhecimento as partes levam ao conhecimento do juiz, os fatos e fundamentos jurídicos, para que ele possa substituir por um ato seu a vontade de uma das partes.

O Processo de execução se dá quando já se possui um título executi-vo judicial (que já tenha transitado em julgado) ou extrajudicial (Art. 585, CPC). Execução é o meio pelo qual alguém é levado a juízo para solver uma obrigação que tenha sido imposta por lei ou por uma decisão judicial.

O Processo Cautelar é um processo preventivo, que visa evitar dano ou vício irreparável ou de difícil reparação. O processo cautelar pode apre-sentar-se na forma preparatória, quando instaurado antes da propositura da ação principal, ou na forma incidental, quando essa já se encontra em andamento. Ex.: arresto, sequestro, busca e apreensão, alimentos provi-sionais...

Enquanto o processo forma uma relação processual em busca da pre-tensão jurisdicional, o procedimento é o modo e a forma como os atos do processo se movimentam. Procedimento, segundo alguns autores, é expressão sinônima a rito.

Ritos no Processo de CogniçãoO processo de conhecimento é o mais importante na segunda fase

de Direito Constitucional, de acordo com o conteúdo programático apre-sentado pela banca. Nele, encontramos dois procedimentos principais, o comum e o especial.

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OAB (2ª fase) – DIREITO CONSTITUCIONAL • Flavia Bahia Martins24

Procedimento Comum1) RITO ORDINÁRIO – a instrução processual é mais complexa, ad-

mitindo-se a dilação probatória.

(Art. 275, CPC e leis especiais, como as do mandado de segurança e do habeas data).

Art. 271, CPC: Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, sal-vo disposição em contrário deste Código ou de lei especial.

Procedimento EspecialLIVRO IV, CPC – Ex.: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, DA AÇÃO DE DEPÓSITO, DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS...

Atividade Jurisdicional – EstruturaA estrutura do Estado é estabelecida com base na forma federativa,

que admite duas ordens de organização: Federal e Estadual. Portanto, co-existem a Justiça Federal, que tem as competências previstas expressa-mente na Constituição, e a Justiça Estadual, cabendo-lhe a competência residual.

Quanto à competência disposta na Constituição Federal, o Judiciá-rio estrutura-se em 2 (dois) âmbitos: comum e especializado. Portanto, a Justiça Federal pode ser: comum ou especializada (Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar). Já na Justiça Estadual há somente a Justiça Militar es-pecializada.

São órgãos do Poder Judiciário, na forma do art. 92, I a VII, da CRFB/88:

a) o Supremo Tribunal Federal;

b) o Superior Tribunal de Justiça;

c) os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

d) os Tribunais e Juízes do Trabalho;

e) os Tribunais e Juízes Eleitorais;

f) os Tribunais e Juízes Militares;

g) os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territó-rios; e,

h) o Conselho Nacional de Justiça.

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Cap. 1 • CONSIDERAÇÕES INICIAIS 25

O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional (art. 92, § 1º e § 2º). O Conselho Nacional de Justiça também tem sede em Brasília, mas é desprovido de atividade jurisdicional.

Condições da Ação

lei para que seja viável a análise da pretensão apresentada na petição ini-cial. A ausência de uma das condições da ação gera a extinção do processo sem resolução do mérito. São elas:

• Legitimidade das Partes;• Interesse de agir;• Possibilidade Jurídica do pedido.A legitimidade das Partes (“ad causam” ou legitimidade para agir)

pode ser conceituada como o poder jurídico de conduzir validamente um

ser exclusiva (atribuída a um único sujeito), concorrente (atribuída a mais

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OAB (2ª fase) – DIREITO CONSTITUCIONAL • Flavia Bahia Martins26

de um sujeito), ordinária (o legitimado discute direito próprio) e extraordi-nária (o legitimado, em nome próprio, discute direito alheio). Diz respeito ao polo ativo e passivo da demanda.

O interesse de agir -dade e a necessidade do processo. A utilidade está em se demonstrar que o processo pode propiciar benefícios; a necessidade do processo se cons-tata quando o proveito de que se precisa só é possível alcançar por meio do Judiciário, ou seja, a solução amigável não foi atingida.

A possibilidade jurídica do pedido é a aptidão de um pedido, em tese, ser acolhido, além de estar previsto no ordenamento jurídico brasileiro.

Petição inicial (elementos gerais – rito ordinário)A petição inicial, em termos simples, é a responsável por provocar a

atividade jurisdicional do Estado e é por meio dela que o autor formula a sua pretensão, pretendendo a sua satisfação pela decisão judicial.

Na forma do art. 282, do CPC, são requisitos da petição inicial:

A) O juiz ou Tribunal a quem é dirigida (endereçamento);

-

C) O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir);

E) O valor da causa;

F) As provas com que o Autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados (requerimento de provas);

da peça).

Análise dos principais requisitos da petição inicial

O juiz ou Tribunal a quem é dirigida (endereçamento)• Qual é a justiça competente? Especializada (trabalhista, militar,

eleitoral) ou Comum (residual)?

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Cap. 1 • CONSIDERAÇÕES INICIAIS 27

• A competência para julgamento é de Tribunal (de 2ª instância ou Superior) ou de juiz monocrático (federal ou estadual)?

• Se não for competente a Justiça Especializada, a competência será da Justiça Comum (estadual ou federal).

“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I – as cau-sas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem partes...” (CRFB/88)

Cada Estado, na estrutura da Justiça Federal, recebe a denominação de seção judiciária, e cada seção judiciária compõe-se de diversas subse-ções, através das quais são distribuídas as varas pelo interior e capital. Em um paralelo com a Justiça Estadual, as subseções equivalem às comarcas, pois embora estabelecidas em municípios-sede, abrangem os municípios vizinhos, de forma a facilitar o deslocamento dos jurisdicionados. Atual-mente, por exemplo, na Seção Judiciária do Rio Grande do Sul, existem 21 subseções, considerando-se a Capital do Estado. As subseções gaúchas estão sediadas nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Passo Fun-do, Santa Maria, Cachoeira do Sul, Erechim, Carazinho, Cruz Alta, Santa Rosa, Santo Ângelo, Santana do Livramento, Uruguaiana, Bagé, Pelotas, Rio Grande e Santiago. Já na Seção Judiciária de Pernambuco, existem 11 subseções, sediadas nos municípios de Arcoverde, Caruaru, Garanhuns, Goiana, Jaboatão dos Guararapes, Ouricuri, Palmares, Petrolina, Recife, Salgueiro e Serra Talhada.

Assim dispõe o artigo 110, da CRFB/88:“Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei”.

A justiça comum estadual é residual!

A Justiça estadual é dividida em Comarcas e Varas:

JUSTIÇA ESTADUAL

Comarca Varas

é uma divisão territorial e pode represen-tar a área de um Município ou de vários Municípios

divisão especializada das Comarcas

OBS: Uma Comarca pode ter uma Vara Única ou ser dividida em: Crimi-nais, Fazenda Pública, Cíveis...

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EXEMPLOS DE ENDEREÇAMENTO:

• EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FE-DERAL.

• EXM°. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JU-DICIÁRIA DO ESTADO...

• EXM°. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DA COMARCA DE ... DO ESTADO...

-

– Acrescentamos também nacionalidade, RG e CPF.

– Em todas as petições iniciais devemos indicar o art. 39, I, do CPC, informando o endereço de trabalho do advogado.

Exemplos:

... residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado (ou que -

pedir)

A causa de pedir inclui os fatos apresentados pela banca e os funda-mentos jurídicos do pedido que devem conter a base constitucional, infra-constitucional, súmulas, direito processual e material.

Exemplo:

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Cap. 1 • CONSIDERAÇÕES INICIAIS 29

-

- O valor da causa

Art. 258 do CPC: “A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato.”

Como a banca estabeleceu em dois casos concretos (abaixo apresen-tados) o valor de R$ 1.000,00 para efeitos procedimentais, seguimos esse entendimento, a não ser que um novo valor seja apresentado na peça.

OAB – 2010.3 – Gabarito Comentado

– 2ª Fase – Constitucional

Habeas Data – Valor da causa – R$ 1.000,00 (mil reais), para efei-tos procedimentais – Pontuação: 0,5

OAB – 2010.2 – Gabarito Comentado

– 2ª Fase – Constitucional

MS – Valor da causa: pode ser R$ 1.000,00 (mil reais) para efei-tos procedimentais – Pontuação: 0,5

Na Ação Popular, nas Ações Ordinárias e na Ação Civil Pública – indicar normalmente o valor do contrato ou do dano apresentado pela banca, caso contrário, escrever R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos procedimentais.

Tutelas de urgênciaDe acordo com a doutrina majoritária, tutela de urgência é gênero que

compreende duas espécies: antecipação de tutela e medida cautelar.

As tutelas de urgência têm como característica a provisoriedade, pois tanto a tutela antecipada como as medidas cautelares podem ser revoga-

art. 807 do CPC), não existindo para durar eternamente, mas sua duração

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OAB (2ª fase) – DIREITO CONSTITUCIONAL • Flavia Bahia Martins30

Ambas independem de cognição exauriente, bastando a cognição su-mária, que permite ao juiz a concessão de uma tutela de urgência basean-do-se meramente em um juízo de probabilidade.

Vale ressaltar que com a concessão das tutelas de urgência não há a satisfação jurídica completa, pois no sistema processual brasileiro apenas os julgamentos de mérito com cognição exauriente tem essa aptidão (coi-sa julgada material), tornando indiscutível e imutável a decisão, entregan-do a satisfação jurídica à parte vencedora.

Em ambas caberá à parte convencer o juiz de que se não houver pro-teção imediata poderá haver o perecimento de seu direito.

Medidas cautelares: (arts. 796 a 812 do CPC)As medidas cautelares asseguram o resultado útil do processo. Diante

do poder geral de cautela do juiz, previsto no art. 797 do CPC, as medidas cautelares podem ser concedidas de ofício, ou seja, independentemente de pedido da parte interessada.

pela parte interessada, o denominado processo cautelar, ou ainda, duran-te a ação principal, ingressado durante o trâmite da ação principal.

Como requisitos para sua concessão, exigem-se o fumus boni iuris (parte da doutrina sustenta que basta que o fato alegado pelo requerente pareça ser verdadeiro) e o periculum in mora (o perigo da demora).

estudadas ao longo desse livro.

Tutela antecipada (art. 273 do CPC)A tutela antecipada se presta a satisfazer efetivamente o direito da

parte e de acordo com o estabelecido no caput do art. 273 do CPC, a con-cessão da tutela antecipada dependerá de pedido expresso da parte inte-ressada, não podendo o juiz agir de ofício.

Diferentemente das medidas cautelares, a tutela antecipada não é autônoma, não havendo que se falar em processo autônomo de tutela antecipada, pois esta será requerida incidentalmente em processo já ins-taurado.

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CAPÍTULO 19AGRAVOS

Os agravos são recursos cabíveis em face de decisões interlocutórias, ou seja, aquelas proferidas antes da prolação da sentença, tais como: as que concedem ou não medidas cautelares, ou que deferem ou não a apre-sentação de provas (ex.: oitiva de testemunhas, provas documentais), as decisões relativas à assistência judiciária gratuita...

São dois tipos de agravo, segundo a doutrina:

contra decisão de 1º grau: contra decisão de 2º grau:

o agravo pode ser retido, que é a regra geral, ou de instrumento, que é a exceção.

o agravo pode ser interno (ou regimental ou legal), ou agravo nos próprios autos, também chamado de “agravo para subir”.

Estudaremos a seguir os principais aspectos de cada um dos Agravos.

Agravo retido1) BASE LEGAL: Art. 522-523 do CPC.

2) CABIMENTO: É o recurso cabível, em regra geral, em face das deci-sões interlocutórias proferidas pelo Juízo de 1º grau (federal ou estadual).50

3) PRAZO: 10 dias (art. 522 do CPC).

4) PROCEDIMENTO:

– Não há peça de interposição.

– Não há preparo (art. 522, parágrafo único, CPC).

– É encaminhado ao juiz da decisão.

50.CPC), caberá a interposição de agravo retido.

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– O agravado apresentará contra razões ao agravo retido no prazo de 10 dias.

– Após as contra razões, o juiz poderá reformar a decisão. – Só será apreciado pelo Tribunal em caso de apelação, ou seja, o

agravante requer que o Tribunal conheça do agravo retido preli-minarmente quando do julgamento de eventual apelação.

– O agravo retido não será conhecido caso o agravante não requei-ra expressamente a apreciação nas razões ou nas contra razões da apelação.

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Cap. 19 • AGRAVOS 161

Modelo simples de Agravo Retido

EXMº. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL ... DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO K. (Juízo recorrido)

--

Minuta de Agravo Retido

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OAB (2ª fase) – DIREITO CONSTITUCIONAL • Flavia Bahia Martins162

Agravo de Instrumento1) BASE LEGAL: Art. 522 e 524-529 do CPC.

2) CABIMENTO: É a exceção, sendo o recurso cabível em face das de-cisões interlocutórias proferidas pelo Juízo de 1º grau, mas apenas quando se tratar de: – decisão suscetível de causar à parte lesão grave ou de difícil reparação (ex.: denegatória ou que concede a tutela de urgência); – inad-missão da apelação; ou – decisão relativa aos efeitos em que a apelação é recebida. São hipóteses previstas no art. 522 do CPC.

3) PRAZO: 10 dias (art. 522 do CPC).

4) PROCEDIMENTO:

– Não há necessidade de peça de interposição.

– Há preparo (arts. 511 e 525, § 1ºdo CPC).

– É encaminhado diretamente ao Tribunal.

– A petição deve atender aos requisitos do art. 524 do CPC e ser ins-truída na forma do art. 525 do CPC, conforme abaixo transcrito:

“Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal compe-tente, através de petição com os seguintes requisitos: I – a exposição do fato e do direito; II – as razões do pedido de reforma da deci-são; III – o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo”.

“Art. 525. A petição de agravo de instru-mento será instruída: I – obrigatoriamente, com cópias da deci-são agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agra-vado; II – facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis; § 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela que será publicada pelos tribunais”.

– Recebido o AI no Tribunal, o relator adotará as providências pre-vistas no art. 527 do CPC.

5) TUTELA DE URGÊNCIA NO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Como o Agravo de Instrumento é recebido no efeito meramente de-volutivo, normalmente se faz necessário o pleito de tutela de urgência.

Se a decisão impugnada concedeu uma medida (a de tutela de urgên-cia, por exemplo), o agravante poderá requerer o efeito suspensivo da decisão, na forma do art. 558 do CPC. Deverá, nesse caso, comprovar os requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora.

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Cap. 19 • AGRAVOS 163

Se a decisão impugnada denegou a medida, poderá o agravante pedir a concessão da antecipação da tutela recursal, com base no art. 273, do CPC e comprovar os requisitos da verossimilhança das alegações e funda-do receio de dano irreparável.

Caso concreto – cobrado na 2ª fase de Dir. Administrativo-

des econômicas, domiciliado no Estado “X”, resolve participar de concur-so público para o cargo de médico de hospital estadual. Aprovado na fase inicial do concurso, Norberto foi submetido a exames médicos, através dos quais se constatou a existência de tatuagem em suas costas. Norber-

médico não era compatível com indivíduos portadores de tatuagem.Inconformado, Norberto ajuizou ação ordinária em face do Estado, de

competência de vara comum, com pedido liminar, na qual requereu (i) a anulação do ato administrativo que o eliminou do concurso; e (ii) que lhe fosse deferida a possibilidade de realizar as demais etapas do certame, com vaga reservada.

1. O juízo de 1ª instância indeferiu o pedido liminar, em decisão publi-cada ontem, pelos seguintes motivos: 1. Os pedidos de anulação do ato de

atraso na conclusão do concurso;2. A Administração Pública possui poder discricionário para decidir

quais são as restrições aplicáveis àqueles que pretendem se tornar mé-dicos no âmbito do Estado, de forma que o autor deverá provar que a decisão foi equivocada.

Diante do exposto, e supondo que você seja o advogado de Norberto, elabore a medida judicial cabível contra a decisão publicada ontem, para a defesa dos interesses de seu cliente, abordando as teses, os fundamentos legais e os princípios que poderiam ser usados em favor do autor.

3 Passos:

Passo 1

Passo 2

Passo 3

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OAB (2ª fase) – DIREITO CONSTITUCIONAL • Flavia Bahia Martins164

Peça processual

EXMº. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

tempestivamente, AGRAVO DE INSTRUMENTO nos termos do artigo apresentadas. -

---

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Cap. 19 • AGRAVOS 165

-o direito de prestar as fases seguintes do concurso.-

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OAB (2ª fase) – DIREITO CONSTITUCIONAL • Flavia Bahia Martins166

Agravo Interno, Regimental ou Legal1) BASE LEGAL: Art. 557 do CPC.

2) CABIMENTO:

– É o recurso cabível em face de certas decisões monocráticas to-

mesmo apreciado pelo órgão colegiado competente.

– O relator do recurso poderá decidi-lo monocraticamente confor-me a regulamentação do art. 557 do CPC. O caput prevê os casos em que será possível negar seguimento a recurso e o § 1º-A, os casos em que será possível dar provimento ao recurso monocrati-camente.

3) PRAZO: 5 dias (art. 557, § 1º, CPC).

4) PROCEDIMENTO:

– Não há preparo.

– Há peça de interposição dirigida ao Relator do Recurso e as Ra-zões ao Tribunal.

– Há possibilidade de juízo de retratação, ou seja, o relator poderá voltar atrás em sua decisão.

– Se o relator não se retratar, proferirá o seu voto e apresentará o processo em mesa para julgamento do colegiado.

– Se o agravo interno for provido, o recurso (inicialmente não admi-tido) terá seguimento para julgamento colegiado.

– Há possibilidade de imposição de multa caso o agravo interno seja manifestamente inadmissível ou infundado, na forma do § 2º do art. 557 do CPC.

Atenção! Na forma dos parágrafos únicos dos arts. 4º, 12-C e 15 da Lei nº 9.868/99, da decisão do relator que indeferir liminarmente petição inicial inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente em sede de ADI, ADO e ADC, caberá agravo interno. O mesmo se aplica para a ADPF de acordo com o § 2º do art. 4º da Lei nº 9.882/99

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Cap. 19 • AGRAVOS 167

Agravo nos próprios autos1) BASE LEGAL: Art. 544 do CPC.

2) CABIMENTO: É o recurso -são que não admitir o recurso especial ou o recurso extraordinário.

3) PRAZO: 10 dias (art. 544 do CPC).

4) PROCEDIMENTO:

– Deverá ser interposto um agravo para cada recurso não admitido.

– Há peça de interposição e a petição deverá ser dirigida ao Presi-dente do Tribunal de origem.

– Não há preparo (art. 544, § 2º, do CPC: “não dependendo do paga-mento de custas e despesas postais”).

– O agravado será intimado para apresentar contra razões em 10 dias.

– Após a apresentação das contra razões, o agravo subirá ao Tri-bunal Superior, obedecendo seu processamento e julgamento ao disposto no Regimento Interno.

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