44

Flexibilização curricular e sua implementação no Brasil: uma · Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias – Pareceres CNE/CEB nº 38/06, 18/07, 22/08 e Resoluções

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Flexibilização curricular e sua implementação no Brasil: uma proposta de estruturação do debate

RICARDO HENRIQUES, INSTITUTO UNIBANCO

currículo do ensino médio:

caminhos e diálogos

Colóquio Desafios

Curriculares do Ensino Médio

2015

Seminário Internacional Desafios

Curriculares do Ensino Médio

2016

RODAS DE CONVERSA ‘DESAFIOS CURRICULARES DO ENSINO MÉDIO’INSTITUTO UNIBANCO 2017

1PROPÓSITO

QUERO SER

PRESIDENTE

QUERO UMA

PISCINA

COM MEU

NOME

QUERO

CUIDAR DA

MINHA

FAMÍLIA

QUERO SER

PSICOLOGO

QUERO SER

DANÇARINO

QUERO SER

PROFESSORA

QUERO

SER

PILOTO

7

10093

74

ACESSO À EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL

a cada centena de

estudantes que

ingressam na escola,

ingressam no ensino

fundamental 2,

e apenas este restante ingressa no

ensino médio – mas, não

necessariamente na idade correta.

8

9683 65

Concluem o ensino

fundamental 1

Concluem o ensino

fundamental 2

Concluem o

ensino médio

7

58

seguem para a

universidade

não seguem para a

universidade

CONCLUSÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL

100a cada centena de

estudantes que

ingressam na escola,

9

71%

14%

10%

5%

Só Estuda

Estuda e trabalha

Nem estuda e nemtrabalha

Só trabalha

Fonte: Estimativas produzidas pelo Instituto Unibanco a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2015/IBGE

JOVENS DE 15-17 ANOS POR ATIVIDADE - BRASIL

19,8%

62,3%

1,2%

0,4%

0,1%

16,2%

Ensino Fundamental

Ensino Médio regular

EJA - Fundamental

EJA - Médio

Alfabetização dejovens e adultos

Não frequenta

10

5142 47 44

3435 32 35

14,822,5 20,6 20,9

0,4 0,5 0,7 0,7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2005 2011 2013 2015

Perc

entu

al de a

lunos

Abaixo do básico Básico Adequado Avançado

ESTUDANTES POR PADRÃO DE DESEMPENHO NO ENSINO MÉDIO

Língua Portuguesa

Estimativas produzidas pelo Instituto Unibanco a partir de informações do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB/INEP

Padrões não oficiais. Insuficiente: menor 225; básico: 225-300; proficiente: 300-350 e avançado: maior 350.

Fonte: Soares 2009, ver http://produtos.seade.gov.br/produtos/spp/v23n01/v23n01_03.pdf

11

63 57 64 70

33 38 31 27

4,5 4,7 4,4 3,20,3 0,3 0,3 0,2

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2005 2011 2013 2015

Perc

en

tua

l de

alu

nos

Abaixo do básico Básico Adequado Avançado

ESTUDANTES POR PADRÃO DE DESEMPENHO NO ENSINO MÉDIO

Matemática

Estimativas produzidas pelo Instituto Unibanco a partir de informações do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB/INEP.

Padrões não oficiais. Insuficiente: menor 225; básico: 225-325; proficiente: 325-375 e avançado: maior 375.

Fonte: Soares 2009, ver http://produtos.seade.gov.br/produtos/spp/v23n01/v23n01_03.pdf

12

A.

MUITOS DE NOSSOS JOVENS QUE INGRESSARAM NA ESCOLA PÚBLICA NÃO CHEGAM AO ENSINO MÉDIO

B.

DOS QUE CHEGAM, MUITOS NÃO CONCLUEM

C.

ENTRE OS QUE CONCLUEM, POUCOS APRENDEM O ESPERADO

D.

E APRENDIZAGEM FAZ POUCO SENTIDO PARA MUITOS JOVENS

A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ATUAL CONTRIBUI PARA O CENÁRIO DE BAIXA

POTÊNCIA DO ENSINO MÉDIO

ESTAMOS TENTANDO REESTRUTURAR O

CURRÍCULO HÁ ALGUM TEMPO

13 DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS E

IDÊNTICAS PARA TODOS OS JOVENS: RIGIDEZ E

FRAGMENTAÇÃO

15

LÓGICA CENTRADA EM CONTEÚDOS TEM BAIXA

POTÊNCIA PARA DESENVOLVER

COMPETÊNCIAS PARA A VIDA CIDADÃ

REESTRUTURAR O CURRÍCULO:

FLEXIBILIZAÇÃO

1961

LDB 4024/61

– CFE

– CFE atuando por jurisprudência entre 1961 (caráter mais consultivo)

1971

LDB 5692/71

– CFE:

– Pareceres CFE 853/71, 45/72, 339/72, 76/75

– Resoluções CFE 8/71, 2/72

1982

Lei 7044/82

– CFE:

– Pareceres 618/82, 108/83, 170/83

1996 a 2000

LDB 9394/96

– CNE

– 1ª Geração de Diretrizes Curriculares para todos os níveis e modalidades da Educação Básica (1997-2000)

2006 a 2012

LEI 11.274/2006

E.C. 53/2009

– CNE

– 2ª geração de Diretrizes Curriculares para todos os níveis e modalidades da Educação Básica (2009-2013)

O DESEJO POR REFORMA(S) CURRICULAR(ES)

O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO: REFORMAS (1996-2012)

1996

– Sanção da LDB 9394/96

1998

– Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio

– Parecer nº 15/98 e Resolução 3/98

2000

– PCNs do Ensino Médio

2004 e 2005

– Alterações por força do Decreto 5.154/04 e 5.478/05 (Ed. Técnica e Profisisonalde nível médio)

– Pareceres CNE/CEB nº 39/04 e 20/05 e Resoluções 1/05 e 4/05

2006 a 2009

– Novas Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio

– Parecer nº 5/2011 e Resolução 2/2012

2010

– Inclusão de Língua Espanhola, Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias

– Pareceres CNE/CEB nº 38/06, 18/07, 22/08 e Resoluções 04/06 e 01/09

2011 e 2012

– Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica

– Parecer 7/10 e Resolução 4/10

17

1ª versão das DCNEM

2ª versão das DCNEM

3ª versão das DCNEM

2REESTRUTURAÇÃO

CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO

BNCC

ITINERÁRIOS

19

FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR

Ao reorganizar essas

dimensões, teremos

a oportunidade e a

necessidade de lidar

com desafios antigos

da educação

brasileira

Para implementar

a flexibilização

curricular, algumas

dimensões

precisarão ser

reorganizadas

BNCC

ITINERÁRIOS

— Estruturada para garantir a equidade.

— Campo de conhecimento de domínio

geral, comum a todos os jovens.

Composição de conhecimentos de domínio

geral e especializado, organizados de

forma a garantir o atendimento às

inclinações e disposições dos jovens.

QUAL A MELHOR ESTRUTURA E

ORGANIZAÇÃO PARA ESSES

ITINERÁRIOS FORMATIVOS?

COMO DEVE CAMINHAR A

COMPOSIÇÃO DA BNCC PARA

GARANTIR ESSES PRINCÍPIOS?

PILARES DA REFORMA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO20

Base Nacional Comum Curricular:

Transitar de um currículo fragmentado e organizado

por conteúdos para um currículo integrado e

centrado em competências.

21

BASE DEVE SER COMUM E NÃO MÍNIMA

ESCOLHA DE UM MODELO DE ITINERÁRIO FORMATIVO

ITINERÁRIOS FIXOS

Padronizado para todas as escolas de uma

mesma rede.

A escolha do estudante se dá no momento em

que precisa se encaminhar a um

itinerário.

ITINERÁRIOS CUSTOMIZADOS

Toda a carga horária flexível é composta a partir da escolha dos

estudantes.

ITINERÁRIOS COMPOSTOS

Combinação de conhecimentos “comuns”

para todos os que escolhem o mesmo

itinerário e a livre escolha dos estudantes.

22

ESCOLHA DOS JOVENS

Trajetória

propedêutica 1

Trajetória

propedêutica 4

Trajetória

propedêutica 3

Trajetória

propedêutica 2

Trajetórias de ensino técnico

Referência: 13 áreas do

Catálogo Nacional de Cursos Técnicos

23

Jovens

estudantes:

Sujeitos da

Escolha

Educadores: Orientação e Mediação

Como apoiar e mediar

pedagogicamente o processo de

escolha dos estudantes?

estudos complementares

competências específicas

competências de domínio comum por itinerário

competências de domínio comum

ITINERÁRIOS

FORMATIVOS

CURRÍCULO COMUM(PROPOSTA DE BASE)

ARQUITETURA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO25

26

BNCC

ITINERÁRIOS

estudos complementares

competências específicas

competências de domínio comum por itinerário

competências de domínio comum

ITINERÁRIOS

FORMATIVOS

CURRÍCULO COMUM(PROPOSTA DE BASE)

CAMPO DE INCIDÊNCIA DA

AVALIAÇÃO EXTERNA

POSSIBILIDADE DE REVISÃO DA V2 DA BNCC

ARQUITETURA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO27

40 H/ANO

40 H/ANO

120 H/ANO

600H/ANO

80 H/ANO

80 H/ANO

240 H/ANO

600H/ANO

CARGA HORÁRIA DO ENSINO MÉDIO REGULAR28

Total 2400h

Total 3000h

29

ESTUDOS COMPLEMENTARES

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DO CURSO TÉCNICO

COMPETÊNCIAS DE DOMÍNIO COMUM POR AREA DO CURSO TÉCNICO

COMPETÊNCIAS DE DOMÍNIO COMUM

ITINERÁRIOS

FORMATIVOS

CURRÍCULO COMUM(PROPOSTA DE BASE)

DESTAQUE: ARQUITETURA CURRICULAR

DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO E PROFISSIONAL

CAMPO DE INCIDÊNCIA DA

AVALIAÇÃO EXTERNA

POSSIBILIDADE DE REVISÃO DA V2 DA BNCC

30EMTEC – CARGA HORÁRIA

2400h 1200h 3600h

ENSINO MÉDIO

REGULAR

ENSINO TÉCNICO

CONCOMITANTE

ENSINO TÉCNICO

SEQUENCIAL

3000h

1800h

1200h

DOMÍNIO

COMUM

ITINERÁRIO

TÉCNICO E

PROFISSIONAL

31

ENSINO MÉDIO

REGULAR

ENSINO TÉCNICO

CONCOMITANTE

ENSINO TÉCNICO

SEQUENCIAL

EMTEC – AUTONOMIA DA ESCOLA PARA CERTIFICAÇÃO ESCOLAR

Certificação

Ensino Médio

Regular

Cert

ific

ação

En

sin

o M

éd

io R

eg

ula

r

Cert

ific

ação

Itin

erá

rio

Certificação

Ensino Médio

Técnico e Prof.

DOMÍNIO

COMUM

ITINERÁRIO

TÉCNICO E

PROFISSIONAL

32— Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a

formação de professores nas licenciaturas

— Aderência à BNCC e à lógica do currículo por

competências na formação inicial docente

— Aderência à perspectiva das áreas do conhecimento

como campo de convergência das disciplinas.

— Didática como eixo estruturante da formação docente.

— Criação de um Programa de Formação Continuada

para docentes já em exercício, na pactuação

federativa União – Estados.

— Oportunidade para retomar a discussão sobre

padrões de competência nacionais para professores

e avaliações nacionais de docentes.

33— Formulação e disseminação de Orientações

Curriculares das áreas do conhecimento,

explicitando a conexão entre as competências de

domínio comum e as de domínio por itinerário.

— Formulação e disseminação de Matrizes

Curriculares por área de conhecimento,

explicitando, no campo metodológico, o caminho

dos conteúdos às competências.

— Revisão completa do PNLDEM, considerando a

nova arquitetura curricular do Ensino Médio.

— Editais de pesquisa em inovações pedagógicas

para o desenvolvimento de materiais e tecnologias

no campo da didática do EM, com ênfase na nova

arquitetura curricular.

BNCC

ITINERÁRIOS

34

FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR

– A reforma curricular será demandante em termos

de construção e adaptação de escolas (prédios,

instalações, reformas físicas etc.)

– Também será demandante em termos de

transporte e merenda.

– Sistema de licitações atual e ineficiências. Como

superar?

– Gestão de convênios com municípios para o

transporte dos alunos. Como melhorar?

35

36

Indicador de vulnerabilidade em

infraestrutura física das escolas

Indicador de vulnerabilidade em

infraestrutura pedagógica das escolas

1. água tratada

2. energia elétrica

3. esgoto

4. coleta de lixo periódica

5. banheiro

1. biblioteca/sala de leitura

2. laboratório de informática

3. laboratório de ciências

4. equipamentos de TIC

INFRAESTRUTURA

– Fortalecer discussões normativas nos conselhos

estaduais e federal para maior conexão com os

desafios das redes de ensino para implementar a

reforma.

– Conexão dos sistemas estaduais com as redes

municipais para organizar a oferta do ensino médio a

partir da demanda de saída do Ensino Fundamental II

– Assistência Técnica e Financeira do Ministério da

Educação aos Estados

37

– Gestão Pedagógica focada na aprendizagem:

competências da gestão escolar.

– Fortalecimento das competências de gestão

dos profissionais nas demais instâncias.

– Análise e planejamento da alocação dos

professores e da distribuição dos recursos

disponíveis na rede para dar sustentação a

oferta dos itinerários nos diferentes territórios.

– A reforma traz escolha não só para os jovens

mas para os gestores. A escolha dos jovens

quanto aos itinerários depende de boas

escolhas dos gestores sobre o que ofertar.

38

– Necessidade de considerar os

desafios que a flexibilização curricular

apresenta para a revisão do FUNDEB

– Custo por aluno precisará ser revisto

tendo em conta a flexibilização?

– Como melhorar a eficiência do gasto

considerando uma eventual pressão

orçamentária?

39

Especializar as escolas pode aumentar o foco e

permitir ganhos de eficiência tanto devido à

dedicação integral do professor como por atração de

alunos com interesses específicos.

Em escolas maiores, é mais fácil ofertar múltiplos

itinerários.

Considerando os muitos municípios com

pouquíssimas escolas e os municípios maiores, com

desigualdades de adensamento escolar, as redes de

ensino precisarão planejar a diversificação da

oferta de itinerários no território

ESCOLAS COM MÚLTIPLOS

ITINERÁRIOSESPECIALIZAÇÃO E

TERRITORIALIZAÇÃO DA OFERTA

40

2.967

1.451

827

275

41

0100.000200.000300.000400.000500.000600.000700.000800.000900.000

1.000.0001.100.0001.200.0001.300.0001.400.0001.500.0001.600.0001.700.0001.800.0001.900.0002.000.000

0 1 2 3 4 5

Núm

ero

de m

atr

ícula

s

1 escola 2 ou 3 escolas 4 a 10 escolas 11 a 40 escolas 41 a 690 escolas

NÚMERO DE MUNICÍPIOS SEGUNDO QUANTIDADE DE ESCOLAS E

MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO REGULAR PÚBLICO

41

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000

2.200

2.400

2.600

2.800

3.0000

424

848

1.2

72

1.6

95

2.1

19

2.5

43

2.9

67

me

ro d

e m

atr

ícu

las

Municípios

42

NÚMERO DE MATRÍCULAS DE ENSINO MÉDIO NOS 2.967

MUNICÍPIOS COM APENAS UMA ESCOLA PÚBLICA

Percentual de municípios por estado com até

uma escola pública de ensino médio regular

Abaixo da média

Acima damédia

Brasil: 53,4%

Percentual de matrículas por estado em municípios

com até uma escola pública de ensino médio regular

Brasil: 12,1% Abaixo da

média

Acima damédia

43

COMPARAÇÃO ENTRE ESCOLAS E MATRÍCULAS

EM MUNICÍPIOS COM APENAS UMA ESCOLA

BNCC

ITINERÁRIO

44

“A Educação é um processo intencional e organizado de

aquisição de conhecimentos e de desenvolvimento de

capacidades para aplicar estes conhecimentos na solução

de problemas relevantes para a vida dos estudantes”

(Rethinking Education, UNESCO, 2017)