FLF0464!2!2015 Vladimir Safatle - Filosofia Da Arte

7/26/2019 FLF0464!2!2015 Vladimir Safatle - Filosofia Da Arte

1/6

UNIVERSIDADE DE SO PAULOFACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CINCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

FILOSOFIA DA ARTE2 Semestre de 2015Disciplina OptativaDestinada: alunos de Filosofia e de outros departamentosCdigo: FLF0464Pr-requisito: FLF0113 e FLF0114Prof. Dr. Vladimir SafatleCarga horria: 120hCrditos: 06Nmero mximo de alunos por turma: 90

TTULO: Polticas da forma: esttica musical como setor de reconstruo

das noes de crtica e experincia

I - OBJETIVO:

Trata-se de expor a maneira com que debates fundamentais a respeito

da forma musical so um setor importante de uma reflexo mais ampla sobre o

destino da noo de crtica. As formas musicais so construdas levando em

conta, mesmo que de maneira tcita, problemas estruturais sobre estratgias

de crtica a padres de racionalidade e de racionalizao. Questes maiores

da esttica musical como: a autonomia das obras de arte, sua relao ao

sublime, o destino da expresso subjetiva e o recurso ironia no so apenas

problemticas que se traduzem no interior de um embate das formas musicais

consigo mesmas. Tais questes expressam, na verdade, a conscinciahistrica da necessidade de produzir novas estruturas formais da experincia a

partir da fora indutora das discusses estticas. Por isto, no se trata apenas

de compreender, a partir das obras de arte, a gnese da negatividade da

crtica mas, no mesmo movimento, indicar como tais obras se constroem

dando atualidade s novas potencialidades da experincia. Levando isto em

conta, seguiremos o desenvolvimento de alguns problemas maiores da

esttica musical privilegiando trs momentos: o complexoclassicismo/romantismo, o modernismo do incio do sculo XX e a msica


2/6



contempornea dos ltimos cinquenta anos. Ao final de cada mdulo, o debatemusical ser colocado em relao com momentos contemporneos maiores da

reflexo filosfica sobre a esttica.

II - CONTEDO

Autonomia musical: as relaes entre natureza, sociedade, mmesis e material

- A querela entre Rousseau e Rameau a respeito da funo estrutural da

harmonia como ponto de partida para a modernidade musical. Mmesis

e a crtica naturalista da razo.

- Crtica e forma autnoma em Arnold Schoenberg. O dodecafonismo

como modelo de desvelamento da aparncia esttica e o problema da

fora poltica da arte autnoma.

- O retorno ao pensamento motvico em Pierre Boulez. Asceno e queda

do programa do serialismo integral.

- Theodor Adorno o problema da funo social da autonomia da obra

de arte. Do equvoco de compreender a arte autnoma como estratgia

compensatria para a decepo relativa s promessas de

transformao social.

O sublime: a infinitude como estratgia de crtica aos limites da experincia

social

- Sublime como categoria fundamental da esttica musical romntica.

Beethoven, estilo tardio e a liberao do tempo musical. Sublime:

religio da arte ou conscincia dos limites histricos da forma?

- Sublime por atrofia em Anton Webern. A recuperao do conceito de

sublime no modernismo musical.


3/6



-

Morton Feldman: tempo estocstico e silncio como estratgias doredimensionamento do campo da experincia

- Jean-Franois Lyotard e as Lies sobre a analtica do sublime. Como a

arte contempornea procurou sobreviver atravs do recurso infinitude,

monumentalidade e desmesura.

A expresso como formalizao do informe: a funo crtica da categoria de

sujeito

- Os Estudos para piano, de Chopin e as relaes entre corporeidade,

expresso e a dissoluo da gramtica dos afetos

- Os Estudos para piano, de Debussy. Recuperar o que ficou mutilado no

processo de racionalizao do material musical.

- Os Estudos para piano, de Ligeti. Uma noo de tempo multiplicado no

corao da recuperao contempornea da categoria de expresso

- Gilles Deleuze e a expresso de Francis Bacon. A expresso como

formalizao do informe

A ironia como conscincia reflexiva dos limites da forma

- A ironia na aurora do classicismo: A ironia pr-romntica de Haydn e os

deslocamentos das formas regulares.

- Stravinsky e a pardia como conscincia do esgotamento do sistema

tonal.

- John Adams: ironia e disponibilizao integral dos materiais. Novo

tonalismo e os riscos da estetizao do princpio de equivalncia

generalizada.

- Hegel e a esttica moderna como crtica da ironia. A ironia romntica e

a nossa.


4/6



III MTODOS UTILIZADOS

Aulas expositivas

IV CRITRIOS DE AVALIAO

Trabalho no final do semestre

V - BIBLIOGRAFIA

ADORNO, Theodor; Berg : o mestre da transio mnima, So Paulo: Unesp,

2008

___; Filosofia da nova msica, So Paulo: Unesp,. 2012

___; Teoria Esttica, Lisboa: Edies 70. 1990

___ ; Musikalische Schriften I-III, Frankfurt: Suhrkamp, 2003

BADIOU, Alain ; Cinq leons sur l ecas Wagner, Paris : Nous, 2010

___ ; O sculo,Aparecida : Idias e letras, 2005

BAYER, Francis; De Schoenberg Cage: essai sur la notion despace sonore

dans la musique contemporaine, Paris : Klincksieck, 1981

BOULEZ, Pierre ;Apontamentos de aprendiz, So Paulo : Perspectiva, 1995

___ ; Penser la musique aujourdhui, Paris : Gallimard, 1963

DAHLHAUS, Carl; Between romanticism and modernism, University of

California Press, 1990

___ ; Lide de musique absolue: une esthtique de la musique romantique,

Genebra : Contrechamps, 1997

___; Ludwig van Beethoven und seine Zeit, Berlin: Laaber, 2013

___ ; Schoenberg and the new music, Cambridge University Press, 1984

DELEUZE, Gilles; Logique de la sensation, Paris: Seuil, 2002


5/6



___; Milles Plateaux, Paris: Minuit, 1980DUARTE, Rodrigo e SAFATLE, Vladimir (org.) Enasios sobre msica e

filosofia, So paulo: Humanitas, 2008

FELDMAN, Morton; Give my regards to eight street, Cambridge: Exact

Changes, 2000

GOEHR, Lydia; Elective affinities: musical essays on the history of aesthetic

theory, New York: Columbia University Press, 2008

HEGEL, G.W.F.; Curso de Esttica, So Paulo: Edusp, 1998

KIVY, Peter ; Introduction to a philosophy of music, Oxford University

Press,2002

___; Antithetical Arts: On the Ancient Quarrel between literatura and music,

Oxford University Press, 2009

LAI, Antonio; Gense et rvolution des langages musicaux, Paris :

Harmattan,2006

LEIBOWITZ, Ren; Schoenberg and his school, New York: Da capo, 197

LYOTARD, Jean-Franois ; Des dispositifs pulsionnels, Paris : Galile, 1994

___; Lies sobre a analtica do sublime, Campinas: Papirus, 1990

LIGETI, Gyorg ; Neuf essais sur la musique, Genebra : Contrechamps, 2001

LWY, Michael e SAYRE, Robert; Revolta e melancolia, So Paulo: Boitempo,

2015

MARTI-JUFRESA, Felip; La possibilit dune musique moderne: Logique de la

modernit et composition musicale, Paris: Lharmattan, 2012

OLIVE, Jean-Paul ; Un son dsenchant : musique et thorie critique, Paris :

Klincksieck, 2008

RANCIRE, Jacques; Malaise dans lesthtique, Paris : Galile, 2007

REICH, Steve; Writings on music, University of Claifornia Press, 2010

ROSEN, Charles ; Sonata forms, Londres : WW Norton, 1990

___; The romantic generation, Harvard University Press, 1995

___ : Le style classique: Haydn, Mozart, Beethoven; Paris: Gallimard, 1994

ROUSSEAU, Jean-Jacques; Dictionnaire de musique, Paris: Actes Usd, 2007


6/6



SAFATLE, Vladimir; Cinismo e falncia da crtica, So Paulo: Boitempo, 2008___ ; Fetichismo e mimesis na filosofia adorniana da msica, In: Revista

Discurso, n. 37

___; Nietzsche e a ironia em msica, Caderno Nietzsche, n. 21

SCHOENBERG, Arnold ; Tratado de harmonia, So Paulo : Unesp, 1999

___ ; Style and Idea, University of California Press, 1984

SUBOTNIK, Rose; Developing variations: style and ideology in western music,

University of Minessota Press, 1991

STRAVINSKY, Igor ; Potica musical em seis lies, Rio de Janeiro: Jorge

Zahar, 1996

WEBER, Max; Fundamentos racionais e sociolgicos da msica, So Paulo:

Edusp, 1998

Documents

FLF0464!2!2015 Vladimir Safatle - Filosofia Da Arte