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Inventariação e caracterização de áreas florestais naturais do concelho de Seia – bases para a criação de uma rede de microrreservas { PAGE \* MERGEFORMAT } Flora e Vegetação 1. Introdução Os seres vivos dependem directa ou indirectamente das algas e das plantas, uma vez que são essenciais para a sobrevivência do homem e estão na base de todas as interacções das comunidades terrestres. Em termos ecológicos, as algas e as plantas são os produtores primários da maioria das comunidades e, por isso, é crucial para o entendimento dos ecossistemas, o conhecimento das plantas. As plantas são a primeira fonte de energia na biosfera e, portanto, a base da cadeia alimentar para o Reino Animal, tanto nas terras emersas como nos ambientes aquáticos. São também o suporte da vida ao proporcionarem refúgio, oxigénio e ao desempenharem um papel fundamental a nível da regulação climática no nosso planeta. Constituem ainda uma “esponja” que absorve o dióxido carbono que o homem, nas suas actividades, liberta. Para as populações humanas as plantas são a fonte de várias matérias-primas: madeira e princípios activos de muitos medicamentos, fibras e corantes, pasta de papel e borracha, especiarias e bebidas, óleos e combustíveis. Constituem ainda, um dos principais elementos de suporte das paisagens dos espaços naturais e, também, dos parques e jardins, desempenhando assim uma função estética que não pode ser negligenciada. Figura 1: Bosque misto As florestas constituem nos ecossistemas terrestres, as principais formações vegetais, quer pela biomassa acumulada, quer pelo seu elevado valor biológico e que estão em equilíbrio com as características do clima e do solo do local onde estão instaladas. Destruir este valioso património afigura-se como um acto inqualificável. No entanto, vastas áreas de florestas nativas foram e continuam a ser devastadas através do corte e da enorme procura da madeira que

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Flora e Vegetação

1. Introdução

Os seres vivos dependem directa ou indirectamente das algas e das plantas, uma vez que são essenciais

para a sobrevivência do homem e estão na base de todas as interacções das comunidades terrestres. Em

termos ecológicos, as algas e as plantas são os produtores primários da maioria das comunidades e, por

isso, é crucial para o entendimento dos ecossistemas, o conhecimento das plantas. As plantas são a

primeira fonte de energia na biosfera e, portanto, a base da cadeia alimentar para o Reino Animal, tanto nas

terras emersas como nos ambientes aquáticos. São também o suporte da vida ao proporcionarem refúgio,

oxigénio e ao desempenharem um papel fundamental a nível da regulação climática no nosso planeta.

Constituem ainda uma “esponja” que absorve o dióxido carbono que o homem, nas suas actividades,

liberta.

Para as populações humanas as plantas são a fonte de várias matérias-primas: madeira e princípios activos

de muitos medicamentos, fibras e corantes, pasta de papel e borracha, especiarias e bebidas, óleos e

combustíveis. Constituem ainda, um dos principais elementos de suporte das paisagens dos espaços

naturais e, também, dos parques e jardins, desempenhando assim uma função estética que não pode ser

negligenciada.

Figura 1: Bosque misto

As florestas constituem nos ecossistemas terrestres, as principais formações vegetais, quer pela biomassa

acumulada, quer pelo seu elevado valor biológico e que estão em equilíbrio com as características do clima

e do solo do local onde estão instaladas.

Destruir este valioso património afigura-se como um acto inqualificável. No entanto, vastas áreas de

florestas nativas foram e continuam a ser devastadas através do corte e da enorme procura da madeira que

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é usada na construção, na produção de papel, no mobiliário e como fonte de combustível. Muitas espécies

foram exploradas até ao limiar da extinção devido às suas propriedades ornamentais, medicinais bem

como, pelo interesse de vários sectores industriais.

Inverter a situação actual da má gestão dos recursos florestais requer o esforço concertado de

investigadores, conservacionistas, políticos, assim como, das populações. O empenho de todos na

conservação deste património de inestimável valor, diz respeito a todos nós e afigura-se com uma forma de

garantir e valorizar o futuro.

2. Diversidade da Flora e Vegetação Ibérica

A Península Ibérica reúne condicionalismos de ordem climática, geográfica, geológica, orográficas,

históricas e culturais que aliadas à grande diversidade de biótopos contribuíram para que o número de

espécies vegetais seja tão diversificado, tornando a sua flora numa das mais ricas e variadas da Europa

A posição privilegiada desta península, localizada entre a Europa Central e Setentrional e o Norte de África,

permitiu-lhe albergar muitas espécies das regiões envolventes, em consequência das alterações

climatéricas acentuadas que foram ocorrendo ao longo dos tempos. Assim, quando o clima se tornou mais

quente e seco nos finais do Miocénico, há cerca de 5 a 6 milhões de anos, ocorreu uma drástica alteração

do nível de água no mar mediterrâneo que, em alguns períodos chegou a dessecar quase totalmente em

grande parte da sua superfície, o que permitiu a migração de plantas do Norte de África para a Península

Ibérica, enriquecendo assim a sua flora.

Mais tarde, durante o Plistocénico, já no período Quaternário, que se iniciou há cerca de 1,7 milhões de

anos, ocorreram quatro grandes fases glaciárias que empobreceram a flora do Centro e Norte da Europa e

motivaram a migração das plantas para sul onde os efeitos das glaciações foram menos pronunciados.

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Figura 2: Planalto Superior

Estes factos permitiram conservar na Península Ibérica a flora existente, a que foi incorporada durante o

Terciário e que se extinguiu na maior parte do continente Europeu, bem como receber novas espécies

alpinas e boreais em consequência do arrefecimento acentuado nas regiões mais setentrionais. Ao mesmo

tempo, a diversidade orográfica e geológica, o relativo isolamento geográfico, a elevada diversidade de

habitats das diferentes cordilheiras ibéricas, aliado às mudanças climáticas, favoreceram o desenvolvimento

de novas espécies e subespécies que foram ficando isoladas nas montanhas em condições muito

particulares.

A flora Ibérica é, assim, uma das mais ricas da Europa, dela fazendo parte cerca de 7500 plantas

vasculares, incluindo espécies e subespécies, das quais cerca de 15% são endémicas, isto é exclusivas

desta região. Por sua vez, a flora portuguesa, segundo estudos recentes inclui cerca de 3100 espécies de

plantas superiores, das quais cerca de 30% ocorrem na serra da Estrela, o que equivale aproximadamente

a 900 espécies. Assim, a serra da Estrela, a nível nacional, é uma das mais importantes regiões em termos

de biodiversidade e conservação da natureza no nosso país.

3. A vegetação da serra da Estrela

A Península Ibérica enquadra-se dentro de duas grandes regiões de flora e vegetação, a região

mediterrânea e a região eurosiberiana. Cada uma destas regiões caracteriza-se pela ocorrência de plantas

e comunidades vegetais próprias.

A região eurosiberiana abrange grande parte da Europa e em Portugal engloba a região do noroeste. Esta

região caracteriza-se por apresentar um clima profundamente influenciado pelo oceano, onde as condições

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de atlanticidade se manifestam pela ocorrência de temperaturas amenas, elevada humidade atmosférica,

fracas amplitudes térmicas e Invernos chuvosos onde a secura estival é pouco pronunciada.

A vegetação espontânea desta região está representada por bosques caducifólios de carvalho-alvarinho,

nas baixas e médias altitudes, por bosques de bétulas e carvalho-negral nas médias e elevadas altitudes

das serras do Centro e Noroeste, e por galerias ribeirinhas caducifólias dominadas por amieiros, freixos,

salgueiros e ulmeiros. Em determinadas situações em encostas e cabeços que apresentam uma exposição

a sul e a seca estival é mais pronunciada, ocorrem elementos perenifólios característicos da região

mediterrânica, como a azinheira e o sobreiro.

No entanto, os bosques caducifólios representam actualmente menos de 0.5% dos espaços florestais do

nosso país. Esta situação é consequência da acção humana sobre essas formações. Os incêndios, o corte

e a sua substituição por pinhais, eucaliptais e a invasão das acácias alteraram profundamente as anteriores

paisagens naturais que dominavam esta região.

A região mediterrânica apresenta um clima que, de um modo geral, possui duas estações temperadas, a

Primavera e o Outono, e caracteriza-se principalmente pela ocorrência de um período de seca estival mais

ou menos pronunciado e, pela concentração da precipitação, que por vezes pode ser elevada, nos meses

de Inverno. Esta região apresenta como formações arbóreas mais características os bosques perenifólios

dominados pelo sobreiro e pela azinheira.

Neste contexto a vegetação da Estrela apresenta afinidades com a Região Eurosiberiana incluindo

fragmentos de bosques caducifólios de carvalho-alvarinho, vidoeiros, urzais e giestais, prados de montanha

e turfeiras. A vegetação com maior afinidade mediterrânica encontra-se representada por bosques

perenifólios de azinheira e sobreiro, bosques caducifólios de carvalho-negral e giestais, sargaçais, alguns

urzais e matos de rosmaninho.

4. Bosques e áreas florestais

As formações florestais quando se apresentam no seu estado natural ou pouco perturbadas pela acção do

homem, tendem a formar comunidades onde várias espécies coexistem, associando-se consoante as

características do solo, do clima e da hidrologia de cada local.

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Nas florestas ou bosques espontâneos, em regra, coexistem vários estratos de vegetação -herbáceo,

arbustivo e arbóreo - e indivíduos de várias idades e espécies o que lhes confere uma elevada diversidade

biológica excepcionalmente interessante que se reflecte a nível da fauna e outros grupos.

De uma forma algo simplista podemos agrupar as principais comunidades arbóreas e formações lenhosas

arbustivas que ocorrem na região nas seguintes categorias:

a. Bosques caducifólios: dominados por carvalho-alvarinho nas baixas e médias altitudes e por

vidoeiros e carvalho-negral nas médias e elevadas altitudes e galerias ribeirinhas.

1. Bosques de carvalho-alvarinho: São as formações arbóreas mais comuns das regiões

com características climáticas mais atlânticas. Encontram o seu óptimo desde o nível do

mar até aos 600 m de altitude. Com o aumento da altitude e quando o clima se torna mais

continental e a seca estival mais pronunciada são substituídos pelo carvalho-negral.

Formam bosques ou bosquetes em solos ácidos, profundos, frescos e húmidos. Associa-se

por vezes ao carvalho-negral, ao castanheiro e aos vidoeiros. Estas formações encontram-

se no presente muito degradadas pois gradualmente foram substituídas por áreas de

cultivo, pastagens, pinhais, eucaliptais, giestais e urzais.

Figura 3: Bosque de carvalho-alvarinho, Quercus robur

2. Bosques de carvalho-negral : De entre todas as espécies de carvalho, o negral é o mais

resistente à seca e à geada e aos climas continentais caracterizados por condições

estremadas de temperatura e humidade. Estes bosques assumem grande importância

ecológica nos territórios de montanha. O seu óptimo de distribuição, que varia em função da

exposição e do clima, encontra-se entre os 500-600 m e os 1500-1600 m de altitude.

Ocorrem preferencialmente em solos ácidos, soltos, de textura arenosa e substituem em

altitude o carvalho-alvarinho, a azinheira e o sobreiro.

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Figura 4: Bosque de carvalho-negral, Quercus pyrenaica

3. Vidoais: Na região mediterrânica os vidoais representam enclaves de carácter atlântico.

Desenvolvem-se muitas vezes em ambiente propício ao carvalho-negral e encontram-se

muito dependentes da humidade do solo. Observam-se nas margens de ribeiras e rios,

depressões húmidas das montanhas, sobretudo em solos ácidos e soltos. Toleram bem o

frio intenso, a geada e o vento. O seu óptimo de distribuição altitudinal ocorre entre os 1000

e os 2000 m. Associam-se muitas vezes à tramazeira, ao teixo, ao azevinho e ao carvalho-

negral.

Figura 5: Bosque de bétulas, Betula alba

4. Bosques ribeirinhos: Na vegetação ribeirinha destacam-se as galerias de amieiros,

freixos, salgueiros, choupos e ulmeiros que em condições muito particulares podem formar

bosques paludosos. São formações sempre dependentes da presença de humidade no

solo, típicas do clima atlântico, mas prosperam em condições de clima mediterrânico,

sempre que as linhas de água mantenham o solo húmido todo o ano. Nos locais de clima

mais atlântico e com solos de natureza ácida predominam os amieiros com salgueiros como

elementos secundários. No fundo dos vales graníticos e nas ribeiras de terrenos siliciosos

ocorrem galerias de freixos como elemento principal acompanhados de salgueiros e

ulmeiros.

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Figura 6: Bosque ribeirinho, Alnus glutinosa

5. Soutos e castinçais: Os soutos são bosques de castanheiros utilizados pelo homem para

a produção frutícola (castanha), enquanto que os castinçais são explorados para a

produção de madeira. Os castanheiros preferem solos frescos, profundos e leves, ricos em

matéria orgânica, graníticos, xistosos ou arenosos. Tolera bem o período de secura estival.

A sua área de distribuição tem vindo a diminuir. Em Portugal tem o seu óptimo nas encostas

de montanha pouco elevadas, que não ultrapassem os 800-900 m de altitude e com

exposição setentrional no Norte e Centro.

Figura 7: Souto, Castanea sativa

b. Bosques perenifólios

1. Bosques de sobreiros: Estas formações são características das regiões mediterrânicas de

clima mais húmido e de temperaturas relativamente amenas, evidenciando uma preferência

por encostas de baixa e média altitude e abrigadas dos ventos de norte. Ocorrem sobretudo

em solos siliciosos, soltos e bem drenados, de textura arenosa desde que não sejam ricos

em calcário activo, surgindo muitas vezes associados ao zambujeiro, à azinheira e aos

matos mediterrânicos. Quando as características mediterrânicas são mais pronunciadas

são substituídos pela azinheira.

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Figura 8: Bosque de sobreiros, Quercus suber

c) Formações arbustivas

1. Matos altos relíquiais Terciários: Na região estas formações são dominadas por loureiros

e azereiros, que em situações particulares podem atingir o porte arbóreo. Refugiam-se em

vales encaixados, onde as condições hidrológicas e microclimáticas - húmidas, amenas e

geadas pouco pronunciadas – proporcionam um ambiente favorável ao seu

desenvolvimento. Associam-se a medronheiros, folhados e adernos.

Figura 9: Azereiro (pormenor), Prunus lusitanica

2. Matos baixos atlânticos e sub-atlânticos: Formações de composição florística variável:

onde ocorrem urzes, carqueja, tojo, sargaço e estevas. São o resultado do pastoreio e de

ciclos de fogo recorrentes, correspondendo a etapas de degradação dos bosques. Os

urzais instalam-se preferencialmente em áreas de precipitação elevada, solos ácidos de

textura arenosa fina ou grosseira. As urzes surgem, em geral, como elemento dominante

associadas ao sargaço, à carqueja e ao tojo, solos ácidos, pobres em nutrientes e bem

drenados.

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Figura 10: Urzal, Erica australis

3. Matos baixos mediterrâneos: Formações dominadas por estevas e sargaços que resultam

da degradação de antigos bosques de sobreiros e azinheiras. Formam, por vezes, matagais

extensos em solos pobres e erodidos. Associam-se com frequência ao rosmaninho, ao

alecrim e aos tomilhos, ao trovisco e ao aderno.

Figura 11: Esteva, Cistus ladanifer

5) Noções básicas de Botânica

A Botânica é a ciência que se ocupa do estudo do Reino Vegetal. Os seus principais ramos são: a fisiologia

vegetal, que estuda o funcionamento das plantas, a morfologia vegetal, que se ocupa da organização e

estrutura das estruturas vegetais, e a sistemática, que se dedica ao estudo da diversidade e diferenciação

da flora e da vegetação.

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A Botânica sistemática tem por objectivo a identificação e a classificação das plantas segundo uma ordem

racional, tendo em conta a sua biodiversidade e inter-relações. A taxonomia é um ramo da sistemática que

estuda a classificação, isto é, as suas bases, princípios, métodos e regras, agrupando as plantas de uma

forma ordenada, em categorias, que possibilitam a sua identificação com maior exactidão.

A identificação, determinação e colocação de uma planta num sistema de classificação normalizado e

aceite, é orientada por um conjunto de regras, estabelecidas pelo Código Internacional de Nomenclatura

Botânica. Neste código são reconhecidas 12 categorias principais decrescentes que vão desde o Reino até

à espécie, que é considerada como a unidade básica de classificação. Os nomes das espécies e géneros

provêm do latim e são escritos em itálico ou sublinhados. A espécie é composta por dois termos, o primeiro

referente ao género e o segundo que representa o restritivo específico.

As diferentes espécies também são conhecidas pelo seu nome comum, vulgar ou vernáculo. No entanto

esta denominação é muitas vezes ambígua e gera confusões, pelo que nunca deve ser utilizada como único

método de classificação. O mesmo nome vulgar é muitas vezes utilizado como referência a espécies

diferentes. Como exemplo pode-se referir um grupo de arbustos facilmente reconhecido, as giestas.

Chama-se giestas as várias espécies diferentes como sejam: Cytisus multiflorus, de flores brancas, ou

Cytisus grandiflorus, esta de flores amarelas.

5.1 Categorias taxonómicas

Cada planta pertence a um conjunto de categorias de classificação denominados grupos taxonómicos. A

categoria básica é a espécie que se escreve sempre em terminologia latina binária isto é formada por duas

palavras: Quercus robur. O género categoria acima da espécie, agrupa todas as espécies que são

suficientemente próximas entre si sob o ponto de vista evolutivo e que apresentam características

morfológicas similares. Por exemplo, o sobreiro e a azinheira deverão pertencer ao mesmo género (Quercus

sp.) pela similaridade das suas folhas, flores, frutos e sementes. A categoria seguinte, a família da mesma

maneira que o género agrupa diferentes espécies, esta agrupa diferentes géneros. Algumas famílias são

muito naturais e fáceis de reconhecer, como é o caso das gramíneas e das leguminosas. As gramíneas que

entre muitas espécies incluem os cereais: o trigo, a aveia, o centeio e as leguminosas facilmente

identificadas por possuírem um fruto característico, a vagem. São exemplos desta família as giestas, a

carqueja, o feijão a fava etc. Por sua vez as famílias agrupam-se nas seguintes unidades superiores em

sequência ascendente: Ordem, Classe, Divisão e Reino

Um exemplo de classificação:

Nome vulgar – Carvalho-alvarinho

Reino – Plantae

Divisão – Magnoliophyta

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Classe – Magnoliopsida

Ordem – Fagales

Família – Fagaceae

Género – Quercus. L.

Espécie – Quercus robur L.

O Reino Vegetal é constituído por organismos fotossintéticos, adaptados à vida em terra e aos meios

aquáticos. Actualmente está dividido em 4 grandes grupos: os musgos e as hepáticas, os fetos, as

gimnospérmicas e as angiospérmicas. Os 3 últimos grupos são também conhecidos como plantas

vasculares ou superiores pois possuem vasos condutores que transportam a água e os nutrientes para as

folhas e os produtos da fotossíntese das folhas para as outras partes da planta. Neste projecto vamos só

abordar os 3 últimos grupos.

5.2 Plantas sem sementes

Fetos ou Pteridófitos

Os fetos são plantas na maioria dos casos de consistência herbácea. Possuem o corpo dividido em raízes,

caules e folhas. Não possuem flores nem sementes, reproduzindo-se por esporos, mais ou menos

agrupados no interior de estruturas chamadas de soros, que se encontram geralmente na página inferior

das folhas.

Na maioria dos fetos, as folhas têm um arranjo particular na { HYPERLINK

"http://www.biorede.pt/glossarypopup.asp?ID=6876" \t "glossary" } ou gomo foliar, em que a face inferior da

fronde, desde o início do desenvolvimento, cresce mais rapidamente do que a face superior, resultando no

enrolamento da fronde no seu estado inicial.

Como em todas as plantas vasculares, a própria planta produz neste caso específico esporos, que são

transportadas por correntes de ar, e quando depositados por exemplo, sobre solos e rochas húmidos,

germinam e dão origem a um novo indivíduo.

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Figura 12: Feto, Cryptogramma crispa

5.3. Plantas com sementes

Gimnospérmicas

São plantas lenhosas, geralmente de porte arbóreo, e quase sempre perenes e na grande maioria das

vezes são resinosas. Apresentam um tronco bem definido. As folhas são inteiras, muito estreitas, em forma

de agulha ou escama, com nervura principal e sem nervuras paralelas.

As { HYPERLINK "http://www.biorede.pt/glossarypopup.asp?ID=12926" \t "glossary" } masculinas são em

forma de cone, enquanto que as femininas aparecem em forma de cone ou pinha, mais raramente em forma

de pseudo-baga. Os { HYPERLINK "http://www.biorede.pt/glossarypopup.asp?ID=6917" \t "glossary" } estão

livres, isto é, não se encontram encerrados num { HYPERLINK

"http://www.biorede.pt/glossarypopup.asp?ID=6918" \t "glossary" }. As sementes raramente estão

totalmente expostas, encontrando-se mais ou menos protegidas em cones ou pinhas, ao contrário das

angiospérmicas em que se encontram encerradas no fruto.

As gimnospérimicas reproduzem-se por { HYPERLINK "http://www.biorede.pt/glossarypopup.asp?ID=6943"

\t "glossary" } embora não produzam flores nem frutos. As frutificações ({ HYPERLINK

"http://www.biorede.pt/glossarypopup.asp?ID=6945" \t "glossary" } ou { HYPERLINK

"http://www.biorede.pt/glossarypopup.asp?ID=6946" \t "glossary" }) alojam as sementes. Todas as

gimnospérmicas são plantas { HYPERLINK "http://www.biorede.pt/glossarypopup.asp?ID=6942" \t

"glossary" } pelo vento. Como exemplos temos os pinheiros, os cedros o teixo entre outras.

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Figura 13: Pinhal, Pinus pinaster

Angiospérmicas

São as plantas mais evoluídas e o grupo mais numeroso do planeta. Entre elas encontram-se árvores,

arbustos, trepadeiras e plantas herbáceas. As flores podem ser solitárias ou agrupadas em inflorescências,

possuem estruturas muito diversificadas, as mais complexas constituídas por cálice, corola, androceu e

gineceu. Os óvulos encontram-se encerrados num ovário que depois se desenvolve dando origem ao fruto.

As sementes estão no interior dos frutos. A polinização pode ser efectuada pelo vento, pela água ou por

insectos.

Ao contrário das gimnospérmicas possuem flores verdadeiras. O seu êxito deve-se à protecção das

estruturas reprodutoras e aos métodos de polinização inovadores. As primeiras plantas com flores

desenvolveram-se em conjunto com vários grupos de insectos que permitiram uma polinização mais eficaz

do que a realizada pelo vento e com menor dispêndio de recursos energéticos, o que representou um passo

evolutivo de extrema importância.

Figura 14: Açafrão-bravo, Crocus carpetanus

6. Morfologia

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O Reino Vegetal inclui aproximadamente cerca de 380.000 espécies conhecidas, diferenciando-se entre si

pelo tamanho, forma e organização do corpo vegetativo. As menos evoluídas possuem apenas um caule

primitivo, as mais evoluídas um corpo dividido em raiz, caule, folhas, flores e frutos.

A identificação das plantas tem por base a observação, análise e compreensão destas diferentes estruturas

que permitem posteriormente agrupar as plantas nas suas diferentes categorias taxonómicas.

6.1 Raiz

Esta estrutura desempenha dois papéis fundamentais: fixar as plantas ou pelo menos garantir alguma

estabilidade e absorver a água e os compostos minerais nela dissolvidos, necessários à vida da planta.

As raízes podem ser:

1. Subterrâneas: a situação mais frequente mesmo nas plantas aquáticas.

2. Aquáticas: como por exemplo nas lentilhas de água.

3. Aéreas: como por exemplo as raízes laterais da hera. Ocorrem por vezes raízes subterrâneas com

ramificações aéreas.

4. Sugadoras: quando emitem prolongamentos que sugam a seiva das plantas que parasitam. Ex:

Orobanche sp. (erva-toira) que se fixa à raiz da faveira e doutras plantas.

Figura 15: A – Raiz subterrânea; B – raiz aquática; C – raiz aérea.

Quanto à radicação:

1. Aprumada: quando existe uma raiz principal que permanece ao longo de todo o ciclo de vida. Ex:

gimnospérmicas.

2. Fasciculada: quando a raiz principal se atrofia, ou pelo menos não tem grande crescimento, e se

formam numerosas raízes secundárias na base do caule. Ex: gramíneas.

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Figura 16: A – Raiz aprumada; B – raiz fasciculada.

Quanto à direcção:

1. Profundantes: quando as raízes crescem verticalmente em profundidade. As raízes aprumadas têm

mais este comportamente do que as fasciculadas.

2. Laterais: quando fazem um ângulo maior ou menor com vertical. Aquelas que se prolongam muito

horizontalmente denominam-se pastadeiras, são frequentes em árvores de fruto.

Figura 17: A – Raiz profundante; B – raízes laterais (pastadeiras).

Quanto à forma:

1. Cónica

2. Cilíndrica

3. Fusiforme

4. Nodosa (se possui espessamento irregular)

5. Tuberosa (aspecto arredondado e achatado)

6. Filiforme

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6.2 Caule

O caule tem como papéis principais:

1. Dar às folhas uma disposição favorável para o desempenho das suas funções.

2. Estabelecer a comunicação entre as raízes e as folhas.

3. Circulação da seiva e acumulação em grande parte das reservas.

4. Função fotossintética em situações especiais: caule da gilbardeira.

Constituição

1. Nós: local de inserção das folhas.

2. Entrenós: espaço que medeia entre a inserção das folhas.

Figura 18: Nós e entrenós

Número

1. Unicaule: planta com um único caule.

2. Multicaule: planta com mais do que um caule.

Entrenós

Nós

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Figura 19: A – Unicaule; B - multicaule

Situação

1. Aéreo.

2. Aquático.

3. Subterrâneo.

Direcção

1. Erecto: crescimento na vertical.

2. Prostrado: quando o caule acompanha a superfície do solo.

3. Ascendente: quando inicialmente crescem prostrados e depois se aproxima da vertical.

4. Decumbente: quando de início se eleva e depois decai em direcção ao solo.

5. Trepador: quando toma direcções várias conforme o suporte que encontra e aos quais se fixa.

Figura 20: Caule: A – directo; B – prostrado; C – decumbente; D – ascedente; E – trepador.

A B

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Tipos

Caules subterrâneos:

1. Rizoma: caule subterrâneo que se distingue das raízes por possuir folhas em forma de escamas e

gemas com disposição irregular. Pode ser delgado ou grosso, curto ou alongado.

2. Tubérculo: caule volumoso, geralmente não muito alongado, rico em reservas, desprovido de

raízes.

3. Estolho: caule prostrado rastejante que enraíza nos nós e assegura a multiplicação da planta.

4. Bolbos: caule muito curto, subterrâneo revestido por folhas escamiformes e que emite na base

numerosas raízes.

a. Entunicados: quando as escamas são largas e se cobrem por completo umas às outras. Ex:

Alho e cebola.

b. Escamosos: com numerosas escamas mas dispostas umas sobre as outras como as telhas

num telhado. Ex: Açucena.

c. Sólidos: quando compactos e rodeadas de poucas escamas finas. Ex: Gladíolo.

Figura 21: Caule: A – tubérculo; B – rizoma; C – Bolbo tunicado; D –

bolbo escamoso; E – bolbo sólido.

Caules aéreos:

a. Escapo: caule que suporta uma flor característico de plantas que em parte do seu ciclo não

possuem caule.

b. Colmo: caule com os nós bem marcados e por vezes salientes. Próprio das gramíneas.

c. Espique: caule de forma geralmente cilíndrica coroado por um tufo de folhas que só

engrossa quando a planta é jovem e depois mantém o seu diâmetro. Ex: Palmeiras.

d. Tronco: caule lenhoso, que engrossa com a idade, geralmente cónico e sem ramificações

na parte inferior.

e. Turião: rebento caulinar aéreo de origem subterrânea, como nas silvas e espargos.

f. Sarmento: caule lenhoso, fino, muito alongado, flexível, que se encontra nas videiras e

outras plantas trepadoras.

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Superfície

O aspecto da superfície do caule varia com a idade. As características que se devem ter em atenção são a

regularidade da sua superfície, o indumento que o reveste (presença ou ausência de pêlos), coloração e

consistência da casca.

Consistência

O caule pode ser herbáceo, quando é constituído por tecidos tenros e pouco espessos; lenhoso quando

possui tecidos lenhosos que o tornam rijo e resistente. Pode ser ainda carnudo ou suculento, quando

volumoso, mas tenro e formado por tecidos ricos em água. Pode ainda ser oco ou meduloso como é o caso

dos caules jovens de sabugueiro.

Ramificação

A ramificação e prolongamento do caule faz-se a partir de tecidos protegidas pelas próprias folhas em início

de desenvolvimento ou por folhas com função de protecção em forma de escamas, designadas de gemas,

olhos ou gomos.

Os gomos e gemas podem classificar-se do seguinte modo:

1. Quanto à situação:

a. Aéreos – em caules aéreos.

b. Superficiais – têm origem à superfície do solo.

c. Subterrâneos – têm origem abaixo do nível do solo.

d. Aquáticos – em caules aquáticos.

Figura 22: A – Caule aéreo; B – caule aquático.

2. Quanto à natureza podem ser:

a. Folheares – quando produzem raminhos com folhas.

b. Florais ou botões – quando produzem flores.

B A

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c. Mistos – quando produzem raminhos com folhas e flores.

3. Quanto à posição:

a. Terminais – quando colocados na extremidade dos ramos.

b. Axilares – quando situados na axila das folhas.

c. Adventícios – quando dispostos ao acaso sobre qualquer parte da planta.

4. Quanto à inserção

a. Alternos.

b. Opostos.

c. Oposto-cruzadas

Figura 23: A – Gemas alternas; B – gemas opostas; C – gemas oposto-cruzadas

5. Quanto à forma

a. Ovóides.

b. Cónicos.

c. Arredondados.

6. Quanto à extremidade:

a. Aguda.

b. Afilada.

Dimensões

É da dimensão do caule e das suas ramificações que depende a estrutura da planta. As dimensões do

caule, quando conjugadas com outras características permitem estabelecer vários tipos de plantas que

podem ser agrupadas pelas seguintes designações vulgares:

a. Ervas – planta geralmente de caule pouco alongado, de consistência herbácea, anuais ou vivazes.

b. Subarbustos – plantas geralmente pequenas, inferiores a um metro de altura e que apresentam o

caule lenhoso na base e herbáceo na restante superfície.

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c. Arbustos – plantas lenhosas de altura inferior a cinco metros e com ramificação a partir da base.

d. Árvores – plantas lenhosas que em pleno desenvolvimento atingem altura superior a cinco metros,

geralmente com um tronco bem definido e sem ramificações na sua parte inferior.

e. Lianas – plantas trepadoras, por vezes de caule muito alongado que podem atingir alguns metros

de comprimento.

Figura 24: A – Erva; B – subarbusto; C – liana; D – arbusto; E – árvores.

Adaptações

1. Presença de gavinhas que auxiliam a planta a trepar como no caso da videira.

2. Os ramos podem transformar-se em espinhos terminados em ponta picante e serem quase

totalmente desprovidos de folhas.

3. Por vezes as folhas são muito reduzidas e os ramos colocados na sua base tomam um aspecto

laminar e executam as funções das folhas. Estes ramos denominam-se cladódios.

6.3 Folha

A folha é um órgão cujas principais funções são a realização da fotossíntese e a transpiração da planta.

Situação

A B

D

C

E

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1. Aéreas.

2. Aquáticas (flutuantes ou submersas).

Figura 25: Folha: A – aérea; B – aquática (flutuante)

Diferenciação

Entende-se por diferenciação numa folha a distinção das várias partes que a podem constituir e que

apresentam aspecto diverso.

1. Bainha – parte inferior da folha que envolve o caule total ou parcialmente.

2. Pecíolo – pé da folha, liga o caule ao limbo ou lâmina da folha. Geralmente fino podendo ser curto

ou comprido.

3. Limbo – parte laminar da folha que se liga ao caule através do pecíolo.

Divisão ou composição

1. Folhas simples – quando a folha possui um só limbo.

2. Folhas compostas – quando a folha é formada por vários limbos, geralmente cada um deles com

pecíolo. Exemplos:

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

8

A B

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Figura 26: Estrutura da foha: a) folha simples, b) folha composta

1 – Axila 2 – Página superior 3 – Página Inferior

4 – Nervura lateral 5 – Limbo ou lâmina 6 – Nervura média

7 – Pecíolo 8 – Estipula 9 – Folíolo

10 – Eixo ou ráquis

Tipos de folha composta

Figura 27: Tipos de folhas compostas

1 – Bifoliolada 2 – Parapinulada

3 – Imparifoliolada 4 – Interrupti-foliolada

5 – Digitada 6 – Parifoliolada

7 – Penaticomposta 8 – Trifoliolada

Disposição

É a maneira como as folhas se distribuem sobre o caule:

1. Inserção

a. Alterna – quando existe uma folha em cada nó.

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b. Oposta – quando existem duas folhas em cada nó.

c. Verticilada – quando no mesmo nó se inserem mais de duas folhas.

Figura 28: Disposição das folhas sobre o caule: 1 – alterna; 2 – oposta; 3 - verticilada

Forma Geral

Corresponde à forma do contorno do limbo. Exemplos:

1. Acicular;

2. Corniforme;

3. Elíptica;

4. Ensiforme;

5. Espatulada;

6. Falcado-ensiforme;

7. Hastada;

8. Lanciolada;

9. Linear;

10. Obcordiforme;

11. Oblanceolada;

12. Oblonga;

13. Obovada;

14. Orbicular;

15. Ovada;

16. Oval;

17. Peltada;

18. Sagitada;

19. Subulada;

20. Triangular;

21. Gavinha.

3 1 2

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Figura 29: Forma das folhas:

Forma dos ápices e bases das folhas

Os ápices das folhas podem apresentar formas particulares. Exemplo:

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Nervação

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É a maneira como se dispõem as nervuras. Exemplo:

Figura 30: Tipos de nervação da folha

1 – Palmada 2 – Pedada

3 – Paralela 4 – Penada

Tipos de inserção da folha no caule

1. Amplexicaule;

2. Decorrente;

3. Adunada;

4. Invaginante;

5. Estipulada;

6. Ligulada;

7. Peciolada;

8. Perfolhada;

9. Séssil.

Figura 31: Tipos de Inserção da folha no caule

Recorte

1

2 3 4

1 2 3

4

7 8 9

6 5

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Quando a folha não possui recorte, isto é, se a margem não possui reentrâncias nem saliências, a folha diz-

se inteira. Caso contrário as folhas podem apresentar um recorte marginal ou profundo. Exemplo:

1. Serrado

2. Ciliado;

3. Crenado;

4. Crenulado;

5. Dentado;

6. Denticulado;

7. Inteiro;

8. Hirsuto;

9. Espinhoso;

10. Inciso;

11. Lacerado;

12. Lobulado;

13. Palmatifendido;

14. Palmatipartido;

15. Palmatissecto;

16. Penatifendido;

17. Penatipartido;

18. Penatissecto;

19. Revoluto;

20. Serrilhado;

21. Sinuado;

22. Ondulado.

Figura 32: Tipos de margens foliares

Consistência

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1. Herbácea – folhas tenras

2. Coriácea – assemelha-se à consistência do couro

3. Carnudas – folhas espessas

Aspecto da superfície do limbo

1. Coloração

2. Rugosidade

3. Indumento – a folha pode ou não apresentar revestimento de pêlos em quase negativo diz-se

glabra.

Inflorescência

Quando numa planta as flores se encontram agrupadas designam-se por inflorescências. As flores inserem-

se ao longo dos (eixos), ou na parte terminal (receptáculo) dos ramos ou simplesmente dispõem-se ao

longo do caule principal. As inflorescências, quando se localizam na extremidade de uma estrutura dizem-se

terminais. Quando se encontram nas axilas dizem-se axilares.

Figura 33: Inflorescências

3 – Monocásio falciforme 4 – Monocásio escorpióide 5 – Monocásio flabeliforme

6 – Dicásio 7 – Chacho 8 – Espiga

9 – Espigueta 10 – Espádice 11 – Corinbo

12 – Umbela 13 – Capítulo 14 - Amento

6.4 Flor

1 – Monocásio simples 2 – Monocásio helicóide

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Há uma grande variedade morfológica de flores, mas todas elas seguem um mesmo plano estrutural básico.

Figura 34: Estruturas florais

Uma flor típica completa consta de quatro verticilos (conjunto de órgãos idênticos inseridos no mesmo nível

e no mesmo nó em torno de um eixo):

1. Sépalas, que formam no seu conjunto o cálice.

2. Pétalas, que formam a corola.

3. Estames, que em conjunto formam o androceu.

4. Ovário, estilete e estigma que formam o gineceu.

Estas quatro estruturas florais encontram-se implantadas no receptáculo, a parte superior e alargada do

eixo floral, que funciona como estrutura de suporte.

Sépalas – cada uma das peças, geralmente verdes que constituem o cálice

Pétalas – cada uma das peças que constituem a corola, geralmente vistosas, com a função de atrair os

insectos. Ao conjunto das sépalas e pétalas dá-se o nome de perianto.

O androceu é a parte masculina da flor, constituído pelos estames, que no seu estado de maior

diferenciação são formados pela antera e pelo filete. É nas anteras que são produzidos os gâmetas

masculinos que são os grãos de pólen. O filete é uma espécie de filamento delgado que suporta a antera.

Na maturação as anteras abrem espontaneamente (mecanismo conhecido por deiscência) libertar o pólen.

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O gineceu corresponde à parte feminina da flor, situando-se no centro desta. No estado de maior

diferenciação consta de estigma(s), estilete(s) e ovário(s). O ovário é uma estrutura que encerra a os

óvulos. O estigma é um órgão glanduloso que segrega um líquido destinado a fixar o pólen e possibilitar a

sua germinação. O estilete permite a ligação entre o estigma e o ovário.

No Reino Vegetal as plantas mais comuns possuem flores hermafroditas que se caracterizam por

possuírem em simultâneo estruturas masculinas e femininas (p. ex. cerejeira, narciso, etc.). As flores que

apresentam gineceu ou androceu fértil dizem-se unisexuais (p. ex. carvalho, milho etc.).

Quando as flores masculinas e femininas estão na mesma planta, diz-se que esta é monóica, (p. ex. milho);

quando estão em indivíduos separados, diz-se que a espécie é dióica, (p. ex. teixo e salgueiro).

6.5 Fruto

Os frutos são o resultado da maturação do ovário, após a fecundação, da mesma maneira que as sementes

são o resultado do desenvolvimento dos óvulos.

Os frutos garantem a protecção das sementes quando imaturas e mais tarde a sua dispersão. Os frutos

podem ser divididos em três grupos principais:

1. Frutos simples – quando resultam de uma flor que possui um só ovário;

2. Frutos múltiplos – quando resultam de uma flor que possui vários ovários;

3. Infrutescências – quando resultam de vários ovários das flores de uma inflorescência.

Podem ser classificados ainda quanto à:

1. Consistência – secos ou carnudos;

2. Deiscência – se abrem naturalmente dizem-se deiscentes se não abrem dizem-se indeiscentes;

3. Número de sementes – monospérmicos (só com uma semente) ou polispérmicos (com várias

sementes).

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Figura 35: Frutos simples, secos e indeiscentes

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Figura 36: Frutos simples, secos e deiscentes

Figura 37: Frutos indeicentes carnudos: Drupas

Figura 38: Frutos indeicentes carnudos: Bagas

Figura 39: Frutos múltiplos

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Figura 40: Frutificações: A – pinha, B – gálbula e C – falso fruto do teixo.

7. Chaves dicotómicas

A identificação dos organismos vivos é, em geral, efectuada utilizando chaves dicotómicas publicadas em

obras da especialidade ou por comparação utilizando guias ilustrados.

Embora permitindo identificações mais rigorosas, a primeira opção só é, em geral, utilizada por

investigadores ou técnicos especializados, devido à necessidade de interpretar descrições e vocabulário

específico.

No caso das plantas, a segunda opção, nem sempre produz resultados fiáveis devido ao facto de a grande

maioria dos guias disponíveis não estarem adaptados à flora e vegetação portuguesa, porque incluem

espécies que não ocorrem na flora nacional e omitem elementos florísticos importantes.

Os utilizadores destas chaves de identificação devem ter consciência de que deverão reduzir ao mínimo o

impacto da sua actividade de recolhas de plantas, evitando, assim, a delapidação da riqueza vegetal de

uma região. Para isso é necessário obedecer a regras básicas de conduta durante as actividades de

campo.

Sempre que possível deverá tentar fazer-se a identificação das plantas no campo sem as danificar. Quando

não for possível, deve recolher-se a planta nas melhores condições possíveis, de preferência com flor e

frutos, para posterior estudo em laboratório, na escola ou em casa. O transporte, especialmente nos meses

B A C

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mais quentes, deve ser feito num recipiente fechado (por exemplo, um saco de plástico transparente) para

evitar que a planta murche, o que dificultaria a análise das suas características.

Quando a identificação da planta não é imediata, é necessário proceder à sua secagem, utilizando para

esse efeito uma prensa. Estende-se a planta sobre uma folha dupla de papel de jornal de modo a que todas

as suas estruturas fiquem com uma boa disposição, o que facilitará a sua posterior identificação. Entre cada

duas plantas colocam-se várias folhas de jornal ou papel de feltro e depois prensam-se. Nos primeiros dias

convém substituir regularmente as folhas de jornal por novas folhas pois estas vão absorver a humidade

das plantas, o que facilita a sua secagem e evita o seu apodrecimento.

O recurso ao registo fotográfico pode ser suficiente para identificação de uma planta. No entanto, em muitos

casos, pode ser difícil identificar uma espécie com recurso a uma chave se não se proceder à recolha de

amostras da planta.

Quando se observa uma espécie pouco abundante num determinado local e se ignora o seu estatuto de

conservação, deve-se recorrer ao registo fotográfico como método de identificação. De outra forma poder-

se-ia destruir uma espécie rara ou ameaçada.

A informação mais relevante para a identificação de uma planta vascular inclui: a forma biológica, isto é, se

é uma planta herbácea, um arbusto, ou uma árvore; forma e disposição das folhas; estrutura e disposição

das flores e frutos.

Convém ter presente que os organismos vivos se caracterizam por uma variabilidade morfológica

considerável, reflexo da sua adaptação ao meio, o que pode levar a alterações das suas características

anatómicas. Estas diferenças devem ser correctamente interpretadas para não induzirem a uma

identificação errada.

As chaves dicotómicas são utilizadas para determinar o grupo biológico a que pertence um dado

organismo ou qual o nome científico que lhe foi atribuído. Neste trabalho será consultada uma chave para

determinação de plantas até ao nível taxonómico correspondente à categoria de família. Os nomes desta

categoria são sempre latinizados e obedecem à seguinte regra: o nome da família termina, salvo algumas

excepções (p. ex. Gramineae, Compositae, Labiatae), com o sufixo "aceae" (p. ex. Fagaceae).

A utilização de uma chave obriga à leitura de uma série de entradas duplas e alternativas, devendo a

consulta iniciar-se, sempre, a partir da primeira entrada. Cada entrada divide-se em dois textos descritivos e

alternativos, optando-se pela descrição que mais se adequa ao espécime vegetal que se pretende

identificar e que conduzirá ao passo seguinte, através do número que se encontra no final da opção

seleccionada. Este procedimento deverá ser repetido sucessivamente até encontrar a opção que identificará

correctamente o espécime.

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8. Estudo da vegetação

A ecologia é o estudo dos organismos em relação com o meio que os rodeia. O meio envolvente é

constituído por um conjunto de diferentes componentes, incluindo outros organismos vivos e os seus

efeitos, e factores puramente físicos como o clima e o tipo de solo. Alguns indivíduos pertencem à mesma

espécie, mas a maioria, são organismos diferentes com modos distintos de viver ou interagir.

Os organismos estão organizados em populações: indivíduos da mesma espécie que vivem juntos na

mesma área e no mesmo período de tempo. As populações estão organizadas em comunidades: conjunto

de todas as populações de diferentes espécies que vivem e interactuam dentro de uma determinada área.

Um ecossistema inclui todas as interacções entre os organismos vivos de uma comunidade e as

interacções entre os organismos e o seu ambiente físico.

A ecologia vegetal estuda as plantas como indivíduos e espécies, isto é a flora, as suas relações com os

factores ambientais e a vegetação. Esta pode ser definida como o conjunto de plantas que crescem num

local particular, e pode ser caracterizada pelas espécies componentes e o modo como elas estão espacial e

temporalmente associadas e distribuídas.

A vegetação pode ser analisada sob dois pontos de vista diferentes. Por um lado considera-se que a

vegetação pode ser dividida em unidades bem definidas – as associações - e que estas podem ser

agrupadas em classes distintas e incluídas num sistema hierárquico. Por outro lado existe o conceito de

continuum que considera não ser possível subdividir o coberto vegetal em unidades definidas, pois esta

está em contínua variação espacial e temporal.

Os dois conceitos anteriormente referidos determinam a utilização dos métodos que permitem a

caracterização da vegetação e suas comunidades segundo a perspectiva considerada. Se se considerarem

as associações, há então que delimitar as unidades representativas segundo o método dos levantamentos,

se prevalecer o conceito de continuum as amostras têm de ser tomadas ao longo de gradientes ambientais.

Vários métodos de amostragem são actualmente utilizados. A sua aplicação depende do tipo de vegetação

em estudo e das determinações e objectivos que se pretendem obter. Estes métodos são geralmente de

três tipos: método das distâncias e método da linha de intercepção e o método das áreas, sendo este o

aplicado neste trabalho.

Sempre que se efectua o estudo da vegetação de uma determinada área, deve preencher-se uma ficha de

campo, na qual se anotam os seguintes dados:

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• Data de levantamento;

• Lugar do levantamento (posição geográfica, declive, exposição e altitude);

• Condições meteorológicas (humidade relativa, temperatura e precipitação);

• Propriedades do solo (perfil, profundidade, textura, cor à superfície e em profundidade, presença de

restos vegetais ou outros);

• Observações relativas à vegetação (tipo de comunidade, porte da comunidade, ocorrência de fogos,

aplicação de produtos químicos, pastoreio).

Na amostragem de uma comunidade é importante que todas as espécies estejam convenientemente

representadas. Para tal é habitual determinar a área mínima para a comunidade em estudo, que pode ser

definida como a menor área representativa da comunidade.

Para determinação da área mínima delimita-se uma pequena área com um metro quadrado, e registam-se

todas as espécies presentes nessa superfície. Seguidamente essa área é alargada para o dobro da sua

área inicial e assim sucessivamente, anotando sempre as novas espécies que surgem à medida que se

alarga a área de estudo. Na prática, quando não se acrescentam espécies novas, a área mínima está

determinada. As espécies que não forem possíveis identificar no campo devem ser colhidas e herborizadas

cuidadosamente para posterior identificação.

No decorrer deste projecto, o levantamento do elenco florístico presente basear-se-á na observação directa

das espécies presentes durante as várias saídas de campo que forem efectuadas, uma vez que a dimensão

das áreas de estudo não é suficientemente ampla para permitir a aplicação dos métodos atrás referidos.

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Bibliografia

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Referências Online

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