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FLORESTA VERDE-ESMERALDA Jorge Mautner (2002)

Floresta Verde Esmeralda Mautner

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  • FLORESTA VERDE-ESMERALDA

    Jorge Mautner

    (2002)

  • floresta verde-esmeralda

    ENSAIOS

    I

    O auto-intitulado ser humano, que para mim no passa de um

    chimpanz avanado, pois a nossa diferena para um chipanz apenas

    a de um cromossoma, comeou a pensar, e pensar tambm filosofar,

    logo que comeou a sua pica caminhada de ficar ereto.

    Para Mircea Eliade, ao inaugura esta nova posio, isto : do andar

    de quatro e de ccoras, para um andar de equilibrar-se em dois ps, tudo

    mudou, e tudo aconteceu. Ao ver-se de p, num incrvel equilbrio de

    malabarista, o chipanz avanado, ou o ser humano se quiserem, inven-

    tou a localizao no espao criando um norte-sul-leste-oeste. Junto com

    a vertigem do equilibar-se, havia agora uma imaginao de localizar-se

    no espao-tempo.

    Em seguida disso vejam que curioso: os homens da caverna se re-

    nem para uma caada. Depois de caminharem muito para cercar e caar

    um urso ou mamute pr-histrico, encontram a sua presa. Acontece que

    um dos caadores ficou muito ferido no embate fera e acabou morren-

    do. Este fato cria um calafrio de terror em todos os outros caadores que

    mais que depressa levam o seu cadver para a caverna de onde partiram,

    claro que juntamente com a carne da caa.

    O seu corpo ou cadver colocado em um lugar central onde to-

    dos o observam, e ao observ-lo os mais variados pensamentos ocorrem.

    Ser que morrer dormir? William Shakespeare vai dizer em Hamlet:

    Morrer, dormir, talvez sonhar... Pois , e quando vo dormir alguns vo

    sonhar com o colega falecido, a ento comeam todas as religies e me-

    tempsicoses, e reencarnaes e espiritismos.

    Pior, ou melhor ainda, o feiticeiro da tribo pr-histrica tem uma

    explicao do porqu o caador fulano de tal morreu. simples, diz ele,

    que quando ele foi para a caada no pisou trs vezes com o calcanhar

    em cima da folha da rvore sagrada. No importa qual a razo, para cada

    tribo, cada feiticeiro, vai ser uma ou outra coisa. Repito, no importa, o

    que interessa que esta alegao do feiticeiro vai ser a base de todas as

    idias e pensamentos, uma espcie de ncora do absurdo para criar um

  • jorge mautner

    sistema de idias-emoes-imaginaes-pensamentos que vo ser cha-

    mados de religio que no toa que em latim religo, isto : do religar-

    -se, conectar-se, informar-se, informatizar-se.

    Para Martin Heidegger, o maior pensador do sculo XX, que tem

    uma fase nazista e a outra democrtica: O Poeta o Porta Estandarte do

    Ser. Para Heidegger o espanto vital para filosofar. A previso para o s-

    culo XX dele impressionante: no futuro (o que ser talvez desvelado

    pela ciberntica) ser um mundo em que todos sero controlados e con-

    troladores!!!!

    Heidegger tambm anuncia o fim da filosofia. Isto parece ter che-

    gado agora, pois as duas escolas filosficas da atualidade so estritamen-

    te cientficas e baseadas nas descobertas da gentica e da bio-gentica-

    -tecnolgica, so os Deterministas e os Construtivistas. Eles repetem e

    refazem Heidegger e ao anunciar que a filosofia morreu, resvalam no

    entanto dizendo que os filsofos no morreram. E que a esto agora na

    nova funo de serem os inter-relacionadores dos dados de todas as ci-

    ncias, com nfase na astronomia e na bio-gentica-tecnolgica que nos

    presenteou com a ovelha Dolly.

    II

    ramos todos primos dos chimpanzs e dos macacos chamados

    Rhesus. Segundo uma das teorias mais provveis os continentes estavam

    almagamados em um continente s. Durante a sua lenta fragmentao,

    isto , a separao do seu nico e imenso corpo chamado de Panga, a

    maior parte das florestas existentes cobria a maior parte do territrio em

    que viviam vrios animais, entre os quais os nossos primos pulando de

    rvore em rvore e a aconteceram eventos espantosos. Descobriu-se re-

    centemente que os nossos primos chimpanzs surgiram depois de nos-

    sos ancestrais hominides.

    Subitamente, um enorme corpo celeste, sem dvida alguma um

    enorme asteride, caindo do espao bateu e esbarrou no planeta Terra,

    e com isso o surgimento da Lua, que um pedao da nossa Terra que

    se espatifou e foi mandada para o espao at o ponto em que a prpria

    fora da gravidade de nosso planeta a obrigou a girar em rbita. Os re-

    sultados deste tremendo choque foram muitos, mas o principal foi o de

  • floresta verde-esmeralda

    que a imensa floresta original fosse assim rachada ao meio, (talvez quem

    sabe por um outro e/ou outros meteoritos e/ou asterides?) provocando

    assim a existncia de apenas 50% da floresta original, e o restante trans-

    formado em uma imensa pradaria semi-desrtica.

    Foi a que comeou a nossa histria, enquanto uma parte de nos-

    sos primos chipanzs e primos rhesus continuaram a se balanar nas

    rvores, os nossos ancestrais longnquos comearam a caminhar pelo

    imenso e novo semi-deserto que acabara de surgir. Era incmodo, adqui-

    rir a posio ereta, e a tarefa mais dura e que dura at hoje a de manter

    a espinha reta e ereta como fala, canta, poetisa e profetiza o meu amigo

    Walter Franco.

    Na pr-histria, nossos ancestrais conviveram durante algum tem-

    po com o homem de Neanderthal, que foi eliminado por nossos ances-

    trais. Dizem que ele era mais inteligente que nossos antepassados, e no

    entanto desapareceu. Dizem tambm que a nossa superioridade, ape-

    sar de possuirmos inteligncia, esta inteligncia era bem menor que a

    do homem de Neanderthal, que possua um crnio enorme, como isto

    aconteceu???? provvel que este fato se deve em primeiro lugar ao fator

    da fala humana.

    De acordo com descobertas recentes esta capacidade de falar de-

    senvolveu-se por causa da fofoca. Imaginem, um bando de ancestrais

    nossos, mulheres principalmente, porque os homens em sua maioria

    deviam estar naquele momento, naquela caada narrada no primeiro

    captulo; estas mulheres arrancando piolhos dos cabelos de suas compa-

    nheiras, inventaram a fofoca.

    Tambm descobrimos que entre os gatos e os seres humanos exis-

    te um cromossoma-gentico igual que o cromossoma Y responsvel

    pela sensualidade. por isso que dizemos: que gata, que gato, e no que

    cachorro, que cachorra, quando nos referimos sensualidade!!!!

    III

    Na chamada poca pr-histrica existia este famoso homem de

    Neanderthal, que desapareceu muito provavelmente massacrado pelos

    outros Hominides avanados, dos quais somos descendentes. Este cha-

    mado homem de Neanderthal, segundo a lenda e estudos recentes nos

  • jorge mautner

    indicam, possua uma ndole mais pacfica do que belicosa, e era mais

    forte e mais inteligente do que os nossos ancestrais pr-histricos que o

    eliminaram.

    Como possua um crnio muito maior que o nosso, deduz-se que

    era mais inteligente que nossos ancestrais, que possuam crnios meno-

    res. Mas como o que importa na natureza no so os derrotados, mas sim

    os vitoriosos e sobreviventes na fatal guerra da sobrevivncia, os belico-

    sos e menos inteligentes o eliminaram.

    Quando digo que nossos ancestrais eram mais inteligentes refiro-

    -me a uma inteligncia que constituda de tcnicas; ou seja, de conhe-

    cimentos. Valho-me da descrio explicativa que Bertrand Russel deu

    sobre as diferenas entre sabedoria e conhecimento. Ambas so inteli-

    gncias inteligentes. Mas, sempre de acordo com Bertrand Russel, a di-

    ferena entre sabedoria e conhecimento a seguinte: Sabedoria o que

    chamamos de cultura que rene todas as informaes apreendidas du-

    rante todos os milnios que nos antecederam, ela inclui emoo, poesia,

    cincia, esttica, etc. O conhecimento so os dados tcnicos e cientficos,

    ou seja as techns que fazem a histria avanar e mudar. Por exemplo,

    sabedoria o que humildemente faz o contedo de toda a minha obra,

    ela eterna por isto aquela afirmao to irnica e verdadeira milenar e

    proverbial que diz: Os sbios sempre falaram as mesmas coisas e o resto

    do mundo nunca os escutou. O conhecimento o seu oposto, aquilo

    que faz a humanidade avanar atravs das invenes prticas, e que atin-

    giram nesta passagem para o ano 2000 a supremacia do poder, por causa

    da automao, da ciberntica, da biogentica atual que concretamente

    aponta para o fim das doenas atravs da operao denominada genoma

    para, partir da, criarmos a vida eterna.

    De acordo com as mais novas teorias, principalmente as do pen-

    sador Derrida, no existem mais nem classes sociais, nem camponeses,

    nem operrios, nem burgueses, e pasmem, nem sequer indivduos, exis-

    tem apenas atores e atrizes que mudam seus papis vrias vezes durante

    o dia e a noite.

    O ator, ou a atriz, ao acordarem representam o papel de pai ou

    me, ao se olharem no espelho, j ensaiam o papel seguinte de se trans-

    formarem em trabalhadores, comerciantes, ou mdicos, e mesmo a em

    cada instante do ator Jorge Mautner como escritor ele atua em diversos

  • floresta verde-esmeralda

    papis. Como sendo escritor, por exemplo, ao escrever um livro ele um

    tipo de escritor, ao tentar vender um livro para um editor ele se torna

    o personagem com outro papel, ao falar com um crtico, ao falar com

    a mdia ele representa sub-papis do ator escritor. Exemplifico: ao dar

    entrevistas a um jornalista amigo ele uma pessoa, ao dar entrevista a

    um jornalista neutro ele outra, mais ainda, ao dar entrevista para uma

    rdio ele faz um papel bem diferente do que se estivesse na TV. E mesmo

    a existem sub-representaes dependendo da direo ideolgica e mer-

    cadolgica de cada emissora. Ao almoar dependendo do restaurante ou

    quem sabe com quem almoa, ou mesmo sozinho h vrios papis talvez

    porque a cincia atual descobriu que temos vrios crebros que fingem

    ser um s.

    De acordo com as novas teorias histricas, o duvidoso avano his-

    trico da raa chamada humana no se deve tanto aos efeitos das revolu-

    es, dos sindicatos, das religies, das idias, portanto da antiga sabedo-

    ria, mas justamente e to somente apenas por causa das invenes e das

    mquinas, isto , das tcnicas do conhecimento!!!!

    IV

    Foi assim que na aurora da histria, quando o chimpanz avan-

    ado do qual descendemos inventou quatro coisas: a domesticao do

    fogo, o arco e flecha, a arte das pinturas das cavernas, e a domesticao

    dos ces. Isto mudou brutalmente toda a sua sabedoria, e portanto toda

    a sua histria. O prximo salto foi a inveno do governo, da roda e da es-

    crita que aconteceram na Sumria da chamada civilizao sumero-arca-

    diana aonde existia a mitolgica cidade de Ur. Os chimpanzs avanados

    at ento eram caadores, carnvoros e herbvoros, que viviam em tribos

    de variados costumes, crenas e imaginaes, mais ou menos como os

    nossos indgenas que chamavam o nosso pas-continente de Pindorama.

    Existiam lugares que eram pontos de reunies epordicas, muito

    provavelmente por razes e motivaes religiosas que poderamos cha-

    mar de pr-cidades ritualsticas transitrias.

    Como os chipanzs avanados tinham que enfrentar (ironicamen-

    te para muitos de ns isto continua a mesma coisa) muitas dificuldades

    cruciais: arranjar comida todos os dias, fugir das feras, manter o fogo ace-

  • jorge mautner

    so, etc e finalmente o problema maior de terem que viver quase como os

    outros animais, lutando pela vida dia e noite, deram o salto seguinte e

    foi a fundao das primeiras cidades aonde se inventou a escrita, a roda

    e o governo. Nesta poca, as grandes figuras foram os engenheiros das

    guas, os construtores de reservatrios, os arquitetos de armazns para

    armazenar cereais. Foi isso que forou o surgimento da escrita.

    V

    A escrita, a roda e o governo surgiram com os sumrios, da civiliza-

    o sumero-arcadiana. A cidade de Ur a grande cidade-me onde tudo

    isto se deu. O prximo passo, segundo Arnold Toynbee, em seu magistral

    livro A Me Terra, especifica que a partir de Ur, que o incio de nossa e

    da vossa civilizao, no existiam grandes diferenas sociais, materiais

    de posse e de riqueza. Foi to somente e apenas com o surgimento da

    metalurgia, que se estabeleceram as diferenas sociais. O primeiro metal

    a ser fundido foi o cobre, em seguida o bronze e logo depois o ferro. Foi

    a, especificamente com a metalurgia do ferro que se estabeleceram as

    diferenas entre ricos e pobres cada vez mais acentuadamente at hoje,

    num mundo em que a injustia social como no Brasil, na ndia, em

    Nairobe e em Jacasta um abismo quese intransponvel e um desafio para

    a pretendida paz mundial, direitos humanos, politicamente correto e a

    democracia mundial neste umbral deste ltimo ano que nos separa entre

    o sculo XX e o sculo XXI.

    Para Karl Jaspers, fenomenlogo cristo da Alemanha ps-nazista,

    esta passagem se caracteriza por duas grandes tarefas a saber:

    I pelo estudo e meditao

    II pelo filosofar e pelo espantoso pensar sobre trs fenmenos:

    a bomba atmica

    Friedrich W. Nietzsche

    E finalmente, absolutamente, irresvalavelmente sobre Jesus de

    Nazar

    Thimothy Leary, antes de morrer e/ou matar-se, tomando vrias

    doses de drogas alucingenas e sendo televisionado em seu ato final, ter-

    minal, fatal, cabal afirmou que: o prximo milnio ser caracterizado,

    no tanto pela ciberntica, pela conquista do espao, pela biogentica

  • floresta verde-esmeralda

    tecnolgica que comporta a operao genoma ou pela geometria, ma-

    temtica, astronomia, astrofsica do tomo, da fibra ptica, do raio laser,

    da realidade virtual, da fsica e do pensar katico e fractal como o ser

    pelo grupos de mtua ajuda!!!! Que so todos derivados daquela tenta-

    tiva herica, definitiva, katica e irresvalvel de dois mdicos, um deles

    psiquiatra o outro clnico geral, que padecendo da doena de adico e

    do vcio do alcoolismo e das drogas inventaram na dcada de 1940 o A.

    A. A. e o N.A.

    Alm do j citado Timothy Leary, o papa Joo Paulo II, h pouco

    tempo atrs, surpreendentemente afirmou a mesma coisa. claro que

    eu, Jorge Mautner, no s tambm o afirmo, confirmo, reafirmo e firmo

    a mesma necessidade como sendo o caminho para a libertao, desde

    de 1958 atravs de toda a minha obra escrita, cantada, pintada e vivida.

    maravilhoso saber que nos USA acabam de ser criados grupos que se

    chamam de Normais Annimos. Por que? Ora porque: mesmo no sen-

    do alcolatra, viciado, drogado, doente, adicto, ou choclatra, ou doente

    obsessivo e compulsivo de qualquer outra adico obsessiva como por

    exemplo o de gastar dinheiro demais, ou o de ser sexlatra, como parece

    ser o caso de Bill Clinton, do filho de Kirk Douglas, tambm ator como

    o pai Michael Douglas, ou qualquer outra anormalidade prejudicial que

    possa existir tamanha a certeza de melhoria de vida, de prazer, de felici-

    dade, de sucesso, de amor, de amizade, de iluminao, de serenidade, de

    criatividade que esta inveno destes dois fantsticos, eternos, moder-

    nos e irresvalveis mdicos norte-americanos fabricaram ao criarem o

    A.A.A. e o N.A. que at mesmo os saudveis, os sadios, os corretos, os no

    doentes, esto se organizando em grupos que se intitularam de Normais

    Annimos, que so grupos de mtua ajuda para serem mais amigos,

    mais amantes, mais realizados, mais serenos em direo ao III Milnio.

    VI

    Sempre quis conhecer Tihuanako, cidade perdida na selva, onde

    tudo parece que se perde nas entranhas da prpria Me Terra. Tenho so-

    nhos recorrentes que me lembram sem cessar como pavorosa, mara-

    vilhosa, medonha e sublime a natureza desta natureza que parece como

    a realeza de uma majestade h muito tempo desaparecida. s vezes ao

  • jorge mautner

    escrever isto sinto um antigo terror muito anterior aos astecas, toltecas,

    maias e incas e de todos os aborgenes de todas as tribos que desde a

    pr-histria habitam este continente que um pas, nao, emoo da

    raiz mais antiga que se tem notcia; falo dos mistrios de Tihuanako, que

    lugar mais misterioso ser este????

    Atualmente, se acredita que Tihuanako seja Atlntida, e por que????

    Eis porque: at recentemente acreditava-se que a cidade mais antiga fos-

    se a cidade de Ur. Esta cidade, oficialmente a mais antiga da civilizao,

    tem 7000 anos. Acontece porm que por causa das pesquisas que se ser-

    vem de tecnologias muito recentes, como por exemplo o teste radioativo

    atmico atravs do elemento chamado Carbono 14, e tambm por causa

    de escavaes minuciosas de uma arqueologia katica e fractal, eletr-

    nica e virtual descobriu-se que Tihuanako tem mais de 14.000 anos de

    existncia. E por que Tihuanako Atlntida???? porque um fato estarre-

    cedor foi descoberto simultaneamente a esta constatao de datas, das

    escavaes sistemticas de arquelogos, principalmente alemes, que

    cada vez mais se convencem que a descrio que nos dada pelos relatos

    de Herdoto, que coincide com a descrio de Tihuanako, ficaram estar-

    recidos, espantados, deslumbrados e aterrorizados ao constatar, atravs

    de testes biogentico-tecnolgicos de exames minuciosos do DNA e RNA

    feitas em mmias chinesas milenares, assim como em mmias egpcias

    dos faras do Egito, do baixo, alto, mdio imprio das esfinges seja em Te-

    bas, Luxor, Karnak, Memphis, e no famoso, misterioso, potico, enigm-

    tico Vale dos Reis, a presena de coca e de tabaco nestas mmias egpcias

    e chinesas.

    A concluso bvia, havia uma intensa, imensa, constante e abun-

    dante comunicao com esta Tihuanako, situada no meio das Amricas,

    quase em seu ponto central, e isto coincide mais uma vez com as des-

    cries de Herdoto sobre uma civilizao que seria Atlntida. Sabe-se

    hoje, que Tihuanako deve ter no mnimo de 12 a 13 mil anos de idade,

    sendo que a cidade at hoje considerada a mais antiga, que a cidade de

    Ur, possui no mximo 7.000 anos de idade. Esta cidade de Tihuanako

    construda de uma maneira to impressionante, que at hoje, enquanto

    escrevo estas linhas, permanece quase absolutamente intacta, a ponto

    de suas muralhas de pedras, perfeitamente encaixadas uma nas outros,

    no permitirem sequer a introduo ou a passagem da mais fina das agu-

  • floresta verde-esmeralda

    lhas. digno de nota o fato de que todas as construes do Imprio Inca,

    estejam quase em runas, enquanto Tihuanako, que mais antiga do que

    o prprio Imprio Inca, esteja com suas construes quase que intactas.

    digno tambm de nota, falar tambm um pouquinho sobre a

    sagrada lagoa de Titicaca, que parece ser a maior aglomerao de gua

    doce que forma uma imensa lagoa, de guas geladas e que de to imensa

    que , faz com que no se enxergue a outra margem, nas altitudes da

    Cordilheira dos Andes. Dizem que os espanhis ao pilharem, dizimarem,

    massacrarem, e genocidarem o Imprio de Atauapa, afundaram neste

    lago Titicaca, que na verdade de um tamanho amaznico, ocenico,

    imenso, monumental, e que igual ao rio Amazonas tem a caracterstica

    de no se poder enxergar a outra margem e de ser to profundo, este lago,

    que em suas profundidades sub-aquticas, geladssimas, escurssimas,

    enigmticas e lendrias habitarem seres de uma fauna exclusiva, origi-

    nal, diferente e inrtigante, como por exemplo sapos gigantescos, peixes

    desconhecidos, plantas subaquticas, que talvez curem a Aids, o cncer,

    a doena de Parkinson, o mal de Alzeimer, sentem pousadas nas profun-

    das areias de sua superfcie do lago gigantesco e gelado, em suas lamas,

    lodos, terras que constituem o seu solo, solo este que ningum ainda viu,

    nem tocou, nem pesquisou, nem constatou, toneladas e mais toneladas

    de incontveis objetos fabricados e constitudos do mais puro ouro que

    os espanhis, numa atitude talvez de esbanjamento, mas mais provavel-

    mente numa atitude de cautela, talvez at mesmo com a inteno de es-

    conder e de ocultar como o mais oculto dos segredos, quem sabe at de

    sua prpria majestade, o rei da Espanha, uma verdadeira estrada, ou me-

    lhor ainda, vrias avenidas, ou quem sabe at a prpria totalidade desse

    solo sagrado e profanado dos incas, com ouro, prata, cobre, esmeraldas,

    e guas marinhas para toda a eternidade mergulhadas ali.

    Machu Picchu um outro lugar sagrado, cujos escombros, nos

    fazem ficar imaginando como era extraordinrio este imprio inca, que

    tambm fabricou e construiu a impressionante Estrada do Sol, que ia da

    Patagnia, atravessando vales, desertos, montanhas, selvas, e cordilhei-

    ras chegava at as regies que hoje constituem o Peru e a Colombia. Por

    falar em Macchu Picchu, meu amigo Jos Roberto Aguilar me contou que

    quando l esteve ficou to boquiaberto que mal conseguiu pensar, ra-

    ciocinar, enterder ou explicar. Apenas sentiu o silncio como quem v a

  • jorge mautner

    imensido do mistrio daquela pedra negra em forma de um cubo acha-

    tado do filme 2001 uma Odissia no Espao, de Stanley Kubrick, e que

    de acordo com a cincia mais recente a composio, isto , o aspecto,

    a substncia, a forma e o contedo de 99,999 elevado potncia qua-

    se do infinito da chamada matria porosa, escura, negra, da qual todo o

    nosso universo surgiu, e que como em um nico e medinico gesto, ato,

    milagre ou verso, Deus ou o acaso, ou Sat, ou o absurdo sem nome nem

    sobrenome, criou a primeira fasca, chama, fogo, labareda que chamada

    de Big Bang comeou, iniciou, principiou, determinou o momento do

    nascimento do surgimento de tudo o que somos e no somos ao mesmo

    tempo-espao, ao mesmo espao-tempo.

    Graas ao genial invento da tekhn, da atual ciberntica atmica,

    eletrnica, Katica, fractal, o super telescpio Hubble nos enviou recen-

    temente atravs de seus complicados, geniais, avanados e abismais pro-

    cessos de inter-relacionamento regidos por relaes de harmonia cons-

    truda por noes, aplicaes de teorias e imaginaes de equilbrios em

    movimento velocidade da luz, num processo de simultaneidades de

    realidades reais e realidades virtuais de manipulaes fractais, ps-Eins-

    teinianas, colocando espelhos, refletores, supertelescpios aclopados a

    supermicroscpios por sua vez aclopados a vrios computadores de l-

    timas geraes, fibras pticas, energia nuclear, energia solar, radiaes

    e irradiaes de magnetismos de todos os tipos, fotografias, imagens,

    sons, vibraes e sensibilidades j mais anteriormente conhecidas que

    merecem o mais elogioso adjetivo do meu conhecimento de escritor e

    poeta, pensador e profeta que eu conheo, e que o mesmo adjetivo

    com o qual Hesodo em seu mortal e imortal, eterno, moderno poema

    dos poemas escrito mais ou menos quinhentos anos antes de Cristo,

    intitulado Teogonia dos Deuses sada o Monte Olimpo com o adje-

    tivo: irresvalvel; pois bem este Hubble irresvalvel, eterno, moderno,

    espantoso, registrou, captou, fotografou, recoheceu, a data do primeiro

    instante da fasca to infinitamente pequena e microscpica, perante

    a imensido gigantesca e macrocsmica da escurido da noite eterna

    da matria porosa, rochosa, negra, e quase absoluta e infinita em ta-

    manho, extenso, densidade, e tamanho, com a data de mais ou menos

    15 bilhes de anos-luz atrs. Mas pasme, querido leitor, querida leitora

    quase logo em seguida o mesmo Hubble irresvalvel constatou a pre-

  • floresta verde-esmeralda

    sena de uma estrela muito mais antiga, isto , de quase mais ou menos

    17 bilhes de anos-luz atrs!!!!

    Como que pode????

    VII

    A cincia fractal, katica, atual, cabal, declara: Existem vrios cre-

    bros que fingem ser um s. Antes desta afirmao cientfica, muitos poe-

    tas, profetas, mdicos, e gnios de vrias culturas haviam constatado que

    possumos pelo menos trs crebros!!!! De rptil, que o primeiro, aonde

    batem, se refletem, se registram, em suma so captadas: a telepatia (que

    para alguns cientistas no existe), o sexo, as drogas e a msica. O segun-

    do crebro seria o do mamfero, que capta, recebe, registra, e absorve e

    tambm demonstra, s vezes com dor, outras com prazer, com horror e

    com amor, as emoes do cime, raiva, dio, amor, paixo, agressivida-

    de, compulso, obsesso, as chamadas emoes, pulses, pulsaes, e

    impulsos dos mamferos, enfim, a plenitude do imprio da adrenalina

    que provoca todos estes altos e baixos e que tem a cor vermelha e que

    fabricada por 70% deste dito segundo crebro de mamfero, sendo que

    os outros restantes 30% do crebro fabricam o seu contrrio, isto , fabri-

    cam estes outros 30% dos nossos crebros pelo menos trs substncias

    que tendo a cor azulada e que caindo em forma de gotas azuladas, em

    cima desta adrenalina de cor avermelhada, produzida e fabricada pelos

    restantes 70% dos nossos crebros, tem capacidade de ao cair em cima

    desta verdadeira lava vulcnica de brasa e agressividade da adrenalina,

    ao cair em cima desta como se fossem azuladas e geladas gotas azuis de

    uma chuva no interior dos nossos nervos, veias, artrias, e glndulas di-

    luir esta adrenalina e introduzir o contrrio de sua agressividade medi-

    da como gotas azuladas desta chuva interior constituda ela endorfina,

    pela serotonina, e pela dopamina transforma o mar de larva da agressivi-

    dade adrenalnica em serenas, relaxadas, calmssimas, e tranqilssimas

    sensaes de sonolncia, prazer, ccegas, e sensualidades.

    A razo desta adrenalina ser to importante, a ponto de 70% dos

    nossos crebros que fingem ser um s a fabricarem com tal intensidade

    surge sem dvida do fato de que, na nossa pr-histria (e at hoje!!!!) a

    natureza nos ter colocado sempre em segundos prontos para possuirmos

  • jorge mautner

    toda esta adrenalina que provoca impulso de plena agressividade para:

    quando formos desafiados por exemplo por uma fera selvagem, possuir-

    mos fora suficiente ou para massacr-la, ou para termos fora para fu-

    girmos dela com toda a intensidade, fora, agressividade, vontade!!!!

    O terceiro crebro seria um crebro racional que me faz, e faz a

    ns todos, raciocinar, pensar, escrever (inclusive este texto!!!!), verbalizar,

    e que fez surgir e surgiu com a civilizao. Este terceiro crebro nesta

    diviso clssica, o menor de todos em tamanho, mas talvez o maior

    de todos em fora de vontade, poder, potncia, e tambm em tirania, e

    situa-se quase bem no frontispcio de nossa testa, e que sendo o menor,

    o mais recente, o supremo racionalizador, e a mutao mais avanada da

    gentica do auto-denominado ser humano, como j o disse, tem a ten-

    dncia de querer dominar os outros dois.

    Eu descrevi acima a viso cientfica que perdurou at recentemen-

    te. Hoje em dia, como j disse, sabe-se que temos vrios crebros que

    fingem ser um s, e penso que estes vrios crebros que fingem ser um

    s tm cada um destes crebros sub-divididos em: um crebro de rptil,

    depois um crebro de mamfero, e por fim um terceiro crebro racional!!!!

    Os poetas como Fernando Pessoa j sabiam que possuam no m-

    nimo quatro crebros com no mnimo quatro personalidades diferentes.

    Na religio do Candombl tambm temos as quatro cabeas. No Taos-

    mo, no Budismo-zen, na Cabala com os alquimistas, tambm notamos

    esta conscincia. E acontece tambm que a cincia atual ps-Einsteinia-

    nas, quntica, katica e fractal tambm pensa em quatro simultaneida-

    des enfim simultneas:

    Em primeiro lugar, existiu o Big Bang e comeou o universo. Em

    segundo lugar no existiu o Big Bang e comeou o universo. Em terceiro

    lugar existiu o Big Bang e no comeou nenhum universo. E em quarto

    lugar no existiu Big Bang nem comeou nenhum universo!!!!

    VIII

    SOBRE A TEORIA DO BIG BANG

    Um dos astrnomos mais famosos, colega do no menos famoso

    Stephen Hawkings, o gnio paraplgico, que mais pesquisou, filosofou,

    pensou e escreveu sobre os chamados buracos negros, afirmando que

  • floresta verde-esmeralda

    a misso futura da raa humana decifrar estes buracos negros, caiu na

    mais profunda depresso inexplicvel. A depresso chegou a tal ponto

    que o referido astrnomo foi obrigado a deitar-se na cama durante um

    ms e meio quase que totalmente imobilizado, petrificado, inerte, esqui-

    zofrenizado.

    Foi quando ouviu o insistente tilintar do telefone que o obrigou a

    acordar e a responder ao convite sbito e imperativo de comparecer na

    noite do dia seguinte em uma conferncia internacional de astrnomos

    da elite cientfica atual da qual este cientista faz parte, na cidade de G-

    nova, na Itlia, e aonde deveria expor em 30 minutos a sua mais nova

    teoria!!!!

    O referido cientista ao desligar o telefone colocou as mos na ca-

    bea e pensou: Meu Deus!!!! Qual ser esta teoria cuja exposio dure

    mais ou menos 30 minutos de palestra e de apresentao que poderia eu

    inventar???? Em seguida, para sua total surpresa criou a mais surpreen-

    dente teoria sobre o mistrio do Big Bang!!!!

    Antes de descrever a sua surpreendente teoria, cumpre informar

    aos queridos leitores e s queridas leitoras, que a teoria dominante e una-

    nimamente endossada pela maioria dos astrnomos era, ou ainda , a de

    que o Big Bang era um s; e que tudo isto estava relacionado com uma

    outra teoria primordial, complexa, misteriosa e paradoxal chamada de:

    Teoria das Cordas soltas no pr-Universo, e toda esta situao destas

    cordas soltas situar-se-ia ao lado da prpria criao do tempo-espao.

    O motivo destas super e macro complicaes e complexidades deriva do

    fato de que at ento os cientistas astronmicos, obedecendo s leis e

    teorias da matemtica, geometria, fsica quntica e astronomia celeste,

    tudo isto permeado pelos clculos katicos e fractais, teimavam e tei-

    mam em explicar tudo a partir deste primeiro (e para estes e ou estas

    cientistas nico) fogo da fasca, da exploso deste Big Bang que criou a

    existncia do Universo, da matria, da luz, da energia, do espao e do

    tempo, dos buracos negros, das fontes de gigantescas cachoeiras de gua

    do tamanho das estrelas no Universo do mais do que enigmtico e su-

    permisterioso berrio de estrelas (alis, reproduzido em imagens irres-

    valveis pelo irresvalvel supertelescpio Hubble), dos meteoritos, dos

    planetas, dos asterides do Universo paralelo, das galxias, dos quasares,

    das nebulosas, dos cometas (cuja cabea constitudo de uma argamas-

  • jorge mautner

    sa de gases incandescentes, e que puxam uma imensa cauda de cometa,

    e que constituda por milhes e quatrilhes de litros de H2O, isto , de

    gua em forma de gelo viajando pelo universo) etc. em uma teoria cada

    vez mais complexa, paradoxal, absurda e quase enlouquecedora.

    O leitor e/ou leitora podem conferir isto ao se referirem s 4 si-

    multaneidades, j explicada no captulo e/ou fragmento anterior acerca

    deste Big Bang.

    A coisa se complicou, ou melhor dizendo se complica mais ain-

    da em direo do infinito, no s pelas contnuas especulaes tericas,

    mas tambm pela simultnea informao astronmica e concreta do rei-

    nado da prtica atravs dos mais recentes dados e descobertas feitas pelo

    supertelescpio-satlite, quase milagroso, mas sem dvida irresvalvel

    chamado Hubble e como j dissemos, ao datar o Big Bang em mais ou

    menos 15 bilhes de anos-luz atrs, logo em seguida registrou a existn-

    cia de uma estrela muito mais antiga!!!! Como que pode???? Uma estrela

    fulgurante mais antiga do que o seu prprio universo????

    Pois bem, em mais ou menos meia hora, nosso amigo astrnomo

    genial inventou a seguinte teoria:

    Existiram vrios, inmeros, diversos e muitos Big Bangs e assim

    portanto tambm existiram vrios, inmeros, diferentes e muitos Uni-

    versos!!!!

    como se fossem vrios instantes de fascas brotando da imensi-

    do da negra matria misteriosa e porosa, produzindo assim universos,

    anti-universos, sub-universos, universos paralelos, universos mltiplos,

    mais ou menos parecidos e/ou semelhantes a bolhas de sabo, que ora

    se chocam, ora correm paralelos, ora se interpenetram, ou ento ainda se

    afastam , se retraem, explodem, implodem e se interpenetram em todas

    as direes, uns com os outros!!!!

    medida que o referido e genial cientista-astronmico formula-

    va e fabricava esta mais recente teoria das teorias, comeava a sentir-se

    cada vez melhor, melhor, melhor, e melhor!!!!

    Segundo e de acordo com afirmaes literais declaradas pela tele-

    viso a cabo, ouvidas por mim algumas noites atrs, ele disse: Nunca

    mais, a partir deste momento, eu senti qualquer espcie de depresso.

    Pensando bem, eu acho que o que me acometeu no foi nenhuma de-

    presso, doena, pessimismo, esquizofrenia. Tenho a certeza de que o

  • floresta verde-esmeralda

    que comigo aconteceu foi o espantoso fato de eu ter cado para dentro

    de uma fenda do universo, do cosmos, do espao-tempo e/ou tempo-

    -espao. E foi to somente, e apenas, de eu formular esta teoria sobre os

    mltiplos Big Bangs que eu pude sair da fenda e emergir em plenitude,

    com a velocidade da luz em direo vida, numa espcie de ressurreio

    provocada ao inventar esta teoria das teorias!!!!

    IX

    Agora se realiza a profecia de Martin Heidegger que diz: No futuro

    o ser talvez ser desvelado atravs da ciberntica num planeta em que

    todos sero controlados e controladores.

    Ele tambm anuncia que o poeta o porta estandarte do ser. E que

    tambm o ser para a morte. Foi nazista e democrata, e sua discpula foi

    Hannah Arendt.

    Segundo Hannah Arendt, Heidegger representava a consumao

    e a realizao do ideal do pensador (no filsofo, isso era por demais in-

    ferior) aristocrtico seguindo o arqutipo de Herclito, que na verdade

    at mais atual que Heidegger, Hannah, Arendt, e todos ns. Por que????

    Porque quando Herclito colocou o fogo da paixo como o logos

    do universo e o colocou no corao do chamado ser humano, concebeu

    em plenitude de todos os espaos e tempos a presente e futura quarta

    dimenso do Kaos.

    Herclito nos recomenda: a esquecer o nome daquele que sabe o

    caminho. Prega a unidade dos opostos e a imagem de todas as contradi-

    es provocando uma estranha harmonia dissonante entre por exemplo:

    a guerra e a paz, o frio e o calor, o fogo e o gelo, numa espcie de taosmo

    pr-socrtico aonde o Yin e o Yang criavam o caminho do meio (seria o

    Tao) atravs da imagem das tenses do arco e da lira.

    Herclito tambm afirmou que o fogo csmico instalado e pulsan-

    te dentro do corao do auto-proclamado ser humano, cujo ser est em

    permanente abertura em direo ao devir de todas as possibilidades, e

    no aquele mesmo Ser para a morte, cercado de terror, pavor, horror e

    angstia, que determina dentro da mais rgida determinao e ao mes-

    mo tempo-espao a mais fecunda liberdade, isto , a superao no s

    do materialismo e do idealismo assim como a superao definitiva da

  • jorge mautner

    relao sujeito-objeto; a sua trajetria do nascimento at a morte, deste

    auto-proclamado ser humano, que para Konrad Lorenz no passa de um

    chipanz degenerado, e que para mim o glorioso chipanz avanado.

    Heidegger no o chama de ser humano, em seu lugar coloca a letra X,

    designativa de todos os mistrios e anti-mistrios.

    No -toa que a fenomenologia criada pelos geniais judeus ale-

    mes Edmund Husserl e Max Scheler tem como sua 1a lei, pasmem, a

    lei principal da chamada Apodikta, e toda a sua ontologia so parentes e

    talvez irms gmeas da teologia medieval, isto , aquele pensamento ori-

    ginrio da mais densa noite da Idade Mdia, que diz que tudo empatia.

    Por isto, a primeira lei que a primeira impresso de tudo aque-

    la que vale. No existe conhecimento neutro, nem objetivo, nem existe

    pensamento que no seja comandado pela emoo, de todas as paixes

    dos vrios crebros que ns temos e que fingem ser um s, segundo os

    dados mais recentes da cincia e da tekhn katica atuais. Portanto, tudo

    empatia. Isto , ou voc sente amor e simpatia por algum ou algo, isto

    : qualquer fenmeno, ou ento dio e antipatia, e tudo primeira vista,

    contrariando todos os racionalismos anteriores, de Aristteles, Descar-

    tes, Kant e at do prprio Hegel, que foi o primeiro do Ocidente a falar

    da fenomenologia do esprito; ensinamentos que em parte o filsofo ale-

    mo, que entre outras coisas afirmava: se uma flor atravessar o caminho

    do Estado, o Estado tem todo o direito e at mesmo o dever de esmag-

    -la., fazem parte das idias que Hegel aprendeu em parte com o alqui-

    mista e pensador Avicena, e que mais de um sculo antes tinha criado,

    durante a plenitude do maior Renascimento mulumano, que produziu

    outros geniais alquimistas, a literatura das Mil e uma noites de Bagd,

    durante o mximo esplendor, repito, desta cultura inventada por Mao-

    m, durante o Califado de Bagd, a teoria e os pensamentos filosficos da

    chamada dialtica da Histria.

    Classicamente, os discpulos de Hegel, so como ele pr-feno-

    menlogos e de acordo com a classificao da tradio clssica da His-

    tria da Filosofia, so a saber: os hegelianos de esquerda: Marx, Engels

    e Bachoffen, e os da direita (tambm chamados de dialticos trgicos)

    que so Kierkegaard, Friedrich Nietzsche. Na verdade o pai de todos foi

    Arthur Schopenhauer, que assombrou o pensamento europeu, e que

    desde ento nos influencia cada vez mais, ao misturar e recriar Schope-

  • floresta verde-esmeralda

    nhauerianamente toda a novidade da cultura hindu (do bramanismo ao

    budismo) com a assombrosa descoberta at hoje mal digerida por parte

    dos idealistas, pela obra com o vigor de terremoto de Charles Darwin, A

    origem das espcies.

    Entre outras coisas Schopenhauer afirma: o ser humano infeliz

    solteiro, o ser humano infeliz casado, ele sempre infeliz. Tudo do-

    minado pela vontade. Alis, este o ttulo do seu li-vro, bblia oculta da

    pr-fenomenologia e que se chama O mundo como vontade e represen-

    tao.

    O que esta vontade? Em sua essncia poderamos reduzi-la a

    vontade imperativa da reproduo da espcie. Mais forte do que tudo,

    mais forte do que todos, fora que ousa desafiar a morte, isto , o sexo.

    Para Arthur Schopenhauer esta vontade maior quanto mais o

    ser ignorar o saber artificial da cultura ( claro que Sigmund Freud be-

    beu destas fontes, alis, Freud ao ser perguntado o que ele pensava so-

    bre Friedrich Nietzsche (e bom lembrar e notar que o prprio Friedrich

    Nietzsche considerava Arthur Schopenhauer o seu mestre), afirmava (ou

    mentia) ao dizer que: Nunca li Nietzsche, quando comeo a l-lo tenho

    medo de cair no abismo), e por isso para Schopenhauer o sbio quanto

    mais sbio fosse, menos vontade possua.

    Schopenhauer criou o chamado pessimismo existencial filosfico.

    E F. Netzsche seu mais fervoroso discpulo auto-declarado transformou

    esse pessimismo num pessimismo de fora, ao afirmar que o nascimen-

    to da tragdia se dava pelo ser da msica, e que: Somente quem tiver o

    Kaos dentro de si poder dar luz estrela bailarina, tambm notria

    a meditao de Friedrich Nietzsche logo no incio do Nascimento da

    Tragdia Atravs do Esprito da Msica em que ele nos faz penetrar no

    enigma criativo e supremo da cultura helnica afirmando que os helenos

    conseguiram manter o seu equilbrio, retirando dos abismos da destrui-

    o e da morte num mergulho quase fatal para arrancar destes abismos

    das trevas que nos cercam antes do nascimento, durante toda a nossa

    vida e depois da nossa morte as estrelas fulgurantes das jias mais lindas

    da afirmao da vida, logo aps o mergulho na morte transformando-a

    em fora vital. Eis o Pessimismo da Fora. bom lembrar que F. Nietzs-

    che nesta investigao katica pelos labirintos dos mistrios das paixes,

    nos mostra o fato de que, ao contrrio dos helenos, outras civilizaes

  • jorge mautner

    geniais, notveis, mergulharam demasiadamente nos oceanos de Hades,

    nos abismos dos niilismos e das mortes e a sucumbiram, e que so, estas

    culturas, entre outras, a dos Maias que subitamente abandonaram suas

    cidades, que eram construdas no meio das densas florestas da Centro-

    -Amrica e que viviam na mais densa atmosfera de uma religio que exi-

    gia sacrifcios humanos como os Astecas, sem explicao; assim como os

    etruscos, que semelhante aos maias e aos astecas e religio dos drudas,

    viviam sob o signo da religio da morte, e que segundo Mircea Eliade

    executavam sacrifcios humanos sob a forma de combates individuais

    com lutas de boxe at a morte, entre dois guerreiros nus, cujas sepulturas

    previamente escavadas, esperavam pelo menos o corpo de um cadver,

    para a realizao plena do ritual.

    No -toa que ecoam nestes pensamentos a presena no como

    um simples eco, mas como presena escandalosa e tonitruante de duas

    frases lapidares da ancestral obra chamada de Upani-shade, que , se-

    gundo a opinio da maior parte dos historiadores, o mais antigo livro da

    humanidade e que principia com a frase: Tudo sofrimento e a segun-

    da frase que : Difcil andar sobre o aguado fio da navalha, e mais

    difcil ainda dizem os sbios o caminho da salvao.

    Mais uma vez o episdio narrado por F. Nietzsche no Nascimen-

    to da Tragdia Atravs do Esprito da Msica e que nos relata como o

    centauro Sileno, que um dos mestres de Dionsius, reage quando se v

    aprisionado pelas redes de uma armadilha preparada por um rei mui-

    to curioso, e que ao aprisionar o centauro lhe pergunta: O que seria a

    melhor coisa que poderia acontecer para mim? O centauro emite uma

    gargalhada demonaca e diz: Duas coisas; a primeira era voc nunca ter

    nascido, e a segunda voc morrer agora mesmo!!!!.

    Mas voltando a Arthur Schopenhauer bom relembrar que ele ini-

    cia a campanha contra a mulher achando-a inferior. Isto vai ser reprodu-

    zido por Friedrich Nietzsche quando diz: Vais ver uma mulher? No se

    esquea do chicote. Isto lastimvel, mas devemos compreender esta

    afirmao como uma fraqueza, um erro, uma ignorncia, o medo justa-

    mente da superioridade da mulher. Mas voltarei ao assunto oportuna-

    mente num captulo especial.

    bom lembrar que Arthur Schopenhauer tambm dizia que: At

    aos trinta e sete anos a vi-da era maravilhosa, mas aos trinta e sete quan-

  • floresta verde-esmeralda

    do se chega ao topo da ladeira s nos resta a descida inexorvel. E para

    arrematar ele dizia que o otimismo no mximo no passava de uma ironia.

    interessante notar que Nietszche, o profeta anunciador de Za-

    ratustra ao mesmo tempo que atacava o cristianismo, terminou seus l-

    timos dias de vida na Itlia, semi-enlouquecido pela sfilis, que naquela

    poca no tinha cura, antes do aparecimento do eterno, moderno, imor-

    tal, irresvalvel francs universal Lus Pasteur, que iria inventar a micro-

    biologia e a partir da todas as vacinas salvadoras. F. Nietzsche, que ha-

    via se dedicado com fervor religioso ao esmagamento da moral crist

    qual ele acusava de ter corrompido toda a humanidade, durante estes

    trgicos e reveladores, espantosos e terminais instantes de sua existn-

    cia fulgurante escrevendo sua obra tambm eterna, moderna, imortal,

    irresvalvel contra o cristianismo, nos deixou duas espantosas vises que

    revelam, com a clareza do sol do meio-dia de todos os meio-dias a prova

    de sua total, absoluta, integral, irresvalvel converso ao cristianismo.

    A primeira cena se passa na Itlia, quando segundo relatos e teste-

    munhas que assistiram a es-ta cena nos informam que ao ver um cavalo,

    sendo chibateado pelo seu proprietrio, que numa ati-tude genuinamen-

    te pag, anti-crist, anti-piedosa (notem bem, querido leitor, querida lei-

    tora, que esta piedade fora combatida e atacada e acusada de ser o pon-

    to central da corrupo que o cris-tianismo de Jesus de Nazar pregava

    como um dos fundamentos da f crist antepondo esta piedade a uma

    atitude de sadismo pago acima do bem e do mal) chicoteava, torturava,

    machucava e fazia sofrer num verdadeiro sadismo pago e bem acima do

    bem e do mal, aquele pobre animal, s porque enfraquecido aquele ca-

    valinho, parente distante dos centauros, no conseguia mais puxar uma

    pesadssima carroa ladeira acima. Ao assistir essa terrvel cena, eis que

    o profeta de Zaratustra no vacila um s instante e corre em direo do

    torturado cavalinho e abraando-o comea a chorar com lgrimas, como

    se fosse ele, o profeta de Zaratustra um cristo, uma mulher, um piedoso

    ser daqueles que seguem Jesus de Nazar que acreditam no Deus invis-

    vel cujo nome Aten e que acredita no amor absoluto, no perdo eter-

    no, na ressurreio permanente. bom lembrar que quem vai efetuar a

    conciliao entre Nietzsche e Jesus de Nazar vai ser o fenomenlogo K.

    Jaspers. Alm dele seguem-se Gabriel Marcel, Carlo Cocciole, Pier Paolo

    Pasolini e, naturalmente, eu, Jorge Mautner.

  • jorge mautner

    O outro episdio tambm esclarecedor. F. Nietzsche havia se

    apaixonado h muito tempo pela sobrinha do genial e ao mesmo tempo

    canalha pr-inventor do nazismo Richard Wagner. Pois bem, no ltimo

    acesso de loucura F. Nietszche escreve um bilhete para o seu amor impos-

    svel Cosima Wagner, a quem nesta ltima mensagem por escrito o nosso

    querido profeta a chama e a denomina pelo nome de Ariadne. Notem

    bem, como at mesmo nos estertores finais de sua abismal existncia e

    loucura ocasionada pela sfilis permanece, talvez como um tmido raio

    de sol, a clareza de sua genial superconscincia ao cham-la de Ariadne,

    pois ele sabe mais do que ningum que est enredado nos labirintos do

    Minotauro de Creta. O bilhete diz o seguinte: Ariadne, eu te amo. Assina-

    do: o Crucificado!!!! Parece ou fica bem claro que ele se torna um segui-

    dor, no s de Jesus de Nazar, mas at mesmo de So Paulo: De que me

    adiantaria conhecer e falar todas as lnguas do mundo e ser possuidor do

    conhecimento de todas as cincias se eu no tivesse caridade.

    Antes destes dois episdios Nietszche proclamava que: A alegria

    anseia a eternidade. E tambm: somente aquele que tiver o caos den-

    tro de si poder dar luz grande estrela bailarina. E tambm: Os fortes,

    quando tomam veneno, o veneno s os torna mais fortes. Alm disso,

    foi o primeiro pensador que previu a total privatizao do mundo atu-

    al globalizado, aps a queda do Muro de Berlim, a imploso da Unio

    Sovitica e a sua surpreendente para no dizer escandalosa converso

    ao inimigo, isto , pela primeira vez na histria um inimigo mortal se

    auto-destri, implode e no s no ataca o seu inimigo ocasionando

    aquela terrvel terceira guerra mundial nuclear que todos temiam, mas

    ao contrrio se auto-aniquila como estrutura socialista da ditadura do

    proletariado e quer e se transforma em um pas democrtico, capitalis-

    ta e portanto aliado ao seu mais ferrenho ex-inimigo que foram os USA.

    At mesmo a China comunista suspende parte de seu comportamento

    de ditadura do proletariado comunista, no s se tornando, esta China,

    do eterno imprio celestial em scia de primeira preferncia com os USA,

    como declara: Um governo e dois sistemas. E tambm, mais espantoso

    ainda que: Tornar-se rico glorioso. Esta previso de Nietszche sobre

    a inevitvel privatizao do mundo est escrita no seu livro entitulado

    Humano, Demasiadamente Humano. Se o querido leitor e/ou querida

    leitora quiserem conferir, trechos dessa citao foram reproduzidos num

  • floresta verde-esmeralda

    recente trabalho da minha querida amiga Scarlet Moon, em seu maravi-

    lhoso livro entitulado: Areias Escaldantes, no captulo especial, com fo-

    tografia e tudo dedicado minha pessoa e ao meu irmo, companheiro,

    camarada, parceiro Nelson Jacobina Rocha Pires.

    Mas voltemos Idade Mdia, que nos lembra Jacob Boehme que

    dizia que: O que est dentro do crculo tambm est fora do crculo.

    Tanto este Jacob Boehme, assim como outro gnio irresvalvel, como ele,

    chamado Meister Eckhart tm sua representao imagtica nas pinturas

    eternas, modernas, imortais de autoria de Bosch.

    Na fenomenologia a primeira impresso de tudo que vale. A

    segunda lei da fenomenologia que tudo sucede ao mesmo tempo. A

    terceira lei da fenomenologia a de que no existe julgamento, razo,

    iluminao, compreenso de todos os fenmenos que nos cercam, que

    no seja absolutamente apaixonada. No existe portanto, nem objetivi-

    dade, nem neutralidade, nem lgica gelada, nem pensamentos desapai-

    xonados, existe apenas ou antipatia ou simpatia. Isto , tudo primeira

    vista, tudo ao mesmo tempo e tudo apaixonado e apaixonadamente

    paixo apaixonada. As bases destas definies e anti-definies esto

    expostas em todo trabalho dos criadores da fenomenologia, que so os

    eternos, modernos, imortais, irresvalveis autores, professores, pensado-

    res, iluminados judeus alemes universais, katicos Edmund Husserl e

    Max Scheler, e em especial sobre este assunto de antipatia ou simpatia,

    de dio ou amor, de adorar ou detestar, de simpatizar ou antipatizar

    primeira vista se deve em especial a obra de Max Scheler, em forma e

    contedo especial no livro sobre a empatia.

    X

    Para Martim Heidegger sua recomendao final a que mergulhe-

    mos dentro de ns mesmos, nos infinitos universos interiores de nos-

    so abismo pessoal e que tenhamos uma relao potica com as coisas.

    No -toa que a grande proposta da descoberta do outro venha de uma

    mulher, e que esta mulher ex-dscipula e ex-amante de M. Heiddeger

    Hannah Arendt.

    Para mim os fundamentos do sculo XXI passam pela liderana

    das mulheres no planeta. tambm importante ler e meditar sobre o

  • jorge mautner

    principal trabalho de H. Arendt intitulado As Origens do Totalitarismo.

    Importantes so tambm os livros e a obra, os pensamentos e as infor-

    maes do historiador e romancista Robert Graves. Principalmente em

    seu livro intitulado A Deusa Branca no qual ele nos conta e nos revela

    que nas cerimnias dionisacas alm de vinho consumiam-se cogumelos

    alucignicos, tambm ele o primeiro historiador que se torna roman-

    cista sem alterar as verdades histricas magistralmente nos dois livros

    intitulados Eu, Claudius Imperador e Eu, Claudius e Messalina. Mas

    o mais importante trabalho dele o de demonstrar que toda a cultura

    helnica foi inventada pelas mulheres em Creta.

    Recomendo a leitura desta sua obra-prima que se apresenta na

    forma e contedo de um dicionrio sobre a mitologia grega no qual cada

    mito descrito de maneira sucinta e em seguida cada mito interpretado

    seguindo e obedecendo, descobrindo e esclarecendo a sua eterna, mo-

    derna, imortal, irresvalvel teoria, que como j vimos afirma, reafirma,

    confirma, informa que foram as mulheres da ilha de Creta, possivelmen-

    te descendentes ltimas e nicas de Atlanta naufragadas e de sua cultura

    magistral aonde as mulheres dominavam literalmente os homens, no

    s na cultura, na religio, na poltica e na ao, constituindo um quase

    absoluto matriarcado no apenas lendrio, mas sim na prtica real in-

    ventaram toda a cultura helnica posterior.

    XI

    AMAZNIA EM PERIGO!!!!

    Comeo este captulo com a frase bombstica do vice-presidente

    dos USA Al Gore, que disse: Os brasileiros que nos perdoem, mas a Ama-

    znia de todos ns!

    Durante os meus anos de exlio que se iniciaram em 1965 (anos an-

    tes do AI-5) tendo eu ido para em Washington D.C. e depois ter ido morar

    em New York, foi l que espantados os meus olhos se aregalaram ao ler a

    manchete de uma famosa revista de esquerda de l dos USA, que dizia:

    Amazonas, a nossa ltima fronteira!

    Recentemente o ex-ministro Jarbas Passarinho do glorioso exrci-

    to nacional, escreveu um formidvel e espantoso artigo no jornal O Es-

    tado de So Paulo, artigo este cuja importncia reputo ser tamanha, que

  • floresta verde-esmeralda

    sinto-me na obrigao de relat-la aos meus queridos leitores e leitoras.

    Neste artigo o ilustre general e pensador afirma, com toda a razo, que a

    partir da nova definio dada por Tony Blair, primeiro ministro da Ingla-

    terra, estamos beira de um grande perigo. Pois, Tony Blair, falando em

    nome da OTAN para os jornalistas de todo o planeta, sobre como a OTAN

    define o novo conceito de autonomia relativa, e que a substituta esta

    nova definio da antiga definio (at hoje vigente pelo que me consta

    pelas leis do direito internacional e sacramentada pelas Naes Unidas,

    a ONU) de soberania nacional absoluta, esta foi abolida!!!!

    Foi durante o bombardeio da Iugoslvia, cujo pomo de discrida

    desencadeador foi a cidade de Kosovo, e na qual se deu pela primeira vez

    na Histria uma guerra com batalhas nas quais s um lado (o lado da Sr-

    via ou Iugoslvia reduzida) que sofreu baixas, sendo que o outro lado

    (por parte dos combatentes da OTAN) no houve nenhuma baixa; que

    surgiu esta nova e estarrecedora (talvez libertadora? quem sabe?) defi-

    nio das definies como lei geral regulamentadora das relaes entre

    as naes e a extenso de suas soberanias nacionais, que repito, at ento

    eram absolutas-sacrossantas-intocveis-irresvalveis!!!!

    Segundo os termos dessa nova definio, qualquer pas (de pre-

    ferncia claro os membros efetivos super-desenvolvidos da OTAN sob

    comando mal-disfarado dos USA, a nica super-potncia-atmica-es-

    telar do planeta) qualquer pas perde direito sua autonomia nacional

    absoluta quando (sempre pelo julgamento e critrios dos membros da

    OTAN) comete ou parece cometer atos de terrorismo, que ameacem ou-

    tros pases, vizinhos ou no; e tambm quando comete atos de genocdio

    e tambm atos que levem destruio catastrfica da natureza, e que

    assim procedendo (sempre seguindo o pensamento e critrios de julga-

    mento da OTAN) possa prejudicar outros pases, vizinhos ou no, ter o

    mesmo destino da Iugoslvia de Slubodan Milosevich!!!!

    Jarbas Passarinho, a quem j combati em outras ocasies na hist-

    ria do passado, mas a quem atualmente e principalmente nesta questo

    aqui alevantada apoio integralmente, indaga, neste seu artigo, qual ser o

    prximo parecer e julgamento por parte dos pases da OTAN sob a gide

    dos USA, se por exemplo a nao indgena dos Yanomami estiver sendo

    genocidada, ou ainda se por hiptese as queimadas devastadores da flora

    e da fauna amaznica continuassem a dizimar a floresta verde-esmeral-

  • jorge mautner

    da, o maior pulmo do planeta ainda existente, provocando assim alte-

    raes no volume lquido do maior rio do planeta que o rio Amazonas,

    e portanto desta maneira ameaando concreta e diretamente o territrio

    de terras roubadas ao mar e que formam mais da metade da Holanda,

    provocando assim a sua inundao!!!! O que acontecer? Pergunta o ge-

    neral, pergunto eu, perguntamos todos ns!!!!

    Alm disso, ainda h a agravante (tanto para o bem assim como

    para o mal, como em tudo, ou quase quase tudo) na posio e declarao

    dos meus simpaticssimos colegas e amigos do Greenpeace, que decre-

    taram como princpio de ttica e estratgia e como misso principal para

    todo o sculo XXI, a tarefa e a misso de ficarem de olho no Amazonas!!!!

    Conclua o leitor e a leitora que me lem e so to queridos e que-

    ridas para mim, pois no apenas gostam de ler o que escrevo mas que ao

    comprarem meus livros e meus discos e minhas pinturas me possibilitam

    viver, comer, e escrever, compor mais e pintar mais, qual ser o compor-

    tamento correto para todos ns, pois esse assunto deste captulo-artigo

    ainda dar muito pano pra manga!!!!

    Um dos outros aspectos estarrecedores e maravilhosos deste novo

    mundo do prximo milnio que a democracia e a liberdade venceram

    em escala inaudita, sendo no entanto necessrio criar agora as funda-

    es da nova esquerda.

    Seno vejamos: o sculo XX foi dos USA. Foram eles que venceram

    a primeira e a segunda guerra mundiais. Porm o mais impressionante

    foi a imploso da URSS. Foi a primeira vez nesta Histria do chipanz

    avanado em que uma guerra mundial (que iria ser atmica e univer-

    sal) acabou com a espantosa imploso do adversrio, que no apenas

    implodiu assim como quer ser e se transformar no que , ou era, o seu

    adversrio, de imediato tornar-se capitalista e liberal como os USA, sem

    sequer ter desejado esperar a transio proposta por Gorbatchev que foi

    atropelado historicamente. O outro adversria da guerra fria a China Co-

    munista a despeito de ter adotado um espcie de NEP (Nova Economia

    Poltica) inventada por Bukharin e que na poca na dcada dos trinta ha-

    via salvo a economia sovitica atravs desta NEP que Lenin ideologica-

    mente havia defendido no seu clebre livro Um passo para a frente dois

    para trs, com a diferena de que no caso atual da China Comunista foi

    adotada esta NEP por tempo indeterminado. Se a imploso e a converso

  • floresta verde-esmeralda

    total ao inimigo por parte da URSS impressionante talvez a postura da

    China atual o seja mais ainda apesar dela manter toda uma fachada-es-

    trutura-forma-ideologia comunista no que tange liberdade e aos direi-

    tos humanos, torna-se a scia e parceira primeira e referencial dos USA,

    e declara absolutamente em tom taoista e ciberntico que ela a China

    atual : um governo e dois sistemas. E de que: tornar-se rico glorioso.

    Alm disso, caro leitor, cara leitora, meditem sobre o seguinte:

    a primeira vez na Histria que durante a guerra da Iugoslvia, levada e

    efetuada a cabo pela nova doutrina de Tony Blair de autonomia relati-

    va sobre a qual j falamos no captulo sobre a Amaznia em perigo, em

    que foram atingidos mortalmente mais ou menos cinqenta mil solda-

    dos srvios, e pasmem, nenhum soldado da OTAN, nenhum soldado da

    OTAN ficou sequer ferido.

    XII

    Caetano Dionisius e Joo Gilberto Apolo

    Sobre o manifesto anti-tropicalista do Tom Z a minha opinio a

    seguinte: em primeiro lugar no acho que o manifesto seja anti-tropica-

    lista. Para mim apenas uma maneira de constatao por parte do Tom

    Z de que o tropicalismo em si muito dionisaco e a bossa-nova muito

    apolnea.

    O tropicalismo seria uma espcie de arte conceitual e fortemente

    crtica e principalmente Dionisaca obedecendo esta definio aos cri-

    trios estticos lanados por Friedrich Nietzsche em seu primeiro livro

    intitulado: O nascimento da tragdia atravs do ser da msica no qual o

    criador de Zaratustra anuncia a existncia de uma arte dionisaca (princi-

    palmente centrada no teatro trgico, na dana, na msica) e de uma arte

    apolnea (principalmente centrada na escultura e na pintura).

    A meu ver o tropicalismo parente do dadasmo de Tristan Tzara

    e do surrealismo. um liquidificador democrtico anarquista de todas

    as tendncias e por isto mortal e imortal, e principalmente humano

    demasiadamente humano. A bossa-nova por sua vez um movimento

    esttico no qual a forma e a aparncia tm a maior importncia. Se eu

    fosse caricaturizar e radicalizar eu diria que o tropicalismo contedo e

    representao do burburinho do mundo como Exu do candombl, e a

  • jorge mautner

    bossa-nova o contedo da forma, a predominncia dela e o contedo

    da abstrao da serenidade e da felicidade imaginada.

    O tropicalismo seria Herclito que diz que Tudo movimento. E

    a bossa-nova seria Parmnides que disse que: Tudo parado. E ambos

    tm razo segundo nos explica Martin Heidegger em seu livro sobre este

    assunto.

    Para mim, tanto a bossa-nova quanto o tropicalismo so o Brasil-

    -Universal cuja cultura assombrar o mundo neste sculo vindouro. Eu

    na poca do surgimento da bossa-nova escrevi no meu livro primeiro

    Deus da Chuva e da Morte, escrito de 1956 a 1958 e publicado em 1962

    que a bossa nova cometia o extremo pecado de ter preconceitos aparthei-

    dianos contra a msica por eles desdenhosamente chamada de brega,

    e eu defendi ento como at hoje o fao toda a chamada msica brega

    principalmente a genial msica caipira (que mais tarde transformou-se

    em formosa msica sertaneja) afirmando que esta msica caipira era (e

    para mim ainda o e ser) no apenas igual em beleza e importncia

    bossa-nova, mas superior a ela!!!!

    Estas afirmaes so permanentes em toda a minha obra escrita,

    musical e recentemente Caetano Veloso em uma entrevista as repetiu em

    um tom aonde a admirao se encontrava com o espanto. Acho racional-

    mente a bossa-nova de nvel igual em importncia Histrica, apesar de sua

    alma preconceituosa, ao tropicalismo, porm o meu corao no pra de

    gritar: Viva Nelson Gonalves, viva Cauby Peixoto, viva Aracy de Almeida,

    viva Isaura Garcia, viva Adoniram Barbosa, viva Alvarenga e Ranchinho,

    viva Inezita Barroso, viva Luiz Gonzaga, viva Jackson do Pandeiro, viva La-

    martine Babo, viva Adelino Moreira, viva Lupiscinio Rodrigues!!!!

    Mas o mais impressionante disso que Caetano Veloso o lder do

    tropicalismo ama absolutamente o lder da bossa-nova. E tem mais: para

    Caetano Veloso o seu dolo maior Joo Gilberto. Alis no meu livro Pan-

    fletos da Nova Era eu descrevo Joo Gilberto como um iluminado, quase

    Buda.

    XIII

    Este livro um manifesto do Brasil do Sculo XXI! Eu sempre afir-

    mei desde meus primeiros escritos que datam de 1956-57-58 e que re-

  • floresta verde-esmeralda

    dundaram em meu primeiro livro, prmio Jabuti de 1962 intitulado Deus

    da Chuva e da Morte que do Brasil nascer a Nova Coisa, a Nova Era!

    At Gilberto Freyre os intelectuais, ou intelligentzia, ou burritzia

    como dizia Oswald de Andrade, sofriam de complexo de inferioridade

    perante a cultura europia. Com Gilberto Freyre atingimos a igualdade.

    Mas comigo, eu declaro a superioridade desta irresvalvel cultura que

    misturou muito mais do que os USA suas culturas brancas, indgenas e

    negras, tanto na super-estrutura das culturas brancas, indgenas e ne-

    gras, tanto na super-estrutura das culturas assim como na infra-estrutura

    da gentica misturando as raas como ningum, coisa que nenhum pas

    jamais o fez at hoje!

    No h vingana mais doce e mais democrtica e mais positiva

    como quer Alain Tourraine e mais existencial e vital do que esta para um

    escritor-pensador-compositor-poeta como eu que nasceu nessa terra da

    nao-emoo! PAS CONTINENTE, tendo a conscincia de ter escapa-

    do da morte certa deste modo, espcie de real ressurreio, nos campos

    de concentrao nazistas de Buchenwald, Sobibor, Maidanek, Treblinka,

    Dachau, Auschwitz!!!!

    E tambm a surpresa-serena-doce-vingana, quase perdo, de res-

    ponder ao nazismo que o Ser Superir no o ser da pureza racial, mas

    como nos informa-ensina-descobre as cincias katicas e fractais atuais

    que o ser mais misturado.

    XIV

    Quando digo que a cultura brasileira ser a estrela guia do sculo

    XXI baseio-me em fatos que j esto acontecendo. Nos USA os historia-

    dores estremecem sob o impacto de uma descoberta: a cultura latino-

    -americana est dominando gradativamente os USA. Atravs de sua

    culinria, hbitos, gestos, maneira de fazer o amor e de amar, msicas,

    poemas, literatura, cinema, padro de beleza, etc. O maior fenmeno

    pop atual Rick Martin, porto-riquenho que canta em ingls e espanhol.

    O curioso que at hoje todas as culturas foram absorvidas pelo chama-

    do melting pot norte-americano. A cultura irlandesa, japonesa, chinesa,

    portuguesa, inglesa, alem, grega, espanhola, etc., todas as etnias e cul-

    turas deixaram de ser elas mesmas e se integraram na atmosfera norte-

  • jorge mautner

    -americana dominante do melting pot dos USA. Isto , tornaram-se mais

    norte-americanas do que portadoras de sua cultura original. A coisa mu-

    dou porm e os historiadores j designam a futura histria dos USA para

    este sculo XXI como possuindo a caracterstica da nfase da cultura lati-

    no-americana. Segundo meu amigo Otaviano de Fiore isto talvez se deva

    ao fato de que pela primeira vez na histria do planeta um pas tenha

    entrado em fase de tamanho e imenso lazer e tempo para aproveitar a

    vida sem precisar trabalhar criando assim a necessidade de uma cultura

    que propiciasse estas condies em plenitude. E qual das culturas a mais

    capacitada em devaneios, romances, vadiagem filosfica e no filosfi-

    ca do que a cultura latino-americana? E quando tiverem descoberto esta

    latino-americanidade em plenitude o passo seguinte para os norte-ame-

    ricanos e o mundo ser o de conhecer a quintessncia de tudo isto, de

    toda esta capacidade de aproveitar a vida executando todos os desejos

    sexuais e metafsicos possveis, dentro do maior prazer e lazer, e a ento,

    nem preciso dizer, estamos ns, a cultura do tropicalismo de Pindorama

    para todo o sculo XXI!!!!

    No -toa que Gilberto Gil j considerado como um Chuck Ber-

    ry do Brasil-Universal e Caetano Veloso um dos maiores poetas do scu-

    lo, e que o tropicalismo de ambos considerada pelo New York Timas o

    movimento mais importante cultural deste sculo!!!! E mais ainda para o

    sculo seguinte, o XXI!!!!

    Viva a democracia universal. E tenhamos conscincia de que en-

    quanto existirem Michael Jackson e Madonna a nossa liberdade estar

    garantida. Tanto sexual quanto social. E que no entanto a tarefa mais im-

    portante para ns brasileiros a de iniciar uma campanha de revoluo

    cultural pacfica no Brasil e que todos comecem a aprender a ler e escre-

    ver, a escrever e ler. Nada melhor do que encerrar por aqui este texto com

    os versos de Jackson do Pandeiro a respeito: B com a be-ab, b com e

    be-eb, b com i be-ibi, b com be-ob, vam estud que melh, vam

    estud que melh!!!!

    XV

    Para se comear a querer entender o prximo milnio penso eu

    que s h uma maneira: a maneira fenomenolgica. Sim, apenas pelo

  • floresta verde-esmeralda

    mtodo criado por Edmund Husserl e Max Sheller, cujos discpulos mais

    famosos foram, entre outros, Martin Heidegger (que considerado pe-

    los mais recentes historiadores e pensadores como tendo sido o maior

    pensador do sculo XX), Jean Paul Sartre (cujo trabalho maior foi o de

    conectar ou ligar a fenomenologia de Husserl e de Max Sheller com o

    marxismo revolucionrio), Merleau-Ponty (que interliga a fenomenolo-

    gia com a linguagem simblica e portanto arquetipal).

    Com Gaston Bachelard a fenomenologia se enriquece ainda mais

    pois as duas referncias de Gaston Bachelard so Freud e Albert Einstein.

    Para Gaston Bachelard tanto Heidegger quanto Sartre se equivocam ao

    afirmar o destino trgico do ser humano. Para Bachelard, tanto na obra

    de Heidegger O Ser e o Tempo assim como na de Sartre O Ser e o Nada

    o ser que est dentro do ente que est sempre espera de ser desvelado

    movimenta-se num espao-tempo sempre trgico e terrvel, aonde o ser

    para a morte e est em seu verdadeiro estado de autenticidade somente

    quando est mergulhado no maior terror, angstia, desespero. Isto lem-

    bra muito todos os pr-fenomenlogos que so Soren Kierkegaard, Frie-

    drich Nietzsche, entre outros. Pois bem, para Gaston Bachelard, ambos,

    Heidegger e Sartre se equivocam pois o ser angustiado o ser velado pelo

    caracterstico da adolescncia. Para Gaston Bachelard o ser verdadeiro

    a ser desvelado, fundado em criana at os sete anos de idade, que ao

    contrrio de ser trgico vive feliz rodeado pelos seus seres protetores.

    Portanto uma fenomenologia otimista esta do Gaston Bachelard em

    comparao trgica de Sartre e Heidegger.

    Minha inteno aqui no a de dar uma longa e detalhada aula

    sobre a fenomenologia, mas no posso deixar de citar pela importncia

    de suas diferentes tendncias e misturas: Albert Camus (a conscincia do

    absurdo permanente e do niilismo revolucionrio terrorista), Franz Fa-

    non (que ao misturar Nietzsche com Marx e a fenomenologia de Husserl

    e Max Scheler foi a matriz ideolgica no s do regime poltico da Arglia

    atual como de quase todos os terrorismos contemporneos do Al Fatah

    at os terroristas tipo Unabomber e o milionrio saudita Bin Laden), Karl

    Jaspers (que acrescentou a Husserl e Max Sheller a meditao sobre Niet-

    zsche, a bomba atmica e Jesus de Nazar!)

    No poderia esquecer meu descobridor junto com Paulo Bonfim,

    como escritor e pensador e que foi o mestre de Oswald de Andrade, cujo

  • jorge mautner

    nome Vicente Ferreira da Silva, um dos maiores pensadores do Brasil.

    Claro que a sua fenomenologia como a minha inclui a antropofagia.

    Mas pela importncia da mulher neste terceiro milnio acho que

    as duas maiores pensadoras e fenomenlogas so: Simone de Beauvoir

    e Hannah Arendt. A primeira amante e discpula de Sartre. A segunda

    amante e discpula de Martin Heidegger. Eu diria que grande seno at a

    maior parte das respostas-perguntas sobre a razo do terceiro milnio e o

    prprio terceiro milnio esto nas entranhas das obras destas duas pen-

    sadoras. claro, incluindo os pensamentos da minha obra pois ela indica

    a importncia absoluta da cultura criada por ns neste Brasil-Universal.