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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE LAGARTAS DESFOLHADORAS E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE PLUSIINAE NA CULTURA DA SOJA TIAGO CARVALHAIS DE OLIVEIRA Orientadora: Profª. Drª. Cecilia Czepak Co-orientador: Dr. José Alexandre Freitas Barrigossi Fevereiro 2014

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE LAGARTAS …‡ÃO_Tiago_Carvalhais_de... · 2 TIAGO CARVALHAIS DE OLIVEIRA FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE LAGARTAS DESFOLHADORAS E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE

LAGARTAS DESFOLHADORAS E DISTRIBUIÇÃO

ESPACIAL DE PLUSIINAE NA CULTURA DA SOJA

TIAGO CARVALHAIS DE OLIVEIRA

Orientadora:

Profª. Drª. Cecilia Czepak

Co-orientador:

Dr. José Alexandre Freitas Barrigossi

Fevereiro – 2014

2

TIAGO CARVALHAIS DE OLIVEIRA

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE LAGARTAS

DESFOLHADORAS E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE

PLUSIINAE NA CULTURA DA SOJA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Agronomia, da Universidade

Federal de Goiás, como requisito parcial à

obtenção do título de Mestre em Agronomia, área

de concentração: Fitossanidade.

Orientadora:

Profª. Drª. Cecilia Czepak

Co-orientador:

Dr. José Alexandre Freitas Barrigossi

Goiânia, GO – Brasil

2014

3

TIAGO CARVALHAIS DE OLIVEIRA

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE LAGARTAS

DESFOLHADORAS E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE

PLUSIINAE NA CULTURA DA SOJA

Dissertação DEFENDIDA e APROVADA em 25 de fevereiro de 2014, pela

Banca Examinadora constituída pelos membros:

Profª. Dr.ª Karina Cordeiro Albernaz Dr. Mário Dalpogetto

Membro - EA/UFG Membro – Dow Agrosciences

Dr. Newton Cavalcante de Noronha Júnior Prof.ª Dr.ª Cecilia Czepak

Membro - Embrapa Arroz e Feijão Orientador - EA/UFG

Goiânia, Goiás

Brasil

4

Aos meus pais Darcy Pereira de Oliveira e Lúcia Carvalhais de Oliveira, por

todo apoio, dedicação, amor, paciência e compreensão na minha luta para

alcançar meus objetivos.

Aos meus irmãos, Angélica, Luci e José Fábio, pelo incentivo e fortalecimento

nos momentos difíceis. Aos meus tios, Maria do Carmo Carvalho Oliveira e

Itamar Pereira de Oliveira, por sempre acreditar em mim, nos meus sonhos,

contribuindo para que os mesmos se realizassem.

Dedico !

5

AGRADECIMENTOS

Á Deus por toda força na vida, apesar das dificuldades mostrou que tudo é

possível, basta apenas querer e lutar para conseguir. E por tudo que me possibilitou

conquistar, só tenho a agradecer.

Em especial á Profª Cecília Czepak pela orientação, amizade, paciência e pela

forma especial de ensinar. Durante oito anos de convívio e aprendizado obtive um

crescimento pessoal e profissional que jamais conseguirei retribuir. Meu amor pela

pesquisa surgiu através de você. Agradeço por todo apoio para prosseguir no doutorado e

sempre acreditar na minha capacidade.

Sinceros agradecimentos, aos grandes amigos, Jardel Barbosa dos Santos, Luis

Felipe Manso Lombardi, Lucas Silva Barros, João Paulo Trevisan, Leonardo Buys, Bruno

Alves, Vitor Ferreira Dias, Arthur Pereira, Elton Sales, Mariana Araújo Ortega, Lorrana

Morais, Nasla Rusciane e Larissa Moreira Bernardes. Nada deste trabalho seria possível

sem a imensa ajuda e apoio de vocês, mesmo nos momentos de cansaço e desmotivação.

Aos amigos Adriano Candim, Tales Neri Caetano de Oliveira, Fernando José

de Sousa, Fernando Borba Ordones, Matheus Fernando Barbosa, Mateus Teles Silva,

Matheus Le Senechal, Thiago Carvalho Matias, Daniel Pereira Miranda, Valter Fernandes

da Silva Paes, Rodrigo Resende Prado, Isabela Gonçalves Siqueira, Lara Leal Figueiredo,

Giovanna Menini Cavalieri, Mariana Albernaz Mesquita, Bárbara Maeva Fleury de Castro,

Gisele Delfino Mangussi, Ellen Cristina Rodrigues, que contribuíram muito, apoiando

nesta reta final, só tenho a agradecer.

Em especial ao grande amigo Humberto Oliveira Guimarães que no decorrer

dos anos vem enfrentando os mesmos obstáculos e dificuldades, tanto na graduação quanto

na pós-graduação. Sozinho o caminho percorrido seria bem mais difícil. Agradeço pelo

apoio e amizade que a mim foi, e é proporcionado.

Ao Co-orientador Dr. José Alexandre Freitas Barrigossi que em momento

algum mediu esforços, presente do início ao fim, orientando, aconselhando, ensinando e

fazendo com que este dia chegasse.

À doutoranda Aniela Melo pela grande ajuda dada á análise dos dados e

configuração dos gráficos.

6

À professora Drª Karina Albernaz que auxiliou na escrita e nas ideias de

conclusão do trabalho.

Aos produtores Sr. Moisés Martins Miranda, Sr. Celso Martins Miranda e Sr.

Amarílio Santos Rocha e o gerente Paulo de Assis Neiva, meus sinceros agradecimentos

por disponibilizarem as áreas para a execução do trabalho.

Aos professores do Programa de Pós-graduação em Agronomia-UFG, pela

dedicação e ensinamentos.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

pela concessão da bolsa de estudos, permitindo a continuidade dos estudos.

7

SUMÀRIO

LISTA DE TABELAS.................................................................................................... 7

LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... 8

RESUMO......................................................................................................................... 10

ABSTRACT.................................................................................................................... 11

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................. 15

2.1. A CULTURA DA SOJA................................................................................ 15

2.2. O COMPLEXO PLUSIINAE........................................................................ 17

2.3. A LAGARTA DA SOJA (A. gemmatalis)..................................................... 19

2.4. LAGARTAS DO COMPLEXO SPODOPTERA......................................... 20

2.5. LAGARTAS DO COMPLEXO HELIOTHINAE........................................ 23

3. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 26

3.1. LOCAIS DAS ÁREAS MONITORADAS.................................................. 26

3.2. AMOSTRAGEM DAS LAGARTAS DESFOLHADORAS....................... 28

3.3. ANÁLISE DE DADOS................................................................................ 31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 32

4.1. LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES DE LAGARTAS

DESFOLHADORAS SAFRA 2011/12 E 2012/13........................................ 32

4.2 FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE LAGARTAS DESFOLHADORAS 35

4.3 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE PLUSIINAE NA CULTURA DA SOJA 46

4.4 DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE DE PLUSIINAE........................ 56

5 CONCLUSÕES............................................................................................. 62

6 REFERÊNCIAS........................................................................................... 63

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Áreas monitoradas durante as safras 2011/2012 e 2012/2013 nos

municípios de Nazário/GO e Palminópolis/GO....................................... 26

Tabela 2. Qui-quadrado (χ²) e valores de p para testes de hipóteses de nulidade de

que a distribuição de lagartas do complexo Plusiinae (pequenas e grandes)

se ajusta a uma das distribuições testadas (Poisson ou Binomial Negativa).

(Qui-quadrado não significativo mostra

ajuste)....................................................................................................... 57

Tabela 3. Qui-quadrado (χ²) e valores de p para testes de hipóteses de nulidade de

que a distribuição de lagartas do complexo Plusiinae (pequenas e grandes)

se ajusta a uma das distribuições testadas (Poisson ou Binomial Negativa).

(Qui-quadrado não significativo mostra

ajuste)....................................................................................................... 58

Tabela 4. Qui-quadrado (χ²) e valores de p para testes de hipóteses de nulidade de

que a distribuição de lagartas do complexo Plusiinae (pequenas e grandes)

se ajusta a uma das distribuições testadas (Poisson ou Binomial Negativa).

(Qui-quadrado não significativo mostra

ajuste)....................................................................................................... 59

Tabela 5. Qui-quadrado (χ²) e valores de p para testes de hipóteses de nulidade de

que a distribuição de lagartas do complexo Plusiinae (pequenas e grandes)

se ajusta a uma das distribuições testadas (Poisson ou Binomial Negativa).

(Qui-quadrado não significativo mostra

ajuste)....................................................................................................... 60

Tabela 6. Qui-quadrado (χ²) e valores de p para testes de hipóteses de nulidade de

que a distribuição de lagartas do complexo Plusiinae (pequenas e grandes)

se ajusta a uma das distribuições testadas (Poisson ou Binomial Negativa).

(Qui-quadrado não significativo mostra

ajuste)....................................................................................................... 61

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Pontos equidistantes 50 x 50m onde as amostragens foram realizadas. Cada

„+‟ representa um metro linear de fileira onde foi feita a amostragem com o

pano de batida.............................................................................................

28

Figura 2. Identificação dos pontos amostrados com o auxílio do Global Position

System (GPS), para posterior coleta de dados........................................... 29

Figura 3. Batida de pano com dimensões de 1,0 metro de comprimento por 1,40

metros de largura, método utilizado para amostragem de pragas na cultura

da soja. Goiânia-GO, 2014........................................................................

30

Figura 4. Ficha de amostragem utilizada para coleta dos dados nos monitoramentos

realizados nas safras 2011/2012 e 2012/2013, Goiânia-GO,

2014...........................................................................................................

31

Figura 5. Percentual das espécies de lagartas desfolhadoras da soja no Centro-Sul de

Goiás/GO, safra 2011/2012 e 2012/2013................................................... 34

Figura 6. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na

área A1. Nazário/GO.................................................................................. 41

Figura 7. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, área

A2. Palminópolis/GO................................................................................. 42

Figura 8. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, área

A3. Nazário/GO................................................................................. 43

Figura 9. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na

safra 2012/2013, área A4. Palminópolis/GO............................................. 44

Figura 10. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na

safra 2012/2013, área A5. Palminópolis/GO.............................................

45

Figura 11. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A1,

Nazário/GO................................................................................................

47

Figura 12. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A2,

Palminópolis/GO....................................................................................... 50

Figura 13. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A3,

Nazário/GO................................................................................................ 51

Figura 14. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A4,

Palminópolis/GO........................................................................................

54

Figura 15. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A5,

Palminópolis/GO........................................................................................

55

10

RESUMO

OLIVEIRA, T. C. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras e distribuição

espacial de Plusiinae na cultura da soja. 2014. 70f. Dissertação (Mestrado em

Agronomia: Fitossanidade) – Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás,

Goiânia, 2014.1,2

As lagartas desfolhadoras da soja ocorrem em épocas distintas e atacam várias

partes da planta, principalmente as folhas, flores e frutos. Durante os anos agrícolas de

2011/2012 e 2012/2013, campos de soja foram amostrados em diversos estádios

fenológicos da planta com o objetivo de conhecer a flutuação populacional das principais

espécies de lagartas desfolhadoras da cultura, e determinar a distribuição espacial em

lavoura, espécies pertencentes ao complexo de Plusiinae, para compreender a forma que

este complexo coloniza os campos de soja. Foram monitoradas cinco lavouras comerciais,

submetidas a diferentes condições de manejo. Foram confeccionadas malhas de

amostragem, com pontos eqüidistantes de 50 metros. As áreas foram amostradas

semanalmente a partir da ocorrência das primeiras lagartas desfolhadoras, até próximo à

colheita. O método de amostragem utilizado foi o pano de batida, com o qual um metro

linear foi amostrado. Foram quantificadas todas as lagartas presentes nas amostragens dos

campos selecionados. Para a realização das inferências, dos dados foram submetidos á

análises estatísticas descritivas utilizando os seguintes procedimentos dos SAS, PROC

UNIVARIATE, PROC MEANS e PROC FREQ. Para verificar qual a distribuição

estatística a que a população de lagartas melhor se ajustava foi utilizado o procedimento

PROC GENMODE. Mapas representativos da localização das lagartas do complexo

Plusiinae no campo foram confeccionados. As espécies de Plusiinae foram as lagartas

predominantes, compondo 52,04% em 2011/12 e 48,53% em 2012/13, do total de lagartas

encontradas. As flutuações populacionais demonstraram que o pico das lagartas

desfolhadoras ocorre principalmente na fase reprodutiva da cultura da soja. A distribuição

de lagartas do complexo Plusiinae em lavoura é aleatória, não apresentando efeitos de

bordas. Neste estudo, enquanto a população se ajusta à distribuição binomial negativa os

mapas indicam claramente que as lagartas estão aleatoriamente dispersas nos campos de

soja.

Palavras-chave: complexo, amostragem, levantamento, distribuição binomial negativa.

_________________________________ 1Orientadora: Drª. Cecilia Czepak. EA/UFG.

²Co-orientador: Ph.D. José Alexandre Freitas Barrigossi. Embrapa Arroz e Feijão.

11

ABSTRACT

OLIVEIRA, T. C. Population fluctuation of defoliating caterpillars and spatial

distribution of Plusiinae in soybean. 2014. 70f. Dissertation (Master in Agronomy:

Phytosanity) - Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.1,2

Caterpillars defoliators of soybean occurs in different times and feed on

different parts of the plant, mainly in flowers and pods. During the growing seasons of

2011/2012 and 2012/2013, soybean fields were sampled in different crop phenological

stages with the objective of knowing the population fluctuation of the main species of

caterpillar defoliating soybeans and to determine the within field spatial distribution of the

species of the Plusiinae complex, to describe how species colonize the soybean field. Five

commercial fields submitted to different management practices were monitored. Sampling

meshes were fabricated with equidistant points 50 meters. The areas were sampled weekly

from the occurrence of the first defoliating caterpillars, until close to harvest. The sampling

method used was ground cloth, with one row-meter. It was quantified all caterpillars. Data

were submitted to statistical analysis using the following SAS procedures: PROC

UNIVARIATE, PROC MEANS, PROC FREQ. To test what statistical distribution fit to

caterpillars population the procedure PROC GENMODE was used. Maps representing the

localization of samples of caterpillars in soybean fields were constructed. The species of

Plusiinae predominated in the area, corresponding to 52, 04% in 2011/2012 e 48, 53% in

2012/2013 of the total of caterpillars found in the reproductive phase of soybean. The

distribution of the complex of Plusiinae within field is random and do not present border

effect. In this study, while the population fits the negative binomial distribution maps

clearly indicate that the caterpillars are randomly dispersed in soybean fields.

Key words: complex, sampling survey, negative binomial distribution.

______________________________ 1Adviser: Drª. Cecilia Czepak. EA/UFG.

²Adviser: Ph.D. José Alexandre Freitas Barrigossi. Embrapa Rice and Beans.

12

1 INTRODUÇÃO

A soja é uma importante oleaginosa sendo cultivada de Norte a Sul do país por

pequenos e grandes produtores. O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de soja

no mundo (Salin, 2010). Entretanto, em cada região ocorre uma diversificação no sistema

de cultivo conforme condições climáticas, econômicas e sociais (Wisch, 2011). Segundo

levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicados em 2012, na

temporada 2011/2012 as condições climáticas adversas causadas pelo fenômeno “La Niña”

foram umas das responsáveis pelo resultado negativo da safra, devido ao longo período de

estiagem, que resultaram em perdas significativas no Brasil. No Sul do país, sobretudo no

estado do Rio Grande do Sul, ocorreram perdas de 43,8% da média produzida nos anos

anteriores, seguido do estado do Paraná, com redução de 30%. E na região Centro-Oeste,

especificamente no estado do Mato Grosso do Sul, estima-se que a redução da produção

tenha sido em torno de 10,4% (Conab, 2012).

Na safra 2012/2013, a área plantada com cultura da soja apresentou um

crescimento de 10,7%, passando de 25,04 para 27,72 milhões de hectares. Durante a safra

2012/2013, o país atingiu uma produção recorde de 81.456 milhões de toneladas, o que

corresponde a um aumento de 22,7%, se comparada à safra 2011/2012. Portanto, apesar

dos problemas ocorridos com a entrada da lagarta Helicoverpa armigera (Hübner)

(Lepidoptera: Noctuidae) em várias regiões do Brasil, o aumento da área cultivada em todo

o país compensou os danos causados pela nova praga (Conab, 2013).

De acordo com as condições climáticas, econômicas e sociais podem ocorrer,

para cada região produtora de soja, inúmeras diferenciações nos sistemas de cultivos, o que

pode resultar em alterações entre as épocas de incidência de doenças, fitófagos e plantas

daninhas. Diferentes métodos utilizados no manejo da cultura, por exemplo, rotação de

culturas, sistema de plantio adotado, sucessão de culturas e táticas de controle de pragas e

doenças podem favorecer ou desfavorecer o surgimento de novas pragas (Wisch, 2011).

A soja está sujeita ao ataque de pragas desde a germinação até a colheita. Esse

ataque causa também, danos econômicos à cultura e promove queda do rendimento ou

qualidade do produto final, e, consequentemente, redução do lucro (Embrapa, 2010). As

13

lagartas desfolhadoras da soja ocorrem em épocas distintas e atacam várias partes da

planta, principalmente as folhas (Degrande & Vivan, 2010) e, portanto têm preocupado os

sojicultores no Brasil. Atualmente são conhecidas como pragas da soja as seguintes

lagartas: Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818 (Lepidoptera: Noctuidae); as espécies

pertencentes á subfamília Plusiinae, Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu Guenée,

1852 (Lepidoptera: Noctuidae), as espécies do gênero Spodoptera, que formam um

complexo de grande importância na cultura e se resumem nas seguintes espécies: S.

eridania Cramer, 1782, S. cosmioides Walker, 1858, S. albula Walker, 1857 e S.

frugiperda J. E. Smith, 1797 (Lepidoptera: Noctuidae), Omiodes indicata Fabricius, 1775

(Lepidoptera: Pyralidae) e mais recentemente espécies pertencentes à subfamília

Heliothinae como, Heliothis virescens Fabricius 1781 (Bueno, 2008) e H. armigera

Hübner, 1805 (Lepidoptera: Noctuidae) (Czepak, et al., 2013b).

Essas lagartas podem consumir folhas, em diferentes fases fenológicas.

Alteram os processos fisiológicos, reduzindo a capacidade fotossintética o que logicamente

poderá interferir na produção da planta. Isso pode ocasionar perdas significativas à cultura

caso cheguem a níveis populacionais de dano econômico. Além disso, muitas dessas

espécies causam danos diretos, ou seja, atacam os grãos, acarretando em perdas ainda mais

elevadas (Gallo et al., 2002; Bueno, 2008).

A principal forma de controle das lagartas desfolhadoras é o químico, sendo

que em algumas situações são requeridas mais de uma aplicação. Entretanto, o uso

indiscriminado de inseticidas, principalmente, aqueles de amplo espectro de ação, são os

grandes responsáveis pela redução da população de inimigos naturais, pois a utilização

constante de agroquímicos no setor agrícola pode não só reduzir a ação das pragas de

importância econômica, mas também dos insetos benéficos. Além disso, promovem uma

pressão de seleção às pragas existentes, restando, portanto somente aquelas resistentes aos

inseticidas. Deste modo, existe a necessidade de se criar novas alternativas visando

minimizar os impactos ambientais que o controle químico causa (Assis, 2005).

O Manejo Integrado de Pragas da Soja (MIP-Soja) no Brasil é considerado um

dos exemplos mais significativos do mundo, principalmente em relação ao impacto

econômico, ambiental e social proporcionado pela sua adoção, servindo de modelo para

outros programas no Brasil e outros países da América Latina. Após a adoção parcial ou

total do MIP-Soja na década de 70, vários produtos químicos deixaram de ser aplicados no

ambiente e as pulverizações passaram a ter critérios técnicos, baseados nos níveis de ação,

14

estimados através dos dados obtidos no monitoramento das pragas. Sendo assim, o MIP-

Soja reduziu substancialmente o volume e mudando o perfil dos inseticidas utilizados

(Hoffmann-Campo, 2000).

O MIP busca adotar técnicas para o controle de insetos-praga, e alterar o

mínimo possível o meio ambiente, privilegiando assim, o manejo da população dos

artrópodes que se inter-relacionam dentro do agroecossistema. Deste modo, o

conhecimento de uma forma rápida e eficiente de amostragem das pragas, principalmente

em extensas áreas de cultivo, é fundamental para que o MIP seja aplicado satisfatoriamente

(Fernandes et al., 2002)

Nas últimas safras, foram observadas muitas espécies de lagartas, que até então

não atacavam a cultura, ou então eram consideradas pragas secundárias, porém passaram a

causar danos econômicos à cultura. Neste contexto a determinação das espécies, bem como

o conhecimento da distribuição espacial das lagartas desfolhadoras da soja nos campos

pode ser um parâmetro importante a ser considerado, para auxiliar a tomada de decisão e

momento mais adequado. Sendo assim, é possível aumentar a probabilidade de eficiência

em seu controle no MIP, juntamente com a dinâmica de suas populações, que também são

fundamentais para o estabelecimento de novas estratégias para o seu manejo.

O objetivo deste trabalho foi analisar a flutuação populacional das espécies de

lagartas desfolhadoras da soja ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura, bem como

a distribuição espacial do complexo Plusiinae na referida cultura.

15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A CULTURA DA SOJA

A soja (Glycine max (L.) Merrill), cultura hoje cultivada em diversas regiões

do país, é muito diferente dos ancestrais que lhe deram origem. Espécies rasteiras que se

desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do Rio Amarelo, na China,

sendo que sua disseminação ao longo dos continentes deu-se através de navegações

(Chung & Shing, 2008). Tornou-se uma das culturas mais importantes da economia

mundial, sobretudo, em função da ampla utilização do farelo de soja na criação de

animais em regime de confinamento e a fabricação de óleos para o consumo humano

(Schlesinger, 2008). Além disso, a sua utilização vem crescendo também como fonte

alternativa de biocombustível (Costa Neto & Rossi, 2000).

Em cada região produtora, ocorre uma diversificação no sistema de cultivo

conforme as condições climáticas, econômicas e sociais. Dessa forma, ocorrem diferenças

entre épocas de incidência de pragas e doenças entre as regiões produtoras de soja

(Hoffmann-Campo, 1999). Dentre os insetos-praga que atacam a cultura da soja, destacam-

se os desfolhadores, principalmente as lagartas, cujo dano reduz a área foliar das plantas,

ocasionando prejuízos na produção. As lagartas da soja ocorrem em épocas distintas e

atacam várias partes da planta, principalmente as folhas (Degrande & Vivan, 2007). Nos

últimos anos têm-se registrado um aumento na incidência de insetos-pragas que eram

considerados esporádicos ou secundários na cultura, como as lagartas da subfamília

Plusiinae e espécies do gênero Spodoptera. Isto, devido ao desequilíbrio biológico que vêm

ocorrendo nas regiões produtoras (Bueno, 2007).

No Brasil o MIP soja começou a ser implantado pela Embrapa-Soja, logo após o

surgimento desta e a publicação de seu primeiro boletim técnico: “Insetos da soja no

Brasil” (Corrêa-Ferreira, 1999). Este foi o marco inicial do uso do MIP soja no Brasil, que

se disseminou entre os agricultores e é usado até hoje por diversas regiões e produtores.

Atualmente, é correto afirmar que muitos dos princípios do manejo integrado de pragas

foram esquecidos e que os agroquímicos são utilizados ao primeiro sinal do aparecimento

da praga na cultura (Panizzi, 2006). O uso indevido seguido de grandes desperdícios de

16

inseticidas é uma realidade em nosso meio agrícola, poluindo os solos e lençóis freáticos.

Apesar da evolução da tecnologia de aplicação e da criação, pelas multinacionais de

agroquímicos, de novas moléculas inseticidas, com alto grau de seletividade, os impactos

ambientais que os inseticidas podem causar são indefiníveis.

Os países produtores de soja têm investido em tecnologias de alto nível no

combate ás pragas, sendo que o Brasil vem desenvolvendo e aprimorando programas

visando qualidade e produtividade desta cultura desde a década de 1970 (Andrade, 2004).

Estudos realizados por Lima et al (2008), afirmam que os insetos ocupam quase todos os

nichos ecológicos existentes no mundo. Atualmente, estima-se que o número de espécies

de insetos descritos aproxima-se de um milhão, dos quais 10% são pragas, prejudicando

plantas, animais domésticos e o homem. Os danos causados pelos insetos ás plantas são

variáveis, podendo ser observados em todos os órgãos vegetais. De acordo com a espécie e

a densidade populacional da praga, estádio de desenvolvimento da planta, da estrutura

vegetal atacada e a duração do ataque, ocorrem maior ou menor prejuízo quantitativo ou

qualitativo (Gallo et al., 2002).

O potencial produtivo da soja depende da produção de fotoassimilados. Deste

modo, os fatores que resultam em queda da área foliar, reduzem a produção de grãos

(Weber, 1955). As lagartas podem, dependendo da intensidade de infestação e da fase

fenológica das plantas, proporcionar um desfolhamento prejudicial à produção, ou seja,

danos acima de 30% de desfolha na fase vegetativa ou 15% a partir do florescimento são

considerados como nível de controle para estas pragas desfolhadoras (Hoffmann-Campo et

al., 2000).

A partir da safra do final da década de 1990, inúmeros surtos de lagartas da

subfamília Plusiinae como a C. includens e R. nu Guenée, 1852 (Lepidoptera: Noctuidae),

conhecidas como lagartas-falsas-medideiras foram constatados em muitos estados

produtores de soja no Brasil, inclusive Goiás, ocorrendo isoladamente ou associada à

lagarta-da-soja, A. gemmatalis (Hübner). Isso se deve indiretamente ao aumento

considerável do número de aplicações de agroquímicos. A aplicação de herbicidas pós-

emergentes na soja no início do desenvolvimento da cultura, associados às inseticidas de

amplo espectro de ação, por exemplo, afetam todo o complexo de inimigos naturais

presentes na área (Alexandre, 2010).

17

2.2 O COMPLEXO DE PLUSIINAE

As espécies pertencentes á subfamília Plusiinae conhecidas como falsas-

medideiras ou mede-palmos, têm aumentado de importância no cenário nacional da cultura

da soja, devido ao aumento populacional, aos sérios danos ocasionados á cultura e as

dificuldades de controle (Sosa-Gómez et al., 2010). Dentre as espécies de Plusiinae, as

mais importantes em soja são a C. includens (Walker, 1857) e R. nu (Guenée, 1852)

(Moraes et al., 1991). No Brasil, são encontradas em todas as regiões produtoras de soja,

desde o Rio Grande do Sul até Roraima (Marsaro Jr et al., 2010). A sua área de

abrangência aumentou a partir da década de 1990, pois anteriormente, sua ocorrência na

cultura era esporádica (Moscardi, 1993). Desde a safra 2002/2003 o aumento populacional

de Plusiinae tem preocupado produtores em algumas regiões, superando até populações de

A. gemmatalis Hübner, 1818 (Wisch, 2011), praga-chave da soja até então (Gazzoni et al.,

1988).

Os produtos fitossanitários figuram como o principal método de controle de

insetos-praga, doenças e plantas invasoras na cultura da soja (Thomazini & Thomazini,

2001). A atual expansão da cultura da soja, aliada á crescente utilização de produtos

fitossanitários, herbicidas, fungicidas e inseticidas, fizeram com que estas e outras ações se

tornassem grandes contribuidoras para o desequilíbrio do ecossistema da soja. Estas

adoções têm prejudicado o controle biológico natural por parasitóides, predadores ou até

mesmo fungos entomopatogênicos presentes na área, e por conseqüência o aumento

populacional de insetos-praga (Cerdeira & Duke, 2006). Na safra 2011/12, surtos de

espécies pertencentes ao complexo de Plusiinae e a dificuldade de seu controle, resultaram

em reclamações generalizadas por produtores em diversas regiões do Brasil. Devido á falta

de alternativas proporcionadas, o controle químico tornou-se a ferramenta mais utilizada na

atualidade (Wisch, 2011).

A C. includens (Walker, 1858) (Lepidoptera: Noctuidae) foi por vários anos

conhecida como Pseudoplusia includens. No entanto, Goater et al. (2003) ao reavaliar este

gênero, juntamente com a classificação do taxonomista Dr.Vitor O. Becker, renomearam o

gênero como Chrysodeixis. As características morfológicas de ambos Plusiinae são

semelhantes. A área micropilar dos ovos das duas espécies apresenta uma estrutura

ornamentada com aspecto de roseta (Ângulo et al., 2006). Durante a fase larval, a sua

18

coloração é verde com listras longitudinais brancas e pontuações pretas (Sosa Gómez et al.,

2010).

Para a diferenciação morfológica das larvas deve-se observar o lado interno das

mandíbulas. A C. includens apresenta uma forma de dente no final das carenas, diferindo

da R. nu, com carena contínua até a borda externa da mandíbula (Ângulo et al., 2006; Sosa

Gómez et al., 2010). Outra característica que as diferencia é a presença de microespinhos

na região superior da inserção das pernas toráxicas, encontrados na R. nu e ausentes em C.

includens, porém, a cor das pernas toráxicas não diferenciam as duas espécies (Sosa

Gómez et al., 2010). As mariposas também se diferenciam quanto suas características

morfológicas, o primeiro par de asas em C. includens a coloração é marrom acizentado

com duas manchas circulares bem prateadas e brilhantes. Em R. nu essa coloração nas

machas são menos intensas, e na parte dorsal e central do segundo par de asas a coloração

é castanho clara com a borda externa castanho escura (Sosa Gómez et al., 2010).

As espécies de C. includens são verdes com linhas brancas longitudinais e

podem chegar a cinco cm de comprimento, possuem dois pares de pernas abdominais e um

anal. Podem alimentar-se de até 200 cm² da área foliar da planta durante o seu ciclo e suas

pupas são encontradas na face inferior das folhas, envoltas por fios de seda. A coloração

das pupas pode variar de amarelo-pálida á verde-clara no início do desenvolvimento e seu

período pupal dura de sete a nove dias, logo após emergem os adultos (Vasquez, 1988). A

C. includens em seu estágio inicial apenas raspam as folhas, não sendo capazes de perfurá-

las, deixam uma camada translúcida no local da alimentação. As fêmeas sobrevivem em

média 15 dias e podem colocar até seiscentos ovos, durante seu curto período de vida

(Hoffmann-Campo, 2000).

A R. nu (Guenée, 1852) também chamada de lagarta-do-linho, assim como a C.

includens é uma espécie polífaga que se alimenta de várias oleaginosas (Sosa-Gómez et al.,

2010). As pupas possuem duração em média 13 dias, com coloração inicialmente branca e

próxima á emergência adquire uma coloração enegrecida (Vogt et al., 2005). As lagartas de

R. nu causam danos na cultura da mesma forma que a C. includens, ocasionando ao final

um aspecto rendilhado nos folíolos da soja, características de preferência alimentar, e

assim como a C. includens e várias outras lagartas desfolhadoras, causam danos maiores

com a evolução de seus instares (Sosa-Gómez et al., 2010).

Papa & Celoto (2006), citam que a ocorrência de C. includens é simultânea á A.

gemmatalis, porém é comum encontrá-las de forma isolada, principalmente nos primeiros

19

estágios de desenvolvimento da cultura da soja, quando a aplicação de um produto químico

causa grande redução na população de inimigos naturais, provocando um desequilíbrio

biológico. Estudos semelhantes foram realizados por Stecca (2011), em Santa Maria, RS

onde o referido autor afirma que as populações de A. gemmatalis e Plusiinae ocorrem

simultaneamente e suas populações crescem juntas na cultura da soja. Entretanto, estudos

realizados por Moraes et al., (1991) demonstram que a A. gemmatalis é comumente

encontrada de forma isolada nos primeiros estágios da cultura, e que a maior população de

C. includens e R. nu costuma ocorrer nos estágios de floração e desenvolvimento das

vagens. Alexandre (2010) em Curitiba, PR também observou que as maiores populações de

Plusiinae ocorreram em meados de janeiro à final de fevereiro, coincidindo com a fase

reprodutiva da cultura.

2.3 A LAGARTA-DA-SOJA (A. gemmatalis)

A lagarta-da-soja A. gemmatalis Hübner, 1818 (Lepidoptera: Noctuidae) é uma

importante praga desfolhadora, causando danos expressivos desde o Sul do Estado Goiás

até o Rio Grande do Sul (Castiglioni & Vendramim, 1996). Segundo Gallo et al. (2002),

essa espécie é economicamente importante em função das grandes perdas que ocasionam a

esta cultura. São insetos de hábitos noturnos e abrigam-se em áreas sombreadas durante o

dia, geralmente entre folhas ou abaixo delas. As mariposas medem cerca de cinco

centímetros de envergadura com coloração variável, parda, cinza, marrom, bege ou azul.

Apresenta uma listra transversal escura ao longo das asas unindo as pontas do primeiro par

de asas (Hoffmann-Campo, 2000). Próximo ás margens da face inferior do segundo par de

asas, apresentam pequenos círculos brancos (Sosa-Gómez et al., 2010). Os locais

preferidos das fêmeas para ovipositar são na face inferior das folhas, nos ramos, nas hastes

ou nos caules das plantas hospedeiras (Moreira & Aragão, 2009).

De acordo com Hoffmann-Campo (2000), a A. gemmatalis eclode poucos dias

após a postura dos ovos e possuem pernas abdominais que ainda não se desenvolveram

completamente, fazendo-as andar em movimentos do tipo “mede-palmo”. Neste momento,

deve-se tomar bastante cuidado na identificação das espécies, pois podem ser facilmente

confundida com espécies da subfamília Plusiinae. Observa-se que a A. gemmatalis quando

pequena apresenta quatro pares de propernas no abdômen, sendo duas vestigiais e quando

maiores que 15 mm, apresentam três linhas longitudinais brancas no dorso e quatro pares

20

de propernas abdominais. A fase larval tem a duração de 12 a 15 dias e as lagartas podem

consumir cerca de a 150 cm² de área foliar, sendo que a maioria do consumo ocorre entre o

4º e 6º instar. Consomem toda superfície foliar da folha inclusive as nervuras, pecíolos e

hastes mais finas, diferente da C. includens que deixa a folha com um aspecto de

rendilhado ao não consumir as nervuras (Gazzoni et al., 1988).

Segundo Hoffmann-Campo (2000) a A. gemmatalis em algumas regiões do

norte do Paraná, geralmente ataca lavouras de soja a partir de novembro e no sul do país de

dezembro a janeiro, podendo causar desfolhas de até 100%. Segundo Wish (2011), a

espécie de maior ocorrência do Estado do Paraná é a A. gemmatalis, ocorrendo picos

populacionais no estágio vegetativo da cultura da soja. Porém, Milano (2008), cita que sua

dinâmica populacional pode variar consideravelmente nas diferentes regiões onde ocorre

principalmente devido ás diferenças observadas na temperatura.

2.4 LAGARTAS DO COMPLEXO DE SPODOPTERA

Alguns estudos de biologia foram realizados com diferentes espécies do gênero

Spodoptera em diversos hospedeiros, demonstrando que esse complexo de lagartas atacam

desde plantas cultivadas como soja (Abdullah et al., 2000), milho (Pitre & Hogg, 1983) e

algodoeiro (Habib et al., 1983), até plantas utilizadas para reflorestamento como a

bracatinga (Mattana & Foerster 1988). Em se tratando deste gênero, a S. cosmioides

(Walker, 1858) e S. eridania (Cramer, 1782) (Lepidoptera: Noctuidae) são as espécies que

mais observadas na cultura na soja, principalmente na fase reprodutiva da cultura (Gazzoni

& Yorinori, 1995; Sosa-Gómez et al., 1993). Estas espécies são consideradas pragas de

grande expansão, pois além de atacarem as folhas da soja, atacam também as vagens

causando grandes injúrias ao produto final a ser comercializado, ou seja, o grão.

A S. frugiperda (J.E Smith, 1797) na soja possui, na fase inicial da cultura o

mesmo comportamento da lagarta-rosca, Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1766), ou seja, ao se

alimentar, corta a plântula rente ao solo acarretando em perdas consideráveis de estande.

Outras espécies do gênero Spodoptera possuem esse comportamento semelhante ao da A.

ipsilon, além disso, pode também perfurar as plântulas, ou mesmo os cotilédones e as

folhas novas, porém suas ocorrências são eventuais. A mais comum nesta fase da cultura é

a S. frugiperda (Tonet et al., 2000). Em seus estágios iniciais, ambas alimentam-se apenas

do limbo foliar, pois seu aparelho bucal mastigador ainda encontra-se muito tenro

21

impossibilitando muitas das vezes o corte definitivo da planta. Porém a S. frugiperda causa

maiores danos em seus estágios mais avançados de desenvolvimento, sendo que sua maior

ocorrência dá-se nos períodos mais secos da cultura (Degrande & Vivan, 2010).

As lagartas de S. frugiperda são conhecidas também como lagarta-dos-

milharais, lagarta militar ou lagarta-do-cartucho. As mariposas colocam em média 1.500 a

2.000 ovos em seu curto tempo de vida. A duração do período larval é de 12 a 30 dias, sua

coloração varia de cinza-escuro a marrom. Possui pontos pretos em sua faixa dorsal na

base das cerdas. Como característica das lagartas do complexo de Spodopteras, possui um

Y invertido na região da cabeça facilitando a identificação do gênero. Possui hábito

canibal, diferente da S. cosmioides e S. eridania que não possuem este hábito. O período

pupal varia entre 8 a 25 dias dependendo da temperatura do ambiente. A mariposa mede

em torno de 35 mm e envergadura, suas asas anteriores são de coloração pardo-escuras e as

posteriores branco-acizentadas (Gallo et al., 2002).

No caso da S. eridania, o período larval é em média 18 dias, em seus primeiros

instares as lagartas são verdes, permanecendo com um tom esverdeado durante todo o seu

desenvolvimento. Apresentam quatro pontos escuros sobre o dorso na parte mediana do

corpo. As lagartas em seus estágios mais avançados apresentam em média de 35 a 50 mm,

com tonalidade esverdeada e listras amarelas sobre o dorso e cerca de vinte triângulos

pretos, na parte dorsal do corpo. A fase pupal ocorre no solo e são de coloração marrom

escura (Santos et al., 2005). Os adultos de S. eridania apresentam 40 mm de envergadura,

possui nas asas anteriores uma mancha preta na parte central da asa e asas posteriores de

coloração branca. Cada fêmea pode colocar até oitocentos ovos que, inicialmente, são de

coloração verde tornando-se marrons antes da eclosão. As posturas são colocadas em

forma de massas recobertas por escamas. Após a eclosão as lagartas raspam as folhas e

logo depois começam a perfurar e destruir totalmente os folíolos, podendo até causar

perfurações nos frutos (Pereira, 2009). O ciclo biológico completo é de 28 dias em

temperatura média de 27ºC (Santos et al., 2005).

Em se tratando da S. cosmioides o período de ovo a adulto tem duração de 40 a

46 dias (Bavaresco et al., 2003). A postura, realizada normalmente em camadas

sobrepostas, tem coloração inicial amarronzada, e pode ser facilmente confundida com a

postura da S. frugiperda. Uma fêmea pode ovipositar até 500 ovos por dia em condições

favoráveis (Bavaresco et al., 2004). As lagartas possuem grande variação no padrão de cor

e de manchas, a cabeça é castanho amarelada ou alaranjada, a fronte castanho-escura, com

22

certo escurecimento na extremidade (Zenker et al., 2007). As lagartas passam por

aproximadamente seis a sete instares, quando completamente desenvolvidas medem de 35

a 40 mm, são de cor preta brilhante, com 16 pontuações douradas no dorso, distribuídas

sobre duas linhas longitudinais, de cor alaranjada e apresentam uma faixa mais escura entre

o terceiro par de patas toráxicas e o primeiro par de falsas pernas abdominais. Próxima de

empupar, buscam o solo e estas pupas possuem coloração marrom e a duração média deste

estágio é de 14 a 18 dias (Bavaresco et al., 2003, 2004). As mariposas de S. cosmioides são

pequenas, medem aproximadamente quarenta milímetros de envergadura. As fêmeas tem

coloração parda com desenhos brancos nas asas anteriores e asas posteriores brancas. Os

machos apresentam as asas anteriores amareladas com desenhos escuros, caráter através do

qual se permite a diferenciação sexual da espécie (Santos et al., 2005).

A S. albula, Walker 1857 é uma espécie polífaga, registrada na literatura como

praga de cultivos como o tomate, a soja, o milho, o sorgo, as hortaliças, o algodão, a

ervilha e a beterraba. Alimentando-se de folhas e frutos, podendo causar alta intensidade

de desfolha (Savoie, 1988). Em sua faixa de ocorrência, já foi registrada em diversos

países, como Estados Unidos, Chile, Peru, Colômbia, Guiana Francesa, Nicarágua,

Honduras, El Salvador, Costa Rica, Cuba e Porto Rico (Heppner, 1998). No Brasil, foi

registrada a ocorrência na cultura do amendoim, em alta infestação, onde houve até a

necessidade de controle químico (Teixeira et al., 2001). As mariposas medem de 26 a 37

mm de envergadura, suas asas anteriores e o corpo são acinzentados, e as asas posteriores

são brancas (King & Saunders, 1984).

As características que diferenciam a S. albula das demais espécies é a presença

de uma faixa longitudinal escura na base da asa anterior. As lagartas variam de preto-

acinzentado a castanho-acinzentado, com duas fileiras dorsais de manchas triangulares

pretas ou escuras, com um ponto branco no centro. As lagartas têm o hábito noturno e

podem, ocasionalmente, se esconder no solo. A coloração dos ovos é creme esverdeado

com tons de cinza logo após a oviposição, escurecendo á medida que se desenvolve. O

número de ovos por postura varia de duzentos a quatrocentos ovos. São depositados em

uma ou duas camadas e cobertos por escamas (Kuss- Roggia, 2009).

23

2.5 LAGARTAS DO COMPLEXO HELIOTHINAE

As lagartas pertencentes á subfamília Heliothinae tem sido observadas de

forma freqüente nos cultivos agrícolas, principalmente, em lavouras de soja e tomate com

certo aumento substancial nestes dois últimos anos, como foi possível se constatar na safra

2012/13 onde se tornaram um dos principais problemas para produtores das regiões Norte,

Centro-Oeste e Sul do país (Cultivar, 2011). Atualmente no Brasil, podemos citar quatro

espécies pertencentes á subfamília Heliothinae ocorrentes nas regiões produtoras de soja,

milho e tomate do país: Heliothis virescens, Helicoverpa zea, H. gelotopoeon e H.

armigera, sendo esta última recentemente identificada nas lavouras de norte a sul do país

(Czepak et al., 2013a). Os danos causados por larvas pertencentes a esse complexo são

maiores que os causados por outras lagartas, principalmente nas fases posteriores ao início

do florescimento, destruindo flores, vagens e os grãos, além de folhas novas (Sosa Gómez

et al., 2010).

A ocorrência da H. virescens Fabricius, 1781 na cultura da soja tem sido

crescente, apesar de não ser seu hospedeiro preferencial (Tomquelski, 2009). O adulto é

uma mariposa de coloração amarronzada levemente manchada de verde, com envergadura

de 28 a 35 mm. No primeiro par de asas apresenta três listras brancas transversais, em

relação á largura das asas. As fêmeas são mais escuras que os machos, podendo ovipositar

de quinhentos a oitocentos ovos de forma isolada na cultura durante sua vida reprodutiva.

A H. virescens possui um ciclo de vida curto, o que permite que ela tenha uma grande

capacidade de aumento populacional e sobreposição de gerações (Moreti, 1980). Os ovos,

geralmente, são colocados sobre as brácteas, folhas novas e principalmente nos ponteiros

das plantas e apresentam forma esférica, achatados na base e de cloração branco-

amarelado, tornando-se cinza quando próximos da eclosão, (Bernhardt, 1985). As lagartas

apresentam coloração bastante variada, de verde-amarelada a marrom-avermelhada, até um

tom mais escuro. Apresenta um período de crescimento aproximado de 26 dias, que pode

variar de acordo com a temperatura. A pupa apresenta duração média de 13 dias, e

coloração avermelhada, tornando-se marrom escura próxima á emergência do adulto

(Okumura, 1962).

Quanto á H. zea (Boddie, 1850) seus danos são semelhante ás outras lagartas

do complexo de Heliothinae na cultura da soja. Atacam folhas, flores, caules e grãos. O

adulto é uma mariposa de coloração cinza-esverdeada. Na cultura da soja a fêmea oviposita

24

preferencialmente no terço superior da planta, tanto nos estágios iniciais, quanto nos

estágios reprodutivos da cultura, porém podendo ovipositar em qualquer parte da planta.

Seus ovos são esféricos e depositados isoladamente (Gallo et al., 2002) As larvas possuem

coloração variável, de verde claro a preta com listras longitudinais e desenvolvem-se em

um período de 13 a 25 dias. Podem chegar a cinqüenta milímetros de comprimento e

empupam no solo. Esta fase dura em média 14 dias dependendo da variação de

temperatura, quando emergirá o adulto. A fase adulta varia de 12 a 15 dias e cada fêmea

tem a capacidade de ovipositar até mil ovos (Souza & Reis, 2003).

No caso da H. gelotopoeon, Dyar 1921 segundo Gassen (2007), é considerada

como praga esporádica em soja. Os adultos possuem asas anteriores de cor marrom,

podendo variar de marrom avermelhado, verde oliva ou cinza, com asas posteriores mais

claras com faixa escura acompanhando a margem lateral. Ovos são também colocados de

forma isolada, preferencialmente nas brotações terminais das plantas. As larvas recém

eclodidas possuem coloração marrom escuro acinzentado e permanecem no interior dos

folíolos da soja formando um aspecto de casulo. Possuem coloração variável assim como

as outras lagartas pertencentes á subfamília Heliothinae, do verde claro á coloração escura.

Ataca a soja em vários estágios, desde a emergência, podendo consumir cotilédones de

plântulas de soja, até estruturas reprodutivas.

Já a H. armigera Hübner, 1808 é considerada uma praga extremamente

agressiva com alta capacidade de mobilidade, grande habilidade de reprodução e uma vasta

quantidade de hospedeiros, assim como todo o complexo de Heliothinae. Vale ressaltar que

até então, a H. armigera era considerada como quarentenária no Brasil, e seu primeiro

registro no Brasil foi feito em março de 2013, atacando cultivos de soja em Goiás (Czepak

et al., 2013b).

Alimentam-se em todos os estágios de desenvolvimento da planta, isto é,

ramos, flores e frutos, danificando, principalmente, as estruturas frutíferas dos cultivos

(Johnson & Zalucki, 2005; Sannino, 2005). O período larval é constituído de cinco a seis

instares, podendo seu ciclo durar até três semanas, dependendo das condições climáticas da

região. Em seu último instar, pode chegar até quarenta milímetros de comprimento, com

colorações variadas, do verde ao amarelo-claro, avermelhado ou preto (Eppo, 1981). O

adulto apresenta, sobre as margens das asas anteriores, uma linha com sete a oito manchas

e uma faixa marrom ampla, irregular e transversal sendo que na parte central, apresenta

uma marca em forma de vírgula. As asas posteriores são mais claras e na extremidade

25

apical, uma borda marrom escura com uma mancha clara no centro (Eppo 1981, Eppo 1996).

Em seus últimos estágios, empupa-se no solo e dependendo das condições climáticas pode

entrar em diapausa (Karim, 2000).

26

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 LOCAIS DAS ÁREAS AMOSTRADAS

Os levantamentos foram realizados durante duas safras agrícolas consecutivas,

2011/2012 e 2012/2013 e conduzidos nas Fazendas “Veneza”, localizada no município de

Nazário/GO e “Santa Rosa”, localizada no município de Palminópolis/GO.

A Fazenda Veneza encontra-se situada na microrregião de Anicuns e na

mesorregião do Centro Goiano a 10 km de Nazário. Quanto a Fazenda Santa Rosa, esta se

encontra situada na microrregião do Vale dos Rios dos Bois e na mesorregião do Sul

Goiano á 21 km da cidade de Palmeiras de Goiás, ambas estão situadas a aproximadamente

100 km da capital Goiana.

Para facilitar o entendimento dos dados, os campos foram nomeados conforme

mostra a Tabela 1. Na Fazenda Veneza o campo monitorado durante a safra 2011/2012,

(A1) e 2012/2013, (A3) foi mantido o mesmo. No segundo ano de monitoramento, na

Fazenda Santa Rosa, safra 2012/2013 foram selecionados dois campos diferentes do

monitorado de 2011/2012, pois no anterior foi realizado o plantio cruzado da área o que

dificultaria o monitoramento.

Tabela 1. Áreas monitoradas durante as safras 2011/2012 e 2012/2013 nos municípios

de Nazário/GO e Palminópolis/GO.

Safra Fazenda Veneza Fazenda Santa Rosa

2011/2012 A1 A2

2012/2013 A3 A4 e A5

A Fazenda Veneza está entre as coordenadas geográficas 16º 65‟402”S e 49º

93‟648”W, com altitude média de 649 m respectivamente, e a Fazenda Santa Rosa, entre

as coordenadas geográficas 16º 61‟439”S e 49º 25‟445”W, com altitude média de 729 m.

As operações de semeadura, e tratos culturais (controle de plantas daninhas e doenças)

foram executadas de acordo com as recomendações técnicas (Tabela 2) para a cultura para

todas as áreas monitoradas (Embrapa, 2010).

27

Tabela 2. Tratos culturais e data de plantio das respectivas áreas monitoradas de soja durante as safras 2011/2012 e 2012/2013 nos municípios de

Nazário – GO e Palminópolis – GO, 2011/2012 e 2012/2013.

Área Localização Cultura

Anterior

Data do

Plantio Cultivar

Espaç.

entre

linhas

(m)

Plantas/ha Tratamento de

Sementes

Controle Fitossanitário

Herbicidas Fungicidas

A1

23 ha

Nazário

16º 65.402‟ S

49º 93.648‟ O

Brachiaria

ruziziensis +

Plantas

espontâneas

13/11/11 P 98Y11 0,5 280.000

Fipronil +

Piraclostrobina +

Thiophanate methyl

(Standak Top)

Glifosato-sal de

isopropilamina

(Roundup

Original)

Azoxystrobin +

Ciproconazol

(Priori Xtra)

A2

68 ha

Palminópolis

16º 61. 439‟ S

49º 25. 445‟ O

Milho – 34 ha

Tomate– 34 ha 02/10/11 P 98Y12 0,5 260.000

Fipronil +

Piraclostrobina +

Thiophanate methyl

(Standak Top)

Glifosato-sal de

isopropilamina

(Roundup

Original)

Protioconazol +

Trifloxystrobin

(Fox)

A3

23 ha

Nazário

16º 65.402‟ S

49º 93.648‟ O

Brachiaria

ruziziensis +

Plantas

espontâneas

09/11/12

P 98Y30 0,5

260.000

Fipronil +

Piraclostrobina +

Thiophanate methyl

(Standak Top)

Glifosato-sal de

isopropilamina

(Roundup

Original)

Ciproconazol +

Picoxistrobina

(Aproach Prima)

A4

35 ha

Palminópolis

16º 61.439‟ S

49º 25.445‟ O

Brachiaria

ruziziensis +

Plantas

espontâneas

Milho

20/10/12

P 98Y12 0,55 236.364

Imidacloprido (Picus);

Fludioxonil +

Metalaxyl (Apron

RFC); Fipronil

(Belure)

Glifosato-sal de

isopropilamina

(Trop)

Piraclostrobina +

Epoxiconazol

(Opera SE)

A5

17ha

Palminópolis

16º 61.439‟ S

49º 25.445‟ O

Milheto 04/10/12 P 98Y12 0,55 236.364

Imidacloprido

(Picus); Fludioxonil

+ Metalaxyl (Apron

RFC); Fipronil

(Belure)

Glifosato-sal de

isopropilamina

(Trop)

Protioconazol

+

Trifloxystrobin

(Fox)

28

3.2 AMOSTRAGEM DAS LAGARTAS DESFOLHADORAS

Os pontos a serem amostrados foram determinados a partir da emergência da

soja, independente da área e para tanto foi utilizado um Global Position System (GPS) e a

partir de então se iniciou os monitoramentos com freqüência semanal. Os campos definidos

tiveram seus perímetros demarcados com o GPS de navegação modelo Garmin Etrex

(Figura 1). Foi confeccionada uma malha de amostragem para cada área, espaçados de 50 x

50 m. O programa TrackMaker tecnologia móvel foi usado para dividir as áreas em malhas

regulares de amostragem. Os pontos dos campos amostrados na safra 2011/2012 ficaram

estabelecidos da seguinte forma: Fazenda Veneza campo A1, 83 pontos, totalizando 1.079

amostras em 13 avaliações e Fazenda Santa Rosa campo A2, 234 pontos, totalizando 3.276

amostras em 14 avaliações. Na safra 2012/2013, Fazenda Veneza campo A3, 83 pontos e

com 1.245 amostras em 15 avaliações, Fazenda Santa Rosa campos A4, 117 pontos

totalizando 1.638 amostras em 14 avaliações e A5, 56 pontos, com 672 amostras em 12

avaliações. Todos os pontos dos campos avaliados durante os dois anos nos campos eram

equidistantes. O total de pontos amostrados foi de 7.910 e o número de estádios fenológicos

avaliados variou com a variedade da soja cultivada.

Figura 1. Pontos equidistantes 50 x 50m onde as amostragens foram realizadas. Cada „+‟

representa um metro linear de fileira onde foi feita a amostragem com o pano

de batida.

29

Após serem definidos, os pontos foram transferidos para o GPS, a fim de

possibilitar que em todas as amostragens as observações pudessem ser efetuadas no mesmo

ponto (Figura 2). O caminhamento ocorreu em linha reta, de forma que cobrisse toda a

extensão do campo e que qualquer tendência direcional pudesse ser detectada. As

avaliações iniciavam no período matutino e se estendiam até a finalização dos pontos que na

maioria das vezes ultrapassava o período vespertino. As amostragens foram efetuadas

sempre por uma equipe de quatro pessoas, dividindo-se em duplas, cada uma iniciando nas

diferentes extremidades do campo, de forma que, um integrante da dupla, de posse do

receptor GPS (Garmin Etrex), pudesse identificar e registrar os pontos a serem amostrados.

O método utilizado para realização da amostragem foi o de batida de pano.

Figura 2. Identificação dos pontos amostrados com o auxílio do Global Position System

(GPS), para posterior coleta de dados.

Para a coleta dos dados foi utilizado o pano de batida, constituído de um tecido

branco de 1m de comprimento e 1,4 de largura preso a dois bastões de madeira nas laterais,

de forma a cobrir a fileira adjacente da soja, facilitando as avaliações (Figura 3). Para as

coletas, uma extremidade do pano foi colocada entre as plantas de soja, sendo ajustada à

base das plantas de uma linha e a outra estendida sobre as plantas da linha adjacente,

principalmente na fase reprodutiva da cultura, devido ao porte avantajado da cultura, onde

dificulta a coleta das amostras. As plantas de uma fileira foram sacudidas, vigorosamente,

a fim de derrubar os insetos-praga sobre o pano (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). Todas

as lagartas presentes no ponto amostral foram devidamente contadas, classificadas dentro

dos complexos previstos e de tamanho, pequenas (≤ 1,5 cm) e grandes (≥ 1,5 cm) e

30

anotadas em fichas de avaliação confeccionadas especificamente para este trabalho (Figura

4). Esse procedimento foi realizado em um metro de linha de soja, representando 1m linear

de área por ponto amostrado. As amostragens foram realizadas a partir do estádio

fenológico V4, estádio onde a cultura da soja adquiriu estatura suficiente para que se

permitisse a realização da batida de pano, sem causar danos ás plantas. O monitoramento

da soja foi realizado semanalmente até o final do ciclo da cultura em todas as áreas das

safras 2011/2012 e 2012/2013.

Figura 3. Batida de pano com dimensões de 1,0 metro de comprimento por 1,40 metros de

largura, método utilizado para amostragem de pragas na cultura da soja.

Goiânia-GO, 2014.

31

Figura 4. Ficha de amostragem utilizada para coleta dos dados nos monitoramentos

realizados nas safras 2011/2012 e 2012/2013, Goiânia-GO, 2014.

3.3 ANÁLISES DOS DADOS

Os dados foram submetidos á analise estatística descritiva para verificar a

flutuação da população das espécies mais frequentes em cada campo, utilizando os

seguintes procedimentos do SAS SYSTEM 9.0, PROC UNIVARIATE, PROC MEANS e

PROC FREQ. A flutuação populacional das espécies de lagartas predominantes foram

representadas em gráficos obtidos no programa Sigma Plot for Windows Version 12.0

(Copyright® 2011 Systat Software, Inc.). O primeiro passo para descrever a distribuição

espacial foi plotar os dados para construir mapas representativos do número de

lagartas/batida de pano. O programa de computador utilizado para plotar os dados foi o

SURFER (Golden Software, Inc,).

32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES DE LAGARTAS DESFOLHADORAS DA

SOJA SAFRA 2011/2012 E 2012/2013.

Neste trabalho, não foi possível fazer a identificação das espécies no campo e,

portanto estas foram agrupadas por subfamílias, com exceção da espécie A. gemmatalis. As

lagartas pertencentes ao complexo de Plusiinae ocorreram com maior freqüência nas

amostragens (Figura 5). Este resultado vem confirmar os dados já obtidos por Moraes et al.

(1991) os quais afirmam que as lagartas mais comuns na cultura da soja no Brasil são as

pertencentes ao complexo Plusiinae. Neste estudo, o complexo Plusiinae representou

52,04% na safra 2011/2012 e 48,53% em 2012/2013 do total de lagartas amostradas

(Figura 5A e B), seguidas das espécies do complexo de Spodoptera, representando 29,71%

na safra 2011/2012 e 34,43% na safra 2012/2013. A maior ocorrência do complexo de

Spodoptera se deu na fase reprodutiva da cultura, e especificamente na fase de enchimento

de grãos. As espécies S. eridania e S. cosmioides predominaram em relação às demais

Spodopteras e também neste caso os resultados estão de acordo com Hoffmann-Campo

(2000).

A A. gemmatalis não foi a espécie mais freqüente na região do Centro-Sul de

Goiás, pois representaram apenas 16,74% na safra 2011/2012 e 11,72% em 2012/2013, do

total de lagartas amostradas diferindo dos resultados encontrados no Rio Grande do Sul

por Stecca (2008, 2011) e por vários outros autores em diferentes regiões do Brasil

(Venzon & Martins Filho, 1995; Didonet et al., 1998, 2003). O referido autor encontrou

como espécie predominante na região Sul do país a A. gemmatalis, seguida por lagartas da

subfamília Plusiinae e Spodoptera. No entanto, Stecca (2011) diz que, especificamente em

algumas regiões do Rio Grande do Sul, as lagartas da subfamília Plusiinae apresentaram-se

com maior frequencia, coincidindo com os resultados encontrados na região do Centro-Sul

de Goiás.

Segundo Campos et al. (1997), essa variação na proporção de insetos entre

municípios ou regiões pode estar relacionada aos diferentes sistemas de cultivo e de

manejo de pragas empregados e das condições edafoclimáticas, que variam de local para

33

local. Isso pode ser comprovado ao verificarmos os estudos de Campos et al. (1997) no

Mato Grosso do Sul, onde a C. includens foi a espécie mais frequente no estado.

As lagartas do complexo Heliothinae ocorreram, em comparação aos demais

grupos de lagartas, em níveis populacionais relativamente baixos na região do Centro-Sul

de Goiás, representando apenas 1,47% na safra 2011/2012 e 5,3% na safra 2012/2013,

nota-se, entretanto um aumento substancial deste complexo de uma safra para outra. E em

se tratando de espécies bastante destrutivas, pois podem atacar as partes reprodutivas da

cultura, passam a ser motivo de preocupação no meio agrícola. No caso deste grupo de

lagartas especificamente, há grandes possibilidades de que as espécies H. armigera e H.

virescens podem ter sido predominantes nas duas safras monitoradas, pois segundo Czepak

et al. (2013a), são as mais freqüentes em cultivos de soja.

34

Safra 2011/12

Safra 2012/13

Anticarsia gemmatalis

Complexo Plusiinae

Complexo Spodoptera

Complexo Heliothinae

Figura 5. Percentual das espécies de lagartas desfolhadoras da soja no Centro-Sul de

Goiás/GO, safra 2011/2012 e 2012/2013.

52,04% 16,74%

29,71%

1,47%

48,53%

34,43%

11,72%

5,3%

A

B

Safra 2011/2012

Safra 2012/2013

35

4.2 FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE LAGARTAS DESFOLHADORAS

Para a melhor interpretação dos dados, as lagartas foram agrupadas em quatro

categorias representadas na Figuras 6A, 7A, 8A, 9A e 10A: pequenas (do primeiro ao

terceiro instar), figuras 6B, 7B, 8B, 9B e 10B: grandes (do quarto ao sexto instar), Figuras

6C, 7C, 8C, 9C e 10C: pequenas + grandes e total de lagartas por metro linear.

Primeiramente faremos um apanho geral dos resultados encontrados nas cinco áreas

monitoradas, logo após, cada área monitorada será devidamente descrita.

As principais espécies de lagartas que ocorreram na cultura da soja nas safras

2011/2012 e 2012/2013 na região do Centro-Sul Goiano foram a A. gemmatalis, complexo

Plusiinae e complexo Spodoptera, coincidindo com os resultados encontrados por Stecca

(2011) em Santa Maria/RS. Nos dois anos de monitoramento, a exceção da área A3, nas

demais áreas os maiores picos populacionais de A. gemmatalis e das espécies pertencentes

aos complexos Plusiinae, Spodoptera e Heliothinae ocorreram na fase reprodutiva da

cultura (Figuras 6C, 7C, 8C, 9C e 10C), porém em baixa densidade populacional, não

ultrapassando 12 lagartas/metro mantendo-se, portanto sempre abaixo do nível de controle

que é de 20 lagartas/metro (Embrapa, 2006). Mesmo assim, essa constatação não impediu

que aplicações com inseticidas fossem feitas, pois nestas regiões os níveis de controle

quando adotados, são posicionados para no máximo dez lagartas/m, principalmente se

houver desfolha aparente na cultura.

Comportamento semelhante, em relação ao número de lagartas foi constatado

por Moraes et al. (1991) em duas safras consecutivas no Rio Grande do Sul e por Didonet

et al. (2003), em estudo realizado no Estado do Tocantins, pois os mesmos relataram

pouca incidência de lagartas desfolhadoras no período vegetativo, concentrando maior

densidade populacional no período reprodutivo. Entretanto, estes resultados diferiram dos

observados no Estado de Roraima por Júnior et al. (2010), que constataram picos

populacionais das lagartas desfolhadoras na fase vegetativa da cultura. Confirmando com

isso que estas populações de lagartas desfolhadoras podem ser influenciadas por inúmeros

fatores, que vão desde a localização da lavoura até as condições climáticas da região.

Considerando a população total de lagartas do complexo Plusiinae, em

comparação com as demais, percebe-se que este grupo apresentou as maiores freqüências,

resultando em picos populacionais superiores nos dois anos de amostragem na região do

Centro-Sul Goiano, isto é, 2011/2012 e 2012/2013 conforme é possível verificar nas

Figuras 6C, 7C, 8C, 9C e 10C. Estes resultados diferem dos encontrados por Didonet et al.

36

(2003) e Stecca, 2008, 2011, onde a A. gemmatalis predominou sobre as demais espécies

durante todo o ciclo da cultura.

Na individualização dos diferentes grupos de lagartas foi possível observar que

as populações de A. gemmatalis mantiveram-se abaixo no nível de controle que é de 20

lagartas/m (Embrapa, 2006), para todas as áreas monitoradas nas safras 2011/2012 e

2012/2013, e seus, maiores picos populacionais ocorreram no final da fase vegetativa

V7/V8 e início da fase reprodutiva, e não passaram de 2,97 lagartas por metro (Figura 6C),

resultado bem abaixo dos índices normalmente registrados para a espécie, conforme

Stecca, (2011).

Ao comparar a flutuação populacional de A. gemmatalis e de Plusiinae na

cultura da soja, pode-se observar que a espécie A. gemmatalis é a primeira a aparecer nos

cultivos de soja. Esta observação pode ser constatada nas Figuras 6A e 6B que mostram

infestações de A. gemmatalis logo no início do estádio vegetativo V4 da cultura,

apresentando 1,31 lagartas pequenas/m e 1,0 lagarta grande/m. É com esta população que,

geralmente, o produtor inicia estratégias de controle, primeiramente porque aplica sem o

correto conhecimento da população presente e depois porque aproveita o momento das

aplicações de herbicidas ou foliares para fazer aplicações de inseticidas. Isso ficou

evidenciado na área A4 onde o produtor aplicou inseticida com níveis baixos da praga. Foi

realizado o controle químico da A. gemmatalis, com a utilização do defensivo Imunit

(Alpha-cypermethrin 75 g/l +Teflubenzuron 75 g/l) na dose de 125 ml/ha-1

, reduzindo a

população para 0,21 lagartas pequenas/m e 0,32 lagartas grandes/m

na fase vegetativa entre

V5 e V6. Logo após, observou-se nos monitoramentos seguintes um aumento populacional

de A. gemmatalis pequenas (Figura 6A), isso se deve, provavelmente, á eclosão dos ovos já

instalados na área, visto que a população de A. gemmatalis grande não aumentou

simultaneamente. No estádio fenológico V7/V8 (Figura 6A) ocorreu uma redução drástica

na população de lagartas, isto pode ser justificado pela segunda aplicação do defensivo

Imunit (Alpha-cypermethrin 75 g/l + teflubenzuron 75 g/l) na dose de 125 ml/ha-1

, o que

reduziu as populações de ambos os estádios (grandes e pequenas) a zero quando em R3 a

cultura da soja.

Eventualmente, encontram-se muitas lagartas do gênero Spodoptera em soja

(Stecca, 2011). Estas lagartas têm aumentado muito a sua freqüência de ocorrência, nos

últimos anos, causando danos importantes devido à sua grande voracidade (Guedes et al.,

2011). Para as duas safras avaliadas, o complexo de Spodoptera apresentou picos

37

populacionais no final da fase reprodutiva da cultura, para os dois anos de monitoramento

(Figuras 6 a 10). As espécies mais freqüentes na soja no Brasil são a S. eridania e S.

cosmioides, comumente encontradas no final de enchimento de grãos até a fase de

senescência da cultura (Gassen, 2007; Degrande & Vivian, 2007). Estudos realizados por

Stecca (2008) mencionam que as variações de picos populacionais de lagartas

desfolhadoras como as do complexo de Spodoptera, podem estar relacionadas às variações

climáticas como a precipitação, períodos de veranicos na região, somados ao estádio

fenológico da planta os quais favorecem o aparecimento da praga, visto que espécies do

gênero Spodoptera alimentam-se preferencialmente dos legumes das plantas.

As lagartas do complexo Spodoptera ocorreram em sua maioria durante as duas

safras avaliadas 2011/2012 e 2012/2013, na fase reprodutiva da cultura, especificamente a

partir de R5, com exceção da área A3 na safra 2012/2013 (Figura 8A), onde houve um

surto de lagartas da espécie S. frugiperda na fase V6 da cultura, chegando a picos de 7,1

lagartas pequenas/m. Situação incomum para a região, já que a espécie S. frugiperda não

apresenta histórico de altos índices de população na cultura da soja, principalmente na fase

vegetativa da cultura. Isto pode estar associado ao fato da área ter sido mantida com

milheto até próximo da dessecação para plantio da soja, confirmando a ideia que cultivos

safrinha ou a manutenção de plantas hospedeiras antes dos plantios de verão favorecem a

manutenção de pragas na área. Além disso, é sabido o alto grau de polifagia que esta

espécie possui. Pogue (1995) cita mais de 100 espécies hospedeiras da S. frugiperda,

podendo se alimentar e sobreviver nos mais diversos grupos de plantas.

Apesar da H. armigera no Brasil ter sido identificada somente na safra

2012/2013 é possível que a presença desta espécie nos monitoramentos também tenha

ocorrido na safra 2011/2012 conforme supõe Czepak et al. (2013b).

A infestação de lagartas do complexo de Heliothinae, no geral, foi pequena

para todas as áreas monitoradas, considerando todo o ciclo da cultura (Figuras 6 a 10).

Porém sua alta voracidade e o fato de não necessitar de muitos espécimes para que o dano

seja verificado, faz com que produtores se antecipem no controle de sua população,

objetivando com isso menores prejuízos.

Na área A5, no segundo ano de monitoramento (Figuras 9A e 9B), as

populações de Heliothinae chegaram a 0,87 lagartas pequenas/m e 0,36 lagartas grandes/m

na fase reprodutiva R3 da cultura. Estes índices são altos visto que segundo Czepak et al.

(2013a), este complexo de lagartas é altamente voraz atacando folhas, flores e vagens

38

grãos. De acordo com Czepak et al., (2013a), este complexo deve ser controlado quando

houver 0,5 lagartas/m, visto que o controle é mais efetivo quando a lagarta apresenta

estágio de desenvolvimento até L3 para qualquer cultura.

A seguir serão descritos os resultados obtidos em cada área amostrada. No caso

da área A1, a densidade populacional de lagartas pequenas de A. gemmatalis foi maior que

todas as demais lagartas encontradas na área, inclusive em relação ao complexo de

Plusiinae. Estas lagartas pequenas foram observadas em maior número na fase vegetativa e

dias depois um pico populacional de lagartas grandes de A. gemmatalis foi observado

provavelmente advindo da população de lagartas pequenas observadas anteriormente

(Figura 6A). Ao considerar lagartas pequenas (L1 a L3) e grandes (L4 a L6), o número

médio de Plusiinae/m presente na área foi superior a todas as espécies de lagartas

diagnosticadas na área, (Figura 6C).

As lagartas do gênero Spodoptera mantiveram baixos níveis populacionais até

a fase reprodutiva, mais precisamente no estádio fenológico R6. Logo após esta fase

registrou-se um aumento da sua infestação, a partir da estádio fenológico R6, chegando a

2,7 lagartas/m (Figura 6C). As espécies presentes na área foram S. eridania e S.

cosmioides, como citado anteriormente, são as espécies mais ocorrentes na cultura da soja

no Brasil em final de ciclo. As lagartas do complexo Heliohinae mantiveram-se

praticamente ausentes durante todo o ciclo da cultura da soja na área A1.

Na área A2 (Figura 7), as espécies predominantes foram as pertencentes ao

complexo Plusiinae e Spodoptera. A maior ocorrência de Plusiinae deu-se no estádio

fenológico R5.4 da cultura, porém nunca alcançando do nível de controle, pois a média

máxima encontrada foi de 2,7 lagartas/m (Figura 7C). Considerando o total de Plusiinae

observa-se que a infestação ocorreu entre os estádios vegetativos V7 e V8, havendo um

aumento populacional no estádio fenológico R5.4, e uma queda brusca logo em seguida.

Isto pode ser justificado pela aplicação do inseticida Belt (flubendiamida) na dose de 70

ml/ha-1

o que fez com que a população reduzisse rapidamente. A população de A

gemmatalis não apresentou altos níveis de infestação durante todo o ciclo da cultura,

mantendo-se abaixo de 0,5 lagartas/m. Possivelmente a baixa densidade populacional

nesta área pode ser explicada por ter sido esta a primeira área a ser plantada na região,

portanto as pressões de pragas são sempre menores.

Em se tratando do complexo de Spodoptera, assim como em A1, ocorreram no

final do ciclo reprodutivo da soja, com maior densidade populacional em R7, chegando a

39

1,8 lagartas/m considerando lagartas grandes e pequenas, não necessitando de medidas de

controle. As lagartas do complexo Heliothinae apesar do número reduzido estiveram

sempre presentes nos monitoramentos e durante todo o ciclo da cultura, assemelhando-se

aos dados já obtidos em A1. Os agricultores normalmente adotam o nível de controle

considerando o nicho de pragas como um todo, ou seja, o número de lagartas presentes por

metro não distinguindo entre espécies. Portanto, mesmo levando em consideração o total

de lagartas (Figura 7C) presentes/m, a infestação observada manteve-se abaixo de qualquer

nível de controle existente para lagartas desfolhadoras na cultura da soja, porém mesmo

assim as aplicações de inseticidas foram mantidas.

No segundo ano de monitoramento, no município de Nazário/GO denominada

área A3 observou-se dois picos populacionais de A. gemmatalis, apresentando média de

1,6 lagartas pequenas/m no estágio vegetativo V6 e 1,8 lagartas pequenas/m no estádio

fenológico R1 da cultura (Figura 8A) e 0,86 lagartas grandes/m na estadio vegetativo V6

da cultura (Figura 8B). Confirmando a presença desta espécie já nos primeiros estágios de

desenvolvimento da cultura.

Entretanto, as espécies predominantes também foram as pertencentes ao

complexo Plusiinae assim como nas áreas já discutidas anteriormente. O pico populacional

das Plusiinae ocorreu na fase R3 da cultura, com 4,2 lagartas/m (Figura 8C). Foi a maior

incidência após o surto desordenado de S. frugiperda na fase vegetativa da cultura. A área

A3, na entressafra é utilizada na atividade pecuária, como pastagem todos os anos durante

a entressafra, além do que foi semeado milheto logo após a colheita da soja. Sabe-se que

espécies do gênero Spodoptera possuem grande preferência por plantas da família Poaceae

como milho, trigo, entre outras (Busato et al., 2002), além de possuir muitos outros

hospedeiros alternativos. Desta forma, este surto pode ser justificado pelo grande número

de hospedeiros alternativos presentes na área, além da presença de mata próxima à cultura

da soja, o que pode ter favorecido a sobrevivência das mariposas na região. Para o seu

controle, utilizou-se o inseticida Lannate (metomil, 215 g/L) na dose de 1L/ha-1

, (Figura

8A).

Com relação ao complexo Heliothinae, evidenciou-se uma população de

lagartas grandes na área, especificamente na fase reprodutiva da cultura em R6, chegando a

0,9 lagartas grandes/m (Figura 8B), população relativamente alta, levando em consideração

a voracidade que este complexo representa á cultura. A não observação de lagartas

pequenas na área pode ser explicada pela dificuldade na identificação, pois nos seus

40

estágios iniciais esta lagarta estava sendo confundida coma as lagartas comumente

encontradas na soja, mais uma razão para que os monitoramentos sejam feitos a partir de

um treinamento que deve ser mantido e atualizado para que este tipo de ocorrência não

passe despercebido. Após esta fase a população reduziu devido á aplicação do inseticida

Ampligo (lambda-cialotrina + clorantraniliprole) na dose de 100 ml/ha-1

, o que levou a

população a zero quando em R7.

A área A4 (Figuras 9A, B e C), foi onde o complexo de Plusiinae mais se

destacou, iniciando sua entrada entre os estádios fenológicos V8 e V9 da cultura, atingindo

o pico populacional entre os estadios R3 e R4. Nesta fase o complexo de Plusiinae atingiu

média de 6,8 lagartas/m, maior média encontrada para Plusiinae nas cinco áreas

monitoradas. As demais espécies avaliadas, foram incipientes, portanto, as decisões de

controle foram realizadas visando principalmente o complexo de Plusiinae. Incipientes

Por fim, nas Figuras 10A, B e C encontram-se representadas as flutuações da

área A5 e neste caso as espécies predominantes foram os complexos Plusiinae e

Spodoptera. Nesta área, as Plusiinae iniciaram sua infestação já em V5, mas o pico

populacional se deu no estádio fenológico R3 da cultura (Figura 10A, B e C). Em seguida

observou-se um aumento populacional do complexo de Spodoptera que se iniciou no

estádio R5.3 da cultura, atingindo níveis elevados de população em R6.

A presença da A. gemmatalis na área (Figuras 10A, B e C) foi insignificante,

não alcançando a média de uma lagarta/m, assim como em A4, visto que os tratos culturais

de ambas foram os mesmos. As lagartas pertencentes ao complexo Heliothinae

apresentaram níveis significativos no estadio fenológico R3, com uma lagarta/m, porém

nas avaliações que se seguiram houve uma redução populacional, provavelmente devido as

aplicações de inseticida na área.

41

A1 2011/12

Estádio fenológico

V4 V5/V6V7/V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.2 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

2

4

6

8Anticarsia gemmatalis pequena

Complexo Plusiinae pequena

Complexo Spodoptera pequena

Complexo Spodoptera pequena

Estádio fenológico

V4 V5/V6V7/V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.2 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

2

4

6

8 Anticarsia gemmatalis grande

Complexo Plusiinae grande

Complexo Spodoptera grande

Complexo Helithinae grande

Estádio Fenológico

V4 V5/V6V7/V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.2 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

Nº de

lagar

tas/m

0

2

4

6

8

Anticarsia gemmatalis

Complexo Plusiinae

Complexo Spodoptera

Complexo Heliothinae

TOTAL

Figura 6. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na área

A1. Nazário/GO.

A

B

C

A1

42

A2 2011/12

Estadio fenológico

V4 V5/V6 V7 V8 R1 R2/R3 R3/R4 R5.1 R5.3 R5.4 R5.5 R6 R7 R8

Nº de

lagarta

s/m

0

1

2

3

4

Anticarsia gemmatalis pequena

Complexo Plusiinae pequena

Complexo Spodoptera pequena

Complexo Heliothinae pequena

Estadio fenológico

V4 V5/V6 V7 V8 R1 R2/R3R3/R4R5.1 R5.3 R54 R55 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

1

2

3

4Anticarsia gemmatalis grande

Complexo Plusiinae grande

Complexo Spodoptera grande

Complexo Heliothinae grande

Estádio fenológico

V4 V5/V6 V7 V8 R1 R2/R3R3/R4R5.1 R5.3 R54 R55 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

1

2

3

4Anticarsia gemmatalis

Complexo Plusiinae

Complexo Spodoptera

Complexo Heliothinae

TOTAL

Figura 7. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, área A2.

Palminópolis/GO.

A

B

C

A2

43

A3 2012/13

Estádio fenológico

V5 V6 V7 V8 R1 R2 R3 R4 R5.1R5.2R5.3R5.5 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

2

4

6

8

10

12

Anticarsia gemmatalis pequena

Complexo Plusiinae pequena

Complexo Spodoptera pequena

Complexo Heliothinae pequena

Estádio fenológico

V5 V6 V7 V8 R1 R2 R3 R4 R5.1R5.2R5.3R5.5 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

2

4

6

8

10

12Anticarsia gemmatalis grande

Complexo Plusiinae grande

Complexo Spodoptera grande

Complexo Heliothinae grande

Estádio fenológico

V5 V6 V7 V8 R1 R2 R3 R4 R5.1 R5.2 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

Nº d

e la

gart

as/m

0

2

4

6

8

10

12

Anticarsia gemmatalis

Complexo Plusiinae

Complexo Spodoptera

Complexo Heliothinae

TOTAL

Figura 8. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, área A3.

Nazário/GO.

A

C

B

A3

44

A4 2012/13

Estádio fenológico

V3/V4 V7 V8/V9 R1 R2 R3 R3/R4 R4 R5.1 R5.3 R5.4 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

2

4

6

8Anticarsia gemmatalis pequena

Complexo Plusiinae pequena

Complexo Spodoptera pequena

Complexo Heliothinae pequena

Estádio fenológico

V3/V4V7V8/V9R1 R2 R3R3/R4R4 R5.1R5.3R5.4 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0 Anticarsia gemmatalis grande

Complexo Plusiinae grande

Complexo Spodoptera grande

Complexo Heliothinae grande

Estádio fenológico

V3/V4 V7 V8/V9 R1 R2 R3 R3/R4 R4 R5.1 R5.3 R5.4 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

2

4

6

8

Anticarsia gemmatalis

Complexo Plusiinae

Complexo Spodoptera

Complexo Heliothinae

TOTAL

Figura 9. Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na safra

2012/2013, área A4. Palminópolis/GO.

A

B

C

A4

45

A5 2012/13

Estádio fenológico

V5 V7 V8/V9R1/R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

1

2

3

4

5

Anticarsia gemmatalis pequena

Complexo Plusiinae pequena

Complexo Spodoptera pequena

Complexo Heliothinae pequena

Estádio fenológico

V5 V7 V8/V9R1/R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

1

2

3

4

5 Anticarsia gemmatalis grande

Complexo Plusiinae grande

Complexo Spodoptera grande

Complexo Heliothinae grande

Estádio fenológico

V5 V7 V8/V9R1/R2 R3 R4 R5.1 R5.3 R5.5 R6 R7 R8

Nº de

laga

rtas/m

0

1

2

3

4

5Anticarsia gemmatalis

Complexo Plusiinae

Complexo Spodoptera

Complexo Heliothinae

TOTAL

Figura 10 - Flutuação populacional de lagartas desfolhadoras na cultura da soja, na safra

2012/2013, área A5. Palminópolis/GO.

A

B

C

A5

46

4.3 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE PLUSIINAE NA CULTURA DA SOJA

Para a discussão da distribuição espacial do complexo Plusiinae das respectivas

áreas monitoradas nos anos de 2011/2012 e 2012/2013 na região do Centro-Sul de Goiás,

os resultados são descritos analisando o contexto geral dos campos, de modo que, foram

selecionadas as avaliações que apresentaram densidades populacionais suficientes para

descrição da distribuição da espécie.

Pelos mapas da distribuição espacial das lagartas do complexo Plusiinae no

campo A1, município de Nazário/GO no primeiro ano de monitoramento, pôde-se observar

que a sua entrada na área deu-se no início da fase vegetativa da cultura, entre V5 e V6

(Figura 11), sendo que a distribuição das lagartas foi aleatória do início ao fim de sua

ocorrência, diferindo dos resultados encontrados por Guedes et al. (2011), onde os mesmos

concluíram que a distribuição espacial das lagartas desfolhadoras na soja em Santa

Maria/RS, inicialmente se manteve de forma aleatória e á medida que a população cresceu,

tornou-se agregada.

De acordo com Kleijn & Langeveldeb (2006), o padrão de distribuição espacial

dos insetos é influenciado pela qualidade dos habitats. Desse modo, é possível atribuir que

a densidade populacional da espécie no local, está relacionada à migração de adultos para a

área, identificada como local preferencial para oviposição, visto que as formas jovens da

mesma possuem pequena capacidade de dispersão, ou seja, ficam próximas aos locais

elegidos pelos adultos.

As aplicações de defensivos não interferiram na distribuição da praga quando se

trata da reinfestação após a aplicação de inseticida realizada em R5.5 (Figura 5), pois a

distribuição do complexo Plusiinae da área continuou aleatória. A distribuição aleatória do

complexo Plusiinae na cultura as soja durante todo o período de sua ocorrência, evidencia

que ao amostrar o campo para estimar a população desta espécie, as amostragens podem

ser realizadas tanto na bordadura como no centro da área, pois a representatividade será a

mesma.

47

Campo A1

Continua...

Figura11.Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A1,

Nazário/GO.

5 a 10 10 a 15

0 a 1

1 a 5

48

Figura 11 continuação.

Para a distribuição espacial do complexo de Plusiinae no campo A2, município de

Palminópolis/GO no primeiro ano de monitoramento, a primeira entrada das lagartas deste

complexo deu-se em fase V7 (Figura 12). A partir desta fase, a distribuição também se

comportou de forma aleatória, ocupando praticamente toda a área, com o a

desenvolvimento da cultura, comprovando que formas adultas das espécies de Plusiinae

possuem grande capacidade de dispersão para oviposição ou acasalamento. A partir da fase

reprodutiva R5.1 toda a área passou a ser ocupada pela praga, e em R5.3, não havia mais

diferenciações entre bordadura e centro da área. Isto prova que para um monitoramento

correto, e tomada de decisão para o controle de Plusiinae não é necessário caminhar longas

distâncias adentro da área, pois como a Figura 12 mostra nitidamente, principalmente as

representações das fases R5.3 e R5.5 da cultura, a infestação de Plussinae no campo A2 é

homogênea e aleatória, não agregada. Portanto, para a tomada de decisão, as amostragens

realizadas em qualquer região do campo a ser monitorado são válidas e podem ser

representativas para o campo inteiro.

0 a 1

1 a 5

5 a 10

10 a 15

49

Campo A2

Continua...

Figura12. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A2, Palminópolis/GO.

0 a 1

1 a 5

5 a 10

10 a 15

50

Figura 12 continuação.

No campo A3 a entrada das espécies de Plusiinae ocorreu na fase V5 da cultura

(Figura 13). A figura representativa do estádio V6 da cultura comprova que independente

da área do campo amostrado, a distribuição de Plusiinae é aleatória. Em R5.1, a população

diminui devido ao controle químico realizado. Após o controle, ocorre uma reinfestação

em R5.2 comprovando que o controle químico não interfere no modo de reinfestação da

área.

0 a 1

1 a 5

5 a 10

10 a 15

51

Campo A3

Continua...

Figura13. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A3,

Nazário/GO.

0 a 1

1 a 5

5 a 10

10 a 15

52

Figura 13 continuação.

No campo A4 (Figura 14), a entrada das Plusiinae ocorreu no período

reprodutivo da cultura, em R1. A infestação se iniciou de forma aleatória na área,

aumentando a incidência a partir da fase reprodutiva como pode ser observado em R2, R3

e R4 (Figura 14). Neste período, foi realizado o controle químico e a população diminuiu,

como pode ser observado em R5.1, R5.4 e R7. Porém, não só o controle químico foi o

responsável pela redução da população, a preferência por tecidos vegetais mais jovens

pode ter influenciado na migração dos adultos para áreas mais propicias ao

desenvolvimento das formas larvais, como por exemplo, cultivos de soja tardios, além do

que as mariposas da família Noctuidae têm preferência por plantas floridas na oviposição

(Embrapa, 2006).

0 a 1

1 a 5

5 a 10

10 a 15

53

Campo A4

54

Continua...

Figura14. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A4,

Palminópolis/GO.

No campo A5, o início da infestação ocorreu na fase V7 da cultura aumentando

a incidência no decorrer da cultura, em V8/V9, R4 (Figura 15). A distribuição desta praga

no campo A5 se manteve de forma aleatória assim como foi observado em todas as áreas

monitoradas nas safras 2011/2012 e 2012/2013. A partir da fase R5.3 da cultura a

população diminuiu, permanecendo desta forma até o final do ciclo da cultura.

Campo A5

55

Figura15. Representação de densidades de lagartas de Plusiinae/m em pontos de

amostragem identificados pelos símbolos no campo de soja, campo A5,

Palminópolis/GO.

4.4. DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE DE PLUSIINAE

Nas Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 a estão apresentados os qui-quadrados com os

respectivos valores de P para lagartas pequenas e grandes de todas as amostragens.

Nenhuma distribuição pode ser testada nas amostragens porque poucas classes foram

disponíveis na serie de dados, isto é todos os pontos foram zero ou um. A hipótese de

nulidade testada foi que a distribuição em questão representa um bom modelo de ajuste dos

dados (em outras palavras, o valor observado aproxima do valor esperado). Portanto, um

qui-quadrado significativo indica que a distribuição não se ajusta aos dados observados.

Os dados foram submetidos a ajustes das freqüências aos modelos matemáticos

de duas distribuições: Poisson e Binomial Negativa. Observa-se que das 68 avaliações

realizadas nos dois anos, em 44 ajustaram a distribuição binomial negativa para lagartas

grandes e em 43 para lagartas pequenas. Já a distribuição de Poisson teve ajuste em 24

avaliações para lagartas grandes e em 23 para lagartas pequenas. Nas demais avaliações as

populações estavam muito baixas e não apresentaram o número de classes suficientes para

1 a 5

5 a 10 10 a 15

0 a 1

56

fornecerem o número de graus de liberdade mínimo para o teste ajuste da distribuição.

Segundo Terry et al. (1989), é normal a uma população se ajustar a mais de uma

distribuição de probabilidade.

É importante distinguir entre distribuição de probabilidade e distribuição

espacial. Freqüentemente, um ajuste significativo da distribuição da probabilidade é usado

incorretamente como evidência de distribuição espacial agregada, especialmente as que se

ajustam à binomial negativa (Young e Young, 1998). Uma distribuição de probabilidade

sozinha não pode ser usada como parâmetro de agregação. Neste estudo, enquanto a

população se ajusta à distribuição binomial negativa os mapas indicam claramente que as

lagartas estão aleatoriamente dispersas nos campos de soja.

57

58

59

60

61

62

5. CONCLUSÕES

O complexo Plusiinae são as espécies predominantes na cultura da soja.

O pico populacional das lagartas desfolhadoras na soja ocorre principalmente

na fase reprodutiva da cultura.

A população de lagartas pertencentes ao complexo Spodoptera apresentou um

aumento evidente para a região do Centro-Sul de Goiás, bem como as do complexo de

Heliothinae.

A distribuição de lagartas do complexo Plusiinae na lavoura é aleatória, não

apresentando efeito de bordas.

A distribuição de probabilidade que mais se ajusta á população de Plusiinae é a

distribuição binomial negativa.

Para tomada de decisão da melhor estratégia de controle, os monitoramentos

podem ser efetuados tanto na bordadura como no interior da área.

63

6. REFERÊNCIAS

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