FOCA NO RESUMO_ERRO DE TIPO E DESCRIMINANTES PUTATIVAS.pdf

  • Upload
    wpaulv

  • View
    11

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1 WWW.FOCANORESUMO.COM

    MARTINA CORREIA

    ERRO DE TIPO DIREITO PENAL

    Clber Masson + Rogrio Sanches + Rogrio Greco.

    INTRODUO

    - Erro a falsa percepo da realidade ou o falso ou equivocado conhecimento de um objeto (...)

    (definio de Luiz Flvio Gomes).

    - O CP d o mesmo tratamento ao erro e ignorncia.

    - O ERRO DE TIPO RECAI SOBRE OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO TIPO PENAL, ISTO ,

    ELEMENTARES E CIRCUNSTNCIAS. O sujeito comete um crime por no conhecer a presena de um

    elemento. Exemplos:

    a) Caador que atira em arbusto supondo matar um animal e, na verdade, atira em outro

    caador. Ele no sabia que se tratava de algum (elementar do crime de homicdio). Se

    soubesse, no teria disparado.

    b) Sujeito se apropria de um computador igual ao seu deixado numa biblioteca, por supor ser

    prprio (modelo idntico). Ele no sabia que se tratava de coisa alheia (elementar do crime

    de furto). Se soubesse, no teria se apropriado.

    - CABVEL O ERRO DE TIPO NOS CRIMES OMISSIVOS IMPRPRIOS. Ex.: o salva-vidas v um

    banhista se debatendo e acha que ele est brincando. O banhista se afoga. O erro de tipo incidiu

    sobre o dever de agir (elemento constitutivo do tipo dos crimes omissivos imprprios).

    ERRO DE TIPO CRIME PUTATIVO POR ERRO DE TIPO

    O agente no sabe o que faz, h falsa percepo da realidade.

    O agente acha que est agindo licitamente, sem saber que est praticando um crime.

    Ex.: atirar contra uma pessoa, imaginando se tratar de um animal.

    O agente quer praticar um crime, mas, por erro, acaba praticando um fato penalmente irrelevante. Ex.: atirar contra cadver, imaginando se tratar de

    pessoa viva.

    O agente ignora a presena de uma elementar: pessoa algum.

    O agente ignora a ausncia de uma elementar: cadver no algum.

    Inevitvel exclui o dolo e a culpa. Evitvel exclui o dolo, mas pode punir a culpa.

    Espcie de crime impossvel.

    ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIO

    O agente no sabe o que faz. No conhece a realidade ao seu redor.

    Ex.: A se apodera de ferro velho, imaginando que a coisa abandonada.

    O agente sabe o que faz e conhece a realidade ao seu redor, mas se equivoca quanto regra de conduta. Ex.: A se apropria de coisa achada imaginando que

    achado no roubado. Na verdade, comete o crime de apropriao indevida de coisa achada.

    ERRO DE TIPO ESSENCIAL

    - Os exemplos acima tratam do erro de tipo essencial, aquele que RECAI SOBRE ELEMENTARES do

    tipo penal. Como o dolo deve abranger todas as elementares, no h dolo.

    Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite

    a punio por crime culposo, se previsto em lei.

  • 2 WWW.FOCANORESUMO.COM

    MARTINA CORREIA

    ERRO DE TIPO INESCUSVEL exclui o DOLO, mas permite a PUNIO POR CULPA, se houver

    previso

    ERRO DE TIPO ESCUSVEL exclui o DOLO e a CULPA (exclui o crime)

    - Exceo: O ERRO ESCUSVEL NO EXCLUI O CRIME QUANDO OCORRE A DESCLASSIFICAO PARA

    OUTRO CRIME. Ex.: o particular que ofende um funcionrio desconhecendo essa condio no

    pratica desacato, mas subsiste o crime de injria.

    - O erro de tipo inescusvel no exclui a culpa porque o erro evitvel previsvel. Havendo

    previsibilidade, h culpa. Tomar como referncia o homem mdio.

    ERRO DE TIPO ACIDENTAL

    - O erro de tipo acidental recai sobre DADOS PERIFRICOS DO TIPO (qualificadoras, agravantes,

    causas de aumento, enfim, tudo que se relaciona com a dosimetria da pena sem alterar a figura

    tpica, bem como dados irrelevantes). Se alertado, o agente corrige o erro e continua agindo

    ilicitamente. O CRIME CONTINUA A EXISTIR: O ERRO DE TIPO ACIDENTAL NO INTERFERE NA

    TIPICIDADE. Ex.: o sujeito que subtrai um relgio falsificado, pensando se tratar de um Rolex. A figura

    tpica (subtrair coisa mvel alheia) continua intacta. O agente tem vontade e conscincia de praticar

    uma conduta que sabe ser ilcita (age com dolo de furtar).

    ERRO DE TIPO ESSENCIAL ERRO DE TIPO ACIDENTAL

    Recai sobre ELEMENTARES, isto , dados relevantes e principais do tipo penal.

    Recai sobre DADOS PERIFRICOS DO TIPO.

    Se alertado, o agente deixa de agir ilicitamente.

    Se alertado, o agente corrige o erro e continua agindo ilicitamente.

    AFASTA O DOLO E, SE FOR INEVITVEL, TAMBM AFASTA A CULPA.

    O CRIME CONTINUA NTEGRO.

    O ERRO DE TIPO ACIDENTAL PODE RECAIR SOBRE...

    OBJETO PESSOA EXECUO (aberratio ictus)

    RESULTADO (aberratio criminis)

    NEXO CAUSAL (aberratio causae)

    1. ERRO SOBRE O OBJETO - Exemplo do Rolex acima. O sujeito responde pelo crime considerando que objeto? No h

    consenso. Alguns entendem que o sujeito responde pelo crime considerando o objeto efetivamente

    atacado. Zaffaroni considera o objeto que gerar consequncias mais favorveis (posio a ser

    explorada na prova da Defensoria).

    2. ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA) - O agente quer cometer um crime contra uma pessoa (vtima virtual), mas comete contra terceiro

    (vtima real). No h erro na execuo, mas apenas ERRO QUANTO REPRESENTAO DA PESSOA.

    Ex.: o agente quer matar o pai, mas dispara contra seu tio, irmo gmeo de seu pai; o agente quer

    disparar contra um inimigo, mas o confunde com outra pessoa.

    - O agente responde pelo crime CONSIDERANDO AS QUALIDADES DA VTIMA VIRTUAL, E NO DA

    VTIMA REAL. No caso, incidiria a agravante genrica (crime praticado contra ascendente).

  • 3 WWW.FOCANORESUMO.COM

    MARTINA CORREIA

    Art. 20, 3 - O erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado no isenta de pena.

    No se consideram, neste caso, as condies ou qualidades da vtima, seno as da pessoa

    contra quem o agente queria praticar o crime.

    3. ERRO NA EXECUO (ABERRATIO ICTUS) - O agente, por ACIDENTE OU ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUO, erra o alvo e atinge outra

    pessoa. Diferentemente do erro sobre a pessoa, aqui no h erro quanto identificao da vtima.

    Ex.: o agente erra a mira ou o golpe; o agente coloca uma bomba no carro para matar A, mas a

    exploso mata o motorista de A, que liga o carro antes.

    - O agente responde pelo crime CONSIDERANDO AS QUALIDADES DA VTIMA VIRTUAL, E NO DA

    VTIMA REAL.

    - Se a pessoa visada tambm for atingida, aplica-se a regra do concurso formal de crimes. Ex.: se o

    agente, ao disparar contra seu desafeto, atingir pessoas diversas, h concurso formal prprio (pena

    do crime mais grave + 1/6 at 1/3 ou cmulo material, se mais benfico). Se houver dolo quanto s

    demais pessoas atingidas (desgnios autnomos), h concurso formal imprprio (cmulo material).

    Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execuo, o agente, ao invs de

    atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse

    praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 3 do art. 20 deste Cdigo.

    No caso de ser tambm atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra

    do art. 70 deste Cdigo (concurso formal).

    - Ateno: PARA A DETERMINAO DA COMPETNCIA, VALE A PESSOA EFETIVAMENTE LESADA.

    Ex.: o agente quer matar o policial federal Antnio, mas, por erro na execuo, acaba matando o

    policial civil Paulo. O agente responde por homicdio considerando as qualidades de Antnio, mas

    julgado pela justia estadual.

    Quero matar A, mas, por erro na execuo, mato B Homicdio doloso, considerando as caractersticas de A

    Quero matar A, mas, por erro na execuo, mato A e B (terceiro)

    Homicdio doloso de A e homicdio culposo de B, em concurso formal

    Quero matar A, mas, por erro na execuo, causo ferimentos em A e mato B (terceiro)

    Tentativa de homicdio de A e homicdio culposo de B, em concurso formal

    4. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (ABERRATIO CRIMINIS) - Por ACIDENTE OU ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUO, o resultado no corresponde com o

    pretendido pelo agente, que RESPONDER PELO RESULTADO PRODUZIDO A TTULO DE CULPA. Ex.:

    o sujeito atira uma pedra para danificar o carro de A, mas, por falha na pontaria, acaba acertando o

    motorista, que morre com a pancada. Responder por homicdio culposo (resultado produzido).

    - Se ocorre tambm o resultado pretendido, aplica-se a regra do concurso formal.

    Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execuo do

    crime, sobrevm resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato

    previsto como crime culposo; se ocorre tambm o resultado pretendido, aplica-se a regra do

    art. 70 deste Cdigo.

  • 4 WWW.FOCANORESUMO.COM

    MARTINA CORREIA

    - E se o resultado produzido menos grave do que o resultado pretendido? Ex.: o agente quer matar

    o motorista, mas, por erro na execuo, s danifica o seu carro (o bem jurdico lesado menos

    importante vida x coisa). Nesse caso, seria estranho imaginar que o sujeito deve responder apenas

    pelo dano quando teve dolo de matar. Como o dano no prev figura culposa, o agente ficaria

    impune. Para resolver essa situao, Zaffaroni entende que o agente deve responder pela

    TENTATIVA DO RESULTADO PRETENDIDO NO ALCANADO, ou seja, homicdio tentado.

    O agente queria... Mas causou... Responde por... (resultado produzido a ttulo de culpa)

    Dano Morte Homicdio culposo

    Morte Dano Dano culposo? Tentativa de homicdio, para evitar a impunidade

    5. ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL (ABERRATIO CAUSAE) - uma criao doutrinria. Ex.: o agente oferece veneno para a vtima beber. A vtima bebe e

    minutos depois fica inconsciente. O agente supe que a vtima estava morta e atira seu corpo ao

    mar. A percia, posteriormente, atribui a causa da morte ao afogamento, e no ao veneno. O agente

    deve responder pelo resultado produzido, pois houve perfeita congruncia entre sua vontade

    (morte) e o resultado (morte), independentemente do nexo causal efetivo. O agente quis o

    resultado e conseguiu.

    - No erro sobre o nexo causal h o DOLO GERAL (dolo por erro sucessivo, dolus generalis ou

    aberratio causae).

    - O agente responde considerando qual nexo causal (afogamento ou asfixia)? No h consenso.

    Clber Masson diz que a corrente majoritria considera nexo pretendido (veneno). J Rogrio

    Sanches considera majoritria a corrente que considera o nexo ocorrido (asfixia por afogamento).

    Contudo, parece que a melhor soluo, apontada por Sanches, considerar o nexo mais favorvel

    ao ru.

    ERRO DE TIPO PROVOCADO POR TERCEIRO

    - O agente erra induzido por um agente provocador. Ex.: o mdico (provocador) quer matar o

    paciente e, para isso, troca a ampola com o medicamento e induz a enfermeira a erro (provocada). A

    enfermeira ministra a substncia errada e mata a vtima. O mdico responder por crime doloso por

    ter determinado dolosamente o erro de outrem. A enfermeira incorre em erro de tipo. Se o seu erro

    for inevitvel (era praticamente impossvel saber o teor da ampola), restar excludo seu dolo. Se o

    seu erro for evitvel (era possvel perceber a troca das substncias), restar excludo seu dolo, mas

    responder a ttulo de culpa. Se houver dolo dos dois, ambos respondem.

    Art. 20, 2 - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

    Provocador com dolo crime doloso Erro inevitvel do provocado exclui o dolo e a culpa (imune)

    Provocador com culpa crime culposo

    Erro evitvel do provocado exclui o dolo, mas no a culpa, se previsto

  • 5 WWW.FOCANORESUMO.COM

    MARTINA CORREIA

    ERRO DE SUBSUNO

    - uma criao doutrinria. Trata-se do erro que recai sobre interpretaes jurdicas. Ex.: agente

    denunciado por falsidade de documento pblico alega que no sabia que cheque de instituio

    privada equipara-se a documento pblico.

    - No erro de tipo porque o sujeito conhece a realidade. No erro de proibio porque o agente

    sabe que age ilicitamente. H doutrina, contudo, que entende que se trata de espcie de erro de

    proibio.

    DESCRIMINANTES PUTATIVAS

    - DESCRIMINANTE causa de excluso da licitude. Exemplos do art. 23 do CP: estado de

    necessidade, legtima defesa, estrito cumprimento de dever legal e exerccio regular de direito.

    PUTATIVO algo que parece, mas no , algo inexistente. Logo, DESCRIMINANTE PUTATIVA a

    CAUSA DE EXCLUSO DA ILICITUDE QUE NO EXISTE DE VERDADE, MAS APENAS NO IMAGINRIO

    DO AGENTE. As descriminantes putativas esto ligadas ao ERRO. Esto presentes em 3 situaes:

    1. Erro relativo aos PRESSUPOSTOS DE FATO de uma causa de excluso de ilicitude - o caso clssico de descriminante: o sujeito imagina erroneamente estar acobertado por uma

    excludente de ilicitude. Ex.: o agente, noite, numa rua escura, v um inimigo (do qual j recebeu

    ameaas escritas) com a mo no bolso vindo em sua direo. Desfere-lhe tiros e causa sua morte.

    Depois, constata-se que a vtima pretendia apenas pegar seu celular para fazer uma ligao. O agente

    no est amparado pela legtima defesa, pois ausente a agresso injusta (pressuposto ftico), a

    no ser em seu pensamento. Esse erro do agente, contudo, plenamente escusvel ou inevitvel

    devido s circunstncias, pois j havia sido ameaado pela vtima. Tem-se legtima defesa putativa.

    - Quando o agente se supe erroneamente acobertado por uma excludente de ilicitude e comete um

    crime, age com dolo ou culpa? Ao prever o resultado, o agente deseja sua produo (intenciona, no

    exemplo dado, provocar a morte do inimigo). A rigor, h dolo na conduta. Todavia, por razes de

    poltica criminal, o agente deve responder a ttulo de culpa. o que se entende por CULPA

    IMPRPRIA: se a situao ftica imaginada pelo agente realmente existisse, sua ao seria

    legtima. Como o erro poderia ter sido evitado pelo emprego da prudncia do homem mdio,

    responde a ttulo de culpa (se houver tal previso). Vale destacar que essa a nica modalidade de

    crime culposo que admite a tentativa.

    - Estamos diante do erro de tipo ou do erro de direito? Duas correntes discutem a natureza jurdica

    do erro relativo aos pressupostos de fato de uma causa de excluso de ilicitude.

    1 corrente: ERRO DE TIPO 2 CORRENTE: ERRO DE PROIBIO

    Os adeptos da TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE entendem que se o erro recair

    sobre um pressuposto ftico, h erro de tipo (erro de tipo permissivo). Nos outros casos, o erro ser

    de proibio.

    Os adeptos da TEORIA EXTREMADA DA CULPABILIDADE entendem que todo e qualquer

    erro que recaia sobre uma causa de justificao erro de proibio. No importa se recai sobre um pressuposto ftico, a existncia ou os limites de

    uma excludente de ilicitude.

    a corrente que prevalece no Brasil. A exposio de motivos da reforma de 84 anuncia

    que o CP adota a teoria limitada.

    Teoria minoritria, embora o CESPE, s vezes, adote.

  • 6 WWW.FOCANORESUMO.COM

    MARTINA CORREIA

    - Assim, adotada a TEORIA LIMITADA, a situao merece o tratamento do ERRO DE TIPO (ERRO DE

    TIPO PERMISSIVO):

    Descriminantes putativas

    Art. 20 1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstncias,

    supe situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima. No h iseno de pena

    quando o erro deriva de culpa e o fato punvel como crime culposo.

    ERRO DE TIPO INESCUSVEL exclui o DOLO, mas permite a PUNIO POR CULPA, se houver

    previso

    ERRO DE TIPO ESCUSVEL exclui o DOLO e a CULPA (exclui o crime)

    2. Erro relativo EXISTNCIA de uma causa de excluso da ilicitude - Nesse caso, O AGENTE SUPE A EXISTNCIA DE UMA DESCRIMINANTE QUE, NA VERDADE, NO

    EXISTE NO MUNDO JURDICO. Ex.: o sujeito que mata a esposa, em flagrante adultrio, por acreditar

    que age acobertado pela legtima defesa da honra (no existe em nosso ordenamento).

    3. Erro relativo aos LIMITES de uma causa de excluso da ilicitude - Nesse caso, o agente conhece as causas de excluso de ilicitude, mas no os seus limites,

    extrapolando-os. Ex.: o sujeito que mata o invasor de sua fazenda, por acreditar que a defesa de

    sua propriedade autoriza essa reao. H, na verdade, um excesso, pois o ordenamento no ampara

    reao to desproporcional.

    - As teorias limitada e extremada concordam que ambas as situaes (2 e 3) devem ser tratadas

    como ERRO DE PROIBIO (ERRO DE PROIBIO INDIRETO).

    Erro sobre a ilicitude do fato

    Art. 21 O desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a ilicitude do fato, se

    inevitvel, isenta de pena; se evitvel, poder diminu-la de 1/6 a 1/3.

    Pargrafo nico - Considera-se evitvel o erro se o agente atua ou se omite sem a conscincia

    da ilicitude do fato, quando lhe era possvel, nas circunstncias, ter ou atingir essa

    conscincia.

    ERRO DE PROIBIO INESCUSVEL responde pelo CRIME DOLOSO, com REDUO DE PENA

    de 1/6 a 1/3.

    ERRO DE PROIBIO ESCUSVEL ISENTA DE PENA (exclui a culpabilidade, embora subsistam o

    dolo e a culpa)

    - Por que erro de proibio indireto? Breve reviso sobre o erro de proibio: pode ser direto ou

    indireto. O direto ocorre quanto ao contedo proibitivo de uma norma penal (o agente acredita que

    sua conduta lcita). Ex.: turista que trazia consigo maconha para consumo prprio, pois em seu pas

    era permitido tal uso. O indireto ocorre quando o agente supe que sua ao tpica, mas

  • 7 WWW.FOCANORESUMO.COM

    MARTINA CORREIA

    amparada por uma excludente de ilicitude. Pode ocorrer quanto existncia e aos limites da

    permisso (excludente de ilicitude o caso aqui tratado).

    Erro relativo... Descriminante putativa por...

    Aos PRESSUPOSTOS DE FATO de uma causa de

    excluso da ilicitude

    ERRO DE TIPO PERMISSIVO (teoria limitada da culpabilidade). Para a teoria extremada, erro de proibio. ESCUSVEL exclui o DOLO e a CULPA (exclui o crime) INESCUSVEL exclui o DOLO, mas permite a punio por culpa, se houver previso

    A EXISTNCIA e aos LIMITES de uma causa de

    excluso da ilicitude

    ERRO DE PROIBIO INDIRETO ou ERRO DE PERMISSO. ESCUSVEL ISENTA DE PENA (exclui a culpabilidade, embora subsistam o dolo e a culpa) INESCUSVEL responde pelo CRIME DOLOSO, com REDUO DE PENA de 1/6 a 1/3.

    TEORIA EXTREMADA TEORIA LIMITADA (ADOTADA)

    Erro sobre os pressupostos fticos Erro sobre a existncia da excludente de ilicitude Erro sobre os limites da excludente de ilicitude = TUDO ERRO DE PROIBIO

    Erro sobre os pressupostos fticos = ERRO DE TIPO (erro de tipo permissivo)

    Erro sobre a existncia da excludente de ilicitude Erro sobre os limites da excludente de ilicitude = ERRO DE PROIBIO (erro de proibio indireto)