6
Timbaúba, 01 de Novembro de 1994 Texto distribuído na ocasião da comemoração dos 72 anos da SOCIEDADE DE CULTURA E MUSICAL 1° DE NOVEMBRO Um pouco da nossa história A SOCIEDADE DE CULTURA E MUSICAL 1° DE NOVEMBRO, carinhosamente conhecida como PÉ DE CARÁ, foi fundada em 1° de Novembro de 1922 e teve suas origens nos músicos remanescentes da Banda 7 de Setembro ou "Música Velha", como era mais conhecida, e que, por sua vez, teve início em 7 de Setembro de 1868. Assim, tem-se como origem a 1° de Novembro, a antiga Banda de Música que havia em nossa cidade, e, o surgimento de uma nova entidade musical, composta pelos músicos remanescentes da "Música Velha", dá uma demonstração de vitalidade de nossa cidade em termos de musicalidade. O movimento de continuidade ao culto da música teve, como precursores, LUIZ MARINHO FALCÃO, SEVERINO FERREIRA DASILVA, JOVENTINO SILVEIRA VILAR, FRANCISCO SOTERO CAIO, JOSÉ VICENTE BORGES, MANOEL INÁCIO DA SILVA e AMARO JORGE DA SILVA (conhecido como Mestre Amaro). A dedicação desses homens e o abnegado interesse que demonstravam, levou avante a idéia e, a 1° de novembro de 1922, fundava-se uma nova Banda de Música com o nome de SOCIEDADE MUSICAL 1°. DE NOVEMBRO, tendo, os fundadores, ocupado os primeiros cargos na Diretoria. Dentre todos, a maior parcela de dedicação foi atribuída ao Mestre Amaro, um "preto de alma branca" que, por seu trabalho em tempo

Folder de Aniversário Da 1º de Novembro Em 1994

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Folder de aniversário da 1º de Novembro em 1994

Citation preview

Timbaba, 01 de Novembro de 1994

Timbaba, 01 de Novembro de 1994

Texto distribudo na ocasio da comemorao dos 72 anos da SOCIEDADE DE CULTURA E MUSICAL 1 DE NOVEMBRO

Um pouco da nossa histria

A SOCIEDADE DE CULTURA E MUSICAL 1 DE NOVEMBRO, carinhosamente conhecida como P DE CAR, foi fundada em 1 de Novembro de 1922 e teve suas origens nos msicos remanescentes da Banda 7 de Setembro ou "Msica Velha", como era mais conhecida, e que, por sua vez, teve incio em 7 de Setembro de 1868.

Assim, tem-se como origem a 1 de Novembro, a antiga Banda de Msica que havia em nossa cidade, e, o surgimento de uma nova entidade musical, composta pelos msicos remanescentes da "Msica Velha", d uma demonstrao de vitalidade de nossa cidade em termos de musicalidade. O movimento de continuidade ao culto da msica teve, como precursores, LUIZ MARINHO FALCO, SEVERINO FERREIRA DASILVA, JOVENTINO SILVEIRA VILAR, FRANCISCO SOTERO CAIO, JOS VICENTE BORGES, MANOEL INCIO DA SILVA e AMARO JORGE DA SILVA (conhecido como Mestre Amaro).

A dedicao desses homens e o abnegado interesse que demonstravam, levou avante a idia e, a 1 de novembro de 1922, fundava-se uma nova Banda de Msica com o nome de SOCIEDADE MUSICAL 1. DE NOVEMBRO, tendo, os fundadores, ocupado os primeiros cargos na Diretoria. Dentre todos, a maior parcela de dedicao foi atribuda ao Mestre Amaro, um "preto de alma branca" que, por seu trabalho em tempo integral, verdadeiro sacerdcio, era amado por toda a populao, e, seu falecimento ocorrido em 07 de setembro de 1946, consternou toda a cidade. Hoje, a Rua onde se localiza a sede da l . DE NOVEMBRO, tem o nome daquele benfeitor.

A Origem do Nome "P DE CAR

Em 1928, quando foi fundada a Euterpina Comercial, surgiu de imediato, extrema rivalidade entre os integrantes, partcipes e aficcionados das duas Bandas de Msica. As rixas eram xonatantes e, as duas faces no se apresentavam juntas em hiptese alguma, pois, at nas procisses, ocupavam lados distintos do cordo de acompanhamento. Havia, em Timbaba, um cidado de cor que vivia embriagado e tinha um dos ps cortados. Por causa desse defeito fsico, chamavam-no de "P de Car". Pelo fato do "Mestre Amaro" ser tambm, um homem de cor, comeou-se a atribuir aos integrantes da 1. DE NOVEMBRO, o apelido de "P de Car", em sentido pejorativo. Esse apelido, conta m os mais antigos, foi atribudo 1. DE NOVEMBRO, plos membros da Euterpina. Com o passar dos anos, o apelido deixou de ter sentido pejorativo, para tornar-se o nome pelo qual a Banda passou a ser conhecida em definitivo, j sob forma carinhosa.

Durante anos, a rivalidade existente entre as Bandas de Msica de Timbaba (1. DE NOVEMBRO e EUTERPINA COMERCIAL) foi motivos de intrigas e chamavam a ateno da cidade. Havia disputa entre fardamento, garbo e, sobretudo, execuo e afinao, com os msicos dando o mximo de si em busca de

assegurar maiores aplausos. Atravessando fases positivas e negativas, a 1. DE NOVEMBRO constitui-se num patrimnio cvico cultural de nossa cidade que ainda sobrevive ao passar dos anos. A "P DE CAR" continua firme e forte, e com as dificuldades sendo vencidas custa de suor e lgrimas de uns poucos. Homens abnegados de ontem (como o contramestre Luiz da Silveira Vilar, com 68 anos de atividades dedicados a "P DE CAR" e novatos de hoje, buscam unir esforos para a preservao dessa atividade que a mais marcante das cidades do interior. A presena da "P DE CAR" sempre requisitada - e imprescindvel - para as atividades cvico-religiosas; sua presena para as retretas nas festas de rua a certeza de que as nossas tradies ainda esto preservadas, e, embora todos sintam sua falta em determinadas ocasies, s uns poucos que se lembram, diariamente, de sua existncia, de seus problemas e de suas necessidades.

Ao longo de sua existncia, a 1. DE NOVEMBRO teve vrios mestres (e quem mais importante nas cidades do interior do que o "mestre de msica" nas festas de ruas e nas procisses?), dos quais citamos: Amaro Jorge da Silva (fundador), Luiz Gonzaga Carneiro, Joo Gordiano Tavares (Burdio), Sgto. Jos Wilson, Euclides Correia de Andrade, Sgto. Natanael Dias, Odilon Vieira Cirino.Sgto. Luiz Carneiro do , Manoel Florentino de Brito, Jos Pedro Damio Irmo (Zito Damio, autor do Hino de Timbaba), Luiz da Silveira Vilar (atual contra-mestre), o Tenente PM Joo Trajano da Cunha e Paulo da Silva Ramos, o atual Mestre Jean da Silva, jovem formado nos bancos da Escolinha de Msica da Sociedade, continua a luta diria para a manuteno das atividades da Banda, ensinando, ensaiando, criando arranjos e dando asas imaginao e improvisao a fim de superar as dificuldades e para que no esmorea a luta pela sobrevivncia da "P DE CAR".

No h fronteiras para apresentaes da 1. DE NOVEMBRO. As cidades vizinhas e os estados mais prximos conheceram e conhecem o valor dos nossos humildes msicos, quase sempre vivendo dificuldades de todas as espcies, mas que, ao envergarem a farda da Banda, passam a ser heris annimos do povo e esquecem os insucessos do dia-a-dia. Quando da comemorao dos 432 anos de emancipao poltica do Municpio de Jaboato dos Guararapes, a 1 DE NOVEMBRO foi o centro das atenes, citada com louvor pela crnica da cidade.

Nos bancos da Escolinha mantida pela 1. DE NOVEMBRO, formaram-se msicos conhecidos nacionalmente e, para melhor exemplificar, podemos citar um deles: LUIZ GONZAGA CARNEIRO, mais conhecido como Gonzaguinha.atualmente exercendo suas atividades em Braslia, onde Professor da Escola Nacional de Msica, membro da Orquestra Sinfnica da Capital Federal, instrumentista de fama internacional,tendo por diversas vezes participado de gravaes de discos editada pela FENABB - Federao Nacional das Associaes do Banco do Brasil, quer come regente ou tocando seu clarinete. Continuamente, a sede da Banda procurada por jovens, ainda garotos, em busca de aulas de msica, por verem despertar em si a tendncia musicalidade. Corporaes militares, com melhores perspectivas de futuro, acenam aos msicos da 1. DE NOVEMBRO e, oferecendo-se-lhe; oportunidades de melhor futuro, levam a "prata da casa". A Escolinha, mesmo sem as condies necessrias para um bom funcionamento, vai formando, com dificuldades pela falta de novos instrumentos imprescindveis a uma determinada fase de aprendizado, novos valores e revelando bons msicos.

Atualmente 50 alunos freqentam a Escolinha, e alguns deles j esto aptos de treinarem com instrumentos, mas, porque ns dispomos desse instrumental to necessrio formao dos novos msicos, ficam, quase sempre, no aguardo de oportunidades que lhes permitam treinar, e isso faz com que, no raras vezes, o estmulo diminua.

H algum tempo, estamos lutando para conseguir novos instrumentos, graas compreenso da FBB - Fundao Banco do Brasil, em 1989 e 1994, bem como do Banco do Nordeste do Brasil, em 1989, tivemos a oportunidade de adquirir alguns exemplares o que tem nos ajudado bastante. Entretanto nossas necessidades so bem maiores a fim de que possamos atender demanda de alunos que freqentam nossa Escolinha no dia-a-dia de nossas atividades. Fora os rgos acima citados, outros estaduais e federais tm sido constantemente abordados por nossa Sociedade, no entanto, no temos logrado xito necessrio. A excessiva burocracia, o longo prazo de espera entre a solicitao e uma simples resposta - que quase nunca vem - leva-nos a descrer dos programas divulgados e institudos. A pouca sensibilidade de alguns setores encarregados, merc da boa vontade de uns tantos outros, do-nos a impresso de no haver interesse e que o estmulo existe, apenas, "no papel".

A 1 DE NOVEMBRO, de tantas glrias e tantas lutas, participou de diversos, concursos, entre eles o "SALVE A RETRETA", em todas as edies; o l . ENCONTRO DE BANDAS DE MSICA DE PERNAMBUCO, em que foi classificada em 1 lugar; o 1. GRANDECONCURSOPOPULARDEBANDASDEMSICA: o 1. INVENTRIO NACIONAL DE MSICAS PARA BANDAS, promovido pela FUNARTE/EM-MOBRAL, em que obteve classificao a msica "JANANA", ciranda de autoria do Ex-Maestro, saudoso Joo Trajano da Cunha. Dentre os muitos motivos de orgulho da 1. DE NOVEMBRO, est a gravao para o Carnaval de 1980, de um "LP" denominado "CARNAVAL DE PERNAMBUCO", sob os auspcios da EMPETUR /SECRETARIA DE CULTURA, TURISMO ESPORTES DE PERNAMBUCO, o qual faz parte da "GALERIA DO MUSEU DO FREVO".

Atualmente a Diretoria da 1 DE NOVEMBRO, que tem como Presidente o Dr. Samuel Antnio Meneses da Costa e. Vice, Maurcio Rodrigues dos Santos, juntamente com os demais membros e a Diretoria Feminina, tem realizado verdadeiros milagres para a manuteno da Banda em funcionamento, inclusive tratando da reforma da sede e da melhoria das condies da ESCOLINHA DE MSICA. Alm dessas atividades a Diretoria est empenhada em adquirir novos instrumentos para complementar a Filarmnica e dar maiores e melhores condies de funcionamento entidade, com maior divulgao das atividades e realizao mais mide de retretas, no sentido de maior entrosamento entre a Banda e a comunidade, para fazer despertar a necessidade de interligao de todos pra a preservao de nosso patrimnio, de nossas tradies e de nossa histria.

Apoio Cultural: Albuquerque Pneus Ltda

Grfica Paraguassu

Banda P de car