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3 Fornadas de tradição melhor empada do mundo! Para nossa equipe, que chegou a esta fácil conclusão, podem até existir salgados parecidos com as empadinhas de capa fina da dona Tena e de outras quituteiras de Paracatu. Mas melhores, nunca! Essa foi a primeira e uma das melhores sensações gastronômicas que percebemos na visita à cida- de do Noroeste de Minas. Mas não nos surpreendeu a qualidade e quanti- dade de iguarias que experimentamos no belo e histórico município. A tradição e a história se preservam na beleza da arquitetura, nos mi- lhares de fogões e fornos a lenha e no maravilhoso povo que guarda, com carinho, receitas de família e cuida com esmero desse delicioso ofício das quitandas, marca registrada da cidade. São heranças dos índios, dos por- tugueses e dos escravos que por lá passaram em busca do ouro do Rio Pa- racatu (foto), transformando a cidade num dos principais redutos gastro- nômicos da região e do estado. Com a construção de Brasília e a transferência da capital do país para o Planalto Central, a pacata cidade, às margens da BR-040, cresceu e se modernizou, mas hoje, mesmo com uma população superior a 75 mil ha- bitantes, não perdeu o ar interiorano e aconchegante, recebendo bem à moda de Minas seus visitantes. E nossa equipe se deliciou com outros surpreendentes sabores, como a inusitada ambrosia assada no forno a lenha, resgatada pela chefe de co- zinha Bárbara Botelho das receitas da avó, que não tinha outro recurso para preparar o delicioso doce trazido pelos portugueses. Esta inesquecível viagem ao passado trouxe outras surpresas imperdí- veis. É impossível não experimentar o espetáculo do pão de queijo do ala- goano (agora bem mineirinho) José Santos e de sua mulher, Isaura, de cu- jo caderno de família saiu a receita mágica. Todos os dias, em especial aos domingos, filas enormes se formam no quintal da casa para comprar ou degustar alguns dos 8 mil pães de queijo produzidos em três fornos a le- nha, entre as 8h e 11h. É visitar para crer e se deliciar. Paracatu é imperdível! Boa viagem! Eduardo Avelar Chefe de cozinha A A

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Fornadas de tradição EEdduuaarrddoo AAvveellaarr Chefe de cozinha 33 Receita típica da região, o chamado nhoque doce é preparado pela Associação dos Remanescentes dos Escravos Quilombolas, de São Domingos, que produz outras quitandas, como deliciosos biscoitos, todas vendidas na feira, aos sábados, em Paracatu, ou por encomenda. Contato: (38) 8804-0976. Quitanda Tradição ganha roupa nova pelas mãos de Bárbara 44 COMO FAZER Receita fornecida por Bárbara Botelho, de Paracatu: (38) 3671-4380 55

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33

Fornadas de tradição

melhor empada do mundo! Para nossa equipe, que chegou aesta fácil conclusão, podem até existir salgados parecidoscom as empadinhas de capa fina da dona Tena e de outras

quituteiras de Paracatu. Mas melhores, nunca! Essa foi a primeira e umadas melhores sensações gastronômicas que percebemos na visita à cida-de do Noroeste de Minas. Mas não nos surpreendeu a qualidade e quanti-dade de iguarias que experimentamos no belo e histórico município.

A tradição e a história se preservam na beleza da arquitetura, nos mi-lhares de fogões e fornos a lenha e no maravilhoso povo que guarda, comcarinho, receitas de família e cuida com esmero desse delicioso ofício dasquitandas, marca registrada da cidade. São heranças dos índios, dos por-tugueses e dos escravos que por lá passaram em busca do ouro do Rio Pa-racatu ((ffoottoo)), transformando a cidade num dos principais redutos gastro-nômicos da região e do estado.

Com a construção de Brasília e a transferência da capital do país parao Planalto Central, a pacata cidade, às margens da BR-040, cresceu e semodernizou, mas hoje, mesmo com uma população superior a 75 mil ha-bitantes, não perdeu o ar interiorano e aconchegante, recebendo bem àmoda de Minas seus visitantes.

E nossa equipe se deliciou com outros surpreendentes sabores, como ainusitada ambrosia assada no forno a lenha, resgatada pela chefe de co-zinha Bárbara Botelho das receitas da avó, que não tinha outro recursopara preparar o delicioso doce trazido pelos portugueses.

Esta inesquecível viagem ao passado trouxe outras surpresas imperdí-veis. É impossível não experimentar o espetáculo do pão de queijo do ala-goano (agora bem mineirinho) José Santos e de sua mulher, Isaura, de cu-jo caderno de família saiu a receita mágica. Todos os dias, em especial aosdomingos, filas enormes se formam no quintal da casa para comprar oudegustar alguns dos 8 mil pães de queijo produzidos em três fornos a le-nha, entre as 8h e 11h.

É visitar para crer e se deliciar. Paracatu é imperdível! Boa viagem!

EEdduuaarrddoo AAvveellaarrChefe de cozinha

AA

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44

DELÍCIA QUE VEIO DE NAVIO

Receita típica

da região, o

chamado

nhoque doce é

preparado pela

Associação dos

Remanescentes

dos Escravos

Quilombolas,

de São

Domingos, que

produz outras

quitandas,

como

deliciosos

biscoitos, todas

vendidas na

feira, aos

sábados, em

Paracatu,

ou por

encomenda.

Contato:

(38) 8804-0976.

enhores passageiros, apertem os cintos! OSabores de Minas promete uma viagem pe-lo tempo na histórica Paracatu, cidade doNoroeste do estado, a 492 quilômetros deBelo Horizonte. Nesta jornada, não faltam

receitas que atravessam gerações e paladares, como aambrosia assada, preparada pela chefe de cozinha Bár-bara Botelho. Trazido ao Brasil pelas embarcações por-tuguesas, o clássico doce de ovos, que normalmente éservido em pasta, ganhou diversas versões país afora,graças à criatividade e habilidade de nossas cozinheiras.Bárbara conta que a ambrosia assada era preparada pe-la avó, que usava do improviso para driblar a falta de re-cursos da época. “Como ela não tinha forno, usava umabandeja cheia de brasa para assar o doce”, recorda. Se-gundo a chefe, que é natural de Paracatu, a família acu-mula um longo aprendizado no preparo de doces, dosmais simples aos requintados. Talvez, por esse motivo,estas iguarias eram as mais cobiçadas em um restauran-te que a mineira administrava em Brasília. “Havia umbalcão enorme só com doces mineiros. O pessoal de láaprecia muito nossa cozinha”, diz. Basta um pedaço daambrosia assada para descobrir a razão da boa fama.

SS

Quitanda

Tradição ganha roupa nova pelas mãos de Bárbara

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55

Ambrosia assada

●● 600 ml de leite●● 1 kg de açúcar cristal●● 10 ovos●● 1 xícara (chá, rasa) de queijo-de-minas curado, ralado●● Cravo e canela em pau a gosto●● 300 ml de água

COMO FAZER

Levar ao fogo o açúcar, a água, o cravo e a canela. Retirar quando formaruma calda clara em ponto de fio (obtido quando a calda forma um fioao escorrer da colher). Depois de esfriar, despejar em um refratário gran-de. Bater as claras em neve. Continuar batendo e, aos poucos, pôr as ge-mas, uma a uma. Nessa mesma vasilha, pôr o leite, o queijo e misturar.Despejar essa mistura por cima da calda no refratário. Levar ao forno mé-dio por cerca de 40 minutos, até dourar. Depois que esfriar, cortar em qua-dradinhos de cinco centímetros e servir.

Receita fornecida por Bárbara Botelho, de Paracatu: (38) 3671-4380

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66

FARTURA DO FORNO

e é para falar de tradição, uma das joiasmais preciosas das Gerais não poderia ficarde fora. O pão de queijo, um dos ícones denossa gastronomia, tem, em Paracatu, umalegião de fãs, que sabe o endereço certo pa-

ra comer a iguaria da melhor maneira possível: caseirae sempre quentinha. É no fundo da casa de José Santosde Almeida que fica o Delícia de Paracatu, uma espéciede padaria especializada em pão de queijo. Dos três for-nos a lenha saem os tabuleiros que enchem imensascestas. A unidade custa R$ 0,35. Por dia, são vendidos cer-ca de 8 mil pães de queijo, que podem ser compradosdiretamente no local ou por entrega. Isso mesmo! A de-manda é tão grande que são necessárias três motos pa-ra dar conta dos pedidos. Natural de Maceió, Santos Al-meida veio para Minas com a mulher, Isaura, que é deParacatu. A chave do sucesso do casal é a receita da qui-tanda, feita pela família de Isaura há várias gerações. Se-gundo Almeida, o pão de queijo de Paracatu se diferen-cia dos demais feitos no estado por não ser escaldado.Muitos moradores dizem ser essa a maneira original dese fazer a quitanda. Histórias à parte, a verdade é que opão de queijo da cidade é daquelas iguarias das quais éimpossível comer uma só. Os números dizem tudo.

SS

A mais

mineira das

quitandas é

especialidade

de José

Em Paracatu,

não deixe de

saborear o

requeijão

produzido,

principalmente,

nas fazendas.

Ele se

caracteriza

pela cor

escura e

paladar

marcante.

Pode ser

encontrado na

feira e no

comércio

locais.

Requeijão

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77

Pão de queijo

INGREDIENTES

●● 1 kg de polvilho doce●● 3 ovos●● 2 copos de óleo●● 800 g de queijo-de-minas meia-cura, ralado●● Sal a gosto●● 1 litro de leite ●● 2 colheres (sopa) de margarina

COMO FAZER

Em uma vasilha, misturar os ingredientes, deixando por último o leite,que deve ser despejado aos poucos, à medida que for sovando a massa,até obter o ponto de enrolar. Deixar descansar por 10 minutos. Enrolar asbolinhas no tamanho desejado e levar ao forno alto por 20 minutos, ouaté que cresçam e fiquem douradas.

Receita fornecida por José Santos de Almeida, de Paracatu: (38) 3671-9059

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88

SEGREDO DO TACHO

ara muitos, uma verdadeira tentação. Os do-ces são capítulo à parte, com direito a infini-tas páginas, quando o assunto é gastronomia.Também pudera. Os danados realmente sa-bem como encantar o paladar, lançando mão

de artifícios como cores, textura, caldas, recheios e mui-to mais. Mas para o time apaixonado por este tipo deiguaria e que, por algum motivo, não pode se render aela, Domingas Damasceno Duarte, de Paracatu, ensinacomo fazer o doce de banana-marmelo. Segundo ela,por não levar muito açúcar, a sobremesa fica com saborsuave e não faz mal. Aos 82 anos, Domingas, que apren-deu a cozinhar quando pequena, ainda vai ao fogão pa-ra atender a algumas encomendas. E não está cansadade trabalhar. “Gosto de fazer meus doces. Não posso pa-rar.” Os filhos até tentam conter o pique da mãe, masnão há jeito. Domingas gosta de sair, de cozinhar, de me-xer no quintal e de comer de tudo, inclusive pimenta egordura. A cor do doce de banana pode levar a crer quea receita leva corante. Mero engano! A coloração rosadaé mais uma artimanha da cozinheira: “Tem que usar otacho de cobre e deixar o doce secar várias vezes”. Dicaanotada, mãos à obra!

PPDona Domingas não se cansa de produzir maravilhas

Cachaça

Tradição em

Paracatu, as

cachaças de

rapadura

começaram a ser

produzidas no

século 18. Hoje,

uma associação

de produtores

elabora 17

rótulos da

bebida que se

tornou marca da

cidade. Entre os

destaques, a

Cachaça do

Porto, Creolinha,

Paracatulina,

Segura o Tombo

e Sô Joca.

Contato: Stanley

Andrade

(Cachaça do

Porto):

(38) 3671-2490.

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99

Doce de banana-marmelo

INGREDIENTES

●● 1,2 kg de banana-marmelo descascada e cortada em rodelas não muito finas

●● 600 g de açúcar cristal●● Água

COMO FAZER

Em um tacho (de preferência de cobre) levar ao fogo a banana e o açúcar.Quando começar a ferver, pôr água fria até cobrir. À medida que for se-cando, pôr meio copo (americano) de água, sem mexer muito, para quea banana não desmanche. Repetir o processo por cerca de 10 vezes ouaté que o doce comece a ficar com a cor avermelhada. Retirar do fogoquando a calda der o ponto de fio (obtido quando forma um fio ao es-correr da colher). As fatias de banana devem ficar inteiras, envoltas emuma calda grossa. Pode ser servido quente ou frio.

Receita fornecida por Domingas Damasceno Duarte, de Paracatu: (38) 3504-4466

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1100

COMBINAÇÃO DE DAR GOSTO

eixada que se preze é acompanhada de pirão.Nada mais gostoso do que combinar as tex-turas do engrossado de caldo e farinha com acarne do peixe e um arroz branquinho. Se jádeu água na boca, imagine se o pirão for leva-

do ao forno com as postas de peixe. Pois esta é a recei-ta da paracatuense Marilda Alves Nascimento, que ser-ve a iguaria em seu restaurante, Sabor da Fazenda, umaconchegante espaço na rodovia que liga Paracatu aUnaí. Marilda conta que o surubim é um peixe muitoapreciado na cidade, talvez pela tradição de sua pesca,embora hoje encontrado em menor quantidade noRio Paracatu, um dos afluentes do São Francisco. Ex-funcionária pública, ela resolveu se dedicar à cozinhaao se aposentar, resgatando receitas de família e inven-tando outras. “Nossa família é conhecida pelo tempe-ro”, diz, sem modéstia. Para deixar o surubim aindamais atraente, Marilda usa o açafrão, que, na região, émais apreciado que o colorau. Fatias de batata cozidafinalizam o prato, que, para ficar ainda melhor, só mes-mo se servido com uma boa prosa. E, em Paracatu, is-so é o que não falta.

PPMarilda faz aposta de sucesso em dupla consagrada

Encontrado na

maioria dos

pontos

comerciais de

Paracatu, o

Café Catu é um

sucesso.

Produzido e

comercializado

na região, é

aprovado por

quem já o

experimentou,

além de ser

valorizado

como

importante

produto local.

Contato: (38)

3671-1315.

Pretinho

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1111

Surubim assado no pirão

INGREDIENTES

●● 1 kg de surubim em postas●● 2 dentes de alho picado●● 1,5 litro de água●● 2 xícaras (chá) de farinha de mandioca●● 3 batatas cozidas, cortadas em rodelas●● Meia colher (sopa) de açafrão●● Cheiro-verde a gosto●● Tempero caseiro a gosto

COMO FAZER

Para o pirão, retirar a pele do peixe, com o cuidado de não desmancharas postas. Refogar a pele e demais sobras com o tempero, alho e açafrão.Pôr água e deixar cozinhar, até que o caldo fique encorpado. Coar e des-prezar a pele e as sobras. Levar o caldo coado ao fogo e, aos poucos, pôra farinha de mandioca. Mexer até o pirão engrossar, mas não muito. Des-pejar o pirão em uma travessa, pôr as postas de peixe e as batatas cozi-das, de modo que as postas e as batatas fiquem cobertas, mas não total-mente, pelo pirão. Salpicar cheiro-verde e levar ao forno por cerca de umahora e meia.

Receita fornecida por Marilda Alves Nascimento, de Paracatu: (38) 3679-2086

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1122

DOCE PEDAÇO DA HISTÓRIA

o passado, os quilombos eram espaços de re-sistência e de luta pela liberdade dos escra-vos que serviam à elite. Hoje, são certificadose reconhecidos pelo governo, abrigam famí-lias remanescentes daquele período, que vi-

vem principalmente de atividades ligadas à terra. EmParacatu, um pouco dessa história é contada na comu-nidade quilombola São Domingos por Ronaldo Plane-ta, uma das figuras mais populares do lugar. Além dasimpatia e da vocação para organizar torneios de fute-bol, Planeta tem boa fama pelas rapaduras que produz.Em um antigo engenho, o paracatuense recupera umatradição que atravessa gerações, o que acrescenta aoproduto um ingrediente mais que especial. Segundo ele,a técnica é toda artesanal e segredos para o preparo darapadura batida lhe foram ensinados pelo pai, que dei-xou também de herança alguns utensílios usados aindahoje. “Os cuidados começam com a terra. Se é mais cla-ra, dá cana melhor”, ensina. Planeta também tem umrestaurante na comunidade, que, segundo fontes segu-ras, serve o melhor frango caipira de Paracatu. Apesardo trabalho exaustivo, ele não reclama. E com orgulhopode dizer, ao contrário de seus antepassados: “Nuncative patrão”.

NNCuidado começa nos utensílios usados por Planeta

Reserve um fim

de tarde em

Paracatu para

se deliciar com

as iguarias da

recém-

inaugurada

cafeteria Villa

do Príncipe.

Entre os

destaques do

cardápio, uma

extensa carta

de cafés,

drinques,

sanduíches

especiais e

pães de queijo

recheados na

hora. Contato:

(38) 3672-3496.

Capricho

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1133

Rapadura batida com amendoim

INGREDIENTES

●● 1 rapadura de 1 kg●● 250 g de amendoim torrado

e sem casca●● 500 ml de leite●● 150 ml de água

Material●● 1 tacho, de preferência

de cobre●● 1 gamela de madeira grande●● Foma de madeira para

rapadura

COMO FAZER

Em um tacho, lever a rapadura

ao fogo brando até que ela der-reta e fique no ponto de melado,que pode ser medido colocandouma porção do doce em umpouco de água. Se formar umabolinha que dê para pegar comos dedos, está no ponto. Pôr oamendoim, a água e o leite, mis-turar e deixar ferver até secar oslíquidos. Despejar, aos poucos, amistura em uma gamela gran-de de madeira e, com uma co-lher de pau de braço comprido,mexer por cerca de 20 minutos,até ficar cremoso e com a cormais clara. Despejar na formade madeira e desenformar de-pois de 40 minutos.

Receita fornecida por Ronaldo Planeta, de Paracatu: (38) 9948-6331

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1144

ESPECIALMENTE ÚNICA

doce de Araxá, o queijo do Serro, o requei-jão do Norte de Minas. Há iguarias que setornaram a imagem de suas cidades de ori-gem e chega a ser pecado não experimen-tá-las em visita a tais lugares. Na gastrono-

mia de Paracatu, a empadinha de massa fina é uma dasgrandes estrelas. Uns garantem não haver lugar nomundo onde se coma uma empadinha feita desta ma-neira. E o salgadinho é realmente especial. Diferente dasempadinhas de massa podre, comumente preparadasem outras partes do estado, a de Paracatu tem a capa fi-ninha e macia. Combinada ao recheio, a massa chegamolhada à boca, produzindo uma sensação capaz dedeixar qualquer paladar enlouquecido. Uma das qui-tandeiras que as prepara com maestria é Maria EfigêniaCarneiro Torres, ou dona Tena, que acumula 20 anos deexperiência na profissão. Ela conta que a receita lhe foiensinada pelas tias, que, por sua vez, aprenderam comas gerações anteriores, e assim por diante. Dona de umapousada na Bahia, Tena é grata às empadinhas, que aajudam a conquistar tudo o que quer na vida. Os salga-dos também são alegria dos seis netos, que formam,com aqueles que tiveram a sorte de provar a iguaria,uma legião de admiradores.

OO

Dona Tena: mestra no salgado que é a cara da cidade

Saudável

As altas

temperaturas

de Paracatu são

um convite para

se refrescar com

sucos e lanches

naturais,

servidos no Açaí

do Cerrado. A

casa oferece as

mais diversas

combinações de

polpas com

frutos da

região,

contando com

uma linha

de sucos

terapêuticos,

energéticos e

especiais. O

ambiente

também é um

item de

destaque.

Contato:

(38) 3671-4135.

Page 13: FolderGastronomia61 atualizar

1155

Empada de massa fina

INGREDIENTES

Para a massa●● 1 kg de farinha de trigo●● 3 ovos●● 3 colheres (sopa) de banha

de porco●● 3 colheres (sopa) de margarina●● Sal a gosto●● 600 ml de água

Para o recheio●● 1 kg de coxa e sobrecoxa

de frango●● 500 g de peito de frango●● 1 kg de batatas picadinhas●● 1 vidro de azeitonas picadas●● 1 lata de ervilha●● 1 pão francês picado e

molhado no leite●● Cheiro-verde a gosto●● 1 colher (sobremesa) de açafrão ●● 1 colher (sobremesa) de colorau●● Tempero a gosto●● 1 cebola grande picadinha●● 2 colheres (sopa) de óleo

Para finalizar●● 1 ovo batido com leite

Material●● Forminhas em inox para

empadinhas, no tamanho desejado

●● 1 cilindro para abrir a massa

COMO FAZER

Para a massa, misturar os ingre-dientes, deixando por último aágua. Amassar até dar o ponto,

obtido quando a massa começa ase soltar das mãos. Deixar descan-sar por 30 minutos. Para o recheio,refogar todo o frango, o tempero,o colorau, o açafrão e a cebola noóleo. Quando começar a dourar,cobrir com água e deixar cozinhar.Retirar o frango e usar a água pa-ra cozinhar as batatas. Desfiar ofrango e misturar a ervilha, a azei-tona, o pão amolecido, o cheiro-verde e as batatas cozidas e escor-ridas. Separar a massa em duaspartes. Abrir uma parte em um ci-lindro, de modo que fique comuma espessura bem fina. Pôr asforminhas em fileira e cobrir coma massa aberta, afundando demodo que encaixe nas fôrmas. Re-tirar o excesso de massa e juntar àoutra parte. Pôr quantidadesiguais de recheio em cada formi-nha. Abrir a outra parte da massae pôr por cima das forminhas. Cor-tar uma por uma, acertando comas mãos, de modo que fiquem fe-chadas. Pincelar o ovo batido comleite por cima de cada uma e levarpara assar por 30 minutos.

Receita fornecida por Maria Efigênia Carneiro Torres, de Paracatu: (38) 3671-8868

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1166

RECHEIO DE DELICADEZA

rota das pérolas gastronômicas conduz osviajantes à casa de Wilma de Melo Montei-ro, que, com a mãe, Marlene Cardoso, pre-para a queijadinha, famosa iguaria paraca-tuense de longa data. Mais uma vez, a re-

ceita se mostra única e diferente das encontradas emoutras bandas. Talvez, pela delicadeza da capa ou pelasutileza de sabores do recheio, a queijadinha da cidadedo Noroeste seja tão peculiar. A maneira de preparotambém é quesito essencial para o quitute, que mistu-ra doce com salgado. Primeiro, há que se ter paciência.Só para o preparo da mandioca, que incrementa o re-cheio, são necessários três dias. A dica das quitandeirasé preparar uma maior quantidade do produto e guar-dá-lo em um recipiente para tê-lo sempre à mão. A cal-ma também entra como quesito básico na hora de for-matar as capinhas. Uma a uma elas são delicadamentemoldadas como se fossem tampinhas de garrafa. Umamaravilha de encher os olhos. Marlene, que há 30 anosmexe com quitandas, já ganhou total eficiência nestaetapa da receita. Tanto que, com a filha, chega a prepa-rar até 600 queijadinhas de uma vez. “Tem hora que osdedos começam a doer”, diz. A dupla vende as iguariasem uma feira que ocorre aos sábados na cidade. Dia emque o paladar, certamente, comemora.

AAIguaria preparada por Wilma e Marlene é inigualável

No início da

manhã, é difícil

encontrar

espaço no

balcão para

fazer o pedido,

tamanha é a

popularidade

da Lanchonete

Kabana,

aberta há

27 anos.

Comandado

pelo simpático

Sílvio Caldeira,

o lugar é ponto

de encontro

para se discutir

política,

futebol e as

notícias da

cidade.

Contato:

(38) 3671-4132.

Tradicional

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1177

Queijadinha

Receita fornecida por Vilma de Melo Monteiro e Marlene Cardoso, de Paracatu: (38) 3671-6373

INGREDIENTES

Para a massa●● 1 kg de farinha de trigo●● 1 copo (americano) de banha

de porco derretida●● 1 pitada de sal●● 300 ml de água morna

(aproximadamente)

Para o recheio●● 1 kg de açúcar refinado●● 10 ovos●● 1 copo (americano) de raspa

de mandioca socada (lascassecas, socadas em pilão epassadas na peneira)

●● 100 g de coco ralado●● 500 de queijo-de-minas

curado, ralado●● 1 pitada de noz-moscada

Material●● Forminhas para empada de

5 centímetros de diâmetro(serão usadas apenas paracortar a massa)

●● Cilindro

COMO FAZER

Para a massa, misturar os ingre-dientes, deixando a água por últi-mo. Ela será acrescentada aospoucos, até a massa ficar maleá-vel e desgrudando das mãos. Pas-sar a massa em um cilindro, demodo que fique com cerca de umcentímetro de espessura. Usar aparte superior da forminha paracortar a massa em círculos. Mode-lar cada círculo como se fosse umatampinha de garrafa, colocandoum dos dedos no centro e fazendopregas ao seu redor. Para obter asraspas de mandioca usadas no re-cheio, cortar lascas da raiz e deixá-las secar ao sol por três dias. Socaras lascas em um pilão e passar emuma peneira. Bater as claras emneve e, em seguida, misturar amandioca peneirada e o restantedos ingredientes. Deixar descansarpor oito horas. Rechear cada quei-jadinha com meia colher (sopa) damistura. Assar em forno médiopor cerca de 15 minutos.

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2200

PARA O DIA NASCER APETITOSO

a cultura indígena, veio a sabedoria de apro-veitar os produtos da terra. Da colonizaçãoportuguesa, ingredientes mais nobres e re-ceitas do velho mundo. Dos escravos, com-binações fortes. Dos tropeiros, iguarias que

hoje são o retrato da culinária caipira. Dessa mistura deculturas, que ao longo dos séculos se fundiram e ganha-ram toques de mãos inventivas, surgiram receitas quesobrevivem ao tempo e encantam o paladar, como omané pelado, que nada mais é que um bolo de mandio-ca muito consumido nas Gerais e em Goiás, estado quese assemelha ao nosso quando o assunto é cozinha. Nin-guém sabe ao certo a origem de tão saborosa quitandae muito menos de seu nome engraçado. O que se podedizer é que ela faz parte da vida de muita gente, como ada paracatuense Vanda José de Oliveira, que conhece obolo desde criança. A receita lhe foi passada pela mãe eé preparada pela mineira na cozinha da Pousada da Vi-la, que encanta turistas, entre outros motivos, pelo far-to café da manhã repleto de quitandas típicas. Para darum toque a mais ao mané pelado, Vanda acrescenta àmassa um doce de abacaxi, o que a deixa mais saboro-sa. Com um agrado desses logo cedo, não há como nãocomeçar o dia com pé direito.

DDVanda conhece segredos e inova na quitanda típica

Os 20 anos no

ramo deram a

Artileu Souza de

Oliveira o saber

necessário para

preparar os

mais deliciosos

doces. A

especialidade do

paracatuense

são os doces de

leite que podem

vir com

amendoim,

mamão ou coco.

As iguarias são

encontradas aos

sábados na feira

da cidade.

Contato:

(38) 3672-1664.

Doce

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2211

Mané pelado com abacaxi

INGREDIENTES

Para a massa●● 1 kg de mandioca ralada●● 4 xícaras (chá) de açúcar cristal●● 100 g de coco ralado●● 3 colheres (sopa) de margarina●● 4 ovos●● 1 colher (café) de sal●● Margarina para untar a forma

Para o doce de abacaxi●● 1 abacaxi picadinho●● 500 g de açúcar cristal

COMO FAZER

Para o doce, levar o abacaxi e o açúcar ao fogo e mexer até começar asoltar do fundo da panela. Reservar. Preparar a massa misturando todosos ingredientes. Misturar a massa com o doce de abacaxi e levar para as-sar em tabuleiro untado até ficar dourado.

Receita fornecida por Vanda José de Oliveira, de Paracatu: (38) 9931-4691

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2222

SATISFAÇÃO GERAL

s empadinhas de Paracatu já foram tecidosos merecidos elogios. Mas se você ficou comágua na boca e não dispõe de habilidade pa-ra preparar os salgadinhos, não há proble-ma. Uma pequena variação da massa, que é

tão saborosa quanto a primeira, resulta no empadão dedona Lucinha, como é conhecida Maria Lúcia Carvalho,uma das salgadeiras mais famosas da cidade. O sucessode seus salgadinhos pode ser medido pela quantidadede fregueses que batem à sua porta durante todo o dia.Segundo ela, quando sai a tão esperada fornada de em-padas, vendidas a R$ 0,30 cada, é uma verdadeira briga,no bom sentido da palavra. Já o empadão, uma delíciapara se saborear ao fim do dia, é vendido apenas por en-comenda. O farto recheio da iguaria é ressaltado por Lu-cinha, que capricha nos pedaços de frango e numa boapimentinha para deixá-lo ainda mais suculento. Há 45anos trabalhando com salgadinhos, ela conta que nun-ca teve vontade de mexer com outra coisa: “Sou de umafamília de 10 irmãos. Desde cedo tivemos que aprendera nos virar. Lembro da minha tia temperando leitão eeu ajudando. Foi o que eu sempre gostei de fazer”. Histó-rias que dão mais sabor e tempero às receitas e tocamem cheio o coração.

ÀÀDona Lucinha acerta na massa e capricha no recheio

Em Paracatu,

não deixe de

fazer uma

visita à Casa

de Cultura,

que fica no

Centro

Histórico, em

um casarão

colonial. O

lugar recebe

exposições de

artistas locais

e oferece

cursos dos

mais variados.

Contato:

(38) 3671-4797.

História

Page 21: FolderGastronomia61 atualizar

2233

Empadão

INGREDIENTES

Para a massa

●● 1 kg de farinha de trigo●● 300 ml de água●● 1 ovo●● 300 ml de óleo●● Sal a gosto

Para o recheio

●● 800 g de peito de frango●● 100 g de azeitona picada●● Meio vidro de

palmito picado●● 200 g de milho verde●● 1 batata cozida e picada

em cubinhos●● Meia lata de ervilha●● 1 cebola picada●● Sal, tempero e pimenta

a gosto●● 3 colheres (sopa) de óleo●● 1 colher (sopa) de colorau●● 1 colher (sopa) de extrato

de tomate

Receita fornecida por Maria Lúcia Carvalho, de Paracatu: (38) 3671-6828

COMO FAZER

Para o recheio, cozinhar o frango com água até cobrir. Reservar duas xí-caras (chá) do caldo do cozimento. Desfiar a carne. Refogar no óleo a ce-bola, o tempero, o colorau e o extrato de tomate. Pôr o frango desfiado, apimenta, o sal, a batata, o palmito, a ervilha e a azeitona. Dissolver o ami-do na água reservada do cozimento do frango e despejar na panela do re-fogado. Misturar até engrossar. Para a massa, misturar os ingredientes edeixar descansar por 30 minutos. Separar a massa em duas partes e abrirno cilindro, até ficar com espessura aproximada de dois centímetros.Com uma parte, forrar o fundo de um tabuleiro ou travessa e pôr o re-cheio. Cobrir com a outra parte e levar ao forno até começar a dourar.

●● 3 colheres (sopa) de amidode milho

Para pincelar●● 1 ovo batido

Material●● Cilindro

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2244

IMPROVISOS E ARTIMANHAS

ssim como outras áreas do conhecimento,gastronomia é ramo que carece de ciênciapara ser executada. Disso a paracatuenseTerezinha Batista Pimentel sabe bem. Aos81 anos, esta quitandeira de mão cheia co-

nhece todas as artimanhas para preparar receitas tradi-cionais, como o bolo de domingo, iguaria que carrega ogosto de outros tempos. “Naquela época a farinha de tri-go não chegava aqui. Então, eles inventaram o bolo dequirela de arroz”, conta. Outras histórias, ou causos, dãoconta de que, em tempos remotos, Paracatu era um lu-gar de difícil acesso e, por isso, muitas das iguarias sur-giram graças ao improviso das cozinheiras. “No lugar dasforminhas, o bolo de domingo era assado em folha debananeira e no lugar de fermento usavam bucho de ta-tu”, diz. Entre os segredos e artimanhas do bolinho, a co-zinheira ensina que o mais importante é o tempo de fer-mentação. Na hora de assar, outra dica é usar, se possí-vel, o forno a lenha, para que a quitanda fique coradinha.Depois de todos os ensinamentos, só resta seguir a recei-ta ou, até mesmo, programar uma visita a Paracatu ecomprovar que a iguaria é daquelas de deixar saudade.

AAIngredientes são charme da receita de dona Terezinha

Vale a pena

uma visita à

Casa do

Artesão de

Paracatu,

organizada

por 50 artistas

locais, em um

casarão no

Centro

Histórico. O

visitante vai se

encantar com

os panos de

prato, as

almofadas

bordadas com

paisagens do

cerrado, os

enfeites para

cozinha, além

de doces e

licores.

Contato:

(38) 3671-7947.

À mão

Page 23: FolderGastronomia61 atualizar

2255

Bolo de domingo

Receita fornecida por Terezinha Batista Pimentel, de Paracatu: (38) 3671-6430

INGREDIENTES

●● 1 kg de quirela de arroz (é ofarelo do arroz, que pode sercomprado em lojas de ração.Pode ainda ser substituídopor 1kg de arroz comum,deixado de molho de um diapara o outro, escorrido ebatido no liquidificador eusado depois de seco)

●● 1 litro de água quente●● Meia colher (sopa) de sal●● 1 concha de óleo●● 450 g de açúcar cristal●● 1 tablete de fermento

biológico (15 g)●● Óleo para untar●● Noz-moscada e cravo a gosto

Material ●● Forminhas redondas de

cerca de 10 cm de diâmetro e7 cm de altura

COMO FAZER

Caso use a quirela, lavar e deixarao sol, em uma peneira, por cercade três horas. Bater em um pilão e,em seguida, passar em uma pe-neira, para que fique bem fina eforme um fubá. Deixar ao sol porum dia. Pôr metade do fubá de ar-roz feito de quirela ou do arroz co-mum em uma vasilha e escaldarcom metade da água. Pôr o sal, oaçúcar, a noz-moscada, o cravo, oóleo, o restante do fubá de arroz emexer. Acrescentar o restante daágua, que deve estar morna, emisturar com a colher. Pôr o fer-mento e misturar. Cobrir a vasilhae deixar descansar por duas ho-ras, de preferência ao sol. Untar asforminhas com óleo e despejar amassa. Assar, de preferência emforno elétrico ou a lenha, por 40minutos, em temperatura alta.

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2266

SAÚDE EM PRIMEIRO LUGAR

omo dizem por aí, a cozinha é a sala de visitasdo mineiro. Por isso, quando os visitantes che-gam à casa da paracatuense Rute CarneiroNeiva é junto ao fogão que se sentem mais àvontade para passar horas a fio tecendo uma

boa prosa. É na cozinha que a mineira passa a maior par-te do tempo, se dividindo, com a ajuda da filha, Rita Cris-tina, entre biscoitos, empadinhas, sanduíches e seus fa-mosos pães integrais. Vendidos em saquinhos, os pãessão perfeitos para o preparo de lanches saborosos, en-cantando até mesmo aqueles que torcem o nariz quan-do o assunto é comida saudável. “A massa é leve, ficauma delícia com patês”, conta. Combinação ideal à me-sa é a dos pãezinhos com o suco de maracujá com ca-cau, um aliado do corpo para enfrentar as altas tempe-raturas de Paracatu. “O cacau deixa o suco mais encor-pado”, ensina Rita. As iguarias de mãe e filha podem serdegustadas em um café colonial que Rute prepara comuma das irmãs, chamado Magia do Sabor. “A gente temum cardápio e a pessoa escolhe o que quer. Preparamostudo e montamos o café”, conta. Entre as iguarias, nãofaltam os produtos mais tradicionais da terra, além, éclaro, desta tentação, permitida, diga-se de passagem,que é o pão integral.

CCRute com a filha, Rita: parceria para os comes e bebes

A produção

caseira é a

marca da

fábrica de

biscoitos Vó

Maria, no

Bairro Bela

Vista, em

Paracatu. São

12 variedades

de quitandas

doces e

salgadas, sendo

o biscoito de

queijo o mais

disputado. Os

produtos

podem ser

comprados na

loja da fábrica,

que oferece

outras iguarias.

Contato:

(38) 3671-3566.

Biscoitos

Page 25: FolderGastronomia61 atualizar

2277

Pão integral

Suco de maracujá com cacau

INGREDIENTES

●● 1 xícara (chá) de leite morno●● 1 xícara (chá) de água morna●● 3 claras●● 1 colher (sobremesa, rasa)

de sal●● Meia xícara (chá) de melado

ou rapadura raspada●● Canela em pó a gosto●● 6 colheres (chá) de fermento

biológico granulado●● 5 colheres (sopa) de óleo●● 2 colheres (sopa) de

margarina●● 1 xícara (chá) de farelo

de trigo●● 1 xícara (chá) de

aveia integral●● Meia xícara (chá) de gérmen

de trigo●● Meia xícara (chá) de

semente de linhaçatriturada

●● Meia xícara (chá) desemente de gergelim

●● 1 xícara (chá) de farinha detrigo integral

●● 700 g de farinha de trigo comum

COMO FAZER

Bater no liquidificador o leite, aágua, as claras, o sal, o fermento, arapadura ou melado, a canela, amargarina e o óleo. Pôr a misturaem uma vasilha e juntar os de-mais ingredientes, exceto a fari-nha de trigo. Misturar com umacolher de pau. Aos poucos, despe-jar a farinha, até a massa ficarconsistente. Deixar descansar poruma hora. Cortar a massa em pe-daços e enrolar bolinhas de cercade cinco centímetros de diâmetro.Pôr em um tabuleiro e deixar des-cansar por 30 minutos. Assar emforno médio por cerca de 30 minu-tos, até dourar.

INGREDIENTES

●● 5 maracujás azedos●● 500 ml de água●● 100 g de polpa de cacau●● 1 xícara de açúcar cristal

COMO FAZER

Bater a polpa do maracujá e pas-sar em uma peneira. Bater nova-mente o suco obtido, com os de-mais ingredientes.

Receitas fornecidas por Rute Carneiro Neiva e Rita Carneiro Neiva, de Paracatu: (38) 3671-2669

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2288

UNIÃO ABENÇOADA NA COZINHA

á comidas que são a cara de um almoço da-queles, com a família reunida em volta damesa, boa conversa e uma comilança desen-freada. O clássico lombo com abacaxi é umdesses pratos. O gosto ácido da fruta cai como

uma luva nas fatias da carne suína e é difícil achar quemnão aprove este casamento. Para uns, o abacaxi ajuda adigerir a gordura; para outros, é simplesmente mais umaliado do sabor. No Restaurante Fornalha, em Paracatu, apedida ganhou nova roupagem e ficou mais apetitosa.Ideia de Olga Maria Cardoso, dona do estabelecimento,as fatias de lombo e de abacaxi são servidas empanadas,acompanhadas de um belo arroz a grega e purê de bata-tas. Natural do Rio Grande do Sul, Olga está na cidademineira desde a década de 1990, tempo suficiente parase tornar fã das iguarias das Gerais. “No começo era tu-do estranho para mim. Fui conhecer feijão de tropeiro eo pão de queijo aqui”, conta. No cardápio do Fornalhanão faltam receitas típicas, numa variedade de opçõescapaz de agradar a todo os tipos de público. Almoço ser-vido, os viajantes seguem para outras descobertas des-ta jornada, que, quase no final, já começa a deixar o pa-ladar com saudade, diante tamanha riqueza.

HHA gaúcha Olga se rendeu à típica cozinha mineira

Restaurantes

Itamaraty

(38) 3671-3387

Obelisk

(38) 3671-2598

Fornalha

(38) 3671-6765

Cantina do

Anísio

(38) 3671-6346

Portal de Minas

(38) 3672-5245

Flor de Alecrim

(38) 3672-5519

Pizzaria

Bela Massa

(38) 3671-0040

Fratter

(38) 3672.3800

Fogão de

Lenha (foto)(38) 3671-0768

Page 27: FolderGastronomia61 atualizar

2299

Lombo com abacaxi

INGREDIENTES

●● 300 g de lombo cortado em bifes●● 5 rodelas de abacaxi●● Farinha de trigo e farinha de rosca para empanar●● 2 ovos batidos●● 2 xícaras (chá) de óleo●● Tempero a gosto (sal, alho, pimentão e cebola batidos

no liquidificador)

COMO FAZER

Bater os bifes de lombo, com o cuidado para não desmanchá-los. Tempe-rar e passar na farinha de trigo, em seguida nos ovos batidos e depois nafarinha de rosca. Fritar em óleo quente, até dourar. Empanar e fritar tam-bém as rodelas de abacaxi. Servir com arroz e purê de batatas.

Receita fornecida por Olga Maria Cardoso, de Paracatu: (38) 3671-5052

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3300

CAUSOS QUE ALIMENTAM

s folhas amareladas do caderno denun-ciam seu longo tempo de uso, mas é na pri-meira página que se confirma, para a sur-presa dos viajantes, a data em que foi escri-to: 1936. Nessa preciosidade estão preser-

vadas receitas copiadas com letra caprichosa da avó deLazy Ulhoa Bijos, uma das figuras mais importantes deParacatu quando o assunto é culinária. É do caderno,guardado com zelo e carinho, que ela tira inspiração pa-ra preparar iguarias que atravessam gerações e contamum pouco de história. É o caso dos delicados pastéis denata, uma relíquia gastronômica trazida de Portugal pe-lo bisavô. “Ele veio atrás do meu tataravô, que se apai-xonou pela Chica da Silva, e não voltou para o país”, con-ta. Segundo Lazy, teria sido o tataravô o responsável porfazer todas as vontades da famosa escrava e tê-la trans-formado na legendária personagem. Tantos causos sãocontados em volta da grande mesa da cozinha da qui-tandeira, que cultiva por esse lugar um caso de amor delonga data. Afinal, foi na infância que Lazy, hoje com 74anos, deu os primeiros passos na arte de cozinhar: “Per-di minha mãe aos 9 anos e aprendi a cozinhar com meupai, tias e avós”. O papo doce e sereno é ingrediente quedá mais gosto ao fim de tarde, que ainda reserva maisuma deliciosa surpresa.

AADona Lazy apresenta relíquia com sotaque português

Estalagem Rural

Canto das Aves

(38) 9968-8077

Eduardo Hotel

(38) 3671-6219

Ipê Florido

(38) 3679-2000

Pousada da Vila

(38) 36717272

Pousada das

Palmeiras

(38) 3672-1310

Hotel

Presidente

(38) 3671-1217

Hotel Veredas

(38) 3671-6943

Hotel Tropical

(38) 3671-6390

Sesc Laces

Pousada

(38) 3672-1385

ONDE FICAR

Page 29: FolderGastronomia61 atualizar

3311

Pastel de nata

Receita fornecida por Lazy Ulhoa Bijos, de Paracatu: (38) 3672-3827

INGREDIENTES

Para a massa●● 500 g de farinha de trigo●● 1 ovo●● 1 concha e meia de óleo●● 1 colher (café) de sal●● 1 xícara (chá) de água

Para o recheio●● 4 litros de leite in natura (não

pasteurizado)●● 500 g de açúcar●● 4 gemas●● 100 g de coco ralado

Para finalizar●● Canela em pó e açúcar

refinado

Material●● Cilindro

COMO FAZER

Para o recheio, levar o leite ao fo-go e, com uma escumadeira, reti-

rar a nata e reservar (só ela seráusada). Misturar com os demaisingredientes e deixar na geladei-ra por um dia. Para a massa, mis-turar os ingredientes e sovar bem.Quando estiver bem consistente,dar leves batidas com a massa emuma gamela. Pôr em um sacoplástico e deixar na geladeira porum dia. Abrir a massa em um ci-lindro, de modo que fique com es-pessura aproximada de 1 cm ecerca de 15 cm de largura, que po-de variar dependendo do tama-nho desejado para os pastéis. Pôrcolheradas do recheio espaçadasno centro da massa aberta. Juntaras duas extremidades e, com aboca de um copo americano, fa-zer cortes em meia lua, para for-mar os pastéis. Se preferir, cortarcírculos da massa com a boca docopo, pôr o recheio e fechar um aum. Fritar em óleo quente, sufi-ciente para cobrir. Passar, aindaquente, no açúcar com a canela.

Page 30: FolderGastronomia61 atualizar

3322

HERANÇA DE BOM GOSTO

á diz o ditado, filho de peixe, peixinho é. E oque dizer dos netos? Bom, se o caso de Fer-nanda Bijos for tomado como exemplo, ficaa prova de que a sabedoria popular se aplicatambém a outros graus de parentesco. Netade dona Lazy, personagem da receita ante-rior, Fernanda, de 27 anos, está seguindo os

passos da avó e mostra que o amor pela cozinha é algoque corre no sangue. Prestes a graduar-se em direito,Fernanda decidiu abrir um pequeno negócio de produ-ção de pães. Com seis meses, a ideia tem dado certo e asencomendas não param de chegar. São 15 opções de re-cheio, cada um mais saboroso que o outro. A massa daquitanda, leve e macia, chega a ser um perigo, uma vezque é impossível comer apenas uma fatia. A afeição pe-la cozinha vem da infância, quando a moça observava,com olhar atento, os passos da avó em torno do fogão.Fernanda também aposta na genética para explicar ogosto pelos pães: “Meu avô foi padeiro por muitos anos”.A conversa segue boa, mas é hora de partir. Bem servi-dos de iguarias e histórias, os viajantes tomam o cami-nho de volta, levando na bagagem causos para contar esabores para recordar. Até a próxima!

JJ

Fernanda se desdobra para dar conta de encomendas

Receita correta

A relação correta

de ingredientes

para o molho do

roz bel karuf

(Sabores de Minasnº 60, página

21) é a seguinte:

●● 500 g de

tâmaras sem

sementes

●● Três quartos de

xícara (chá) de

polpa de

tamarindo

●● 1, 5 colher (chá)

de cominho em

grão tostado e

moído

●● 1 colher (chá,

rasa) de

coentro em

grão moído

●● 1,5 colher (chá)

de pimenta-

calabresa

●● 1 pimenta-

malagueta

picada

●● Meia colher

(sopa) de

açúcar cristal

●● 1 colher (chá)

de sal

Page 31: FolderGastronomia61 atualizar

3333

Pão recheado

Receita fornecida por Fernanda Bijos, de Paracatu: (38) 3672-3241

Para a massa●● 100 g de fermento

biológico●● 1 ovo●● 1 colher (chá) de açúcar●● 1 pitada de sal●● 1 xícara e meia (chá)

de leite●● 500 g de farinha de trigo

(aproximadamente)

Para o recheio●● 800 g de carne seca cozida e

desfiada●● 2 cebolas picadas●● Meia xícara (chá) de

azeitona picada●● 500 g de queijo tipo catupiry

Para finalizar●● 1 ovo batido

INGREDIENTES

COMO FAZER

Bater no liquidificador os ingredientes da massa, exceto a farinha de tri-go. Despejar em uma vasilha e, aos poucos, pôr a farinha, amassandoaté ficar consistente e começar a se soltar das mãos. Deixar descansarpor uma hora. Separar a massa em cinco partes iguais (para cinco pãesmédios) e abrir com um rolo até ficar com espessura de cerca de 2 cm ecerca de 15 cm de comprimento, dependendo do tamanho dos pães quedesejar fazer. Misturar os ingredientes do recheio e pôr porções iguais nocentro de cada parte da massa aberta, fazendo uma carreira. Enrolar ospães e fechar as extremidades, de modo que a massa envolva todo o re-cheio. Pincelar o ovo batido e assar por 30 minutos em forno médio.

Page 32: FolderGastronomia61 atualizar

3344

Roteiro do guia

Diretor de RedaçãoJosemar Gimenez

EditorArnaldo Viana

Editor de Artes GráficasÁlvaro Duarte

Consultor técnicoEduardo Avelar

TextosBárbara Fonseca

FotosJair Amaral

EdiçãoRoney Garcia

Projeto GráficoHudson Franco

DiagramaçãoCarlos Augusto

Film-lessTCS Soluções Gráficas

ImpressãoCGB Artes Gráficas Ltda

Gerência de PublicidadeTels.: (31) 3263-5306/3263-5224

Gerência de CirculaçãoTel.: (31) 3263-5800

Gerência de DocumentaçãoTel.: (31) 3482-8327

Redação:Avenida Getúlio Vargas, 291

Funcionários, CEP 30.112-020,Belo Horizonte - MG

Tel.: (31) 3263-5105E-mail: [email protected]

IInnffoorrmmaaççõõeess ssoobbrree ddiissttâânncciiaass ee llooccaalliizzaaççããoo ddooss mmuunniiccííppiiooss bbaasseeaaddaass eemm ddaaddooss ddoo IInnssttiittuuttoo ddee GGeeoocciiêênncciiaass AApplliiccaaddaass ((IIGGAA))

EESSTTAADDOO DDEE MMIINNAASS