32
omeçamos esta viagem dando um grito de alerta, depois de percorrer o cerrado mineiro, apreciando o que ainda sobrevi- ve das paisagens imortalizadas na literatura de Guimarães Rosa e que estão seriamente ameaçadas pela ação do homem. Jurubeba, guariroba, baru, catulé, buriti, seriguela, jenipapo, pequi, pi- tanga, pinha, araçá, ipês de todas as cores e tantos outros mais, ícones des- te bioma infinito do cerrado, que alimentam nosso corpo e alma, estão ameaçados de virar apenas boas lembranças. Viajamos pelas cidades de Unaí, Arinos, Buritis e entorno, onde predo- minam as lavouras de grãos como soja, milho e feijão, e onde a cultura do povo é temperada pela presença de muitos estrangeiros que vieram bus- car a sorte nesta rica região. Na disputa entre o desenvolvimento e a preservação, constatamos que os buritizeiros em Buritis em pouco tempo sobreviverão somente no no- me da cidade. E que o desaparecimento de espécies poderá comprometer a sobrevivência de muitas famílias que usam esta e outras plantas nati- vas para garantir o sustento. Mas é nas adversidades que percebemos a força das pessoas, que lutam por meio do respeito e da integração com a natureza para manter seu ofí- cio, repassado há gerações, preservando a cultura e a culinária da região. A cidade de Arinos, por exemplo, desenvolve belo trabalho com os cocos buritis, baru e catulé e seus subprodutos, que chamam a atenção de co- munidades internacionais, entre elas a dos japoneses, que já “descobriram” um dia e quiseram “adotar” o açaí da Amazônia. O exotismo do cerrado se une às tradições da região que já foi rota de tropeiros. As deliciosas paçocas de pilão podem ser apreciadas acompa- nhadas de surpreendentes doces e farinhas de baru, buritis, biscoitos e qui- tandas, galinhadas com guariroba e muito mais. Tudo isso muito bem harmonizado com a gentileza e a hospitalidade das pessoas e com as be- las paisagens da região. Preparem as malas e venham apreciar as deliciosas sensações em mais uma de nossas instigantes aventuras pelos Sabores de Minas. Boa viagem! Eduardo Avelar Chefe de cozinha 3 QUE O CERRADO SEJA PARA SEMPRE C C EMMANUEL PINHEIRO/EM/D. APRESS

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EEdduuaarrddoo AAvveellaarr Chefe de cozinha 33 EMMANUEL PINHEIRO/EM/D. APRESS Já no fim de tarde começa a disputa na calçada do Churrasquinho do Nívio, em Unaí. A popularidade do bar é explicada pelos saborosos espetinhos, acompanhados de suculentos pedaços de mandioca cozida. Medalha de ouro para o de costela de boi, um dos mais concorridos, e o de frango com queijo. Contato: (38) 9924-4486. Na brasa Maria da Conceição garante qualidade à quitanda 44

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omeçamos esta viagem dando um grito de alerta, depois depercorrer o cerrado mineiro, apreciando o que ainda sobrevi-ve das paisagens imortalizadas na literatura de Guimarães

Rosa e que estão seriamente ameaçadas pela ação do homem.Jurubeba, guariroba, baru, catulé, buriti, seriguela, jenipapo, pequi, pi-

tanga, pinha, araçá, ipês de todas as cores e tantos outros mais, ícones des-te bioma infinito do cerrado, que alimentam nosso corpo e alma, estãoameaçados de virar apenas boas lembranças.

Viajamos pelas cidades de Unaí, Arinos, Buritis e entorno, onde predo-minam as lavouras de grãos como soja, milho e feijão, e onde a cultura dopovo é temperada pela presença de muitos estrangeiros que vieram bus-car a sorte nesta rica região.

Na disputa entre o desenvolvimento e a preservação, constatamos queos buritizeiros em Buritis em pouco tempo sobreviverão somente no no-me da cidade. E que o desaparecimento de espécies poderá comprometera sobrevivência de muitas famílias que usam esta e outras plantas nati-vas para garantir o sustento.

Mas é nas adversidades que percebemos a força das pessoas, que lutampor meio do respeito e da integração com a natureza para manter seu ofí-cio, repassado há gerações, preservando a cultura e a culinária da região.

A cidade de Arinos, por exemplo, desenvolve belo trabalho com os cocosburitis, baru e catulé e seus subprodutos, que chamam a atenção de co-munidades internacionais, entre elas a dos japoneses, que já “descobriram”um dia e quiseram “adotar” o açaí da Amazônia.

O exotismo do cerrado se une às tradições da região que já foi rota detropeiros. As deliciosas paçocas de pilão podem ser apreciadas acompa-nhadas de surpreendentes doces e farinhas de baru, buritis, biscoitos e qui-tandas, galinhadas com guariroba e muito mais. Tudo isso muito bemharmonizado com a gentileza e a hospitalidade das pessoas e com as be-las paisagens da região.

Preparem as malas e venham apreciar as deliciosas sensações em maisuma de nossas instigantes aventuras pelos Sabores de Minas.

Boa viagem!

EEdduuaarrddoo AAvveellaarrChefe de cozinha

33

QUE O CERRADO SEJA PARA SEMPRE

CC

EMMANUEL PINHEIRO/EM/D. APRESS

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44

SABOR CASEIRO DO NOROESTE

rvores de galhos retorcidos e ipês ama-relos e roxos compõem a paisagem destaviagem do Sabores de Minas. Uma terraem que o Sol escaldante espalha calor,mas também cria um espetáculo ímparao nascer e ao se pôr. O destino é o No-

roeste mineiro, para desvendarmos a rica cozinha dopovo do cerrado. Começamos em Unaí, a 580 quilôme-tros de Belo Horizonte, com uma receita que é a puraexpressão das cozinhas do estado. O biscoito de coco éuma daquelas quitandas que nos enchem e trazem àlembrança o aroma de um cafezinho, um sabor da ca-sa da gente. Receita antiga, adaptada por Maria da Con-ceição Moura para a fábrica de biscoitos caseiros Ki-De-lícia, da qual é sócia com o filho, Luciano. Experientequitandeira, Maria resgatou diversas receitas típicas daregião e dá um toque pessoal a cada uma. Não deu ou-tra. Por dia, ela comercializa 25 quilos só do biscoito decoco. A fábrica, que começou há 15 anos bem pequena,hoje emprega 20 funcionários. Além do biscoitinhoapresentado por Maria, há outras 19 variedades. Em co-mum entre elas está o gostinho caseiro que, segundo aquitandeira, é o segredo de todo o sucesso. Nada me-lhor para começar bem mais esta saborosa jornada.

Maria da Conceição garante qualidade à quitanda

Já no fim de

tarde começa a

disputa na

calçada do

Churrasquinho

do Nívio, em

Unaí. A

popularidade

do bar é

explicada

pelos

saborosos

espetinhos,

acompanhados

de suculentos

pedaços de

mandioca

cozida.

Medalha de

ouro para o de

costela de boi,

um dos mais

concorridos, e

o de frango

com queijo.

Contato:

(38) 9924-4486.

Na brasa

ÁÁ

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55

Biscoito de coco

Receita fornecida por Maria da Conceição dos Santos, de Unaí: (38) 3676-3944

Para a massa●● 1 kg de farinha de trigo●● 40 g de fermento em pó●● 200 g de manteiga●● 8 ovos●● 500 g de queijo-de-minas

meia cura, ralado

●● Margarina ou óleo para untar

Para finalizar●● 1 kg de coco ralado●● 1 kg e meio de açúcar●● 800 ml de água

COMO FAZER

Para a massa, misturar todos os ingredientes e amassar bem, até darponto de enrolar, quando a massa começar a se soltar das mãos. Fazercordões de aproximadamente 2 cm de espessura. Cortar em pedaçosde 2 cm, pôr em uma assadeira untada e levar ao forno alto, até os bis-coitos crescerem. Levar ao fogo o açúcar e a água e retirar quando for-mar uma calda grossa em ponto de fio (obtido quando a calda formaum fio ao escorrer da colher). Mergulhar os biscoitos na calda, retirar epassar no coco ralado.

INGREDIENTES

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66

DO PILÃO PARA AS LATAS

onrados ficariam os antigos tropeiros se,por acaso, pudessem ver como elementosde seu cotidiano ainda são cultuados. Nascozinhas, principalmente, há quem elejapratos típicos daqueles tempos como ospreferidos. Há quem até dispense as faci-

lidades da vida moderna para encarar, sem cerimô-nias, um pesado pilão de madeira e nele preparar umadessas iguarias que davam energia às antigas tropas. Éo caso do unaiense Crescêncio Martins de Souza, quenão abre mão de fazer a boa e velha paçoca de carneseca. O prato é preparado sempre que o mineiro saipara pescar, só que, ao contrário dos tropeiros que le-vavam o alimento em suas bruacas, espécie de bolsasde couro, Crescêncio enche latas e mais latas, que sãodistribuídas a amigos e fãs da iguaria. “Aprendi a re-ceita com meu pai, mas não faço para vender, apenasde cortesia.” Os primeiros a receber um pouco dessagentileza são os vizinhos. Isso porque são, também, osprimeiros a saber que a paçoca está sendo preparada.“O barulho do pilão acorda a vizinhança”, conta. Nahora de comer, o mineiro dá a dica da melhor manei-ra de se apreciar a iguaria. “Aqui, a gente come com ar-roz e banana-maçã.” Realmente, a combinação é per-feita. Para tropeiro nenhum botar defeito.

HHReceita cultivada por Crescêncio é herança das tropas

Do leite

Há 45

anos, a

Cooperativa

Agropecuária

Unaí Ltda.,

formada por

mais de

4 mil

associados,

produz os

laticínios

Capul.

Sinônimo de

qualidade e

sabor, são 12

variedades,

entre elas

manteiga,

muçarela e

requeijão em

barra.

Contato:

(38) 2102-5158.

Page 5: FolderGastronomia62 atualizar

77

Paçoca de bruaca

INGREDIENTES

●● 3 kg de carne seca●● 300 g de bacon picado e frito●● 300 g de torresmo●● 1 kg de farinha de mandioca torrada●● Pimenta-de-bode e tempero a gosto●● 1 litro e meio de óleo (para fritar)

Material●● 1 pilão de tamanho médio

COMO FAZERPicar a carne em cubos e fritar em óleo quente, por cerca de uma hora.Fritar o bacon. Escorrer a carne e o bacon e pôr no pilão com os demaisingredientes. Socar bem, até que forme uma espécie de farofa, com to-dos os ingredientes bem amassados.

Receita fornecida por Crescêncio Martins de Souza: (38) 9951-7195

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88

RIOS DE DELÍCIAS

Com seus pratos, Nilza colecionou uma legião de fãs

Artesanato

Rio Preto e o Urucuia banham Unaí e regiãocom a beleza de suas águas, das quais pesca-dores tiram o ingrediente para receitas tra-dicionais, como boas peixadas de surubim.O prato é feito com maestria na cozinha do

Hotel Regente, que já se tornou endereço certo para satis-fazer o paladar na cidade. Inaugurado em 1975, o hotel al-cançou bom nome não apenas no quesito hospedagem,mas também na arte culinária. O segredo para a boa famaé explicado pela cozinheira mais antiga do restaurante,que está lá há 18 anos. “Fazemos questão de manter o mo-do de preparo dos pratos e, por isso, o sabor é o mesmo”,conta Nilza Lúcia, que coleciona uma legião de fãs pelosquatro cantos do Brasil, pois a cidade recebe muita gentede outros estados. A cozinheira conta que os peixes sãoselecionados e comprados sempre no mesmo lugar, o quegarante a qualidade do prato. Além da iguaria, outras de-lícias compõem o cardápio do restaurante do Regente. “Odono do hotel viaja muito e sempre traz novas ideias. Agente testa e faz adaptações. Na maioria das vezes dá cer-to”, diz. Para acompanhar a peixada, nada melhor que umarroz branco e pirão. Quando o trio chega à mesa, dá águana boca. Imaginem, experimentado-o.

OO

Na loja da

Associação dos

Artesãos de

Unaí, perto

da prefeitura,

o visitante

encontra

grande

variedade de

trabalhos

feitos pelos

32 artistas

associados.

Panos de

prato

bordados,

vidros

decorados

e até

churrasqueiras.

Confira:

(38) 3676-9363.

Page 7: FolderGastronomia62 atualizar

99

Peixada regente

Receita fornecida por Nilza Lúcia, de Unaí: (38) 3676-5961

INGREDIENTES

Para a peixada●● 400 g de surubim em postas●● 2 tomates maduros picados●● 1 cebola picada●● 1 colher (sopa) de azeite●● 1 colher e meia (sopa)

de colorau●● 1 pitada de pimenta-do-reino●● Tempero caseiro a gosto●● 1 colher (sopa) de amido de

milho dissolvido em meiocopo (americano) de água

●● 1 colher (sopa) de vinho branco

●● 1 colher (sopa) de suco de limão

●● Cheiro-verde a gosto

Para o pirão●● 2 colheres (sopa, cheias) do

caldo da peixada

●● 1 copo (americano) de água●● 1 copo (americano) de

farinha de mandioca torrada

COMO FAZER

Temperar as postas de peixe como limão, o vinho e o tempero. Emuma panela, de preferência de bar-ro, refogar, no azeite, o tomate, acebola, a pimenta-do-reino e o co-lorau. Pôr as postas de peixe, cobrircom água e deixar cozinhar porcerca de 15 minutos. Passados osprimeiros 10 minutos, despejar oamido de milho dissolvido e mis-turar com cuidado para não des-manchar as postas. Acertar o tem-pero e salpicar cheiro-verde. Para opirão, levar os ingredientes ao fo-go, sendo que a farinha deve sercolocada aos poucos, mexendobem, até engrossar.

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1100

APETITOSA BOEMIA

o caminhar pelas ruas de Unaí, chega-sefacilmente a uma constatação: o pessoalgosta mesmo de um bom papo em me-sas de boteco. Seja no Centro ou pelosbairros afora, sempre há um boteco aber-

to para agradar a boemia da cidade. Um desses recan-tos da combinação boa prosa e cerveja gelada é o bardo Toninho do Abaeté, onde a regra é se sentir bem. Pa-ra tal, o dono da casa, Antônio Eustáquio, não mede es-forços. A começar pelo atendimento, sempre bem-hu-morado, capaz de encantar a legião de fãs. Prova dissoé a sua coleção de chaveiros, exibida com orgulho emuma das paredes do bar. “Tenho 1,5 mil chaveiros. To-dos presentes de amigos.”Como não poderia deixar deser, outro chamativo para a casa são os tira-gostos, pre-parados por Toninho e sua mulher, ali mesmo, por de-trás do balcão. A cozinha aberta oferece aos freguesesum espetáculo de fazer salivar. Entre os sucessos culi-nários, não faltam torresmos suculentos, daqueles queficam expostos na vitrine como um convite à perdi-ção. Outra delícia é a pelota de lata, feita com carnesbovina e suína e conservada na própria gordura. O re-sultado dessa receita é um petisco daqueles que, assimcomo as mesas de boteco, fazem a gente sempre que-rer ficar um pouco mais.

AAToninho virou especialista na típica cozinha de boteco

Em breve,

uma saborosa

novidade estará

espalhada pelas

ruas de Unaí. O

pão de queijo

no palito é uma

invenção de

Saul Santana,

que passou

quatro meses

testando o

produto. Feito

em uma

máquina de

crepe, a iguaria

tem massa com

receita especial,

guardada a sete

chaves pelo

mineiro.

Aguardem!

Contato:

(38) 8822-1020.

Surpresa

Page 9: FolderGastronomia62 atualizar

1111

Pelota de lata

INGREDIENTES

●● 3 kg de carne bovina (músculo), 1 kg de carne suína (pernil) e 500 g de toucinho moídos duas vezes, juntos

●● 200 g de farinha de pão●● 2 ovos●● 2 cebolas picadas●● Tempero a gosto●● 2 litros de gordura de porco

COMO FAZER

Misturar os ingredientes, exceto a gordura de porco, e amassar com asmãos até obter massa homogênea, com consistência para enrolar. Fazerbolas com cerca de cinco centímetros de diâmetro. Levar a gordura ao fo-go e pôr as pelotas com ela ainda fria. Deixar fritar por uma hora, com apanela tapada. As pelotas que não forem consumidas podem ser conser-vadas cobertas pela própria gordura e esquentadas para o consumo.

Receita fornecida por Antônio Eustáquio, de Unaí: (38) 3676-1052

Page 10: FolderGastronomia62 atualizar

1122

AMARGUINHO BOM

Tempero especial de Flor tem o legítimo sabor de casa

Jiló

Há quem torça o

nariz para o

sabor, mas logo

acaba se

rendendo ao

doce de jiló

produzido pelo

grupo Guerreiras

da Terra, de

Arinos. Além da

especialidade, as

mulheres

integrantes do

projeto também

preparam doces

com outros

vegetais

cultivados por

elas em uma

horta

comunitária.

Contato:

(38) 9916-4744.

ara uns, uma aliada da saúde. Para muitos,ingrediente que faz diferença quando mis-turado a bebidas. Já para outros, o melhor épassar longe. Agora, para quem é fã, umaporção de jurubeba é o suficiente para fa-

zer de pratos corriqueiros, como o arroz, uma iguariapara se esbaldar. Uma dessas fãs das bolinhas amargasé Floripes Darci da Silva, ou apenas Flor, como é carinho-samente chamada pelos fregueses de seu restaurante.Montado no fundo da casa, o lugar é ponto dos mais re-comendados para quem quer se fartar com uma boa co-mida caseira. A simplicidade e informalidade do espa-ço são seus grandes atrativos, pois fazem com que osfregueses se sintam em suas próprias casas. Elogiostambém para o tempero e a boa comida, que são sem-pre feitos no dia. Nada de sobras ou produtos industria-lizados. Bom preço e a simpatia da dona completam osucesso do restaurante, que chega a entregar, por dia,mais de 200 refeições. “Todos os dias levanto às 4h e co-meço a mexer com comida”, conta Flor, que, mesmocom a rotina pesada, é apaixonada pelo trabalho. Nemsempre encontrada nas cozinhas, a paixão dá sabor es-pecial ao prato com jurubeba. Mesmo com todo o amar-go, enche o paladar de doçura.

PP

Page 11: FolderGastronomia62 atualizar

1133

Galinhada com jurubeba

INGREDIENTES

●● Meio frango em pedaços●● 1 kg de arroz lavado e escorrido●● 1 xícara (chá) de óleo●● 1 colher (sopa) de açafrão●● 2 cebolas picadas●● 2 tabletes de caldo de galinha●● Sal a gosto●● 100 g de jurubeba●● Cheiro-verde a gosto●● 6 dentes de alho picados●● 1 litro de água quente

COMO FAZER

Aquecer o óleo e refogar o alho e, quando ele dourar, pôr o caldo de gali-nha, a cebola, o sal e o açafrão. Pôr o frango e deixar dourar bem. Pôr o ar-roz, misturar e deixar refogar mais um pouco. Pôr a água, tapar a pane-la e deixar cozinhar por 30 minutos, ou até que a água seque. Depois dosprimeiros 15 minutos, pôr a jurubeba e misturar. Salpicar cheiro-verde.

Receita fornecida por Floripes Darci da Silva, de Unaí: (38) 3676-6671

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1144

TERRA DE RIQUEZAS

m dos ecossistemas de rica biodiversida-de, o cerrado é também fonte de saboro-sas e surpreendentes descobertas culiná-rias. Alguns nomes já se tornaram popu-lares, enquanto outros soam estranho aos

ouvidos. O certo é que a riqueza do bioma impressio-na, principalmente quando se experimenta seus maissaborosos frutos. Alguém aí já ouviu falar de baru? Sea pergunta ecoa sem resposta, não tem problema. Ju-célia Alves, diretora de uma escola da cidade de Arinos,a 650 quilômetros de BH, explica que, mesmo na re-gião, onde os pés de baru são encontrados em abun-dância, seu consumo ainda não é muito difundido. Poresse motivo, iniciou um projeto de popularização dofruto, cuja castanha e a polpa podem ser usadas nasmais apetitosas receitas. “Nosso objetivo foi apresen-tar aos alunos e aos pais uma fonte alternativa de ren-da”, conta. A valorização dos produtos da terra tam-bém é outra meta do trabalho, pois o baru, assim co-mo outros frutos do cerrado, sofre ameaças constan-tes com o avanço do desmatamento. A educadora ex-plica, que além do sabor – marcante e inigualável – acastanha de baru tem alto potencial nutritivo e traz be-nefícios à saúde. Depois de tanta propaganda, a dica éconhecer logo esta joia do cerrado.

UUJucélia Alves revela mais uma joia natural do cerrado

Diversidade

Toda a riqueza

do Noroeste

mineiro, desde

a arte até a

culinária,

poderá ser

apreciada,

anualmente,

na Feira

Regional de

Economia

Solidária, em

Arinos, que

este ano teve

sua primeira

edição. O

evento é

uma boa

oportunidade

de estar em

contato com a

rica cultura do

cerrado.

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1155

Paçoca de baru

INGREDIENTES

●● 4 xícaras (chá) de castanha de baru, torrada e sem pele (fica dentro do fruto, típico do cerrado, que pode ser encontrado no Mercado Central de BH ou em lojas que comercializem produtos do cerrado)

●● 3 xícaras (chá) de farinha de mandioca●● 2 xícaras (chá) de açúcar cristal ou rapadura

Material●● 1 pilão

COMO FAZER

Pôr os ingredientes no pilão e socar até que a castanha fique bem moída.

Receita fornecida por Jucélia Alves, de Arinos: (38) 9936-1805

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1166

PALMEIRA DAS MIL E UMA UTILIDADES

Bordados

O ponto-cruz e

o crochê são

especialidades

das 25

integrantes de

um grupo de

Arinos ligado

ao Centro

Público de

Promoção do

Trabalho.

As peças

(caprichosas

toalhas de

mesa entre os

destaques)

são expostas

em feiras da

cidade.

Contato:

(38) 3635-1924.

ma das maiores expressões da paisagemdo cerrado, o buritizeiro é a alma do povodo sertão. Da planta, tudo se aproveita e,além do mais, onde há um pé de buriti háágua limpa, pois se trata de uma palmei-

ra aquática. Das folhas, são feitas cobertura de telha-dos. Das fibras, os mais belos artesanatos. Dos frutos,tiram-se óleos terapêuticos e substâncias aromáticas,além de serem ingredientes para saborosas criaçõesculinárias. Uma delas é o doce de buriti, uma das fon-tes de renda de cozinheiras da região, que aproveitamcom maestria os frutos que a terra dá. Difundir esseconhecimento é a meta do trabalho feito por Maria deSiqueira, diretora de uma escola do distrito de Saga-rana, em Arinos. Além do buriti, outros frutos do cer-rado, como o catulé e o baru, vêm sendo apresentadosnas aulas. “Queremos que os alunos tenham a capaci-dade de desenvolver sua renda a partir de produtosabundantes da região. É um projeto de empreendedo-rismo”, conta. O trabalho parece estar dando certo. Hána cidade uma boa diversidade de artigos feitos a par-tir do buriti, como sorvetes, caixinhas, além do inigua-lável doce. Uma maravilha que, com certeza, vale a pe-na ser testada.

UUMaria de Siqueira ensina a extrair as riquezas da terra

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1177

Doce de buriti

INGREDIENTES

●● 2 kg de coco de buriti ou 1 kg da polpa do buriti●● 1 litro de água●● 1 kg de açúcar cristal●● Açúcar refinado para finalizar

COMO FAZER

Caso seja usado o coco do buriti, deixá-lo em um saco plástico fechado,por três dias, para amolecer. Retirar a casca e separar a polpa. Passá-laem uma peneira e levar ao fogo com os demais ingredientes, mexendo.Quando começar a desgrudar da panela, desligar o fogo e despejar emum tabuleiro salpicado com uma camada de açúcar refinado. Deixar es-friar e cortar em pedaços do tamanho desejado.

Receita fornecida por Maria Terezinha de Siqueira, de Arinos: (38) 3635-4126

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2200

ALIADO DO CORPO

s descobertas das paisagens que inspira-ram o grande escritor Guimarães Rosanão param de nos surpreender nesta ca-minhada. Algumas encantam pelos no-mes desconhecidos por muitos. Outrassurpreendem, justamente pelo contrário.

A denominação pode até ser familiar, mas os usos vãomuito além dos que estamos habituados. É o caso dogergelim, tão popular por estas bandas do sertão. Aplanta é encontrada em boa quantidade na região porcausa de sua fácil adaptação às condições do cerrado.E respeitando a lei de que na natureza nada se perde,a sabedoria popular tratou de testar as propriedadesdesse alimento. E descobriu que o gergelim é um alia-do da saúde e do sabor. Que o diga a experiente cozi-nheira Waldirene Valéria de Souza, moradora do dis-trito de Sagarana. “A gente costuma misturar no leite,porque tem muita proteína e vitamina.” Ter o gerge-lim em casa é simples. Basta Waldirene cruzar a portada cozinha e chegar ao quintal. Lá está a árvore, comoutras tantas que faz questão de cultivar. Há 10 anostrabalhando com culinária, ela teve como professoraa mãe, que lhe ensinou a saborosa paçocada de gerge-lim. O doce é servido com gentileza pela mineira: umaporção nas mãos dos viajantes. Agradecidos, segui-mos para mais um belo ensinamento.

AAWaldirene aprendeu a dar mais sabor às sementinhas

Tentação

Para quem

gosta de

chocolate, os

bombons Gosto

de Minas são

uma verdadeira

perdição. Feitos

de forma

artesanal na

cidade de

Arinos, as

guloseimas

chamam a

atenção pelo

recheio que

contempla

frutos como

cupuaçu, açaí e

maracujá, além

de outras 12

opções. Contato:

(38) 9946-2838.

Page 19: FolderGastronomia62 atualizar

2211

Receita fornecida por Waldirene Valéria de Souza, de Arinos: (38) 9928-3972

Paçocada de gergelim

INGREDIENTES

●● 1 kg de gergelim●● 500 g de açúcar cristal●● 250 g de farinha de mandioca fina

Material●● 1 pilão ou liquidificador

COMO FAZER

Levar o gergelim ao fogo para torrar, por 10 minutos. Socar as semen-tes em um pilão ou bater no liquidificador, até obter uma pasta. Des-pejar em uma vasilha e misturar o açúcar e a farinha de mandioca.Mexer bem.

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2222

PARA MANTER O PIQUE

ertão ainda reserva muitos aromas e sa-bores. Depois de se encantar com os no-mes e usos dos frutos da terra, os viajan-tes se deixam levar pelo chamado do es-tômago e pelo sol escaldante que não

Gilvanete tempera prato popular com muita simpatia

deixa dúvida: é meio-dia, hora do almoço. As promes-sas de um arroz de carreteiro já enchem a boca de á-gua. O prato é daqueles, por tradição, digno de pane-ladas, com fartura de carne e de temperos. Servido emuma mesa com muitas cadeiras e com improvisos pa-ra acomodar quem chega guiado pelo cheiro. Não po-de faltar também bom papo, afinal é ele que realça oque a comida tem de melhor. Gilvanete Lopes Gomes,de Arinos, se encarrega de fazer as honras da casa eapresentar a receita, popular em todo o país, mas pre-parada de um jeito especial por cada cozinheiro. Du-rante o amistoso almoço, Gilvanete conta um poucode sua labuta diária e exibe pique invejável para lidarcom muitas atividades. “Trabalho na prefeitura pelamanhã, à tarde sou cabeleireira e à noite faço faculda-de.” E ainda cuida dos dois filhos e faz quitandas paravender. Para dar conta de tudo e ainda estampar umsorriso nos lábios, o segredo é gosta do que faz. A pro-va desse amor está na ponta do garfo.

SS

Gelado

Para enfrentar

as altas

temperaturas

do Noroeste,

nada melhor

que um

delicioso

sorvete caseiro,

feito a partir

dos mais

deliciosos frutos

do cerrado. É o

que o visitante

encontra na

Sorveteria

Bicota e na

Apae da cidade

de Arinos. Entre

os sabores,

mangaba, baru

e cajamanga

ficam no topo

da lista.

●● Bicota:

(38) 9938-7085

●● Apae:

(38) 3635-1563

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2233

Arroz de carreteiro

INGREDIENTES

●● 1 kg de arroz, lavado e escorrido●● 500 g de bacon picado●● 1 kg de carne seca, cortada em cubos●● 500 g de linguiça defumada, picada ●● 500 g de linguiça mista (carne bovina e suína) picada ●● 3 cebolas picadas●● 1 cabeça de alho picadinho●● Sal a gosto●● 2 colheres (sopa, cheias) de óleo●● Água quente

COMO FAZER

Ferventar a carne seca duas vezes, trocando a água assim que levantarfervura. Em uma panela, aquecer o óleo e fritar as linguiças e o bacon se-paradamente. Retirar e reservar. Na mesma panela, refogar o alho, o sale a cebola até dourar. Pôr a carne seca e, quando começar a dourar, acres-centar a linguiça e o bacon. Pôr o arroz, misturar e deixar torrar. Cobrircom água quente e tapar a panela. Quando secar, pôr mais água, destavez até a metade. Tapar a panela novamente e desligar o fogo quando aágua secar.

Receita fornecida por Gilvanete Lopes Gomes, de Arinos: (38) 3635-2482

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2244

POLÊMICA, MAS APETITOSA

e fôssemos fazer uma lista das comidasmais polêmicas cozinhas afora, seria a do-bradinha uma forte concorrente ao rank-ing das primeiras. Ame-a ou odeie-a. Esteparece ser o lema aplicado ao bucho de

boi. Uns implicam com o cheiro, outros com a textu-ra, mas, para quem gosta, tudo isso é deixado em se-gundo plano e o que conta mesmo é o prazer que pro-porciona do paladar. Em Arinos, muitos dizem quenão há quem não goste da dobradinha, ainda mais sefor feita com seu par mais tradicional, o feijão bran-co. Para deixar ainda mais apetitosa, aguçando a cu-riosidade até mesmo de quem costuma torcer o narizsó de ouvir o nome, acrescente linguiça, bacon e ummolhinho de tomate e cebola. Outros toques ficampor conta de Vânia Gomes Lacerda, uma cozinheiradaquelas chegadas às panelas grandes. Sempre na lidacom o fogão, a mineira é uma das mais requisitadaspara trabalhar em festas da cidade, como feiras eeventos religiosos. Para ela não há problema em lidarcom quilos e mais quilos de arroz, carne e legumes.Apesar da satisfação com o serviço, ela não escondeum sonho: “Quero estudar gastronomia e abrir umrestaurante”. Fiéis fregueses não vão faltar à casa.

SSVânia conhece a arte de servir verdadeiros banquetes

Mel

Entre os vários

projetos da

cooperativa

Coopabase

(de agricultura

familiar), de

Arinos, está a

produção de

mel, que merece

destaque pela

qualidade e

cuidado no

preparo. Ao

todo, 52

apicultores

fazem a

extração do

produto, em

mais de 1 mil

colmeias.

Contato:

(38) 9945-2801

(Dionete

Figueiredo).

Page 23: FolderGastronomia62 atualizar

2255

Dobradinha com feijão branco

INGREDIENTES

●● 1 kg de dobradinha●● 500 g de feijão branco●● 250 g de bacon picado e frito●● 250 g de linguiça calabresa

picada e frita●● 2 tomates picados●● Meio pimentão grande

picado●● Meia cabeça de alho amassada●● Colorau a gosto●● Pimenta-calabresa e

sal a gosto●● 2 colheres (sopa) de óleo●● 2 cebolas picadas

Para limpar a dobradinha●● Meio copo de vinagre●● Suco de 1 limão●● Água

COMO FAZER

Picar a dobradinha em quadradosde cerca de 6 cm por 4 cm e deixarde molho por 30 minutos, na água

com limão e vinagre. Escorrer e le-var ao fogo na panela de pressão,com água suficiente para cobrir,por 15 minutos depois que derpressão. Trocar a água, deixar fer-ver por mais 15 minutos, depoisque a panela der pressão. Repetir oprocesso mais uma vez. Em umapanela comum, cobrir o feijãocom água e deixar ferver. Escorrera água e cozinhá-lo, na panela depressão, coberto com água, por 30minutos depois que der pressão.Após esse tempo, abrir a panela everificar se está cozido. Caso nãoesteja, pôr mais água e deixar pormais 20 minutos. Em outra panela(comum), refogar, no óleo, o alho,o sal, a cebola, o pimentão, o to-mate, o colorau e a pimenta.Quando o molho estiver encor-pado, pôr a dobradinha escorri-da, o bacon e a linguiça e mexer.Despejar o feijão com metade daágua do cozimento, tapar a pa-nela e deixar cozinhar até o cal-do engrossar.

Receita fornecida por Vânia Gomes Lacerda, de Arinos: (38) 3635-1889

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2266

NOME QUE AGUÇA O PALADAR

e Arinos, os viajantes seguem para Buritis,a 722 quilômetros de BH, para experi-mentar as iguarias da cidade que home-nageia no nome um dos frutos abençoa-

dos do cerrado. O horário da chegada, já no fim da tar-de, desperta no corpo aquela vontade de tomar um ca-fezinho passado na hora, com uma boa quitanda. Aoferta vem melhor do que a encomenda. Na mesa,além da esperada bebida, uma iguaria que atravessagerações e cultiva nome curioso que dá margem a es-peculações: é o biscoito de vidro, assim chamado nãopela fragilidade, e muito menos pelos ingredientes,mas por sua cobertura brilhante e com aspecto de al-go estilhaçado. O biscoito sempre foi a alegria dos setefilhos de Marilda Ferreira Prado e, por isso, quando elaresolve prepará-lo, ele chega à boca com sabor de sau-dade. Perguntada sobre a origem da receita, Marilda ti-tubeia: “Não sei de onde veio. Mas desde que me en-tendo por gente conheço esse biscoito”. À mesa, o pra-to é disputado também pelos 11 netos, que são fãs dascriações da vovó coruja. A proximidade das casas dosfamiliares faz com que esses momentos sejam co-muns, o que enche a vó Marilda de satisfação e inspi-ração para fazer suas especialidades.

DDQuitanda de Marilda é motivo de festa para a família

Gamelas

Qualquer

cozinha ficará

mais charmosa

com as peças

em imburana

feitas na cidade

de Buritis pelo

popular

Mundinho.

Gamelas,

tábuas e outros

artigos, que

combinam

beleza e

qualidade, são

produzidos pelo

artista sob

encomenda.

Contato:

(38) 3662-1634.

Page 25: FolderGastronomia62 atualizar

2277

Biscoito de vidro

INGREDIENTES

●● 1 kg de polvilho doce●● 250 g de açúcar cristal●● 3 ovos●● 1 copo (americano) de óleo●● 1 pitada de sal●● Cravo da índia a gosto (opcional)●● Água para cozinhar●● Margarina para untar

COMO FAZER

Misturar os ingredientes, exceto a água e a margarina, e amassarbem, até começar a se soltar das mãos e dar ponto de enrolar. Fazerbolinhas de aproximadamente 4 cm de diâmetro. Encher uma pane-la grande com água e levar ao fogo. Quando começar a ferver, pôr asbolinhas de massa, aos poucos, conforme couber na panela. Retirar àmedida que as bolinhas forem subindo e pôr em um pano úmido pa-ra escorrer. Levar para assar por cerca de 30 minutos em forno médio,em tabuleiro untado.

Receita fornecida por Marilda Ferreira Prado, de Buritis: (38) 3662-1217

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2288

LAR DE FARTURAS

uritis é daquelas cidades em que todos seconhecem. Conversando com um e outrodescobre-se figuras como Maria de Lour-des Fonseca, uma cozinheira de mão cheia,que passa horas do dia testando combina-ções no fogão. Sua casa mais parece um

restaurante. Basta tomar como exemplo o número decozinhas: três ao todo. Entres elas, 11 freezers e gela-deiras em funcionamento e abarrotados de comidas.Quem chega até pensa que, na imensa casa, há mui-tos moradores, mas ali vive apenas Lourdes. Para quetudo isso? “Adoro cozinhar para os outros, receberamigos. Poderia ganhar dinheiro com isso, mas façotudo de graça, eu gosto é de servir”, conta. E a qualquermomento Lourdes está preparada para receber bemuma visita. Coleciona vidros e mais vidros de conser-vas, defumados dos mais variados, peixes prontos pa-ra ir ao forno, pamonhas, doces, vinhos e outras igua-rias de fazer inveja à despensa de qualquer restauran-te. Além do prazer em satisfazer os convidados, a cozi-nheira não esconde a alegria em passar seu conheci-mento na arte culinária. Por isso, fez questão de expli-car direitinho o modo de preparo de sua elogiada pas-ta de cenoura e o atrativo doce de maçã. Com a pala-vra, nossa professora!

BB

Mudas

No viveiro do

Instituto

Estadual de

Florestas em

Buritis são

cultivadas

mudas das

mais variadas.

Como não

poderia deixar

de ser, entre

elas estão

saborosos

frutos do

cerrado como

baru, cagaita e

mangaba. O

viveiro fica no

Bairro Israel

Pinheiro.

Contato:

(38) 3662-1112.

Hospitalidade é ingrediente que jamais falta a Maria

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2299

Pasta de cenoura

INGREDIENTES

●● 2 cebolas picadas●● 3 tomates picados●● 600 g de cenoura picada

em rodelas●● 1 pimentão picado●● 1 copo (americano) de azeite●● 1 colher (sopa) de caldo de

galinha em pó●● Tempero a gosto●● 1 copo (americano)

de catchup●● 1 copo (americano) de

açúcar refinado●● 1 copo (americano)

de vinagre●● 4 colheres (sopa) de

tomate seco picado

Material●● Panela para cozimento

a vapor

COMO FAZER

Cozinhar a cenoura, de preferên-cia no vapor. Em uma panela nofogo, pôr o azeite, o tempero, a ce-bola, o caldo de galinha e o pi-mentão. Quando a cebola mur-char, pôr o tomate, o catchup, oaçúcar, o vinagre, a cenoura e otomate seco. Deixar cozinhar ateencorpar bem, mas de modo quea cenoura continue inteira. Servirfrio com torradas.

INGREDIENTES

●● 2 kg de maçã fuji ●● 800 g de açúcar refinado●● 2 pacotinhos de gelatina em

pó sabor morango●● 2 copos (americano) de água●● Cravo a gosto●● Suco de 2 limões

COMO FAZER

Descascar as maçãs, parti-las ao

meio, retirar as sementes e ir colo-cando os pedaços em uma vasilhacom água e limão, para não escu-recerem. Escorrer, lavar e pôr emuma panela de pressão com águasuficiente para cobrir. Juntar os de-mais ingredientes. Tapar a panelae deixar descansar de um dia parao outro. Cozinhar por 10 minutosapós dar a pressão e somente abrira panela depois de esfriar.

Receitas fornecidas por Maria de Lourdes Fonseca, de Buritis: (38) 3662-1236

Doce de maçã

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3300

CORAÇÃO DE COZINHEIRA

ara quem está sempre aberto a receber sabe-doria, a vida é um aprendizado sem fim. Issose aplica muito bem à cozinha. Que o digaAntônia Aparecida Costa, moradora de Buri-tis. Apaixonada desde nova por panelas e fo-

gões, a mineira carrega grande bagagem de conheci-mento do assunto, acumulada graças ao convívio compessoas experientes. O trabalho em casas de famílias foio que mais lhe proporcionou a troca de conhecimentose de receitas. Foi na casa de dona Maria de Lourdes, apersonagem da receita anterior, que ela aprendeu duasiguarias com os frutos da terra: gergelim e jenipapo. Oprimeiro é ingrediente de uma salada de sabor sofisti-cado, mas de preparo bem simples. A outra é uma so-bremesa que é uma senhora tentação. Daquelas que dávontade de beliscar a todo momento, dado o misto deazedinho e doce. Antônia está na casa de Lourdes há seisanos, onde se sente como se estivesse em sua própriaresidência. E como faria em seu lar, a cozinheira recebeos viajantes da maneira com que os mineiros parecemcarregar no sangue. Com a cozinha aberta e muitosagrados a oferecer ao pé do fogão.

PPAntônia sabe conquistar pelo paladar e pela simpatia

Restaurantes

UNAÍ

●● Pizzaria

Leta Bela

(38) 3676-6262

●● Sabor Mineiro

(38) 3676-1694

●● Tonel Mineiro

(foto)(38) 3676-4347

●● Vila Verde

(38) 3676-6666

●● Espeto

(38) 3676-1555

●● Oásis

(38) 3676-7111

BURITIS

●● Brotinhos

(38) 3662-1204

Page 29: FolderGastronomia62 atualizar

3311

Doce de jenipapo

INGREDIENTES

●● 1 kg de açúcar cristal, mais o suficiente para finalizar o doce

●● 2 kg de jenipapo

COMO FAZER

Descascar os jenipapos e retirar

as sementes; lavar e cortar apolpa em tiras. Levar ao fogo al-to com o açúcar. As tiras irãosoltar água e, depois de 10 mi-nutos, ou quando o líquido se-car, como se o doce estivesse fri-tando na panela, retirar do fogo.Pôr as tiras em uma vasilha e,quando esfriar, passá-las noaçúcar refinado

INGREDIENTES

●● 1 repolho roxo grande, cortado bem fino

●● 100 g de gergelim●● Cheiro-verde a gosto●● 1 colher (sopa) de tempero●● Meia xícara (chá) de

vinagre de arroz●● Meia xícara (chá) de

açúcar cristal

●● Meia xícara (chá) de azeite●● 1 colher (sopa) de margarina

COMO FAZER

Torrar o gergelim na margarina.Em uma vasilha, fazer um molhocom o açúcar, o vinagre, o azeite, otempero e o cheiro-verde. Pôr o re-polho em um recipiente, misturaro molho e o gergelim torrado.

Receita fornecida por Antônia Aparecida Costa: (38) 9929-2731

Salada de repolho com gergelim

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3322

COMBINAÇÃO REGIONAL

viagem por esta terra de surpresas estáchegando ao fim. Antes de pôr o pé na es-trada, os viajantes retornam a Unaí paraconferir uma receita que irá fechar a jor-nada. O destino é a casa de Creonice Pe-

reira Leitão, que nos recebe com a mesa repleta deiguarias mineiras. O almoço típico da roça não pode-ria ser despedida melhor. Como prato principal, o mui-to bem recomendado frango caipira com guariroba,uma iguaria popular na região e no estado de Goiás.Creonice explica que os dois devem ser cozidos separa-damente, caso contrário a guariroba deixa a carneamarga, pois essa é a sua principal característica. “Mui-ta gente não gosta. Então, o melhor é misturar no pró-prio prato”, explica. Em sua casa mesmo, a guarirobanão é unanimidade. Já o frango, é outra história. “Nãopode faltar. Todo almoço de domingo tem que terfrango.” A ave é trazida da fazenda da família. Enquan-to serve os convidados, Creonice explica a cor amare-lada do caldo do frango. Segundo ela, na região o colo-rau não é tão popular. Dá lugar ao açafrão, usado emquase tudo na culinária. Os costumes de cada cozinhaacabam tornando o almoço mais longo, mas, infeliz-mente, é hora de partir. Até a próxima!

AAMesa farta e saborosa é a especialidade de Creonice

UNAÍ

●● Halley Hotel

(38) 3676-3232

●● Hotel HV

(38) 3676-4345

●● Hotel Unaí

(38) 3676-2691

●● Regente Hotel

(38) 3676-1472

●● Hotel Vip

(38) 3676-6792

BURITIS

●● Rainha do Vale

(38) 3662-1195

ARINOS

●● Big Hotel

(38) 3635-2807

ONDE FICAR

Page 31: FolderGastronomia62 atualizar

3333

Frango com guariroba

INGREDIENTES

●● 9 colheres (sopa) de óleo●● 6 dentes de alho amassados●● 2 cebolas picadas●● 1 frango caipira em pedaços●● 1 colher (sopa) de açafrão●● 1 colher (chá) de pimenta-do-reino●● Tempero e sal a gosto●● Cebolinha e coentro (ou salsa) a gosto●● 400 g de guariroba, in natura ou em conserva

COMO FAZER

Refogar o alho, a cebola e o açafrão em oito colheres de óleo. Após dou-rar, pôr os pedaços de frango, o sal, a pimenta e misturar. Após 30 mi-nutos, ou até que o frango fique dourado, cobrir com água. Tapar a pa-nela e deixar cozinhar. Salpicar a cebolinha e o coentro ou a salsa. Casoa guariroba seja em conserva, escorrer, refogar as rodelas em uma co-lher de óleo e tempero. Cobrir com água e deixar cozinhar por 30 minu-tos. Se for in natura, descascar, cortar as rodelas, lavar e fazer o mesmoprocesso, aumentando o tempo de cozimento até que os pedaços fi-quem macios. Servir com o frango.

Receita fornecida por Creonice Pereira Leitão, de Unaí: (38) 3676-4467

Page 32: FolderGastronomia62 atualizar

3344

Roteiro do guia

Diretor de RedaçãoJosemar Gimenez

EditorArnaldo Viana

Editor de Artes GráficasÁlvaro Duarte

Consultor técnicoEduardo Avelar

TextosBárbara Fonseca

FotosJair Amaral

EdiçãoRoney Garcia

Projeto GráficoHudson Franco

DiagramaçãoCarlos Augusto

Film-lessTCS Soluções Gráficas

ImpressãoCGB Artes Gráficas Ltda

Gerência de PublicidadeTels.: (31) 3263-5306/3263-5224

Gerência de CirculaçãoTel.: (31) 3263-5800

Gerência de DocumentaçãoTel.: (31) 3482-8327

Redação:Avenida Getúlio Vargas, 291

Funcionários, CEP 30.112-020,Belo Horizonte - MG

Tel.: (31) 3263-5105E-mail: [email protected]

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EESSTTAADDOO DDEE MMIINNAASS