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ANO XVII - 26 de julho de 2011 Basta de demissões! A média de demissões no Itaú está au- mentando a cada dia e é preciso uma grande mobilização nacional, com a participação de todos os funcionários, para barrar esses desligamentos. As demissões, que antes estavam restritas a alguns departamentos, agora atingem a rede de agências. Só no período de 01 a 22 de julho, 21 bancários de Curitiba e região foram desligados no Itaú, sendo 17 trabalhadores de agências (outros três foram demitidos, mas estão impedidos de se desligar do banco por possuirem li- minar). Nacionalmente, cerca de 100 bancários são desligados por dia no Itaú Unibanco. So- mente na base do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, de janeiro a julho de 2011, com levantamento até dia 22, foram 122 de- missões (sem justa causa ou a pedido), a LUCRO DO ITAÚ UNIBANCO NÃO PARA DE CRESCER. ENQUANTO ISSO, BANCO INICIA ESCALADA DE DEMISSÕES Na defesa do emprego maioria na rede de agências. Consequências – A falta de funcionários nas agências está sobrecarregando os pou- cos que restam em serviço. O Sindicato constatou que os gerentes operacionais e tesoureiros estão sendo obrigados a traba- lhar nos caixas, inclusive com cobrança para cumprir metas com venda de produtos, acumulando funções. Alguns sequer conse- guem fazer horário de almoço, precarizando as condições de trabalho. “O Sindicato con- dena esta prática inaceitável do Itaú. Não podemos ficar parados diante desta situa- ção. Vamos, juntos, lutar contra essas de- missões”, afirma Otávio Dias, presidente do Sindicato. Em ação – Em ato realizado na terça-feira, 19 de julho, os bancários alertaram a popu- lação sobre o descaso do Itaú com seus fun- cionários e clientes. Em todo o Paraná, 21 agências foram fechadas no Dia Nacional de Luta. Na área central de Curitiba, oito agên- cias do Itaú fecharam durante a manhã do dia 19. Os bancários paralisaram as atividades em protesto contra as demissões que estão ocorrendo em todo o país. Lucros – Após a compra do Unibanco, em 2008, houve a promessa de que o Itaú não iria demitir seus funcionários. Mais uma promes- sa não cumprida. Os funcionários trabalham apreensivos, sob pressão e com medo de demissão. No entanto, lidera o ranking de lu- cro dos bancos que atuam no país. Em 2010, o lucro foi de mais de R$ 13 bilhões e no 1º trimestre de 2011 já atingiu R$ 3,5 bilhões. O balanço semestral de 2011 será divulgado em 02 de agosto. Com estes resultados, fica a per- gunta: será que o banco Itaú precisa demitir? Quando comprou o Unibanco, Roberto Setúbal afirmou que não haveria demissões. Em 2011, somente em Curitiba e região já foram demitidos 122 bancários. Foto: Greg Salibian/iG Especial Itaú Unibanco 2011: Desligamentos em Curitiba e região Janeiro 13 Fevereiro Junho 04 Março Julho (até dia 22) Impedidos por liminar do Sindicato 30 Abril 14 Maio 16 09 21 15

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- Basta de demissões - Denuncie abusos na revisão de metas do Itaú - Fitas de caixa - Dia Nacional de Luta

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ANO XVII - 26 de julho de 2011

Basta de demissões!A média de demissões no Itaú está au-

mentando a cada dia e é preciso uma grande mobilização nacional, com a participação de todos os funcionários, para barrar esses desligamentos. As demissões, que antes estavam restritas a alguns departamentos, agora atingem a rede de agências. Só no período de 01 a 22 de julho, 21 bancários de Curitiba e região foram desligados no Itaú, sendo 17 trabalhadores de agências (outros três foram demitidos, mas estão impedidos de se desligar do banco por possuirem li-minar).

Nacionalmente, cerca de 100 bancários são desligados por dia no Itaú Unibanco. So-mente na base do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, de janeiro a julho de 2011, com levantamento até dia 22, foram 122 de-missões (sem justa causa ou a pedido), a

LUCRO DO ITAÚ UNIBANCO NÃO PARA DE CRESCER. ENQUANTO ISSO, BANCO INICIA ESCALADA DE DEMISSÕES

Na defesa do emprego

maioria na rede de agências.Consequências – A falta de funcionários

nas agências está sobrecarregando os pou-cos que restam em serviço. O Sindicato constatou que os gerentes operacionais e tesoureiros estão sendo obrigados a traba-lhar nos caixas, inclusive com cobrança para cumprir metas com venda de produtos, acumulando funções. Alguns sequer conse-guem fazer horário de almoço, precarizando as condições de trabalho. “O Sindicato con-dena esta prática inaceitável do Itaú. Não podemos ficar parados diante desta situa-ção. Vamos, juntos, lutar contra essas de-missões”, afirma Otávio Dias, presidente do Sindicato.

Em ação – Em ato realizado na terça-feira, 19 de julho, os bancários alertaram a popu-lação sobre o descaso do Itaú com seus fun-

cionários e clientes. Em todo o Paraná, 21 agências foram fechadas no Dia Nacional de Luta. Na área central de Curitiba, oito agên-cias do Itaú fecharam durante a manhã do dia 19. Os bancários paralisaram as atividades em protesto contra as demissões que estão ocorrendo em todo o país.

Lucros – Após a compra do Unibanco, em 2008, houve a promessa de que o Itaú não iria demitir seus funcionários. Mais uma promes-sa não cumprida. Os funcionários trabalham apreensivos, sob pressão e com medo de demissão. No entanto, lidera o ranking de lu-cro dos bancos que atuam no país. Em 2010, o lucro foi de mais de R$ 13 bilhões e no 1º trimestre de 2011 já atingiu R$ 3,5 bilhões. O balanço semestral de 2011 será divulgado em 02 de agosto. Com estes resultados, fica a per-gunta: será que o banco Itaú precisa demitir?

Quando comprou o Unibanco, Roberto Setúbal afirmou que não haveria demissões. Em 2011, somente em Curitiba e região já foram demitidos 122 bancários.

Foto

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EspecialItaú Unibanco

2011: Desligamentos em Curitiba e região

Janeiro 13

Fevereiro

Junho

04

Março

Julho (até dia 22)

Impedidos por liminar do Sindicato

30

Abril 14

Maio 16

09

21

15

Orgão de divulgação do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região

Av. Vicente Machado, 18 - 8º andar • Fone: (41) 3015-0523 • Fax: (41) 3322-9867 • Presidente: Otávio Dias • Sec. de Imprensa: André Machado • Conselho Editorial: Ana Smolka, André Machado, Carlos Kanak, Luiz Antonio Fermino, Marcio Kieller, Otávio Dias • Jornalista responsável: Renata Ortega (8272/PR) • Redação: Paula Padilha, Flávia Silveira e Renata Ortega • Diagramação e Arte final: Fabio Souza e Mariana Kaminski • Impressão: Multgraphic • Tiragem: 2.000 exemplares • [email protected] • www.bancariosdecuritiba.org.br

Denuncie abusos na revisão de metas do Itaú

O Programa Gestão de Performance do banco Itaú tem revisão de metas no período de 01 de agosto a 09 de setembro. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região alerta para que os trabalhadores procurem a entidade e denunciem qualquer tipo de abuso por parte do banco.

O Sindicato tem conhecimento de casos de bancários que se obrigam a vender emprés-timo para filhos, irmãos ou a parcelar a fatura do cartão de crédito de parentes. “A venda de produtos por bancários da área operacional é um abuso do Itaú que o Sindicato condena”, informa o dirigente sindical Junior Cesar Dias, Secretário de Organização e Mobilização da Base.

Denuncie – O Sindicato quer que os bancários do Itaú denunciem estes abusos a-gora, quando as metas ainda serão revisadas,

DENÚNCIAS SERÃO COBRADAS NAS NEGOCIAÇÕES COM O BANCO

para que o movimento sindical possa interferir durante as negociações com o banco.

Da forma como está, a remuneração do Pro-grama Gestão de Performance para bancários da área operacional é totalmente coberta pela Participação nos Lucros (PLR), que é um di-reito conquistado na Convenção Coletiva de Trabalho. Atualmente, a única pessoa que ganha mais que a PLR na área operacional é o primeiro colocado no cumprimento de metas entre as agências da região.

Gestão de Performance – De acordo com informações disponíveis no banco Itaú, o su-gestivo “Programa de Gestão de Performance” tem como característica a seguinte descrição:

“Esta ferramenta trabalha para a sedimen-tação da cultura de alta performance dentro da organização e torna o processo de avalia-ção de desempenho mais simples e claro. A

Fitas de caixaPrograma Gestão de PerfomanceOs bancários estão preocupados com as

modificações na fita de caixa. A bobina, que era utilizada para conferência manual dos valores lançados, foi extinta. O fato das movi-mentações da área operacional estarem dis-poníveis exclusivamente no sistema dificulta a localização de diferenças. Os bancários estão tendo prejuízos e ainda correm o risco de demissão. O Sindicato já cobrou um posi-cionamento do banco, que apresentou uma solução insatisfatória. Diante disso, o movi-mento sindical continua pressionando o Itaú.

definição de metas individuais para todos os colaboradores atrelará a remuneração e as oportunidades de maneira direta aos resulta-dos alcançados”.

Essa “ferramenta” prega a individualização do serviço bancário, em detrimento da cole-tividade, uma armadilha que o bancário não pode cair. “O valor pago a título de PLR é um direito adquirido e certo. Já a pressão pelas metas, do cumprimento de 150%, só degrada as condições de trabalho e a saúde das pes-soas, já que é pequeno o número de bancários que consegue ultrapassar o valor da PLR com o programa próprio do banco”, explica a diri-gente sindical Ana Fideli, Secretária de Saúde do Sindicato.

Bancário, procure o Sindicato e denuncie os abusos: ligue (41) 3015-0523 ou acesse www.bancariosdecuritiba.org.br.

Aconteceu

Dia Nacional de Luta: mobilização contra as demissões fechou oito agências de Curitiba no dia 19 de julho.

Hoje não consigo assistir aos comerciais do banco, começo a tremer.”

Bancária, 30 anos de idade e 10 de banco

A minha vida virou um in-ferno, abri mão do meu em-prego, mas ganhei de volta a minha vida.”

Bancária, 36 anos de idade e 11 de banco

Desde que o banco mudou, ou melhor, duas forças se uniram, meus dias enquan-to bancária se tornaram piores. Cheguei a adoecer e ainda me trato com medi-camentos. Não sei o que é dormir à noite sem eles.”

Bancária, 40 anos de idade e 08 de banco