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QUINTA-FEIRA, 1º DE SETEMBRO DE 2011 1ª Edição São Paulo irinnewsblog.wordpress.com UNSC se reúne para debater ciberterrorismo O Conselho de Segurança das Nações Unidas tenta elaborar soluções para a ameaça dos ataques hackers PÁG. 2 A dificuldade de ingresso do etanol brasileiro nos Estados Unidos e na União Europeia será tema de discussão na Or- ganização Mundial do Comér- cio (OMC). O Brasil luta pelo fim das barreiras ambientais e econômicas impostas ao com- bustível nacional. A empreitada brasileira na OMC visa o cresci- mento da capacidade de expor- tação do país. OMC discute barreiras ao etanol Estados Unidos e União Europeia impõem barreiras comerciais e ambientais ao etanol brasileiro. Governo considera que os obstáculos são forma de esconder protecionismo PÁG. 3 CANA-DE-AÇÚCAR. EUA e UE impõem barreiras ao etanol brasileiro Brasil e UE em mais um conflito A disputa entre Brasil e União Europeia sobre a questão dos medicamentos genéricos e da propriedade intelectual está na pauta da OMC nesta semana. PÁG. 3 Queda reflete EUA e Europa Segundo o ministro da Fazenda Guido Mantega, o enfraquecimento da economia dos Estados Unidos e da Europa é a causa da queda das bolsas de valores PÁG. 2 Unasul discute intervenção estatal aos meios de comunicação A intervenção do estado aos meios de comunicação será discutidos pela Unasul nesta semana. PÁG. 4 Declaração do Milênio será revisada Resultados obtidos desde a sua criação serão avaliados pela Assembleia Geral das Nações Unidas. PÁG. 4 ONLINE. Terroristas intensificam atividades no mundo virtual

Folha de S Paulo - 1ª edição - FINAL

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A intervenção do estado aos meios de comunicação será discutidos pela Unasul nesta semana. Segundo o ministro da Fazenda Guido Mantega, o enfraquecimento da economia dos Estados Unidos e da Europa é a causa da queda das bolsas de valores Estados Unidos e União Europeia impõem barreiras comerciais e ambientais ao etanol brasileiro. Governo considera que os obstáculos são forma de esconder protecionismo PÁG. 2 PÁG. 3 PÁG. 2 PÁG. 4 PÁG. 3 PÁG. 4 irinnewsblog.wordpress.com

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QUINTA-FEIRA, 1º DE SETEMBRO DE 2011 1ª Edição São Paulo

irinnewsblog.wordpress.com

UNSC se reúne para debater ciberterrorismoO Conselho de Segurança das Nações Unidas tenta elaborar soluções para a ameaça dos ataques hackers PÁG. 2

A dificuldade de ingresso do etanol brasileiro nos Estados Unidos e na União Europeia será tema de discussão na Or-ganização Mundial do Comér-cio (OMC). O Brasil luta pelo

fim das barreiras ambientais e econômicas impostas ao com-bustível nacional. A empreitada brasileira na OMC visa o cresci-mento da capacidade de expor-tação do país.

OMC discute barreiras ao etanolEstados Unidos e União Europeia impõem barreiras comerciais e ambientais ao etanol brasileiro. Governo considera que os obstáculos são forma de esconder protecionismo

PÁG. 3CANA-DE-AÇÚCAR. EUA e UE impõem barreiras ao etanol brasileiro

Brasil e UE em mais um conflitoA disputa entre Brasil e União Europeia sobre a questão dos medicamentos genéricos e da propriedade intelectual está na pauta da OMC nesta semana. PÁG. 3

Queda reflete EUA e EuropaSegundo o ministro da Fazenda Guido Mantega, o enfraquecimento da economia dos Estados Unidos e da Europa é a causa da queda das bolsas de valores PÁG. 2

Unasul discute intervenção estatal aos meios de comunicaçãoA intervenção do estado aos meios de comunicação será discutidos pela Unasul nesta semana. PÁG. 4

Declaração do Milênio será revisadaResultados obtidos desde a sua criação serão avaliados pela Assembleia Geral das Nações Unidas. PÁG. 4ONLINE. Terroristas intensificam atividades no mundo virtual

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Queda reflete EUA e Europa, diz MantegaSegundo o ministro, enfraquecimento da economia dos EUA e da Europa é a causa da queda das bolsas de valores

EDITORIAL

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CONSILIUM

O ministro da Fazenda Gui-do Mantega afirmou no início do mês que a queda das bolsas de valores de todo o mundo é reflexo do enfraquecimento da economia dos EUA e da Europa. Mantega afirmou também que o Brasil não está imune à crise, mas, diferente de 2008, agora tem mecanismos para enfrentá-la.

“É claro que sempre haverá conseqüências, mesmo o Brasil estando preparado. [As conse-qüências] por exemplo [podem ser] queda de Bolsas, queda de comércio, queda de crédito, mas o Brasil enfrentará com um mí-nimo de danos para economia brasileira”, disse.

Segundo o ministro, caso

a crise chegue ao Brasil, o país poderá reativar as medidas que foram tomadas em 2008, como a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para automóveis e linha branca, libe-ração de compulsório e venda de reserva internacional. “Te-mos que ficar alerta e olhando as conseqüências”.

QUINTA-FEIRA, 1º DE SETEMBRO DE 2011

Brasil pelo etanol

A OMC tentará solucionar controvérsias relacionadas à difícil aceitação do etanol bra-sileiro por parte da União Eu-ropeia e dos Estados Unidos a partir de hoje. Eles resistem ao etanol com uma série de ar-gumentos relacionados ao au-mento do preço dos alimentos, ao avanço das plantações sobre áreas de conservação ambien-tal, ao aumento do uso de pes-ticidas, entre outros.

Países produtores de bio-combustíveis, como o Brasil, enfrentam uma realidade em que, à medida que crescem as iniciativas para a substituição da atual matriz energética, percebe-se o aumento de en-tidades e de poderosos lobbies que repudiam sua utilização. Aqueles que responsabilizam os biocombustíveis pela eleva-ção do preço dos alimentos em escala mundial, por exemplo, esquecem que a ascensão das commodities não se trata de um fenômeno novo. Desde 2003, há um gradual crescimento de seus preços e aceleração de 2005 até o presente.

O comércio de biocombus-tíveis ainda é muito peque-no, representa apenas 2% do mercado global. Para que sua produção e comercialização se desenvolvam ao ponto de ga-rantir o abastecimento global, é necessária a criação de regras que facilitem e estimulem seu comércio. O Brasil, para não perder a oportunidade de man-ter-se líder no segmento, deve contribuir no debate técnico e político, apresentando propos-tas e iniciativas que superem os desafios que se apresentam.

Produção FolhapressEditora-chefe Yohanna PinheiroRepórteres Amanda Araújo, Cláudio Abreu, Pedro Bruno TrigueiroProjeto Gráfico Yohanna PinheiroImpressão EurocópiaFale conosco [email protected]

issuu.com/ sonuimpresso @sonufortaleza

Os artigos publicados com assinatura não tradu-zem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos proble-mas brasileiros e mundiais e de refletir as diver-sas tendências do pensamento contemporâneo.

UNSC se reúne para debater ciberterrorismoO Conselho de Segurança das Nações Unidas tenta elaborar soluções para a ameaça dos ataques hackers

INVISÍVEL. Segundo autoridades norte-americanas, anonimato é o maior atrativo para os criminosos virtuais

UNSC

CLÁUDIO ABREUDE NOVA YORK

Ataques ciberterroristas a sites governamentais serão discutidos pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC, na sigla em inglês) nesta semana. O objetivo é discutir como os ataques afe-tam a segurança das informa-ções governamentais que es-tão armazenadas em sistemas digitais.

O ciberterrorismo é defi-nido como um ataque, com o uso de meios digitais, dire-cionado à população. Desde os anos 1980, o ciberterroris-mo é tratado como questão de segurança nacional, mas somente agora, com o maior

uso dos sistemas digitais, o tema é abordado com maior preocupação.

Os ataques terroristas ci-bernéticos, apesar do nome, não tem conseqüências limita-das ao mundo virtual. Um ter-rorista pode invadir o sistema operacional de uma rede de distribuição de energia elétri-ca e cancelar o abastecimen-to de uma cidade e até áreas maiores, o que causaria uma devastação.

A onipresença é uma das características mais preocu-pantes do ciberterrorismo. Um terrorista pode, de seu compu-tador, comandar a apropria-ção indevida de informações de uma zona geograficamente remota.

Os ataques podem ser co-mandados de qualquer parte do mundo, o que dificulta o rastreamento. O fácil descarte de aparelhos usados em ata-ques também é um obstáculo. A complexidade do processo de identificação dos envolvi-dos com os ataques acaba atra-palhando a identificação e o julgamento destes terroristas.

À medida que os avanços tecnológicos se firmam com cada vez mais velocidade, as estratégias ciberterroristas também se aprimoram rapida-mente. Com o aumento do uso da internet pelos governos no mundo, os ataques ciberterro-ristas tomam dimensões cada vez maiores.

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Brasil e UE em mais um conflito na OMCMedicamentos genéricos e patentes serão discutidos nessa semana

O conflito entre Brasil e União Europeia sobre a ques-tão dos medicamentos genéri-cos e da propriedade intelectu-al está na pauta da OMC nesta semana. O caso vai ao cerne de uma disputa delicada, pois confronta a necessidade de for-necer medicamentos acessíveis aos mais países pobres com a necessidade de estimular a pes-quisa por novos remédios por meio da proteção das patentes.

O início da disputa se deu em 2009, quando a Holanda confiscou um carregamen-to de remédios genéricos que seriam importados da Índia para o Brasil. O medicamento em questão (Losartan) é usado para o tratamento de hiperten-são arterial e foi desenvolvido pela empresa alemã Merck. Segundo o governo holandês, a carga, com 500 quilos de Lo-sartan, foi retida na alfândega

holandesa porque a empresa farmacêutica alegou possuir a patente do medicamento em território holandês.

Os governos do Brasil e da Índia argumentam que o Lo-sartan já era comercializado em seus territórios antes da aprovação da Lei de Proprieda-de Industrial - Lei nº 9.279, de 14 de Maio de 1996 -, o que da-ria à Índia e ao Brasil o direito de comercializá-lo.

OMC discute barreiras ao etanolEstados Unidos e União Europeia impõe obstáculos comerciais e ambientais ao etanol brasileiro

ETANOL. Brasil luta pelo fim dos obstáculos impostos ao biocombustível

TIAGO BRANDÃO/ COMÉRCIO DA FRANCA

nomias. As nações elevam o valor dos subsídios dados aos seus produtores para aumen-tar a produção local, voltada ao mercado interno, evitando, assim, a concorrência com o etanol brasileiro.

As barreiras tarifárias im-postas ao biocombustível também serão discutidas na reunião da OMC. Para entrar em território norte-america-no, o álcool brasileiro é taxado em US$ 0,54 por galão. Para o ingresso no mercado comum

europeu, essa taxa chega a US$ 1,00.

O que estará em jogo, logo mais, é o potencial exportador do Brasil. A produção de eta-nol é uma forma de alavancar o desenvolvimento do país e o tornar líder mundial no co-mércio de biocombustíveis. O desafio da delegação brasileira na OMC é o de conciliar o de-senvolvimento nacional com os interesses dos Estados Uni-dos e da União Europeia.

PEDRO BRUNO TRIGUEIRODE GENEBRA

A dificuldade de ingresso do etanol brasileiro nos Es-tados Unidos e na União Eu-ropeia será tema de discussão na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil luta pelo fim das barreiras ambientais e econômicas im-postas ao combustível nacio-nal. A empreitada brasileira na OMC visa o crescimento da capacidade de exportação do Brasil.

Os EUA e a União Europeia hesitam em importar o etanol produzido no Brasil. Eles ale-gam que o cultivo da cana-de-açúcar, matéria prima do combustível, compromete a preservação dos biomas bra-sileiros - o que colabora para o aumento do efeito estufa. O governo brasileiro, no entan-to, argumenta que as planta-ções voltadas para a produção de etanol são feitas em terre-nos já utilizados para a prá-tica agrícola, o que não cau-saria a degradação do meio ambiente.

O governo brasileiro con-sidera que as imposições am-bientais são uma forma de es-conder o protecionismo que os Estados Unidos e países como França, Alemanha, Itália e Es-panha praticam em suas eco-

OMC OPINIÃO

3QUINTA-FEIRA, 1º DE SETEMBRO DE 2011

Tribunal inicia debatesROBERTO JOSINODIRETOR DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)

O Tribunal Arbitral da Organização Mundial do Comércio abre suas por-tas para discutir dois te-mas imprescindíveis para a atual conjuntura inter-nacional. Os temas envol-vem não apenas o setor econômico, mas também o meio ambiente, a saú-de e o bem-estar social: a questão relativa às barrei-ras ambientais impostas pelos Estados Unidos ao etanol brasileiro e o caso referente à produção e circulação de genéricos no mercado internacio-nal – obstadas pela União Europeia, prejudicando vários países emergentes, dentre os quais o Brasil.

O Tribunal da OMC iniciará seus debates com o caso A: Brasil vs. Esta-dos Unidos, no tocante às barreiras que incidem so-bre o etanol brasileiro. Os Estados Unidos afirmam que a barreira é uma for-ma de proteção ambiental, visto que o etanol brasilei-ro seria produzido de uma maneira danosa.

O Brasil, conhecendo seu modo de produção do etanol, entende que a bar-reira é apenas um obstá-culo de cunho comercial para resguardar a econo-mia americana dos impac-tos da concorrência entre o etanol brasileiro e ame-ricano, produzido através do milho. Cabe agora aos advogados representantes de seus países utilizarem o máximo de seu desempe-nho e desenvoltura jurídi-ca para defender seus in-teresses, sempre visando a garantir uma maior igual-dade no plano econômico internacional.

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UNASUL discute intervenção estatalA intervenção do Estado nos meios de comunicação é um dos temas a serem discutidos pela Unasul nesta semana

REGULAÇÃO. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, considera que há outras prioridades acima da regulação da mídia.

UNASUL

QUINTA-FEIRA, 1º DE SETEMBRO DE 2011

Declaração do Milênio será revisadaAssembleia Geral fará balanço de dados e avaliação de resultados

A Assembléia Geral das Na-ções Unidas (AGNU) se reu-nirá nesta quinta-feira (1º), na sede das Nações Unidas, em Nova York, para avaliação de resultados obtidos da Decla-ração do Milênio desde a sua criação, em setembro de 2000. A conferência pretende fazer um balanço de dados e discutir o atual contexto global de crises econômicas e ambientais.

Os objetivos da Declara-ção do Milênio nasceram das grandes conferências interna-cionais dos anos 90, com o in-tuito de que os compromissos assumidos se traduzissem em ações concretas. Dentre suas principais disposições estão a de acabar com a fome e a mi-séria, reduzir a mortalidade in-fantil e atingir o ensino básico universal.

Muitas das metas estipula-das são negligenciadas por di-versos países, que alegam falta de recursos e de apoio da socie-dade universal.

O debate geral anual, du-rante o qual dezenas de chefes de Estado se reúnem, vai até o dia 4 de setembro, e os estados-membros terão a oportunidade de expressar os seus pontos de vista sobre as grandes questões internacionais.

AGNU

WILSON DIAS/ABR

homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; além dos princípios de liberdade de pensamento e de imprensa re-comendados pela Declaração Internacional de Chapultec, firmada pelos presidentes lati-no-americanos e pelo Pacto de São José da Costa Rica.

No Brasil, o projeto de re-gulação da mídia foi enterrado. O ministro das comunicações Paulo Bernardo afirmou que há

outras prioridades no momen-to, como o projeto de banda larga, que ele pretendia apre-sentar até o final de abril. O go-verno diz que não tem intenção de promover qualquer tipo de controle da mídia, mas o proje-to de regulação protegido pelo governo federal e a censura, desde 2009, ao jornal O Estado de S. Paulo preocupam diver-sos setores acerca da liberdade de expressão no país.

AMANDA ARAÚJODE QUITO

A União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) dis-cutirá questões relacionadas à regulação dos meios de co-municação. Serão consultados artigos da Declaração Univer-sal dos Direitos Humanos e Declaração Internacional de Chapultec para chegar-se a um consenso sobre as aclamadas liberdades.

Fazem parte da União das Nações Sul-Americanas os doze países da América do Sul, agregando o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Comu-nidade Andina das Nações (CAN) como parte do plano de integração sul-americana. A Unasul tem como um dos objetivos criar um espaço de articulação não somente no âmbito econômico e político, mas também na esfera cultural e social entres seus povos.

A questão da intervenção estatal faz referência ao con-trole estatal de alguns países da Unasul (Venezuela, Bolívia e Equador), que resultam em protestos dentro e fora desses países nos últimos anos. A crí-tica parte de que esses governos estão violando liberdades e tra-tados firmados, sob o falso ar-gumento de que tal controle é necessário ao desenvolvimento da nação.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que todo

PARCEIROS REALIZAÇÃO