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Edição 06 | Setembro, Outubro e Novembro de 2011 | Distribuição gratuita Folha do Bom Retiro Saiba mais sobre os surdos e faça curso de libras na IBBR Um pouco da cultura gaúcha para os paranaenses A inocência através da fotografia “Transformando a comunidade através do serviço” Você sabe o que é Educomunicação? Dignidade para surdos

Folha do Bom Retiro

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Este jornal tem como objetivo informar a comunidade através de notícias, novidades e curiosidades sobre o bairro e sobre a cidade. Nasceu da intenção de membros da nossa comunidade em servir os moradores, comerciantes e visitantes do nosso bairro. A distribuição alcança os bairros Bom Retiro, Pilarzinho e Vista Alegre.

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Edição 06 | Setembro, Outubro e Novembro de 2011 | Distribuição gratuita

Folha doBom Retiro

Saiba mais sobre os surdos e faça curso de libras na IBBR

Um pouco da cultura gaúcha para os paranaenses

A inocência através da fotografia

“Transformando a comunidade através do serviço”

Você sabe o que é Educomunicação?

Dignidade parasurdos

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Tiragem: 1000Suelen Lorianny - Editora ChefeTiago Brandão - RevisãoE-mail para contato - [email protected] - @ibbrCuritiba | www.ibbr.org.brDiagramação: Diego Silva - [email protected]

Expediente

Editorial

Por Osmar Gomes

Acho que é lugar co-mum dizer que todos te-mos uma criança dentro de nós. É também bas-tante óbvio dizer que as crianças tem muito a nos ensinar. Mas dizer que a maturidade só pode ser encontrada numa atitude infantil é de fato revolu-cionário.

No evangelho escrito por Mateus encontramos o seguinte relato:

Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizen-do: Quem é o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles, E dis-se: Em verdade vos digo que, se não vos conver-terdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aque-le que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.

Jesus vivia numa so-ciedade que volarizava muito os anciões, onde o respeito pelos mais ve-lhos era natural e fazia parte da cultura. Era par-te da tradição rabínica se assentar periodicamente com os idosos para ouvir suas histórias. Acho que precisamos resgatar isto!

Mas Jesus também vi-

via num tempo onde as tradições eram cultuadas, o que gerava uma dis-torção chamada religio-sidade, que nada mais é do que o distanciamento entre o discurso e a prá-tica. Honestidade, since-ridade e espontaneidade não eram bem vistos num círculo religioso.

Jesus, ao tomar aquele menino em seu colo, vira de ponta cabeça a cos-movisão do que deve ser admirado ou rejeitado. Jesus está substituindo conhecimento por sabe-doria, falsidade por sin-ceridade, aparência por honestidade, rigidez por espontaneidade.

Quando olho para meus filhos, que riem até doer a barriga diariamen-te, valorizam tudo que es-tão fazendo como se fosse um tratado entre nações quando na verdade é apenas um desenho ra-biscado da sua professo-ra numa folha de sulfite, vão dormir exaustos por terem espremido de cada segundo vida em abun-dância, consigo entender um pouco do que Jesus nos ensinou. Que meu conhecimento, informa-ções e experiências não retirem de mim a hones-tidade, sinceridade e a es-pontaneidade. Agora me deem licença que vou ali brincar um pouquinho.

Crescer atevirar umacrianca

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Opinativo

Por Samuel AlmeidaAntes de parar pra

escrever este texto eu fiz algo que é quase um ri-tual ao sentar em frente ao computador: checar as novidades na minha página do facebook. Nas atualizações vi todos os tipos de assuntos. Além das fotos, frases emotivas e algumas besteiras, tam-bém vi protestos relacio-nados aos mais variados temas: religião, salários, política (pra variar!) e al-

guns outros.Isso me fez pensar em

como hoje é fácil o acesso à informação fornecido pela mídia, principalmen-te a internet. E isso tem dado ao jovem a possibi-lidade de desenvolver a sua criticidade, a opinião própria, de fazê-lo pen-sar. Mas por outro lado, às vezes parece que com tanta informação eles es-tão cada vez mais vazios, sem muito papo, parecem até como uma folha joga-da ao vento que a leva pra onde quer.

Então surge a dúvida: como essas pessoas per-manecem com opiniões tão ocas sendo que estão rodeadas por informa-ções? Talvez o problema esteja na superficialidade do pensamento formado.

Jovens pensamentos

FOLHA DO BOM RETIROEste jornal tem como objetivo informar a comunidade através de notícias, novidades e curiosidades sobre o bairro e sobre a cidade.

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Conhecemos só o que nos mostram, mas não buscamos conhecer mais, vivenciar, apro-fundar. Nos apegamos à experiência dos ou-tros ao invés de termos a nossa própria expe-riência, nos saciamos com as migalhas e não buscamos comer o pão inteiro. Sabemos um pouco de tudo, mas não sabemos tudo de um pouco.

Acredito na gran-de possibilidade que a mídia nos dá, mas também sei que depen-de de nós o que vamos fazer com toda essa in-formação. Não preci-samos conhecer todas as coisas (até porque isso é humanamente impossível), mas po-demos ser concretos e bem fundamentados no pouco que sabemos. São essas fundamen-tações que moldarão nossos valores, princí-pios e caráter, elemen-tos em extinção.

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Perfil

Ana Letícia PieRhuana Ramos

Chimarrão em punho, bombacha, lenço vermelho no pescoço e bota de couro. A imagem que lhe vem à cabeça não pode ser outra, a não ser a de um tradicional gaúcho. Isto porque o povo do Rio Grande do Sul conse-guiu manter a sua cultura até hoje. E não foi só por lá. Eles levaram suas peculiaridades para outros estados, inclusi-ve o Paraná.

Já faz mais de trinta anos que o gaúcho Alvenir da Sil-veira, 49 anos, saiu da cida-de onde nasceu, Cruz Alta, rumo a Curitiba. Mesmo com todo esse tempo, ele não abre mão da roda de chimarrão e dos churrascos no final de se-mana. É o momento em que relembra os antigos amigos. “Quando sento para tomar um chimarrão, não tem como não lembrar o pessoal reuni-do para jogar conversa fora e tomar erva mate”, conta.

O chimarrão é uma bebi-da tipicamente gaúcha, cujo sabor é amargo. “Para fazer é simples: basta socar a erva mate num canto da cuia e despejar água quente”, expli-ca Silveira. A erva é sugada através de uma bomba de metal.

A tradição de tomar chi-marrão é antiga. Surgiu em meados de 1536, quando os

soldados espanhóis vieram para a America Latina, e fun-daram sua primeira cidade, Assunción del Paraguay. Os soldados eram acostumados a ingerir muita bebida alco-ólica durante a noite, e no dia seguinte acordavam com grandes ressacas. Eles obser-varam que quando tomavam um estranho chá de ervas uti-lizado pelos índios Guaranis, o dia seguinte era melhor e a ressaca sumia completamen-te. Foi assim que o chimarrão começou a ser transportando pelo Rio Grande do Sul, na garupa dos soldados espa-nhóis.

De pouco em pouco, to-mar chimarrão virou uma mania entre os gaúchos. Eles até criaram algumas “regras”: “A primeira cuia é sempre o dono da casa que toma”, conta Silveira. Não pense que isso é grosseria. “O mate mais amargo é o primeiro, assim o dono da casa está fazendo um favor aos convidados”, ele justi-fica. Além disso, quando se toma o chimarrão, tem que tomar até roncar a cuia e ja-mais mexer na bomba.

Segundo o comercian-te Rômulo Antônio, que há 20 anos é dono da Casa do Chimarrão, em Passo Fundo - RS, os paraguaios que ini-ciaram a tradição até hoje to-mam chimarrão em qualquer tipo de cuia. “Até em copo de geléia”, conta. Os paraguaios e gaúchos também têm o cos-tume de tomar o chimarrão frio, conhecido por tererê, que é feito com erva mate so-cada e pode ser tomado com gelo e limão, ou com suco de laranja e limonada no lugar da água fria.

A cultura de beber chi-

marrão ou tererê já ultrapas-sou as fronteiras do Paraguai e do Rio Grande do Sul e hoje é forte em grande parte do sul do Brasil. A cidade para-naense, Pato Branco, fica no sudoeste do estado parana-ense e mais parece fazer par-te do Rio Grande de Sul do que do Paraná. Pato Branco é formada por gaúchos e pa-ranaenses que são filhos ou netos dos gaudérios, e quem não tiver relação com os pampas entra na dança tam-bém. Quando você for à casa de um pato-branquense, terá chimarrão, faça frio ou faça sol. O tererê também é forte na cidade. “Não tem nada melhor que um tererê bem gelado para matar a sede em um dia muito quente”, diz o estudante, nascido em Pato Branco, Matheus Cacciattori.

O que talvez até os gaú-chos não saibam, é que o chimarrão tem propriedades desintoxicantes. “Ele é muito eficaz a quem tem uma ali-mentação rica em carnes, pois ele possui agentes que aju-dam a limpar o organismo”, explica a nutricionista Thayse Chaves. Por isso, depois de um belo churrasco, nada me-lhor que um chimarrão.

ChurrascoO autêntico churrasco

gaúcho é feito com carne bovina ou ovina (ovelha e carneiro), à fogo de chão, cuja origem vem dos pam-pas. “O churrasco começa no dia anterior, com a escolha da carne”, explica o gaúcho Alvenir da Silveira. “É com-plicado conhecer realmente a procedência da carne, en-tão é melhor dar preferência a açougues grandes, tradi-cionais e que conhecemos o

profissional”, completa.Cuidar das brasas tam-

bém tem importância fun-damental na preparação do churrasco. É possível que uma ótima carne possa es-tragar por conseqüência de um fogo mal feito. “O cor-reto é acender o fogo com antecedência, para que o carvão queime, eliminan-do a fumaça inicial, que dá gosto e cheiro ruim a carne”, explica Silveira. A carne to-talmente descongelada deve ser colocada com as brasas bem acesas, quando está se formando aquela camada de cinzas. Além disso, a carne deve pegar cor e calor antes de salgar, para evitar que fique seca e dura. “Tire do fogo e espalhe, sem exagero, o sal grosso por toda a carne. Para quem é mais experiente a salmoura é o ideal”, con-clui. Depois coloque a carne no fogo novamente e deixe branquear o sal.

Já deu para perceber que não é tão simples fazer um churrasco gaúcho, não é? Por isso, no dia-a-dia, uma boa pedida é o arroz carretei-ro, que é feito com carne de charque. Para acompanhar, alguns quitutes gauchescos, como o feijão mexido (fari-nha de mandioca misturada com feijão), a “roupa velha” (feita de sobras de carne com ovo mexido), o charque com mandioca e o cozido de car-ne com legumes.

Vocabulário“Quando eu ando assim

meio down | Vou pra Por-to e... bah! Tri legal”. Este é um trecho da música “Deu Pra Ti”, de Kleiton e Kleidir. “Bah” e “tri legal” são ter-mos do Rio Grande do Sul

bastante conhecidos fora de lá. Agora imagine dois gaú-chos conversando: “- Mas bah guri, tu vistes a chimia que a prenda do João fez? Barbaridade! Ficou tri de bom! - Mas tu que não sabes. On-tem fui à estância e o patrão tinha mandado fazer um gui-zado, quando comi caiu na bombacha e me deu um ca-gaço!”

Chimia, prenda, estância, guizado e cagaço? Entendeu alguma coisa? Pois bem, nós explicamos: Chimia é geléia; prenda é mulher; estância é fazenda; guizado é carne mo-ída e cagaço é medo.

O vocabulário gaúcho é bastante peculiar e tem como origem a colonização do Bra-sil. Vários países se instalaram ou passaram pelo Rio Grande do Sul, deixando, assim, suas influências através da lingua-gem. A colonização portu-guesa e espanhola foram as predominantes, e deram ori-gem ao vocabulário gaúcho (confira o box ao lado).

A pedagoga e especialis-ta em língua portuguesa, Gi-sele Tomich, acredita que o tradicionalismo do povo do Rio Grande do Sul é o moti-vo pelo qual o regionalismo na linguagem vingou por lá. “O vocabulário é usado no dia-a-dia e, assim, passado de pai para filho”, explica a pedagoga. Além de palavras e expressões próprias, outra marca deste povo, segundo Gisele, é que na fala, os gaú-chos são os que mais se apro-ximam da língua portuguesa colonizadora. “Eles mantêm as características do portu-guês-mãe, ou seja, utilizam o ‘tu’ e conjugam verbos corre-tamente”, explica.

“Um povo que mantém sua cultura há muitos anos. Não perde um bom churrasco, está sempre com o mate na mão, pronto para assistir mais um ‘grenal’ e depois dançar para comemorar”

A musica gaucha e trilegal´ ´ ´

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Educação

Por Suelen LoriannyA nomenclatura “edu-

comunicação” é recente, mas a prática é usada há tempos e já está familiari-zada entre os comunica-dores. O conceito é antigo no Brasil, afirma o coorde-nador da Licenciatura em Educomunicação da Esco-la de Comunicação e Artes (ECA) da USP e coordena-dor do Núcleo de Comuni-cação e Educação da ECA/USP, Ismar de Oliveira Soares. “Em 1999 foi con-cluída uma pesquisa nos-sa com o apoio da Fapesp que identificou e analisou ações conjuntas de comu-nicação e educação em 12 países da América Latina, além de Portugal e Espa-nha”, disse.

Foi preciso delinear uma carreira nessa área porque a demanda sobre questões ambientais, de etnia e gênero, principal-mente nos países emergen-tes estava aumentando, mas utilizando mídias al-ternativas e implementan-do projetos sem nenhum profissional especializa-do, até porque não existia. Com a necessidade de de-senvolver programas que tratassem destes temas de maneira mais próxima do indivíduo, surgiu o con-ceito de educomunicação.

O Núcleo de Comu-nicação e Educação com-preende a educomunica-ção como um conjunto de ações direcionadas ao pla-nejamento, implementação e avaliação de processos. São programas e produ-tos destinados a criar ou desenvolver ecossistemas comunicativos abertos e criativos em espaços edu-cativos, sendo formais ou

informais, mediante a ges-tão democrática dos recur-sos da informação.

A importância da edu-comunicação está na cons-trução de habilidades co-municativas de educado-res e educandos. Com isso, o conceito se mostra alia-do no processo de gestão pedagógica. Ismar Soares afirma que a universidade não pode formar educo-municadores se não abrir espaços para a prática de imersão na sociedade.

A meta desta prática é alcançar o pleno exercício da cidadania, garantido pelo reconhecimento do direito à expressão. “Essa meta é uma utopia, algo que sempre sonhamos em alcançar e é isso que nos move. Com essa utopia da educomunicação continua-mos querendo ir atrás e as-sim não paramos”, afirma.

O educomunicadorPara se tornar um edu-

comunicador não existe formação. A univer-sidade não possui capaci-dade para elaborar uma trajetória com direito a di-ploma para educomunica-ção. O papel acadêmico é de sistematizar e transmi-tir o conhecimento, incen-tivando o aluno a ter um olhar externo, aprender a percebera pessoa que está ao lado.

Nada supera as expe-

riências que o educomuni-cador pode vivenciar para aprender a ser um profis-sional dessa área. “Tornar-se educomunicador vai de-pender da imersão que este indivíduo terá na socieda-de. A partir deste conceito de imersão externa, criou-se a perspectiva de imersão interna. Com a vivência ele consegue perceber a ne-cessidade dos educandos e cria modelos adequados para aplicar o conhecimen-to. Com isso, os próprios alunos aprendem e depois apresentam workshops para seus colegas e assim o conhecimento é dissemina-do”, explica Ismar Soares.

O educomunicador é reconhecido pelos pares como alguém que está sin-tonizado com a sociedade na perspectiva de uma co-municação participativa e democrática. O profissional precisa sair da universida-de disposto a prestar servi-ços para a sociedade.

A educomunicadora e jornalista da Central de Notícias da Infância e Ado-lescência, Ariane Rodri-gues, acredita na educomu-nicação como um método apaixonante, pois “ela dá voz ao jovem, cria a opor-tunidade de ter outra visão, conhecer o mundo do outro indivíduo, se tornar uma pessoa mais crítica e saber que além de poder comuni-car e aprende a ouvir”.

OSMAR GOMESReflexões e mais... Anuncie

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A educomunicação através do profissional mostra seu conceito e aplicação

A aplicação do conceitoA educomunicação

pode ser aplicada das mais diversas formas. Por mais que na maioria das vezes ela seja realizada nas esco-las, não foi exatamente na escola que a educomunica-ção começou, é um dos úl-timos lugares que ela está chegando. Ela começou na sociedade civil, nas lutas sociais referentes aos direi-tos humanos, questões am-bientais, gênero, etnias.

Os lugares que hoje dão abrigo a educomuni-cação tanto em estrutura quanto em conteúdo sãos as Organizações Não-Go-vernamentais, universida-des e comunidades. Lá o conceito pode ser aplicado em formato de oficinas, workshops, debates, con-ferências e fóruns. Cada grupo organiza da maneira mais apropriada à comuni-dade que irá participar.

“O caminho da educo-municação é um só: a sedu-ção. E é esta sedução que nos apaixona, somos todos apaixonados porque esta-mos envolvidos no proces-so. Educomunicação não é um conceito que se pode aplicar à distância, é preci-so estar junto”, afirma Is-mar Soares. “O Paraná é um dos pólos promotores dessa prática, esse estado ainda vai liderar e ter muito o que ensinar para o Brasil”, con-clui.

“A educomunicacao e uma pratica de empoderamento coletivo”, diz Ismar Soares

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http://osmargomes.com.br

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Cidadania

Por Suelen LoriannyNo dia 26 de setembro

foi comemorado o Dia Na-cional do Surdo. Uma data reconhecida por lei que foi escolhida em homenagem à fundação da primeira es-cola de surdos do Brasil. Neste dia foram realizadas diversas atividades sociais e políticas por todo país, na defesa dos direitos dos surdos.

Este mês é conhecido como “Setembro Azul”, um mês que marca as lu-tas da comunidade. A cor azul simboliza a popu-lação mundial de surdos e no laço está presente o conceito de ser surdo.

Geralmente, igrejas e insti-tuições educacionais come-moram a data e possuem um trabalho contínuo com os surdos.

Segunda a F. de São Pau-lo, existe aproximadamente 7 milhões de surdos no Bra-sil. Não existe uma estatís-tica que indique a causa da surdez da maioria. “Muitos casos foram por rubéola na gestação ou meningite. São fatores diversos, é necessá-rio conhecer a história de cada um”, afirma Neusa Pajewski, professora de li-bras e líder do ministério de surdos da Igreja Batista de Bom Retiro.

Os surdos ainda pos-suem muitos espaços a conquistar, um deles é o campo profissional. Pelo baixo índice de surdos na universidade por não ha-ver intérpretes em sala de aula, a concorrência no mercado de trabalho fica crítica. Ainda são raras as

escolas e universidades que possuem este traba-lho com surdos, mas para salvar esta situação existe, segundo a legalização da libras, a obrigatoriedade de intérpretes na área edu-cacional.

Grande parte dos sur-dos trabalha como instru-tores de libras, também atuam na área de produ-ção, psicologia e a maior procura é por pedagogia. Poucos atuam no setor ad-ministrativo.

Como aprender libras?O curso de libras é

dividido em nível básico, intermediário e avançado. O curso todo é ministrado por surdos, apenas no ní-vel básico que há apoio de um intérprete para facilitar e ajudar nas intervenções de tradução que o surdo solicite.

Os temas normal-mente abordados durante

o curso são: o que é libras?, o parâmetro da libras, al-fabeto manual, saudações e expressões usuais, calen-dários, entre outros.

Quem pode estudar li-bras?

Qualquer pessoa está apta para aprender a dialo-gar em libras. A aprendi-zagem depende muito do contato e da prática que o aluno irá ter com a língua de sinais.

Libras na IBBRNa Igreja Batista de

Bom Retiro (IBBR) o curso de libras é ministrado por um grupo de 5 pessoas: dois surdos ensinam a lín-gua e três ouvintes partici-pam trazendo palestras so-bre lei, ética, mitos e temas que demandam de conhe-cimento prático além das pesquisas já realizadas.

Na IBBR o ministério com surdos está dando seus primeiros passos. Neusa e Renato Pajewski são os pastores que lideram o mi-nistério. “A igreja é muito receptiva e o carinho das pessoas tem contagiado os surdos visitantes”, contam. Para incentivar a interação e comunhão, foi implanta-do o curso de libras, célula e interpretação durante os cultos na igreja. Hoje já são 6 membros surdos no Bom Retiro.

ServiçoPara fazer parte do curso de libras na IBBR, é só entrar em contato com a secreta-ria da igreja pelo telefone: (41) 3077-7749.O curso é aberto para a co-munidade e faz parte dos objetivos da igreja de aben-çoar o bairro de diversas formas. Já existe uma tur-ma básica em andamento, mas outras podem abrir dependendo da procura.

Seminários, palestras, passeatas e audiências públicas sobre os surdos aconteceram em todo o país

Setembro e o mes de lutas e conquistas das pessoas surdas

CURIOSIDADES

As línguas de sinais NÃO são

universais. Cada país tem sua própria

língua. A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) possui

regionalismos, como qualquer outra língua.

É de modalidade visual-espacial, com singularidade na sua gramática, semântica, pragmática, sintaxe,

entre outros elementos.

A libras possui 5 parâmetros:

configuração de mãos, ponto de articulação, movimento, expressão

corpóreo-facial e direção de mão. Sua estrutura gramatical

é diferente do português, portanto não basta conhecer sinais isolados para

exercê-la.

Antigamente, as escolas e internatos

foram espaços importantes para o uso e aprendizagem

da língua, mas o que acontecia era a

proibição da conversa em língua de sinais.

Existe registros em que, por mais severa que

fossem as punições, as crianças conversavam através de libras nos

dormitórios, banheiros, etc.

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Programação IBBR

NOVEMBRO

Quarta-feira, 2 de novembroPicnic das Famílias IBBR

Sexta-feira, 4 de novembro07:30 - Reunião de Oração

Sábado, 5 de novembroAniversário IBBR - Conferência Infantil

Domingo, 6 de novembroAniversário IBBR - Conferência Infantil09:00 - Comunhão IBBR (café da manhã)10:00 - EBD11:00 - Culto de Edificação - Ceia do Senhor19:00 - Culto de Adoração - Ceia do Senhor

Sexta-feira, 11 de novembro07:30 - Reunião de Oração

Domingo, 13 de novembro10:00 - EBD11:00 - Culto de Edificação19:00 - Culto de Adoração

Sexta-feira, 18 de novembro07:30 - Reunião de Oração

Domingo, 20 de novembro10:00 - EBD11:00 - Culto de Edificação12:00 - Almoço pró-construção Costelão IBBR19:00 - Culto de Adoração

Sexta-feira, 25 de novembro07:30 - Reunião de Oração

Domingo, 27 de novembro10:00 - EBD11:00 - Culto de Edificação19:00 - Culto de Adoração

Últimos acontecimentos na IBBR

ENCOMUM - Encontro de Comunhão para Mulheres e Moças realizado nos dias 1 e 2 de outubro! Ano que vem tem mais!

Mês das CRIANÇAS - Claro que a IBBR também lembrou delas. Todos os domingos a programação foi voltada para os pequenos. Você pode conferir cada final de semana no site: www.ibbr.org.br

A Denize Eiras, membra da IBBR, lançou mais um livro: Criatividade e Arte. Você pode adquirir o produto na Livraria Evangélica (41) 3223-6743.

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Av. Des. Hugo Simas 1750, Curitiba – PRwww.artemusical.org.br | [email protected]

Telefone: (41) 3077-7749

Atendimento de segunda a sexta, das 9h às 12h – 13h às 18hE sábado das 9h às 13h

Por Suelen LoriannyNo banco roxo de um

parque ele sentou para tirar algumas fotos. Nada parecia digno de um clique. As árvores nem estavam tão verdes, as pessoas nem eram tão simpáticas, a luz do sol também não estava ajudando.

“Mas credo, ô pessoa difícil de agradar!” Pensou. Parou e repensou. Na verdade, só não tinha vontade de tirar fotos naquele dia. As cores estavam boas sim, as pessoas eram simpáticas e as árvores continuavam verdes. O problema estava nos questionamentos e nas exigências de perfeição do rapaz.

Achou melhor deixar a nuvem passar. A nuvem que estava na sua mente. Seu olhar fotográfico sempre procura o que seu coração está vivendo. E naquele momento, o coração não vivia pessoas simpáticas, árvores verdes e dia ensolarado.

Seu coração vivia um

dia nublado, com pessoas tristes e árvores secas. Algo meio cheio de solidão e meio vazio de pessoas, vazio de contato. Cheio de frieza. Vazio de sentimento. Cheio de outros. Vazio dele.

Alguém dentro dele vinha cantando “Corra lá vem a tristeza atirando pra todos os lados...” e ele correu. Não quer ser acertado, não mesmo. O moço que vive em um universo com milhares de saídas felizes, agora não sabe como se adaptar no seu universo de paredes tristes.

Adaptação é algo relativo. Nos acostumamos a tudo. A transição que nos fere.

Criamos uma história e dois mundos. Aquele nosso universo era pouco para nós. É... Nos levou a criarmos cada um o seu, quem sabe assim teria espaço para nossa história. Um universo era pouco para nós. Lá tudo era abstração, o amor era abstração. Ao procurar o concreto, fim.

Crônica Família

Pra cantar para o vento

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Por Aline CalefiO casamento é um ex-

ercício diário de convivên-cia. E este exercício exige habilidade, bom humor e flexibilidade. Seja em um casamento de meses ou naqueles que estão comem-orando Bodas de Ouro. Para garantir uma convivência harmoniosa é preciso dedi-cação e persistência.

Às vezes pequenas ma-nias do outro ou até mesmo a forma de criação viram problemas que podem acabar com um casamento. Quem nunca ouviu falar do casamento que acabou porque ela era ciumenta ou a família dele palpitava em tudo? “Uma das maiores dificuldades é a adequação dos hábitos, cultura e cos-tumes que cada um traz de sua família. Cada um teve um modo diferente de criação, em que valores acabam refletindo no dia a dia, quando o casal não consegue entender que ele irá criar uma nova família, com novos costumes e idéias, aumentam os confli-tos. A idéia não é de soma, mas sim, de uma equação, onde não será feito somente a soma da bagagem, de cada

um, mas a soma, a divisão, a multiplicação e subtração”, destacou a psicóloga Car-men Corso.

E os filhos podem vi-rar alvo destes problemas, pois um pode não aceitar a forma como o outro gos-taria de educá-los. Brigar ou discordar na frente dos filhos pode virar uma con-stante que só terá uma con-seqüência: problemas na educação das crianças que terão reflexos na adolescên-cia e na vida adulta.

“É clichê e recaí quase no senso comum, mas só através da conversa o casal acertará o passo, mas não é transformar tudo em dis-cussão e polêmica, é poder ouvir o outro e entender o que realmente importa para o casal, cuidando sempre para que as coisas faladas não sejam puras críticas, isto pode vir a desgastar a relação. Outro cuidado é não recair sempre nas “pi-cunhas”, como a toalha em cima da cama, poder trans-formar esta conversa em categorias maiores, como por exemplo, porque isso incomoda, como cada parte pode contribuir com a casa, quais atividades cada um

desempenhará e poder respeitar o tempo do out-ro, pois às vezes quem é mais agitado acaba por fazer todas as atividades por não ter paciência de esperar o tempo do outro”, acrescentou Carmen

Não que tudo precise ser um mar de rosas, mas brigas diárias indicam que algo não vai bem. O silêncio também é um mau presságio, pois pode parecer indiferença e nen-hum casamento resiste a isso.

Se ainda há senti-mento, uma boa conver-sa pode resolver muitos problemas. Se ainda assim não ajudar, vale a pena procurar um profissional ou pedir conselhos para pessoas que já passaram por isso. “Novamente muita conversa, e talvez entender que o casa-mento é uma dança, cada um chega dançando um ritmo, primeiro é preciso acertar o passo, e depois de acertado é preciso estar sempre atento, pois uma vez que a música mude ambos terão de mudar o passo e acertá-lo de novo”, finalizou Carmen.

Casamento: o desafio diario da convivencia´ ^

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Ensaio Fotográfico

Barbosa e CavalcantiAdvogados Associados

Rua Barão do Rio Branco, 63 - Conj. 1410 14º andar - Edifício Barãofone: (41) 3076-8044 | cel: (41) 9219-0189 | e-mail: [email protected]

“pois Tu, Senhor, tens sustentado o meu direito, e

a minha causa”Salmos 9:4

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Loja - Shopping EstaçãoAv. Sete de Setembro, 2775, CentroCuritiba-PR (41) [email protected]

FocalÓticas

Fotos: Suelen Lorianny

Inocencia atraves da fotografia^ ´

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