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Foi aprovado e teve já início o tão esperado projecto de estudo da herpetofauna, a nível nacional. Este projecto envolve o CIBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos / ICETA - UP, a Faculdade de Ciências de Lisboa e o Instituto de Conservação da Natureza. O projecto tem uma duração prevista de três anos e os objectivos incluem: i) a análise da distribuição dos anfíbios e répteis de Portugal, ii) a realização de um Atlas Herpetológico Nacional, e iii) a elaboração de uma proposta de estratégia de conservação da herpetofauna. Neste âmbito, agradecíamos o envio de todas as observações herpetológicas realizadas desde 1985 e durante os próximos três anos para: Miguel Carretero CIBIO, Campus Agrário de Vairão, 4485-661 Vairão E-mail: [email protected] Decorreu de 2 a 5 de Outubro, na cidade de Évora, o VII Congresso Luso-Espanhol de Herpetologia. Este evento contou com a presença de cerca de 140 participantes, na sua maioria ibéricos. O programa do congresso incluiu a apresentação de 5 conferências plenárias, 52 comunicações orais e 71 painéis abordando diversas áreas. O programa incluiu um serão cultural original nestes congressos, no Convento do Carmo, onde se pode contemplar uma feliz fusão das fotografias herpetológicas da nossa sócia Isabel Catalão com três composições para piano da autoria de Amilcar Vasques Dias. No último dia realizou-se uma visita guiada pelo Parque Natural da Serra de S. Mamede, tendo sido observados vários exemplares da nossa herpetofauna. A Comissão Organizadora deste congresso está de parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido, tendo proporcionado o intercâmbio de informação e a discussão científica em torno do que de mais actual se vai fazendo na herpetologia ibérica. O próximo Congresso Luso-Espanhol, agendado para 2004, terá lugar em Espanha, na cidade andaluza de Málaga. Até lá! O Projecto Alytes, desenvolvido pelo Núcleo de Coimbra da SPH, venceu o Prémio Nacional Ford Motor Company para a Conservação e Ambiente, ex- aequo com o projecto do Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. Este recém-criado Núcleo da nossa associação está assim de parabéns! Projecto Alytes – a conservação de uma população ameaçada de sapos-parteiros (Alytes obstetricans) (Amphibia: Discoglossidae) Em meados do ano 2000 foi detectada uma população de sapos-parteiros (Alytes obstetricans) no Parque de Santa Cruz, no interior da cidade de Coimbra. A população restringe-se à área envolvente do campo de futebol deste Parque, preferencialmente junto de zonas húmidas. A existência de nascentes e uma linha de água permanente que rodeia o campo criam condições ideais para a sua sobrevivência, condições que não se encontram nas restantes áreas do Parque. Algumas FOLHA HERPETOLÓGICA

FOLHA HERPETOLÓGICA - luisbravo.netluisbravo.net/spherpetologia/pdf/Folha16.pdf · da distribuição dos anfíbios e répteis de Portugal, ii) a realização de um Atlas Herpetológico

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Foi aprovado e teve já início o tão esperado projecto de estudo da herpetofauna, a nível nacional. Este projecto envolve o CIBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos / ICETA - UP, a Faculdade de Ciências de Lisboa e o Instituto de Conservação da Natureza. O projecto tem uma duração prevista de três anos e os objectivos incluem: i) a análise da distribuição dos anfíbios e répteis de Portugal, ii) a realização de um Atlas Herpetológico Nacional, e iii) a elaboração de uma proposta de estratégia de conservação da herpetofauna.

Neste âmbito, agradecíamos o envio de todas as observações herpetológicas realizadas desde 1985 e durante os próximos três anos para:

Miguel Carretero CIBIO, Campus Agrário de Vairão, 4485-661 Vairão E-mail: [email protected]

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Decorreu de 2 a 5 de Outubro, na cidade de Évora, o

VII Congresso Luso-Espanhol de Herpetologia. Este evento contou com a presença de cerca de 140 participantes, na sua maioria ibéricos. O programa do congresso incluiu a apresentação de 5 conferências plenárias, 52 comunicações orais e 71 painéis abordando diversas áreas.

O programa incluiu um serão cultural original nestes congressos, no Convento do Carmo, onde se pode contemplar uma feliz fusão das fotografias herpetológicas da nossa sócia Isabel Catalão com três composições para piano da autoria de Amilcar Vasques Dias. No último dia realizou-se uma visita guiada pelo

Parque Natural da Serra de S. Mamede, tendo sido observados vários exemplares da nossa herpetofauna.

A Comissão Organizadora deste congresso está de parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido, tendo proporcionado o intercâmbio de informação e a discussão científica em torno do que de mais actual se vai fazendo na herpetologia ibérica.

O próximo Congresso Luso-Espanhol, agendado para 2004, terá lugar em Espanha, na cidade andaluza de Málaga. Até lá!

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O Projecto Alytes, desenvolvido pelo Núcleo de

Coimbra da SPH, venceu o Prémio Nacional Ford Motor Company para a Conservação e Ambiente, ex-aequo com o projecto do Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. Este recém-criado Núcleo da nossa associação está assim de parabéns! Projecto Alytes – a conservação de uma população ameaçada de sapos-parteiros (Alytes obstetricans) (Amphibia: Discoglossidae)

Em meados do ano 2000 foi detectada uma população de sapos-parteiros (Alytes obstetricans) no Parque de Santa Cruz, no interior da cidade de Coimbra. A população restringe-se à área envolvente do campo de futebol deste Parque, preferencialmente junto de zonas húmidas. A existência de nascentes e uma linha de água permanente que rodeia o campo criam condições ideais para a sua sobrevivência, condições que não se encontram nas restantes áreas do Parque. Algumas

FOLHA HERPETOLÓGICA

saídas de campo permitiram constatar que esta população de sapos-parteiros era adequada para investigar muitos problemas em ecologia e para desenvolver programas de educação ambiental, uma vez que: 1) é localmente abundante; 2) o habitat permite a sua fácil detecção e captura; 3) é adequada para a manipulação experimental in situ e 4) localiza-se no interior da cidade numa zona de acesso fácil e rápido. Deste modo, em Fevereiro de 2001 iniciou-se o trabalho de campo com uma periodicidade semanal, que tem permitido recolher dados relativos à dinâmica populacional e biologia reprodutora da espécie, e conhecer os seus requisitos de habitat. Contudo, a decisão de remodelar o campo de futebol e área envolvente colocou em risco a sobrevivência desta população acarretando a sua possível extinção local. Este novo facto tornou necessária a definição de uma estratégia de conservação para esta população: 1) Acções de divulgação e sensibilização:

a. Grupos de discussão com os donos da obra, Associação Académica de Coimbra, Instituto da Conservação da Natureza (I.C.N.) e Câmara Municipal de Coimbra (Divisão de Espaços Verdes).

b. Produção de material de divulgação e sensibilização.

2) Minimização do impacte das obras nesta população de anfíbios: a. Criação de local protegido para acolhimento

temporário da população durante o decorrer das obras;

b. Antes do início das obras, captura de todos os indivíduos da população e sua transferência para o novo local;

c. Monitorização do local de acolhimento temporário e da população.

3) Alteração do projecto arquitectónico da obra de forma a garantir a preservação da linha de água e áreas de refúgio dos sapos-parteiros, tendo em vista o seu posterior regresso ao habitat original.

4) Acção de retorno da população após a conclusão das obras.

A divulgação deste projecto de conservação através

dos meios de comunicação aumentou significativamente a receptividade quer do público em geral, quer das entidades envolvidas para a preservação desta espécie. Para este facto não foi alheia a distinção do Projecto Alytes com o prémio nacional para a conservação e ambiente da Ford Motor Company. Este prémio tem vindo a contribuir igualmente para o cumprimento dos outros objectivos definidos na estratégia de conservação desta população de sapos-parteiros.

Apesar de tudo o que já foi feito, o Projecto Alytes encontra-se ainda nas suas etapas iniciais – conclusão da construção do local de acolhimento temporário para a população e preparação das acções de captura com vista à transferência dos sapos para esse local. Esperam-se, portanto, muitos mais dias (ou melhor, noites!) de trabalho. Maria José Castro e José Miguel Oliveira E-mails:[email protected]

[email protected]

Alytes obstetricans

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Neste número damos início a uma nova secção da

Folha, onde serão dados a conhecer os planos de doutoramento em Herpetologia a decorrer neste momento. Evolução das lagar tixas do género Podarcis na Península Ibér ica

Catarina Pinho CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos. Universidade do Porto E-mail: [email protected]

Este trabalho procurará contribuir para o aprofundamento do conhecimento sobre a evolução das lagartixas do género Podarcis na Península Ibérica e Norte de África, que tem sido alvo de muitos trabalhos recentes e de uma acesa discussão. Esta situação deve-se, em grande parte, à enorme diversidade morfológica apresentada por estes lacertídeos, o que dificulta a identificação ao nível da espécie e tem contribuído para um desconhecimento geral em relação ao número real de entidades taxonómicas existentes e respectivas áreas de distribuição. Actualmente, diversos estudos realizados do ponto de vista morfológico (Sá-Sousa, 2001) e genético (Harris & Sá-Sousa, 2002), nomeadamente envolvendo DNA-mitocondrial, sugerem a parafilia de Podarcis hispanica e a separação de P. carbonelli e P. bocagei, até recentemente consideradas como formas conspecíficas. Os resultados obtidos até agora com base em marcadores aloenzimáticos suportam estas hipóteses (Pinho et al., 2002). Este projecto pretende, assim, fazer uma caracterização da variabilidade destas lagartixas através do uso de marcadores nucleares (proteínas e microssatélites) e mitocondriais, por forma a clarificar alguns aspectos relacionados com a história evolutiva destes lacertídeos.

Referências bibliográficas: Harris, D.J. & Sá-Sousa, P. (2002). Molecular phylogenetics of

Iberian Wall Lizards (Podarcis): is Podarcis hispanica a species complex?. Mol. Phylogenet. Evol. 23: 75.

Pinho, C., Harris, D.J., Carretero, M.A., Sá-Sousa, P. & Ferrand, N. (2002). Avaliação do número de espécies do género Podarcis existentes na Península Ibérica através do estudo de polimorfismos proteicos e de DNA-mitocondrial. VII Congresso Luso-Espanhol de Herpetologia, 2-5 Outubro, Évora, Portugal.

Sá-Sousa, P. (2001). A controversa sistemática das lagartixas do género Podarcis Wagler, 1830 (Sauria: Lacertidae) em Portugal. Tese de Doutoramento. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Estudo do efeito de barreiras naturais na estrutura genética da salamandra-lusitânica, Chioglossa lusitanica

Fernando Sequeira CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos. Universidade do Porto [email protected]

Estudos recentes em C. lusitanica, baseados em marcadores proteicos e de DNA-mitocondrial, revelaram a existência de dois grupos populacionais bem diferenciados, distribuídos a Norte e a Sul do rio Mondego, respectivamente (Alexandrino et al., 2000). Estes dados, em conjunto com análises morfológicas, sugerem a existência de duas subespécies de C. lusitanica, que contactam geograficamente ao longo do vale deste rio. Estes autores verificaram, também, que outros grandes rios, como o Douro e o Minho, constituem aparentemente barreiras à dispersão da espécie, uma vez que se constatou uma perda de variabilidade genética ao longo das vias de expansão de Sul para Norte. No entanto, as limitações do poder de análise dos loci proteicos e mitocondrais não permitem concluir se os padrões geográficos observados por Alexandrino et al. (2000) são o resultado de sucessivos processos de expansão pós-glacial ou se correspondem a uma dinâmica populacional recente. Assim, para responder a estas questões, recorrer-se-á ao uso de microssatélites – marcadores genéticos com elevado grau de variabilidade – cujos resultados para o estudo de fenómenos recentes relacionados com a dinâmica das populações de anfíbios se têm revelado particularmente úteis. Estes marcadores, integrados a uma micro-escala com dados ecológicos, serão usados para o estudo da dinâmica e organização espacial desta espécie na zona de contacto no vale do rio Mondego. Paralelamente, será, também, dada uma especial atenção ao estudo dos padrões de dispersão em cursos de água de dimensão variável, determinando o fluxo génico entre populações no interior de uma bacia hidrográfica. Referências bibliográficas: Alexandrino, J., Froufe, E. Arntzen, J. W. & Ferrand, N. (2000).

Genetic subdivision, glacial refugia and postglacial recolonization in the golden-striped salamander, Chioglossa lusitanica (Amphibia:Urodela). Molecular Ecology 9: 771-781.

Filogeografia molecular dos sapos parteiros ibér icos e consequências da fragmentação e interacção de espécies parapátr icas na genética populacional

Helena Gonçalves CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos. Universidade do Porto [email protected]

Este projecto surge na sequência do trabalho desenvolvido por Fonseca (1999), que realizou pela primeira vez um estudo sobre a filogeografia de Alytes obstetricans através da análise do polimorfismo da molécula de DNA mitocondrial, e tem como base os estudos realizados por Rosa et al. (1990), Arntzen e García-París (1995) e Rosa (1995) na morfologia e variação genética de proteínas do género Alytes.

Assim, pretende-se proceder à análise filogeográfica do genéro Alytes na Península Ibérica, recorrendo à análise da molécula de DNA mitocondrial e de microssatélites, no sentido de: i) inferir sobre uma possível associação entre a variação genética encontrada e a distribuição geográfica; ii) estudar pormenorizadamente a estrutura populacional de cada uma das subespécies de A. obstetricans, de forma obter um maior conhecimento das hipotéticas zonas de refúgio desta espécie, assim como dos possíveis processos de contracção e recolonização durante os períodos glaciares e interglaciares do Pleistoceno; e iii) formular hipóteses biogeográficas que expliquem os padrões de diversidade genética encontrados no género Alytes. Referências bibliográficas: Arntzen, J.W. & García-París, M. (1995). Morphological and

allozyme studies of midwife toads (genus Alytes), including the description of two new taxa from Spain. Contributions to Zoology 65: 5-34.

Fonseca, A. (1999). Filogeografia do sapo parteiro comum Alytes obstetricans através da análise do polimorfismo do citocromo b (DNA mitocondrial). Tese de Mestrado. Universidade do Porto.

Rosa, H.D.; Viegas, A.M. & Crespo, E.G. (1990). Genetic structure of Portuguese populations of midwife toads, with special reference to an isolate of Alytes obstetricans. Portugaliae Zoologica 1: 15-25.

Rosa, H.D. (1995). Estrutura e diferenciação genética de populações de anuros da fauna portuguesa. Tese de Doutoramento. Universidade de Lisboa.

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Por: Rudolf Malkmus

Nos últimos 20 anos, principalmente a partir da adesão à União Europeia (1985), Portugal sofreu alterações consideráveis na paisagem pela destruição massiva das paisagens naturais, bem como daquelas criadas pelo Homem. Com o objectivo de preservar parte destas paisagens e áreas com elevada diversidade de fauna e flora, foram criadas 23 áreas protegidas entre 1971 e 1999. Estas áreas são incluídas em três categorias de protecção:

- Parque Nacional (1) - Parques e Reservas Naturais (2, 3, 5, 6, 7, 8,

10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 21, 22, 23)

- Áreas de Paisagem Protegida (4, 9, 17)

Neste trabalho, não são consideradas as áreas classificadas como Monumentos Naturais, Sítios Classificados e Áreas de Interesse Regional.

Embora nenhuma das áreas protegidas existentes em Portugal tenha sido criada especificamente para a salvaguarda da herpetofauna, muitas delas possuem uma elevada riqueza específica e quase todas apresentam habitats adequados para anfíbios e répteis. A Tabela 1 apresenta a distribuição dos anfíbios e répteis conhecida até ao momento nas áreas protegidas aqui consideradas, e respectivas referências bibliográ- ficas. As Tabelas 2 e 3 apresentam as espécies presentes em cada área. Nos casos em que a categoria taxionómica e o padrão de distribuição de algumas subespécies ainda não está clarificado, a sua ocorrência está assinalada com o sinal (?). Na Figura 1 encontram-se representadas as áreas protegidas em Portugal Continental consideradas neste trabalho. Agradeço ao Doutor Sá-Sousa por me ter fornecido os dados de distribuição de Podarcis.

Figura 1 – Localização das áreas protegidas

referidas neste trabalho.

Tabela 1 – Número de espécies presentes nas áreas protegidas estudadas neste trabalho, e respectivas referências bibliográficas. O

código de cada área corresponde à numeração apresentada na Figura 1.Código Áreas protegidas Nº Anfíbios Nº Répteis Referências bibliográficas

1 Parque Nacional da Peneda-Gerês 13 17 1, 2, 4, 9, 10, 12, 20, 25, 31, 32, 33, 54, 56, 61, 63

2 Parque Natural de Montesinho 12 16 5, 10, 20, 25, 54, 56, 62 3 Parque Natural do Douro Internacional 9 14 5, 20, 35, 36, 37, 56 4 Área de Paisagem Protegida do Litoral

de Esposende 3 4 10, 20, 54

5 Parque Natural do Alvão 11 18 5, 10, 15, 20, 25, 54, 56, 60, 63 6 Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto 9 7 8, 10, 20, 55, 56 7 Parque Natural da Serra da Estrela 12 18 5, 10, 12, 13, 19, 20, 21, 25, 29, 30,

47, 50, 55, 56, 63 8 Reserva Natural da Serra da Malcata 9 16 5, 10, 20, 22, 25, 27, 56 9 Área de Paisagem Protegida da Serra do

Açor 4 2 10, 20, 56, 63

10 Reserva Natural do Paúl de Arzila 8 10 5, 10, 16, 20, 56 11 Parque Natural da Serra de Aire e

Candeeiros 8 12 12, 20, 25, 28, 56

12 Reserva Natural das Berlengas 0 2 12, 17, 20, 65 13 Reserva Natural do Paúl do Boquilobo 5 5 5, 20, 56, 59 14 Parque Natural da Serra de S. Mamede 14 21 5, 6, 10, 12, 13, 20, 25, 42, 48, 51,

53, 56 15 Parque Natural de Sintra-Cascais 11 22 3, 5, 10, 12, 20, 23, 24, 25, 34, 46,

55, 56 16 Reserva Natural do Estuário do Tejo 1 1 20, 56 17 Área de Paisagem Protegida da Arriba

Fóssil da Costa da Caparica 4 7 12, 20, 38, 56

18 Parque Natural da Arrábida 8 15 5, 20, 25, 26, 38, 56 19 Reserva Natural do Estuário do Sado 7 9 5, 20, 38, 56 20 Parque Natural do SW Alentejano e

Costa Vicentina 13 21 5, 10, 18, 20, 38, 40, 52, 55, 56, 57,

58 21 Parque Natural do Vale do Guadiana 11 18 5, 20, 39, 40, 41, 43, 44, 49, 56 22 Reserva Natural do Sapal de Castro

Marim e Vila Real de Stº António 10 4 5, 7, 11, 20, 56

23 Parque Natural da Ria Formosa 9 17 5, 14, 20, 56, 64

Tabela 2 – Espécies de anfíbios presentes nas áreas protegidas (1 a 23) estudadas.

Anfíbios 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Chioglossa lusitanica x x x x Pleurodeles waltl x x x x x x x x x x x x x x Salamandra salamandra gallaica x x x x x x x x x x x x x ? ? Salamandra salamandra crespoi x Salamandra salamandra morenica ? ? Triturus boscai x x x x x x x x x x x x x x Triturus helveticus sequeirai x Triturus marmoratus marmoratus x x x x x x x x x Triturus marmoratus pygmaeus x x x x x x x x Alytes cisternasii x x x x x x x Alytes obstetricans boscai x x x x x x x Discoglossus galganoi x x x x x x x x x x x x x x Pelobates cultripes x x x x x x x x x x x x Pelodytes punctatus / P. ibericus x x x x x x x x x x Bufo bufo spinosus x x x x x x x x x x x x x x x x Bufo calamita x x x x x x x x x x x x x x Hyla arborea molleri x x x x x x x x x x x Hyla meridionalis x x x x x x Rana iberica x x x x x x x Rana perezi x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Tabela 3 – Espécies de répteis presentes nas áreas protegidas (1 a 23) estudadas.

Répteis 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Caretta caretta x x x x x Dermochelys coriacea x x x x x Emys orbicularis occidentalis x x x x x Mauremys leprosa x x x x x x x x x x x x x x x Hemidactylus turcicus turcicus x Tarentola mauritanica x x x x x x x x x Chamaeleo chamaeleon chamaeleon x Anguis fragilis x x x x x x x Acanthodactylus erythrurus x x x x x x Lacerta lepida lepida / Timon lepidus x x x x x x x x x x x x x x x x Lacerta schreiberi x x x x x x x x x x x Lacerta monticola monticola x Podarcis bocagei x x x x Podarcis carbonelli carbonelli x x x x x x Podarcis carbonelli berlengensis x Podarcis hispanica tipo1 x x x x x x x ? x Podarcis hispanica tipo2 x x x x x x x x x x x x x x Psammodromus algirus algirus x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Psammodromus hispanicus hispanicus x x x x x x x x x x x Chalcides bedriagai bedriagai ? Chalcides bedriagai pistaciae x x x x x x x x Chalcides striatus x x x x x x x x x x x x Blanus cinereus x x x x x x x x x x x Coluber hippocrepis x x x x x x x x Coronella austriaca acutirostris x x x x Coronella girondica x x x x x x x x x x x Elaphe scalaris x x x x x x x x x x x x x x Macroprotodon cucullatus ibericus x x x x Malpolon monspessulanus x x x x x x x x x x x x x x x x Natrix maura x x x x x x x x x x x x x x x x x x Natrix natrix astreptophora x x x x x x x x x x x x x x x Vipera latastei latastei x x x x x Vipera latastei gaditana x x x Vipera seoanei x

Referências bibliográficas: 1 Almaça, C. (1964). A fauna herpetológica da Serra do Gerês. Naturalia 9:

62-64. 2 Almaça, C. (1972). Elementos sobre a actividade sazonária dos répteis e

anfíbios do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Publ. Prot. Nat. 22: 3-15. 3 Almaça, C. (1978). Guia para uma excursão a Serra de Sintra. Anfíbios.

Arq. Mus. Boc. 14: 1-7. 4 Almaça, C., Collares-Pereira, M.J., Crespo, E.G., Magalhães, C. &

Mascarenhas, J. (1976). Sur l´écologie des reptiles et amphibiens du Parc National de Peneda-Gerês. Bol. Soc. Port. Ciênc. Nat. 16: 5-19.

5 Araújo, P.R., Segurado, P. & Santos, N.R. (1999). Bases para a conservação das tartarugas de água doce (Emys orbicularis e Mauremys leprosa). Estudos de Biologia e Conservação da Natureza 24. ICN. Lisboa.

6 Arntzen, J.W. & García-París, M. (1995). Morphological and allozyme studies of midwife toads (genus Alytes), including the description of two new taxa from Spain. Contributions to Zoology 65 (1): 5-34. SPB Academic Publishing bv, Amsterdam.

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19 Godinho,.R., Paulo, O.S., Diamantino, J.L., Rosa, H.D. & Crespo, E.G. (1996). Estudo da herpetocenose do Parque Natural da Serra da Estrela: distribuição e diferenciação de algumas populações. Parque Natural da Serra da Estrela/Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 78pp.

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23 Malkmus, R. (1979a). Zur Faunistik und Okologie der Amphibien und Reptilien in der Serra de Sintra. Nachr. Natur. Mus. Aschaffenburg 88: 1-55.

24 Malkmus, R. (1979b). Herpetologische Untersuchungen in einem Agrargebiet Portugals. Bol. Soc. Port. Ciên. Nat. 19: 99-124.

25 Malkmus, R. (1981). Os anfíbios e répteis nas serras em Portugal. Arq. Mus. Boc. Sér. B, 1(9): 97-124.

26 Malkmus, R. (1984a). Die Serra da Arrábida unter besonderer Berucksichtigung ihrer Herpetofauna. Nachr. Naturw. Mus. Aschaffenburg 92: 95-150.

27 Malkmus, R. (1984b). Herpetologische Ausfluge in die Serra da Malcata. Herpetofauna, Weinstadt 6(31): 6-11.

28 Malkmus, R. (1985a). Die Herpetofauna im Fátimakarst, Portugal. Natur & Museum, Frankfurt/M. 115(6): 174-185.

29 Malkmus, R. (1985b). Die Serra da Estrela unter besonderer Berucksichtigung ihrer Herpetofauna. Bonn. Zool. Beitr. 36: 105-144.

30 Malkmus, R. (1985c). Herpetologische Streifzuge durch die Serra da Estrela. Herpetofauna, Weinstadt 7(39): 25-30.

31 Malkmus, R. (1986). Herpetologische Beobachtungen im Nationalpark Peneda-Gerês. Herpetofauna, Weinstadt 8(45): 18-25.

32 Malkmus, R. (1986/87). Zur Verbreitung der Amphibien und Reptilien im

Parque Nacional da Peneda-Gerês. Nachr. Naturw. Mus. Aschaffenburg 94: 36-87.

33 Malkmus, R. (1987a). Streifzuge durch den Nationalpark Peneda-Gerês. Natur & Museum, Frankfurt/M. 117(2): 33-46.

34 Malkmus, R. (1987b). Herpetofaunistische Untersuchungen bei Lissabon. Arq. Mus. Boc. Sér. B, 22: 263-288.

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39 Malkmus, R. (1991b). Naturkundliche Ausfluge um Mértola. Natur & Museum, Frankfurt/M. 121(2): 37-49.

40 Malkmus, R. (1992). Zur Herpetofauna der Algarvischen Gebirge. Nachr. Naturw. Mus. Aschaffenburg 99: 61-117.

41 Malkmus, R. (1996). Die Herpetofauna der Uberschwemmungstumpel des unteren Rio Guadiana. Herpetozoa 8: 145-154.

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43 Malkmus, R. (1997b). Beitrag zur Verbreitung der Amphibien und Reptilien des Transguadianalandes. Faun. Abh. Mus. F. Tierk 21(6): 115-129.

44 Malkmus, R. (1999). Die Amphibien und Reptilien in SE-Portugal. Zeitschr. f. Feldherp. 6: 103-133.

45 Malkmus, R. & Schwarzer, K. (2000). Die verbreitung der Amphibien und Reptilien in SW-Portugal. Zeitschr. f. Feldherp. 7: 37-75.

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47 Moreira, P., Brito, F., Rosa, H.D., Paulo, O.S. & Crespo, E.G. (1994). A herpetofauna do Planalto Central da Serra da Estrela. Seminário Conservação da Natureza na S. da Estrela -1994. Guarda.

48 Pargana, J.M., Paulo, O.S. & Crespo, E.G. (1996). Anfíbios e répteis do Parque Natural de São Mamede. Parque Natural de São Mamede/ICN. Portalegre.

49 Pena, A.J., Gomes, L. & Cabral, J. (1985). Fauna e Flora de Mértola. Câmara Municipal de Mértola.

50 Pérez-Mellado, V. (1984). Sobre los anfibios y reptiles de la Sierra de la Estrela (Beira Alta, Portugal). Butl. Soc. Cat. Ictio. Herp. 8: 13-20.

51 Raimundo, N.D. (1995). Avaliação de áreas para conservação: uma aplicação à herpetocenose da Serra de São Mamede com recurso a um sistema de informação geográfica (SIG). Relatório não publicado.

52 Rivas Morales, R., Lopez-Jurado, L.F. & Ribed, P.S. (1985). Datos sobre la herpetofauna del Algarve sudoccidental (Sur de Portugal). Arq. Mus. Boc. Sér. B, II/18: 149-157.

53 Rosa, H.D., Viegas, A.M. & Crespo, E.G. (1990). Genetic structure of portuguese populations of midwife toads, with special reference to an isolate of Alytes obstetricans. Portugaliae Zoologica 1: 15-25.

54 Sá-Sousa, P. (1998). Distribución de la lagartija Podarcis b. bocagei en Portugal. Boletín de la Asociacíon Herpetológica Española 9: 2-4.

55 Sá-Sousa, P. (2000a). Distribución de la lagartija Podarcis carbonelli (Pérez-Mellado, 1981) en Portugal. Boletín de la Asociacíon Herpetológica Española 11: 12-16.

56 Sá-Sousa, P. (2000b). A predictive distribution model for the iberian wall lizard (Podarcis hispanicus) in Portugal. Herpetological Journal 10: 1-11.

57 Schwarzer, U. (1998). Acerca das lagartixas Podarcis no Sudoeste de Portugal. Folha Herpetológica 11.

58 Scharzer, U. (1999). Zur Verbreitung der Stulpnasenotter, Vipera latastei gaditana (Saint-Girons, 1977) in Sudwest-Portugal. Herpetozoa 11: 181-184.

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60 Sequeira, F., Soares, C., Teixeira, J., Carretero, M. & Gonçalves, H. (2001). Inventariação, distribuição e conservação dos anfíbios e répteis no Sítio “Natura 2000” Alvão- Marão (Noroeste de Portugal). 2º Congresso Nacional de Conservação da Natureza. ICN, Lisboa.

61 Soares, C., Álvares, F., Rebelo, A & Brito, J.C. (2001). Distribuição da herpetofauna no Parque Nacional da Peneda-Gerês, Norte de Portugal. VII Congresso Luso-Espanhol de Herpetologia. SPH, Évora.

62 Teixeira, J. (1997). Contribuição para o conhecimento da distribuição e ecologia dos Anfíbios e Répteis no Parque Natural de Montesinho. Relatório de Estágio Profissionalizante. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Porto.

63 Teixeira, J., Ferrand, N. & Arntzen, J.W. (2001). Biogeography of the golden-striped salamander Chioglossa lusitanica: a field survey and spatial modelling approach. Ecography 24: 618-624.

64 Themido, A.A. (1945). Sobre a existência em Portugal do Chamaleão vulgar, Chamaeleo chamaeleon (L.). Mem. Est. Mus. Zool. Coimbra 166: 1-4.

65 Vicente, L.A. (1989). Sobre a história natural dos répteis da ilha Berlenga – a síndrome de insularidade. Relatório não publicado.

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Na ilha Beata – República Dominicana, foi

descoberta uma nova espécie de lagarto, considerada como a mais pequena do mundo. Esta nova espécie, Sphaerodactylus ariasae, apresenta no estado adulto apenas 16mm de comprimento total. Outra espécie do mesmo género, S. parthenopion, que também apresenta um reduzido tamanho, tinha já sido referenciada em 1965 para as Ilhas Virgens Britânicas. A espécie agora descoberta apresenta hábitos cavernícolas e encontra-se fortemente ameaçada pela destruição do seu habitat, nomeadamente pela destruição da floresta em que ocorre, mesmo dentro dos parques nacionais. As Caraíbas constituem uma das regiões mais ricas do planeta em termos de biodiversidade e endemismos, mas são também um dos locais em que as espécies se encontram mais ameaçadas. Os investigadores responsáveis pela descoberta, Blair Hedges e Richard Thomas, afirmam que este lagarto se encontra entre as espécies com menor tamanho fisiologicamente possível entre os Vertebrados Superiores, uma vez que é a mais pequena de 23.000 répteis, aves e mamíferos conhecidos.

Sphaerodactylus ariasae

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Foram descobertos num local remoto do Deserto do

Sahara, em Gadoufaoua na Nigéria, vestígios de uma espécie de crocodilo já extinta, Sarcosuchus imperator. Estes animais terão vivido na Terra há 110 milhões de anos atrás, no período do Cretáceo Médio e teriam apresentado uma impressionante envergadura, 12 metros de comprimento e um peso de cerca de oito toneladas. Pensa-se que a sua alimentação seria baseada em dinossauros mais pequenos e também em tartarugas e peixes. Paul Sereno, líder da equipa de paleontologistas da National Geographic Society e da

Universidade de Chicago, responsáveis pela descoberta, afirma que o presente fóssil é o mais completo destes exemplares encontrados até ao momento.

A presente investigação surge após outras pesquisas, nomeadamente de equipas francesas há já 30 anos atrás, em que tinham sido encontrados crânios e outras partes do corpo destes crocodilos.

Sarcosuchus imperator não pertence à família dos crocodilos actuais, mas partilha com estes um ancestral comum.

Para mais informações consultar: http://www.nationalgeographic.com/supercroc/ http://www.supercroc.com/ http://www.sciencenews.org/20011027/fob1.asp

Sarcosuchus imperator

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Formigas argentinas estão a ameaçar as populações

de lagartos-cornudos na Califórnia. As formigas, com cerca de 2 mm de comprimento, têm vindo a matar e a substituir as espécies de formigas nativas, em muitos dos casos, de tamanho 10 vezes superior. Estudos recentes, realizados por Case e Suarez, da Universidade da Califórnia, apontam para a regressão das populações de lagartos-cornudos na ordem dos 50%. Em laboratório, verificaram que os lagartos juvenis e adultos não crescem ou não conseguem manter o seu peso corporal alimentando-se apenas destas formigas, apresentando também maior dificuldade em capturá-las. Estes resultados sugerem que a diversidade de espécies de formigas é essencial para suportar as populações de lagartos.

As invasoras terão chegado aos Estados Unidos (EUA) em 1890, a bordo dos barcos carregados com café e açúcar. Expandiram-se pela Califórnia e Sul dos EUA, sendo o seu avanço travado apenas pela expansão de outra formiga exótica - a formiga de fogo. Embora as formigas tenham sido introduzidas no país há mais de 100 anos, o problema agravou-se na altura em que o habitat destes lagartos - dunas costeiras e vegetação característica de “chaparral” densa – começou a ser

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destruído e fragmentado com a crescente urbanização. A formiga de fogo, poderá constituir a próxima ameaça, uma vez que se têm expandido pelos habitats urbanos no Sul da Califórnia, e tem vindo a destruir pequenas comunidades de vertebrados nos locais onde se encontra.

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De autoria de Prof. Doutor Eduardo G. Crespo, foi

publicada uma obra de fundo sobre a Paleo-Herpetofauna de Portugal. O livro, de 186 páginas, aborda diversos aspectos sobre este assunto, tais como a história evolutiva e taxonomia dos anfíbios e répteis, a era do Mesozóico, e do Cenozóico, apresentando também uma lista da Paleo-herpetofauna portuguesa.

Publicações Avulsas, 2ª Série, Nº 7, Lisboa 2001, do Museu Bocage, Museu Nacional de História Natural, este livro está disponível para venda (5 euros) no Núcleo de Lisboa da SPH.

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No intuito de melhorar os serviços prestados aos

sócios pelas duas congéneres ibéricas - SPH e AHE - e de fomentar o intercâmbio de informação sobre a herpetologia ibérica, as publicações Folha Herpetológica e Boletin de la Asociacion Herpetologica Española passarão a ser distribuídos aos membros de ambas as associações.

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O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) está a

editar um coleccionável de folhetos de divulgação do seu património natural e cultural, que incluem os temas: fauna, flora, ecossistemas, actividades humanas,

paisagem e património construído. Destes, cinco visam a herpetofauna da região e foram gentilmente oferecidos à SPH para envio aos seus sócios com o presente número da Folha Herpetológica.

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Revistas científicas recebidas na nossa sede, cujos

índices podem ser solicitados:

Alytes Vols. 2,3 e 4, 2001 British Herpet. Soc. Bull. Vol. 99, 2001 Froglog Nos. 48, 2001; 49,50 e 51, 2002 Herpetological Bulletin Vols. 75,76 e 77, 2001 Herpetological Review Vols. 32(3,4) 2001; 33(1) 2002 Journal of Herpetology Vols.35(1,2,3,4) 2001; 36(1) 2002 The Herpetological Journal Vol. 11(2,3), 2001

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É nosso triste dever informar todos os sócios da SPH

do falecimento do ilustre membro Prof. Dr. Luis Miguel Sampaio, professor da Faculdade de Ciências da Universidade da Madeira. Apresentamos, em nome da SPH, as condolências a todos os familiares e amigos.

SOCIEDADE PORTUGUESA DE HERPETOLOGIA

Departamento de Zoologia e Antropologia Faculdade de Ciências de Lisboa Bloco C2, Piso 3 - Campo Grande 1700 Lisboa Portugal e-mail: [email protected] Redacção: José Teixeira e Claudia Soares Centro de Estudos de Ciência Animal Campus Agrário de Vairão Rua do Monte - Crasto 4485-661 Vairão Portugal e-mail: [email protected]

[email protected]

Colaboraram neste número: Catarina Pinho, Fernando Sequeira, Helena Gonçalves, Humberto Rosa, José Miguel Oliveira, Maria José Castro, Miguel Carretero, Rudolf Malkmus, Rui Rebelo e Vasco Batista.