Buracos em via no Cabuçu geram queixa de motoristas Pág. 6 Gente grande - O atacante Pedro foi autor do gol mais bonito da vitória do São Paulo por 4 a 0

Rodoanel - Empresa responsável pelos Lotes 4 e 6 diz que não compete a ela a manutenção

14,25% R$ 880Salário MínimoSelic (ano)

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Entrevista Pág. 4 Cidade Pág. 7Segunda-feira, 18 de janeiro de 2016 Ano 43 Nº 13335

Governos sabem que na crise a receita vem da gestão de trânsito”, Eduardo Biavati, especialista em segurança e educação no trânsito

A tendência da sociedade é não considerar a opinião dos jovens”, Denilde Holzhacker, cientista política, sobre ouvir a juventude

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Jovens lutam por voz ativa

Beto

Mar

tins

o jornal de Guarulhos

181Disque-Denúncia

‘Falta seriedade à população’

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Motoristas que tiveram suas carteiras cassadas em 2015 somam mais do que o dobro do ano anterior. De janeiro a outubro do ano passado 10.129 condutores começaram a cumprir punição; no mesmo período de 2014 houve 4.501 habilitações cassadas. Pág. 5

Número de CNHs suspensas dobra em um ano na cidade

Classificado, Tricolor passeia em Mogi Pág. 8

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O esporte sempre foi sinônimo de catarse para a popula-ção brasileira. E não fica somente no futebol, como muitos podem imaginar. Quando Éder Jofre dominava os ringues do planeta, em qualquer esquina se discutia boxe como se fosse o mais popular dos esportes em terras tupiniquins. O mesmo aconteceu com o tênis, quando Gustavo Kuerten, o Guga, se tornou tricampeão de Roland Garros.

Automobilismo, então, nem se fala. Afinal tivemos três campeões: Emerson Fittipaldi (bi), Nelson Piquet e Ayrton Senna (os dois tri). Mas foi com o último, que morreu em um acidente em Ímola, que se deu uma das maiores comoções

nacionais da História.Por isso mesmo, o Planal-

to está fazendo de tudo para capitalizar os efeitos positi-vos que uma Olimpíada no Rio de Janeiro pode ter.

Mas precisamos ter muita calma. A Copa do Mundo de 2014 (a verdadeira paixão

nacional) tinha tudo para alavancar a economia nacional e a popularidade de Dilma Rousseff, mas deu zebra.

Na prática, o efeito do evento foi o oposto do que se pre-tendia. Os feriados e paralisações provocados pelos jogos ti-veram um impacto negativo na produção industrial e na eco-nomia como um todo, sendo responsabilizados pelo próprio governo pela queda de 0,6% do PIB no segundo semestre de 2014. O que esperar, então, da Olimpíada - que ocorrerá em um momento ainda mais delicado para a economia brasilei-ra? Os Jogos Olímpicos vão dificultar a retomada do cresci-mento ou podem contribuir para criar um clima de otimismo - o que alguns economistas chamam de feel good factor - que favoreça a volta dos investimentos?

É cedo para fazer um prognóstico, mas tudo leva a crer que será outra barca furada. Para começar, a Olimpíada dura ape-nas duas semanas - não quatro, como o Mundial. À exceção do futebol, todas as competições ocorrem no Rio, enquanto na Copa eram 12 cidades. Pouco para economia tão combalida.

EDITORIAL RETRATO

Olimpíada pode ser barca furada; Copa do Mundo é maior exemplo

Planalto joga pesado na Olimpíada. Mas, como a

Copa do Mundo, não deve trazer grandes resultados populares Sem um suporte psicológico e

educacional, jogadores brasileiros não pensam duas vezes antes de aceitar uma “proposta irrecusável” do exterior, como vemos no recen-te caso do desmanche corintiano. Nossos atletas trocam a chance de serem ídolos em seus clubes por dólares e euros.

Isto ocorre também porque há um fator ligado ao modo como vemos as relações financeiras no Brasil: o imediatismo.

Talvez você também tenha se perguntado: como um jogador brasileiro diz que precisa de muito dinheiro para garantir sua inde-pendência financeira, mesmo re-cebendo R$ 500 mil por mês?

A possibilidade de ganhar o tri-plo em pouco tempo é mais ten-tadora do que se manter em uma situação confortável. Afinal, em muitos casos, o atleta é convocado para a Seleção Brasileira, queri-do pela torcida e está próximo de seus amigos e familiares.

Sem falar nas questões alimen-tares, linguísticas e climáticas, que são completamente diferentes em alguns países europeus e asiáticos. Nem sempre a adaptação é fácil.

Mas, por outro lado, o Brasil está longe de ser um país seguro, nem todos os clubes pagam os sa-lários em dia e a situação da CBF é caótica.

Então te faço uma pergunta que vale R$ 2 milhões: Você fica-ria ou iria?

jam ingressar no mundo esportivo ganham bolsas universitárias e se tornam cidadãos conscientes, na maioria das vezes.

Agora, no Brasil, investir em uma criança para que ela seja um (a) jogador (a) de futebol pode ser a salvação de uma família que se encontra em uma situação econô-mica instável. Tal necessidade aca-ba afastando as crianças da escola em muitos casos.

A pergunta que vale R$ 2 milhões

Caro leitor, sabe qual é o espor-te mais praticado nos Estados Uni-dos hoje em dia? Errou quem pal-pitou beisebol, basquete, hóquei ou até mesmo futebol americano. O esporte mais praticado nas ter-ras do tio Sam é o futebol.

O incentivo ao esporte é muito forte nos EUA. Jovens que dese-

Investir em uma criança para que ela seja um(a) jogador(a) de futebol pode ser a salvação de uma família

AnOTE

OPINIÃOSegunda-feira, 18 de janeiro de 20162

Melhor amigo - Cães têm instinto de defesa de território apuradíssimo, o qual é transferido a seus donos

LuCAS DAnTAS

Ponto de VistaEduardo diasdE souzaé psicólogo com formação em psicologia esportivae terapêutica

n O Senac Guarulhos está com inscrições abertas para 15 workshops sobre logística e comércio exterior, todos gratuitos.Na área de logística, os participantes poderão conhecer detalhes sobre os processos logísticos de uma empresa, a importância da redução dos custos e da agilidade nos fluxos internos e externos. São 11 opções de workshops que apresentam também as principais ferramentas e técnicas de gerenciamento logístico e de inventários, por meio de exercícios práticos e discussões em grupo. Já em comércio exterior, os estudantes terão acesso a estratégias para desenvolver e criar seu próprio negócio. Serão debatidos também outros temas como os novos rumos da profissão e as tendências mercadológicas e tecnológicas do setor. São quatro opções de workshops. Caso o profissional queira se aprofundar em alguma das áreas, pode aproveitar e já se inscrever no curso Técnico em Logística ou no Técnico em Comércio Exterior, ambos com vagas abertas no Senac Guarulhos. As inscrições podem ser feitas por meio do portal www.sp.senac.br/guarulhos ou pelo telefone 2187-3350.

Segunda-feira, 18 de janeiro de 2016 3

Duas escolas estaduais terão período integral

Justiça cobra casas para alvos de desocupação

600 vagas estão disponíveis em dois bairros

Desocupação foi suspensa no dia 14 pela Defensoria

Defesa - Residentes notificados na Rua das Oliveiras não figuram na ação

Lucas Dantas

da redação - O Governo do Es-tado oferecerá 600 vagas de período integral nas escolas públicas Dom Paulo Rolim Loureiro, na Ponte Grande (Região Centro), e na Fabio Fanucchi, o Jardim Vila Gal-vão (Região Vila Galvão), a

eurico cruz - O juiz Rafael To-cantins Maltez, da 2ª Vara da Fazenda Pública, determinou em decisão judicial emitida no dia 13 de janeiro que a Prefeitura de Guarulhos pro-videncie moradias, além do aluguel social, aos moradores citados em pedido de desocu-pação do Vale dos Machados.

“O município deverá es-clarecer se entre as notifica-das estão famílias que não residem na área. Certamen-te as pessoas que residem na Rua das Oliveiras e que foram notificadas não figu-ram na ação”, disse Carlos Alberto Pinto, advogado dos

partir deste ano.Segundo a Secretaria Es-

tadual de Educação, o pro-jeto se destaca pela união entre um currículo inova-dor e uma estrutura física com laboratório e espaços de aprendizagem. Além das disciplinas previstas na base nacional (Língua Portugue-sa, Matemática e Ciências), a grade inclui matérias eleti-vas organizadas em parceria entre alunos e docentes.

Serão oferecidas 50 mil vagas em todo o Estado.

moradores da região.Em nota, a Prefeitura dis-

se que todo o processo se re-fere a uma desocupação mo-tivada por ação civil pública. O governo ressaltou ainda que “já ofereceu locação so-cial e inscrição em projetos habitacionais, os quais foram aceitos por alguns moradores e rejeitados por outros”.

ENTREVISTASegunda-feira, 18 de janeiro de 20164

“O aumento de impostos é para cobrir um rombo criado pelo próprio governo”

Presidente do Sindaf defende a fiscalização pública

Folha Metropolitana - O brasileiro paga muito im-posto?

Wilson Araújo - Paga, sem dúvida, principalmen-te por imposto indireto. Os chamados impostos diretos, como IPTU, ISS e ITBI, são muito baixos em compa-ração com outros países. Aqui, você compra uma lata de leite ninho para o seu fi-lho e, independentemente da sua renda, você vai pagar o mesmo preço por aquele alimento. Só nesse produto você já paga IPI, ICMS, PIS/Cofins, todos os tributos.

Por que as cidades não ajustam corretamente os impostos diretos?

Os prefeitos, por estarem mais perto da população, têm medo de aumentar os impostos. O brasileiro recla-ma. Então, quando você co-loca o imposto indireto ele não percebe. Precisaria pas-sar paulatinamente. O IPTU é muito mal cobrado na maioria dos municípios. Na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá, o IPTU responde por 2,5% a 3% da carga tri-butária total do PIB. No Bra-

“Falta seriedade à população”

sil, dependendo do período, o IPTU oscila entre 0,4% e 0,6%. Mas os impostos indi-retos em produtos ultrapas-sam a casa dos 20%.

Os municípios sofrem também com a queda do ICMS. O que impulsionou essa redução de receita?

Se você tem a desacele-ração da atividade econô-mica, isso bate direto na redução do ICMS. A cons-trução civil está parada e a produção de veículos tam-bém. Com menos produ-ção você reduz o consumo de energia elétrica e reduz ainda mais a arrecadação do ICMS, fazendo com que a cota parte dos mu-nicípios acabe diminuin-do. A redução afeta outros tributos federais, como o IPI e, com isso, o fundo de participação dos municí-pios perde também.

Então, a melhor solu-ção para cobrir este rombo é criar outros impostos?

Na realidade, o aumento de impostos é para cobrir um rombo criado pelo próprio governo. No Brasil, a gente

não controla despesa. Nós não temos um serviço público de contabilidade de custos para você saber quais são os gar-galos de despesas. O governo está comprando papel higiêni-co a R$ 1 e outra unidade do poder público contrata a R$ 5.

A criação de uma nova alíquota do Imposto de Ren-da, somada ao crescimento da inflação, não represen-taria uma redução ainda maior do poder de compra?

Você diminui o poder de compra e demanda e acaba forçando a queda de preços, apesar de isso não existir

no Brasil. Se menos gente tem dinheiro para comprar, eles vão menos aos super-mercados, açougues e for-çam a queda dos preços. É o que acontece com imóveis. Como diminuiu a renda os valores começam a baixar em relação ao ano passado.

O Brasil precisa de uma reforma tributária?

Sem dúvida. Tem que ha-ver uma reforma tributária e fiscal para que o governo fe-deral não concentre tanto a arrecadação. Por outro lado, os prefeitos têm que ter mais seriedade nas instituições e nas cobranças de suas pró-prias receitas.

Por que você diz que essa redução de preços não existe no Brasil com a queda da demanda?

Aqui tem pouca compe-tição. Outra questão tem a ver com transparência. As empresas são limitadas e não divulgam balanços, então nós não sabemos

quanto elas lucram, mas elas deviam fazer isso. Eu gostaria que todas as em-presas publicassem balan-ço para que fosse possível, inclusive, ter maior con-trole sobre a corrupção.

Falta seriedade do go-verno para tratar o dinhei-ro que arrecada?

Falta seriedade da popu-lação de cobrar do governo que trabalhe com seriedade. Se ninguém te cobra no seu serviço você vai atrás dos seus interesses. No poder público não pode ser assim. É diferente da iniciativa privada. O governo federal pega empréstimo a 14,5% e empresta via BNDES a 6%, 7% para essas empre-sa envolvidas na Lava Jato. Esse diferencial de 9% sai do nosso bolso. O rombo no orçamento é por conta das despesas sem contro-le. Vamos dizer que caso o empréstimo seja de 500 mi-lhões de dólares, só o dife-rencial de juros de um ano dá 46 milhões de dólares.

Como o Sindaf auxilia a Prefeitura na gestão do di-nheiro público?

Todo início de governo nós fazemos uma proposta fiscal para melhorar a ar-recadação sem aumentar imposto. Geralmente, nós vamos atrás de quem não está pagando ou quem não paga o que é devido, como quem está em São Paulo, mas diz que está em ou-tro município para pagar menos impostos. Fizemos uma informatização, o re-cadastramento do IPTU. Isso fez com que pessoas que não tivessem mais o direito à isenção retomas-sem o pagamento.

Realidade - Araújo afirma que IPTU é mal cobrado nos municípios

eurico cruz - Presidente do Sindicato e Associação dos Auditores-Fiscais Tributários do Município de São Paulo (Sindaf), Wilson Araújo defende uma maior participação dos cidadãos, não só em praça pública, como nos protestos de 2013, mas na rotina diária da política, das associações e mes-mo nas questões mais cotidianas.

Com a queda de arrecadação de tributos e da consequência que este fato traz às receitas municipais, Araújo criticou, durante entrevista à Fo-lha Metropolitana, a atitude dos prefeitos de não adequarem o valor do IPTU, mal cobrado na maioria dos municípios e da concentração de arreca-dação do governo federal. Outro alvo de crítica foi a falta de transparência em alguns setores da iniciativa privada, como o ramo automotivo, o qual não divulga os balanços com o lucro obtido ano a ano.

Araújo também disse que o esquema de corrupção na máfia do ISS, quando fiscais cobraram propina para reduzir o tributo que era cobrado, pegou o sindicato com uma “pancada geral”, pois não havia suspeita de tal ilegalidade. “É por isso que nós, como instituição, propomos melho-rias para que as coisas não fiquem nas mãos das pessoas e sim no sistema informatizado”, ressaltou o presidente do Sindaf.

divulgação

cidadeSegunda-feira, 18 de janeiro de 2016 5

Falta de receita aumenta fiscalização

Suspensão de cNHs dobram em Guarulhos

Rigor - No ano passado 24.748 condutores foram notificados a responder a processo de suspensão da carteira

Lucas Dantas

Especialista em seguran-ça e educação no trânsito, Eduardo Biavati afirmou que um dos motivos que levou ao aumento foi a crise finan-ceira. “Todos os governos sa-bem muito bem que na crise um dos poucos órgãos que geram receita é a gestão de trânsito”, disse.

eurico cruz - O número de moto-ristas que tiveram suas cartei-ras cassadas em 2015 é mais que o dobro do ano anterior. De janeiro a outubro do ano passado, 10.129 condutores começaram a cumprir a pu-nição. No mesmo período de 2014, o número era equi-valente a 4.501 habilitações cassadas, segundo dados do Detran de São Paulo.

O número de pedidos de punição, porém, são bem maiores. No ano passado, 24.748 condutores guaru-lhenses foram notificados a responder ao processo de sus-pensão do direito de dirigir por terem somado ou ultra-passado 20 pontos em mul-tas, dentro de um período de 12 meses, ou por terem come-

Para Biavati, o valor das multas ainda é muito baixo e parte dos condutores não levam em consideração as punições mais severas como a restrição ao direito de diri-gir e, mesmo com a carteira vencida ou cassada, continu-am a conduzir veículos sem a devida autorização.

tido uma única infração gra-víssima, que por si só gera o processo de suspensão, como conduzir após ingerir bebi-da alcoólica, praticar racha, exceder em mais de 50% o limite de velocidade e pilotar moto sem capacete. Depois de todo o processo, os infrato-res devem comparecer à uni-dade na qual sua carteira está registrada para entregá-la e abdicar do direito de dirigir

Segundo o Detran de São Paulo, o crescimento no nú-mero de punições se deve ao aprimoramento do sistema interno da instituição, como a implantação do Sistema In-tegrado de Multas (SIM), em outubro de 2014, que detecta os motoristas com mais de 20 pontos na carteira.

cidadeSegunda-feira, 18 de janeiro de 20166

Motoristas estão cansados de furar pneus no Cabuçu

Buracos e remendos são comuns na via

Reparos - Acciona diz que não compete a ela a manutenção deste trecho

Pó - Usuários do transporte público também se queixam da poeira

Fotos: Lucas Dantas

mari cavalcante - Motoristas que trafegam pela Estrada do Cabuçu, na região de mes-mo nome, estão cansados de furar pneus e da sensação de trepidação causada pelos bu-racos e remendos da via.

“Furei o pneu umas dez vezes. É perigoso passar aqui”, contou o motoboy Ubirajara Souza Silva, 39.

A falta de iluminação tam-bém é motivo de queixa entre os condutores. A EDP disse que realizará uma vistoria.

Segundo os motoristas, as obras do Rodoanel provocam essa situação, uma vez que a circulação de veículos pesados se intensificou. “Todos os tre-chos estão um caos”, disse o corretor de imóveis Mauro Ro-

berto Gomes dos Santos, 42. O problema conta com

ajuda extra de empresas par-ticulares, que têm recapeado a via por conta própria.

A Prefeitura informou que existe um acordo entre a Dersa e a repartição para a recapear a via após o término das obras do Rodoanel Norte. A Dersa disse que a construtora é a res-ponsável pela manutenção.

A Acciona Infraestructura, responsável pelos Lotes 4 e 6 do Rodoanel Norte, disse que não compete a ela a manuten-ção dos trechos onde circulam veículos de outras empresas.

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cidadeSegunda-feira, 18 de janeiro de 2016 7

Projovem motivou envolvimento dos adolescentes em questões coletivas do bairro e cidade

Debate - Grupo ampliou a visão crítica sobre a convivência em sociedade

Voz - Cientista política Denilde Holzhacker ressalta a importância de o jovem construir suas próprias percepções

fotos: beto martins

MARI CAVALCANTE - O estudante Charles Paulo, 16, era aca-nhado e não dava atenção aos problemas do bairro. As-sim que teve oportunidade, se engajou em um projeto para promover melhorias de uma praça pública. A expe-riência de Monique Cunha, 15, como integrante do grê-mio estudantil fez com que se sentisse responsável pelos interesses dos alunos. E o es-tudante Anderson Silva, 16, colega de chapa, propôs a abertura de uma biblioteca. “É uma maneira de partici-par da escola”, contou.

O envolvimento dos três adolescentes nesses tipos de ação começou após partici-parem do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Pro-Jovem), que oferece oportu-nidades socioeducativas por meio de cursos de cidadania e preparação para o trabalho, entre outros. “Aqui os jovens são incentivados a ser prota-gonistas de suas vidas, que pensem por si”, disse o coor-denador do ProJovem Guaru-lhos, Virgílio Abrahão Junior.

O participante Felipe Carvalho, 14, por meio do programa, esteve numa dis-cussão sobre a redução da maioridade penal na Câma-ra Municipal. “Depois desse dia mudei de opinião. Hoje

empoderamento dos jovens na comunidade

sou contra a redução”, con-tou. Para o irmão gêmeo dele, Guilherme Carvalho, 14, o ProJovem é uma opor-tunidade de se ocupar o dia inteiro. “E não pensar bestei-ra”, complementou. “E forma um vínculo mais agradável em casa”, falou o estudan-te Márcio Lopes, 18, que há dois anos está no projeto.

A cientista política e pro-fessora de Relações Interna-cionais e Governamentais da Escola Superior de Propagan-da e Marketing (ESPM), De-nilde Holzhacker, ressaltou a importância de o jovem cons-truir suas próprias percepções e narrativas. “A tendência da sociedade é não considerar a opinião dos jovens, mas eles têm algo a falar. Precisamos aceitar esse empoderamento e motivá-los”, explicou. Para Denilde, incentivar o debate entre os jovens dentro e fora da escola possibilita a constru-ção de soluções para proble-mas sociais.

A coordenadora de Apren-dizagem, Avaliação e Resulta-dos do Colégio Rio Branco, Ana Paula Camargo, acredita que o envolvimento em ques-tões comunitárias desenvolve determinadas habilidades. “É levada em consideração a co-letividade em detrimento do individualismo”, afirmou.

ESPORTESSegunda-feira, 18 de janeiro de 20168

Com reservas, Tricolor goleia

América-MG vai jogar às quartas contra o Bahia. Até ontem à noite, data e horário não estavam definidos

Menino de ouro - Pedro ajudou o time do São Paulo a ir para a próxima fase da Copinha com moral elevado

ESTADÃO CONTEÚDO - O Palmeiras não resistiu ao América-MG e se despediu da Copa São Pau-lo. As duas equipes empata-ram por 1 a 1 ontem, mas os mineiros levaram a melhor na disputa de pênaltis.

Jogando no estádio Mar-tins Pereira, em São José dos Campos, os mineiros abriram o placar logo aos seis minutos

com um gol de Guilherme, que subiu sozinho para com-pletar, de cabeça, uma cobran-ça de escanteio da esquerda.

O Verdão conseguiu em-patar aos 12 da segunda etapa em uma bela jogada individual de Kauê. Na dis-puta de pênaltis, os dois ti-mes converteram todas as cobranças até o último chute

palmeirense, quando Augus-to bateu para fora.

Segundo colocado do Gru-po 28, que contava ainda com São Caetano, Pérolas Negras, do Haiti, e Juventus-SP, que ficou com a liderança da cha-ve, o América-MG cresceu ao longo da competição e, no mata-mata, já tinha eliminado o Vasco e o próprio Juventus.

ESTADÃO CONTEÚDO - A primeira mostra do Corinthians versão 2016 não acabou com o resul-tado esperado pelos torcedo-res, mas a atuação foi melhor do que muita gente imagina-va. Após a perda de importan-tes titulares, criou-se a dúvida de que time veríamos em cam-po neste domingo e apesar da derrota por 1 a 0 para o Atlé-tico Mineiro, em Boca Raton, nos Estados Unidos, pela Flo-rida Cup, os comandados do técnico Tite mostraram que podem manter o organizado esquema tático de 2015.

E com a vitória sobre o Co-rinthians e o empate entre Flu-minense e Shakhtar Donetsk por 1 a 1, o Galo conseguiu ga-rantir o título, com seis pontos, embora o torneio ainda tenha mais dois jogos na quarta-fei-ra. Um deles do Timão.

Em relação ao Corinthians, a falta de entrosamento, prin-cipalmente do meio para fren-te, pesou em alguns momen-tos. Sem Ralf, Jadson, Renato Augusto e Vagner Love, ne-gociados, Tite armou o time com Malcom caindo pela di-reita, Romero na esquerda e Danilo centralizado, enquanto que Rodriguinho aparecia no meio para criar as jogadas.

O gol saiu só na segunda etapa. Aos 12 minutos, em rápido contra-ataque, Cazares tocou para Pratto, que entrou livre na área e cruzou rasteiro para Yuri empurrar para as redes. Houve poucas chances depois e o placar ficou nisso.

Timão perde em torneio nos EUA

Verdão perde e dá adeus à Copinha

ESTADÃO CONTEÚDO - A equipe do São Paulo derrotou o Rondo-nópolis por 4 a 0 - Pedro e Luiz Araújo marcaram dois gols cada -, ontem, em Mogi das Cruzes, e se classificou para as quartas de final da Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Beneficiado com a vitória do Flamengo sobre o Bahia, o Tricolor entrou em cam-po já classificado. Por isso, o técnico André Jardine de-cidiu escalar um time reser-va. Dentro de campo, tudo correu bem entre os garotos, que não fizeram feio.

O atacante Pedro marcou dois, o segundo foi uma pin-tura. Ele bateu de primeira após recerber cruzamento vindo da esquerda.

Já nas arquibancadas, houve cenas tristes. No in-tervalo da partida, parte da torcida organizada do São Paulo entrou em conflito com a Polícia Militar.

Alguns policiais, acuados, foram agredidos enquanto tentavam revidar e se defen-

der. Contêineres de lixo e barras de ferro foram usados pelos torcedores durante a agressão. A polícia agiu com balas de borracha e bombas de efeito moral.

Imagens da televisão fla-graram um torcedor passando mal e sendo retirado da arqui-bancada. Crianças choravam

assustadas e com irritação nos olhos e na garganta. Muitos torcedores deixaram o estádio Francisco Nogueira (que esta-va lotado) após a confusão.

Com a bola rolando no segundo tempo, atletas de São Paulo e Rondonópolis, assustados, dividiam a aten-ção entre o jogo e as bombas

que explodiam nas arqui-bancadas. Em nota, a Federa-ção Paulista de Futebol (FPF) lamentou o corrido e iniciou a investigação dos fatos.

O Bahia, beneficiado pelo regulamento, foi o “melhor perdedor” desta fase e tam-bém avançou às quartas de final. Enfrenta o América-MG.

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VARIEDADESSegunda-feira, 18 de janeiro de 2016 9

A venda de trigo com preço baixo ou distribuído de graça aos pobres gerou polêmica. Há semelhança com circunstâncias atuais

Crítica - Veyne tropeça um pouco quando se aventura pelo campo da teologia. Baixa, porém, que não pesa no conjunto

ServiçoLançado no final de 2015, o livro “Pão e Circo”, da editora Unesp, possui 784 páginas e tem pre-ço sugerido de R$ 128.

RePRodUção

palavraS cruzadaS diretaSwww.coquetel.com.br Revistas coquetel 2014

ÁRIES: dia indicado para resolver questões financeiras e profissionais. Reserve um tempo para a sua meditação, a fim de se manter equilibrado. Cuide de sua saúde, e evite precipitações.

TOURO: dia dos melhores para o comércio, de um modo geral. Pode solicitar favores de amigos e superiores, em qualquer caso de dificuldades. Fluxo benéfico à sua saúde e a vida sentimental e amorosa.

GÊMEOS: dia neutro, pouco sucesso nas questões de dinheiro, de trabalho e de família. Fluxo será dos melhores para as investigações e tudo que está ligado ao ocultismo. Cuide para que não haja perda financeira.

CÂNCER: Pela influência do sol você está favorecido. Haverá bons fluxos para estudos, exames e testes. Capacidade de raciocínio aumentada. Não se precipite nas coisas ligadas ao romance, ou então, ao casamento.

LEÃO: Irá viver um relacionamento amoroso importante, que deverá se consolidar. e mesmo que seus sentimentos ainda não estejam firmes, você compreenderá aos poucos seu valor.

VIRGEM: Aproveite a influência astral deste dia para conhecer o maior número possível de pessoas. As amizades que fizer vão lhe trazer vantagens. Uma decisão sua poderá concretizar aquilo que há tempos vem planejando.

LIBRA: este é um ótimo dia, pois tudo indica que obterá êxito, em negócios. Sucesso social, profissional e amoroso, principalmente. obtenha maior segurança interior e procure ouvir com atenção as pessoas.

ESCORPIÃO: Talvez você tenha de fazer uma viagem inesperada, mas não se preocupe, pois os resultados serão excelentes. estará sob melhor fluxo astral para os assuntos do coração e financeiro. Sucesso social.

SAGITÁRIO: Sua indecisão muito poderá prejudicá-lo. Portanto seja decidido para que tudo possa sair bem. Cuide da saúde, não se precipite e não se deixe influenciar por maus pensamentos. Neutro para viajar.

CAPRICÓRNIO: excelente disposição para tratar de assuntos importantes e de negócios, para criar novas ideias relacionadas com publicidade e comunicações e para lucrar em serviços prestados.

AQUÁRIO: Indicações de que as esperanças se concretizarão num breve futuro. Ainda hoje ou amanhã, estará favorecido no que diz respeito às coisas do coração. Início de um bom período no campo profissional e financeiro.

PEIXES: o trânsito da lua, estará reforçando o seu lado espiritual. estímulos no sentido de prestar serviços aos seus semelhantes, sem deixar de manter uma avaliação crítica nos seus relacionamentos pessoais.

21 MAR.20 ABR.

21 ABR.20 MAI.

21 MAI.20 jUN.

21 jUN.21 jUL.

22 jUL.22 AGO.

23 AGO.22 SET.

23 SET.22 OUT.

23 OUT.21 NOV.

22 NOV.21 dEz.

22 dEz.20 jAN.

21 jAN.19 fEV.

20 fEV.20 MAR.

HorÓScopo omaR caRdoso Filho | www.omarcardoso.com.br

chico JunioR - O li-vro “Pão e Circo: sociologia histó-rica de um plura-lismo político” é um convite àque-le que curte História com uma história bem contada. O antro-pólogo Paul Veyne esmiuça a política de oferta de banque-tes e jogos promovidos por Roma. Também historiador, o francês analisa a dádiva feita em favor da comunidade e, com isso, quebra mitos.

Com bom acabamento, a capa dura protege as 784 pági-nas dessa segunda sugestão de leitura feita pela Folha Metro-politana para as férias. A obra, lançada pela Editora Unesp, visita o movimento dos ricos – incluindo o próprio imperador – em favor de contribuir com recursos próprios para as des-pesas públicas, principalmen-

‘Pão e Circo’ fala de Roma e reflete também o Brasil

te em espetáculos. Tratado sob o neologismo

evergetismo, o “mecenato da vida coletiva” surgiu na Grécia no século III a.C. Essa espécie de filantropia era vista, até então, apenas como venda de ilusão – leia-se enganação – para o povo pobre. Ela visava a conquista, manutenção e/ou ampliação da esfera política do benfeitor, o “evégeta”. E apre-senta ecos em nossa época.

O autor cita exemplo bra-sileiro ao mencionar estra-tégia de caciques políticos

que mantêm gastos com as-sistência pública com vistas a atender a “clientela eleito-ral”. Porém, evergetismo era também mais do que isso. A atitude entrou para a pos-teridade nas construções de ginásio e monumentos que perduram até nosso tempo. Percebe-se uma simpatia à fi-losofia de “o que fazemos na vida, ecoa na eternidade”.

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Procuradoria cobra transparência de municípiosDA REDAÇÃO - Em todo Brasil, 3.298 municípios recebe-ram simultaneamente reco-mendações expedidas pelo Ministério Público Federal (MPF) por descumprimento as leis que dispõem sobre critérios de transparência. Com nota 5,8, a cidade de Guarulhos ficou abaixo da média estadual no índice criado pelo órgão (6,5).

O levantamento da pri-meira fase do Projeto do Ranking Nacional dos Por-tais da Transparência, elabo-rado pela Câmara de Comba-te à Corrupção do Ministério Público Federal, concluiu, ainda, que 1.071 inquéritos civis públicos foram instau-rados. As informações foram divulgadas no site da Procu-radoria-Geral da República.

A Procuradoria no Piauí foi a que mais instaurou in-quéritos civis públicos: 178. Em segundo lugar, ficou o Estado do Maranhão, com 154 inquéritos civis. Os Es-tados com pior avaliação são o Piauí, que somou 220 reco-mendações, atingindo 98% dos municípios, e Alagoas, com 86% dos municípios e 87 recomendações.

A avaliação dos portais da transparência dos 5.568 municípios e 26 Estados e Distrito Federal foi feita com base em questionário desen-volvido pela Estratégia Na-cional de Combate à Corrup-ção e Lavagem de Dinheiro (Enccla), que selecionou as principais exigências legais e itens considerados “boas práticas de transparência”.

O questionário traz 31 per-guntas que abordam o acesso à informação nos portais dos municípios, como a divulga-ção de contratos, resultados de licitações, despesa nos últi-mos seis meses, ferramenta de pesquisa de conteúdo, assim como endereços e telefones das unidades e horários de atendimento. (COm REpORtAgEm DA

AgênCiA EstADO)

Uma entre cinco cidades não apresentam dados

Dos 5.568 municípios brasileiros, 1.073 ainda não disponibilizaram informa-ções sobre transparência na internet. Outros 2.589 não apresentam informações sobre a receita nos últimos seis meses, incluindo nature-za, valor de previsão e valor arrecadado, e apenas 847 di-vulgam informações sobre a remuneração individualiza-da de agentes públicos.

Inicialmente, os gesto-res terão prazo de 120 dias para corrigir as irregulari-dades. Após esse prazo, será feita uma nova avaliação nacional no período de 11 de abril a 9 de maio de 2016 Caso não sejam atendidas as exigências legais, ações civis públicas serão ajuiza-das contra os gestores dos municípios avaliados no se-gundo semestre de 2016. Basta de corrupção - Exigindo mais lisura nas administrações públicas, guarulhenses foram às ruas em 2015 protestar contra malfeitos dos governos

beto martins / arquivo fm 17/08/2015

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