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Folha Oceânica Segundo turno: CANDIDATOS À PREFEITURA DE NITERÓI FALAM DE SUAS EXPECTATIVAS E ESTRATÉGIAS PARA CONQUISTAR VOTOS DO PSOL PÁGs 6 e 7 ANO I - EDIÇÃO II NITERÓI, 15 A 31 DE OUTUBRO DE 2012 JORNAL COM JEITO E A CARA DE QUEM LÊ www.folhaoceanica.com.br Moradores do Engenho do Mato pedem melhorias População reclama de falta d’água, insegurança e ruas sem pavimentação PÁG 3 Bairro À BEIRA MAR BANCADA ROSA MADAME YOLANDA Como um político que muda de lado o tempo todo pode ser pior que cobra peçonhenta PÁG 8 Conheça as mulheres eleitas que vão ocupar uma vaga na Casa Legislativa PÁG 9 Zveiter adentra o cafofo da vidente acompanhado de Rodrigo Neves e um misterioso mascarado PÁG 11 A disputa pelo poder em Niterói superou a “ética do mercado”. A emblemática obra do mergulhão está afundada num oceano de denúncias insustentáveis, que escondem a ambição pela conquista da prefeitura. O episódio remete à época da construção do MAC, que segundo o PT desabaria. PÁGs 4 e 5 R$ 1,00 FOTO: THIAGO FREITAS FOTO: THIAGO FREITAS Mergulhando na verdade

FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

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Folha Oceânica, jornal quinzenal de Niterói, com circulação nos bairros de Piratininga, Itaipu, Camboinhas, Iatacoatiara, Engenho do Mato, Icaraí e Centro.

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Page 1: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

Folha OceânicaSegundo turno: CANDIDATOS À PREFEITURA DE NITERÓI FALAM DE SUAS EXPECTATIVAS E ESTRATÉGIAS PARA CONQUISTAR VOTOS DO PSOL PÁGs 6 e 7

ANO I - EDIÇÃO II NITERÓI, 15 A 31 DE OUTUBRO DE 2012 JORNAL COM JEITO E A CARA DE QUEM LÊwww.folhaoceanica.com.br

Moradores do Engenho do Mato pedem melhorias População reclama de falta d’água, insegurança e ruas sem pavimentação PÁG 3

Bairro

À BEIRA MAR BANCADA ROSA MADAME YOLANDAComo um político que muda de lado o tempo todo pode ser pior que cobra peçonhenta PÁG 8

Conheça as mulheres eleitas que vão ocupar uma vaga na Casa Legislativa PÁG 9

Zveiter adentra o cafofo da vidente acompanhado de Rodrigo Neves e um misterioso mascarado PÁG 11

A disputa pelo poder em Niterói superou a “ética do mercado”. A emblemática obra do mergulhão está afundada num oceano de denúncias insustentáveis, que escondem a ambição pela conquista da prefeitura. O episódio remete à época da construção do MAC, que segundo o PT desabaria. PÁGs 4 e 5

R$ 1,00

FOTO: THIAGO FREITAS

FOTO: THIAGO FREITASMergulhando

na verdade

Page 2: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

Folha Oceânica Gostaria de parabenizar toda a equi-pe do jornal, que chega em excelente hora para os moradores da Região Oceânica de Niterói, que anda, como de costume, esquecida. É de extrema importância a existência de um veí-culo que possa ecoar a voz de nossa população, levando ao conhecimento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário as agruras que por aqui vi-vemos. Vida longa a este jornal, que chega, como apregoa, com a cara de quem o lê. Parabéns! MARIETA BERNARDES / PIRATININGA

Folha Oceânica II Gostei do jornal. Notícias variadas, espaço reservado para o leitor parti-cipativo e foco na nossa comunidade. Nascido em um momento importante como este de eleição, está cumprindo seu papel de formador de opinião, aju-dando a elucidar o eleitor acerca das verdadeiras origens dos candidatos à Prefeitura. Além disso, matérias que valorizam os problemas e cotidiano da nossa região. Muito bem-vindo.

WANDA LÚCIA / ENGENHO DO MATO

Leitores [email protected]

EleiçõesAchei muito interessante e apropria-dos todos os comentários sobre a fal-sidade de Rodrigo Neves. São coisas que eu já conhecia, mas acho que pou-cos conhecem ou se ligam na História e rapidamente se esquecem. Mas gos-taria de saber um pouco mais sobre Felipe Peixoto, embora todas as infor-mações que tive até agora foram boas. Boas no sentido de alguém disposto a trabalhar e que não muda de banda conforme lhe assopram os ventos.

ANTONIA MAGALHÃES

Eleições II O PT em Niterói, usou de uma tremen-da covardia em sua campanha. Dava nojo de sair na rua. Jogando bandeiras em nosso rosto. O Flávio Serafini está de parabéns, e o Felipe também, pois começou sua campanha muito tarde. Vamos torcer para o Serafini ajudar nosso Felipe. Obrigada. Uma eleitora que ama a sua cidade. O povo deveria lembrar o que o Roberto Silveira já fez pela nossa cidade. E ele nesta gestão deixou a desejar, pois estava doente. SÔNIA MATTOS

E x p e d i e n t e Livre - Produção e Comunicações Ltda.CNPJ: 10.471.884/0001-16

Contatos/Anúncios/SugestõesTel.: (21) 9531-0727 / (21) 8231-6079E-mail: [email protected]: www.folhaoceanica.com.br

Diretor ExecutivoPaulo FreitasDiretor de RedaçãoThiago Freitas

Editor ExecutivoAndré FreitasAdministraçãoElisângela Carvalho

Tiragem: 10 milImpressão: Editora EsquemaCirculaçãoPiratininga, Camboinhas, Itaipu, Itacoatiara, Engenho do Mato, Centro e Icaraí

FolhaOceânica

PÔR DO SOL Entardecer na Praia de Piratininga é um belo convite

à pratica de esportes

FOTO: THIAGO FREITAS

O QUE NÃO DEVE PROSPERAR É A

GANÂNCIA DE EMPRESÁRIOS DO

SETOR SOBRE O INTERESSE PÚBLICO

editorialPéssimo serviço

Quem depende de ônibus na Região Oceânica de Niterói sabe o quan-to esse serviço é mal prestado. Os ônibus não correspondem às necessi-dades da população e sim às conveniências das empresas, com a oferta oscilando ao bel prazer dos empresários.

Se chove, os ônibus desaparecem. Passageiros são obrigados a viajar feito sardinhas em lata por horas. Nos dias de sol e calor, a oferta au-menta no período da manhã, mas é reduzida para levar trabalhadores, moradores e veranistas de volta ao Centro no fim do dia.

Por conta de um protecionismo sem explicação, a região está isolada de bairros das zonas Norte e Sul da cidade, obrigando o passageiro a pagar duas conduções. Com exclusividade, as empresas que monopoli-zam o serviço impõe à população um serviço péssimo e desumano.

Maior suplício passa quem de-pende do 39 (Piratininga-Centro), um parador sem igual, que enche, esvazia e torna a ficar superlotado muitas vezes. Em quase todos, mais de 50 pontos o ônibus para num sobe e desce de passageiros. Nos horários de rush, uma viagem da Prainha ao Centro pode levar mais de duas horas.

No dia das eleições do primei-ro turno, as empresas Pendotiba e Santo Antonio pareciam agir de comum acordo para o mal. Retiraram os ônibus das linhas, causando grande transtorno a quem precisava chegar às seções eleitorais. Quem estava em Icaraí, por exemplo, levou mais de uma hora para pegar o 46 (Várzea das Moças). Os ônibus para o Engenho do Mato, Maria Paula, Sapê e Piratininga desapareceram como que por encanto.

Urge que a Justiça Eleitoral tome uma atitude, exigindo das empresas que pelo menos no dia da eleição do segundo turno para prefeito, aque-las empresas sejam obrigadas a ofertar mais ônibus. Se ainda assim não for possível, que seja criado um esquema para transportar os eleitores gratuitamente, conforme está previsto na lei. O que não deve prosperar é a ganância de empresários do setor sobre o interesse público. Retirar ônibus de circulação no dia de eleição é um atentado contra a democra-cia. O dano é incomensurável, pois não se pode precisar a quantidade de eleitores que deixou de votar por causa de falta de transporte e por não querer virar sardinha em lata. Com a palavra, a Justiça Eleitoral, especialmente o Ministério Público, guardião dos interesses coletivos.

2 FolhaOceânicaOpinião

“Infelizmente, na America Latina, estamos vendo o ressurgimento de um pensamento que é contrário à democracia”

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

15 a 31 de outubro de 2012

Page 3: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

3FolhaOceânica

Bairro

“Chegamos à conclusão de que as câmeras seriam nossas melhores aliadas” LÍBIA BUSQUET DIRETORA ESCOLA MUNICIPAL PAULO FREIRE

15 a 31 de outubro de 2012

Anderson [email protected]

Moradores do Eng. do Mato pedem melhorias

De acordo com os mora-dores apenas uma viatura passa às 6 horas da manhã e às 19 horas. Mesmo as-sim, não consegue coibir a criminalidade. “Há quatro meses, um bar na Estrada de São Sebastião foi assalta-do”, contou Cosme.

“O bairro até que é tran-quilo, mas poderia ter mais segurança”, ressalta Gilsilene.

Já a dona de casa Joelma Silva, 30, conta que muitas vezes precisa ir à UPA do

O pedreiro Cosme Ma-chado da Silva, 56 anos, é nascido e criado no bair-ro. Segundo ele, a região está abandonada há vários anos. “Quando eu era pe-queno, a Estrada São Se-bastião nem existia e nada era pavimentado. Quando chove, a água entra nos terrenos e dentro das nos-sas casas. Quem tem água encanada sofre com escas-sez de água e por isso, uso água de poço”, reclama o morador.

A dona de casa Gilsile-

Insegurança e falta de pediatra

AAMEM

Torneira seca

.

.

.Fonseca, na Alameda São Boaventura, para conseguir atendimento médico para sua filha Safira, de 1 ano e 7 meses. “No Médico de Fa-mília só tem clínico geral e nenhum pediatra. Quando vou à Policlínica, dizem que não atendem moradores do Engenho do Mato, apenas os de Itaipu. Aí, ou vou na Unidade de Emergência Dr. Mário Monteiro, no Cafu-bá, ou na UPA”, relatou Jo-elma, que tem ainda outro filho de 11 anos.

ne Lira, 23 anos, também sofre com os problemas de infraestrutura. “Quando chove, a água que vem dos lugares mais altos invade o terreno das casas que ficam mais embaixo. Outro pro-blema que temos é quanto a correspondência, que só chega até a Rua 45. Da Rua 46 em diante, as casas não são cadastradas no Código de Endereçamento Postal (CEP). Para recebermos as nossas contas, cadastramos os endereços de vizinhos e parentes”, lamentou.

PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA E SEGURANÇA AFETAM O BAIRRO; FALTA D’ÁGUA É CONSTANTE

O ar bucólico da chamada zona rural de Niterói encanta a quem visita. Muito ver-de, sítios que alugam cavalos, pesque-pa-gue para levar os filhos para pescar e bons restaurantes. Porém, como em toda a Re-gião Oceânica, sofre com problemas de infraestrutura, como, por exemplo, abas-tecimento de água, ruas esburacadas e não pavimentadas e policiamento insuficiente. A comunidade conta com a Associação dos Amigos e Moradores do Engenho do Mato (AAMEM), que tenta resolver os proble-mas e reclama da falta de apoio político na Câmara Municipal.

O bairro tem um módulo do programa Médico de Família em frente à praça Irênio de Mattos Pereira; a Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) Olga Benário, também em frente à praça; o Ciep Ruy Fra-zão Soares, na mesma área, e a Policlínica de Itaipu, na Estrada do Engenho do Mato.

Quem tem água encanada não tem água

O presidente da Associa-ção de Amigos e Morado-res do Engenho do Mato (AAMEM), Roberto Bar-boza, explicou que a falta de água deve-se ao fato das bombas da concessionária só subirem a água à noite nos lugares altos. “A Águas de Niterói informou que já está trocando o maquinário para resolver o problema e atender a demanda, que aumentou muito nos últi-mos anos. A rede de esgoto ainda está sendo implanta-da. Quanto ao Médico de Família, a metodologia é para prevenção de doenças e, pelo regulamento, só tem mesmo clínicos. Estes enca-minham os pacientes cadas-trados no módulo à Policlí-nica”, esclareceu Barboza.

O líder comunitário tam-bém lamentou a falta de pa-vimentação nas ruas inter-nas do bairro. “É problema que atinge toda a Região Oceânica”, disse.

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca tem um programa de drenagem e asfaltamento de ruas de to-dos os bairros oceânicos que será desenvolvido em 2013.

Sobre o policiamento, Barboza reconhece que é insuficiente e que a ocu-pação da Favela do Jacare-zinho, no Rio, pela PM no último fim de semana, cau-sará a vinda de mais bandi-dos para Niterói.

COSME MACHADO“Quem tem água encanada sofre com a escassez”

GILSILENE LIRA“Cadastramos os endereços de vizinhos”

BURACOSQuase todas

as ruas do bairro

carecem de pavimentação.

Moradores convivem com

transtornos causados pela lama

em épocas de chuva

Page 4: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

4 FolhaOceânicaCidade

“Todo governante tem inveja de mim, até a Dilma”

EDUARDO PAES PREFEITO DO RIO DE JANEIRO

15 a 31 de outubro de 2012

Uma reengenharia do caos impediu que o Mergu-lhão da Avenida Marquês de Paraná fosse inaugura-do este ano. Além do atra-so causado pela construto-ra Escopo, que lhe custou a rescisão do contrato e na dispensa pela Prefeitu-ra de Niterói, uma boata-ria infernal vem acompa-nhando a construção. Até um rio subterrâneo dis-seram existir no caminho do Mergulhão, que é, na verdade, uma área muito seca, como aponta laudo assinado pelo engenheiro civil Silvio Elias Couri, da Escopo. O último boato dá conta de que, se libe-rado ao tráfego, como era intenção da Prefeitura, o Mergulhão desabaria. Até

o candidato do PT, Rodri-go Neves, foi à Justiça para impedir que a Marquês de Paraná fosse reaberta.

A Escopo, segundo a Prefeitura, abandonou o canteiro de obras. Ela foi contratada para instalar as estacas laterais do mergu-lhão, e outra empresa, para construir a laje de cima, o tampão. Na Justiça, onde o caso foi parar, a Escopo alega que terminou a obra para a qual foi contratada, e a Emusa não quer pagar a última medição. Mas se contradiz ao recorrer ao Ministério Público para dizer que o serviço não foi concluído e não se respon-sabilizava pelos danos que poderiam ocorrer em caso de liberação ao tráfego.

Por Paulo [email protected]

Mergulhão na berlinda eleitoralPOR CAUSA DE BOATOS, OBRA SÓ SERÁ INAUGURADA PELO PRÓXIMO PREFEITO

A mesma Escopo, através do engenheiro Silvio Elias Couri, nega a existência de um rio subterrâneo no ca-minho do Mergulhão.

“O aludido rio subterrâ-neo não se constatou, de-mais disso o terreno onde se assentará o Mergulhão é de baixíssima permeabili-dade o que reduz a proba-bilidade de sua existên-cia, e m e s m o se exis-t e n t e não im-p e d i r i a a rea-l i z a ç ã o da obra, pois a es-taca uti-lizada é do tipo “prancha”, que possui além de outras características a função se-lante (indicada inclusive para obras marítimas)” diz o laudo.

A Prefeitura desistiu de abrir a Marquês de Paraná ao tráfego deveículos e dei-xará para o próximo prefei-to a decisão. Rodrigo Neves já afirmou em entrevista á imprensa que pensa con-tinuar obra, mas não deu um prazo para a entrega. Já Felipe Peixoto acha que em quatro meses entregará o Mergulhão, pronto para re-ceber o tráfego de veículos.

Existência de rio é negada pela empresa

Escopo.

LAUDODocumento emitido pela Escopo desmente existência de rio subterrâneo, ratificando a segurança da obra

FOTOS: THIAGO FREITAS

“A ESTACA É DO TIPO

‘PRANCHA’, QUE POSSUI

FUNÇÃO SELANTE

(INDICADA PARA OBRAS MARÍTIMAS”

Silvio Elias Couri

Page 5: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

5FolhaOceânica

Cidade

“O Rodrigo sempre foi de outra corrente política, que defendia alianças. O que sinto é uma grande rejeição a ele dentro do nosso partido” MARCELO FREIXO DEPUTADO ESTADUAL PELO PSOL

15 a 31 de outubro de 2012

Quem vê o Museu de Arte Contemporânea (MAC), desenhado pelo gênio da ar-quitetura Oscar Niemeyer, imponente e um dos sím-bolos do Brasil pelo mundo afora não imagina que este monumento também foi ví-tima de uma maciça campa-nha contra movida pelo PT à época de sua construção. Tal e qual acontece hoje com o Mergulhão, o MAC teve que enfrentar críticas e bo-atos para se concretizar. Ar-gumentavam que, por causa das cavernas subterrâneas, o museu sofria o risco iminen-te de desabar, matando ope-rários que trabalhavam em sua construção. Além disso, a obra chegou a ser classifi-cada como “inútil”.

Panfletos, faixas, cartazes e até carros de som divulga-vam que o MAC iria a baixo.

A chuva de boatos fez com que a obra atrasasse e coube ao sucessor de Jorge Rober-to, João Sampaio, inaugu-rá-la. O PT, naquela eleição, que lançava como candidato à Prefeitura Godofredo Pin-to, sofreu dupla derrota: nas urnas e na comprovação de que o projeto de Oscar Nie-

meyer era possível... e seguro. O candidato do PT em

2012, Rodrigo Neves, ressus-cita a política do caos e des-truição. Ele reencena a inter-pretação de Godofredo em 1992, num espetáculo que tenta desmoralizar e desme-recer a obra do Mergulhão da Marquês de Paraná, que servirá para sanar os pro-blemas de trânsito da Ponte Rio-Niterói para o Centro e Zona Sul.

Segundo membros do go-verno municipal, a empre-sa contratada para a fase de construção das paredes late-rais, tendo em vista o início da campanha eleitoral, atra-sou a obra, que deveria ser inaugurada em agosto.

Desmascarada a história do rio subterrâneo, veio a “denúncia” de que o Mer-gulhão iria desabar e matar muita gente. Baseado numa carta de uma empresa exclu-ída por atrasar deliberada-mente a obra, Rodrigo Neves assumiu o papel de arauto do caos. Foi à Justiça apelar o impedimento da abertura do Mergulhão ao tráfego de veículos, alegando falta de segurança da obra.

Por Paulo [email protected]

Estratégia já foi usada por Godofredo

OBRAS DO MAC TAMBÉM FORAM ALVO DE CRÍTICAS E DENÚNCIAS INFUNDADAS

MACAlvo de

inúmeras críticas e boatos, o

museu projetado por Oscar

Niemeyer é hoje símbolo

da cidade de Niterói e

cartão-postal conhecido no

Brasil e no mundo

FOTO: THIAGO FREITAS

Page 6: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

6 FolhaOceânicaEleições 2012

“A população votou pela mudança. Vamos enfatizar nossos programas que têm identidade com o Flávio (Se-rafini), como o orçamento participativo, valorização do concurso público e o fim da especulação imobiliária”

RODRIGO NEVES CANDIDATO À PREFEITURA DE NITERÓI PELO PT

15 a 31 de outubro de 2012

Com a confirmada vin-da do ex-presidente Lula a Niterói e a participação do prefeito reeleito do Rio, Edu-ardo Paes (PMDB), em seu programa eleitoral, Rodri-go Neves (PT) está bastante confiante na vitória sobre Felipe Peixoto (PDT) no se-gundo turno, que ocorrerá dia 28. Ainda mais depois de ter recebido apoio de Sér-gio Zveiter (PSD) – outro adversário seu no primeiro turno, que no início da cam-panha, em julho, o chamou de “genérico” do ex-prefeito Godofredo Pinto, de quem foi secretário de Desenvolvi-mento Econômico.

“Eduardo Paes falou em sua participação no progra-ma, na importância da in-tegração da Região Metro-politana do Rio, em como a capital do Estado e Niterói podem fazer parcerias e tam-bém podemos aproveitar o legado olímpico e da Copa do Mundo de 2014. Preci-samos tirar o município do isolamento em que ele se en-contra”, declarou Rodrigo.

O petista disse ainda que tem recebido apoio de vereado-res de partidos que integram a base de sustentação do gover-no, mas não revelou quais. Um deles é o vice-prefeito José Vicente Filho (PPS) – vereador eleito –, que durante a cam-panha apoiou Zveiter e agora está com Rodrigo.

“Segundo pesquisas internas que encomendamos, 90% dos eleitores de Zveiter e 70% do eleitorado de Flávio Sera-fini (PSol) estão comigo”, citou o prefeitável do PT. “O apoio de Zveiter é muito significativo”, completou.

Perguntado sobre uma possível participação de Godofre-do Pinto e o antigo homem forte do governo deste, Filin-to Branco, em uma eventual nova gestão petista, Rodrigo

desconversou e afirmou: “é prematuro discutir isso no momento”.

Sobre a não aparição da estrela do PT – símbolo do partido – em seu material de campanha e queixas da direção estadual do partido em relação ao fato, o petista afirmou que as reclamações não procediam. O candi-dato seguiu orientação do marketing de sua campa-nha. “Falo da presidente Dilma Rousseff e do ex-pre-sidente Lula o tempo todo. Tenho muito orgulho do PT”, disse.

O candidato também não crê que o julgamento no Su-premo Tribunal Federal dos envolvidos no escândalo do mensalão, como os petistas José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, que foram condenados por corrupção ativa, vá influenciar na sua campanha. O petista está confiante em sua eleição, pois disse ter a “ficha lim-pa” e sempre fez oposição ao atual governo. “Estou agre-gando todos os que fazem oposição ao grupo político que está hoje no poder”, de-clarou.

“FALO DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF E DO LULA O TEMPO TODO. TENHO MUITO ORGULHO DO PT”

“PRECISAMOS TIRAR O

MUNICÍPIO DO ISOLAMENTO

EM QUE ELE SE ENCONTRA”

RODRIGOCandidato afirma que

terá até 70% dos votos dos

eleitores do PSol e

ressalta importância da parceria

com governos estadual e

federal

Os dois lados de um segundo turno: Felipe ou Rodrigo?

y

y

Rodrigo afirma ter até 70% dos eleitores do PSol, além de aliados da base de sustetação do governo

Da Redaçã[email protected]

FOTO: DIVULGAÇÃO

Page 7: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

7FolhaOceânica

Eleições 2012

“Chegou a vez de um confronto de dois estilos distintos de fazer política: o nosso, pautado na modernidade; o do adversário, baseado em coação com homens armados, distribuição de material apócrifo e boataria” FELIPE PEIXOTO CANDIDATO À PREFEITURA DE NITERÓI PELO PDT

15 a 31 de outubro de 2012

“O ELEITOR FARÁ A OPÇÃO DE INSERIR DEFINITIVAMENTE A CIDADE DE NITERÓI NO SÉCULO 21”

“O PT, DURANTE SEIS ANOS,

DESMANTELOU A ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA DA CIDADE”

FELIPE Candidato do PDT, durante corpo a corpo em Icaraí. Ele acredita na possibilidade de virada no segundo turno

Os dois lados de um segundo turno: Felipe ou Rodrigo?

yFelipe Peixoto diz que eleitor niteroiense irá escolher entre a ética ou o mensalão do PT

“Niterói fará, neste segun-do turno, uma opção clara: escolher entre a ética ou o mensalão do PT”. Assim re-sume Felipe Peixoto, candi-dato do PDT à prefeitura de Niterói, sua expectativa acer-ca do pleito que será realiza-do no dia 28 de outubro. “Eu represento a ética na política, e meu adversário carrega nas costas o peso do mensalão”, lembrou Felipe.

Em entrevista à Folha, o pedetista ressalta que o ob-jetivo de estar no segundo turno foi alcançado com muito esforço e empenho dos militantes e dos parti-

dos coligados e se diz con-fiante na possibilidade de virar o jogo. “Temos certeza de que podemos reverter este quadro, continuando a apresentar as melhores pro-postas para o futuro de nos-sa cidade e resgatar a auto-estima da população”, disse.

Se fizermos uma análise deste resultado, o meu opo-nente conquistou apenas 4 cadeiras na Câmara, sendo que uma através do PV. Nem o ex-prefeito do seu partido foi eleito, o que demonstra que a população rechaça o jeito PT de governar. Nossa coligação conquistou uma

ampla maioria, sendo que o PDT continua a ser a maior bancada da Câmara, com quatro parlamentares. Este exército na rua será decisi-vo para mostrar à popula-ção que Niterói não quer o mensalão.

Felipe afirma ter uma ex-pectativa muito positiva em relação ao segundo turno, acreditando que a popula-ção tende a refletir e saber o que é melhor para Niterói.

“Nosso projeto político é melhor e isso ficará cla-ro agora com o programa eleitoral, em que teremos o mesmo tempo do nosso ad-versário para apresentar as propostas. O eleitor vai po-der confrontar as duas e ver que o futuro que ele quer para a nossa cidade passa pelo nosso projeto político”.

Felipe faz ainda uma aná-lise do governo do PT no município, na pessoa de Godofredo Pinto.

“O PT desmantelou, du-rante seis anos, a adminis-tração pública da cidade com o que chamam de modo petista de governar e que estamos conhecendo melhor agora como funcio-na. Em um ano, o Jorge teve que pagar 14 folhas de pa-gamento e assumir dívidas não pagas que somavam 50 milhões de reais. Isto refle-tiu, obviamente, no gover-no mal avaliado de hoje. O pior governo da história de

Niterói foi o do ex-prefei-to Godofredo Pinto. Prova disso é a votação que ele teve em sua candidatura para vereador nesta eleição. É o quinto suplente do par-tido na Câmara. É por isso que reafirmo, Niterói preci-sa de um prefeito com no-vas ideias, com a cabeça no século 21, que não repita os erros do passado e que volte a fazer de Niterói uma cida-de referência nacional.”

Felipe Peixoto também disse que acredita na von-tade de mudança da popu-lação, e que esta fará uma grande reflexão na hora de decidir o voto. “Acredito, sim, que neste segundo tur-no o eleitor irá refletir sobre o futuro de nossa cidade e fará a opção de inserir de-finitivamente Niterói no século 21, elegendo um pre-feito com nova cabeça, an-tenado com o século atual e capaz de realizar as trans-formações que a cidade tan-to necessita”, finalizou.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Page 8: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

8 FolhaOceânicaColuna

“Se considerarmos meus gastos de campanha, foi a vitória do tostão contra o milhão”

PAULO EDUARDO VEREADOR ELEITO PELO PSOL

15 a 31 de outubro de 2012

À BEIRAMAR

E agora José?Tenho menos medo de cobra surucucu que de político virador de casaca. José Vicente, do PPS, que anos a fio foi presidente da Câmara Municipal, já esteve ao lado de Jorge Roberto Silveira. Esteve ao lado de Godofre-do Pinto, que entrou no Executivo como vice de Jorge e depois se reelegeu. Depois, vejam só, o Zé se tornou vice-prefeito de Jorge e, agora, nesta campanha, seu partido estava na coligação do candidato de Jorge, isto é, Felipe Peixoto. Às vésperas do pleito, em 7 de ou-tubro, Zé surgiu, para espanto de todos, no programa de Sérgio Zveiter, declarando seu apoio ao candidato do PSD. Nem mal engoliu a derrota massacrante nas urnas, já está de compromisso marcado com Rodri-go Neves, do PT. Só falta mesmo, ao fim do segundo turno, Felipe se consagrar nas urnas e vermos o Zé ao lado do pedetista de novo. Ô Zé, decide, homem!

Falando nisso... Pega até mal, para Rodrigo Neves, aceitar apoio de quem o chamou de genérico de Godofredo Pinto, na acepção mais pejorativa que o nome “Godofredo” podia ter naquele início de campanha na opinião de Zveiter, que, inclusive, alertava o eleitor sobre o risco de efeitos colaterais que a candidatura do PT poderia causar à cidade.

Bar do MeioSe tem um espaço que reascendeu a vida noturna e cultural de Niterói e, em especial, da Região Oceâ-nica, foi o Bar do Meio, em Piratininga. O lugar tem oferecido ao público atrações dignas das grandes casas de shows do Rio. Arlindo Cruz, Alceu Valença, Elba Ramalho, Leoni, Sérgio Loroza, dentre outros, já viraram sócios, como diz o Faustão, da nossa re-gião. Dia 1º de novembro, o Bar do Meio vai deixar o meio ainda mais refinado, com show de uma das mais novas revelações dos últimos anos da MPB: Ma-ria Gadú. Seja, também, bem vinda à nossa praia.

Aos mestres Este mês, celebramos o Dia do Pro-fessor. Este colunista, particularmen-te, tem o nome de muitos que foram marcantes na mente. Mas de modo geral, seria bom ver todos eles mais valorizados, não só com melhores salários, mas também com maior respeito e afeto por parte dos estu-dantes e pais de alunos. Já vai longe o tempo em que pequenos gestos como levar uma flor, uma fruta ou um doce eram demonstrações de carinho contantes com aqueles que nos ensinam as primeiras letras e nos acompanham por um longo pe-ríodo de formação humana. A todos os professores, portanto, os sinceros parabéns de toda equipe da Folha Oceânica.

Bandeira brancaA campanha de Rodrigo Neves para a prefeitura de Niterói anda, diga-mos, pouco vermelha. Ele nega, mas ao que tudo indica, seus marketeiros evitaram a associação demasiada do candidato com o seu partido, o PT, por conta do julgamento do Mensa-lão. Se repararem bem, até a estre-linha, símbolo máximo da legenda, não conta nas bandeiras e material de campanha de Rodrigo. É tudo branco e um vermelhinho básico.

PSol Surpreendeu e muito a expressiva votação de Flávio Serafini. O PSol está se mostrando um partido cada vez mais forte com sua forma de fa-zer política, apoiado pela juventude.

[email protected]

Por Thiago Freitas

Palavras ao vento“A estratégia sem tática é o caminho mais len-to para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota” (Sun Tzu)

GENTE OCEÂNICA Esse aí é o Mário Cardiano, o super gerente do Supermarket Piratininga. O cara é um trator no trabalho para manter o padrão de atendimento da loja. Sobre o novo jornal da região, ele afirma que a Folha já se tornou leitura obrigatória... e prazerosa.

Page 9: FOLHA OCEÂNICA - EDIÇÃO II

9FolhaOceânica

Política

“A cidade conta com uma política muito regional, por isso esse pensamento de que pessoas de fora não podem ter seu espaço” PRISCILA NOCETTI VEREADORA ELEITA PELO PSD

15 a 31 de outubro de 2012

A bancada cor de rosa da CâmaraELEIÇÃO DE TRÊS VEREADORAS REASCENDE A FORÇA FEMININA NA POLÍTICA NITEROIENSE

Como diz a canção “Maria, Maria”, de Milton Nascimen-to, é preciso ter força, é pre-ciso ter raça sempre. Além de votos. Após 12 anos, a Câmara Municipal voltará a ter representante femini-na. E, pela primeira vez, três

Mais votada dentre as mulheres, Tânia, com 4.437 votos, fundou a Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos, hoje presidida por seu marido, João Carvalho. Foi secretária municipal de Acessibilidade e Cidadania no atual governo, até final de março deste ano. Aos três anos, quando começava a dar seus primeiros pas-sos, Tânia contraiu o vírus da poliomielite, limitando os movimentos das pernas. Filha de família humilde, Tânia encontrou nos pais e amigos a força e a deter-minação para superar as limitações e se tornar uma vencedora. Como fez inú-meras intervenções cirúr-gicas, Tânia usou os leitos

vereadoras: Tânia Rodrigues (PDT), que retorna após ter sido parlamentar entre 1993 e 1994 pelo PT (quando foi eleita deputada estadu-al), e as estreantes Verônica Lima (PT) e Priscila Nocetti (PSD). Apesar de perfis dife-renciados, um objetivo em comum: a luta pela saúde da mulher.

hospitalares para se dedicar aos estudos. Aos 17 anos, ingressou na faculdade de Medicina e, aos 23, já era formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Em seu primeiro mandato como vereadora, conseguiu que fosse construída uma rampa de acesso à Câmara. Foi deputada estadual de 1995 a 2002.

“Vou lutar pela melhoria da acessibilidade, princi-palmente. Mas não deixa-rei de lado outras questões que muito me preocupam, como a reabertura da emer-gência do Getulinho, onde faltam até pediatras. Acho importante Niterói ter agora três vereadoras com perfis diferentes”, afirmou Tânia.

Anderson [email protected]

TÂNIA RODRIGUES - O RETORNO

VERÔNICA, PRIMEIRA NEGRA

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DO FUNK AO LEGISLATIVO.Cantora e apresentadora

do programa Furacão 2000, na TV Bandeirantes, Pris-cila, que teve 2.598 votos, é casada com Rômulo Cos-ta, líder do Furacão 2000. É também bacharel em direito e pós-graduada em Direito Penal e, ainda, empresária do ramo da beleza. Mora há três anos na cidade.

“Apresentarei projetos em defesa dos jovens, como o do Primeiro Emprego, para

que as empresas reservem 10% das vagas para jovens aprendizes. Muitos deles tentam entrar no mercado de trabalho e não conse-guem, porque as empresas exigem experiência, o que eles não têm. Outra bandei-ra minha será a construção de mais creches nas comuni-dades, para que as mulheres tenham onde deixar seus fi-lhos”, ressaltou a “rainha do funk”.

Após duas tentativas, Ve-rônica Lima conseguiu se eleger com 3.030 votos. Co-meçou na política como líder estudantil, nos anos 1990. No governo Godofre-do Pinto, foi subsecretária de Segurança Alimentar e Nu-tricional, criando o Banco de

Alimentos do Município. No Legislativo, será a primeira vereadora negra na histó-ria de Niterói, além de ser a primeira vereadora lésbica, sendo fundadora da ONG LGBT Grupo Sete Cores.

“Lutarei para que o muni-cípio tenha um hospital de

referência da mulher. Outra bandeira minha é a cons-trução de mais creches. O município tem 36 creches e 19 estão fechadas. Vou lutar pela reabertura delas e tam-bém pela habitação popular, como o Minha Casa, Minha Vida”.

“LUTAREI PARA QUE O MUNICÍPIO TENHA UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DA MULHER”Verônica Lima

yDos 818 vereadores que já exerceram mandatos na cidade, apenas dez eram mulheres

FOTOS: DIVULGAÇÃO

VERÔNICA Primeira vereadora negraPRISCILA Bandeira do primeiro empregoTÂNIA Luta por mais acessibilidade

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10 FolhaOceânicaOpinião

“Uma ocupação envolve grande esforço das instituições policiais e a gente mexe com a esperança das pessoas. Por isso não adianta espichar o projeto sem ter condição de dar tranquilidade para a população”

JOSÉ MARIANO BELTRAME SECRETÁRIO ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA

15 a 31 de outubro de 2012

Todo oba-oba que a im-prensa fluminense está fazendo com relação à ocupação das favelas de Manguinhos e Jacarezi-nho em momento algum questiona os reflexos que tal política panfletária produz em relação a Ni-terói. Afinal, o propósito de transformar as favelas cariocas em cartão-postal vem tendo como consequ-ência imediata o aumento da violência no município.

É preciso lembrar ao se-

Contraponto

Varrendo a sujeira pra cá

por André Freitas

nhor governador Sérgio Ca-bral que o Estado da Guana-bara acabou em 1975; que ele é governador do Estado do Rio de Janeiro, compos-to por 92 municípios, inclu-sive Niterói. A postura po-lítica do governador revela seu descompromisso com as demais cidades, onde ele faz questão de eleger seus comparsas para as prefeitu-ras, tal quem conquista um território num tabuleiro de War para alcançar o obje-tivo final do jogo. No caso

de Cabral, a meta é ter o máximo possível de cabos eleitorais para seus planos políticos de 2014.

A ocupação das favelas no Rio é infantil. Primeiro, avisa que vai ocupar, dando tempo para a bandidagem fugir para outras cidades, sendo Niterói o destino predileto dele – talvez pela proximidade. Depois, a po-lícia entra, como se isto não fosse uma obrigação cons-titucional do Estado, trans-formando o que deveria ser

um dever de ofício numa conquista governamental.

Enquanto isso, o 12º Bata-lhão de Polícia Militar, que responde pelo policiamento de Niterói e Maricá, conta com efetivo muito reduzi-do, pouco acima de 800 po-liciais. Já na Rocinha, cuja população é nove vezes me-nor que a de Niterói, o efeti-vo da UPP é de 800 homens. A diferença: a vontade polí-tica de quem move as peças, no caso, de Sérgio Cabral e José Mariano Beltrame.

Do blog ao papel

Estou tentando descobrir onde reside o caos que o PT tanto alardeia em sua cam-panha.

Vejo a Prefeitura tentan-do abrir a área do Mer-gulhão para o trânsito e o PT não deixando. Trata-se de uma grande obra para “quem não fez nada”, como apregoa o candidato Rodri-go Neves.

Igualmente, vejo a dupli-cação da Estrada Francisco da Cruz Nunes, até o Mo-nam, obstada pela Justiça e

Onde está o caos?

por Paulo Freitas

parada no Cantagalo à espera de um elevado ou remoção de moradias; a duplicação da Estrada de Maria Paula e a construção de baias para ônibus na Alameda; a mão-única na Roberto Silveira e os corredores expressos para ônibus.

Que dizer da Policlínica do Largo da Batalha, que mais parece um hospital? Magni-fica obra, assim como a com-plementação do Caminho Niemeyer, a contenção de encostas, ampliação das redes de galerias pluviais para mini-

mizar os efeitos das chuvas.Onde está o caos?Os serviços públicos fun-

cionam normalmente, a cole-ta de lixo é diária e constante, o Centro da cidade está sen-do revitalizado. Claro que há transtornos, mas não se faz omelete sem quebrar os ovos. Os salários do funcionalismo estão em dia (na administra-ção do PT, servidores ficaram dois meses sem salários e sem décimo-terceiro), esco-las e creches funcionam, não falta merenda, e o Médico de Família foi ampliado.

Rodrigo Neves insiste que a cidade está um caos. Ficou mal acostumado de tanto assistir a gestões portentosas de Jorge. Des-sa vez, doente, Jorge teve que trocar várias vezes a cadeira de prefeito pela cama de um hospital. Ro-drigo então, sem nenhum respeito à criatura huma-na, faz a reengenharia do caos movido por desen-freada sede de poder. É uma ganância ilimitada, mesmo que isso ultrapasse os limites do ridículo.

RODRIGO INSISTE QUE A

CIDADE ESTÁ UM CAOS. FICOU MAL ACOSTUMADO DE TANTO ASSISTIR

A GESTÕES PORTENTOSAS

DE JORGE

[email protected]

[email protected]

A OCUPAÇÃO DAS FAVELAS

NO RIO É INFANTIL.

AVISA QUE VAI OCUPAR,

PARA A BANDIDAGEM

FUGIR PARA OUTRAS CIDADES

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11FolhaOceânica

Humor / Cultura

“Era um desespero para estar aqui, que é a melhor TV do mundo. Tentava entender o motivo de tudo aquilo. Ficava choramingando para os verdadeiros amigos. Dos 100 milhões de amigos, descobri que tinha quatro” GILBERTO BARROS APRESENTADOR DA REDE TV!

15 a 31 de outubro de 2012

Madame Yolanda

Hum, hoje Madame vai receber Serginho Zveiter...seja bem-vindo ao cafofo de Madame, deputado, que vai reve-lar tudo sobre seu passa-do, presente e futuro...

Credo em cruz! Virgi Santa! Ocê trouxe o Ro-drigo mais Godofredo pro cafofo? Consulta co-letiva! Não vale! Podem ficar aí, mas caladinhos os dois, cada qual em seu canto... Pera lá! Quem é esse todo encapuzado, de sobretudo e chapéu aí?? Não, não e não. Des-conhecido num entra, pra fora, meu... pera lá, agora tô te conhecendo... é Zé Dirceu, o Daniel de antigamente. Mas que

recebe... Sérgio Zveiter

desonra, Zé Dirceu, te re-ceber aqui.. Entra, te aco-modes e, haja o que houver, não se meta, pois ao contrá-rio de vocês, os astros não mentem jamais.

Vamos lá, Sérgio Zveiter, ver o que está reservado para vocês nesse segundo turno. Olhe fixo para o cen-tro da bola de cristal... Tá vendo aquele ponto preto, à direita? É o teu passado na política. Tenebroso. A bola revela que por conta de suas traições e interesses, seu eleitorado está dividido, a maioria não vota em Ro-drigo Neves nem a poder de chicote. Calma aí, Rodrigo, não se meta... Zé Dirceu, não quero ouvir você dizer que adora comer dinheiro

SERGINHO LINDO DA VOVÓ, EITA

SIMININO, O QUE TU TEM DE

BELEZA TE FALTA EM COERÊNCIA. TINHA NADA DE

SE JUNTAR A RODRIGO NEVES, QUE VOCÊ TANTO

OFENDEU!

público ao vinagrete, cala boca aí, seu mensaleiro...

Vamos ver mais, Serginho lindo da vovó, eita simini-no, o que tu tem de beleza te falta em coerência. Tinha nada de se juntar a Rodrigo Neves, que você tanto ofen-deu! Nem esperou a poeira baixar, foi logo pulando no colo dele? Cuidado pra não ficar nessa sozinho.

Tira uma carta do tarô pra madame revelar o futu-ro... Hummmm, você tirou a carta da Justiça invertida, meu filho. Mal sinal, pés-simo.

Que foi, Godofredo? Eu mandei você ficar caladi-nho aí no canto... Cê quer saber se ocê quer saber se Rodrigo Neves está eleito

pra recuperar o preju-ízo que teve? Aí é que-rer dimais, Godofredo. Uma coisa são os as-tros e as cartas, que não mentem jamais. Outra é a voz das urnas, a gente nunca sabe...

Quanto a você, Zé Dir-ceu, pode ir guardando estas notas de cem paus no seu saco de dinheiro, a mim ocê não compra, não... Melhor procu-rar minha comadre, a Mãe Dinah, que é lá de São Paulo. Ela já disse que tudo que você en-costar ou colocar a mão vai apodrecer ou feder... Rodrigo, meu filho, será que você fez cocô nas calças aí?

Exposição “Urge”, de Anderson de Souza, na sala José Cândido

Artes plásticas“URGE”

Trabalho do artista Anderson

de Souza carrega os

conflitos existenciais

Com a proposta de mos-trar o caos e a realidade nas cidades, a exposição “Urge”, do artista Anderson de Sou-za, com curadoria do João Bosco Millen, estará na Sala José Cândido de Carvalho, no período de 23 de outu-

bro a 26 de novembro.Identificando seres mi-

seráveis suicidando-se, en-forcando-se, escarnecidos, com os esqueletos à mos-tra, ou em última instância enlatando-se nas suas do-res existenciais, represen-

tados por “homenzarrões” retratados em escalas noto-riamente desumanas.

No trabalho do Ander-son é utilizada a pintura propriamente dita sem ne-nhum adereço para a pro-tocolação da condição de

sofrimento. Anderson, envolveu-se

em uma temática constru-ída para ser acompanhada pelo expectador. O artista retrata com precisão e es-mero o desfalecimento de um mundo já carcomido.

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