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O Folha PUC entrevis- tou uma das maiores refe- rências mundiais em estu- dos da área de Sociologia do Cristianismo, o pesqui- sador Vincenzo Pace (foto). Ele fala de uma maneira de ler o cristianismo com um viés antropológico e sociológico e investigar como o movimento de uma mensagem original fundamentada por Jesus Cristo, que passa por um processo de diferenciação de espiritualidades, lide- ranças e pluralidade de igrejas. Página 5 Jornal da Pontifícia Universidade Católica de Goiás Goiânia, 1ª quinzena de março de 2014 - Ano XXIII N. 551 Vincenzo Pace fala sobre cristianismo Em busca dos sonhos no exterior Acadêmicos da PUC Goiás partem para intercâmbio em instituições parceiras da universidade no exterior. Programas garantem continuida- de da graduação em outros países e pos- sibilidade aprender nova língua e outra forma de encarar a profissão escolhida. A aluna Ana Raquel Amaral partiu com três colegas para o Chile, no final de fe- vereiro. Páginas 8 e 9 Aberta no dia 5 de março em todo o Brasil, a Campanha da Fraterni- dade traz como tema este ano a Fraternidade e Trá- fico Humano. Em âmbito regional, ela foi apresen- tada na Arquidiocese de Goiânia pelo arcebispo e grão-chanceler da PUC Goiás, dom Washington Cruz, durante cerimônia na Cúria Metropolitana. O combate ao tráfico humano envolve vá- rias etapas, entre elas, a conscientização, preven- ção, denúncia e reinser- ção social. A campanha educativa está focada em quatro tipos de tráfico, a exploração sexual, adoção ilegal de crianças, tráfico de órgãos e o trabalho escravo. Página 7 Campanha da Fraternidade contra o tráfico humano Unati amplia vagas para 2014. Página 3 Engenharia de Controle e Automação forma primeira turma. Página 4 Dom Lorenzo é criado cardeal pelo papa Francisco. Página 6 Após mestrado, música abre caminho para nova graduação. Página 12 Josiane segue na rampa o sonho de ser advogada Aluna de Psicologia mostra passaporte Dom Washington falou sobre a importância da mobilização da comunidade

Folha PUC - 551

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Jornal da Pontifícia Universidade Católica de Goiás

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O Folha PUC entrevis-tou uma das maiores refe-rências mundiais em estu-dos da área de Sociologia do Cristianismo, o pesqui-sador Vincenzo Pace (foto). Ele fala de uma maneira de ler o cristianismo com um viés antropológico e sociológico e investigar como o movimento de uma mensagem original fundamentada por Jesus Cristo, que passa por um processo de diferenciação de espiritualidades, lide-ranças e pluralidade de igrejas. Página 5

Jornal da Pontifícia Universidade Católica de Goiás Goiânia, 1ª quinzena de março de 2014 - Ano XXIII N. 551

Vincenzo Pace fala sobre cristianismo

Em busca dos sonhos no exteriorAcadêmicos da

PUC Goiás partem para intercâmbio em instituições parceiras da universidade no exterior. Programas garantem continuida-de da graduação em outros países e pos-sibilidade aprender nova língua e outra forma de encarar a profissão escolhida. A aluna Ana Raquel Amaral partiu com três colegas para o Chile, no final de fe-vereiro. Páginas 8 e 9

Aberta no dia 5 de março em todo o Brasil, a Campanha da Fraterni-dade traz como tema este ano a Fraternidade e Trá-fico Humano. Em âmbito regional, ela foi apresen-tada na Arquidiocese de Goiânia pelo arcebispo e grão-chanceler da PUC Goiás, dom Washington Cruz, durante cerimônia na Cúria Metropolitana. O combate ao tráfico humano envolve vá-rias etapas, entre elas, a conscientização, preven-ção, denúncia e reinser-ção social. A campanha educativa está focada em quatro tipos de tráfico, a exploração sexual, adoção ilegal de crianças, tráfico de órgãos e o trabalho escravo. Página 7

Campanha da Fraternidade contra o tráfico humano

Unati ampliavagas para 2014.Página 3

Engenharia de Controle e Automação forma primeira turma. Página 4

Dom Lorenzo é criado cardeal pelo papa Francisco. Página 6

Após mestrado, música abre caminho para nova graduação. Página 12

Josiane segue na rampa o sonho de ser advogada

Aluna de Psicologia mostra passaporte

Dom Washington falou sobre a importância da mobilização da comunidade

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Vivemos, neste momento, um período importante para os cristãos. A quaresma, que anuncia a Páscoa, traz para todos nós motivação para reflexão sobre a fé, nos-so compromisso com o próximo e nossa atuação como ser humano e como cris-tão. Na quaresma fazemos a memória da paixão, morte e ressurreição de Cristo e é deste período que emerge o poder de transformação de nossos corações.

No Brasil, vivemos no período qua-resmal a Campanha da Fraternidade, que este ano completa 50 anos. Promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2014, a campanha tem o desafio de falar sobre Fraternidade e Tráfico Humano. A temática triste e vio-lenta, que assola nosso País, envolve principalmente o público jovem.

É neste sentido que a PUC Goiás se coloca atuante na cam-panha, junto aos seus acadêmicos, professores e funcionários, em busca de alertar a cada um sobre os riscos vividos por crianças, adolescentes e jovens, assediados por criminosos em busca de trabalho escravo, exploração sexual, adoção ilegal e mesmo tráfico de órgãos humanos.

O tráfico humano é um dos maiores crimes contra a hu-manidade, pois retira de nós, um bem conquistado ao longo dos séculos, a liberdade. Este é um tema para ser discutido na comunidade universitária, em especial neste ano de Copa do Mundo, quando nossas portas estarão abertas para receber pessoas vindas de todas as partes do mundo. Será preciso rece-ber nossas visitas com respeito e alegria, mas também atentos à dignidade de cada ser humano e observando a igualdade dos direitos de cada um.

Nesta edição do Folha PUC, contribuímos para esta impor-tante discussão e trazemos novidades do nosso ano acadêmico e da atuação internacional da universidade, que esteve presen-te em agenda no Vaticano no mês de fevereiro e que começa o ano com vários acadêmicos participando de intercâmbios.

Boa leitura e boa quaresma a todos!

Wolmir Therezio AmadoReitor da Pontíficia Universidade Católica de Goiás

Presidente do Conselho de Reitores das Universidades BrasileirasPresidente do Conselho Superior da Associação

Nacional da Educação Católica

Carta do Reitor Pós-Graduação

A liberdade e a fraternidade

Expediente Instituição juridicamente mantidapela Sociedade Goiana de Cultura - SGC

ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA PUC GOIÁS

Folha PUC - Jornal da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, produzido pela Divisão de Comunicação Social - Dicom/GR - Tel.: 3946-1010Diretora: Carla de Oliveira (GO n. 1076 JP)Redação: Belisa Monteiro (GO n. 2343 JP), Carla de Oliveira (GO n. 1076 JP), Diene Batista, Luisa Dias (GO n.01181 JP) e Roldão Barros.Diagramação: Adriano AbreuFotografias: Ana Paula Abrão, Wagmar Alves e Weslley Cruz Estagiários: Luiz Fernando Rodrigues, Ana Carolina Nicole e Ana Cristina GarciaImpressão: Gráfica da PUC Goiás

GRÃO-CHANCELER:Dom Washington Cruz, CP

REITORProf. Wolmir Therezio AmadoVICE-REITORAProfa. Olga Izilda RonchiPRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃOProfa. Sônia Margarida Gomes SousaPRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E APOIO ESTUDANTILProfa. Márcia de Alencar Santana

PRÓ-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISAProfa. Milca Severino PereiraPRÓ-REITORA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONALProfa. Helenisa Maria Gomes de Oliveira NetoPRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃOProf. Daniel Rodrigues BarbosaPRÓ-REITOR DE COMUNICAÇÃO Prof. Eduardo Rodrigues da SilvaCHEFE DE GABINETEProf. Lorenzo Lago

cAssociação Brasileira das

Universidades Comunitárias

Mestrado em Serviço Social inicia atividades com homenagem

PUC dá posse a gestoras da Prograd

O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Serviço Social da PUC Goiás iniciou suas atividades no dia 10 de março, no auditório da Área 1. A aula inaugural foi pauta-da pela apresentação da nova ges-tão do Programa, que agora tem como coordenadora a profa. Maísa da Silva, egressa do curso de Servi-ço Social pela instituição e doutora em Política Social pela UNB, e por uma homenagem póstuma à pro-fessora doutora Maria José de Faria Viana, falecida há cerca de um mês.

A cerimônia foi oficialmente aberta pela pró-reitora de Pós-Gra-duação e Pesquisa, profa. Milca Se-verino, que deu as boas-vindas aos

A PUC Goiás entregou no dia 27 de fevereiro, na Sala de Reu-niões da Reitoria, as portarias de nomeação para nove gestoras da Pró-Reitoria de Graduação com validade para os próximos qua-tro anos. Do total, sete são man-tidas nos cargos e duas assumem pela primeira vez. A cerimônia foi presidida pela vice-reitora da universidade, profa. Olga Ronchi, acompanhada da pró-reitora de Graduação, profa. Sônia Margari-da Gomes.

São novatas nos cargos a pro-fessora Ana Flávia Mori, como coordenadora de Apoio Peda-

alunos ingressantes, destacando a importância do Serviço Social para a ciência. “Nós pensamos o ser hu-mano como ser humano. É uma área muito preciosa para nossa so-ciedade”, pontuou.

O auge da aula inaugural foram as diversas homenagens prestadas à professora Maria José. Entre tan-tas funções assumidas na universi-dade, a professora foi diretora do Departamento de Serviço Social por dois mandatos, de 1994 a 2000. Depoimentos de gratidão, ami-zade e reconhecimento à sua rica produção profissional e intelectual reconhecida internacionalmente, marcaram a solenidade.

gógico, e a professora Maria Nívia Taveira Rocha, como co-ordenadora adjunta de Trabalho de Curso do Núcleo de Práticas Jurídicas. Foram reconduzidas ao cargo Daline Beatriz Meister (Secretaria Geral), Gilza Batista (Setor de Áudio Visual), Maria Lúcia Araújo e Silva (Comissão de Processo Disciplinar), An-nunziata Spencieiri de Oliveira (Biblioteca Central), Maria Au-gusta de Oliveira (Avaliação e Supervisão), Nagela Bitar Lobo (Admissão Discente), Rose Mary Almas (Ensino a Distância e Pro-gramação Acadêmica).

Profa. Sandra de Faria fez uma retrospectiva da carreira profissional da profa. Maria José

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Inclusão

A Universidade Aberta à Terceira Idade da PUC Goiás anunciou a ampliação das va-gas para este ano letivo de 420 para 1000, du-rante encontro informativo realizado no dia 25 de fevereiro, no Auditório da Área 4, com o intuito de oferecer orientações gerais sobre as oficinas aos calouros e veteranos do Pro-grama de Gerontologia Social. Na ocasião, também foram apresentados o corpo docente e a coordenação do Programa.

Com a ampliação, a Unati passará a con-tar com 59 oficinas gratuitas e mais 40 profes-

Unati amplia vagas para 2014

Geografia recebe avaliação positiva do MEC Ameaçado de extinção, Cerrado é tema de aula inaugural

sores. O objetivo é contemplar mais alunos e proporcionar oficinas gratuitas, nas mais diversas áreas do conhecimento, ao público da terceira idade, estimulando o envelheci-mento saudável. A meta, intitulada de Unati 1000, é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Ex-tensão e Apoio Estudantil da universidade.

OficinasNeste semestre serão oferecidas oficinas

de Teatro, Envelhecimento Bem Sucedi-do, Equilíbrio, Nutrição, Inglês, Espanhol,

O curso de Geografia da PUC Goiás rece-beu nota 4 do Ministério da Educação (MEC), em uma escala que varia de um a cinco. A equipe dos avaliadores do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), visitou a universidade entre os dias 10 e 11 de fevereiro deste ano, avaliando o corpo docente, infraestrutura e projeto pedagógico.

Oferecido no turno noturno, com a dura-ção de três anos e meio, o curso forma pro-fessores capazes de desenvolver pesquisas relativas à investigação do espaço natural e ocupado pelo homem, compreendendo meio urbano e natural, nas problemáticas ambientais e sociais. A grade curricular con-templa os seguintes módulos: Natureza, Meio Ambiente, Geotecnologia, Geopolíti-ca, Espaço Urbano, Espaço Agrário e Espaço Goiano. “A nota chancela o nosso curso e confirma a força do corpo docente, o com-promisso com a licenciatura e o diálogo en-tre teoria e prática”, ressalta a coordenadora do curso, profa. Ângela Dantas. Mais infor-mações sobre o curso de Geografia podem ser obtidas no telefone: 3946-1648.

Apenas mudanças radicais na forma de se relacionar com o Cerrado podem garantir o fu-turo desse bioma. A constatação é do diretor do Instituto do Trópico Subúmido (ITS) da PUC Goiás, prof. Altair Sales Barbosa, que ministrou aula inaugural do Mestrado em Planejamen-

Alunos da Unati durante abertura do semestre

Ioga, Hidroginástica, Fisioterapia Preven-tiva, Português, Memória, Coral, entre ou-tras, todas as atividades são gratuitas. Para participar, é necessário ter idade mínima de 50 anos e é permitida a participação em, no máximo, três oficinas. A aula inaugural foi realizada no dia 17 de março, no Auditório da Área 4 (Praça Universitária).

CotidianoA Unati já faz parte da vida de Paulo

Roberto há dois e meio. Aposentado, o ex--gerente de vendas e esportista concilia as atividades de síndico com as oficinas da universidade. Atualmente com 70 anos de idade, casado, pai de três filhos e alguns netos, Paulo já teve a oportunidade de fa-zer uma viagem em junho do ano passado para a Europa, conhecendo os países de Portugal e França, excursão organizada pelo próprio PGS. “Quem me dera se, com 15 anos, eu tivesse a experiência que tenho hoje! Eu adoro a Unati e tive a oportuni-dade de voltar a estudar com 68 anos de idade. E aprender com professores da PUC Goiás é uma honra, pois é uma universida-de reconhecida”, ressalta.

Neste semestre, o veterano irá se ma-tricular na oficina Habilidade, Linguagem e Memória. “Já viajei pelo norte do País e tenho memória boa. Sei desenhar o mapa dos lugares por onde passei. Mas quero melhorar ainda mais”, enfatiza.

Informações sobre as oficinas da Unati podem ser obtidas no telefone: 3946-1339.

to e Desenvolvimento Territorial (MPDT) da universidade no dia 21 de fevereiro. O evento, também organizado pelo Departamento de Economia da instituição, reuniu pós-graduan-dos e graduandos pela PUC, além de docentes, no Auditório do Bloco G, na Área 1.

Profa. Milca Severino fala sobre aula inaugural

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Novos engenheiros em noite de festa

Evento reúne alunos do curso de História

Perito federal Guilherme Jacques

Pioneiros

Engenharia de Controle e Automação forma primeira turma

O curso de Engenharia de Controle e Automação da PUC Goiás formou a primeira turma, desde a sua fundação em 2008.

Graduandos e pós-graduan-dos em História pela PUC Goiás se reuniram no dia 24 de feverei-ro para a aula magna dos cursos, ministrada pela profa. Rosângela Patriota Ramos, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A docente foi a primeira, em todo o Brasil, a apresentar tese na área de história social do teatro, trabalho realizado em 1988.

Coordenador do curso de His-tória, o prof. Paulo Ribeiro lem-brou que o tema da aula magna contempla linha de pesquisa da graduação e da pós-graduação voltada para a área de história e linguagem. “Temos buscado esse

Integração entre graduação e pós marca aula inaugural de História

Há apenas dois anos, o Brasil conseguiu se equipa-rar a outros países no que diz respeito à apuração de crimes utilizando as técnicas da Ge-nética Forense. O divisor de águas foi a criação do Banco Nacional de DNA. Integrante do grupo que articulou a cria-ção e implantação dessa rede, o perito federal Guilherme Ja-cques, do Instituto Nacional de Criminalística (INC), mi-

Mestrado em Genética recebe referência da investigação forense

exercício de interação há algum tempo em nosso curso”, ressalta.

Na palestra, Rosângela desta-cou suas experiências na área da pesquisa e da docência, conforme a proposta do evento. “Sempre pedimos que os conferencistas compartilhem sua trajetória na investigação científica e na do-cência”, justifica coordenador do mestrado em História, prof. Edu-ardo Quadros.

Para ele, iniciativas como as aulas inaugurais, que trazem à PUC Goiás profissionais renoma-dos, podem ajudar os alunos-pes-quisadores a encontrarem pistas para seus trabalhos de pesquisa.

nistrou a aula magna do mes-trado em Genética da PUC Goiás no dia 24 de fevereiro.

O evento reuniu pós--graduandos em Genética e graduandos em Biologia pela PUC Goiás, além de estudan-tes de Biologia da Universida-de Estadual de Goiás (UEG), que participaram da palestra a convite da coordenadora do mestrado, profa. Flávia de Melo Rodrigues.

A colação de grau foi celebrada no dia 24 de fevereiro com a pre-sença de dez formandos e fami-liares. A cerimônia foi presidida

pela profa. Sônia Margarida Go-mes Sousa, pró-reitora de Gra-duação, no Auditório da Área 4. A graduação possui, atualmente,

mais de 300 alunos.Segundo o diretor do Depar-

tamento de Engenharia, prof. Fábio Simões, que foi o primeiro coordenador do curso, a primei-ra turma representa a vitória do projeto. “A maioria já vai sair do curso empregada, alguns inclu-sive fora do estado”, conta ele, lembrando os desafios destes pioneiros. “Eles enfrentaram a questão dos laboratórios, que ainda estavam em construção, contato com os primeiros pro-fessores desta área e ajudaram a definir os rumos desta gradu-ação”.

A principal área de atua-ção dos futuros engenheiros é a área industrial, onde podem trabalhar na automação de equi-pamentos e processos. O atual coordenador do curso é o pro-fessor Wanderson Rainer.

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Entrevista

“Cristianismo vivencia revolução cultural”, avalia Vincenzo Pace

O cristianismo é muito “romanizado”. É possível adaptá-lo para uma realidade lo-cal, como, por exemplo, a brasileira?

É verdade, o cristianismo é romanizado no sentido em que suas categorias teológi-cas e filosóficas são plasmadas/ influen-ciadas pela cultura europeia. No entanto, neste momento da história há uma novida-de, pois temos um papa que vem da Amé-rica Latina e que representa, exatamente, o esforço de superação dessa tradicional centralidade de Roma: de reconhecer a especificidade das culturas locais (como a brasileira, africana e asiática) e esse fato é um projeto de revolução cultural e não so-mente religioso.

E como o papa Francisco tem sido visto pelos europeus?

Até o momento, ele é visto como uma pessoa capaz de inovar a estrutura tradi-cional do poder da Igreja Católica, de abrir uma nova política de diálogo entre o pro-testantismo e o catolicismo e também com outras religiões, como o Budismo. É um novo momento de graça para o diálogo inter-religioso.

Em um dos seus artigos, o senhor diz que “a religião se torna palavra e isso oferece uma comunicação partilhada”. Até que ponto os diferentes ritos podem construir uma linguagem?

Uma religião é um sistema de crenças fundado sobre o poder de uma palavra potente. O sistema tendencialmente vai domesticar a potência da palavra, mas ela continua a comunicar sua potência. Quando uma religião é capaz de manter essa potên-

cia original da palavra, é capaz de comuni-car, também, com as outras religiões. Uma forte identidade não é um obstáculo para comunicar aos outros. Na verdade ela ajuda.

A respeito da Bioética, até que ponto a Igreja consegue dialogar com a Biologia?

Há uma tensão entre a perspectiva práti-ca para bioética, a biotecnologia e a mani-pulação das fronteiras da vida e da mor-te, e o problema para a Igreja Católica é de repetir a falácia cometida com Galileu Galilei. Fica o desafio de compreender a potencialidade dessa revolução biológica e transformá-la em um capital simbólico novo para a Igreja do ponto de vista teoló-gico, humano e cultural.

Qual seria o principal desafio para a Igreja Católica atualmente?

Eu colocaria três desafios: a paridade en-tre mulher e homem anterior à Igreja, pois há um movimento feminino que questio-na uma mudança da posição da mulher na Igreja; o segundo desafio é a pobreza e o ter-ceiro, uma reforma da estrutura do poder e seu processo de redemocratização.

Por Belisa Monteiro

Uma maneira de ler o cristianismo com um viés antropológico e sociológico e investigar como o mo-vimento de uma mensagem original fundamentada por Jesus Cristo passa por um processo de diferen-ciação de espiritualidades, lideranças e pluralidade de igrejas. Com essa reflexão-chave, a PUC Goiás recebeu, entre os dias 27 e 28 de fevereiro, no Audi-tório da Área 2, o professor doutor da Universidade de Pádua, Itália, Vincenzo Pace, uma das maiores referências mundiais em estudos da área de Sociolo-gia do Cristianismo.

Ele ministrou a conferência de abertura do curso Introdução à Sociologia do Cristianismo, evento promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, por meio do Núcleo de Estu-dos Avançados em Religião e Globalização (Nearg), coordenado pelo professor Alberto Moreira, que tem uma parceria de intercâmbio com a universidade italiana. Em entrevista concedida ao Folha PUC, o teórico italiano aborda os desafios da Igreja Católica na atualidade, a possibilidade da construção de uma linguagem pautada pelo diálogo inter-religioso e como o discurso e as ações do papa Francisco têm ressoado no continente europeu.

“Reconhecer a especificidade das culturas

locais é um projeto de revolução cultural e não

somente religioso”

PerfilO doutor Vincenzo Pace é professor de Sociologia da Religião

na Universidade de Pádua, Itália, onde é diretor do Departamento de Sociologia. Também já foi presidente da Sociedade Internacio-nal de Sociologia da Religião e diretor de estudos convidado pela Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais (Ehess, Paris). O pesquisador conduziu o primeiro levantamento sobre os muçul-manos na Itália (1999) e já realizou estudos sobre a diversidade religiosa nesse país. Ganham destaque as seguintes publicações: Sociologia do Islã, Religião como Comunicação, A centralidade da religião na vida social, O sociocultural e o sócio religioso: origem dos direitos hu-manos, entre outras.

(Agradecimentos: Fabrizio Zandonadi)

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O reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, visitou no dia 26 de fevereiro, em Roma, o prefeito da Sagrada Congrega-ção para a Educação Católica, cardeal Zenon Grocholewski. Durante a reunião, o professor apresentou o relatório sobre a universidade relativo ao ano de 2013, entregou o material desen-volvido pela Divisão de Comu-nicação Social sobre o Presépio do Vaticano e refletiu sobre os principais desafios para 2014, tais como as metas do Plano de Desenvolvimento Institucional

(PDI) e o Horizonte 60. O cardeal esteve em Goiâ-

nia no ano de 2009, ocasião em que anunciou o reconhecimen-to pontifício da universidade: a sétima PUC do Brasil e a 31ª do mundo. O fato ocorreu durante a entrega do título de doutor honoris causa pela PUC Goiás ao cardeal, que ocupa um cargo parecido com o de um ministro da Educação na cúria romana. O evento foi também foi prestigia-do pelo então núncio apostólico do Brasil e, agora, cardeal Lo-renzo Baldisseri, que foi o pri-

Vaticano

Dom Lorenzo é criado cardeal pelo papa Francisco

Biografia

Reitor da PUC Goiás se reúne com cardeal Grocholewski

Por Belisa Monteiro

Dom Lorenzo Baldisseri é um dos 16 cardeais criados no Con-sistório, realizado no dia 22 de fevereiro, pelo papa Francisco, durante a festa da Cátedra de São Pedro, no Vaticano. Ele foi nún-cio apostólico no Brasil por nove anos e o primeiro a encaminhar o reconhecimento pontifício da PUC Goiás, que recebeu esse tí-tulo no ano de 2009. A cerimônia foi prestigiada pelo reitor da uni-versidade, prof. Wolmir Amado, acompanhado do chefe de gabi-nete, prof. Lorenzo Lago.

Entre as diversas contribui-ções do núncio para a Igreja no Brasil, destacam-se o encaminha-mento de nomeações de bispos e a criação de várias dioceses. Ele também participou da conclusão do acordo entre o governo brasi-leiro e a Santa Sé que estabeleceu o Estatuto Jurídico da Igreja Ca-tólica no Brasil, promulgado em

Dom Lorenzo nasceu em 29 de setembro de 1940, em São Pie-tro in Campo, comunidade da região da Toscana, Itália. Cursou Filosofia e Teologia no Seminário Arquidiocesano de Pisa e rece-beu a ordenação sacerdotal em 1963, na catedral metropolitana na mesma cidade. Como sacerdote, assumiu os cargos de páro-co assistente na Paróquia São Estevão, em Pisa (1964-1967) e em Querceta (1967), pároco de Azzano, Lucca (1967-1968) e também foi eleito arcebispo titular de Diocletiana, sendo ordenado bispo no dia 7 de março de 1992.

Na área acadêmica, é doutor em Direito Canônico pela Pon-tifícia Universidade Lateranense, Roma (1970-73) e, em 2011, re-cebeu o título de doutor honoris causa pela PUC Minas. O núncio também tem estudos acadêmicos nas seguintes áreas: licenciatura (mestrado) em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Lateranense; Diplomacia junto à Pontifícia Academia Eclesiástica

2010. Dom Lorenzo foi núncio no Haiti (1992 – 1995), no Paraguai (1995 – 1999), na Índia e no Nepal (1999 –2002).

RepresentatividadeDe acordo com o presidente

da CNBB, cardeal Raymundo Da-masceno Assis, dom Lorenzo des-tacou-se pela atuação diplomáti-ca e espiritual no Brasil, estando sempre atuante nas ocasiões em que se fazia necessária a presença. “Ele garantiu os cuidados para o aprofundamento da histórica es-tabilidade das relações diplomá-ticas entre os dois estados e, pelo particular modo de realizar seu trabalho, ganhou a estima tanto dos governantes que ocuparam os postos de comando nesta úl-tima década, como também do corpo diplomático que serve suas nações com representações no Brasil”, pontuou o cardeal.

Roma, além de cursos de Direito Civil e Internacional na Univer-sidade Estatal de Perugia (Itália).

Além das dezenas de cargos diplomáticos assumidos na Gua-temala, El Salvador, Japão, Paraguai, França, Zimbábue, Haiti, Paraguai, Índia e Nepal, dom Lorenzo foi chefe da Delegação da Santa Sé para a posse dos presidentes da república da Costa Rica, Bolívia, Paraguai, Chile e Uruguai; chefe da Delegação da Cidade do Vaticano, para o Eusalt/Paris; chefe de delegação da Santa Sé na Conferência Regional Internacional da FAO, Nepal; da Unesco, Brasil, e membro das delegações da Santa Sé em con-ferências e reuniões internacionais na França, Zimbábue, Haiti, Paraguai, índia e Brasil. Dentre as publicações de sua autoria, destacam-se: La Nunziatura in Toscana (tese doutoral, 1977); A coragem de anunciar Cristo (2010) e Diplomacia pontifícia: acordo Brasil-Santa Sé, intervenções (2011).

Prof. Wolmir, em Roma, com dom Lorenzo

Prof. Wolmir com cardeal

meiro a encaminhar o pedido da transformação da UCG em PUC.

A Congregação para a Edu-cação Católica, que tem origem no século XVI, foi designada com o nome atual pelo beato João Paulo II em 1988, por meio da constituição Apostólica Pas-tor Bonus, cuja função é coorde-nar os setores da educação nos seminários, congregações reli-giosas, institutos seculares, e em todas as escolas e instituições educativas, nomeadamente de ensino superior, que dependam da Igreja Católica.

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Goiânia, 1ª quinzena de março de 2014 Folha PUC 551 - 7

Igreja Católica

Campanha da Fraternidade debate tráfico humano

O que é o tráfico humano

Realidade em números

Por Belisa Monteiro

“Não é possível ficar impas-sível, sabendo que existem seres humanos tratados como merca-doria. Pense-se em adoções de criança para remoção de ór-gãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos e nem voz”. Esse tre-cho da carta do papa Francisco, dirigida aos brasileiros, apon-ta para o contexto da Campa-nha da Fraternidade deste ano, lançada pela CNBB no dia 5 de março, com tema Fraternidade e Tráfico Humano e o lema É para liberdade que Cristo nos libertou. Em âmbito regional, ela foi apresentada na Arqui-diocese de Goiânia pelo arce-bispo e grão-chanceler da PUC Goiás, dom Washington Cruz. “A Campanha propõe uma am-pla reflexão sobre o nosso papel na sociedade e reforça o nos-so compromisso cristão com o próximo”, afirmou.

O combate ao tráfico huma-no envolve várias etapas, entre elas, a conscientização, preven-ção, denúncia e reinserção so-cial. Em síntese, está focada em quatro tipos de tráfico, incluin-do a exploração sexual, adoção ilegal de crianças, tráfico de ór-

Dom Washington na abertura da Campanha da Fraternidade em Goiânia

gãos e o trabalho escravo. De acordo com a Comissão

Executiva de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secreta-ria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igual-dade Racial (Semira), 26% dos brasileiros que são traficados são goianos e, desse total, 79% são mulheres traficadas para serem exploradas sexualmen-te. Outro dado também é alar-mante: estima-se que cerca de 27 milhões de pessoas em todo o mundo já foram traficadas. O Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas do United Nations Office on Drugs and Crime (Unodc) revela que o tráfico de pessoas movimenta, anualmen-te, 32 bilhões de dólares.

Iniciativa da Igreja A Campanha da Fraternida-

de é realizada todos os anos pela Igreja Católica e marca o início da Quaresma. Segundo o arce-bispo, o período quaresmal é importante para a reflexão sobre a Páscoa. “Estamos aqui de pas-sagem e este é o momento de re-forçarmos nossos pedidos para o que Reino de Deus se instale entre nós e a justiça divina seja feita”, afirmou o líder da igreja.

“A Campanha propõe uma ampla reflexão sobre o nosso papel na sociedade e reforça o nosso compromisso cristão com o próximo”. Dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia.

De acordo com a ONU, o tráfico de pessoas se define como o alicia-mento ou transporte de seres humanos, utilizando formas de coerção como a força, a fraude e o abuso de autoridade ou “à situação de vulne-rabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.

Considerando esse macro contexto, o tráfico de pessoas vai além da exploração sexual e representa uma das mais graves violações dos direitos humanos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, já que torna a vítima um objeto, tirando sua condição humana e seu próprio direito de ser humano.

- De acordo com a ONU, estima-se que 70 mil pessoas sejam traficadas anualmente para a Europa.- As vítimas sul-americanas têm como principais países de destino: Es-panha, Itália, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça. - Segundo a Unodc, dos 32 bilhões que movimentam o tráfico huma-no, 85% provém da exploração sexual. Existem 131 rotas internacionais identificadas. - A Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual Comercial (Pestraf) revela que, pelas rotas interestaduais e municipais, prevalece o número de adolescentes trafi-cadas. Elas também são levadas para outros países da América Latina como Argentina, Bolívia, Suriname, Bolívia, entre outros.

Neste ano, a reflexão mos-tra que a maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de vulnerabilidade. A

PUC Goiás apoia a campanha e usará o espaço da instituição para discutir a temática com os alunos.

Lucas Dellamare

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para o esclarecimento de de-talhes sobre a viagem”, afir-ma o assessor.

Ainda segundo Pau-lo Gonzaga, a importância dada pela PUC ao enfatizar a mobilidade internacional proporciona à faculdade o aperfeiçoamento dos cursos. “Através da internacionali-zação, a universidade é ca-paz de canalizar uma grande quantidade de conhecimen-tos e experiências, que, por sua vez, serão reaplicados

em seus programas acadêmicos, melhorando a qualidade dos cursos e formando profissio-nais capazes de atuar em um contexto global”, completa o assessor .

Por Luiz Fernando Rodrigues, estagiário de Jornalismo

Intercâmbio

Um sonho cada vez mais possível

Universidade oferece apoio ao aluno

Em busca da excelência acadêmica, os alunos de graduação da PUC Goi-ás encontram à sua disposição vários meios para alcançar uma boa formação profissional. Monitorias, iniciação cien-tífica e cursos de extensão são alternati-vas para os interessados em enriquecer o currículo, mas a realização do inter-câmbio é um dos programas que mais chamam a atenção dos estudantes.

Realizando esse sonho, Janicris de Rezende Januzzi, 22, estudante de Psi-cologia, partiu para o Chile com o ob-jetivo de conhecer uma nova cultura e aperfeiçoar ainda mais o seu espanhol. “Ir para outro país mostra-se como uma ótima oportunidade para apri-morar meu portfólio acadêmico. Sem dúvidas, vai ser uma chance única”, afirma a graduanda. Junto com Jani-cris, mais três estudantes contempla-dos pelo Programa de Bolsas Ibero--Americanas Santander partiram com destino à Universidade Católica do Norte, na cidade de Antofagasta, no Chile, no dia 26 de fevereiro. Além deles, mais seis alunos foram contemplados com a mesma bolsa no ano passado.

Aproximadamente 390 alunos da PUC Goiás já realizaram o sonho de estudar em outros países contemplados por convênios firmados pela universidade. A estudante do curso de Engenharia Civil, Izadora Alcanfôr Gontijo, pretende voltar à Sevilha após ter cursado um semestre em território espanhol. “Apesar de ter estranhado morar sozinha nos primeiros dias, pude conquistar mais experi-ência e agora falo o espanhol fluentemente”, avalia Izadora.

Para a realização do intercâmbio, alguns requisitos devem ser preenchidos pelos alu-nos. De acordo com os convênios estabeleci-dos entre a PUC Goiás e as universidades es-trangeiras, é necessário que o estudante tenha cursado no mínimo 20% e no máximo 80% do curso, tenha desempenho acadêmico igual ou

Universidades parceiras• Universidade de Coimbra - Portugal• Universidade de Algarve - Portugal• Universidade de Sevilha - Espanha• Universidade de Liége - Bélgica• Universidade de Ferrara - Itália• Universidade Católica do Norte - Chile• Universidade Católica de Manizales - Colômbia• Universidade Autônoma de Querétaro - México• Instituto Politécnico do Porto - Portugal• Instituto Politécnico de Coimbra - Portugal• Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa - Portugal•Universidade de Limoges - França• Universidade Nacional do Litoral - Argentina• Universidade Autônoma de Lisboa - Portugal• Universidade Católica Portuguesa - Portugal

superior que 7 pontos, ter fluência no idioma do país de destino e deverá cursar o último período na PUC Goiás.

Bolsas disponíveisOs estudantes de graduação interessados

em realizar intercâmbio devem ficar atentos aos editais emitidos pela PUC Goiás, atra-vés da Assessoria de Relações Internacionais (ARI). As bolsas dos Programas Ibero-Ameri-canas e da Fórmula Santander são alternativas para alunos que possuem bom rendimento acadêmico. O primeiro foi criado em 2011 com o objetivo de promover o intercâmbio acadê-mico entre estudantes de graduação do Brasil, Argentina, Espanha, Chile, Colômbia, México, Peru, Portugal, Porto Rico e Uruguai.

José Arnaldo, 22, estudante de Psicologia, foi um dos beneficiados com a bolsa e aponta o diferencial de fazer intercâmbio. “Essa opor-

Alunos durante embarque em Goiânia

Professor Paulo Gonzaga

tunidade nos faz olhar de maneira diferente através do contato com outras pessoas, outras culturas. Acredito que essa troca cultural seja o maior benefício que um estudante pode ter quando consegue uma mobilidade internacio-nal”, analisa o aluno que ficará seis meses na Universidade Católica do Norte, no Chile.

Outro programa que concede muitas bol-sas aos acadêmicos da PUC Goiás é o Ciência sem Fronteiras, do governo federal. O CsF busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira através do intercâmbio. A iniciativa, fruto de esforço do Ministério da Educação e do Minis-tério da Ciência, Tecnologia e Inovação, pre-tende conceder mais de 100 mil bolsas a estu-dantes de graduação brasileiros. Só em 2013, 52 alunos da PUC Goiás puderam fazer inter-câmbio através do Ciência sem Fronteiras.

Os alunos da PUC Goiás recebem assistência e orien-tações desde o momento da inscrição até o retorno ao Brasil, como auxílio na esco-lha das disciplinas que serão cursadas no exterior, infor-mações sobre alojamentos e sobre a obtenção do visto. Para o assessor de Relações Internacionais da PUC Goi-ás, professor Paulo Gonzaga, a universidade deve estar ao lado dos alunos em momen-tos importantes como na rea-lização do intercâmbio. “Após o recebimento da carta de aceite, a Assessoria de Relações Internacionais (ARI) organiza várias reuni-ões com esses alunos e também com seus pais

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VocêpelomundoCasal é selecionado pelo Ciência sem Fronteiras

A oportunidade de conhecer um país estrangeiro, aprimorar co-nhecimentos em um novo idioma e qualificar a formação acadêmi-ca é uma realidade que fará parte do cotidiano de 11 estudantes da PUC Goiás. Nas próximas semanas, eles realizarão intercâmbio em universidades dos Estados Unidos, durante o período de um ano e meio, experiência viabilizada pelo Programa Ciência sem

A PUC Goiás firmou convênio de cooperação acadêmica com a Universidade de Tecnologia Criativa Limkokwing (http://www.limkokwing.net/), Malásia, considerada uma das universidades mais globalizadas do mundo. A Limkokwing oferecerá oportunidades de in-tercâmbio aos estudantes da PUC Goiás por um semestre acadêmico, em qualquer um de seus câmpus internacionais localizados em Kuala Lampur, Reino Unido, China, Camboja e África.

Desde sua fundação, em 1991, a Limkokwing University of Cre-ative Technology está presente em dez países espalhados em três continentes, oferecendo 56 programas de bacharelado nas áreas de finanças/contabilidade, marketing/propaganda, arquitetura, design, jornalismo, negócios, computação/tecnologia da informação, moda/indústria têxtil, jogos/telefonia móvel, línguas/educação, multimídia/animação, música/som, esportes/eventos e turismo/hospitalidade.

Para participar do intercâmbio com a Limkokwing, o estudante da PUC Goiás deverá possuir fluência na língua inglesa, por meio do Toefl IBT (igual ou superior a 34 pontos) ou Ielts (igual ou superior a 4.5 pontos). Mais informações: 3946-1239.

As fotos foram divulgadas na fanpage Intercâmbio PUC Goiás. Envie seu relato de viagem para o email: [email protected]

Por Belisa Monteiro

Intercambistas na redePUC Goiás firma convênio com universidade da Malásia

Jacqueline Marques,

Carolline Martins e Hadassa Dias,

do curso de Direito, estudam na Universidade de Coimbra, em

Portugal.

Silas e Bárbara, do curso de Engenharia Civil, vão estudar nos Estados Unidos

Universidade de Tecnologia Criativa é uma das mais globalizadas do mundo

Fronteiras, do governo federal. Entre os jovens um fato curioso: Bárbara Linares, 22, e Silas Henrique, 25, casados há pouco mais de um ano, também foram selecionados pelo Programa.

Silas partiu para os Estados Unidos no dia 1º de março, para realizar um intercâmbio na Universidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin, e ficará três meses longe da esposa, que só viaja no mês de junho e ainda não sabe a universidade de destino. “Es-tou ansioso, mas sei que será uma experiência única. Vou contar os dias para vê-la de novo e mesmo se não ficarmos na mesma universidade, vamos combinar de nos encontrar por lá, com certe-za”, relatou o estudante, durante reunião promovida pela Assesso-ria de Relações Internacionais no dia 24 de fevereiro.

Bárbara, que atualmente cursa o 9º período do curso de Engenharia Civil, incentivou o marido, do 7º semestre do curso, a realizar o intercâmbio. “Tenho interesse na área de pesquisa e, entre outros temas, me instiga descobrir o que é feito com os resíduos da construção civil nos Estados Unidos”, ressaltou. Os jovens também irão realizar parte do seu trabalho de conclusão de curso nas universidades norte-americanas.

Acadêmicos da PUC Goiás na Universidade de Sevilha, Espanha: Júlia Cardoso (Direito), Izadora Gontijo e André Moura (Engenharia Civil); Nathália Teixeira (Direito) e Isadora Antunes (Ar-quitetura).

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Marco recente no combate à violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha, san-cionada em 2006, ainda está longe de cum-prir seu papel. Essa é a conclusão da pesquisa As políticas públicas em Goiás na efetivação da Lei Maria da Penha, coordenada pela profa. Gabriella Assumpção, que também é coor-denadora do Programa Interdisciplinar da Mulher, Estudos e Pesquisas (Pimep/Cdex/Proex) da PUC Goiás.

Também participaram do estudo as pro-fessoras Fernanda Guilharducci, da Enferma-gem, Lenize Borges, da Psicologia, e Maria José Pereira, do Serviço Social, além de alunos

de diversos cursos que atuaram como pesqui-sadores voluntários. Iniciada em 2012, a pes-quisa está em fase de final e mapeou a rede de serviços que deveria, pelo menos em tese, atender as mulheres vítimas de violência.

Na análise quantitativa, o objetivo foi avaliar o serviço prestado nos Centro de Re-ferência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Assistência Social (Cras), nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e em unidades de saúde. Na qualitativa, os pes-quisadores entrevistaram mulheres que vi-vem em Goiânia e já passaram por situações

“Desde que entrei na universidade meu desejo era atuar como pesqui-sador, mas não sabia nem em qual área nem como ingressar em um projeto de pesquisa. Foi então que uma colega que já participava do estudo sobre a Lei Maria da Penha comentou sobre esse trabalho e eu entrei no grupo de pesquisa como voluntário. O estudo está ligado a áreas que têm pouca relação com matriz do meu curso, como violência, gênero, sociologia e saú-de da mulher, então entrei em um mundo novo para mim. Foram 12 horas semanais dedicadas à pesquisa, com leituras e reuniões em grupo. Também

participei de cursos de formação, inclusive em São Paulo, que me ajudaram a atender melhor a situação da mulher vítima de violência e do agressor.

Fui ainda ao meu futuro local de trabalho - as unidades de saúde – e entrevistei profissionais da minha área. Pude perceber que muitos não estão preparados para lidar com situações envolvendo violência

contra a mulher. Depois dessa experiência, quero fazer mestrado e doutorado, este fora do Brasil, se possível, e atuar como pesquisador. E se eu atuar nas unidades de saúde, creio que esse trabalho vai me ajudar a ter uma visão diferenciada das vítimas de violência.”

Leandro Alves Rodrigues, 21 anosEstudante do 6º período de Enfermagem da PUC Goiás, aluno

da iniciação científica da universidade e estagiário do Hospital de Doença Tropicais (HDT)

Falta rede de atendimento para mulheres vítimas de violência

Eu, pesquisadorRápidas da pesquisa

Por Diene Batista

Brasil na AntártidaDois anos depois do incêndio que

destruiu a Estação Antártica Coman-dante Ferraz (EACF), a ciência brasi-leira não só se recuperou da tragédia como vive seu melhor momento no continente gelado. Segundo represen-tantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, as pesqui-sas já estão normalizadas, graças ao apoio dos dois navios antárticos da Marinha - o Almirante Maximiano e o Ary Rongel - e da base provisória que foi montada sobre o heliponto da antiga estação, no início de 2013, já totalmente operacional, com cerca de 1 mil metros quadrados de área útil.

de violência. Para Gabriella, quem vive esse tipo de

situação ainda tem dificuldade de compre-ender onde pode buscar ajuda. “Temos uma radiografia dos problemas, mas a complexi-dade da violência é bem maior. Ainda são ne-cessários muitos esforços, estudos, pesquisas e ações multidisciplinares a fim de compre-endermos os caminhos para solucionarmos esta questão em nossa sociedade”, alerta.

O trabalho foi realizado em parceria com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP/GO) e com o financiamento da Funda-ção de Amparo à Pesquisa em Goiás (Fapeg). Em novembro do ano passado, aliás, as duas entidades realizaram seminário de formação na PUC Goiás, atividade fundamental para que os pesquisadores oriundos de diversos cursos, como o estudante de Enfermagem Leandro Alves Rodrigues, 21 (leia depoimen-to), entendessem melhor o tema analisado.

FuturoEm breve, o trabalho vai se transformar

em livro: cada professor e cada pesquisador voluntário ficarão responsáveis por um artigo da obra. Docentes que ministraram cursos de formação, como a feminista histórica e profes-sora da Universidade de São Paulo (USP), Eva Blay, também darão sua contribuição ao tra-balho, bem como a promotora Rúbian Correa Coutinho, da 63ª Promotoria de Goiânia, que apoiou a pesquisa. A previsão é que o livro seja lançado em agosto, pela Editora PUC.

Equipe da pesquisa realizada pela PUC

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Goiânia, 1ª quinzena de março de 2014 Folha PUC 551 - 11

Direção: John HayClassificação: 10 anosGênero: DramaAno: 2011Duração: 89 minutosÉ véspera de Natal e a neve já co-meça a cair em Manchester. Todos começam a se preparar. Todos, ex-ceto Anthony, um enigmático ser que acorda no meio de uma rua da cidade sem saber onde está ou o que faz ali. Ele, no entanto, tem uma capacidade notável: o poder de encontrar os perdidos. No fil-me, Anthony transforma a vida de cinco pessoas comuns, cujas vidas foram abaladas por decisões de seu passado. Um filme de lições.

Os Grupos de Desenvolvimento de Habilidades para Comuni-cação Interpessoal e em Público do Programa Qualidade de Vida Acadêmica da PUC Goiás estão com inscrições abertas até o dia 20 de março. Os grupos são iniciativas da Coordenação de Assuntos Estudantis (CAE) da instituição e estão disponíveis, sem nenhum custo, para qualquer aluno regularmente matriculado. Os alunos interessados devem procurar a CAE, na Área 4, Setor Universitário, para efetuar a inscrição. Mais informações: 3946-1062 e 3946-1063.

O Programa de Referência em Inclusão Social (Pris) da PUC Goiás será lançado no dia 22 de março, às 8 horas, no Auditório da Área 4. O Programa foi criado com o objetivo de agregar as ativi-dades de extensão sob a perspectiva da inclusão. Fazem parte do Pris, o Programa Aprender a Pensar (PAP), Alfadown e o Projeto de Intervenção em Linguagem: Aquisição e Reabilitação (Pilar).

De acordo com as articuladoras do Pris, Ana Beatriz Macha-do de Freitas e Márcia Helena Curado, o programa também está aberto a outras propostas, para que a diversidade de ações contri-bua para o seu próprio aprimoramento, além de fortalecer o debate acerca da inclusão da pessoa com necessidades especiais. Mais in-formações sobre como participar das atividades do Pris pelo fone: 3946-1622 ou 3946-1175.

Programa de Inclusão Social será lançado dia 22

Dicas de filmes

Um toque de felicidadeAutoras: Cléria Botêlho da Costa, Maria do Espírito Santo e Rosa Ca-valcante Ribeiro (Organizadoras)Ano: 2013Páginas: 296Construção coletiva de pesquisado-res do Projeto Fronteiras Móveis: História, Culturas, Identidades, da Universidade de Brasília (UnB) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), o livro traz uma coletânea de textos que abordam te-mas culturais de múltiplas matizes.A obra pode ser encontrada na Livraria da PUC Goiás, localizada

na Área 1 da universidade, em frente à Biblioteca Central. Alunos, professores e funcionários da instituição têm desconto especial.

Fronteiras Móveis

Programe-seInscrições abertas

Egresso do mestrado em História lança livrosobre agroescravidão

Carga horária de pesquisa

Anec realiza Seminário de Mantenedoras

O Programa de Pós-Graduação em História da PUC Goiás e a Associação dos Professores Universitários de Gurupi (Apug-SSind) lançam no próximo dia 19, o livro Agroescravidão: degra-dação do humano e o avanço do agronegócio no Brasil contemporâneo. A obra é fruto da dissertação de mestrado apresen-tada pelo egresso do mestrado em História da universidade, Paulo Henrique Costa Mattos (foto), orientada pelo prof. Eduardo José Reinato. A solenidade de lançamento será realizada no Auditório 1, antigo Auditório do Básico, na Área 2 da PUC Goiás.

No trabalho, Mattos, que também é professor da Fundação Universidade de Gurupi (UnirG), pesquisou a agroescravidão com base em um amplo levantamento de fontes orais no Tocantins, Pará, Maranhão e Mato Grosso, materiais da grande imprensa e processos jurídicos. Em suas visitas a diferentes estados, ele entrevistou traba-lhadores escravizados, peões de trecho, gatos, fiscais do Ministério do Trabalho e agentes pastorais da Comissão Pastoral da Terra e da ONG Repórter Brasil.

Os docentes da PUC Goiás já podem solicitar carga horária de pesquisa para o segundo semestre letivo de 2014. A solicitação deve ser realizada até o dia 3 de abril pelo endereço eletrônico sites.pucgoias.edu.br/pesquisa/servicos.

Para participar é preciso atualizar as informações do currículo Lattes. A informação é da Coordenação de Pesquisa, ligada à Pró--Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Prope) da PUC Goiás.

A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) promove, nos dias 20 e 21 de março, em Brasília, o Seminário de Gestão de Mantenedoras 2014. Em dois dias de evento, a Associa-ção reúne especialistas e representantes do governo para tratar da Inovação na Gestão e dialogar sobre políticas educacionais, certi-ficação, aspectos contábeis, jurídicos e sociais das entidades certi-ficadas. Além de temas como as Políticas Nacionais de Educação, Marketing Educacional, Imunidade Tributárias e Certificação das Entidades de Educação, Inovação Eclesial, entre outros.

O evento reúne estudantes para orientações

Aluna do Alfadown

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E se depois de oito anos de uma carreira bem sucedida, de ter concluído

especialização e mestrado e de ter sido aprovado em um concurso público você

resolvesse repensar sua vida profissional? Foi o que fez o acadêmico de Psicologia da

PUC Goiás, Ildefonso Fábio Campos Pache-co, 31. “O caminho mais natural seria eu fazer

doutorado e, isso sim, foi conflitante. Mas, quan-do opto por cursar uma nova graduação, é porque

estou buscando algo mais”, ressalta.Ildefonso concluiu a primeira graduação – em Bio-

medicina, também na PUC Goiás – em 2005. Seis meses depois já estava em um bom emprego. Escolheu a profis-

são ainda no primeiro ano do ensino médio, por influên-cia de uma professora de Biologia. Identificou-se e se sentia

realizado, mas o mestrado despertou um lado seu que estava adormecido: a necessidade de se expressar artisticamente. Até o

final da adolescência, o acadêmico participou de aulas de instru-mentos, grupos de teatro e canto dentro e fora da igreja. Já adulto,

deixou seu instinto de lado. “Nos últimos dois anos, especialmente durante a correria do mestrado, eu comecei a sentir falta da música.

Passei a ouvir mais, procurando mais gêneros, mais cantores, mais ins-trumentistas. Comecei a frequentar concertos. Acabei sentindo vontade de

aprender a tocar um instrumento musical. Minha orientadora do mestrado é também violinista, uma excelente violinista. Então, como nos dávamos muito

bem, não foi difícil me decidir por esse ins-trumento”.

Hoje o jovem divide seu tempo entre o servi-

ço, a nova graduação e as aulas de violino. A decisão

de cursar Psicologia surgiu, inclusive, por conta da músi-

ca. “Ela despertou em mim o desejo de compreender o ser humano. Eu pretendo apren-der formas de utilizar a mú-sica para ajudar as pessoas”, explica. E ele está levando mes-

mo a sério o novo caminho que trilhou. Mais maduro, Ildefonso

entende que cada momento do dia é precioso. “Preciso saber adminis-

trar o tempo e os recursos para que nenhuma parte da vida seja negligen-

ciada”, lembra. Já experiente, ele acha as aulas mais inte-

ressantes do que quando tinha 20 anos e acredita que seu desem-penho será ainda melhor agora. “Sei quais foram meus pontos fracos na primeira graduação e sei como evitá-los agora”, garante. Apesar de tanta confiança, o frio na barriga “é o mesmo de 13 anos atrás”. O atual biomédico e futuro psicólogo musicista en-tende, porém, que a escolha pela Psicologia foi algo natural. “Foi quase que uma consequência e, da forma como está acontecendo, é uma experiência única”, garante. Feliz com a escolha, ele sente que este é o momento certo. A gente também!

O curso de Psicologia chegou em um novo momento da vida de Ildefonso