6
A ALÇA DO SUTIÃ Franceses – se não estiver enganado – têm cada idéia! Inventaram o danadinho do sutiã. Uma peça que evoluiu com o tempo e hoje há de vários modelos, cores... Os mais variados modelos encobre peles claras, morenas e negras deixando a doçura dos seios cobertos, seguros – ou isto em parte. Para algumas damas – pelo excesso que possuem é um alívio: pois são seguros para não saírem pulando (deve ser horrível tê-los a balançar!). Prosseguindo, mas o que o título sugere não é o tamanho dos seios, a cor da pele ou o fato em si de estar cobertos, ou ainda o tamanho deles, mas a danadinha da alça. Pessoalmente, o que vou relatar aqui é o problema que acho terrível em determinadas mulheres que não se prezam em se vestir. Esquisito colocar o sutiã e ficar com as alças viradas – ou torcidas (salvo aqueles que são de silicone e possuem forma arredondada). Fica tão estranho que me dá vontade de cutucar a ‘fulana’ e dizer: “Arrume a alça do sutiã que está me incomodando!” Imagine se a tal ‘fulana’ simplesmente dizer: “Se estiver incomodando você, arrume-o!” – o que vou fazer? Arrumar ou não, eis a questão! Mas, caro leitor, se você for mulher, atente para este pequeno detalhe que lhe tira o charme, pois pode ser interpretado como “não saber se vestir”. (E, se encontrar eu na rua, não me provoque deixando-o torto, porque já viu...) - Pedro César Alves - é professor de Língua Portuguesa, escritor e Gestor do PEF - Programa Escola da Família, da Secretaria Estadual de Educação de SP. FOLHETIM DE CIRCULAÇÃO EXPERIMENTAL - ARAÇATUBA, NOVEMBRO DE 2010 - ANO I - Nº 01 MANDE SUA OPINIÃO [email protected] AS PRAIAS DE NATAL As águas puras, o vento na areia e o sol em [hastes rútilas, São paisagens que evocam canções e poesia! Paradisíacas dunas macias e boreais... Realengo de sonhos onde Albatrozes voam na Imensidão dos seus mares! Apolíneas praias ensolaradas... Sopros poéticos pelos ares! Divinal harmonia que se desfaz em rosas E caem olhares no encanto destas horas! No agito das falanges Aspergindo fantasias, o Teu céu se vangloria! As ondas beijam suas orlas sem iguais, Levantando em magia, borbulhas de cristais! Antenor Rosalino ”Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar.” - Clarice Lispector. “O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar.” Albert Einstein.

FOLHETIM ARAÇATUBA E REGIÃO 01

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Folhetim mensal de publicação independente de textos diversos, tais como: contos, crônicas, poesias, histórias em capítulos com diversidade cultural.

Citation preview

A ALÇA DO SUTIÃ

Franceses – se não estiver enganado – têm cada idéia! Inventaram o danadinho do sutiã. Uma peça que evoluiu com o tempo e hoje há de vários modelos, cores...

Os mais variados modelos encobre peles claras, morenas e negras deixando a doçura dos seios cobertos, seguros – ou isto em parte. Para algumas damas – pelo excesso que possuem é um alívio: pois são seguros para não saírem pulando (deve ser horrível tê-los a balançar!). Prosseguindo, mas o que o título sugere não é o tamanho dos seios, a cor da pele ou o fato em si de estar cobertos, ou ainda o tamanho deles, mas a danadinha da alça.

Pessoalmente, o que vou relatar aqui é o problema que acho terrível em determinadas mulheres que não se prezam em se vestir.

Esquisito colocar o sutiã e ficar com as alças viradas – ou torcidas (salvo aqueles que são de silicone e possuem forma arredondada). Fica tão estranho que me dá vontade de cutucar a ‘fulana’ e dizer: “Arrume a alça do sutiã que está me incomodando!”

Imag ine se a ta l ‘ f u lana ’ s imp lesmente d izer : “Se es t iver incomodando você, arrume-o!” – o que vou fazer? Arrumar ou não, eis a questão!

Mas, caro leitor, se você for mulher, atente para este pequeno detalhe que lhe tira o charme, pois pode ser interpretado como “não saber se vestir”. (E, se encontrar eu na rua, não me provoque deixando-o torto, porque já viu...)

- Pedro César Alves - é professor de Língua Portuguesa, escritor e Gestor do PEF - Programa Escola da Família, da Secretaria Estadual de Educação de SP.

FOLHETIM DE CIRCULAÇÃO EXPERIMENTAL - ARAÇATUBA, NOVEMBRO DE 2010 - ANO I - Nº 01

[email protected] SUA OPINIÃO

[email protected]

AS PRAIAS DE NATAL

As águas puras, o vento na areia e o sol em [hastes rútilas, São paisagens que evocam canções e poesia!

Paradisíacas dunas macias e boreais...Realengo de sonhos ondeAlbatrozes voam naImensidão dos seus mares!Apolíneas praias ensolaradas...Sopros poéticos pelos ares!

Divinal harmonia que se desfaz em rosasE caem olhares no encanto destas horas!

No agito das falangesAspergindo fantasias, oTeu céu se vangloria!As ondas beijam suas orlas sem iguais,Levantando em magia, borbulhas de cristais!

Antenor Rosalino

”Pa

sse

i a

vid

a t

en

tan

do

co

rrig

ir o

s e

rro

s q

ue

co

me

ti n

a m

inh

a

ân

sia

de

ace

rta

r.” -

Cla

ric

e L

isp

ec

tor.

“O ú

nic

o h

om

em

qu

e e

stá

ise

nto

de

err

os,

é a

qu

ele

qu

e n

ão

a

rris

ca

ace

rta

r.” A

lbe

rt E

ins

tein

.

O Folhetim “Araçatuba e Região” tende a ser uma publicação mensal com textos de escritores inde-pendentes, sem quaisquer vínculos com entidades e/ou associações, sem fins lucra-tivos e de distribuição gra-tuita na cidade de Araçatuba e Região, tendo como objetivo a divulgação de obras literárias de seus colaboradores, os quais se responsabilizam integral-mente, c íve l e cr imi -nalmente, pelas opiniões contidas nos textos aqui publicados.

Pedro César Alves Editor

SUPERVISÃOHeloilda Angélica Nizza

MTB: 42.610SP

IMAGEM-TÍTULO Ricardo Xavier de Oliveira

Tiragem 1.000 exemplares

AGRADECIMENTOSÀs pessoas e Empresas que

acreditam no potencial cultural de ARAÇATUBA / SP

EDITORIAL

Tendo em vista os últimos meses de trabalho que venho realizando no site “Araçatuba e Região” no sentido de divulgar os textos de escritores de nossa cidade e região, somados a escritores de o u t r a s r e g i õ e s b r a s i l e i r a s , entrevistas e divulgação de eventos culturais, senti-me na vontade de passar par te para o papel . Comentando com alguns amigos recebi o incentivo deles e saí em busca de amigos de longas datas para formar parcerias no custeio da impressão – e aqui está a realização concreta: o 'Folhetim' que tens em mãos. Espero publicá-lo por longa data, mas sempre dependendo destas excelentes parcerias, por isso aproveito, como se diz, a maré: a colaboração dos amigos que acreditam na cultura dos cidadãos araçatubenses.

PRATIQUE UM ATO DE AMOR:

DOE SANGUE E SALVE VIDAS.

Av. Arthur Ferreira da Costa, 330próxima ao Hospital da Mulher

Também, aproveitando o momento, faço o agradecimento a todos que colaboraram para esta publicação em nome de todos os escritores araçatubenses.

Fica em aberto o recebimento de elogios, sugestões, críticas, parcerias (sendo que esta consegui aos parceiros a um custo de uma nota da Casa da Moeda com estampa da 'arara') e matérias para adicionar ao Folhetim: basta enviar um e-mail que entro em contato.

Outro sim, sendo o espaço reduzido – e apenas uma vez durante cada mês, o recebimento das matérias passará por uma seleção para publicação em papel – mas no site www.aracatubaeregiao.com.br , com toda certeza, será publicado. Só assim pode se dizer que estou deixando uma marca pessoal para a próxima geração: divulgar o que Araçatuba tem de bom!

Produção de Ricardo Xavier de Oliveira - 3º “A” - PARAISÃO

“O importante é o que importa, pois o que importa é o importante”

Prof. Pedro César Alves

MEU LUGAR NO MUNDO

Não há neste mundo um outro recantoQue me faça sentir mais perto do céu.Que não seja minha casa de poucos encantosMas tudo por lá tem a doçura do mel.

As coisas que lá me cercam enchem-me de alegriaTal a simplicidade de tudo quanto háA começar pelo amor de minha famíliaQue eu não me canso de tanto amar.

Tenho na frente um jardim colorido Por causa das flores que nele plantei,Quem passa na rua fica comovidoDe tanta beleza que nem mesmo eu sei.

Nos fundos existe um grande quintalDe árvores de frutas por mamãe plantadasAquecidas pelo sol, o astro rei maioral.Com sede bebendo o orvalho das madrugadas.

Neste cenário de beleza singelaPassarinho e borboletas vieram morarSão eles que me acordam para ir à escola.Cantando canções que me fazem cantar.

Se todos vivessem bem como eu vivoA tristeza do mundo iria acabarNo meu rostinho só existe sorrisoNo meu coração só amor para dar.

Juliana G. Colucci, da EMEB “Lauro Bittencourt”

ENTREVISTAS

Acesse o site do Folhetim e

confira entrevistas com

escritores e artistas de nossa cidade e região – outros de lugares mais distantes.

Encontram-se lá: Mauro Rico (As

aventuras do Rio Tietê), professor

Tito Damazo, Ieda Paziam,

Manoel de Souza – entre outros.

POR QUE BIBLIOTECAS SÃO IMPORTANTES?

São importantes porque aproxima o livro das pessoas. Às vezes, impossibilitados de se locomover até uma biblioteca central, as crianças, os jovens, os adultos ficam sem opção e acabam não praticando a leitura que além de ser um lazer de bom gosto, propicia o acesso ao conhecimento.

Sabemos que conhecimento é um bem valioso que ninguém nos tira. Também sabemos que quem lê viaja. O livro tem esse dom de nos transportar para o passado... o futuro... como um túnel do tempo. Penso que o alimento mais valioso para o cérebro, além dos que nosso organismo necessita, é exatamente o livro O livro. O livro... nosso confidente, nosso amigo... capaz de preencher nossos momentos de solidão.

Assim, penso que se uma biblioteca comunitária for implantada em uma praça pública de cada bairro, a população em geral se aproximaria do livro e teria assim um contato mais íntimo com o mesmo. Então, ideias inovadoras, revolucionárias qie muito contribuiriam para o desenvolvimento de nossa sociedade, mas que estavam adormecidas surgiriam como luz no fim do túnel frio e escuro. O poeta Castro Alves disse certa vez: "Oh! Bendito o que semeia / Livros, livros à mão-cheia... / E manda o povo pensar! / O livro caindo n ‘alma / É germe - que faz a palma./ É chuva - que faz o mar." - por Edsom Genaro Maciel.

IPÊ FLORIDO

Olha, o pé de ipê voltou a florir.Talvez seja a natureza prestando

uma homenagem à primavera. Ou seria...Toshiro era um otorrinola-

ringologista prestando serviço na universidade; preparava médicos residentes. Retornava para a sua casa e viu a árvore plantada por Mariana, sua esposa, também médica.

Parou o carro no acostamento, fechou os olhos e...

Mariana, uma mulher suave, com um rosto simetricamente perfeito, recebera da sua avó um lindo anel de jade, que combinava com a cor dos olhos e sua pele morena. Transferiu ao mimo, todo o amor que sentia pela mulher que a criara.

Um dia, estando de serviço no ambulatório do hospital, notou que um paciente olhava insistentemente para o seu anel. Apesar de não ter dado importância ao fato, comentou-o em casa.

O esposo professava uma filosofia que pregava uma máxima que Mariana aceitou pelo amor ao marido: uma pessoa nunca deve ter nenhuma de suas partes separadas do corpo sob pena de procurá-la durante a eternidade.

Como poderia aceitar isso sendo médica?

Ela e tampouco a família deram importância à crença.

A ligação de Mariana com aquela árvore...

Sempre, ao ir para o trabalho, se despedia sorrindo do pé de ipê. Parecia que esse preparava um lindo tapete amarelo para vê-la passar.

Voltando tarde, depois de uma noite muito desgastante, ao dobrar a esquina, notou um corpo caído ao lado de uma bicicleta.

- Meu Deus! E agora? Presto socorro ou não?

DE

TA

LH

E...

De

re

pe

nte

um

co

rpo

e a

no

ite fic

ou

se

m b

rilh

ova

ga

-lu

me

mo

rto

.

AL

AO

RP

OE

TA

- é

Co

-au

tor

do

s liv

ros

"Ara

çalin

da

" (c

on

tos)

, "L

ira

do

s A

raça

s" (

po

esi

a)

e "

Exp

erim

en

tân

ea

2"

(po

esi

a),

au

tor

do

livr

o d

e p

oe

sia

"D

iva

ga

çõe

s d

e P

oe

ta".

Obrigada pelo senso profissional e retidão de caráter, desceu do carro e aproximou-se da suposta vítima.

Um único golpe e a sua jugular foi aberta.Encontraram o corpo e nele faltava ... o dedo.As diligências policiais foram difíceis mas, o

mais complicado, foi que Toshiro queria encontrar o que faltava ao corpo para enterrá-lo completo, para que a alma da falecida não vagasse errante pelo tempo que não finda...nada.

O tempo passou e nele, o ipê não floriu.Aquelas flores amarelas que enquadravam a

residência, dando-lhe ares de uma pintura de Renoir, não mais apareceram. Pudera, a mais bela...

O médico-professor foi ao depósito buscar uma peça, que nada mais é do que uma parte do corpo humano, conservada em formol, para ilustrar uma aula de anatomia.

Na busca do que precisava, notou que dentro de um vidro estava um dedo, bem conservado.

Durante a noite sonhou com Mariana: 'Amor, aquele dedo no depósito é o meu.'

Sem se dar conta, estava em pé no quarto escuro. Chorando. De imediato correu para o hospital.

Os trâmites jurídicos para que entrasse na posse daquilo que significava a paz para a sua amada e ainda o deferimento à sua pretensão de exumação do corpo, foram difíceis. Afinal, a tese do patrono da causa, fugia à normalidade: Mariana precisa daquele dedo para completar o seu corpo e deixar de vagar por uma eternidade que mal começara.

Com a pertinente autorização legal, correu em busca do dedo... onde estaria? Havia sumido.

Mesmo em desespero, nada disse às autoridades.

O caixão foi aberto. Ao lado da mão incompleta, um dedo em avançado estado de putrefação.

Como o vidro do carro estava aberto, uma flor vinda do pé de ipê, trazida pelo vento, pousou em seus lábios... Será?

JOSÉ HAMILTON É escritor e membro do Grupo Experimental da

AAL - Academia Araçatubense de Letras. CO

NF

ISS

ÕE

S D

E A

NA

: D

esd

e c

ria

nça

am

o e

scre

ve

r, u

ma

lin

gu

ag

em

sim

ple

s p

ara

qu

e t

od

os

po

ssa

m e

nte

nd

er. R

om

ân

tica

, fe

liz p

or

cad

a d

ia v

ivid

o, so

u g

ue

rre

ira

qu

e c

ho

ra, m

as s

alta

alto

pa

ra

o d

eix

ar

a p

ete

ca c

air,

min

ha

vid

a n

ão

é v

azia

, so

u a

po

etis

a d

os s

on

ho

s co

m m

uito

org

ulh

o.

Ten

to tra

nsm

itir

se

mp

re a

me

nsa

ge

m d

o a

mo

r, d

a v

ida

, co

m a

esp

era

nça

de

se

me

ar

a s

em

en

te d

o

be

m e

lem

bra

r a

to

do

s q

ue

a v

ida

ap

esa

r d

e m

uito

be

la é

cu

rta

, q

ue

pa

ra m

orr

er

ba

sta

esta

r vi

va, e

q

ue

o te

mp

o e

xis

te e

pa

ssa

de

pre

ssa

... M

AIS

-- h

ttp

://w

ww

.an

aa

lme

ida

zah

er.

blo

gs

po

t.c

om

PÓ DO TEMPO

O tempo quis passar correndo,mas enfiei minha mão na poeirarasgando a sua cortina.Conforme ela corria,ia formando um plissado de póno tempo paradopela palma da minha mão.No plissê pendurei o meu laçoe soltei a minha palma.O pó caiu no chão,o plissado ficou liso.O laço voa no tempoesperando que lhe puxe a fita.O mundo girou paradoe tudo ficou no lugar do movimento.Só eu fiquei fora dele.O laço voava...Caiu sobre a minha faceplissada pelo tempo.A fita esfarelou-se, estava velha.Nas minhas mãos virou pó.

- Rita Lavoyer

FILOSOFADAS DE BANHEIRO

É incrível como ideias boas, conceitos e até mesmo filosofadas fluem naturalmente quando estamos no trono. rsrs. Acho que essa impressão de 'realeza' nos deixa soltos para pensar melhor, sem compromisso de ser taxado de ridículo.

Dia desses estava lixando as unhas e em seguida fui ao confessionário. Lá, pensei: nós temos que ser como as unhas. Quanto maior e mais bonitas elas estão, mais sujeitas estão à quebra. E quando uma se lasca, é preciso cortar todas as outras para ficarem dum tamanho só e ai então, lixar, passar uma base fortificante e esperar crescer novamente. E sempre crescem, é só ter paci-ência.

Da mesma maneira somos nós. Quando estamos num topo alto da vida, no auge de uma carreira, ficamos mais sujeitos a cair, somos alvos de inveja, temos que redobrar a atenção. Qualquer erro, qualquer descuido, é como uma unha lascada. Fica feio e incômodo, por mais que tentemos disfarçar, a unha lascada sempre enrosca em alguma coisa (cobertor, cabelo) e volta a evidenciar a sua fragilidade.

Quando 'caímos', é preciso fazer como fazem as manicures. Temos que cortar tudo (colocar a cabeça no lugar), lixar (eliminar sequelas), passar uma base (erguer a cabeça) e ter paciência e sabedoria para crescer novamente.

E o mais interessante, as unhas são realmente parecidas conosco. Elas tentam crescer a vida inteira. As vezes são interrompidas por nós mesmos, que as cortamos por capricho, as roemos por ansiedades, ou mesmo quebramos por descuidos... mas nem por isso param de crescer!

Pense nisso!

Fernanda G. de Sousa - estudante universitária e educadora do Programa Escola da Família - Paraisão.

REALITY SHOW

S o m o s c o n t e m -plados outra vez por mais um Relity show!

Comecei por esta f rase pois para mim, a expressão "contemplados" deixa bastante explicito o tom de ironia que quero agregar à essa informação.

Recentemente, uma nova temporada d'A Fazenda entrou no ar. Talvez não satisfeitos com os números de audiência obtidos na ultima e d i ç ã o , o s p r o d u t o r e s resolveram avacalhar (mais ainda) essa coisa toda, colocando bizzarrices em cena, como Sérgio Malandro, Geisy Ar ruda, Nany Peop le e derivados. Porém o que mais me choca, não é o fato do abuso de excentricidades mostrado no Reality Show, e sim a alienação na qual o público se deixa iludir e persuadir por essas coisas tão banais. Talvez seja hora da massa se revoltar e mostrar que não podem fazer dela uma marionete que acredita e aceita tudo o que é mostrado pela televisão. A TV deveria ser um meio informativo e formador de opinião, o que não esta acontecendo, talvez por parte do próprio público, acomodado com as infor-mações mastigadas, e talvez pela própria mídia que desen-volve pesquisas cada vez mais avançadas para alcançar seu objetivo: Persuadir, Alienar, Faturar.

Como jornalista de-veria estar defendendo a TV, mas me dói muito ver como estamos hoje e tentar imaginar como será a sociedade em alguns anos caso esse conceito não seja reavaliado.

Espero ter conse-guido plantar um pouco de sensatez na cabeça dos meus leitores.

Nathália Generoso - estudante universitária e educadora do PEF - Paraisão.

O DEZ / ENCONTROS DE ANA - Cap. 01

Os desencontros sempre marcaram a vida de Ana.

O que estava acontecendo naquele momento parecia mais calmo, sereno.

Procurou resposta em sua atormentada mente para aquela situação. Talvez, fosse o seu dia de sorte – sempre ouvia: para tudo há um momento certo.

Continuou a ouvir as palavras do cavalheiro que estava à sua frente: alto, cabelos não tão curtos e louros, de corpo atlético, bem vestido. Pareciam que céus e terra se encontravam naquele exato instante.

As palavras pausadamente penetravam dentro de si, ardiam. Seria o momento do clímax – fato que nunca sentira antes. Tinha que curtir aquele momento, afinal, nem sempre a sorte bate duas vezes no mesmo lugar (ou, o raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar: que grande mentira!). As palavras pareciam tomar formas, cores, sabor quando pronunciadas por ele.

Olhou atentamente para os olhos dele: seriam verdades as palavras ditas?

Abriu a pequena bolsa, retirou o cigarro e o fósforo.

- Posso?- Não faz bem à saúde.- Leio todos os dias esta

mensagem. Mas... posso?- Você sabe se pode ou não.Guardou-o. Levemente fechou

a pequena bolsa.- Continue.

- Psiuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!- Por quê?- Outros podem ouvir.- Então... não há volta?- Não, não há. Sempre ir

em frente, ou...E la j á sab ia o que

significava aquele ”ou”.- Tudo bem. Mas garante-

me que não me faltará nada?- Isto é a primeira coisa que

lhe foi garantida. Você superou todos os testes. Você é muito inteligente, de raciocínio rápido, bonita...

- Está bem. Quando começo?

- Calma. Você saberá. Breve você começará a conhecer o mundo.

- Como assim?- Aguarde em sua casa as

as instruções.- Posso confiar?- Claro que pode. Aqui

estão os papéis que garante o sustento à sua família, às vezes, você pode demorar nas missões.

- Obrigada.- Leia atentamente o

envelope. Há instruções junto com o cartão que ficará para sua mãe.

E , l evan tando -se , o cavalheiro estendeu-lhe a mão.

- Verei você mais vezes?- Talvez. Até...- Até.

Pedro César Alves

É professor de Português, Escritor e Gestor do Programa Escola da Família - Paraisão.

RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS

Ela degustava suas palavras como se fosse o melhor sorvete do mundo: chocolate, morango, abacaxi...

- Afinal, o que devo fazer?- Seguir à risca cada dica que

você receber.- Apenas isto?- Sim.- E os acertos?

- Todos! – já alterando a voz.- Ah! Cada vez que você cumprir a tarefa recebe uma parte.

- E no final?- Não tem fim...- Não?- Não. Você foi uma das

escolhidas para estas aventuras.Silêncio. Até as folhas das

árvores pareciam naquele momento calar o seu murmúrio.

Qual o valor exato?- Não há valor exato. Você

passou a ser propriedade do senhor X. - Mas o senhor X não é o...

Escrever é uma arte - já que é uma arte: vamos fazer

arte! Vamos escrever!

Escrevendo coloca-se para

fora muitos problemas, entre

eles, a angústia, a solidão... E o

melhor de tudo é quando se escreve

sem cobranças!