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5 1 FONTES DE AQUECIMENTO O aquecimento é uma operação fundamental no trabalho laboratorial. Com essa finalidade se utilizam lamparinas, queimadores de gás (mais usado o bico de Bunsen), placas e mantas elétricas. A fonte de aquecimento mais comum é a lamparina de álcool, que produz um aquecimento moderado e lento. Cuidados: Ao se aquecerem substância volátil e inflamável no laboratório deve-se sempre levar em conta o perigo de incêndio. Para temperaturas inferiores a 100°C use preferencialmente banho-maria ou banho a vapor. Para temperaturas superiores a 100°C use banhos de óleo. Parafina aquecida funciona bem para temperaturas de até 220°C; glicerina pode ser aquecida até 150°C sem desprendimento apreciável de vapores desagradáveis. Banhos de silicone são os melhores, mas são também os mais caros. Uma alternativa quase tão segura quanto os banhos são as mantas de aquecimento. O aquecimento é rápido, mas o controle da temperatura não é tão eficiente como no uso de banhos de aquecimento. Mantas de aquecimento não são recomendadas para a destilação de produtos muito voláteis e inflamáveis, como éter de petróleo e éter etílico. Para temperaturas altas (>200°C) pode-se empregar um banho de areia. Neste caso o aquecimento e o resfriamento do banho devem ser lentos. Chapas de aquecimento podem ser empregadas para solventes menos voláteis e inflamáveis. Nunca aqueça solventes voláteis em chapas de aquecimento (éter, CS 2 , etc.). Ao aquecer solvente como etanol ou metanol em chapas, use um sistema munido de condensador. Aquecimento direto com chamas sobre a tela de amianto só é recomendado para líquidos não inflamáveis (por exemplo, água). .1 AGITADOR E AQUECEDOR MAGNÉTICO: É utilizado para a agitação de misturas, tendo por base um sistema eletromagnético.

Fontes de Aquecimento

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1 FONTES DE AQUECIMENTO

O aquecimento é uma operação fundamental no trabalho laboratorial. Com essa finalidade se utilizam lamparinas, queimadores de gás (mais usado o bico de Bunsen), placas e mantas elétricas. A fonte de aquecimento mais comum é a lamparina de álcool, que produz um aquecimento moderado e lento.

Cuidados:

Ao se aquecerem substância volátil e inflamável no laboratório deve-se sempre levar em conta o perigo de incêndio.

Para temperaturas inferiores a 100°C use preferencialmente banho-maria ou banho a vapor.

Para temperaturas superiores a 100°C use banhos de óleo. Parafina aquecida funciona bem para temperaturas de até 220°C; glicerina pode ser aquecida até 150°C sem desprendimento apreciável de vapores desagradáveis. Banhos de silicone são os melhores, mas são também os mais caros.

Uma alternativa quase tão segura quanto os banhos são as mantas de aquecimento. O aquecimento é rápido, mas o controle da temperatura não é tão eficiente como no uso de banhos de aquecimento. Mantas de aquecimento não são recomendadas para a destilação de produtos muito voláteis e inflamáveis, como éter de petróleo e éter etílico.

Para temperaturas altas (>200°C) pode-se empregar um banho de areia. Neste caso o aquecimento e o resfriamento do banho devem ser lentos.

Chapas de aquecimento podem ser empregadas para solventes menos voláteis e inflamáveis. Nunca aqueça solventes voláteis em chapas de aquecimento (éter, CS2, etc.). Ao aquecer solvente como etanol ou metanol em chapas, use um sistema munido de condensador.

Aquecimento direto com chamas sobre a tela de amianto só é recomendado para líquidos não inflamáveis (por exemplo, água).

1.1 AGITADOR E AQUECEDOR MAGNÉTICO:

É utilizado para a agitação de misturas, tendo por base um sistema eletromagnético.

1.2 AUTOCLAVE:

É um aparelho utilizado para esterilizar artigos através do calor úmido sob pressão.

Existem vários modelos de autoclaves, mas podemos dividi-los em duas classes principais: Autoclave de paredes simples e Autoclave de paredes duplas.

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1.2.1 Autoclave de paredes

simples:

Este tipo de autoclave pode existir em vários tamanhos, sendo geralmente formado por um cilindro metálico resistente, vertical ou horizontal e com uma tampa que permite fechar hermeticamente o autoclave.

Os autoclaves de paredes simples têm geralmente um manómetro, uma torneira para descarga e uma válvula de segurança.

No interior do autoclave na parte inferior coloca-se água e logo acima um cesto ou tabuleiro com o material a esterilizar, e aquece-se a parte inferior externa do autoclave com chama ou resistências elétricas.

1.2.2 Autoclave de paredes duplas

Este tipo de autoclave possui duas câmaras sendo uma interna e outra externa. O espaço entre a câmara interna de pressão e a externa é utilizado para manutenção e controle da temperatura durante o processo. Também conhecido como autoclave horizontal, o modelo possui bomba de vácuo para a retirada do ar antes da entrada do vapor e para secagem dos materiais no final do processo. A retirada do ar e entrada do vapor é feita em pulsos de forma a uniformizar a temperatura e ação do vapor esterilizante em toda a câmara de processo (interna).

1.3 BANHO DE AREIA:

O aquecimento transmite-se por meio da areia que está em contato direto com os recipientes.

1.4 BANHO SECO:

O Banho seco apresenta um controle de temperatura micro processado utilizando uma tecnologia avançada. Através desta tecnologia, um controle de temperatura mais precisa e mais estável é alcançado. Ideal para conservar amostras e para reações de amostras, amplificação do DNA, eletroforese pré-desnaturante, coagulação, etc.

1.5 BANHO MARIA:

Banho-maria é um método utilizado tanto na cozinha como em laboratórios químicos e na indústria (farmacêutica, cosmética, conservas, etc.) para aquecer lenta e uniformemente qualquer substância líquida ou sólida num recipiente, submergindo-o noutro, onde existe água a ferver ou quase.

Este procedimento é utilizado no laboratório em provas sorológicas, outros procedimentos que necessitem de incubação, aglutinação, inativação, em farmácia, biomedicina e também na indústria. O uso mais comum do meio que aquece o material é a água, mas pode também ser utilizado azeite. 

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1.6 BICO DE BUNSEN:

O bico de Bunsen é um dispositivo usado em química para efetuar aquecimento de soluções em laboratório até temperatura de 800°C, através da combustão do gás. Este queimador, muito usado no laboratório, é formado por um tubo com orifícios laterais, na base, por onde entra o ar, o qual se vai misturar com o gás que entra através do tubo de borracha. O bico de Bunsen foi aperfeiçoado por Robert Wilhelm Bunsen, a partir de um dispositivo desenhado por Michael Faraday. Em biologia, especialmente em microbiologia e biologia molecular, é usado para manutenção de condições estéreis aquando da manipulação de microorganismos, DNA, etc.

Partes do Bico de Bunsen: - O bico de bunsen possui na parte inferior uma entrada de gás;

- Na parte média do bico há um anel que controla a entrada de ar que irá alimentar a combustão. - Na parte superior forma-se a chama.

Chama:

A chama é a combustão de um gás. O fenômeno da combustão ou queima é a reação de uma substância qualquer com oxigênio. Emprega-se no aquecimento, uma mistura de gases (propano e butano) que ao saírem do bico de bunsen, entram em contato com o oxigênio e a presença do calor, faz com que estes gases inflamem. Os gases queimando produzem calor.

Combustível + O2 ---> CO2 + H2O + calor

Temos dois tipos de chama no bico de Bunsen: a chama luminosa (chama amarela) e a chama não luminosa ( chama azul ).

A chama luminosa é obtida quando o anel está fechado. Neste caso a quantidade de oxigênio é pequena, conseqüentemente menor será a queima e menor será a quantidade de calor produzida pela chama. A chama não luminosa é obtida quando o anel está aberto. Neste caso a quantidade de oxigênio é maior; maior será a queima e maior será a quantidade de calor produzida pela chama. Portanto quando o anel está fechado, a combustão é incompleta e há formação de fuligem (carbono). Quando o anel está aberto a combustão é completa e não há formação de fuligem.

A chama não luminosa possui duas regiões principais:

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A primeira chamada Zona redutora, está localizada na parte inferior da chama. Nesta Zona quase não há combustão, pois os gases estão misturados e não há oxigênio disponível para a queima. É a Zona menos quente da chama. A segunda chamada Zona oxidante, está localizada na parte superior da chama. Nesta Zona os gases entram em contato com o oxigênio, ocorrendo então a combustão. É a Zona mais quente da chama.

1.7 CHAPA DE AQUECIMENTO:

É utilizada para o aquecimento de substâncias de uma forma em geral, principalmente as substâncias inflamáveis. Esta é a forma mais comum e segura de aquecimento em um laboratório de química, atualmente. Ela também pode ser utilizada para o agitamento de soluções, aquecidas ou não.

1.8 ESTUFA:

Estufas são estruturas com o objetivo de acumular e conter o calor no seu interior, mantendo assim uma temperatura maior no seu interior que ao seu redor. Normalmente composta de uma caixa e uma fonte de calor.

1.8.1 Estufa a vácuo:

Utilizada nas áreas clínicas, hospitalar e alimentícia quando é necessário obter uma secagem em casos que a temperatura ode interferir a integridade dos elementos submetidos à secagem. A aplicação de vácuo em sua câmara faz reduzir a temperatura de ebulição da água e de outros fluídos constantes nos materiais. É recomendado para secagem de materiais que tendem a se oxidar sob aquecimento ou quando o acréscimo da temperatura pode destruir células de colônias bacteriológicas. O processo de vácuo também mantém a câmara livre de contaminação por poeiras e sujeiras.

1.8.2 Estufa bacteriológica:

As estufas bacteriológicas são utilizadas nos laboratórios de investigação, laboratórios de patologias clínicas, microbiologia, onde praticamente todas as culturas bacteriológicas são incubadas à temperatura constante (geralmente 36,5°C) por tempo variável, para crescimento e multiplicação dos microorganismos.

1.8.3 Estufa de esterilização e secagem:

As estufas de esterilização e secagem são materiais de laboratório utilizados para esterilização e secagem de instrumentos cirúrgicos, odontológicos e laboratoriais – especialmente quando se necessita de uma esterilização por calor seco.

1.9 INCUBADORA SHAKER:

Desenvolvida para trabalhos laboratoriais que necessitem de agitação e temperatura controladas.

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1.10 MANTA DE AQUECIMENTO:

A manta de aquecimento é um aparelho calorífico capaz de gerar calor para promover o aquecimento de soluções. Uma manta de aquecimento é um aparelho geralmente com forma de um semicírculo com um fundo revestido por lã acrílica que permite um aquecimento eficaz e evita as perdas de calor para o exterior. Esta apresenta um interruptor com três posições para deste modo se poder selecionar a posição de acordo com o aquecimento desejado. A manta de aquecimento é especialmente usada nas destilações, filtrações a quente e em operações que exijam um aquecimento forte sem perdas de calor. Devido ao seu formato, as mantas são muito usadas para aquecer balões de fundo redondo. 1.11 MUFLA (FORNO):

É um tipo de estufa para altas temperaturas usadas em laboratórios, principalmente de química. Consiste basicamente de uma câmara metálica com revestimento interno feito de material refratário e equipado com resistências capazes de elevar a temperatura interior a valores acima de 1000 °C. As Muflas mais comuns possuem faixas de trabalho que variam de 200°C a 1400°C.

1.12 LAMPARINA:

Fonte de aquecimento mais comum que produz um aquecimento moderado e lento.

1.13 PLACA AQUECEDORA:

Fonte de aquecimento por meio de resistência elétrica, menos intensa e mais controlável que os bicos de gás, com agitador magnético

2 RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA:

Ao iniciar o trabalho em um laboratório químico, é fundamental que você conheça os procedimentos de segurança que irão permitir-lhe atuar com um mínimo de riscos.

Planeje o trabalho, experiência ou análise de modo que possa executá-lo com máxima segurança.

Antes de iniciar qualquer operação, conheça as principais características dos produtos e equipamentos que irá manipular.

Verifique o funcionamento de toda aparelhagem que vai ser utilizada.

Em caso de dúvidas, pergunte, pesquise, consulte. Pois mais vale um trabalho realizado com segurança e sucesso, que um trabalho realizado com riscos e resultados duvidosos.

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O trabalho em laboratório exige concentração. Não converse desnecessariamente nem distraia seus colegas. Calma e cautela em situações de emergência. Evite atos de heroísmo.

2.1 CUIDADOS GERAIS:

Trabalhos de evaporação devem ser sempre atentamente observados. Um recipiente de vidro aquecido após o liquido haver sido completamente evaporado pode quebrar;

Jogue fora recipientes de vidro que foram aquecidos a seco, pois no aquecimento a seco ocorre o destempero do vidro deixando-o muito mais frágil;

Não coloque vidro quente em superfícies frias ou molhadas e vidro frio em superfícies quentes. Ele poderá se quebrar com a variação de temperatura. Apesar do vidro de Boro-Silicato suportar temperaturas altas, trabalhe sempre com cuidado.;

Não utilize materiais de vidro que estejam trincados, lascados ou corroídos. Eles estarão mais propensos à quebra;

Verifique sempre os manuais de laboratório e os manuais de instrução do fabricante quando utilizar fontes de aquecimento.

Materiais de vidro com paredes grossas, tais como: jarras, cubas, garrafões, dessecadores, etc., não devem ser aquecidos em chama direta, placa aquecedora ou outras fontes de calor similares;

Não use resistências elétricas descobertas em contato direto, para aquecer materiais de vidro. A distribuição não uniforme de calor pode causar choque térmico e resultar em quebras;

Não olhe por cima de qualquer recipiente que esteja sendo aquecido. Uma reação pode fazer com que o conteúdo seja ejetado, atingindo o rosto do observador;

Ao aquecer tubos de ensaios, segure-o com uma pinça de madeira levemente curvada, não aponte a boca do tubo para lugares que tenham pessoas, pois poderá ocorrer a expulsão do líquido quente;

Não ligue placas aquecedoras elétricas na rede se estiver molhada, isto poderá causar choques elétricos;

Fornos Elétricos levam a temperaturas muito altas (1200ºC). Cuidado no manuseio e utilize equipamento de proteção adequado;

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Ao levar cadinhos ou cápsulas a fornos em altas temperaturas, realize um pré aquecimento em bicos de gás. Isto evita o choque térmico, que pode até estourar o recipiente;

Sempre que estiver resfriando algum recipiente ou equipamento, deixe uma anotação ao lado ou avise as pessoas que estão por perto. Isto evita queimaduras.

2.1.1 Utilização de Bico de Gás:

Ajuste os bicos de Bunsen de maneira a obter uma chama alta e suave. Isto causará um aquecimento mais lento, porém mais uniforme. Aquecimento uniforme é um fator crítico para algumas reações químicas e, além disso, o aquecimento localizado pode causar quebras;

Procure utilizar sempre uma tela de amianto. Uma tela de amianto central provoca a difusão da chama e uma melhor distribuição do calor;

Para aquecimento direto ajuste a altura do anel do suporte ou o grampo que segura o vidro, de maneira que a chama toque o recipiente de vidro abaixo do nível do líquido. Colocar a chama acima do nível do líquido dificulta a distribuição uniforme do calor, o que pode causar choque térmico e a conseqüente quebra do vidro;

Gire tubos de ensaio para evitar sobreaquecimento em uma área determinada. Aquecimento uniforme além de fundamental para o experimento, evita as quebras causadas pelo aquecimento localizado;

2.1.2 Utilização de placas ou mantas aquecedoras:

Use sempre uma placa aquecedora com área maior que o recipiente a ser aquecido;

Recipientes de vidro com paredes grossas, tais como: jarras, garrafões e frascos de filtragem, nunca devem ser aquecidos em placas aquecedoras;

Numa placa ou manta aquecedora toda superfície se aquece. Por isso ela se mantém quente por algum tempo após ser desligada. Tenha cuidado com qualquer placa ou manta aquecedora que tenha sido utilizada recentemente;

Em placas ou mantas aquecedoras, verifique bem os cabos e conectores para ver se não estão estragados. A qualquer sinal de que estejam estragados, passe para outra placa ou manta imediatamente. Não utilize aquela placa ou manta até que ela seja reparada. Um fio desencapado ou um conector estragado pode causar choques elétricos muito perigosos.

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2.1.3 Utilização de Muflas (forno):

Não evapore líquidos nem queime óleos na mufla;

Empregue, para calcinação, somente cadinhos ou cápsulas de materiais resistentes altas temperaturas;

Não abra a porta da mufla de modo súbito, quando estiver aquecida;

Cuidado ao retirar materiais da mufla em alta temperatura, isto pode causar choque térmico;

Não remova ou introduza cadinhos ou cápsulas sem utilizar:

- Pinças adequadas;

- Protetor facial;

- Luvas de amianto,

- Avental e protetores de braço, se necessário.

ANEXOS

Autoclave - Autoclave simples -

Autoclave duplo - Banho de Areia -

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Banho Maria - Banho Seco -

Banho Termostático - Bico de Bunsen -

Chapa Aquecedora - Estufa a Vácuo -

Estufa Bacteriologica -

Estufa de Secagem -

Mufla (Forno) - Incubadora Shaker -

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Lamparina -

Manta de Aquecimento - Placa de Aquecimento -