48
FONTES DE ENERGIA – 1ª Parte FONTES DE ENERGIA – 1ª Parte UD II - ASSUNTO: 2.1. Os recursos naturais e as atividades econômicas – (setor mineral e os grandes projetos de mineração) BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA: ADAS, Melhen e ADAS, Sérgio. Panorama Geográfico do Brasil: contradições, impasses e desafios socioespaciais. 4ª edição reformulada. São Paulo: Moderna, 2004. OBJETIVO(S) ESPECÍFICO(S) A SER(EM) ATINGIDO(S): c. Correlacionar a matriz energética brasileira às possibilidades de geração de energia.

FONTES DE ENERGIA – 1ª Parte

  • Upload
    janice

  • View
    85

  • Download
    5

Embed Size (px)

DESCRIPTION

FONTES DE ENERGIA – 1ª Parte. UD II - ASSUNTO: 2.1. Os recursos naturais e as atividades econômicas – (setor mineral e os grandes projetos de mineração) - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

FONTES DE ENERGIA – 1ª ParteFONTES DE ENERGIA – 1ª Parte

UD II - ASSUNTO: 2.1. Os recursos naturais e as atividades econômicas – (setor mineral e os grandes projetos de mineração)

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA: ADAS, Melhen e ADAS, Sérgio. Panorama Geográfico do Brasil: contradições, impasses e desafios socioespaciais. 4ª edição reformulada. São Paulo: Moderna, 2004.

OBJETIVO(S) ESPECÍFICO(S) A SER(EM) ATINGIDO(S):

c. Correlacionar a matriz energética brasileira às possibilidades de geração de energia.

Conceitos iniciais

- Energia: capacidade de gerar trabalho/força;- Recursos energéticos: - renováveis (ventos, ondas do mar, sol,

energia geotérmica, etc.);- não renováveis (petróleo, carvão mineral, gás natural, urânio);- E a água? Segundo alguns órgãos mundiais, já é considerada

não-renovável!!!- Água: falta ou má distribuição?- transição histórica: lenha – carvão mineral – petróleo +

eletricidade.- segunda metade do século XX: busca por fontes de energia

renováveis e mais limpas – possibilidade de escassez das fontes renováveis; poluição ambiental; crises no Oriente Médio.

Renováveis x não renováveis

Consumo de energia no Brasil – variação considerada entre 1970 e os primeiros anos do século XXI:

Fonte 1970 2000 - aumento da energia obtida por meio de fontes hidráulicas e da biomassa;

- diminuição significativa do uso da lenha;

- manutenção da percentagem relativa ao petróleo;

- considerar: riqueza hídrica do

território brasileiro;

- Programas alternativos ao consumo do petróleo a partir da década de 1970;

- Situação atual da questão envolvendo o gás boliviano e o avanço do biodiesel.

Lenha 42% 0%

Petróleo 34% 33,6%

Biomassa 5% 17,3%

Carvão Min 3% 5,4%

Gás Natural 0% 3,7%

Hidro/Nucl 16% 40%

Brasil – Participação das fontes de energia no consumo nacional (1973/1994) - %

Fatores potencialmente responsáveis pela citada alteração

- intensificação do processo de urbanização;

- crescente ritmo de industrialização, ao menos até os anos 1980;

- processo de mecanização da agricultura;

- crescimento expressivo do setor terciário (serviços);

- aumento da frota de veículos rodoviários;

- outros...

Perfil comparativo – consumo de energia: Brasil x OCDE (1998)

Petróleo- mistura de hidrocarbonetos (gasosos – gás natural;

líquidos – petróleo propriamente dito; e sólidos – betume);

- origem orgânica: encontrado em bacias sedimentares – plâncton depositado em ambientes marinhos ou em lagos que sofreu putrefação por ação de bactérias anaeróbias.

- conhecido desde a antiguidade; aproveitamento industrial a partir de 1859, ao ser descoberto na Pensilvânia – um dos combustíveis da 2ª Revolução Industrial.

- Sondagens em subsolo brasileiro:

-1892 a 1939: sondagens infrutíferas comandadas por estrangeiros – descrédito, desinteresse – o Brasil não tinha petróleo!!!

- Estado Novo: petróleo considerado importante para a economia (projeto ISI) e para o desenvolvimento nacional.

- 1938: criação do CNP (Conselho Nacional do Petróleo) órgão autônomo e subordinado diretamente ao Presidente da República, cuja principal finalidade era exercer o controle sobre as atividades do setor – 1º passo da posterior instituição do monopólio pela Petrobras.

- descontentamento norte-americano e dificuldades de pesquisa e extração – Vargas ameaça alianças com a Alemanha nazista – supressão das dificuldades e concessões norte-americanas.

- 1939: descoberta de petróleo em Lobato, na Bahia.- 1946/1953: reorientação política – permissão a

grupos estrangeiros (exploração/refino) – campanha “O petróleo é nosso”.

- 3 Out 1953: Vargas sanciona a lei instituindo o monopólio nacional do petróleo e cria a Petrobras.

- o CNP passa a exercer funções de fiscalização e orientação, enquanto a Petrobras passa a exercer funções de execução: pesquisa e lavra de jazidas de hidrocarbonetos; refino do petróleo nacional e do importado; transporte do petróleo bruto (marítimo ou por oleodutos).

- a partir de 1963, João Goulart institui também o monopólio sobre a importação do petróleo bruto.

- posteriormente abriu-se a possibilidade de as empresas estrangeiras participarem da “distribuição” dos derivados – e é por isso que, mesmo antes da quebra do monopólio, você via postos da ESSO, da TEXACO, da AGIP, dentre outros, em nossas cidades.

As crises do petróleo

- a Opep, criada em 1960, ameaça parar a produção caso não houvesse aumento nos preços.

- Naquela época, a produção brasileira fornecia apenas o equivalente a 20% do consumo nacional – E a Petrobras???

- 1973: primeiro grande choque do petróleo- Guerra do Yom Kipur (Egito e Síria avançam sobre a Península do Sinai e

sobre as Colinas de Golã para reaver territórios perdidos em 1967, por ocasião da Guerra dos Seis Dias).

- apoio norte-americano ao estado de Israel.- conseqüência: o barril do petróleo salta de US$2,70 para

US$11,20 – aumento de mais de 300% - maior peso do produto na balança comercial brasileira, contribuindo para o seu déficit.

- 1979: 2º grande choque do petróleo- rompimento de acordos pelo Irã após a Revolução

Fundamentalista (Aiatolá Khomeini derruba o xá Reza Pahlevi) e início da guerra entre o Irã e o Iraque (1980 a 1988).

- o petróleo chega aos US$45,00 o barril.- conseqüências para o Brasil: déficit comercial, aumento

da dívida externa, aumento da inflação, desaceleração econômica com reflexos principalmente sobre a indústria.

Soluções Brasileiras: reorientação na política energética

a) Proálcool (Programa Nacional do Álcool - 1975): fonte alternativa para a gasolina.

- implantação em zonas agrícolas tradicionais (Planalto Ocidental Paulista, Norte Fluminense e Zona da Mata Nordestina), amplo apoio do setor automobilístico (ajustes técnicos) e dos Estados da Federação (redução de impostos).

- críticas: substituição apenas da gasolina e não do diesel; reafirmação das plantations, expulsão de culturas alimentares, poluição (queima das folhas, vinhoto, danos da monocultura).

- anos 1990: desaquecimento do programa – estabilização dos preços do petróleo e conseqüente redução de subsídios por parte do governo.

- álcool – situação atual: reaquecimento do setor tendo em vista a preocupação mundial a respeito da queima dos derivados do petróleo; alta nos preços do açúcar força, constantemente, a diminuição da produção; o governo responde diminuindo os impostos e/ou reduzindo a % obrigatória sobre a gasolina.

b) Contratos de risco- empresas nacionais e estrangeiras podiam pesquisar e extrair

petróleo por tempo determinado e em áreas delimitadas, sob controle da Petrobras.

- se houvesse êxito, a Petrobras pagaria o óleo extraído a preço de mercado. Caso contrário, a empresa arcava com o prejuízo.

- objetivos: ampliar a possibilidade de localização de petróleo e complementar os trabalhos da Petrobrás; proteger o monopólio do setor frente às enormes pressões internacionais.

- críticas: a Petrobrás cedera apenas áreas secas, entretanto a própria Petrobrás achou petróleo posteriormente.

c) intensificação da prospecção pela Petrobras.d) busca por fontes alternativas ao petróleo.

Fim do Monopólio- diretamente relacionado ao avanço da globalização e do

neoliberalismo sobre o território e a política brasileira.

- tripé: privatizações – desregulamentação – abertura econômica.

- 1997: durante o 1º governo FHC, uma EC aprova o fim do monopólio.

- o setor passa a ser regulado pela Lei 9.478/97, que cria o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão que assessora o Presidência da República para formular políticas e diretrizes de energia, e cria a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), vinculada ao Min. das Minas e Energia, com funções de regulação e fiscalização.

Outras considerações- a participação do petróleo na economia nacional passa dos 9%

nos anos de 1940 aos 33,6% no ano 2000. Deve-se levar em conta que o índice chegou aos 42% na década de 1970.

- como país de industrialização rápida e recente, o Brasil baseou grande parte de seu parque industrial nesse combustível.

- a auto-suficiência alcançada na década atual é relativa, ou seja, refere-se ao petróleo bruto.

- fatores que contribuíram para a citada auto-suficiência: desenvolvimento e maior utilização de fontes alternativas de energia; investimentos da Petrobrás e crises dos anos 1980 e 1990.

- a maior parte do petróleo brasileiro (85%) provém da plataforma continental, com destaque para as bacias de Campos e de Santos; a outra parte (15%) é retirado da zona continental, com destaque para RN, BA e AM.

Exploração de Petróleo - 2005

Demanda Global de Petróleo

Produção da Petrobrás

Pré-Sal- Pré-Sal – camada de rochas de composição calcária, ligada a ações

microbianas, que se estende por, aproximadamente, 800 km ao longo da margem continental, entre o ES e SC (bacias de Santos e Campos), numa faixa de 200 km de largura. Estão abaixo de uma camada de sal que pode chegar a 2 mil metros de espessura, sob lâmina d’água de até 3 mil metros.

- reservas totais de petróleo leve e gás natural ainda desconhecidas, mas, apenas com os volumes totais anunciados, o Brasil poderá alcançar o nível de produção de 5 milhões de bpd.

- benefícios: segurança energética/manutenção da autossuficiência; blindagem quanto a eventuais crises; geração de divisas com exportações/superávit comercial; melhoria da percepção de risco do País/atração de mais investimentos; expansão do parque industrial/diversificação da economia/melhor distribuição de renda; fortalecimento da Petrobrás; aumento da importância econômica e geopolítica no cenário internacional.

- sistemas de exploração – atualmente, as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural são regidas pela Lei 9.478/97, que adotou o modelo de concessão (atv desenvolvidas por conta e risco do concessionário, sem interferência ou maior controle dos governos, respeitada a legislação vigente. O petróleo e o gás pertencem à União até serem extraídos. Depois de levadas à superfície e mediante o pagamento de royalties e demais participações, os combustíveis passam a pertencer ao concessionário.) O contexto da época era marcado por instabilidade econômica, preço baixo do petróleo, alto risco de exploração, grandes necessidades de importação.

- regulação das novas áreas do Pré-Sal: sistema de partilha (riscos das atividades são assumidos pelos contratados, que serão ressarcidos mediante o pagamento em óleo-custo, apenas se fizerem descobertas comerciais. O lucro líquido, ou seja, o óleo-lucro, é dividido entre a União e as contratadas.). Segundo esse modelo, a União poderá fixar contratos exclusivos com a Petrobras (100%) ou a partir de licitações, atribuindo-se à Petrobras a operação (os terceiros como sócios não-operadores), além de um percentual mínimo de 30%.

- o PL 5.938/09 ainda prevê: a criação de uma nova estatal (Petro-Sal); a formação de um fundo social; a cessão onerosa à Petrobrás – direito de exercer atv de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás, em determinadas áreas, até o limite de 5 bilhões de barris; e a capitalização da Petrobrás com recursos da União.

- Conceito de PCG ≠ conceito de PCJ- PCG > ou < 200 m.m.- PCJ = PCG > 200 m.m. ou até 200 m.m.- PCJ – não se aplica à massa líquida sobrejacente

ao leito do mar.- ZEE – até 200 m.m. - soberania para fins de

exploração e aproveitamento [...] das águas sobrejacentes ao leito, do leito e do subsolo.

- PCJ – extensão mínima de 200 m.m. = ZEE

- O governo brasileiro solicitou à ONU o aumento de sua PC, de 200 para 350 milhas, fato que representava um acréscimo de 911 mil km2 de área ao território brasileiro.

- A ONU, porém, autorizou um aumento de, aproximadamente, 80% da nova extensão pleiteada 712 mil km2, solicitando ao governo brasileiro novos estudos.

Refinarias de Petróleo- unidades de transformação do petróleo em derivados.- o Brasil é auto-suficiente e até exporta os principais derivados de petróleo.- concentração no Sudeste – maior mercado de consumo.- localização não necessariamente junto das áreas de exploração – o

transporte do petróleo bruto (oleodutos) é mais barato que o dos derivados.

- pólos petroquímicos: Camaçari (BA), Duque de Caxias (RJ), Cubatão (SP) e Triunfo (RS).

- Ref. Isaac Sabbá (Reman – Manaus/AM); Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor – Fortaleza/CE); Ref. Landulpho Alves (RLAM – Mataripe/São Francisco do Conde/BA); Ref. Gabriel Passos (Regap – Betim/MG); Ref. Henrique Lage (Revap – São José dos Campos/SP); Ref. Duque de Caxias (Reduc – Duque de Caxias/RJ); Ref. Manguinhos (Rio de Janeiro/RJ); Ref. de Paulínia (Replan – Paulínia/SP); Ref. Pres. Bernardes (RPBC – Cubatão/SP); Ref. de Capuava (Recap – Mauá/SP); Ref. Pres. Getúlio Vargas (Repar – Araucária/PR); Ref. Alberto Pasqualini (Refap – Canoas/RS) e Ref. Ipiranga (Rio Grande/RS).

Petróleo e meio ambiente

- o dióxido de enxofre (SO2) contribui para a chuva ácida – destruição da vegetação e danos aos solos.

- aerossóis (CO e CO2): distúrbios respiratórios, alterações do sistema nervoso, do sono, etc.

- derramamentos – atingem a fauna e a flora; prejudicam comunidades pesqueiras, etc.

Gás natural

- seu consumo vem aumentando no Brasil, tanto na geração de energia elétrica, quanto como gás de cozinha e combustível para veículos.

- opção criticada devido à dependência externa, por ser uma fonte não renovável e por, também, poluir a atmosfera.

- o apagão, em 2001, motivou a implantação do Programa Prioritário de Termeletricidade. Esse programa vincula-se à construção de um gasoduto que liga Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, aos estados do Sul e Sudeste – tal investimento, embora seja visto como uma maneira de aumentar a influência do governo brasileiro no cenário sul-americano, é bastante contestado devido aos elevados investimentos decorrentes da construção, das variações cambiais e da insegurança relacionado ao governo boliviano.

Funcionamento Termoelétrica

- sua extensão total atual, chegando a São Paulo e a Porto Alegre, é de 3.195 km, e sua capacidade de transporte é de 40 milhões de toneladas de m3 por dia. Há uma pretensão de ligá-lo à Argentina, o que originará o GASIN (Gasoduto da Integração), cujo sistema único terá 5.250 km de extensão.

Carvão mineral- rocha sedimentar de origem orgânica (carvão de pedra) –

mineralização de antigos vegetais – Era Paleozóica.- formação: hulheização (madeira - turfa - linhito - hulha - antracito) Quaternário – Mesozóica – Paleozóica/Mesozóica – Paleozóica

- reservas brasileiras: região Sul – Bacia Sedimentar Paranaica – terrenos permocarboníferos – Cinturão Carbonífero do Sul do Brasil.

- maior produtor: SC - SC (60%) – carvão metalúrgico (Crisciúma,

Lauro Muller, Siderópolis) - RS e PR– carvão energético (Butiá, Bagé,

Candiota, Hulha Negra)- carvão metalúrgico: beneficiamento em Tubarão

(SC), sendo, posteriormente, transportado através da E.F. Tereza Cristina até os portos de Imbituba e Laguna, de onde é mandado via navegação de cabotagem para o porto de Angra dos Reis (RJ); posteriormente, é levado para a CSN, para a Cosipa e para a Usiminas, dentre outras.

- produção brasileira de baixa qualidade e insuficiente, com fortes tendências de declínio

- carvão energético: abastecimento das usinas termoelétricas.

Carvão Mineral e Meio Ambiente

- contribui para o efeito estufa.

- resíduos contaminam solos e cursos d'água.

- o sulfeto de ferro (FeS2) combinado com o oxigênio e a umidade do ar origina o ácido sulfúrico (H2SO4), o qual contribui para a chuva ácida.

Biodiesel

- o programa de substituição gradativa do diesel (muito poluente e de elevado custo) surge em 2003.

- as sementes mais utilizadas são as de mamona, do dendê, o girassol, do babaçu, do amendoim e da soja – o óleo pode ser usado puro ou misturado com o diesel oriundo do petróleo – a mistura com 2% de biodiesel é chamada de B2.

- estímulo à agricultura familiar – falta de competitividade resulta em combustível caro versus estímulo à produção comercial (larga escala) – ameaça de ampliação da concentração fundiária.