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8/6/2019 FONTES PARA O ESTUDO DA HISTRIA DA ARTE NO DISTRITO DE PORTALEGRE - CONCELHO DE FRONTEIRA
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FONTES PARA O ESTUDO DA HISTRIA DA ARTE NO
DISTRITO DE PORTALEGRE
SEC. XVIII
CONCELHO DE FRONTEIRA
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Introduo
Consultando a informao sobre os monumentos religiosos classificados do distrito de
Portalegre disponibilizada no maior repositrio da especialidade, a base de dados doInstituto da Habitao e da Reabilitao Urbana, e notria a assimetria existente entre os
diversos parmetros descritivos dos imveis, outro tanto se podendo afirmar
relativamente a obras maiores de referncia ou a publicaes de mbito mais restrito
onde, quase sistematicamente, escasseiam os elementos relativos a datas, arquitectos,
construtores e artistas envolvidos, facto a que no ser alheio o escasso conhecimento
da informao contida em acervos documentais ate ao presente insuficientemente
explorados, lacuna ainda mais notria no tocante aos monumentos no classificados.
Continuam, assim, a ttulo de exemplo, a ignorar-se as identidades de arquitectos,
mestres, artfices e patrocinadores bem como os materiais empregados, suas
provenincias ou ainda os custos envolvidos.
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Merecedores de particular ateno, quer pela sua abrangncia espacial e cronolgica,
quer, principalmente, pela natureza dos actos neles exarados, mormente os contratos
relativos execuo de obras de arquitectura religiosa e de encomendas de arte sacra, os
fundos dos cartrios tabelinicos, continuam a revelar-se filo riqussimo, ainda que
insuficientemente explorado. De igual modo, se bem que menos explorados, os fundos
das antigas provedorias das comarcas, dos juzos eclesisticos e orfanolgicos e dos
cartrios monsticos, integrando um nmero significativo de testamentos e de
instituies de morgados e capelas, conservam um importante conjunto de informaes
mais ou menos relevantes mas, sem dvida, de importncia para a compreenso das
produes arquitectnicas e artsticas de inspirao religiosa, ao longo de 1700.
O presente trabalho , fundamentalmente, e a mais no aspira uma tarefa depublicao de fontes, decorrente da actividade profissional do autor, no Arquivo
Distrital de Portalegre, frequentemente confrontado com as dificuldades que aos
investigadores se oferecem, quer pela extenso dos acervos a consultar quer,
frequentemente, por uma falta de esclarecimento sobre a documentao eventualmente
pertinente para o prossecuo dos seus estudos, obstculos a que haver que somar as
no despiciendas questes de ordem mais material a que a obteno de graus
acadmicos obriga em termos de tempo, deslocaes e estadia.
No sendo o resultado de uma pesquisa sistemtica mas, antes, uma soma de achados
no decurso de pesquisas de ordem varia, optou-se por impor documentao que agora
se oferece um critrio mnimo de organizao, de ordem geogrfica, em funo da
actual diviso administrativa do distrito. Pela mesma razo, consideram-se inevitveis
futuras actualizaes, medida que outra documentao de interesse v sendo
localizada.
Fernando Correia Pina
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Escritura de concesso e licena que o juiz e mais irmos
do Espirito Santo desta vila concedem aos irmos
terceiros de So Francisco da mesma para poderem abrir
na dita igreja onde estava o altar de S. Tiago um arco para
uma capela que os mesmos terceiros mandavam fazer e
outras mais concesses e faculdades com vrias condiese declaraes
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Em nome de Deus amen saibam quantos este pblico instrumento de escritura de
concesso e licena ou como em Direito melhor se possa chamar virem que no ano do
nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e trinta e quatro anos aos
quinze dias do ms de Setembro do dito ano em esta vila de Cabeo da Vide em o
consistrio da santa e pontifcia Casa do Esprito Santo desta vila onde eu tabelio ao
diante nomeado vim e sendo a em mesa Antnio de Simas Cardoso Golaio juiz da dita
confraria e os mais irmos abaixo assinados de uma parte e da outra Francisco
Fernandes de Pina ministro da venervel Ordem Terceira da Penitncia e os definidores
da dita ordem abaixo assinados todos pessoas bem conhecidas de mim tabelioe das
testemunhas que presentes estavam no fim desta nota escritas e assinadas que dou f
serem todas as mesmas aqui contidas e declaradas e logo pelo dito juiz e mais irmos da
dita santa e pontificia Casa do Esprito Santo foi dito em presena das mesmas
testemunhas que em mesa de nove de Novembro de mil setecentose vinte e sete anos se
fizera um termo de licena que deram o juiz e irmos da dita santa casa que no tal ano
serviam ao ministro e Irmandade de S. Francisco desta vila para erigirem de novo uma
capela para a sua ordem com obrigao de mandarem fazer escritura dele e darem o
treslado dela dita santa casa e por se no fazer a dita escritura at ao presente
mandaram ler o livro das eleies da dita santa casa e nele a folhas setenta e uma est o
dito termo que aqui tresladei de verbum ad verbum o seguinte: e logo no mesmo dia
ms e ano acima dito perante esta mesa foi presente por requerimento que se havia feito
por parte do ministro e mais irmos terceiros de So Francisco desta vila em o qual
requeriam e nos pediam faculdade para poderem de novo fazer uma capela com sua
sacristia arrumada a esta igreja abrindo arco para ela na parede em que esto as espaldas
do altar de S. Tiago obrigando-se por sua conta mudar o dito altar a todo salvo para o
lugar onde at ao presente tem tido o de S. Francisco que com faculdade desta mesa
antigamente havia levantado a dita ordem e conservando-a assim com a perfeio
necessria e outrossim prometendo quando no no presente sim no tempo futuro pr
grade no mesmo arco com sua porta e chave e capaz que consentiam e queriam
estivesse na mo do reverendo padre capelo como guarda e tesoureiro dos bens da
igreja e isto com a faculdade tambm de terem seu quintal junto dita sacristia e nesta
porta para a rua para por ela entrarem para a sacristia e daquela para sua capela e assim
poderem a toda a hora exercitar os autos penitentes de sua regra e ordem sem que
pudessem servir de motivo que em tempo algum de serem chamados causas de algumfurto ou dano que se fizer na igreja e outrossim pediam que suposto a dita capela ficar
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incorporada em esta igreia fossem servidos com jazida prpria de todos seus irmos que
na capela se quiserem enterrar sem que por isto sejam obrigados pagar fbrica desta
santa casa coisa alguma visto o dito incorporamento que outrossim pediam faculdade
para poderem usar dos sinos para convocar ao toque deles seus irmos as funes da
ordem e que lhe permitissem por especial favor que deixem fazer suas mesas para mais
decncia e devido segredo delas no consistrio desta santa casa enquanto o no tinham
prprio e assim usar dos ornamentos para se celebrar [] capela incorporada em esta
igreja que sendo parte fica sendo no todo e assim gozando dos privilgios da mesma
igreja o que visto pelo juiz e mais mordomos da dita digo mordomos desta santa casa
acharam por bem concederem-lhe tudo o pedido no requerimento atrs com declarao
porm que tudo o que se danificar com o uso e serventia da ordem e por sua omisso ou
dos ministros dela ficar a mesma ordem e seus bens presentes e futuros obrigados
reformao de tal dano e com mais declarao que para suas funes no podero tocar
o sino maior excepto quando for necessrio tocarem-se ambos e declararam mais por
evitarem dvidas que a todo o tempo que algum dos sinos ou guarida se quebrasse seria
obrigada a ordem por seus bens concorrer para a reforma com ajuda digo com aquilo
que parecer razovel segundo seu uso e junta que para isto se far sendo chama[dos] a
esta mesa ministros e definidores da ordem cujo chamado sero obrigados a virem para
que melhor se conformem na esmola que se deve dar que logo a dar o ministro
livrana para que seu sndico entregue a esmola em que concordarem com o que fica
tirada a dvida ou dvidas que pode haver se se quebraram ou no os ditos sinos ou
guarida por culpa da ordem ou seus oficiais e que desta licena e faculdade concedida a
seu pedido determinou a mesa para maior realidade se fizesse pblica escritura que
neste consistrio se veria assinar em que se contivesse todo o pedido e concedido neste
presente termo e declarado tudo por conta da ordem e que da dita escritura se desse
treslado no livro das escrituras desta casa para que a todo tempo constasse e de tudo
mandaram fazer o presente termo que assinaram o juiz e mais mordomos []1
1Arquivo Distrital de Portalegre. Cartrio Notarial de Fronteira. PT/ADPTG/NOT/CNFTR01/001/0010, f. 17
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Escritura de contrato e obrigao que faz Bernardo
Gonalves alvanu da vila de Sousel com o provedor e
mais irmos da Santa Casa da Misericrdia desta vila
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Saibam quantos este pblico instrumento de escritura de contrato que fazem o provedor
e mais irmos da Santa Casa da Misericrdia desta vila sobre a obra da igreja da dita
santa casa com Bernardo Gonalves alvanu morador na vila de Sousel ou como em
Direito melhor dizer se possa virem que sendo no ano do nascimento de nosso Senhor
Jesus Cristo de mil e setecentos cinquenta e dois anos aos vinte e um dias do ms de
Setembro do dito ano em esta vila de Fronteira e casas e consistrio da Santa Casa da
Misericrdia desta vila onde eu tabelio no fim desta nomeado fui a chamado do
provedor e mais irmos actuais da dita santa casa e sendo eles todos juntos em mesa
pessoas reconhecidas de mim tabelio logo por todos juntos me foi dito perante as
testemunhas que presentes estavam tambm aqui no fim desta escritas nomeadas e
assinadas que eles haviam contratado com Bernardo Gonalves oficial de alvanu
morador na vila de Sousel para ele fazer umas obras de alvenaria na dita igreja as quais
obras so as que se declaram no apontamento que pelos ditos irmos actuais me foi
mostrado que me requeriam lhe tresladasse nesta nota para a todo o tempo constar o
qual eu tabelio o tomei para aqui o tresladar o que o seguinte - Apontamentos da obra
da Igreja da Misericrdia da vila de Fronteira = primeiramente = derrubar-se- a parede
da porta travessa e os seus cunhais sem que fique nada de velho e sero para alicerce
mais largo um palmo que ficar de sapata na altura da calada e continuando a parede
com os seus cunhais e a mesma grossura, acompanharo esta quatro pilares de cantaria
que tero quatro palmos em quadro e a mesma sapata guarnecendo os trs lados que
ho-de mostrar cada um destes pilares e tanto estes como a parede sero fundados em
bom firme emaciando e travando tudo muito bem obrado e se far tudo de cal e areia
traada a dois de areia e um de cal nos cunhais alm das mesmas pedras velhas deles se
metero outras travando as paredes frontaria e a do arco da capela a cada cinco palmos
em toda a sua altura que ser tambm a mesma e a mesma simalha vestir parede e
pilares estes ho-de ser repartidos pelo comprimento da igreja ficando entre cada um
deles vinte palmos; e trs corpos iguais em que se faro firmas para a abbada de
lionetas e se fixaro quatro arcos que estribaro nos quatro pelas ditas sobre represos
com seus capitis muito bem feitos e proporcionados isto por dentro e no corpo do
meio - e bem no meio - se sentar o plpito que tem a igreja no outro lado em altura
competente e se por um portado de pedra e se far a escada da mesma para serventia e
do outro lado se por outro em correspondncia que quando no sirva para entrada do
consistrio servir para confessionrio o madeiramento desta igreja ser o mesmo quetem deitando fora alguns paus que poder ter incapazes e pondo-se outros novos como
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tambm em lugar de tabique se lhe por ripa de castanho grossa e quatro ripas a telha
bem pregadas e o telhado ser encalado de boca e ilharga canais desimpedidos em
direitura sem quebrada na sua corrente, toda a obra nova ser guarnecida e caiada por
dentro e por fora e a porta travessa se por no mesmo lado com as mesmas pedras a
ruina da casa ser reedificada e tudo muito bem feito e acabada e vista no fim feita ou
no na forma deste apontamento segundo que assim se continha e declarava em o dito
apontamento da obra que aqui tresladei bem e na verdade do prprio que foi
apresentado pelos irmos da Santa Casa da Misericrdia o qual entreguei ao dito
alvanu Bernardo Gonalves []2
2Arquivo Distrital de Portalegre. Cartrio Notarial de Fronteira. PT/ADPTG/NOT/CNFTR04/001/0006, f. 126v.
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Escritura de obrigao que faz Alexandre Rodrigues
Guerra oficial de alvanu desta vila Santa e Real Casa da
Misericrdia
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Em nome de Deus amem Saibam quantos este pblico instrumento de escritura de
obrigao que faz Alexandre Rodrigues Guerra oficial de alvanu desta vila Santa e
Real Casa da Misericrdia desta mesma ou como em Direito melhor lugar haja e dizer
se possa virem que sendo no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil
setecentos e setenta e um anos aos dois dias do ms de Fevereiro do dito ano nesta vila
de Fronteira em o consistrio da Santa e Real Casa da Misericrdia desta dita vila onde
eu escrivo do geral e notas adiante nomeado fui de seu alis fui sendo a todos em
mesa o provedor Antnio de Carvalho de Aguiar Correia e escrivo e mais irmos e
adjuntos de mesa e Alexandre Rodrigues Guerra oficial de alvanu desta vila morador
todos pessoas bem conhecidas e reconhecidas de mim tabelio e das testemunhas que
presentes estavam feitura desta que no fim iro nomeadas escritas e assinadas que dou
minha f serem todas as prprias aqui contidas escritas expressas e declaradas logo pelo
dito Alexandre Rodrigues Guerra oficial de alvanu foi dito a mim tabelio perante as
ditas testemunhas que presentes estavam que ele se obrigava na forma do termo de
arrematao que tem feito fazer pela quantia de setecentos mil reis o novo hospital junto
da mesma capela da Santa e Real Casa da Misericrdia na forma do risco e apontamento
que se declarar nesta escritura e se obrigava a fazer a dita obra pondo os materiais
todos que necessrios forem e mos sua prpria custa na forma do dito apontamento a
saber: sero as trs paredes mestras feitas a fundamento do comprimento e altura que
der a planta e tero os alicerces at chegar superfcie da terra quatro palmos de grosso
e da para cima tero trs palmos de grosso em toda a altura que d a planta levar em
cima do portado principal que o que est porta travessa da igreja que se d para esta
obra uma janela de sacada de cantaria parda em que se observe perfeitamente o preceito
da planta e levar mais duas janelas de assentos nos lados em perfeita correspondncia
cada uma em sua enfermaria conforme o preceito da planta com cantaria parda em que
se observe com perfeio o preceito da planta ser a simalha que corra desde o cunhal
da igreja at o ltimo cunhal que mostra a dita planta com sua empena no meio sobre o
que se assentar o telhado ter outras duas janelas em baixo uma para clareza do celeiro
do trigo e a outra para clareza da casa dos pobres que fiquem em direitura das de cima
tambm da mesma cantaria parda lisa com sua grade de ferro ter de largo quatro
palmos e seis de alto far-se-o trs salas na forma da planta duas para enfermarias e uma
vaga no meio na qual estar a escada com seus degraus de pedra parda e um corrimo
com sua cartela no fim tambm de pedra parda estucada por cima com seu arco naentrada e outro em cima sestes sero de alvenaria haver em cima no patim da mesma
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escada quatro portados para serventia um da sala e os dois dos lados para as enfermarias
e outro para a cozinha todos de alvenaria com suas grades e alisares e na mesma cozinha
haver dois portados como mostra a planta para serventia das duas enfermarias e na dos
homens haver outros dois portados um para serventia do coro e outro para o quarto que
fica ao lado na mesma forma j dita com altura de nove palmos e quatro e meio de largo
todas as trs casas sero estucadas por cima de armao com suas meias canas
dividindo-a com paineis em cada uma das enfermarias havera cmodo para quatro
camas duas de cada lado que ho-de ter oito palmos e meio de comprido no seu arco no
grosso da parede o que puder ser o madeiramento dos telhados das trs salas ser de
casco com suas asnas que ficar tamanho ou nvel como a perna da asna e por cima um
contrafeito sem aljares para dar corrente a todas as guas o telhado ser guarnecido de
boca e lado tudo madeira de castanho forrado de tabique pr castanho por cima na
cozinha haver uma chamin de dez palmos de comprido e altura a que der o ponto do
madeiramento com sua verga de cantaria parda e se far tambm uma janela na cozinha
de sete palmos e sinco de largo e ser de cantaria parda e um portado para a serventia da
merenda ao lado da cozinha se far uma casa para despensa com um portado para a
mesma cozinha e uma janela de trs palmos de largo e quatro e meio de alto de cantaria
parda toda a sobredita cantaria ser escodada e fina com a maior perfeio e execuo
da planta todas estas casas embarrotadas e ladrilhadas de ladrilho fino com vigas de
castanho que forem precisas e necessrias para durao e segurana da obra o que
tambm se entender com o embarrotado e haver uma varanda que correr todo o
quarto digo que correr desde a janela da casa dos loucos at ao fim da obra com seis
palmos de vo com sua rede de tijolo por diante esta ser firmada em arcos de abbada
de canudo e nesta haver uma escada para o quintal e uma comua debaixo da mesma
varanda fechada coberto se far um corredor para serventia da cavalaria que ficar
debaixo da cozinha com as manjedouras que der o vo da casa com seu repartimento
para palheiro e porta deste para a cavalaria ser calada e o corredor da casa dos pobres
ficar debaixo da enfermaria das mulheres com sua chamin do mesmo comprimento
que a da cozinha e altura que der o ponto ficando no grosso da parede com sua verga de
pedra arreneira ou parda com seus poiais roda de toda a casa e juntamente dentro deste
[uma] porta para a loja de alvenaria da mesma altura e forma que fica dito das outras do
outro lado ficar o celeiro com todo o comprimento que correr por toda a enfermaria e
casa dos loucos com um seu arco de tijolo por baixo para se formar a parede tijoladatoda de novo em cal toda a obra ser guarnecida por dentro e por fora com cal de joeira
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na ltima perfeio com seus cunhais fingidos de alvenaria a simalha da frontaria pelo
feitio que mostra a planta todas as paredes desta obra sero de pedra e cal [] conta
desta obra todo o material do hospital menos as portas e caixilhos dos portados ficando
as paredes de [] para tapume e a terra para a santa casa e fechar a porta travessa a
todo o grosso alis travessa a todo o grosso guarnecida por dentro e por fora e fechar a
janela do consistrio e porta do quintal abrindo ambas no lugar que se lhe determinar e a
janela ser de cantaria lisa de pedra parda e pagar a planta ser mais obrigado fazer
uma cisterna firmada com quatro arcos por baixo e a boca quadrada de cantaria gateados
de ferro com declarao mais que a loja e a casa dos pobres ser ladrilhada em cal e as
janelas para trs sero de alvenaria fingidos de pedra o que se obriga fazer no
peremptrio e tempo de dois anos que principiaro no princpio da data desta por diante
recebendo logo no princpio da dita obra duzentos mil reis e da em diante para
cumprimento da dita quantia lhe faz a dita irmandade combinao de quatro moios de
trigo que mesma santa casa paga a Herdade da Misericrdia pelo preo de Maio de
cada um respectivo com a condio de que no dando feita e acabada a dita obra
passados seis meses dos ditos dois anos se completar e acabar sua custa e depois de
feita se fazer vistoria por um alvanu ou por dois e julgando-se no estar conforme o
dito risco e apontamento perder ele dito alvanu Alexandre Rodrigues Guerra cento e
cinquenta mil reis para a Santa Casa da Misericrdia e assim sendo tudo bem visto e
ouvido por ele dito alvanu Alexandre Rodrigues Guerra por ele mais me foi dito a mim
tabelio que ele se obrigava a fazer pela dita quantia de setecentos mil reis na forma do
risco que em seu poder fica que a todo o tempo se obriga a dar conta dele como tambm
no apontamento declarado nesta com todas as clusulas e condies acima declaradas e
pena cominada sendo ele ouvido para a dita vistoria e assim se dava por entregue dos
ditos duzentos mil reis para a entrada da dita obra e fazia aceitao da dita combinao
dos quatro moios de trigo pelos respectivos preos de Maio de cada um ano at de se
acabar de satisfazer a dita quantia de setecentos mil reis no obstante ser finda e
acabada a dita obra a que tudo obriga sua pessoa e bens e em especial toda a sua fazenda
de raiz e bens mveis havidos e por haver geralmente onde quer que forem achados
tudo debaixo das clusulas e condies de fiel depositrio e pede juzo e no quer ser
ouvido a esta escritura sem dvidas algumas em juzo ou fora dele sem ser da cadeia e
pagar dois tostes por dia ao procurador da Santa Casa da Misericrdia desde o
primeiro dia que a dvida se mover at final e ltima determinao da causa e queoutrossim se desafora do juzo do seu foro que ora tem e ao diante possa vir a ter e se
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submete a todas as clusulas e condies desta escritura j ditas e declaradas e se obriga
a responder no juzo do geral desta dita vila no caso de vir com alguma dvida que esta
no quer lhe seja admitida em juzo como dito tem nem fora dele nem gozar de
privilgio algum que bem lhe possa ser a sua [pessoa?] e logo pelo provedor o capito-
mor Antnio de Carvalho de Aguiar Correia e mais irmos da mesa a saber o padre
Toms Toscano de Albuquerque, Jos Fernandes Valbom Luis Antnio Parente Manuel
Correia de Carvalho Paulo Rodrigues da Costa Jos Martins Falcato Joo Martins Lopes
Francisco Jos Malanho Manuel Martins Beilho Francisco Antnio de Oliveira Jos
Rodrigues Pereira todos adjuntos da mesa da Santa Casa da Misericrdia por eles todos
foi dito a mim tabelio perante as ditas testemunhas que presentes estavam que eles se
obrigavam de em tempo algum nunca se arrependerem nem faltarem ao dito ajuste que
haviam feito e tudo quanto nesta escritura vai muito s suas vontades e o aceitam []
e que tendo por dvidas algumas ao cumprimento desta escritura assim da mesma no
ser de nenhum efeito no querem destas serem ouvidos em juizo nem fora dele e se
desaforam tambm do juzo de seu foro submetendo-se todos a todas as clusulas
condies e desaforamentos que submetido se tem o dito alvanu Alexandre Rodrigues
Guerra e logo por uns e outros todos juntos e por cada um de per si in solidum e pelo
dito alvanu foi dito a mim tabelio perante as ditas testemunhas que se nesta escritura
de ajuste faltasse alguma clusula ou clusulas ponto ou pontos palavras ou palavra das
em Direito necessrias que para maior validade e firmeza desta escritura aqui
houvessem de ser postas expressas e declaradas disseram todos as haviam aqui por
postas expressas e declaradas como se de cada uma delas se fizesse larga expressa e
distinta meno e declarao com f e testemunho de verdade assim a outorgaram
ouviram e assinaram e pediram a mim tabelio que em esta minha nota e livro dela lhe
fizesse este pblico instrumento de escritura de compra e venda a qual eu tabelio fiz
por me ser distribuda e me pertencer e que dela desse os treslados necessrios sem que
para esse efeito fosse necessrio autoridade judicial a qual fiz e por eles foi escutado
outorgado e assinado e por mim tabelio como pessoa pblica estipulante e aceitante
que os estipulei e aceitei em nome da pessoa e pessoas presentes e ausentes tanto quanto
como em direito o devo e posso fazer por solene estipulao e lhe pus aqui todas estas
clusulas por me serem mandadas pelo provedor e mais adjuntos da mesa da mesa da
Santa e Real Casa da Misericrdia desta vila e pelo dito Alexandre Rodrigues Guerra
oficial de alvanu que todos presentes estavam feitura desta escritura a qual toda lhe lina presena das ditas testemunhas e bem lha declarei tudo em forma que eles bem
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entenderam e disseram estar muito sua vontade sendo a tudo por testemunhas
presentes que como dito tenho tudo presenciaram Luis Pereira andante da Santa Casa da
Misericrdia e Manuel Esteves oficial de barbeiro desta vila filho de Miguel Esteves
que todos aqui assinaram com os outorgantes e eu Jos Antnio Barradas pblico
tabelio do judicial e notas que a escrevi.3
3Arquivo Distrital de Portalegre. Cartrio Notarial de Fronteira. PT/ADPTG/NOT/CNFTR04/001