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FACULDADE IETEC Gilson Aparecido Sampaio FONTES RENOVÁVEIS: ANÁLISE DINÂMICA DE SISTEMAS APLICADA À MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL Belo Horizonte 2016

FONTES RENOVÁVEIS...de energia renováveis, é justificado não apenas pela busca por novas fontes de energia, mas também por minimizar os efeitos negativos causados ao meio ambiente

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FACULDADE IETEC

Gilson Aparecido Sampaio

FONTES RENOVÁVEIS:

ANÁLISE DINÂMICA DE SISTEMAS APLICADA À MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL

Belo Horizonte

2016

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Gilson Aparecido Sampaio

FONTES RENOVÁVEIS:

ANÁLISE DINÂMICA DE SISTEMAS APLICADA À MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado da Faculdade Ietec, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas.

Área de concentração: Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas

Linha de pesquisa: Engenharia de Processos e Sistemas

Orientadora: Prof.ª Drª. Wanyr Romero Ferreira Faculdade Ietec

Belo Horizonte Faculdade Ietec

2016

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Sampaio, Gilson Aparecido. S192f Fontes renováveis: análise dinâmica de sistemas aplicada

à matriz energética do Brasil / Gilson Aparecido Sampaio. - Belo Horizonte, 2016.

51 f., enc. Orientadora: Wanyr Romero Ferreira. Dissertação (mestrado) – Faculdade Ietec. Bibliografia: f. 47-51 1. Fontes renováveis. 2. Dinâmica de sistemas. 3. Matriz energética. I. Ferreira, Wanyr Romero. II. Faculdade Ietec. Mestrado em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. III. Título.

CDU: 620.91

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Dedicatória

À minha maravilhosa esposa, Kênia, que sempre me encorajou mediante aos

desafios, incentivando-me para a realização de meus ideais.

À minha linda filha, Ruth, minha inspiração e expiração.

À sementinha que cresce no ventre de minha esposa fruto de nosso amor, Aleph que

mesmo não podendo ver e tocar já nos enche de alegria.

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AGRADECIMENTOS

A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, fica expressa minha

gratidão, especialmente:

À Deus pela alegria de viver, por minha família, pelos meus amigos, pelo ar que

respiro, pelos dons que me deste e pelos desafios que possibilitam que eu cresça a

cada dia.

À minha esposa, Kênia, pela compreensão, apoio e paciência em aceitar a minha

ausência para dedicar-me ao estudo e por tornar-me uma pessoa melhor.

Aos meus pais, Geraldo e Zulmira, que tornaram tudo mais na minha vida possível,

Obrigado por cada incentivo, orientação e preocupação para que estivesse sempre

andando pelo caminho correto.

À minha Orientadora, Wanyr Romero Ferreira, pela paciência, dedicação, incentivo e

sabedoria que muito me auxiliou para conclusão deste Trabalho.

À bibliotecária do Ietec, Sirlene, pela disponibilidade, paciência e direcionamento na

orientação da formatação deste trabalho.

Aos meus irmãos, Gislene e Gerson, pelo apoio, incentivo, compreensão, amor e

principalmente pelo companheirismo, sempre estando ao meu lado quando precisei.

A todos os mestres e amigos de verdade, que me ensinaram, incentivaram e

ajudaram, direta ou indiretamente, contribuindo assim, para que eu pudesse crescer.

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RESUMO

O Brasil possui a matriz energética mais limpa de todo o mundo industrializado com

mais de 45% de toda a produção energética oriunda de fontes renováveis. Entretanto,

no final de 2014 e início de 2015 o país investiu na ativação de usinas termoelétricas

movidas a carvão, óleo e gás para suprir suas necessidades energéticas. Estes

combustíveis, principalmente o carvão, provocam alterações graves ao nível dos

solos, da atmosfera e dos recursos hídricos, principalmente devidas a emissões de

dióxido de enxofre que provocam chuvas ácidas e a acidificação dos solos. Este

cenário aponta para a necessidade de se identificar fontes de energia que

representem uma estratégia de desenvolvimento sustentável. O presente trabalho

simula o comportamento da geração e da demanda de energias renováveis no Brasil

no período entre 2000 e 2030. Um modelo de dinâmica de sistemas foi construído

para se analisar a matriz energética e compreender a interdependência das fontes

geradoras de energia. Os resultados obtidos na simulação para a capacidade de

geração no período de 2000 a 2015 foram comparados com dados de fonte oficial. A

diferença foi menor que 1%. Os resultados do período de 2016 a 2030 foram obtidos

segundo a provisão de investimentos na geração de energia elétrica a partir de fontes

renováveis. Obteve-se uma previsão de geração de 1.555.376 GW para 2030. O

modelo permite acrescentar variáveis como por exemplo incentivos políticos e crises

hídricas. Os resultados obtidos pelo modelo apresentaram uma tendência de

crescimento da demanda (consumo) de energia elétrica no Brasil, resultado do

crescimento sustentado do PIB e do crescimento demográfico e um pequeno

crescimento da capacidade de geração de energia elétrica ano a ano devido à

provisão de investimentos na geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis.

Palavras-chave: Fontes Renováveis. Dinâmica de sistemas. Matriz energética.

Geração de energia elétrica.

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ABSTRACT

Brazil has the cleanest energy matrix throughout the industrialized world with over 45%

of all energy production from renewable sources. However, in late 2014 and early 2015

the country invested in the activation of power plants fueled by coal, oil and gas to

meet its energy needs. These fuels, especially coal, causing serious changes to the

level of the soil, air and water resources, mainly due to sulfur dioxide emissions that

cause acid rain and acidification of soils. This scenario points to the need to identify

sources of energy that represent a sustainable development strategy. This study

simulates the behavior of generation and demand for renewable energy in Brazil

between 2000 and 2030. A system dynamics model was built to analyze the energy

matrix and understand the interdependence of energy sources. The results obtained

in the simulation for the generation capacity between 2000 to 2015 were compared

with data official source. The difference was less than 1%. The results of the period

2016 to 2030 were obtained by the budget of investment in electricity generation from

renewable sources. It was obtained a forecast of generation of 1,555,376 GW for 2030.

The model allows adding variables such as political incentives and water crises. The

results showed a demand growth trend (consumption) of electricity in Brazil, due to the

sustained growth of GDP and population growth and a small increase in capacity of

electricity generation over the analyzed period due to provision of investment the

generation of electricity from renewable sources.

Keywords: Renewable Sources. System dynamics. Energy matrix. Energy generation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - A possível relação entre o consumo de energia e PIB ........................... 26

Figura 2 - Composição tarifária .............................................................................. 27

Figura 3 - Diagrama de fluxo que representa a relação entre a capacidade total das

instalações e de investimento (+) e de depreciação (-) .......................... 28

Figura 4 - Diagrama laço Causal ............................................................................ 29

Figura 5 - Diagrama de laço causal das fontes renováveis .................................... 30

Figura 6 - Dependência da capacidade instalada de geração da fonte .................. 31

Figura 7 - Dependência da Capacidade Total de Geração ..................................... 33

Figura 8 - Dependência da Capacidade Excedente de Geração ............................ 34

Figura 9 - Dependência do custo de geração da fonte ........................................... 36

Figura 10 - Dependência do Custo Total de Geração .............................................. 37

Figura 11 - Modelo da Geração de energia por Fontes Renováveis ........................ 39

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Demanda de energia e da taxa de crescimento ...................................... 25

Gráfico 2 - Geração de energia Elétrica .................................................................... 40

Gráfico 3 - Demanda de energia Elétrica .................................................................. 41

Gráfico 4 - Reserva líquida de energia Elétrica. ........................................................ 42

Gráfico 5 - Custo total de Geração de energia elétrica. ............................................ 43

Gráfico 6 - Capacidade de Geração por fonte de energia ......................................... 44

Gráfico 7 - Custo de Geração por fonte de energia ................................................... 45

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Empreendimentos em operação no Brasil, em 2016 ................................ 18

Tabela 2 - Capacidade de geração inicial, taxa de crescimento e taxa de depreciação

por fonte de energia ................................................................................. 32

Tabela 3 - Consumo de energia elétrica, taxa de projeção de crescimento

de consumo e taxa de variação do PIB ano a ano ................................... 35

Tabela 4 - Custo de Geração Unitária por Fonte [R$/MWh] ...................................... 36

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

$CGE Custo da Central Geradora Eólica

$CGF Custo de geração da fonte [Reais]

$CGFUNITÁRIA Custo de geração da fonte unitária [Reais/GWh]

$CGH Custo da Central Geradora Hidrelétrica

$CTG Custo Total de Geração

$PCH Custo da Pequena Central Hidrelétrica

$UFE Custo da Usina Fotovoltaica de Energia

$UHE Custo da Usina Hidrelétrica de Energia

$UTE Custo da Usina Termoelétrica de Energia

$UTN Custo da Usina Termonuclear.

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

BIG Banco de Informações de Geração

CE Consumo de Eletricidade

CEG Capacidade Excedente de Geração da Fonte

CGE Central Geradora Eólica

CGF Capacidade de Geração da Fonte

CGF Inicial Capacidade de Geração Inicial da Fonte

CGH Central Geradora Hidrelétrica

CO2 Dióxido de Carbono

CTG Capacidade total de Geração da Fonte

DEE Demanda de energia elétrica

DF Depreciação da fonte

EPE Empresa de Pesquisa Energética

FS Fator de Serviço

GEE Gases de efeito estufa

GEE Geração de energia Elétrica [GWh]

GW Gigawatt

GWh Giga-watt-hora

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IF Investimento na fonte

IPCC Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima

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kW Quilowatt

MME Ministério de Minas e Energia

Mtep Milhões de toneladas equivalentes de petróleo

MWh Megawatt-hora: equivale a 3,6×109 joules

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

ONU Organização das Nações Unida

PCC Projeção de crescimento de consumo [%]

PCH Pequena Central Hidrelétrica

PDE Plano Decenal de Expansão de Energia

PIB Produto Interno Bruto

PIBInicial Produto Interno Bruto inicial

PNE Plano Nacional de Energia

R$ Real - moeda corrente oficial da República Federativa do Brasil

TC Taxa de crescimento [%]

TD Taxa de depreciação [%]

TVP Taxa de variação do PIB ano a ano [%]

UFE Usina Fotovoltaica de Energia

UHE Usina Hidrelétrica de Energia

UTE Usina Termoelétrica de Energia

UTN Usina Termonuclear

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14

1.1 Objetivos ........................................................................................................... 17

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 18

2.1 A estrutura de recursos energéticos e de consumo de energia ........................ 18

2.2 Visão agregada do setor energético ................................................................. 24

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................... 28

3.1 Formulação e simulação do modelo ................................................................. 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 40

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 47

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento da demanda de energia e os problemas causados pelas mudanças

climáticas globais são motivos para um crescente interesse em opções de aplicação

de energias renováveis (BLUMBERGA et al., 2011).

Esta tendência de crescimento na substituição da energia de origem fóssil por fontes

de energia renováveis, é justificado não apenas pela busca por novas fontes de

energia, mas também por minimizar os efeitos negativos causados ao meio ambiente

pelo uso excessivo dos combustíveis fósseis. A busca pelo desenvolvimento

sustentável, em âmbitos sociais e ambientais, motiva e incentiva a elaboração de

várias pesquisas e projetos, investigando mecanismos de seleção e gerenciamento

para o adequado uso das formas alternativas e principalmente renováveis de geração

de energia (BARIN et al., 2010).

As mudanças climáticas decorrentes das emissões dos gases de efeito estufa

apontam para uma crise ambiental mundial. Neste contexto, as energias renováveis

aparecem como alternativa para reduzir os efeitos dessa crise. Entretanto, é

extremamente difícil prever que essas fontes possam ser capazes de substituir a

energia fóssil em um futuro próximo (BERMANN, 2008).

Segundo Abramovay (2010), não se pode dizer, entretanto, que o trunfo da matriz

energética brasileira represente uma estratégia de desenvolvimento sustentável,

porque pesa sobre as fontes brasileiras de energia a dúvida a respeito dos impactos

socioambientais de sua expansão, a poluição ambiental de algumas fontes de energia

que ao serem exploradas causam impactos ou problemas na natureza, como

desmatamentos, inundação das áreas verdes, alterações climáticas, acarretando a

falta de alimento para animais, que migram para a cidade, as hidrelétricas tornam

uma barreira para peixes dificultando a vida das pessoas que vivem da pesca.

No plano decenal de expansão de energia, prevê-se forte crescimento de usinas

hidrelétricas na Amazônia, onde, no entanto, é crescente a contestação

socioambiental a esse tipo de iniciativa, como mostram as manifestações recentes em

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torno da Usina de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, próximo ao município de Altamira

(BRASIL; EPE, 2015).

Para Derrosso e Ichikawa (2013), desde a concepção da ideia para a construção de

barragens, problemas ambientais e sociais começam a surgir, pois uma grande área

do solo será alagada e todo sistema social e ecológico desta área será destruído para

sempre. Os animais, ecossistema, fauna e flora são alagados para abrigar o

reservatório de água e as populações que ali residiam são deslocadas e, junto com

isso, são obrigadas a mudar hábitos, rotinas, funções produtivas e relações sociais.

Os biocombustíveis têm atraído cada vez mais atenção devido seus benefícios. Eles

são feitos a partir de matérias-primas renováveis que podem ser cultivadas por

agricultores, substituindo o petróleo, cuja queima (carvão, gasolina, diesel) que emite

o dióxido de carbono que aumentou a temperatura do nosso planeta em média 0,76oC,

nos últimos 140 anos. Pode parecer pouco, mas esse aumento já foi suficiente para

abalar o clima do planeta. Espera-se a redução dos custos dos biocombustíveis em

um terço entre 2005 e 2030, impulsionada por reduções nos custos no processamento

das matérias-primas em grande escala e aos novos programas implementados para

incentivar sua produção e utilização (DOORNBOSCH; STEENBLIK, 2007).

No Brasil a forma como se estimula a oferta de energia tem o efeito controverso de

beneficiar a fonte de menor preço, mesmo que seja mais agressiva ao meio ambiente.

Por outro lado o avanço tecnológico utiliza tecnologias que permitem reduzir de forma

crescente a intensidade energética da produção industrial, dos transportes e do

próprio consumo doméstico ao mesmo tempo, os próprios aparelhos que usam

energia elétrica são e serão cada vez mais concebidos para que usem a menor

quantidade possível de energia. (ABRAMOVAY, 2010).

Segundo Gomes (2014), na realidade brasileira ainda há espaço para a instalação de

novas usinas hidrelétricas, sujeitas, evidentemente, a pressões e exigências

socioambientais crescentes. Por outro lado, a repotenciação de usinas hidrelétricas

existentes tem sido muito pouco explorada até o momento.

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Os estudos aqui referenciados apresentam várias iniciativas na direção da utilização

de outras fontes de energia renováveis que não sejam de hidrelétricas apontam a

necessidade de avaliar o comportamento da matriz energética em função dos

investimentos realizados em cada setor. O cenário atual aponta para a necessidade

de se identificar quais fontes de energia devem ser priorizadas a nível de

investimentos. Para tal é necessário que se conheçam as demandas de energia e a

capacidade de geração e, assim, compreender a interdependência das fontes

geradoras de energia.

Segundo Aslani, Helo e Naaranoja (2013), a dinâmica de sistemas tem sido utilizada

há mais de 30 anos como ferramenta para estudar sistemas de energia, ressaltando

três grupos de pesquisadores que trabalham com modelos que analisam diferentes

cenários:

a) o primeiro grupo avalia o consumo de energia para encontrar a relação entre

os fatores econômicos, como o PIB, e os indicadores de energia para prever

cenários de mercado de energia e os preços;

b) o segundo implementa modelos para avaliar os efeitos ambientais da emissão

de CO2 em sistemas de energia;

c) o terceiro grupo avalia a política energética em termos de segurança do

aprovisionamento energético.

No Brasil a dinâmica de sistemas ainda não é explorada como na Europa, na América

do norte e na china, estudos sobre a matriz energética dos Estados Unidos, da França

e da Letônia foram desenvolvidos porém diferem do Brasil devido principalmente a

hidrografia e condições climáticas.

A dinâmica de sistema possibilita projetar um cenário para avaliar a viabilidade de

investimentos em outras fontes geradoras renováveis para reduzir a dependência do

setor das usinas hidrelétricas uma vez que não há mais a disponibilidade de outrora.

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1.1 Objetivos

O objetivo geral desta pesquisa é apresentar o comportamento da matriz energética

no Brasil entre 2000 e 2030, por meio de um modelo de dinâmica de sistemas visando

aumentar a participação de fontes alternativas.

Os objetivos específicos são:

a) adaptar um modelo de dinâmica de sistemas para a matriz energética do Brasil;

b) simular a capacidade de geração as fontes de energias renováveis de energia

elétrica no Brasil, no período entre 2000 e 2030;

c) incluir no modelo os custos de geração por fonte e o custo total de geração das

fontes de energias renováveis no Brasil.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A estrutura de recursos energéticos e de consumo de energia

O Brasil é rico em rios com excelentes potenciais hidrelétricos, ou seja, diferente da

maioria dos países centrais e periféricos, não sustenta a base da geração de sua

energia elétrica na utilização de fontes primárias não renováveis como derivados do

petróleo (DOROCHE; ANSCHAU, 2015). Essas características fazem com que o

Brasil tenha presença marcante da energia hidráulica em sua matriz energética, como

pode ser observado na tabela 1.

Tabela 1 - Empreendimentos em operação no Brasil em 2016

Fonte Geradora Quantidade Potência

Outorgada (kW)

Potência Fiscalizada

(kW)

Participação na geração de

energia [%] Central Geradora Hidrelétrica 563 443931 446012 0,30 Central Geradora Eólica 386 9489008 9414630 6,37 Pequena Central Hidrelétrica 446 4875554 4848790 3,28 Usina Fotovoltaica 40 26962 22962 0,02 Usina Hidrelétrica de Energia 220 101108356 90465984 61,19 Usina Termelétrica de Energia 2923 42389560 40666856 27,50 Usina Termonuclear 2 1990000 1990000 1,35 Total 4580 160323371 147855234 100,00

Fonte: BIG, 2016. Nota: Adaptado pelo autor.

Segundo Furlan (2013), o Brasil e outros países têm adotado a agro energia, como

outro tipo de energia renovável. Utiliza, inclusive, a biomassa florestal, combustão de

lenha e carvão vegetal, principalmente consumido pelas siderúrgicas. Outras

vantagens do consumo desse tipo de energia são o baixo impacto ao meio ambiente

e a não alteração do efeito estufa, atualmente uma das maiores preocupações dos

ambientalistas.

Uma das principais vantagens da biomassa é o seu aproveitamento direto por meio

da combustão da matéria orgânica em fornos ou caldeiras. Atualmente, a biomassa

vem sendo bastante utilizada na geração de eletricidade, principalmente em sistemas

de cogeração onde há a produção simultânea de calor e eletricidade e no suprimento

de eletricidade de comunidades isoladas (BERMANN, 2008).

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A utilização da cana-de-açúcar como fonte de energia vai além do etanol. A palha da

planta e o bagaço representam uma fonte de energia sustentável e em

expansão, devido à inserção de novas e mais avançadas tecnologias agrícolas e

industriais (SANTOS et al., 2012).

Segundo Botão e Lacava (2003), a cogeração é um processo simultâneo de energia

mecânica e térmica, a partir de uma mesma fonte primária. O processo de cogeração

de energia elétrica consiste em aproveitar o vapor produzido pela queima de

combustível (biomassa) para movimentar as turbinas e gerar energia. Nas usinas de

açúcar e álcool o bagaço de cana-de-açúcar é usado como combustível para

caldeiras, gerando vapor para as turbinas, que por sua vez pode se transformar em

eletricidade ou movimentar as moendas. Um dos fatores de maior importância para o

setor sucroalcooleiro é a sazonalidade, ou seja, a safra de cana-de-açúcar coincide

com os períodos de pouca chuva e quando os rios estão com seus níveis baixos.

Logo, o uso do bagaço de cana-de-açúcar na cogeração de energia elétrica por meio

de sua queima possibilita a comercialização do excedente de energia gerada para o

setor sudroalcooleiro, no estado de São Paulo. É uma energia limpa e renovável.

Segundo Furlan (2013), a energia térmica representa no Brasil, o segundo tipo de

fonte de energia elétrica, e tudo indica que cresça ainda mais nos próximos anos.

Nessas usinas, a queima de combustíveis, como derivados de petróleo, carvão, óleo

e também a cana-de-açúcar, gera a eletricidade. Nesse processo vários cuidados

devem ser adotados, como por exemplo, filtragem dos gases oriundos da queima dos

combustíveis (evitando a poluição atmosférica) e resfriamento da água aquecida

durante o processo antes de ser lançada no corpo hídrico.

Algumas termelétricas poluem muito a atmosfera em relação as hidrelétricas e geram

energia cara em razão do preço do combustível. Logo ficará desligada na maior parte

do tempo, servindo para dar segurança ao sistema na eventualidade de falta de

chuvas. Quando as termelétricas são ligadas a energia elétrica fica mais cara para os

consumidores (ROSA, 2007).

De modo geral, nenhuma outra forma de produção de energia elétrica enfrenta tantas

pressões mundiais contrárias à sua utilização quanto as usinas nucleares. Este fato

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se deve, principalmente, ao forte impacto na percepção mundial causada pelos

acidentes de Three Mile Island (EUA - 1979) e Chernobyl (Ucrânia - 1986). Países que

possuem um grande número de reatores, como a Alemanha, já anunciaram que

pretendem fechar a maioria de suas usinas nucleares. No Brasil, o Programa Nuclear

foi alvo de críticas de diferentes setores da sociedade e, neste caso, a Sociedade

Brasileira de Física e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

desenvolveram importantes trabalhos críticos sobre os diferentes riscos trazidos por

reatores nucleares (SILVA; CARVALHO, 2002).

Dentre estes trabalhos pode-se citar Carvalho (2012). Este autor afirma que a

probabilidade de acidente grave no circuito primário com fuga de radionuclídeos para

meio ambiente em usinas nucleares como as de Angra é da ordem de milionésimos.

Isto se deve ao isolamento do elemento radioativo do meio ambiente por duas

envoltórias, uma de aço vanádio com 2,5 centímetros de espessura e outra de

concreto armado com 1,5 a 2 metros de espessura. Entre ambas é mantida uma

camada de ar com uma pressão inferior à atmosférica, de forma que, se houver falhas

no vaso de pressão e na envoltória interna, os possíveis vazamentos serão absorvidos

antes de chegarem ao ambiente externo.

Para Alvim et.al (2007), o problema de armazenar rejeitos (grandes quantidades de

gás carbônico) de longa duração, antes exclusivo da energia nuclear, passou a ser

também problema para as outras fontes energéticas. Isto se deve à pressão crescente

para a redução das emissões de gases formadores do efeito estufa o que tornou a

energia nuclear uma fonte viável de energia. Os mesmos autores, afirmam que o

desenvolvimento da tecnologia nuclear já trouxe ganhos importantes para o Brasil com

influência sobre outras áreas de atividade industrial e experiência para o manejo

responsável dessa tecnologia.

Uma das formas mais antigas de captação de energia são os moinhos de ventos. A

energia dos ventos pode ser explicada por Bermann (2008), em termos físicos, como

aquela de origem cinética formada nas massas de ar em movimento. Seu

aproveitamento é feito por meio de conversão da energia cinética de translação em

energia cinética de rotação. Para a produção de energia eólica são utilizadas turbinas

também conhecidas como aero geradores, e para a realização de trabalhos

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mecânicos (como bombeamento de água ou a moagem do trigo), cata-ventos de

diversos tipos. Eles utilizam a energia dos ventos, ou seja, a energia eólica, para

movimentar e executar alguns trabalhos. A energia eólica atual consiste na

transformação de energia cinética dos ventos em energia elétrica. É um tipo de

energia barata e limpa.

Segundo Nascimento, Mendonça e Cunha (2012), a energia eólica se destaca como

uma das mais competitivas e promissoras fontes de energia renovável, mas também

produz efeitos ambientais como poluição sonora, invasão visual, acidentes com aves

e radiação eletromagnética, que são evitáveis e, contudo, inferiores aos efeitos

ambientais proporcionados por outras fontes de energia.

A energia fotovoltaica, ou energia solar, é a energia oriunda diretamente da conversão

de energia solar em eletricidade. É um recurso renovável, disponível em todos os

lugares no planeta terra, sua capacidade instalada é de quase 70 GW, sendo quase

50 GW apenas na União Europeia, o que mostra o potencial deste recurso (IRENA,

2012). Entretanto, essa é uma energia cara, segundo Furlan (2013), por causa dos

equipamentos necessários para sua captação e depende da luz solar para geração.

A energia fotovoltaica, pode favorecer o estabelecimento da geração distribuída no

país, de dimensões continentais, permitindo uma maior diversificação da matriz

energética e auxiliando no suprimento dessa crescente demanda, torna-se uma ótima

alternativa, por ser uma fonte de energia limpa, gerando menores danos ao meio

ambiente (SANTOS; JABBOUR, 2013).

Uma alternativa ao óleo diesel comum, derivado do petróleo, é o biodiesel,

biocombustível fabricado de fontes renováveis vegetais. Pode ser utilizado puro ou

misturado com óleo diesel comum em qualquer motor a diesel. Além de renovável, é

pouco poluente. A utilização do biodiesel representa um ganho ambiental significativo

no que se refere à redução das emissões. Isso porque boa parte do gás carbônico

emitido na queima do combustível é absorvida durante o crescimento da cultura da

matéria-prima utilizada na sua produção (BERMANN, 2008).

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22

Outros tipos de energia já são conhecidos e utilizados no mundo, por exemplo, o

hidrogênio como combustível veicular, energia das marés e energia geotérmica,

porém alguns fatores inviabilizam a adoção desses métodos no Brasil. Apesar de

termos grande amplitude de marés, a topografia do nosso litoral não possibilita a

construção de reservatórios que transformam a energia das marés em energia elétrica

(FURLAN, 2013).

Segundo Veiga (2001), a definição clássica de repotenciação é a que a classifica como

um projeto que “corresponde a todas aquelas obras que visem gerar um ganho de

potência ou de rendimento da usina”. Lemos (2014) destaca dentre os benefícios de

repotenciar usinas hidrelétricas brasileiras:

a) uma nova fonte de receita ao agente gerador;

b) a disponibilização de energia nova de fonte renovável proveniente de usinas

existentes;

c) ganhos na operação energética e aumento da disponibilidade de potência

horária ao Sistema Interligado Nacional, praticamente sem contrapartida

socioambiental;

d) economia operacional pela diminuição do uso de blocos de geração térmica no

horário de ponta de carga;

e) opção de baixo custo e curto prazo de implantação com características de

estabilidade e flexibilidade operacional, uma vez que as unidades geradoras

hidráulicas são as mais recomendadas para prover inércia, potência reativa e

capacidade de regulação de tensão e velocidade ao Sistema Interligado

Nacional.

Gomes (2014) afirma que, quanto mais obras de repotenciação forem realizadas, mais

se posterga a necessidade de construção de algumas novas usinas. Logo, o Brasil

poderia ganhar a capacidade de produzir mais 11.000 MW de potência elétrica sem

construir uma única nova usina, apenas reformando e aproveitando espaços já

existentes em hidrelétricas já instaladas.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), na sigla em inglês,

Intergovernmental Panel on Climate Change, é uma organização simultaneamente

científica e política, de caráter inédito estabelecido em 1988 no sistema da

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Organização das Nações Unidas (ONU). De um lado, ele envolve a contribuição

voluntária de milhares de cientistas de centenas de países, que têm como tarefa

sistematizar periodicamente o conhecimento científico produzido sobre o clima e as

mudanças climáticas, tendo publicado até agora cinco relatórios em 1990, 1995, 2001,

2007 e 2014. Os relatórios do IPCC correspondem à aferição periódica do nível de

alteração do clima de acordo com a comunidade científica envolvida no estudo do

clima, mas também a uma luta de vontades políticas sobre o que fazer a partir disso

(LEITE, 2015).

Dentre as conclusões dos relatórios do IPCC, foi ressaltado que há 90% de certeza

de que são as atividades humanas as responsáveis pelo aumento da temperatura

média do planeta. Logo na metade deste século, o aumento da temperatura associado

à redução da umidade do solo poderá substituir gradualmente a floresta tropical

Amazônica por savanas, assim como a vegetação do semiárido por vegetação de

terras áridas. Neste contexto, torna-se necessário uma postura pró-ativa por parte do

setor industrial, assim como de toda a sociedade, em relação à diminuição das

emissões dos gases de efeito estufa (GEE) e à intensificação das propostas de

medidas mitigadoras (AGUIAR; FORTES; MARTINS, 2016).

Para enfrentar esse desafio e aproveitar essa oportunidade, Tolmasquim et al. (2007)

afirmam que é necessário orientar e catalisar esforços de investidores,

empreendedores e consumidores do setor energético, visando uma adequada

interação entre esses atores. Nesse sentido, é fundamental a contribuição das

instituições e equipes responsáveis pelo planejamento energético nacional,

antecipando as situações, mapeando as alternativas, sugerindo estratégias, enfim,

norteando as decisões. As necessárias transformações no setor energético nacional

nos próximos anos compreendem capacitação tecnológica, capacidade de gestão e

inovação, viabilização de recursos para os investimentos e capacidade de articulação

institucional, entre outras ações.

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24

2.2 Visão agregada do setor energético

No período compreendido entre as últimas quatro décadas, o consumo final de

energia no Brasil cresceu à razão de 3% ao ano e apresentou importantes alterações

estruturais (BRASIL; EPE, 2007). No ano de 1970, a principal componente da matriz

energética era a lenha, representando 48% das necessidades brasileiras no uso final

de energia. O petróleo, no mesmo ano, já representava 36% da demanda. Entre 1970

e 1990, o consumo de lenha reduziu para uma taxa de 2,9% ao ano. Com a crise

energética na década de 70, o Brasil investiu nas fontes energéticas hidráulicas e de

cana-de-açúcar, que tiveram um ritmo de crescimento de 6,6% ao ano, entre os anos

de 1970 e 2005 (BRONZATTI; IAROZINSKI NETO, 2008).

Nesse período, o crescimento econômico não foi uniforme e a taxa média anual, de

3,5%, oscilou de 5,5% em 1970-80 a 2,2% e 3% nas décadas seguintes, quando o

crescimento apresentou volatilidade em razão de crises macroeconômicas. No

entanto, mesmo nos períodos de taxas menores como aqueles que se seguiram aos

planos Cruzado e Real, sempre se verificou significativa expansão do consumo de

energia nos intervalos em que houve uma expansão mais vigorosa da economia. Isso

indica que em um ambiente de maior crescimento econômico deve-se esperar maior

crescimento da demanda de energia (TOLMASQUIM et al., 2007).

Os estudos de longo prazo conduzidos pela Empresa de Pesquisa Energética

apontam forte crescimento da demanda de energia nos próximos 25 anos.

Tolmasquim et al. (2007) estimaram que a oferta interna de energia cresceria a 5% ao

ano no período 2005 a 2010 e que nos anos subsequentes haveria um crescimento

menor de 3,6% e 3,4% ao ano nos períodos 2010 a 2020 e 2020 a 2030,

respectivamente, devido a uma maior eficiência energética tanto do lado da demanda

como da oferta. O Gráfico 1 apresenta a evolução da demanda de energia e da taxa

de crescimento econômico no Brasil no período 1970-2030 (TOLMASQUIM et al.,

2007).

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25

Gráfico 1 - Demanda de energia e da taxa de crescimento

Fonte: TOLMASQUIM et al., 2007.

Nota: Adaptado pelo autor.

Para Tao (2009), é relativamente fácil estimar a relação entre o consumo de energia

e o PIB. Como mostrado na Figura 1, na Fase A o consumo de energia está associado

ao aumento do PIB. No entanto, à medida que o consumo de energia aumenta, a

relação entre o PIB e a produção industrial se torna mais fraca até que achata e chega

ao ponto de pico, que é a Fase B. Após o pico, a produção industrial e o consumo de

energia diminuem lentamente e podem chegar a um valor constante ou um declive

suave, diminuindo no estágio C. Por causa da melhoria da infraestrutura industrial e

do progresso tecnológico, a produção industrial e o consumo de energia não vai

continuar a aumentar com o aumento do PIB por mais tempo. Pelo contrário, eles

começam a diminuir com o aumento do PIB. A relação entre o consumo de energia e

o PIB é determinada por vários efeitos que aparecem em diferentes fases, com fatores

que podem levar a relações em forma de U invertido. Hoje em dia, os Estados Unidos

e alguns outros países industrialmente avançados estão na fase B ou C, mas a maioria

dos países periféricos ainda estão na fase de A.

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Figura 1 - A possível relação entre o consumo de energia e PIB

Fonte: TAO, 2009. Nota: Adaptado pelo autor.

Segundo a ANEEL (2016), a oferta Interna de Energia Brasileira, ou seja, a energia

necessária para movimentar a economia responsável deverá ficar, no ano de 2016,

em mais de 286 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep), sendo que deste

total, 43,9% correspondem à energia renovável. A participação das fontes de energia

renováveis na matriz energética brasileira será chegar a 79,3% ao final de 2016,

superior a marca de 75,5% verificado em 2015, sendo que no mundo este indicador

está em torno de 24%, mantendo a matriz energética brasileira uma das mais limpas

do mundo. Porém a fonte hidráulica continuará preponderante, respondendo por

66,2% da matriz, superior 64% verificado em 2015.

Para a ANEEL, as fontes hidráulicas de energia podem ser classificadas em três

grupos:

a) CGH - Centrais Geradoras Hidrelétricas, usinas com potência instalada de até

1 MW, não tem reservatório;

b) PCH - Pequena Central Hidrelétrica, usinas com potência instalada superior a

1 MW e igual ou inferior a 30 MW e com o reservatório com área igual ou inferior

a 3 km2;

c) UHE - Usina Hidrelétrica de Energia, usinas com potência instalada superior a

30 MW e com o reservatório com área superior a 3 km2.

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O preço da energia elétrica é formado pelos custos desde a geração até a sua

disponibilização aos consumidores, logo não se paga apenas pelo que se consome

mas também pela disponibilidade. Além destes custos do sistema ainda existem

encargos e impostos.

Para a ABRADEE (2016), o custo de energia para os consumidores cativos1 é

constituída pelos seguintes custos:

a) custos com a aquisição de energia elétrica são aqueles decorrentes da

contratação de montantes de energia por meio dos leilões regulados;

b) custos relativos ao uso do sistema de distribuição são as despesas de capital

e os custos de operação e manutenção das redes de distribuição;

c) custos relativos ao uso do sistema de transmissão são as despesas de capital

e os custos de operação e manutenção das redes transmissão;

d) perdas técnicas e não técnicas, as perdas técnicas são perdas inerentes a

qualquer circuito elétrico e as perdas não técnicas são resultantes de furtos e

problemas de medição;

e) encargos diversos e impostos.

A Figura 2 mostra a composição tarifária dos custos da energia.

Figura 2 - Composição tarifária

Fonte: ABRADEE, 2016.

1 Consumidor "cativo" é aquele que só pode comprar energia elétrica de sua distribuidora local. O Consumidor Residencial é um dos principais exemplos de Consumidor Cativo.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A técnica de Dinâmica de Sistemas foi escolhida para o desenvolvimento deste

estudo. Meadows (1991) afirma que dinâmica de sistema é um conjunto de técnicas

de pensamento e modelagem que ajuda o usuário a compreender os sistemas

complexos, tais como o corpo humano, a economia nacional e o clima da Terra e a

manter o controle de várias interligações e uma visualização global do sistema.

Para desenvolvimento do modelo, assume-se que a capacidade instalada das usinas

hidrelétricas (em termos de geração GWh) é influenciada por dois fatores: o

investimento e a depreciação da fonte ao longo do tempo em função de sua

capacidade de geração. Portanto, cada um dos estoques está ligado a dois fluxos: um

influxo (fluxo para dentro no sentido anti-horário) e um fluxo para fora (no sentido

horário). O fluxo representa investimentos destinados a aumentar a capacidade da

instalação de geração de energia elétrica instalada. O influxo representa a

depreciação da instalação de geração de energia elétrica, reduzindo assim o valor da

capacidade de geração instalada como ilustrado na Figura 3 (BLUMBERGA et al.,

2011).

Figura 3 - Diagrama de fluxo que representa a relação entre a capacidade total das instalações e de investimento (+) e de depreciação (-)

Fonte: BLUMBERGA et al., 2011. Nota: Adaptado pelo autor.

A conversão do diagrama de fluxo de estoque em um diagrama de circuito causal,

como representado pela Figura 4, permite uma melhor compreensão da natureza da

interação entre a capacidade instalada e os fluxos de investimento e de depreciação.

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Figura 4 - Diagrama laço Causal

Fonte: BLUMBERGA et al., 2011. Nota: Adaptado pelo autor.

Blumberga et al. (2011) explicam que um diagrama de laço causal mostra o caminho

a partir do qual o modelo funciona. A capacidade instalada total dos empreendimentos

(qualquer um dos tipos de fontes de energia renováveis) aumenta se o fluxo de

investimento aumenta. Quanto maior a capacidade instalada, maior será o fluxo de

investimento. Assim, a interação entre o fluxo de investimento e da capacidade

instalada forma um loop de reforço positivo que caracteriza uma estrutura de sistemas

em crescimento exponencial. Mas também quanto maior for a capacidade, maior será

o fluxo de depreciação. Entretanto, se o fluxo de depreciação aumenta, o valor da

capacidade total diminui. A interação entre a capacidade instalada e o fluxo de

depreciação forma uma curva de equilíbrio negativo que caracteriza uma estrutura de

sistema de busca de objetivos. A combinação de uma interação positiva e uma

negativa forma um laço do comportamento dos sistemas em forma de S, que poderá

ser observado nos resultados de modelagem. Tal estrutura de fluxo será usada para

modelar a mudança dinâmica da capacidade instalada dos diversos tipos de

empreendimentos de geração.

A Figura 5 apresenta o diagrama de laço causal das fontes renováveis mostrando as

inter-relações entre capacidade de geração e os respectivos investimentos.

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30

Figura 5 - Diagrama de laço causal das fontes renováveis

Fonte: BLUMBERGA et al., 2011. Nota: Adaptado pelo autor.

Os sete loops causais menores representam a capacidade geradora de energia

produzida a partir de cada tipo de fonte de renovável (Central Geradora Elétrica,

Central Geradora Eólica, Pequena Central Hidrelétrica, Usina Fotovoltaica, Usina

Hidrelétrica de Energia, Usina Termoelétrica de Energia e Usina Termonuclear). Pode-

se observar que quanto maior for o investimento destinado a aumentar a capacidade

de uma das fontes renováveis, maior será a proporção desta fonte na matriz

energética. E quanto maior for a proporção desta fonte na matriz, maior será o

investimento destinado a aumentar sua capacidade geradora e menor será a soma

das proporções das demais fontes.

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3.1 Formulação e simulação do modelo

A simulação do comportamento da matriz energética no Brasil entre 2000 e 2030 é

feita usando o software de modelagem dinâmica de sistemas Vensim PLE (VENTANA

SYSTEMS, 2015). A Figura 6 ilustra a dependência da capacidade instalada tanto do

investimento como da depreciação da fonte energética.

Figura 6 - Dependência da capacidade instalada de geração da fonte

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

A taxa de crescimento da fonte corresponde a quanto a fonte irá aumentar sua

capacidade de geração ano a ano em percentual. A taxa de depreciação corresponde

a quanto a fonte tende a reduzir na sua capacidade de geração em percentual caso

não haja investimentos na manutenção de sua capacidade. Logo o investimento na

fonte em percentual deve ser igual a taxa de crescimento mais a taxa de depreciação.

Matematicamente a capacidade de geração da fonte (CGF) se relaciona com as

outras variáveis na forma:

CGF = CGF Inicial + IF- DF (1)

IF= CGF Inicial * (TC + TD) (2)

DF= CGF Inicial * TD (3)

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em que:

CGF Inicial = Capacidade de Geração da Fonte [GW] no início da simulação;

IF = Investimento na fonte [GW];

DF = Depreciação da fonte [GW];

TC = Taxa de crescimento [%];

TD = taxa de depreciação [%].

A Tabela 2 contém os valores da capacidade de geração inicial [GW], taxa de

crescimento [%] e taxa de depreciação por fonte de energia utilizados na simulação

da capacidade de geração da fonte de energia e suas respectivas referências.

Tabela 2 - Capacidade de geração inicial, taxa de crescimento e taxa de depreciação

por fonte de energia

Fonte Geradora

Capacidade Geração

Inicial [GW] Fonte

Taxa de crescimento

[%] Fonte

Taxa de depreciação

[%] Fonte

CGH 1,03 x 10-1

ANEEL, 2005

10,0

PDE 2024, 2015

3,38 ANEEL, 2000 Eólica 1,68 x 10-2 10,0 4,75 ANEEL, 2013 Fotovoltaica 8,50 x 10-1 1,0 4,00 ANEEL, 2013 Hidrelétrica 6,31 x 101 1,4 a 3,6 3,55 ANEEL, 2012 PCH 1,16 x 102 10,0 2,66 ANEEL, 2009 Termoelétrica 2,94 x 101 2,3 3,95 ANEEL, 2014

Termonuclear 1,35 x 100 3,6 3,63 ELETROBRAS, 2005

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

A capacidade total de geração é dependente da geração das fontes de energia e é

representada na Figura 7. Esta dependência pode ser expressa da seguinte forma:

CTG = CGH + CGE + PCH + UFE + UHE + UTE + UTN (4)

em que:

CTG = Capacidade Total de Geração [GW];

CGH = Central Geradora Hidrelétrica;

CGE = Central Geradora Eólica;

PCH = Pequena Central Hidrelétrica;

UFE = Usina Fotovoltaica de Energia;

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33

UHE = Usina Hidrelétrica de Energia;

UTE = Usina Termoelétrica de Energia;

UTN = Usina Termonuclear.

Figura 7 - Dependência da Capacidade Total de Geração

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

A potência instalada é a capacidade máxima de produção de uma usina, ou seja, é a

quantidade máxima de energia que pode ser produzida pela fonte de energia, em uma

determinada unidade de tempo. Do ponto de vista da eficiência, deve-se ter a máxima

produção de energia determinada pela potência instalada. Analisar a quantidade de

energia produzida de acordo com a potência instalada é verificar se a capacidade

produtiva de uma hidrelétrica está sendo usada. Se uma usina tem uma determinada

capacidade instalada ociosa, ela não está sendo eficiente no uso de seu potencial

(SAMPAIO; RAMOS; SAMPAIO, 2005).

Para geração de energia elétrica pelas fontes de energia renováveis utilizou-se como

referência a capacidade de geração (potência instalada) com fator de serviço de 80%

referente a geração, transmissão e distribuição, um regime de trabalho de 24 horas

por dia, com exceção da fonte fotovoltaica que utilizou-se 10 horas por dia (período

médio diária de irradiação solar) e 365 dias por ano.

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34

A capacidade excedente de geração de energia é dependente da geração de energia

elétrica, do fator de serviço e da demanda de energia que é dependente do consumo

de energia, crescimento do consumo e da variação do PIB que variam em função do

tempo (Time). O PIB é dependente da taxa de variação do Esta dependência é

representada na Figura 8.

Figura 8 - Dependência da Capacidade Excedente de Geração

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

A capacidade excedente de geração de energia elétrica é quantidade de energia

possível de gerar superior a demanda de energia elétrica, ou seja, a energia possível

de gerar que não é consumida.

Matematicamente a dependência da capacidade excedente de geração é expressa

como:

GEE= (((CTG- UFE)*24) + (UFE*10))*FS*365 (5)

CEG= GEE – DEE (6)

DEE = CE * (1+PCC + TVP) (7)

PIB = PIB Inicial * TVP (8)

em que:

GEE= Geração de energia Elétrica [GW no ano];

UFE = Usina Fotovoltaica de Energia [GWh];

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CTG = Capacidade total de Geração da Fonte [GWh];

CEG = Capacidade Excedente de Geração da Fonte [GW no ano];

FS = Fator de serviço

DEE = Demanda de energia elétrica [GW no ano];

CE = Consumo de Eletricidade [GW no ano];

PCC = Projeção de crescimento de consumo [%];

TVP = Taxa de variação do PIB ano a ano [%].

PIB = Produto Interno Bruto

PIB Inicial = Produto Interno Bruto inicial

A Tabela 3 contém os dados utilizados na simulação da Capacidade excedente de

Geração de energia e suas respectivas fontes.

Tabela 3 - Consumo de energia elétrica, taxa de projeção de crescimento

de consumo e taxa de variação do PIB ano a ano

Variável Valor utilizado Referências

Consumo de energia elétrica [GW] 307528,7 à 838049,8 ANEEL, 2005 BRASIL; EPE, 2007 BRASIL;

EPE, 2015; IBGE, 2015

Projeção de crescimento de consumo [%] 2,2 à 3,3

Taxa de variação do PIB ano a ano [%] - 3,8 à 6,2 Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

A Figura 9 ilustra a dependência do custo de geração da fonte com a capacidade de

geração da fonte.

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Figura 9 - Dependência do custo de geração da fonte

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Matematicamente a dependência é expressa como:

$CGF=$CGFUNITÁRIA * 1000 * CTG (9)

em que:

$CGF= Custo de geração da fonte [Reais]

$CGFUNITÁRIA = Custo de geração da fonte unitária [Reais/MWh]

CTG = Capacidade total de Geração da Fonte [GWh];

Os custos unitários de geração por fonte geradora estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 - Custo de Geração Unitária por Fonte [R$/MWh]

Fonte Geradora Custo de Geração

[R$/MWh]

CGH 147,46

Eólica 99,58

Fotovoltaica 500,00

Hidrelétrica 84,58

PCH 158,94

Termoelétrica 498,01

Termonuclear 165,61

Fonte: FARIA; MONTALVÃO; ABBUD, 2012.

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37

O custo total de geração de energia elétrica é dependente do custo da geração das

fontes de energia, conforme mostra a Figura 10.

Figura 10 - Dependência do Custo Total de Geração

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

A dependência do custo total de Geração de Energia Elétrica pode ser expressa da

seguinte forma:

$CTG = $CGH + $CGE + $PCH + $UFE + $UHE + $UTE + $UTN (10)

em que:

$CTG = Custo Total de Geração [Reais];

$CGH = Custo da Central Geradora Hidrelétrica [Reais];

$CGE = Custo da Central Geradora Eólica [Reais];

$PCH = Custo da Pequena Central Hidrelétrica [Reais];

$UFE = Custo da Usina Fotovoltaica de Energia [Reais];

$UHE = Custo da Usina Hidrelétrica de Energia [Reais];

$UTE = Custo da Usina Termoelétrica de Energia [Reais];

$UTN = Custo da Usina Termonuclear [Reais].

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38

A Figura 11 representa o modelo construído no Vensim que reúne os elementos da

geração de energia, da demanda, da reserva de energia elétrica e de custo de geração

das fontes renováveis de energia e suas dependências. Entende-se como reserva de

energia elétrica a capacidade excedente de geração de energia elétrica, ou seja, a

quantidade de energia que poderia ser produzida a mais que a demanda de energia

elétrica.

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Figura 11 - Modelo da Geração de energia por Fontes Renováveis

Fonte: ASLANI, WONG, 2014. Nota: Adaptado pelo autor.

Capacidade deGeração daHidrelétrica

Capacidade deGeração da

Termoelétrica

Capacidadede Geração da

Fotovoltaica

Capacidade deGeração da

Pequena CentralHidrelétrica

Capacidade deGeração da Eólica

Capacidade deGeração da

CentralGeradora

Hidréletrica

Capacidadede Geração daTermonuclearInvestimento na

Termonuclear

Investimento naCentral Geradora

HidrelétricaInvestimento na

Eólica

Investimento naPequena Central

HidrelétricaInvestimento naFotovoltaica

Investimento naTermoelétrica

Investimento naHidrelétrica

Depreciação daEólica

Depreciação daCentral Geradora

Hidrelétrica

Depreciação daPequena Central

HidrelétricaDepreciação daFotovoltaica

Depreciação daHidrelétrica

Depreciação daTermonuclear

Depreciação daTermoelétrica

Capacidade total degeração de energia

Elétrica

PIB

taxa dedepreciação CGH

taxa dedepreciação PCH

taxa dedepreciaçãohidreéletrica

taxa dedepreciaçãotermoéletrica

taxa dedepreciaçãoFotovoltaíca

taxa dedepreciação Eólica

taxa dedepreciaçãotermonuclear

taxa decrescimentoFotovoltaíca

taxa decrescimento Eólica

taxa de crescimentoTermonuclear

taxa decrescimento CGH

taxa decrescimento PCH

taxa decrescimentohidrelétrica

taxa de crescimentoTermoelétrica

<Time>

taxa de variaçãodo PIB a.a

<Time>

Consumo deeletricidade

Projeção decrescimento de

consumo

Custo deGeração Eólica

Custo de Geraçãotermonuclear

Custo de GeraçãoFotovoltaíca

Custo de GeraçãoTermoéletrica

Custo de Geraçãohidréletrica

Custo de Geração daPequena Central

Geradora

Custo de Geração daCentral Geradora

hidréletrica

Custo Total deGeração

Demanda deenergia Elétrica

Geração Excedentede Energia Elétrica

Geração deEnergia Elétrica

Fator deserviço

<Capacidade deGeração da

Fotovoltaica>

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40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A geração de energia elétrica parte da premissa que todas as usinas das diversas

fontes de energia elétrica trabalham com sua capacidade máxima com o fator de

serviço de 80% em todo o período. Os resultados obtidos na simulação para a

capacidade instalada utilizando os parâmetros taxa de crescimento e de depreciação

no período de 2000 a 2015 foram comparados com os valores divulgados pelo

Departamento Brasileiro de monitoramento de energia elétrica, cuja a diferença entre

os valores é inferior a 1%. Já os resultados do período de 2016 a 2030 foram obtidos

segundo a provisão de investimentos na geração de energia elétrica a partir de fontes

renováveis que resultam em um pequeno crescimento da capacidade de geração de

energia elétrica ano a ano. A simulação resultou na geração de 659.987 GW no ano

de 2000 e 970.107 GW em 2015 e projetou a geração de 1.555.376 GW para 2030.

O Gráfico 2 apresenta o comportamento do crescimento da geração ano a ano do

período.

Gráfico 2 - Geração de Energia Elétrica

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

65

9.9

87

67

1.7

72

68

4.5

55

69

8.3

77

71

3.2

90

72

9.3

47

74

6.6

10

76

5.1

47

78

5.0

32

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O modelo apresentou um crescimento da demanda (consumo) de energia elétrica no

Brasil, resultado do crescimento do PIB (apesar de alguns anos apresentarem

crescimento tímido ou recuo, a tendência do crescimento é positiva), do aumento

populacional em conjunto com o crescimento das redes de distribuição que abrangem

um número cada vez maior de usuários e também do aprimoramento tecnológico, que

com intuito de gerar equipamentos cada vez mais potentes acabam por consumir mais

energia.

No Gráfico 3, os anos de 2011 e de 2015 apresentaram um recuo da demanda devido

à crise hídrica e recessão econômica. A crise hídrica aumenta o custo de geração que

é repassado para os consumidores, com o aumento do custo por MWh, a população

é forçada a reduzir o consumo para permanecer dentro do orçamento familiar. A

recessão econômica reduz a demanda interna de alguns produtos acarretando a

redução da produção industrial e, como consequência, a redução do consumo de

energia elétrica. Após 2015 não são previstos eventos que alterem o comportamento

da demanda de energia elétrica.

Gráfico 3 - Demanda de energia Elétrica

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

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A geração excedente de energia elétrica é quanto de energia elétrica seria possível

produzir a mais que a demanda, se todas as usinas de todas as fontes estivessem

operando durante todo o ano respeitando a capacidade instalada e o fator de serviço

de cada uma. Logo, com o aumento da capacidade e da demanda, haverá um

crescimento da capacidade excedente pois as usinas não trabalham em sua

capacidade instalada em todo o período, por exemplo as usinas fotovoltaicas não

geram em dias chuvosos a sua capacidade. Outra característica da matriz energética

é que as usinas de maior custo entram em operação apenas se as usinas de menores

custos de geração não atenderem a demanda. No Gráfico 4 nota-se que no período a

capacidade excedente tem um crescimento significativo variando de 326.318 GW em

2000 para 670.395 GW em 2030.

Gráfico 4 – Geração excedente de Energia Elétrica

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

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O custo total de geração de energia elétrica é dependente da matriz energética,

quanto mais energia gerada maior será o custo total de geração. O Gráfico 5

apresenta o custo total de geração de energia elétrica baseado na capacidade de

geração.

Gráfico 5 - Custo total de Geração de energia elétrica

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Observa-se no Gráfico 6 que a capacidade de geração das hidrelétricas, das

termoelétricas e das pequenas centrais hidrelétricas têm um crescimento significativo.

As termonucleares apresentam um pequeno crescimento e as demais um crescimento

tímido.

A matriz brasileira que em 2000 era dependente das usinas hidrelétricas e continuará

dependente conforme o crescimento apresentado no modelo até 2030 pois mesmo

com investimentos nas demais fontes cujos crescimento possuem taxas significativas

não altera a matriz pois a capacidade das usinas hidrelétrica e muito maior que outras.

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Gráfico 6 - Capacidade de Geração por fonte de energia

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

O custo das fontes de energia elétrica é composto por custos de aquisição de energia

elétrica, custos relativos ao uso do sistema de distribuição, custos relativos ao uso do

sistema de transmissão, custo de perdas técnicas e não técnicas, de encargos

diversos e impostos. O Gráfico 7 apresenta o custo médio de geração por fonte de

energia.

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Capacidade de Geração da Central GeradoraHidréletricaCapacidade de Geração da Eólica

Capacidade de Geração da Fotovoltaíca

Capacidade de Geração da Hidrelétrica

Capacidade de Geração da Pequena CentralHidrelétricaCapacidade de Geração da Termoelétrica

Capacidade de Geração da Termonuclear

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Gráfico 7 - Custo de Geração por fonte de energia, R$/MWh

Fonte: FARIA; MONTALVÃO; ABBUD, 2012.

Observa-se que o custo das fontes fotovoltaicas e termoelétricas é na ordem de três

vezes maior que o custo das centrais geradoras hidrelétricas, das pequenas centrais

hidrelétricas e das termonucleares. Já as fontes eólicas e hidrelétricas é

aproximadamente a metade destas, ou seja, seis vezes menores que as fontes

fotovoltaicas e termoelétricas.

Com o objetivo de reduzir o custo total de geração prioriza-se a geração com fontes

que possuem menor custo unitário, respeitando a legislação, disponibilidade da fonte

e demanda.

147,46

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500

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0

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CGH Eólica Fotovoltaíca Hidréletica PCH Temoelétrica Termonuclear

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5 CONCLUSÃO

Desenvolveu-se um modelo de dinâmica de sistemas para representar o

comportamento da matriz energética no Brasil entre 2000 e 2030. O modelo permitiu

compreender a influência de medidas políticas e fatores econômicos sobre o

investimento nas fontes de energias renováveis, assim como a influência que as

medidas políticas têm sobre as tarifas de energia elétrica.

A matriz energética brasileira conforme o modelo é capaz de atender a demanda de

energia do Brasil sem a utilização de toda sua capacidade de geração, visto algumas

que fontes não operam todo ano, operam apenas quando as demais não geram o

suficiente para atender a demanda.

O custo total de geração de energia elétrica depende da matriz energética, pois quanto

maior a energia gerada de fontes de menor custo, menor será o custo total de geração.

Quando o nível dos reservatórios está baixo, as hidrelétricas que possuem menor

custo de geração têm sua capacidade de geração reduzida, sendo necessário gerar

ou aumentar o uso de uma ou mais fontes de maior custo, que geralmente é a

termoelétrica.

Políticas de incentivos a investimentos nas fontes de energia renováveis poderia

reduzir o custo de geração e a emissão de CO2 na atmosfera, melhorando as

condições climáticas e descentralizando a geração de energia elétrica de modo

reduzir perdas de distribuição e transmissão a longa distancias. Isenções fiscais e

reduções, empréstimos, descontos e financiamentos específicos são exemplos de

incentivos.

A Dinâmica de Sistemas mostrou-se uma ferramenta adequada para o estudo da

matriz de geração de elétrica. O modelo permite simular cenários diferentes, alterando

os valores dos investimentos, da taxa de crescimento, da demanda, do fator de serviço

e de outras variáveis. Permite acrescentar variáveis como por exemplo incentivos

políticos e crises hídricas. Futuros estudos podem levar em conta outros fatores como,

por exemplo, a repotenciação de usinas hidrelétricas que podem aumentar a

capacidade de geração e, em consequência, a taxa de crescimento.

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