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1 Controlo da Qualidade Alimentar CET-QA 2013-2014 Objectivos: • Conhecer as actividades e elementos que fazem parte do Controlo da Qualidade Alimentar • Compreender o papel da variabilidade no Controlo da Qualidade Alimentar • Conhecer os principais instrumentos utilizados no Controlo de Qualidade Alimentar Sumário: O Controlo da Qualidade – actividades e elementos. Círculo do controlo O controlo da variabilidade como elemento central do Controlo da Qualidade • O Controlo da Qualidade Alimentar – elementos • Instrumentos para o Controlo da Qualidade O que é “controlar”?

Food Quality Control for food technicians

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  • 1Controlo da Qualidade AlimentarCET-QA 2013-2014

    Objectivos:

    Conhecer as actividades e elementos que fazem parte do Controlo da Qualidade Alimentar

    Compreender o papel da variabilidade no Controlo da Qualidade Alimentar

    Conhecer os principais instrumentos utilizados no Controlo de Qualidade Alimentar

    Sumrio:

    O Controlo da Qualidade actividades e elementos. Crculo do controlo

    O controlo da variabilidade como elemento central do Controlo da Qualidade

    O Controlo da Qualidade Alimentar elementos

    Instrumentos para o Controlo da Qualidade

    O que controlar?

  • 2Controlar

    No quer dizer apenas inspeccionar Tambm significa levar a cabo aces correctivas quando o desempenho no est de acordo com as especificaes

    O principal objectivo do controlo da qualidade obter um produto que esteja de acordo com os alvos pr-estabelecidos, dentro do intervalo de tolerncia considerado implica conhecer profundamente as fontes de variao

    Objectivos do Controlo da Qualidade

    Objectivo principal: obter um produto que esteja de acordo com os alvos pr-estabelecidos, dentro do intervalo de tolerncia considerado Implica conhecer bem as fontes de variao a que o produto/processos/servio est sujeito

    Outro dos objectivos do controlo da qualidade a melhoria da qualidade No se consegue determinar o efeito duma melhoria se o processo produtivo for instvel e houver amplas variaes

    O controlo da qualidade o principal processo para obter produtos e procedimentos produtivos de qualidade

    Definio de controlo de qualidade

    Processo que avalia continuamente o desempenho e conduz implementao de aces correctivas quando necessrio

    Considera-se geralmente que faz parte do sistema de gesto da qualidade: a parte deste que est orientada para as tcnicas operacionais e os processos que se podem aplicar para cumprir os requisitos da qualidade (ISO, 1998)

  • 31. O processo de controlo da qualidadena produo agro-alimentar

    Qualquer sistema de controlo da qualidade constitudo por: Medio/inspeco

    Comparao dos resultados obtidos com o valor alvo (p. ex.: norma, padro, objectivo ou especificao), tendo em ateno as tolerncias

    se necessrio, levar a cabo as aces correctivas previstas

    Este conjunto de actividades tambm designado por CRCULO DO CONTROLO

    1.1. Princpios gerais do controlo da qualidade

    Para controlar um produto, sistema ou processo, importante perceber as suas fontes de variao

    1.1. Princpios gerais do controlo da qualidade

    Shewhart (1931)- distino das causas da variao em: Comuns

    inerentes ao produto, processo, ou sistema e englobam o efeito combinado de todas as fontes individuais de variao: Pessoal Materiais Instrumentos e maquinaria Mtodos Medio Ambiente

    1.1. Princpios gerais do controlo da qualidade

    Shewhart (1931)- distino das causas da variao em: Comuns

    Geralmente representam 80 90% da variao observada

    Para reduzir a extenso destas causas de variao, necessrio realizar melhoramento estrutural a nvel do pessoal (educao), dos materiais, da mquinaria, dos instrumento, dos mtodos, da medio e/ou do ambiente

  • 41.1. Princpios gerais do controlo da qualidade

    Shewhart (1931)- distino das causas da variao em: Especficas

    Derivam de fontes que no so inerentes ao produto, processo ou sistema

    Exemplos: Lote de matria-prima de m qualidade

    Operador inexperiente duma mquina

    M calibrao dos instrumentos de medida

    Representam 10 20% da variao

    Podem detectar-se atravs de grficos de contolo

    O crculo do controlo

    4 elementos bsicos:

    1. Medir do parmetro do processamento (ex.: temperatura)

    2. Testar comparar o valor medido com a norma e suas tolerncias (ex.: temperatura de 25 2 C)

    3. Regular determinar o tipo e intensidade da aco que deve ser levada a cabo (ex. dum regulador: termostato)

    4. Levar a cabo aco correctiva ex.: aumentar ou diminuir o aquecimento

    Nota: muitas vezes, o regulador e a aco correctiva

    Crculo do controlo

    medir

    corrigir

    regular

    testar

    Medir

    Analisar ou medir o processo ou produto

  • 5Medir

    A medio pode ser manual (levada a cabo por um operador)ou automtica

    visual, instrumental (pH, temperatura, taxa de fluxo) ou analtica (anlises microbiolgicas, anlise sensorial) Mtodos analticos requerem mais tempo do que as medies directas consequncias sobre o tempo que leva at que se possa levar a cabo uma aco correctiva

    5 tipos de unidades de medio:

    Off-line Amostragem manual + transporte at ao laboratrio para anlise ou medio directa

    At-line Amostragem manual + anlise ou medio no local

    On-line Amostragem automtica + anlise ou medio in loco

    In-line O sinal observado por um sensor (no h propriamente amostragem) no fluxo de produto e traduzido num sinal externo

    No invasivas Medio dum sinal num fluxo de produto sem que haja contacto fsico com o produto

    Testar

    Comparar o resultado da medio ou anlise com o valor-alvo estabelecido e respectivas tolerncias

    O resultado pode ser um nmero (p. ex., ufc/g dum dado patgeno) ou um resultado visual (cor, aparncia)

    Nesta parte do crculo do controlo frequente a utilizao de grficos, com os resultados, os valores-alvo e as tolerncias

    Grfico de controlo em relao ao peso do contedo de latas de peixe em conserva.Fonte: FAO, 1988

  • 6Limites crticos e Limites operacionais Limites crticos

    Critrios que separam a aceitabilidade da no aceitabilidade

    Representam as fronteiras que separam um produto seguro dum que no o

    Devem respeitar os parmetros da legislao aplicvel ou basear-se em informao cientfica

    Podem dizer respeito a temperatura, tempo, dimenses, acidez, etc.

    Limites operacionais

    Diferem dos limites crticos

    So os valores dos parmetros que conduzem a um ajustamento do processo de forma a evitar que se ultrapassem os limites crticos

    So mais restritivos do que os limites crticos

    Testar

    No que respeita s causas da variao, os efeitos combinados das causas comuns reflectem-se nos nveis de tolerncia, que so estabelecidos estatisticamente

    As causas especficas aparecem nos grficos de controlo sob a forma de situaes de perda de controlo

  • 7Regular

    Um regulador determina qual a aco correctora necessria, com base no resultado da comparao dos resultados da medio com o valor alvo

    A extenso (muito ou pouco) e a direco (positiva ou negativa) da aco correctora determinada pelo regulador

    O regulador deve ser escolhido com base nas caractersticas do processo e na preciso necessria

    Regular

    Na prtica, podem-se usar muitos reguladores diferentes, entre os quais: Aberto-fechado o mais simples dos reguladores, com apenas duas posies fixas

    Proporcional em que a magnitude da aco correctiva proporcional ao desvio do parmetro do processamento

    Sistema de optimizao sistema em que se comparam diversos parmetros com diversos valores alvo, para obter uma regulao optimizada

    Sistema de peritagem o regulador mais sofisticado, no qual se incorporam o conhecimento do sistema

    Sistema de peritagem

    Ex.: Na lavagem de garrafas reutilizveis, em PET, usa-se um sistema de reconhecimento de padres

    Faz-se uma anlise rpida do headspace das garrafas (leva apenas segundos), identificando e comparando os padres de compostos volteis com auxlio do sistema de peritagem

    As garrafas que no se encaixam nos padres estabelecidos para uma garrafa limpa, so retiradas do sistema

    Aco correctiva

    a manipulao que , na realidade, aplicada ao serem excedidas as tolerncias ao valor alvo situao de perda de controlo

    A aco correctiva pode ser instrumental (p. ex., um aumento da temperatura de processamento) ou manual (p. ex., remoo do produto no conforme)

    A preciso da aco correctiva essencial para que o crculo do controlo seja executado com sucesso

  • 8Diferentes tipos de crculos do controlo

    Formas diferentes, mas o princpio bsico o mesmo Crculo de feedback (retroalimentao)

    Crculo de feedforward (alimentao para a frente)

    Crculo de feedback

    A aco correctiva levada a cabo depois de ter ocorrido um problema no processo

    Crculo de feedforward

    reconhecida a existncia dum problema no processo ainda antes deste ocorrer

    O crculo de feedforward antecipa a situao problemtica com base nas medies feitas no decorrer de processos anteriores Ex.: analisa-se o tomate para saber, a partir do respectivo teor em acar, se necessrio modificar a receita existente para produzir ketchup que cumpra as especificaes

  • 9 Para o bom funcionamento do crculo do controlo, importante que os seus elementos bsicos estejam regulados de forma apropriada

    necessrio um profundo conhecimento do processo de modo a avaliar que parmetros de medio correspondentes a atributos da qualidade devem ser controlados

    Alm disso, o crculo do controlo deve consistir de todos os elementos bsicos estudados e deve ser testado in situ antes de ser usado

    Para alm da afinao, h outro aspecto importante do crculo do controlo: o seu tempo de funcionamento

    Tempo de funcionamento = tempo que leva entre a medio do desvio e a realizao da aco correctiva

    A estabilidade do processo deve ser tal que o durante o tempo de funcionamento no se verifiquem novos problemas o tempo de funcionamento tem que ser suficientemente curto

    1.2. Variveis tecnolgicas no controlo da produo agro-alimentar

    As variaes que ocorrem num processo podem ter origens diferentes, como os materiais, o ambiente, os mtodos de medio, a maquinaria, o equipamento, os instrumentos e o pessoal

  • 10

    Para o controlo da qualidade, importante compreender estas fontes de variao

    No que respeita ao controlo da qualidade da produo agro-alimentar, h algumas variveis tpicas

    Matrias-primas e outros materiais

    Fonte importante de variao Devido a vrios aspectos:

    Variaes naturais dos materiais de origem animal ou vegetal (representam 10%)

    Efeitos sazonais Reaces que ocorrem imediatamente aps a colheita Baixas concentraes de agentes de alto impacto (p. ex., patogenes ou substncias causadoras de aromas indesejveis) podem dificultar o controlo da qualidade

    Consequentemente, as tolerncias no devem ser demasiado estritas, a no ser que tal seja necessrio para garantir a segurana do produto

    Principais pontos de controlo no processo da produo agro-alimentar

    Ocorre em 3 pontos principais: recepo da matria-prima

    Durante o processamento

    Antes da distribuio do produto final

    Na recepo das matrias-primas:

    O controlo dos materiais que entram faz-se normalmente por inspeco do produto

    Nesta fase, decide-se a aceitao ou rejeio dos lotes de material

    Existem vrios mtodos: Procedimento de verificao pontual Inspeco a 100% Amostragem para aceitao

  • 11

    Durante o processamento:

    Medio dos atributos da qualidade em pontos crticos do processamento

    Aplicam-se os princpios do controlo estatstico, utilizando grficos de controlo para monitorizar o processo

    Antes da distribuio e armazenagem:

    Realizao de inspeces finais para verificar a qualidade real do produto processado ou armazenado

    Tcnicas semelhantes s da amostragem para aceitao

    Consideraes finais

    Tm-se verificado, nos ltimos anos, algumas alteraes nos processos de controlo da qualidade: Menor tendncia para fazer amostragem para aceitao e maior tendncia para fazer auditorias aos fornecedores e exigir a sua certificao

    O fornecedor agora responsabilizado pela qualidade das matrias-primas que entrega ao seu cliente

    Tambm se tem vindo a preterir a inspeco final do produto em detrimento dum controlo ao longo de todo o processo Filosofia do HACCP controlam-se pontos crticos do processo produtivo em vez de se realizarem apenas inspeces ao produto final

    2. Instrumentos tecnolgicos e mtodos usados no controlo da qualidade

    As particularidades da produo agro-alimentar requerem bons conhecimentos sobre tcnicas de amostragem

  • 12

    2. Instrumentos tecnolgicos e mtodos usados no controlo da qualidade

    Aspectos importantes a considerar: Onde e quando tomar as amostras como tirar uma mostra representativa dum produto que no homogneo e que se altera rapidamente aps a sua colheita ou processamento

    Que mtodo de anlise ou de medio deve ser aplicado destrutivo ou no destrutivo, que tempo demora, etc.

    Em que base deve assentar a rejeio de produtos ou lotes quais os critrios a empregar

    2. Instrumentos tecnolgicos e mtodos usados no controlo da qualidade

    Os mtodos estatsticos ajudam a tomar decises correctas quanto, por exemplo, aceitao ou rejeio de lotes de matria-prima ou produto importantes no controlo da qualidade

    Amostragem para aceitao

    Um dos pontos de controlo da qualidade situa-se na entrega de matrias-primas

    O objectivo desta actividade de controlo da qualidade decidir se um lote ir ser aceitado ou rejeitado esta deciso baseia-se no cumprimento ou incumprimento das especificaes pr-estabelecidas

    Amostragem para aceitao

    Podem utilizar-se vrios mtodos de inspeco: Verificao pontual

    Inspeco a 100%

    Amostragem para aceitao

  • 13

    Verificao pontual

    Selecciona-se uma determinada percentagem fixa de cada lote para ser inspeccionada, p. ex., 10% do lote ou uma em cada 10 unidades de produto

    Este mtodo desprovido de bases estatsticas No nos d qualquer informao sobre os riscos inerentes tomada duma deciso incorrecta

    Usa-se frequentemente para verificar quantidades (p. ex., a quantidade de materiais de embalagem entregues) e no como instrumento de deciso para a verificao da qualidade

    Inspeco a 100%

    , de facto, um mtodo de separao que permite, em teoria, a eliminao de todo o produto no conforme dum lote

    Utiliza-se frequentemente para a classificao pela forma e tamanho de produtos agrcolas

    Tambm se emprega para produtos com requisitos de segurana muito crticos ou com elevados custos associados s falhas

    Inspeco a 100%

    Limitaes: A preciso , tipicamente, apenas 85% porque a monotonia e a repetio levam fadiga dos inspectores

    S aplicvel para mtodos no destrutivos de anlise

    Muitas vezes, demasiado caro e at mesmo impraticvel

    Amostragem para aceitao

    Alternativa inspeco a 100% Muito usada para o controlo das matrias-primas entregues, mas tambm pode aplicar-se antes de submeter estes materiais a uma etapa dispendiosa do processamento

    Baseia-se em princpios estatsticos e permite avaliar o risco inerente s decises tomadas

  • 14

    Etapas da amostragem para aceitao:

    Os inspectores tomam uma amostra ao acaso, determinada estatisticamente (n) dum lote (N) amostragem

    Determina-se o nmero (ou quantidade, ou nvel) de itens no conformes por inspeco visual, medies instrumentais ou anlises

    Seguidamente, comparam-se os resultados com os critrios de aceitao (c)

    Finalmente, determina-se se o lote aceitado ou rejeitado sentencia-se o lote

    Localizao e tipo de dados

    A amostragem para aceitao pode ser utilizada em vrios pontos do processo produtivo: Controlo da recepo de materiais

    Mudana da responsabilidade pelo produto (ao longo da cadeia de distribuio, p. ex.)

    Antes de submet-lo a processos de elevado valor acrescentado

    Localizao e tipo de dados

    Critrios: Atributos de qualidade o produto inspeccionado em termos de passa (conforme) ou no passa (no conforme)

    Dados variveis o valor medido do parmetro inspeccionado registado e utilizado como base para a avaliao do produto

    Design da amostragem e curva de caractersticas operacionais

    O design do plano de amostragem outro dos aspectos importantes da amostragem para aceitao

    Duas questes-chave: Quantas unidades devem ser amostradas (n)

    Quantas unidades defeituosas sero permitidas na amostra (c)

  • 15

    Nveis de qualidade

    Dois tipos comuns: Nvel de Qualidade Aceitvel (NQA) o nvel mximo de defeitos que um lote pode ter para ainda ser considerado aceitvel pelo consumidor; pode ser estabelecido pelo governo, mas na prtica, baseia-se num acordo entre produtor e fornecedor de matrias-primas

    Controlo estatstico de processos

    uma abordagem destinada a monitorizar o processo operacional, de modo a identificar as variaes especficas

    As variaes especficas constituem out-layers, que excedem as variaes comuns

    Controlo estatstico de processos: procedimento

    Os objectivos do controlo estatstico de processos (CEP) so: Monitorizar o processo Distinguir as variaes comuns das variaes especficasVariaes comuns so devidas s variaes naturais inerentes aos processos

    Variaes especficas representam variabilidade anormal nos processos (p. ex. devida a diferenas sazonais especialmente elevadas nas matrias-primas)

  • 16

    Etapas da aplicao do CEP:

    Compreender e definir o processo

    Analisar o processo

    Avaliar a capacidade do processo

    Implementao do CEP

    Controlar o processo

    Lidar com situaes de perda de controlo

    Compreender e definir o processo

    Descrio do processo (p. ex., atravs de fluxogramas)

    Identificar os parmetros do processamento que so relevantes (crticos) e as medidas de controlo disponveis Tcnicas que podem ser usadas

    FMEA para os processos

    HACCP para a segurana

    Anlise de Pareto mtodo para identificar os processos que so mais importantes do ponto de vista das falhas na qualidade

    Anlise do processo

    Necessria para saber qual o grau de variao inerente (normal) do processo

    Comea-se por determinar o tipo de dados (atributos ou variveis)

    Recolhem-se os dados e calcula-se o seu centro (mdia, p. ex.) e uma medida de disperso (desvio padro, p. ex.)

    Para se fazer CEP, os dados devem ter uma distribuio normal preciso estabelecer a distribuio dos dados h vrios mtodos para isso (grficos de probabilidade, testes do qui-quadrado, etc.)

  • 17

    Avaliao da capacidade do processo

    Necessria para determinar a relao entre a variao natural do processo e as tolerncias especificadas

    O processo de fabrico deve ser capaz de originar produtos que estejam dentro dos limites estabelecidos (p. ex., limites legais ou normas)

    A capacidade do processo pode ser representada por um ndice o ndice do Potencial do Processo (ou Capacidade do Processo) - Cp

    Cp

    o quociente entre a variao tolerada (variao tolerada = limite superior especificado limite inferior especificado) e a variao real do processo que, assumindo uma distribuio normal, igual a 6

    Cp

    Cp= (LSE-LIE)/ 6 Cp=1 significa que o processo capaz, porque a variao real do processo igual s tolerncias especificadas

    Cp>1 significa que o processo muito capaz

    Cp

  • 18

    Capacidade dos processos

    A capacidade dos processos pode ser melhorada quer reduzindo a variabilidade real dos processos (6), quer aumentando as tolerncias especificadas (LSE LIE)

    Contudo, o ndice Cp contempla apenas a variao, mas no o grau em que esta se encontra centrada dentro do intervalo das especificaes

    O ndice de Desempenho dos Processos, Cpk, serve para este fim

    Cpk

    Indica o desvio das mdias do processo em comparao com o valor alvo

    dado por Cpk = (mdia tolerncia mais prxima)/metade do intervalo de eficincia, ou seja:

    Cpk

    Quando o processo est correctamente centrado, Cp =Cpk

    Na prtica, Cpk< Cp, porque a maioria dos processos no opera no centro do intervalo das especificaes

  • 19

    A capacidade dos processos pode ser usada para seleccionar matrias-primas, seleccionar um novo processo e/ou fazer o design das tolerncias para um dado produto

    Nas indstrias produtoras de bens de capital, um conceito muito usado

    Na indstria agro-alimentar, ainda pouco empregue, porque: O CEP ainda no muito usado nas indstrias agro-alimentares

    As variaes naturais muito grandes a que esto sujeitas as matrias-primas e ingredientes podem complicar a avaliao da capacidade de processos

    Implementao do CEP

    Inclui formao adequada do pessoal envolvido O pessoal deve conhecer a filosofia subjacente compreenso da variao dos processos e sua melhoria

    Emprego de software apropriado

    Controlo de processos

    Monitorizao continuada e controlo dos parmetros crticos do processamento por meio de grficos de processamento

    Os grficos so um bom instrumento porque permitem a visualizao e compreenso do processo e facilitam a tomada de decises relativamente a aces correctivas

  • 20

    A interpretao destes grficos um dos pontos fundamentais do CEP

    Todos os grficos de processamento tm uma linha central e limites superiores e inferiores de controlo. Os valores dos limites de controlo determinam o intervalo dentro do qual as variaes so inerentes ao processo (causas normais)

    Se um valor excede um dos limites de controlo, isto provavelmente resulta duma perturbao motivada por uma causa especfica trata-se duma situao de perda do controlo

    Lidar com situaes de perda de controlo

    O procedimento para lidar com situaes de perda de controlo deve estar pr-estabelecido Que aces correctivas devem ser levadas a cabo?

    Que investigaes devem ser desencadeadas?

    O uso dos grficos de controlo

    Os grficos de controlo de processos so um instrumento para a monitorizao do desempenho dos processos produtivos

    A escolha do tipo de grficos a usar depende do tipo de dados (atributos ou variveis) que resultam das aces de medio e/ou anlise previstas e do tipo de informao que se pretende obter: Alguns grficos (p. ex., grficos de Shewhart) s permitem a deteco de situaes de perda de controlo, enquanto que outros podem tambm ser usados para detectar pequenas alteraes estruturais dos dados (ex.: grficos cumulativos)

    Grficos para variveis

    Shewhart

    cumulativos

  • 21

    Grfico de Shewhart Shewhart

    Objectivo: determinar se um processo precisa de ser alvo duma anlise formal para resolver eventuais problemas relacionados com a qualidade

    A varivel de controlo representada em funo do tempo (t) ou do nmero sequencial de amostragem (n)

    No grfico de Shewhart, esto presentes vrias linhas: A linha central (CL) localizada no valor alvo; pode ser a mdia ou mediana estimada da amostragem ou a variao estimada do processo

    O limite inferior de aviso e o limite superior de aviso muitas vezes representam CL 2

    O limite inferior de controlo (LIC) e o Limite Superior de Controlo (LSC), que se calculam frequentemente comoCL 3

    Geralmente, levam-se a cabo aces correctivas se um ou mais pontos excederem o respectivo limite superior ou inferior

    s vezes, o grfico de Shewhart pode apresentar limites s num lado (s superiores ou s inferiores)

    Grficos cumulativos

    Objectivo: servem para identificar alteraes pequenas mas continuadas num processo

    Contrariamente ao que sucede nos grficos de Shewhart, a deciso de tomar aces correctivas no se baseia apenas na ltima amostragem, mas inclui todos os dados da amostragem

    Incorpora os dados prvios porque representa as somas cumulativas dos desvios dos valores da amostra em relao a valor alvo

  • 22

    Grficos cumulativos Grficos para atributos

    Grficos np

    Grficos np

    Para atributos

    Objectivo: monitorizar o nmero de produtos defeituosos num lote

    Tambm tem uma linha central, um limite superior e um limite inferior de controlo

    S se pode usar se o nmero de amostragem for constante

    Grficos np

  • 23

    Os 7 instrumentos bsicos da Qualidade

    So um conjunto de instrumentos grficos que ajudam a procurar e resolver problemas relacionados com a qualidade

    Indispensveis no Controlo da Qualidade e na Melhoria da Qualidade

    Pressupem o recurso a tcnicas muito bsicas de anlise estatstica

    Os 7 instrumentos bsicos da qualidade

    Diagramas de causa-efeito (diagramas de Ishikawa ou diagramas de espinha de peixe)

    Folhas de verificao

    Grficos de controlo

    Histogramas

    Grficos de Pareto

    Diagramas de disperso

    Fluxogramas

    Quadros de verificao

    Instrumento muito simples Usado para a identificao de problemas Fornece um formato para o registo e

    organizao de dados de forma a facilitar a sua recolha e anlise

    Os quadros devem ser concebidos tendo em vista o tipo de informao que os utilizadores pretendem obter ao recolher os dados

    Quadros de verificao

    Tambm podem assumir a forma de grficos

    Ajudam a detectar padres

  • 24

    Grfico de controlo da Pizza

    Perfeita (take away

    8 9 10 11 12 1 2 3 4 8 9 10 11 12 1 2 3 4 8 9 10 11 12 1 2 3 4

    PM- AM PM- AM PM- AM5: feira

    semana 1

    5. Feira

    semana 2

    Quinta-feira

    semana 3

    fatias/hora

    tempo

    Que tendncias

    conseguiram identificar?

    Na 5. feira da segunda semana, houve muito mau tempo

    O pico de vendas noite, entre a 1 e as 3 da manh

    Como usar esta informao para melhorar a qualidade?

    Dar mais ateno ao perodo entre a 1 e as 3 da manh: Ter maiores quantidades de ingredientes a

    esta hora

    Reforar o pessoal nessa altura

    Fluxogramas

    Representao visual dum processo

    Enquanto instrumentos para a resoluo de problemas, ajudam a identificar possveis etapas do processo onde ocorrem problemas

  • 25

    Fluxogramas

    Smbolos usados

    Processo Deciso

    Fluxo do processo

    Pizza Perfeita

    (Fluxograma)

    Guichet

    (incio)

    Receber consumidor

    (encomenda)

    Dinheiro?

    no

    sim

    Buscar pizza

    H 2 pizzas

    prontas?

    sim

    Entregar pizza ao consumidor

    no

    Colocar mais pizzas

    no forno

    hora de fechar?

    sim

    Fechar a loja

    no

    Como usar o fluxograma para a

    melhoria da qualidade?

    Se soubermos qual o nmero de fatias de pizza que cada cliente costuma encomendar com maior frequncia (h outro instrumento da qualidade para ver isso histograma) podemos adicionar mais um passo entre a hora de fechar e receber encomenda

    Se j levarmos este nmero de fatias quando vamos atender os consumidores, podemos tornar o servio mais rpido durante a hora de ponta

    Outras formas de melhorar este fluxograma? Notar que antes de cada etapa (rectngulo) h uma

    deciso (losango)

    Querem praticar?

    Construam fluxogramas para:

    Tomar duche

    Fazer a barba

    Conduzir um carro

    Preparar arroz doce

    Lavar roupa mquina

  • 26

    Diagramas de disperso

    Podem ser teis para decidir se h uma correlao entre os valores de duas variveis, permitindo usar uma das variveis para fazer previses sobre a outra varivel ou atributo

    Pizza Perfeita, uma empresa

    (quase) ideal de take-away

    Tempo de cozedura (min) N. de pizzas defeituosas

    10 1

    45 8

    30 5

    75 20

    60 14

    20 4

    25 6

    Diagramas de disperso

    Visualizar relaes

    mais facilmente

    Tempo de cozedura (min)

    medida que aumenta o tempo de cozedura, a qualidade das pizzas diminui

    Neste processo, h obviamente um problema com o nmero de pizzas defeituosas produzidas: Cozinheiros descuidados por terem que trabalhar com

    demasiada rapidez nas horas de ponta? Moral fraco trabalhadores ficam apticos?

    H outro instrumento para nos ajudar a descobrir a causa os diagramas de causa efeito

    Seja qual for a causa, necessrio proceder a melhorias no processo de cozedura

    Que informao se pode

    tirar daqui?

  • 27

    Histogramas

    Podem ser teis para conhecer a distribuio dos valores observados

    Pode-se ver se a distribuio simtrica, qual o intervalo dos valores obtidos e se h valores anormais

    Histogramas

    Grficos de barras

    teis para identificar tendncias e relaes que possam conduzir a melhorias da qualidade

    Construo dum histograma

    A partir dum conjunto de dados, calcular

    soma

    mdia

    mximo

    mnimo

    intervalo (mx-mn)

    Frequncias de cada classe

    Construo dum histograma

    Usar o intervalo para estimar o princpio e o fim do grfico

    Calcular a largura de cada coluna dividindo o intervalo pelo nmero de colunas

  • 28

    Exemplo Pizza Perfeita

    Dados relativos s encomendas da ltima quinta-feira

    Representam o nmero de fatias de pizza que cada consumidor encomendou

    (o 1. consumidor no encomendou nenhuma)0 2 1 2 2 4 1 3 1 2 1 2 2 4 3 4 1 4 3 2 2 3 2 1 2 2 1 2 2 1 4 2 2 1 2 1 2 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 2 2 1 2 1 2 1 1 2 2 2 3 1 4 2 2 3 2 2 2 1 2 3 2 2 4 2 2 4 4 1 2 2 2 3 2 2 1 2 2 4 2 1 2 4 2 1 7 2 1 2 2 3 1 2 1 1 2 1 2 2 2 1 2 2 1 2 1 2 2 2 4 2 4

    Clculos:

    Mdia = 2.032258

    Mximo = 7

    Mnimo = 0

    Intervalo = 7

    Histograma das encomendas

    na Pizza Perfeita

    N. de fatias encomendadas

    Histograma das encomendas na

    Pizza PerfeitaEm que que isto ajuda a melhorar a qualidade? Na maior parte das vezes, as pessoas

    encomendam 2 fatias de pizza Precismos desta informao para fazer a melhoria

    do fluxograma Se os empregados j levarem consigo 2 fatias de

    pizza quando se dirigem ao guichet, a fila de espera vai mover-se muito mais rapidamente

    Previso dos stocks necessrios para o prximo dia

  • 29

    Anlise de Pareto

    uma tcnica para focar a ateno do utilizador sobre as reas problemticas de maior importncia

    Baseia-se no conceito: So geralmente poucos os factores responsveis

    pela maior fatia dos problemas totais O que se faz classificar os problemas de

    acordo com o seu grau de importncia Regra dos 80 20: 80% dos problemas

    provm de apenas 20% dos itens Grficos parecidos com os histogramas

    Outra vez a Pizza Perfeita

    N. de fatias Frequncia de encomenda %

    0 1 0.3

    1 33 13.09

    2 65 25.79

    3 8 3.17

    4 12 4.76

    5 0 0

    6 0 0

    7 1 0.3

    No grfico de Pareto, a frequncia que dita a ordem das colunas

    Outra vez a Pizza Perfeita Aps feita a anlise de Pareto, obtm-se o seguinte grfico

    2 1 4 3 7 5 6

    Nmero de fatias/encomenda

    Grficos de controlo

    Mostram os dados ao longo do tempo, bem como as variaes calculadas destes dados

    Permitem visualizar quando ocorre uma situao de perda de controlo

  • 30

    Control ChartsLimite superior

    Limite inferior

    Desvio

    inaceitvel

    X

    Analisar e corrigir

    Grficos de contolo

    Dimetro mdio = 44 cm

    Limite superior = 46 cm

    Limite inferior = 42 cm

    Ainda a Pizza Perfeita

    Limite superior

    46 cm

    Limite inferior44 cm

    Pizza demasiado

    pequena

    X44 cm =

    Ainda a Pizza Perfeita

    Maioria das pizzas aceitveis

    Uma nica pizza pequena demais

    Saber porqu e remediar

  • 31

    Diagramas de causa - efeito

    Oferecem uma abordagem estruturada pesquisa das possveis causas para um dado problema

    Ajudam a organizar os esforos de resoluo de problemas porque permitem identificar as categorias de factores que podem estar a caus-los

    muitas vezes empregue aps as sesses de brainstorming, para organizar as ideias que surgiram

    Diagramas causa-efeito

    No envolvem estatstica Mapeamento dum processo ou problema Facilitam a sua melhoria Aspecto tipo espinha de peixe

    Construo dum diagrama

    de causa efeito

    Etapa 1 - Identificar o problema

    Etapa 2 - Desenhar coluna e espinhas

    Examplo: Desaparece muito material numa drogaria

    Quebras

    Construo dum diagrama

    de causa efeito

    Etapa 3 - Identificar diferentes possveis origens do problema

    Ex. : Desaparece muito material duma drogaria

    Quebras

    empregados

    roubos por consumidores

  • 32

    Construo dum diagrama

    de causa efeito

    Etapa 4 - identificar as suas causas especficas Geralmente, basta identificar um mximo de 5 causas por

    cada classe de origem

    Ex. : Quebras de inventrio numa drogaria

    Falhas na vigilncia

    Quebras

    Roubos por consumidores

    Mau design das etiquetas anti-rouboDeixar produto na rua

    Construo dum diagrama

    de causa efeito

    Ex. : Quebras de inventrio numa drograria

    Quebras

    Roubos consumidores

    Mau design das etiquetas anti-rouboDeixar mercadoria na rua

    Falta de vigilncia

    empregadosatitude

    Novos empregados

    formao

    benefcios prticas

    Construo dum diagrama

    de causa efeito

    Etapa 5 Com base no diagrama, achar solues para os problemas encontrados

    Anlises e monitorizaopara o controlo da qualidade

    Aplicam-se para avaliar ou quantificar atributos relevantes da qualidade ou para o controlo de processos

    Aplicam-se a diferentes tipos de amostras: De matrias-primas para verificar se esto em conformidade com as

    especificaes Para aquisio amostras de matrias-primas entregues por um novo

    fornecedor para que se possa testar a sua utilizao no processo Para o controlo de processos devem ser submetidas a anlises ou

    medies rpidas, para permitir que se ajuste o processo de modo a obter produtos de qualidade uniforme

    De produto acabado para verificar se o produto cumpre os requisitos legais, se est de acordo com as especificaes, se aceitvel para o seus consumidores e/ou se tem a vida de prateleira desejada

    Para avaliao de queixas submetidas pelos clientes ou consumidores, para serem analisadas de modo a verificar-se se houve ou no falhas dos processos produtivos

    Da competio amostras de produto dum competidor que so analisadas para obter informao para o desenvolvimento de produtos

  • 33

    Anlises e monitorizaopara o controlo da qualidade

    As amostras de alimentos podem se objecto de medies directas (temperatura, pH, verificao da cor, etc.)

    Tambm podem ser objecto de medies indirectas necessrio que haja um processo de anlise antes de se poder fazer a medio Etapas do processo de anlise:

    Amostragem Preparao da amostra Medio ou anlise

    Cada um destes processos pode ser uma fonte de variabilidade dos resultados

    Amostragem

    o processo que, muitas vezes, mais contribui para o erro total (a medio ou anlise geralmente o que menos contribui)

    Idealmente, a amostra deveria: Ser idntica ao lote donde tirada

    Reflectir as mesmas propriedades intrnsecas que o seu lote de origem (p. ex.: textura, concentrao de toxinas, gosto, etc., idnticos aos do lote de origem

    Causas de variao na amostragem de produtos agro-alimentares

    Forma irregular Os produtos com partculas redondas entram com mais facilidade nos recipientes de amostragem do que as partculas angulosas do mesmo tamanho

    Alteraes da composio da amostra durante ou depois da amostragem Ex.: perdas de humidade, evaporao de compostos volteis, aumento da taxa de reaces enzimticas devido a danos mecnicos

    Produtos agro-alimentares no so homogneos (quer entre produtos do mesmo lote, quer dentro dum mesmo produto) Constituintes localizados em zonas especficas do produto ou com distribuio irregular neste

    Escolha dum plano de amostragem

    Objectivo da amostragem para aceitao ou para o controlo de processos

    Natureza do material a testar homogeneidade, histria do produto, custos da matria-prima

    Carcter do teste/procedimento laboratorial destrutivo ou no, grau de importncia do teste

    Natureza do lote ou populao tamanho, nmero de unidades, tratamento dos sub-lotes

    Nvel de garantia da qualidade pretendido custo informao obtida

    Tipo de parmetro em relao ao qual se faz a amostragem atributo ou varivel

  • 34

    Preparao da amostra

    Etapa crtica no caso dos produtos agro-alimentares

    Etapas: Minimizar as reaces indesejveis (oxidaes, reaces enzimticas )

    Preparar a amostra de modo a que fique homognea

    Evitar a degradao microbiolgica da amostra

    Extrair os compostos relevantes

    Mtodos de preparao das amostras

    Moer, por mtodos mecnicos, materiais secos ou hmidos obteno de amostras homogneas

    Aplicar tratamentos enzimticos para desintegrar determinados tipos de materiais

    Inactivar enzimas por aplicao de calor ou de compostos inorgnicos que causem a sua inactivao irreversvel

    Controlar a deteriorao microbiolgica e oxidativa por armazenagem a baixas temperaturas, em atmosfera com azoto e/ou por adio de conservantes

    Anlise

    A sua fiabilidade depende de vrios aspectos: Especificidade

    Capacidade para medir o que realmente deve ser medido

    afectada pela presena de substncias que interferem com a anlise, isto , que reagem de forma semelhante ao composto que se pretende medir

    Exactido Grau em que a mdia estimada pelo processo de anlise se aproxima da verdadeira mdia do parmetro medido

    Os desvios podem dever-se inexactido inerente ao mtodo, a efeitos de compostos exgenos (contaminao da amostra) ou a alteraes do composto durante a anlise

    Anlise

    A sua fiabilidade depende de vrios aspectos: Preciso

    Grau em que a determinao duma substncia conduz a uma medio real

    No devem fazer-se anlises com preciso maior do que a necessria

    Repetibilidade preciso dentro dum mesmo laboratrio Reprodutibilidade - preciso entre laboratrios

    Sensibilidade Razo entre a magnitude da resposta instrumental e a quantidade da substncia presente

  • 35

    Principais tipos de medies aplicadas ao controlo da qualidade

    Anlise sensorial

    Anlises fsicas

    Anlises microbiolgicas

    Determinao da composio

    Anlises enzimticas

    Anlise sensorial

    As propriedades sensoriais so factores que influenciam bastante a seleco e a aceitabilidade dos produtos alimentares

    A anlise sensorial pode ser aplicada: na inspeco final do produto

    durante o desenvolvimento de produtos para determinar os efeitos de alteraes do processamento

    para caracterizar e comparar os produtos da empresa com os da competio

    Dois principais tipos de anlises sensoriais

    Testes de preferncia (ou aceitao) pelo consumidor Painis de consumidores idealmente, devem conter uma verdadeira amostra de toda a populao do mercado a que o produto se destina

    Os membros do painel avaliam o produto indicando as suas preferncias

    Os painis de consumidores devem ser constitudos por nmeros elevados de pessoas para darem resultados fiveis e com significado

  • 36

    Dois principais tipos de anlises sensoriais

    Mtodos de diferena empregam grupos de avaliadores treinados

    Os avaliadores so seleccionados com base na sua capacidade para distinguir os 4 gostos bsicos (doce, amargo, cido e salgado), na sua repetibilidade (capacidade para repetir os seus prprios resultados para qualquer limiar de deteco)e na sua sensibilidade (capacidade de detectar os flavores relevantes, mesmo quando o limiar de deteco baixo)

    Tipos de testes resumidos na figura Na prtica, recorre-se a peritos num produto para

    controlar a qualidade do mesmo Pessoas treinadas para descrever as caractersticas sensoriais dum dado produto atravs duma linguagem complexa

    Por vezes, recorre-se a painis empresariais para o controlo da qualidade durante e depois da produo Pessoas treinadas para reconhecer notas desagradveis do flavor dizem se o produto est ou no de acordo com as especificaes

    Os testes sensoriais so muitas vezes completados com anlise instrumental para identificar os parmetros fsico-qumicos implicados, para definir as diferenas sensoriais observadas e/ou para estabelecer correlaes entre medies sensoriais e instrumentais

  • 37

    Anlises fsicas

    Englobam anlises da cor e das propriedades reolgicas (viscosidade, elasticidade, textura)

    Reologia

    Estuda a relao entre a tenso (de compresso, de extenso ou de cisalhamento) e fora, medida como a deformao em funo do tempo

    As propriedades reolgicas dos produtos agro-alimentres podem ser analisadas de acordo com uma abordagem analtica ou integral.

    Abordagens anlise reolgica

    Analtica Relacionam-se as propriedades do material com parmetros reolgicos bsicos (curvas de tempo-deformao)

    Integral Determinam-se relaes empricas entre tenso, fora e tempo

    Os testes empricos so baseados em relaes experimentais entre propriedades mais ou menos definidas e a qualidade da textura

    Nos testes imitativos, medem-se vrias propriedades em condies semelhantes s que se vo verificar na prtica (durante o processamento, manipulao ou consumo)

    Exemplos de medies reolgicas

    Medir a dureza dos gros de trigo para estimar as suas caractersticas durante a moagem

    Medio da viscosidade da massa para obter informao relativamente s alteraes do processo de panificao

    Medir a tenrura da carne para avaliar a sua aceitao pelo consumidor

    Avaliar a textura de frutos e vegetais para determinar o seu grau de maturao

  • 38

    Cor

    Propriedade da aparncia relacionada com a distribuio do espectro luminoso emitido

    O brilho, transparncia, turvao so as propriedades dum material que contribuem para o modo como este reflecte e transmite a luz

    Cor

    As anlises de cor podem aplicar-se para: Controlar a quantidade de corantes sintticos adicionados

    Determinar o grau de maturao de frutos e vegetais

    Estudar as alteraes da cor verificadas durante o processamento e/ou armazenagem

    Anlises microbiolgicas

    A maioria dos mtodos para a deteco e caracterizao dos microrganismos baseia-se na sua actividade metablica em determinados substratos, na medio da sua resposta em termos de crescimento, na anlise dalgumas partes da clula ou em combinaes destes

  • 39

    Mtodos de anlise microbiolgica

    Fsicos Baseados na condutividade, alteraes da entalpia, etc.

    Qumicos Determinao de produtos metablicos, endotoxinas ou enzimas bacterianas

    Com base nos cidos nucleicos Caracterizao e anlise dos cidos nucleicos para a identificao dos microrganismos

    Imunolgicos Para a deteco e quantificao de microrganismos e dos seus produtos

    Anlise da composio

    Para determinar a composio dum produto ou para determinar alguns dos seus constituintes

  • 40

    Anlises enzimticas

    As enzimas podem afectar; Textura Flavor Cor

    H enzimas que so adicionadas aos produtos como coadjuvantes dos processos: Acelerao de fermentaes Melhoria do flavor de queijos Melhoria da tenrura das carnes Descolorao de pigmentos naturais

    Principais aplicaes das anlises enzimticas ao controlo da qualidade

    Determinao do status da qualidade e/ou do historial do produto Ex.: a presena no leite de desidrogenase bacteriana um indicador de falta de higiene, enquanto que elevada actividade da catalase pode sugerir que o leite proveio de vacas mamticas

    Ex.: os gros que no so armazenados nas devidas condies (temperatura e humidade elevadas) tm maior actividade das lipases

    Principais aplicaes das anlises enzimticas ao controlo da qualidade

    Monitorizao ou determinao da eficincia dos tratamentos trmicos Actividade da peroxidase em frutos e vegetais para determinar a eficincia dos branqueamentos

    Actividade da fosfatase para determinar a eficincia da pasteurizao

    Mtodos para a determinao da actividade enzimtica

    Medio de alteraes reolgicas no substrato Ex.: actividade da amilase monitorizada atravs da viscosidade das solues de amido

    Anlise dos produtos da reaco enzimtica Ex.: medio dos aminocidos livres, libertados por aco das peptidases

    Monitorizao de efeitos especficos da actividade enzimtica Ex.: Coagulao do leite por aco de enzimas proteolticos, para determinar a sua aptido para queijaria

  • 41