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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FORMAÇÃO ACADÊMICA E MERCADO DE
TRABALHO DO PROFISSIONAL ESTETICISTA.
NANCI PEREIRA DE BRITO
ORIENTADORA
Mª. DINA LÚCIA CHAVES ROCHA
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FORMAÇÃO ACADÊMICA E MERCADO DE
TRABALHO DO PROFISSIONAL ESTETICISTA.
Rio de Janeiro
2010
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Nanci Pereira de Brito.
3
AGRADECIMENTOS
Ao meu esposo Ary que sempre me respeitou e incentivou
meu crescimento pessoal, aos meus irmãos que sempre me apoiaram
nos melhores e piores momentos da minha vida, aos meus filhos Vitor
e Caio e ao meu neto João Vitor pela paciência e compreensão com
as minhas ausências... A minha orientadora Mª. Dina Lúcia pelo
carinho e atenção com que me trouxe até aqui e a todos os que direta
ou indiretamente foram responsáveis pela realização deste trabalho.
Por isso, agradeço muito a Deus por tê-los comigo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico a minha mãe (In memoriun) pelo entusiasmo e
coragem com que me ensinou a lutar pelos meus objetivos. E ao meu
pai, que mesmo ausente, me ensinou a seguir em frente e começar de
novo sempre que for preciso.
5
RESUMO
Os Esteticistas formados pelo ensino superior tecnológico não encontram plena
aceitação do mercado, que prefere contratar outros profissionais da área da
saúde para os procedimentos estéticos alegando que estão mais preparados
pela graduação tradicional. Sendo assim é importante analisar sua formação
acadêmica e as necessidades reais do mercado de trabalho. O curso superior
em apenas dois anos e meio submete os esteticistas à praticidade,
fragmentando a fundamentação cientifica que fornece consistência a
tecnologia, enfraquecendo o ensino para a educação profissional na área da
saúde e ainda, submete os tecnólogos em estética a uma competitividade
desigual aos profissionais dos cursos de graduação regular que vêm atuando
na área de estética, tais como médicos e fisioterapeutas, conservando,
consequentemente, a divisão social no mundo do trabalho. Sendo assim,
conclui-se que o profissional em estética graduado pelo ensino tecnológico
alcançou um patamar aceitável em conhecimento teórico e científico e que o
tecnólogo em estética está apto a interagir com diversas especialidades em
relação de troca de conhecimento. Sua esfera de atuação é determinada por
vários profissionais da área da saúde, mas sua autonomia é mais abrangente
quando se trata do embelezamento e bem estar do cliente. Faz-se necessário
compreender que esses profissionais eram formados apenas pelo ensino
técnico ou por cursos livres e que a procura pelo ensino tecnológico constitui
um avanço que deve ser respeitado e valorizado por todos os profissionais da
área.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi pesquisa através de material bibliográfico, internet,
revistas e apostilas relacionadas ao conteúdo específico do trabalho.
Todo o conteúdo foi usado como objeto de estudo e teve como finalidade
enriquecer a produção do trabalho monográfico.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO 1
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: DIFERENÇA ENTRE CURSO TÉCNICO E TECNÓLOGICO. 10
CAPÍTULO 2
MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL ESTETICISTA. 20
CAPÍTULO 3
A ESTÉTICA DOCENTE. 28
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 38
ANEXOS 41
ÍNDICE 49
8
INTRODUÇÃO
A profissão de esteticista vem se desenvolvendo no país há mais de
50 anos, desse modo esse estudo se propõe a analisar o mercado de trabalho
e a formação acadêmica do profissional em estética; visto que esse profissional
vem se destacando sobremaneira num mercado de trabalho cada vez mais
exigente e competitivo que procura nesse segmento, profissionais capacitados
técnica e cientificamente e que além da competência e conhecimento seja
consciente de sua importância na sociedade em uma época onde a aparência
tornou-se fator de competitividade em todos os aspectos da vida. Instituições
de ensino, entidades relacionadas à classe e os próprios esteticistas atuantes
no mercado, buscam estabelecer critérios e padrões para o exercício pleno
desta profissão cada vez mais valorizada e que requer constante
aprimoramento técnico e científico, a fim de acompanhar o ininterrupto
crescimento da indústria cosmética mundial.
Os Esteticistas formados pela graduação tecnológica não encontram
plena aceitação do mercado, que prefere contratar outros profissionais da área
da saúde para os procedimentos estéticos alegando que estão mais
preparados pela graduação tradicional. Sendo assim é importante analisarmos
sua formação acadêmica e as necessidades reais do mercado de trabalho. O
curso superior em apenas dois anos e meio submete os esteticistas à
praticidade, fragmentando a fundamentação cientifica que fornece consistência
a tecnologia, enfraquecendo o ensino para a educação profissional na área da
saúde e ainda, submete os tecnólogos em estética a uma competitividade
desigual aos profissionais dos cursos de graduação regular que vêm atuando
na área de estética, tais como médicos e fisioterapeutas, conservando,
consequentemente, a divisão social no mundo do trabalho.
9
A fonte de todo conhecimento é a sensação. Não há
evidência mais forte do que aquilo que se sente e se
percebe (...). Não há argumento que faça alguém não ter
visto o que viu ou não ter sentido o que sentiu”. (Epicuro,
3 a.C.).
10
CAPITULO 1
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: DIFERENÇA ENTRE
CURSO TÉCNICO E TECNÓLOGICO
Essa questão tem sido motivo de discussões no que se refere às
diferenças entre cursos técnicos e tecnológicos. A educação profissional
destina-se a capacitar para o exercício das atividades produtivas e são três os
níveis (ensino básico, ensino técnico e ensino superior tecnológico),
O ensino básico é uma modalidade de educação não formal, ligado
às necessidades do mundo do trabalho e são para o trabalhador independente
da escolaridade anterior conferindo certificado de qualificação profissional.
O ensino técnico (nível médio) confere habilitação profissional para
alunos oriundos do ensino médio ou matriculado neste, tendo organização
curricular e independe do ensino médio regular, podendo ser ofertado em
módulos que podem ser cursados em outras instituições e conferem
certificados específicos de qualificação. Os conjuntos de certificados, ligados a
certa habilitação correspondem a diploma de técnico de nível médio. O diploma
é expedido pelo estabelecimento de ensino que confere o ultimo certificado de
qualificação, desde que o interessado apresente o certificado de conclusão de
ensino médio regular.
Os cursos técnicos são programas de nível médio com o propósito
de capacitar o aluno proporcionando conhecimentos teóricos e práticos nas
diversas atividades do setor produtivo, e os cursos tecnológicos classificam-se
como de nível superior. (site: http: www. portal.mec.gov.br).
O ensino superior tecnológico é destinado aos egressos do
ensino médio e do ensino técnico.
Conforme o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia
(site: http://catalogo.mec.gov.br/anexos/catalogo_completo.pdf, p. 141), o curso
11superior de tecnologia é um curso de graduação, que abrange métodos e
teorias orientadas a investigações, avaliações e aperfeiçoamentos tecnológicos
com foco nas aplicações dos conhecimentos, processos, produtos e serviços.
Desenvolve competências profissionais, fundamentadas na ciência, na
tecnologia, na cultura e na ética, com vistas ao desempenho profissional
responsável, consciente, criativo e crítico. Como todo curso de nível superior, o
curso tecnológico é aberto a candidatos que tenham concluído o ensino médio,
ou equivalente, e que tenham sido classificados em processo seletivo. Os
graduados nos CST (Curso Superior de Tecnologia) são denominados
tecnólogos, conseqüentemente, profissionais de nível superior com formação
para a produção e a inovação científico-tecnológica, para a gestão de
processos de produção de bens e produção de serviços. (site:
http://catalogo.mec.gov.br/anexos/catalogo_completo.pdf).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96 –
LDB) determina que a “educação escolar deverá vincular-se ao mundo do
trabalho e a pratica social” (LDB, art. 1º, § 2º). E para isto reservou em seu
capitulo III, nos artigos 39 a 42 para organizar a educação profissional. Já no
seu artigo 39, a LDB garante a educação profissional, integrada as diferentes
formas de educação, ao trabalho, a ciência e a tecnologia. Exigindo
permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. Por fim, em
seu art.40 determina que a educação profissional seja desenvolvida em
articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação
continuada em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. Fica
claro que a presença marcante da relação educação e trabalho intensificam a
preocupação do legislador em estabelecer graus de formalização na estrutura
da educação brasileira, de forma que o conjunto dos serviços e atividades
educacionais possa contribuir permanentemente para o crescimento do
cidadão brasileiro. (site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm).
1.1 Diferença Entre Curso Técnico e Tecnológico em
Estética
12
O Técnico em Estética possui formação de nível médio obtido
através do curso de Qualificação Profissional em Estética Facial e Corporal –
Esteticista de nível médio, com carga horária de no mínimo 800 horas,
conforme Parecer nº. 16/1999, da CEB – Câmara de Educação Básica / MEC.
Já o Tecnólogo em Estética possui formação de nível superior obtida em
Faculdades ou Universidades, através do curso de Formação Tecnológica em
Estética, Cosmetologia, Beleza e Imagem Pessoal, com carga horária mínima
de 1.600 horas, para enquadramento em Imagem Pessoal, ou com carga
horária mínima de 2.400 horas para os cursos que estiverem enquadrados na
área de saúde conforme Parecer nº436 / 2001, da CES – Câmara de Educação
Superior / MEC. (site: www.tapajo.unipar.br).
Entende-se como profissional quem, baseado na sua formação especifica seus conhecimentos e experiência bem como ciente da regulamentação concernente, tem capacidade de julgar os trabalhos a ele confiados e possa reconhecer eventuais perigos e inconveniências... (VDE 0105). (01) A definição citada carece, no caso do esteticista brasileiro, de um dado fundamental; a regulamentação concernente à profissão não existe ate a data presente. A regulamentação futura dependerá da qualidade técnica e científica do esteticista de hoje. Cabe às escolas de Estética a responsabilidade sobre o tipo de regulamentação futura. Somente o ensino correto e eficiente, comprovado por exames rigorosos, pode qualificar o esteticista como profissional competente, preparado e consciente, que recusa aparelhos fantasiados e que tem capacidade para uma avaliação critica dos procedimentos propostos pela indústria cosmética. (WINTER, s/d, p. 26)
1.2 – Perfil Profissional do Tecnólogo em Estética
Segundo o Comitê Internacional de Estética e Cosmetologia
(CIDESCO), o tecnólogo em estética, tem como função atender e cuidar de
seus clientes, fundamentado em sólida formação técnica, com domínio total no
currículo da estética e a cosmetologia. “É seu papel prestar serviços de alta
13qualidade ao público, com os objetivos de melhorar e manter a aparência
externa e as funções naturais da pele, influenciando-os ao relaxamento e ao
bem-estar físico do corpo e da mente. Deve, ainda, estar qualificado para
exercer sua capacidade em âmbito internacional, mantendo conduta ética e
moral irrepreensível” (PIATTI, 2006 pg.52/55).
O esteticista moderno não é mais aquela moça humilde que, carregando a sacolinha de produtos, vai à casa da sua cliente, onde lá em cima do sofá que foi precariamente transformado em cama de tratamento, desenvolve a arte das suas mãos que massageiam beliscando, acariciando, ora estimulando, ora acalmando, não se esquecendo das compressas, das máscaras, dos cataplasmas e do vapor, este último subindo de uma panela coberta de toalhas, quase sufocando a dona da casa e as donzelas presentes. O esteticista de hoje trabalha num gabinete reluzente de laca e metal, ostentando uma higiene impecável e, sobretudo, um arsenal de aparelhos equipados de luzinhas piscantes e repletos de teclas e botões. O cliente, confortavelmente instalado numa cadeira reclinável e estofada de plástico, é tratado com a tecnologia do momento, utilizando-se a maior quantidade possível de eletrodos, placas, ventosas luzes e raios. Por que o prestigio do esteticista junto ao seu cliente depende agora do numero de aparelhos. (WINTER, s/d, p.23 e 24)
Aplica-se a conduta ética aos clientes, colegas de profissão, aos
parceiros, fornecedores e aos profissionais de outras áreas, trabalhando dessa
forma, interdisciplinarmente, contribuindo para o sucesso do tratamento
aplicado e consequentemente para o sucesso dos profissionais envolvidos.
Seu objetivo como tecnólogo em estética é a obtenção de
conhecimentos científicos, saberes técnicos na área, aperfeiçoamento das
habilidades práticas e domínio das ciências e técnicas específicas na
administração de serviços de beleza e estética e cosmetologia. Inserido esse
profissional na transformação da realidade, objetivando sua qualificação da
auto-estima pessoal e coletiva enfocando a qualidade de vida na melhoria da
saúde, baseando-se na Promoção Humana em benefício da sociedade.
O tecnólogo em Estética é capacitado profissionalmente para
exercer atividades na área de beleza e estética, sendo sua formação baseada
14no conhecimento cosmetológico e no seu planejamento e implantação de
procedimentos estéticos, oriundos dos segmentos da atividade profissional. A
matriz curricular de sua formação propõe um trabalhador com pensamento
reflexivo e crítico, capaz de identificar os problemas e resolvê-los, capaz de
trabalhar multidisciplinarmente, ter espírito de liderança, integração de
conhecimento e habilidade de comunicação oral e escrita conforme suas
habilidades e competências.
A procura pela demanda na área da medicina estética, que cresce a
cada dia, ocorre, por outro lado, o crescimento de outras áreas no setor
estético e cosmético. Isto pode ser verificado pelo crescente número de salões
e clínicas de beleza e de estética e do desenvolvimento da indústria de
cosméticos mundial, que perde apenas para as indústrias farmacêuticas e
automobilísticas.
Sendo assim, instituições de ensino, preocupadas com a inovação
profissional e tecnológica, verificou a necessidade de criação do curso de
Tecnólogo em Estética. Manifestado como necessidade mercadológica para o
aperfeiçoamento das habilidades práticas e domínio de ciências e técnicas
específicas na gestão de serviços de beleza e estética, por tratar-se de um
campo profissional em expansão, porém com profissionais carentes de
formação técnico-científica.
Além de todo o embasamento científico adquirido em cursos de nível
superior, o tecnólogo em estética exerce a ética profissional: um conjunto de
normas de conduta que deve ser aplicada em todas as atividades, motivando o
profissional a respeitar seu semelhante, valorizar a dignidade humana e a
construir o bem-estar no contexto sócio-politico-cultural da comunidade onde
atua.
1.3 – A Ética Profissional do Tecnólogo em Estética
15Presente em todas as profissões a ética profissional abrange
questões morais, normativas e jurídicas, a partir de estatutos e códigos
específicos e define o perfil desse trabalhador em face da necessidade do
mercado. E serve de base para que se possa definir seu perfil e verificar,
consequentemente a sua necessidade mercadológica. Na revista Personalité
(2006 pg.52/55) encontra-se os artigos, relacionados abaixo, que compõem o
Código de Ética do Esteticista:
Art. 1º – Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual devem se conduzir os esteticistas, quando no exercício profissional. Art. 2º - O esteticista deve prestar assistência, sem restrições de ordem racial, religiosa, política ou social, promovendo procedimentos estéticos específicos que beneficiem a saúde, higiene e beleza do Homem. I – o esteticista presta serviços de estética facial, corporal e capilar, programando e coordenando todas as atividades correlatas; II – o esteticista deve avaliar periodicamente, sua competência, aceitando e assumindo procedimentos somente, quando capaz do desempenho seguro para o cliente; III – ao esteticista cabe a atualização e aperfeiçoamento contínuos, de seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, visando o benefício de seus clientes, bem como o progresso de sua profissão; IV – o esteticista - Tecnólogo é responsável por seus auxiliares esteticistas técnicos, seja sob sua direção, coordenação, supervisão ou orientação. Art. 3º – São deveres do esteticista: I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus pacientes, sem prejuízo da dignidade e independência profissional; II – guardar absoluto respeito pela saúde humana, exercendo a profissão em conformidade com os preceitos éticos deste código e com a legislação vigente; III – organizar seu ambiente de trabalho, tornando-o asséptico, conforme exigido pela Secretaria de Vigilância Sanitária; IV – abster-se de atos que impliquem na mercantilização da Tecnologia Estética e combatê-los quando praticado por outrem; V – fazer prévia anamnese estética do cliente, que se submeter ao seu procedimento; VI – indicar os diversos procedimentos estéticos, de acordo com os tipos e alterações da pele; VII – identificar alterações da pele; VIII - executar todas as técnicas existentes na tecnologia estética, para a recuperação da pele, desde que apropriadas e reconhecidas cientificamente; IX – ter domínio técnico na utilização de equipamentos eletro-estéticos aplicados na tecnologia estética;
16X - ter boa visão, agilidade, coordenação motora, atenção, percepção de detalhes e conjunto, paciência, iniciativa, responsabilidade, assiduidade e hábitos de higiene; XI - cumprir e fazer cumprir os preceitos contidos no Código de Ética dos esteticistas; Art. 4º – Das proibições aos esteticistas I – anunciar cura de enfermidades da pele, sobretudo as incuráveis; II – usar títulos que não possua ou anunciar especialidades para as quais não está habilitado; III – praticar atos de deslealdade com os colegas de profissão; IV – o esteticista cometerá grave infração ético-disciplinar se deixar de atender às solicitações ou intimações para instrução nos processos ético-disciplinares; V – é vedado ao esteticista aceitar emprego deixado por colega de profissão, que tenha sido dispensado injustamente, por motivos vãos, salvo anuência do órgão responsável pelo seu registro; VI – considera-se falta de ética da moral profissional, causar qualquer tipo de constrangimento a outro esteticista, visando, com isso, conseguir para si o seu emprego, cargo ou função; VII – abandonar o procedimento estético, deixando o cliente sem orientação específica, salvo por motivo relevante; VIII – prescrever medicamentos, injetar substâncias ou praticar atos cirúrgicos; IX – publicar trabalhos científicos sem a devida citação da bibliografia utilizada, ou mesmo, deixar de citar outras publicações, caso o autor julgue necessário, ressalvando-se o caso em que o autor deixar notoriamente claro, que tais obras não foram reproduzidas para a elaboração do trabalho. Da mesma forma, não é lícito utilizar, sem referência ao autor ou sem sua autorização expressa, dados, informações ou opiniões, colhidas em fontes não publicadas ou particulares; X – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para a classe; Art. 5º - Dos honorários Fundamentos: I – só poderão cobrar honorários, os profissionais legalmente habilitados para o exercício da profissão; Il – o esteticista deverá levar em conta, as possibilidades financeiras do cliente; III – o esteticista poderá recorrer à via judicial, para receber honorários não pagos pelo cliente; IV – os parâmetros observados para a cobrança de honorários devem ser as condições sócio-econômicas da região, a complexidade do procedimento, o material utilizado, o desgaste dos equipamentos eletro-estéticos, a escolha de cosméticos importados e a demanda de tempo no procedimento; V - o esteticista deverá respeitar o critério de cobrança de honorários, observando a sugestão da Associação Profissional que estiver afiliado, para a correta cobrança dos mesmos; Art. 6º - Generalidades:
17I – ao infrator deste Código de Ética serão aplicadas as penas disciplinares, estabelecidas pelo regimento interno do Órgão Fiscalizador, sendo avaliadas e votadas em Assembléia Geral. (site: http://www.revistapersonalite.com.php)
A pesquisadora ao utilizar o Código de Ética do Esteticista, define o
perfil ideal do profissional, Tecnólogo em Estética, e alerta para a necessidade
de um serviço de qualidade (com ética) no segmento de serviços de beleza.
1.4 - Competências do Tecnólogo em Estética
Tramita no Congresso Nacional o projeto de lei N°. 959/2003 de 24 de abril de 2003 de autoria do deputado Henrique Eduardo Alves que regulamenta a profissão de Técnico e Tecnólogo em Estética, que poderá ser acompanhada e lida no endereço:
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/131468.pdf
O tecnólogo em estética pode exercer as suas competências além, é claro, das competências do técnico em estética que tem formação de nível médio.
� Analise e anamnese.
� Higienizacão e limpeza de pele profunda;
� Tratamento de acne simples com técnicas cosméticas;
� Tratamento de manchas superficiais de pele;
� Procedimentos pré e pós-cirúrgicos como: drenagem linfática, aparelhos eletro-estético facial, massagens relaxantes e aplicação da cosmetologia apropriada;
� Auxílio ao médico dermatologista e cirurgião plástico, nos tratamentos pós-procedimentos dermatológicos, bem com pré e pós-operatórios em cirurgia plástica;
� Auxílio aos setores de dermatologia em ambulatórios hospitalares dos centros de tratamento de queimaduras e nas recuperações de pacientes queimados;
� Esfoliação corporal, bandagem, massagens cosméticas, banhos aromáticos e descoloração de pêlos;
� Drenagem linfática corporal;
� Eletroterapia geral para fins estéticos;
� Depilação com ou sem uso de equipamentos eletrônicos;
� Mascara de face, pescoço e colo;
� Maquilagem;
� Tratamento das mãos e dos pés;
18� Hidratação corporal;
� Atividades inerentes ás competências a habilidades adquiridas nos estudos com concentração em estética ou cosmetologia ministrados por Escolas Oficias ou reconhecidas na forma da lei.
� A direção, a coordenação, a supervisão e o ensino de disciplinas relativas a cursos que compreendam estudos com concentração em Estética ou Cosmetologia, desde que as leis e normas regulamentadoras da atividade docente;
� O treinamento institucional nas atividades de ensino e de pesquisa na área de estudos com a estética;
� A auditoria, a consultoria a assessoria sobre cosméticos e serviços correlacionados à estética; .
� O gerenciamento de projetos de desenvolvimento de produtos cosméticos e serviços correlacionados à estética;
� A elaboração de informes, de pareceres técnico-científicos, de estudos, de trabalhos de pesquisas mercadológicas ou experimentais relativos à Estética e a Cosmetologia;
� A atuação em equipes multidisciplinares dos estabelecimentos de saúde quanto aos procedimentos de dermatologia e de cirurgia plástica.
1.5 – Atribuições Inerentes do Tecnólogo em Estética.
São atribuições inerentes ao profissional de estética conhecer a
composição necessária e fundamental da indústria farmacêutica e cosmética
que resulta em diferentes formas de apresentação dos produtos presentes no
mercado e em conseqüência têm diferentes formas de atuação nos
tratamentos aplicados; identificar e interpretar as suas formulações; ter
habilidade ao aplicar os cosméticos por meio de técnicas e massagens
apropriadas, apropriar-se dos conhecimentos necessários ao uso de aparelhos
eletro-estéticos e proceder às manobras tópicas específicas de forma que
assegurem melhor absorção; ser capaz de elaborar os planos de tratamento
cosmético na forma de protocolos adequados a cada cliente, individualmente.
Planejar e conhecer os princípios de biossegurança; realizar com
maestria procedimentos estéticos como: limpeza, hidratação e tonificação,
esfoliação, suavização, drenagem linfática, massagens estéticas,
despigmentações superficiais cutâneas, visando à manutenção, vitalização e
recuperação da saúde da pele e na saúde capilar tais como: hidratação,
19coloração, descoloração, restauração e revitalização visando à preservação e
beleza dos cabelos. Executar técnicas e escolha de maquilagem com finalidade
estética à maquilagem de deformidades e imperfeições da pele. Gerenciar e
organizar serviços de beleza com visão empreendedora; Relacionar as
tendências da moda aos princípios e conceitos de estética e beleza: Possuir
conhecimentos de ergonomia no ambiente de trabalho, favorecendo segurança
dos aparelhos, estabilidade dos produtos e principalmente conforto ao cliente.
Todas essas atividades foram realizadas ao longo desses cinqüenta
anos de estética no Brasil por profissionais que amam sua profissão, respeitam
seu semelhante e usam com muita sensibilidade o toque de suas mãos,
possibilitando a cada um que os procura a elevação de suas auto - estimas,
melhorando a relação desse individuo consigo mesmo e com a sociedade. O
tecnólogo em estética é o novo profissional que surge da necessidade e da
exigência dos clientes em ter o melhor tratamento com alguém capacitado
humana e academicamente.
20
CAPITULO 2
MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL
ESTETICISTA.
A importância da beleza como princípio fundamental do processo
discriminatório pode ser analisado pelo mercado de trabalho e pelo capital
envolvido na produção dos serviços de beleza. A exigência de uma boa
aparência requer gastos com serviços e produtos que movimentam volumes
imensos de capital. A importância desses investimentos se revela no
surgimento de novos produtos, em resposta à demanda gerada pelo mercado
da beleza. A indústria de cosméticos e perfumaria realiza negócios que
envolvem bilhões de dólares no mundo e ocupam milhões de pessoas e, no
Brasil, passou por um grande avanço nos últimos anos. O culto a beleza, o
corpo, a saúde e a longevidade é uma realidade do século XXl. A indústria
cosmética foi uma das cinco que mais cresceram nos últimos anos.
Um recente estudo no impacto da beleza física produziu quatro generalizações. 1- Pessoas atraentes têm mais poder social que pessoas não atraentes. 2- Pessoas mais atraentes são mais aceitas ou estimadas do que as não atraentes, mesmo que outras características sejam iguais, 3- Pessoas mais atraentes parecem possuir características pessoais e não pessoais mais positivas, tais como inteligência, traços de personalidade e sucesso na vida. 4- Pessoas atraentes parecem tem mais efeitos positivos sobre as outras pessoas. Elas recebem mais respostas positivas dos outros, tais como propostas de trabalho e ajuda. O sumario acima foi tirado do livro The Physical Attractiveness Phenomenon (O fenômeno da beleza física), de Patzer, G.L., Plenum Press, 1985. (in PUGLIESSE,1991,p.10)
Houve um tempo em que a mulher pedia as divindades para realçar
sua beleza e consequentemente seu poder de sedução. Nas sociedades
primitivas, os homens e as mulheres usavam extratos de plantas e animais,
21além de misturas de pedras moídas e terras para pintar o rosto e o corpo.
Enfeitavam-se para as festas, ritos importantes, para invocar poderes e para a
guerra.
A ampliação do conceito de discriminação, incorporando a questão da aparência física, fez com que “beleza”, expressão máxima da aparência pessoal, se revelasse como tema importante de pesquisa na literatura econômica internacional, pela repercussão que tal predicado tem exercido no mercado de trabalho. (DWEK, 1999)
Segundo Hamermesh e Briddle (In Dweck, 1999, s/p) “As pessoas
de aparência simples ganham muito menos que as pessoas de boa aparência”.
Ademais, eles afirmam que a penalidade pela simplicidade é 5% a 10% maior
do que o prêmio pela beleza. Verifica-se que isso acontece em ambos os
sexos, o que explica, em parte, a mudança na demanda de serviços de estética
e higiene pessoal, nos anos 70 e 80. Esses autores perceberam que as
barbearias estão desaparecendo (por oferecerem apenas cortes de cabelo e
barba), não apenas nos Estados Unidos como no mundo inteiro, dando lugar
aos chamados salões de beleza unissex.
O objetivo do tecnólogo em estética é a constante procura da
revitalização celular e embelezamento da epiderme, mediante a aplicação de
procedimentos e/ou tratamentos que visem à promoção e incentivo aos
processos fisiológicos naturais das camadas celulares da epiderme e seus
substratos, da derme e seus anexos, além do tecido subcutâneo humano.
Desta forma, a receita de sucesso para os profissionais de estética conta com
ingredientes tradicionais (conhecimento técnico, local de trabalho adequado,
bons produtos) e com alguns toques especiais no relacionamento com o
consumidor. Preocupados com a excelência dos serviços estéticos e
procurando aperfeiçoar resultados, os profissionais em estética, visam à
satisfação das necessidades de seus clientes e o reconhecimento do trabalho
que oferecem ao mercado.
Sendo a tecnologia da estética a arte de cuidar do outro, pressupõe-se a necessidade de perpassar o simples fazer prático para fazê-lo consciente, crítico, analítico, enfim, o profissional capaz de articular os conhecimentos adquiridos
22com a prática, o que implica, em última análise, saberes comprometidos com a capacidade da formação humana em sua dimensão ética e social e dessa forma preparado para assumir responsabilidades frente a tarefas complexas e cautelosas na área de saúde preventiva, partindo-se do pressuposto de que os cursos superiores tecnológicos apresentam em seus currículos conteúdos que priorizam a prática e as habilidades. (CARVALHO, 2006. s/d. s/p)
Todo profissional de estética deve atualizar-se, aperfeiçoar-se e
especializar-se, num esforço que produz tanto realização pessoal como
consciência evolutiva e responsável no exercício da profissão. .
O consumidor busca novidades em tratamentos estéticos, em
cosméticos, nos cuidados com a face e corpo. Procura um profissional
qualificado que possa demonstrar sua capacidade com argumentação
científica, no conhecimento da anatomia, fisiologia, cosmetologia, e em
recursos técnico e eletro-estético, que possibilitem tratamentos específicos
para suas necessidades.
O papel do esteticista é fundamental nas equipes interdisciplinares,
podendo contribuir de forma coadjuvante nos tratamentos prescritos pelo
médico inclusive, opinando e sugerindo técnicas complementares ao
tratamento, possibilitando resultados mais eficazes e atuação mais ética. Hoje,
com a alta tecnologia cosmetológica e com o avanço técnico da estética, temos
obtido apoio de muitos médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos,
endocrinologistas, angiologistas. Estes solicitam profissionais qualificados para
atuar em seus consultórios, desenvolvendo atividades que vão desde uma
limpeza de pele com o objetivo de se retirar impurezas, ou o afinamento da
camada córnea até o uso de ácidos permitidos pela vigilância sanitária.
O tecnólogo em estética é um profissional formado para interagir
com diversas especialidades, com relação de interlocução e harmonia. Sua
esfera de atuação é determinada pelos outros campos profissionais do setor da
saúde, mas sua autonomia é muito abrangente no que se refere ao processo
de preservação da beleza para o bem-estar físico e psicológico do cliente.
23
2.1 - Demanda Mercadológica
Conforme Dweck (1999) o setor da beleza vem crescendo no Brasil,
para atender a um público cada vez mais segmentado, refletindo as influências
da moda, da mídia e dos movimentos sociais. A diversidade étnica, econômica
e cultural da sociedade brasileira, somada aos diferentes padrões de clima,
informação e exigência dos consumidores, abre espaço para o surgimento de
milhares de empresas (de micro-confecções a grandes indústrias de
cosméticos) no país. O povo brasileiro é considerado um dos mais vaidosos do
mundo. E não é por acaso que o mercado do País ocupa o sexto lugar no
ranking de faturamento mundial da indústria da beleza. Em primeiro lugar,
estão os Estados Unidos seguidos pelo Japão, pela França, pela Alemanha e
pelo Reino Unido.
Existem no Brasil 1.367 empresas formalizadas no mercado,
conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de
janeiro/06. Em 2006, 109 novas fábricas foram criadas, significando um
acréscimo de 8,7% ao número de empresas do setor no País. Apenas 11,7%
delas são consideradas de grande porte e apresentam faturamento líquido de
impostos acima de R$100 milhões, correspondendo a 72,4% das vendas do
setor. O restante, ou 88,3% das empresas da indústria da beleza são de micro,
pequeno e médio porte, estando presentes em praticamente todas as unidades
da Federação.
Os números traduzem a força do setor, cujo crescimento médio, no
período de 2000 a 2004, foi de 8,2%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB)
apresentava o crescimento de apenas 2,6 %, e a indústria em geral
apresentava o índice de 2,4% (nos anos 2001, 2002 e 2003). As estatísticas
mostram uma preocupação das pessoas cada vez maior com o culto à beleza,
o que favorece a oferta de produtos e/ou serviços do setor.
24Os salões de beleza, geralmente, são freqüentados por mulheres
entre 35 e 54 anos. Curiosamente, as mulheres de renda mais baixa
comprometem uma parcela maior de sua renda com cosméticos do que as
mulheres de poder aquisitivo mais elevado. A Pesquisa de Orçamento Familiar
(POF) do IBGE revela que mulheres com renda média de R$ 400,00 gastam
até 4% de sua renda só com produtos de beleza. Quem ganha acima de
R$6.000,00 mil dedica menos de 3%. Esses dados constam na pesquisa sobre
"O impacto sócio-econômico da beleza - 1995 a 2004", coordenada por Ruth
Helena Dweck, Diretora de Economia da Universidade Federal Fluminense
(UFF).
A professora da UFF destaca outra variável que ajuda a explicar o
crescimento do setor de estética e higiene pessoal no país: o fato de a beleza
ser fator de discriminação no mercado de trabalho. De acordo com os
resultados de sua pesquisa, pessoas de “boa aparência” têm melhor aceitação
– e, inclusive, melhor remuneração – em todos os setores da economia. “A
maioria das mulheres e um percentual crescente de homens se preocupam
com a aparência e compram produtos para melhorá-la. As mulheres de renda
mais baixa comprometem, proporcionalmente, uma parcela maior de sua renda
com cosméticos do que as mulheres de renda mais elevada”, adiciona.
Nos anos 80, a busca da beleza tornou-se uma verdadeira febre nos
países desenvolvidos. Nessa época, começaram a se instalar no país as
grandes redes de salões de beleza sofisticados, como Jacques Janine, Jean
Louis David, Model Hair Pelles e a rede nacional Werner Coiffeur.
Na área de cosméticos o Brasil emerge como o quinto maior
mercado do mundo. Só da Avon, onde o País ocupava o 18º lugar no ranking
mundial da multinacional, passou, a partir de 1996, ao segundo lugar em
posição de vendas. Os produtos mais vendidos no mercado doméstico fazem
parte deste setor de cosméticos, com destaque para os destinados a cabelos,
como tinturas, alisantes, fixadores e modeladores.
Em 2004, o setor de cosméticos faturou R$ 3,9 bilhões. O setor de
higiene pessoal e perfumaria também não deixaram a desejar. Nos últimos 10
25anos, cresceu a uma taxa média de 5% ao ano, bem acima do PIB, de 2,4% ao
ano em média, no mesmo período. Atualmente, o país surge como o segundo
maior mercado para o Botox e o quarto para o Roacutan, medicamento para
combater a acne. Essas atividades se concentram principalmente na região
sudeste, mas começam a se espalhar por outras regiões. A mão de obra desse
setor da economia mais do que dobrou entre 1995 e 2003, passando de 679
mil pessoas, em 1995, para 1,4 milhões em 2003, segundo dados da PNAD e
as mulheres representam 80% dessa mão-de-obra.
No mercado interno, a indústria do setor registrou bons resultados,
com um aumento de 5,6%, em volume, e 14% em faturamento. Para este ano,
a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (ABHIPEC) estima que o setor cresça aproximadamente 12%. A
previsão é de que os investimentos se mantenham em US$100 milhões, ao
ano, até 2010, e sejam direcionados prioritariamente à expansão das fábricas
já instaladas.
Para dar conta dessa produção, a indústria da beleza é um dos
setores da economia que mais emprega mão-de-obra feminina no Brasil. As
oportunidades de trabalho, somando profissionais de beleza, como
cabeleireiros, manicuras, esteticistas, vendedores em lojas de franquia e
revendedores de produtos se aproximam da casa dos três milhões. Atualmente
a indústria da beleza, no Brasil, só perde para a construção civil.
Acompanhar as tendências e a maneira com que a profissão evoluiu,
inclusive dentro de sua especialidade é uma “obrigação” do profissional, para
atender a demanda mercadológica. Nesse contexto podemos pegar o exemplo
de uma propaganda de uma grande montadora de carro, aonde o slogan “O
novo sempre vem”, exemplifica muito bem esse pensamento.
2.2 – Legalização do Profissional
26 Segundo Rosângela Façanha, presidente da FEBRAPE (Federação
Brasileira dos profissionais esteticistas) Os Esteticistas encontram-se atuante
no mercado internacional há 94 anos aproximadamente e há mais de 50 anos
no Brasil.
Conforme ofício 009/2005 enviado ao Presidente da Câmara Federal
– Deputado José Aldo Rebelo Figueiredo pela presidente, a atuação desses
profissionais foi amplamente respaldada pela comunidade médica, em especial
pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Sociedade Brasileira de
Dermatologia, as quais têm atuado em estreito regime de parceria com a
categoria dos esteticistas durante anos.
Tendo por base a especificidade da atuação do profissional esteticista, bem como, sua natureza preventiva, coadjuvante ao trabalho, tanto do médico dermatologista como do cirurgião plástico, é que suas atividades possuem enorme interesse público, isto posto, sua relevância de atuação na aplicação de diversas técnicas visando o embelezamento estético do tecido cutâneo.
A Profissão, conforme evidenciado largamente, exige qualificação legal, de caráter de educação de nível superior, sendo considerada em todos os países do mundo desenvolvido, como atividade da área de saúde, tendo que, obrigatoriamente, possuir vastos conhecimentos práticos e científicos., a categoria possui enormes conhecimentos tanto no que diz respeito à Fisiologia como Anatomia Humana, além de Histologia, Microbiologia, Biossegurança, Química Cosmetológica, Física aplicada à Estética, Eletro-estética, Estética Facial, Estética Corporal, Drenagem Linfática dentre outras disciplinas obrigatórias do Currículo do Curso Superior de Tecnologia em Estética.
Como fundamento e argumentação do desenvolvimento de todas as atividades dos técnicos e tecnólogos Esteticistas, e tendo por base a especificidade da atuação do profissional esteticista, bem como, sua natureza preventiva, coadjuvante ao trabalho, tanto do médico dermatologista como do cirurgião plástico, sua regulamentação em nada seria discriminatória e que possui enorme interesse público sim, isto posto, sua relevância de atuação.
A profissão de Técnico Esteticista e Tecnólogo Esteticista, a despeito da opinião dos leigos na matéria pode, quando exercida por profissional indevidamente qualificado, causar sim, sérios danos à população, tanto no que tange ao prognóstico enganoso da possível cura de males estéticos, sabidamente irreparáveis, quanto no sério lesionamento do tecido cutâneo, podendo-se chegar até a uma
27grave queimadura de 2º grau, através da indevida aplicação eletro–estética e/ou químico-cosmetológica. (site: www.belezain.com.br)
A educação é o melhor caminho para a superação das dificuldades
de regulamentação da profissão.
28
CAPITULO 3
A EDUCAÇÃO DA ESTÉTICA.
Os esteticistas formados pelo ensino técnico ou por cursinhos
livres ou por empresas de cosméticos cuja finalidade nunca foi e nem poderia
ter sido formar um profissional crítico e consciente, capaz de pensar por si só
e elaborar procedimentos e tratamentos que tivessem o propósito de
satisfazer apenas o profissional e o cliente, não são mais aceitos pelo
mercado de trabalho, que com o consumidor mais informado e mais exigente
espera pelo profissional graduado. Assim estamos acompanhando há algum
tempo, a invasão de profissionais da área de saúde, graduados pela
formação acadêmica tradicional, os espaços que os esteticistas
conquistaram, ao longo dos cinqüenta anos em que a Estética chegou ao
Brasil, trazida por Anne Marie Klotz, filha de um cônsul Francês, mas nascida
no Brasil e que fundou aqui a primeira escola de estética “Escola France Bel”
formando nomes que até hoje nos orgulham com sua sabedoria e amor a
profissão. Foram suas alunas as primeiras professoras de Estética no Brasil.
Desde essa época até os dias de hoje o mercado da vaidade
cresceu assustadoramente trazendo novidades e tecnologias que se superam
com a velocidade da ciência. Sendo assim os profissionais, carentes de
informações sérias e confiantes e o consumidor ávido por tecnologia que
traga resultados benéficos a sua saúde e beleza foram responsáveis pelo
aquecimento do mercado da beleza. O cliente está cada vez mais informado
e consciente e que quer ter suas necessidades atendidas com
profissionalismo e capacitação.
Há alguns anos, conhecia-se por esteticista a pessoa que
realizava limpezas de pele e massagens corporais, mas com o avanço da
29ciência e da tecnologia cosmética, os profissionais da área assumiram um
novo perfil.
Já em 1991, Pugliesse demonstra necessidade de se repensar à
qualificação desse trabalhador que ele denominava “Especialista em
cuidados de pele” para o mercado de Estética em seu livro intitulado
“Advanced Professional Skin Care”.
O especialista em cuidado de pele não é um “fazedor de limpeza de pele”, se é que existe tal palavra. Desde que a pele recobre todo o corpo, esta é a área de especialidade do especialista em cuidado de pele. Há uma necessidade de saber que a pele do pé é diferente da pele das nádegas e da face. Quais são as necessidades metabólicas da pele nestas áreas e que atenção especial estas áreas requerem? Um especialista em cuidado de pele bem treinado deveria ser capaz de trabalhar num salão ou na clínica mais avançada de cuidados de pele e se sentir confortavelmente. (PUGLIESSE, 1991 p. 03)
Apesar de ter se passado quase vinte anos da publicação desse
livro, os trabalhadores tem a mesma preocupação e a mesma necessidade,
embora se reconheça avanços importantes no que diz respeito à qualificação
destes profissionais.
Se considerarmos a tarefa adiante, principalmente de apresentar o melhor cuidado de pele disponível, necessitaremos nos manter a par dos novos desenvolvimentos – e isto significa educação. Muitos dos especialistas em cuidado de pele estão ansiosos por novos conhecimentos e novas técnicas. É impressionante ver como muitos estão freqüentando programas educacionais atuais. Muitos desses programas são muito bons, enquanto outros são representações de dados fora de moda. Há também muito contra - senso. Um padrão nacional é necessário para a educação básica em cuidado de pele, e há um leve movimento em direção a este objetivo. A associação Nacional de Cosmetologia (NCA) é a escolha natural para liderar este movimento. Há uma seção de cuidado de pele, na NCA, que é capaz de focalizar em sua tarefa, mas na época em que foi escrito, não havia uma força de exercício designado.
Eu sublinhei abaixo, o que acho necessário para o curso de pele, para produzir um especialista em cuidado de pele,
30adequadamente treinado. O curso é de 1800 horas ou 225 dias. Há quatro secções, nesse curso: - ciência biológica básica, anatomia e fisiologia de pele, cuidado de pele clínico básico e cuidado de pele avançado. Em cada uma destas seções há tópicos específicos. Eu usei como guia, neste esquema, o programa de treinamento teórico sugerido pelo CIDESCO. (PUGLIESSE, 1991 p. 300)
3.1 - Educação e Trabalho
Faz-se necessário lançar um segundo olhar sobre a educação para
o trabalho e como ela vem se manifestando nos últimos anos aqui no Brasil.
Partindo da premissa que os modelos pedagógicos são compostos
historicamente pelas mudanças que ocorrem no mundo do trabalho. A
formação dos cidadãos trabalhadores foi baseada em uma dualidade na sua
estrutura que demarcava claramente aqueles que iriam desempenhar funções
intelectuais e os que iriam desempenhar funções instrumentais. Assim se
produziu dois caminhos distintos, um para a formação dos dirigentes (caminho
acadêmico seletivo e excludente) e outro para a formação dos trabalhadores
(aligeirados em varias alternativas). A necessidade de formação mais rápida e
voltada para as carências de um mercado crescente e voraz remete à reflexão
sobre a educação de um país voltado para o sistema produtivo que tem no
mercado de trabalho sua referência principal em relação ao investimento na
educação. A educação deve ser fator de desenvolvimento e não somente fator
de competência competitiva, tendo pouca ou nenhuma expansão.
Para contribuir na formação humana, profissional e tecnológica dos
discentes atuais e futuros, a educação superior em Estética não deve ser
fragmentada para atender a demanda do mercado da beleza, solidificando-se
numa instrução que visa apenas à luta pela sobrevivência.
Não se faz formação profissional competente, em face das novas
demandas do mundo do trabalho, a não ser sobre sólidas bases de educação
geral. Diante de tantas transformações no contexto político, econômico, social,
31tecnológico e dos meios educacionais se situa a prática da docência, do
ensinar e aprender. De acordo com a Grande Enciclopédia Larousse Cultural
(1998); docência significa ensino, magistério, professorado; vem do latim
docere, ensinar, ministrar ensinamentos; está vinculado a docente, do latim
docens, docentis, particípio presente do termo docere.
A educação profissional tem no seu objeto de estudo e intervenção sua primeira especificidade, a tecnologia. Esta, por sua vez, se configura como uma ciência transdisciplinar das atividades humanas de produção, do uso dos objetos técnicos e dos fatos tecnológicos. Do ponto de vista escolar, é disciplina que estuda o trabalho humano e suas relações com os processos técnicos. É próprio do ensinar-aprender tecnologia e, portanto, da docência na educação profissional tratar da intervenção humana na reorganização do mundo físico e social e das contradições inerentes a esses processos, exigindo discutir questões relacionadas às necessidades sociais e às alternativas tecnológicas. Porém, o caráter operatório da tecnologia e a possibilidade de transformar o real, mudança que constitui um efeito concreto fundamental, podem ganhar representações diversas que acompanham os sentidos atribuíveis à idéia de eficácia e de sucesso. Daí a necessidade de uma formação consistente, fundamentada e crítica. Por outro lado, os conhecimentos tecnológicos, ao se condensarem em atos humanos e em artefatos (conhecimentos mortos), são historicamente determinados e nem sempre são transmissíveis pelos meios discursivos, exigindo do docente e do aluno um esforço de pesquisa, de decodificação e re-significação. A docência na educação profissional, portanto, não se faz sem a avaliação de opções tecnológicas, o que requer apreender conhecimentos tácitos e o estado da - arte do desenvolvimento tecnológico, entender os motivos pelos quais há problemas em aberto mesmo existindo soluções tecnológicas para os mesmos, aprender com lições deixadas por experiências pessoais ou coletivas passadas e imaginar futuros possíveis ou alternativos das tecnologias. Há invenções tecnológicas que precedem ao desenvolvimento das ciências indicando a necessidade de abordagens não lineares das relações entre ciência e tecnologia que levem em conta as peculiaridades destes campos. É importante ter em vista que a mudança tecnológica também é obra dos usuários de tecnologia, que a transformam e a adaptam quando tomam decisões visando aumentar a confiabilidade e a rentabilidade destes recursos ou diminuir os riscos implicados (por exemplo, sobre meio ambiente), levando
32à produção de novos saberes nascidos destas iniciativas e experiências práticas. Daí porque há necessidade de dar atenção também ao “diálogo” entre os conhecimentos tecnológicos escolarizados e os que nascem dessas iniciativas e experiências práticas extra-escolares. (MACHADO, 2008. p.16)
Pressupõe-se, dessa forma que o docente da educação profissional
seja um sujeito reflexivo e pesquisador, comprometido com sua permanente
atualização tanto na área pedagógica quanto na área da formação especifica
em que ele atua, cooperativo e crítico, que compreende o mundo do trabalho,
conhece sua profissão, aceita as limitações e reconhece as possibilidades do
trabalho docente que precisa realizar a fim de disseminar o conhecimento.
Entende-se que esse profissional sabe o que deve ensinar como
deve ensinar e por que deve ensinar para que seus discentes sejam
profissionais idôneos e adequados ao mercado de trabalho, contribuindo, assim
para que estes se relacionem em todas as áreas sociais de forma reflexiva e
com comportamento ético.
3.2 - A Estética na Educação Continuada.
A estética no mundo contemporâneo, não é mais sinônimo de
superficialidade, não pode mais ser considerada como objeto de luxo acessível
apenas àqueles de poder aquisitivo extremamente alto. Pode-se afirmar que a
estética hoje é fator determinante em todos os níveis da sociedade moderna, já
que a beleza tornou-se fator discriminatório no mercado de trabalho e em
outras áreas de relacionamento humano. Isso gerou consumidores conscientes
e exigentes e profissionais ávidos do conhecimento.
33 O tempo em que os cuidados estéticos com a pele eram
considerados futilidades e seu objetivo primordial era de se melhorar apenas a
aparência, não existe mais. Busca-se não somente a beleza, mas a saúde e o
bem - estar. Sendo a saúde, segundo a OMS (Organização Mundial da
Saúde), um “estado de completo bem - estar físico, mental e social e não
consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade”.
O esteticista tem um papel fundamental em prevenir e solucionar os
problemas que afetam a saúde e a beleza do tecido cutâneo. Mas como formar
esse profissional num mundo onde os avanços tecnológicos acontecem
vertiginosamente? Diante de tantas tecnologias, o homem moderno tem que se
adaptar a realidade de conviver com novos desafios. Diariamente somos
bombardeados com os lançamentos que tornam mais modernos os
equipamentos modernos. O profissional da educação deve estar atento a essas
novidades, tentando levar para seus alunos a motivação que precisam e
merecem, fazendo-o de forma que o interessado se torne cada vez mais
interessado. Não há como negar que diante da evolução da sociedade em
geral, todos os indivíduos que querem se realizar na profissão escolhida devem
buscar o conhecimento evolutivo, mudando se preciso for, seu modo de pensar
e agir. Dessa forma, há a necessidade vital da educação continuada para os
docentes da educação profissional, já que esse professor é o “Profissional dos
Profissionais”.
Conforme Parente, et al. (1999) A formação continua de professores
e alunos é uma das aplicações mais evidentes dos novos métodos de
aprendizagem abertos e a distância. O professor se torna um mediador da
inteligência coletiva. Devendo acompanhar e gerenciar o aprendizado, estando
aberto às negociações e a cooperação no processo de aprendizagem.
Tendo em vista os novos espaços e processos de produção do saber – a formação contínua e personalizada, a orientação dos aprendizes em um novo espaço sujeito a transformações cada vez mais velozes e a flexibilização dos currículos e das formas de reconhecimento das novas competências – acreditamos que as tecnologias de comunicação, em particular as redes de comunicação e os novos métodos de gestão das inteligências coletivas, tais como as cartas dinâmicas – podem nos permitir acompanhar, integrar e colocar em sinergia esses diferentes
34processos de gestão e produção do saber. (PARENTE et al. 1991, p.87)
È importante frisar que as novas tecnologias apresentam desafios
organizacionais na escola, onde romper com modelos preestabelecidos não é
tarefa fácil e rápida, mas também apresenta desafios institucionais mais
amplos ao sistema educacional em geral, como mudar a postura do processo
de ensinar e aprender, por exemplo.
O desafio, hoje, para nossa sociedade, na construção de um projeto pedagógico próprio, está na relação direta da capacidade da educação “educar a modernidade”. Diante deste desafio, a educação não pode fugir do aprimoramento científico nem pode continuar vivendo a sombra das outras ciências sociais. O cuidado com as novas gerações, em termos educativos, é objeto suficiente, necessariamente interdisciplinar, mas capaz de construir espaço próprio.
È, portanto, tarefa educacional, humanizar a tecnologia. Ao educador cabe educar a ciência, não desfazê-la ou ignorá-la. (FARIA, 1991, p.95/96)
Enfim, precisa-se investir no profissional da educação de forma
ampla, embasada na real necessidade desse trabalhador que precisa ser bem
remunerado, para que possa se dedicar aos seus alunos e aperfeiçoar
continuadamente o seu conhecimento. O investimento empregado deve ser
feito de maneira consciente entre os docentes, as instituições de ensino e os
discentes. De forma que esse professor tenha entusiasmo em passar seus
saberes a um aluno aplicado e consciente de seus deveres numa instituição
que tenha garantido seu retorno financeiro. Faz-se urgente uma nova maneira
de pensar dos “donos da educação” para que isso aconteça. O alunado precisa
de um docente capacitado intelectualmente e que tenha tempo e motivação
para passar o conhecimento. E o professor precisa ser respeitado e valorizado
como aquele que forma todos os outros profissionais.
35 Enfim duas coisas preocupam os professores: a mercantilização da
educação e a consequente precarização de suas condições de trabalho. Os
baixos sálarios, salas de aula superlotadas e a necessidade de dobrar ou
triplicar sua carga horária semanal são obstáculos atuais na vida desse
trabalhador e dificultam o relacionamento entre aprendizagem e ensino.
O mundo que todos idealizamos viver só é possível mediante a transformação do homem em sua forma de pensar e agir. Esta transformação,no entanto, tem uma fonte fidedigna: a educação. É por esta via que as pessoas conseguem se inserir no contexto humano como gente que pensa, que fala, que escreve, que expoe suas idéias e seus ideais. È pela educação que a pessoa consegue melhores oportunidades de emprego e, consequentemente, mais acesso a alimentos, vestuário, cultura e bens de consumo.
Diante do fenomenal e inconstestavel impacto positivo que tem a educação na vida de quem se beneficia, cumpre-nos cuidar daquele que é, pararelo a família, o principal agente mediador deste processo: o educador.(JBEILI,2009. s/p)
A melhora na qualidade de ensino da tecnologia estética passa pela
formação e valorização do professor e por melhores condições de trabalho. E o
desenvolvimento do professor exige além de formação adequada, educação
continuada e identidade profissional. Antigamente quem concluía o ensino
superior terminava sua fase de estudos ficando com seu conhecimento
estacionado pelo tempo. Mas agora o profissional em estética deve buscar uma
requalificação rápida e ter visão ampla sobre vários temas. A globalização é
realidade em nosso tempo, com a velocidade das mudanças e do avanço
tecnológico, precisam atualizar constantemente os seus saberes. A formação e
o estudo continuado deixam de ser mais uma etapa da vida para caminhar ao
longo de suas vidas profissionais. A atualização profissional passou a ser uma
exigência e uma necessidade no exercício da profissão. O mercado de trabalho
seleciona aqueles que estão sempre aperfeiçoando o seu currículo. Para
manter sua empregabilidade, esse indivíduo deve investir em cursos, leituras,
palestras, pós-graduações, e acima de tudo, estar atento às inovações e
36novidades do mercado. Uma opção rápida, eficaz e específica para obtenção
do conhecimento são os cursos de atualização profissional que possuem curta
duração, aplicam algum conceito atual, e proporcionam aos profissionais ter
contato com conteúdos nunca antes visto ou aprendido. As instituições de
ensino também precisam se atualizar, estruturando os cursos com a realidade
em que está inserida.
37
CONCLUSÃO
À base de pesquisas e novidades sobrevive a indústria da beleza. Da
busca desenfreada por um padrão estético estabelecido pela mídia
contemporânea vive a indústria da beleza. Da vaidade excessiva de homens e
mulheres que pretendem ser aceitos em todas as esferas da vida social vive a
indústria da beleza. Desse modo, os profissionais envolvidos têm a
necessidade de buscarem atualização das novas tecnologias, tendências e
métodos de utilização. A estética é atualmente uma questão de saúde, já que
saúde não é mais somente ausência de doença e envolve a parte clínica, social
e psicológica do individuo , representando qualitativamente uma conquista
significante ao status desta atividade.
Embora os tecnólogos e os técnicos em estética e beleza ainda
aguardem pela regulamentação da profissão conforme processo em trâmite no
congresso nacional, seu perfil profissional evoluiu significativamente e sua
formação acadêmica vem requalificar esse trabalhador para o mercado.
È correto afirmar que a tecnologia estética precisa de uma carga horária
mais extensa em seu currículo de graduação, habilitando dessa forma um
profissional mais elaborado cientificamente para atuar em multidisciplinaridade
com profissionais da saúde em geral.
Faz-se necessário a educação continuada entre docentes e discentes de
estética, sendo essa uma exigência do mundo moderno em todas as
categorias, mas em beleza se torna ainda mais relevante, visto que a
velocidade das mudanças tecnológicas e as descobertas científicas tornam as
verdades de hoje rapidamente obsoletas. A atualização profissional passou a
ser uma exigência e uma necessidade no exercício da profissão. E as
instituições de ensino, mais do que nunca, precisam se adequar a esse novo
educando dentro de uma sociedade que muda a todo instante.
38
BIBLIOGRAFIA
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PUGLIESSE, Peter T. Advanced Professional Skin Care. Rio de Janeiro ED. Vida Estética. 1 edição. 2006.
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39
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Acesso em 01/02/2010 às 15h32min.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Catalogo Nacional de cursos superiores de tecnologia. 2006
Disponível em: http://catalogo.mec.gov.br/anexos/catalogo_completo.pdf
Acesso em 13/02/2010 ás 12h31min.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Qual a diferença entre curso técnico e tecnológico?
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=130:qual-a-diferenca-entre-curso-tecnico-e-curso-tecnologico&catid=127:educacao-superior. [s/d] [s/p]
Acesso em 18/02/2010 às 15h43min.
40 PLANALTO DO GOVERNO. Lei N. 9394 de 20 de dezembro de 1996
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm. 1996 [s/p]
Acesso em 19/02/2010 às 13h58min.
PIATTI, Isabel Luiza. Ética na Estética: Respeito ao Cliente e Sucesso para o Profissional. 2006, [s/p]
Disponível em http://www.revistapersonalite.com.br/eticanaestetica.php
Acesso em 03/02/2010 às 13h030m
41
ANEXOS
Índice de Anexos
Anexo 1>> internet 42
Anexo 2>> internet 45
42
ANEXO 1
http://www.revistapersonalite.com.br/eticanaestetica.php
Acesso em 03/02/2010 as 13h030m.
A história da profissão de Esteticista foi construída com muita luta e
perseverança por um exército de pioneiras, que, de uma maneira informal,
levavam aos lares seus cosméticos e suas técnicas de embelezamento. Já
naquela época, apesar de todas as adversidades enfrentadas, aquelas
mulheres sonhavam com o dia em que a qualidade de seu trabalho, refletida no
bem-estar proporcionado às suas clientes, seria reconhecido.
Com o passar dos anos a categoria se organizou e associações e
federações (FEBECO, FEBRAPE) foram criadas com o objetivo de lutar pela
profissão e pela classe e inúmeras idas e vindas a Brasília, inúmeras reuniões
e inúmeros projetos de lei, todos arquivados, marcaram os mais de 50 anos de
história da profissão.
No passado algumas associações tiveram força e contavam com um
grande número de profissionais cadastrados. Com o passar do tempo, um
desgaste por diversos motivos que nesse momento não nos cabe analisar, mas
acreditamos que é válido uma analise por parte das instituições, a fim de
identificar e montar estratégias para solucionar a problemática, ocorreu nas
associações.
Retornando ao “calcanhar de Aquiles” da profissão e talvez um dos
entraves, não só da regulamentação, mas também do afastamento de
profissionais, esteja no fato de algumas dessas instituições, acreditarem que a
ação em busca da regulamentação só deve ocorrer por parte das entidades
“ditas” oficiais.
Esse pensamento demonstra:
• Tentativa de centralização do poder;
43
• Autoritarismo;
• Antidemocracia;
• E, para um mundo globalizado, uma característica de pensamento retrógrado.
Além da demora em relação à regulamentação, retaliações e
ameaças por parte de outra profissão, têm ocorrido constantemente e inúmeras
são as provas de tentativa de exclusão da nossa classe do mercado de
trabalho.
Queremos o merecido direito ao exercício profissional, legitimada
pela Constituição Federal, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, pelo
Ministério da Educação e Cultura, pelo Ministério da Saúde, pela Vigilância
Sanitária que é órgão responsável pela concessão, registro e fiscalização dos
estabelecimentos de estética.
Para isso, um conjunto de esforços originados de várias frentes,
como profissionais, sindicatos, empresários, movimentos, universidades,
cursos técnicos, associações e federações, devem de forma ética, coesa e
objetiva lutar pelos interesses da classe.
Devemos lembrar que uma associação só representa aqueles que a
ela são filiados e que ações como as que vêm sendo articuladas
maldosamente, só proporcionam o afastamento de profissionais que não
aderem a esse tipo de ação, ficando cada vez mais essas entidades
desacreditadas.
Assim, em nome de uma classe de trabalhadores que luta por
regulamentação, respeito e credibilidade, pedimos a essas entidades que
reflitam em suas atitudes e se unam em prol de uma causa maior,
abandonando rivalidades pessoais, colocando a ética e o interesse da classe
em primeiro lugar.
Neste momento, esta luta deve ser um somatório de ações,
originadas em diversos setores com uma única identidade, uma única
44face, uma única digital. A consciência, focada nos elevados padrões
éticos, que com absoluta certeza pulsa e move o coração de cada um dos
profissionais de estética, comprometido com seu ideal.
Esteticistas Unidos, força de uma classe que ama e respeita sua
profissão.
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ANEXO 2
http://www.belezain.com.br/estetica/cartafebrape.asp
Acesso em 18/02/2010 às 18h34min.
ANEXOS
Ofício nº 009/2005
Excelentíssimo Presidente da Câmara Federal – Deputado José Aldo Rebelo
Figueiredo
N E S T A
Nossa profissão dos Esteticistas encontra-se atuante no mercado internacional
há aproximadamente 94 anos, e no Brasil há aproximadamente 51 anos.
Durante todo esse tempo, nunca houve nenhuma contestação quanto às suas
atividades, que se encontram amplamente respaldadas pela comunidade
médica, em especial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e
Dermatologia, que tem atuado em estreito regime de parceria durante longos
anos. Dessa forma, estando em atividade por tantos anos no seio da sociedade
brasileira, respaldada por dois organismos da mais alta credibilidade,
representamos o Brasil em várias feiras e congressos internacionais.
Tendo por base a especificidade da atuação do profissional esteticista, bem
como sua natureza preventiva, coadjuvante ao trabalho, tanto do médico
dermatologista como do cirurgião plástico, que sua regulamentação conforme
Projeto de Lei 959/2003 - da Comissão de Legislação Participativa - CLP é
muito importante, e que possui enorme interesse público, isto posto sua
relevância de atuação.
A Profissão, conforme evidenciado largamente, exige qualificação legal, de
caráter de educação de nível superior, sendo considerada em todos os países
do mundo desenvolvido como atividade paramédica, onde o profissional deve,
obrigatoriamente, possuir vastos conhecimentos práticos e científicos.
46Em todo o Território Nacional, em suas maiores capitais, o curso superior de
Tecnologia em Estética, Beleza e Imagem Pessoal, já vem sendo oferecido
pelas maiores Universidades do país como, por exemplo, a Universidade
Estácio de Sá/RJ, UNIVERSO/RJ, UNISUAM/RJ, Universidade Castelo
Branco/RJ, UNIG/RJ, em especial na área de saúde www.unig.br,
UNITRI/Uberlândia/MG, UNIVERSO/Juiz de Fora/MG, NILTON PAIVA/MG
UNIVERSO/Recife, UNIANDRADE/Curitiba/ PR, ANHEMBI-MORUMBI/SP,
além de outras, conforme Parecer 436/01 CES/MEC. Sendo de suma
importância a criação dos Conselhos de classe para o devido registro dos
profissionais e a responsabilidade disciplinar de forma ética à categoria,
conforme Projeto de Lei 959/03, resultado das Sugestões Legislativas 59/02 e
83/02 das Associações ACEC – Associação de Estética e Cosmetologia do
Ceará e ASSENIT – Associação dos Esteticistas de Niterói - RJ, cujos
trabalhos apresentados redundaram no Projeto de Lei nº. 959/03, de autoria da
CLP – Comissão de Legislação Participativa.
Como respaldo e argumentação do desenvolvimento de todas as atividades
dos Profissionais Esteticistas, têm a dizer que:
1) Tendo por base a especificidade da atuação do profissional esteticista, bem
como sua natureza preventiva, coadjuvante ao trabalho, tanto do médico
dermatologista como do cirurgião plástico, eu diria que sua regulamentação em
nada seria discriminatória e que possui enorme interesse público sim, isto
posto, sua relevância de atuação;
2) A profissão de Técnico Esteticista e Tecnólogo Esteticista, a despeito da
opinião dos leigos na matéria podem, quando exercida por profissional
indevidamente qualificado, causar sim, sérios danos à população, tanto no que
tange ao prognóstico enganoso da possível cura de males estéticos,
sabidamente irreparáveis, quanto no sério lesionamento do tecido cutâneo,
podendo-se chegar até a uma grave queimadura de 2º grau através da
indevida aplicação eletroterápico–estética e/ou químico-cosmetológica.
47O Congresso Nacional é a Casa do Povo e, além disso, os direitos de nossa
categoria encontram-se ampla e indelevelmente também defendidos por 20
Associações Estaduais, além de nossa Federação de âmbito Nacional.
A profissão de Esteticista é exercida no Brasil há mais de 50 anos, sem
qualquer tipo de regulamentação. Os projetos de lei que tramitaram na Câmara
Federal foram de autoria dos Deputados Sr. Peixoto Filho, em 1976, de nº.
2.816, Sr. Léo Simões, em 1979, de nº. 1.372, Sr. Luiz Rocha, em 1981, de nº.
5.796, Sr. Francisco Amaral, em 1986, de nº. 7.466, Sr. Hélio Rosa, em 1989,
de nº. 2.583, Sra. Ana Maria Rattes, em1990, de nº. 5.366, Sra. Rita Camata,
em 1996, de nº. 2.609, e do Sr. Fernando Gonçalves, em 1999, de nº. 2014,
tendo havido, em apenso a este último, os projetos de lei do Sr. Evilásio
Cavalcante de Farias, em 2000, de nº. 3247, e do Sr. José Carlos Pires
Coutinho, também em 2000, de nº. 2850.
A profissão de Esteticista possui o direito, como qualquer outra profissão
habilitada legalmente, de obter sua devida regulamentação. A Constituição
Federal de 1988, mantendo a tradição quanto ao exercício da profissão, assim
dispõe em seu art. 5º: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelece”. Se a
lei explicita a liberdade do exercício, bem como a exigência de qualificação
profissional, o Técnico em Estética (Esteticista), no decorrer destes 35 anos,
qualificou-se devidamente, dentro do que a lei estabelece, conforme o Parecer
nº 16, de 5 de outubro de 1999 CEB/MEC e Parecer 436/01 CES/MEC.
Somos 100 mil profissionais Esteticistas Brasileiros. Nossa categoria é
composta de 90% de profissionais mulheres. Encontramos muitos preconceitos
quanto a nossa regulamentação, que vem sendo pleiteada há mais de 35 anos
na Câmara Federal. Estamos confiantes na CLP – Comissão de Legislação
Participativa, que é um grande portal para o cidadão brasileiro.
Pedimos sua contribuição em favor do nosso pleito (Projeto de Lei 959/2003)
de autoria da CLP, que tramita na Câmara Federal – aguardando votação em
Plenário, tendo conseguido aprovação em todas as comissões tramitadas.
48Atenciosamente,
Rosângela Façanha
Presidente da FEBRAPE
Maria Aparecida Lara
Secretária Geral da FEBRAPE
49
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPITÚLO 1
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: DIFERENÇA ENTRE CURSO TÉCNICO E
TECNÓLOGICO 10
1.1 - Diferença Entre Curso Técnico e Tecnológico em Estética. 11
1.2 - Perfil Profissional do Tecnólogo em Estética 11
1.3 - A Ética Profissional do Tecnólogo em Estética 14
1.4 - Competências do Tecnólogo em Estética 16
1.5 - Atribuições inerentes ao Tecnólogo em Estética 17
CAPÍTULO 2
MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL ESTETICISTA. 20
2.1-- Demanda Mercadológica 23
2.2 - Legalização do Profissional 25
CAPÍTULO 3 28
A EDUCAÇÃO DA ESTÉTICA.
3.1 - Educação e trabalho 30
3.2 - Estética na educação continuada. 32
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 38
ANEXO 41
INDICE 49
50