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FORMAÇÃO DE TORNADOS E O CASO DE XANXERÊ Autor: Ana Carolina Cordeiro Orientador: Otávio Reis Megda Faculdade de Geografia; [email protected] Tem-se como objetivo principal apresentar uma introdução climo/temporal e meteorológica, bem como a formação de tempestades, tornados, sua classificação e conceitos relacionados, associando as características histórica, demográfica e econômica do município de Xanxerê. Objetivos Foi utilizado para a pesquisa um extenso levantamento e revisão bibliográfica. A metodologia utilizada é a Analítica, tendo um levantamento de dados prévio e também o campo para verificação e reconhecimento dos dados coletados, para assim explicar, a partir de um material já existente, o fenômeno climático que atingiu a cidade de Xanxerê em 20 de abril de 2015. Materiais e Método Tornados são caracterizados como os fenômenos mais violentos associados a tempestades severas, seu poder de destruição é marcada por perdas de vida e grandes prejuízos econômicos e materiais. Em todo o mundo há ocorrências de tornados, contudo, os registros desses fenômenos só passaram a ser feitos no século XX, antes disso os relatos de tornado eram apenas tidos como “causos” entre a população, sem efeito cientifico ou comprovatório. No Brasil, esse tipo de evento, era desconhecido pela maioria da população No entanto, pesquisas feitas por Candido (2012) apontam que ao longo de 134 anos, de 1877 a 2011, foram determinados 205 episódios de tornado no Brasil. Conforme Dyer (1994, apud Marcelino, 2003), as regiões do Brasil mais propicias para eventos tornadicos são as regiões Sul e Sudeste do país. Sendo que o Estado de Santa Catarina apresenta condições favoráveis para a formação de tornados. Dados levantados por Marcelino et al. (2002) mostram que no estado de Santa Catarina 23 houveram 23 episódios de tornados em um período de 25 anos, desses episódios, 15 foram confirmados e 8 foram considerados possíveis ocorrências (MARCELINO ET AL., 2002). Tabela: Ocorrência de Tornados no Estado de Santa Catarina de 1976 aos dias atuais Fonte: Marcelino et al., 2002; acrescentado pela autora, 2016. Discussão Segundo o CPTEC (2015), apesar da tendência da anomalia negativa de chuvas, associada a existência de bloqueios atmosféricos sobre o oceano Pacifico e Atlântico Sul, a cidade de Xanxerê, situada a oeste do estado de Santa Catarina, registrou na tarde do dia 20 de abril de 2015 a formação de um tornado, onde de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia – Inmet (2015), em uma escala de F0 (mais fraca) e F5 (mais forte), esse foi classificado estando entre F2 e F3, onde seus ventos alcançaram a velocidade de 250 km/h, segundo a defesa civil do estado. Os estragos provocados pelo tornado foram gigantescos segundo o site A noticia (2015), foram 500 metros de destruição em largura em maios ou menos 3 km de extensão. Fonte: Defesa Civil de SC . Possível rota do tornado na cidade de Xanxerê Fonte: Elaborado pela autora,2017. Conclusão Segundo o presidente do Sindicato Rural de Xanxerê, Enori Barbieri, o tornado que passou pela cidade de Xanxerê no dia 20 de abril de 2015, o tornado atingiu cerca de 40% da área urbana do município, porém a zona rural também foi afetada, pois, com a força dos ventos grande parte da cidade ficou sem energia elétrica, afetando assim os produtores de leite e alguns avicultores (CANAL RURAL, 2015). Diante disto, fica evidente a falta de instrumentação aplicável para o monitoramento de tornados no Brasil e, uma rede de comunicação social falha, o que pode ser observado em todo território nacional. Além dos sistemas de alarmes a região deve ser abarcada também por um mapeamento de áreas de risco, esse a qual Marcelino et al. (2005 apud Kobiyama, 2004), diz ser um dos instrumentos mais eficientes para promover a defesa permanente contra desastres naturais. Referências CANAL RURAL. Tornado deixa região de Xanxerê sem energia elétrica. Disponível em: <http://www.canalrural.com.br/noticias/pecuaria/tornado-deixa-regiao-xanxere-sem-energia- eletrica-56043>. Acesso em: 30 de mar. 2016. CANDIDO, Daniel Henrique et al. Tornados e trombas-dágua no Brasil: modelo de risco e proposta de escala de avaliação de danos. 2012. CEPAGRI. O que fazer durante os temporais CEPAGRI - UNICAMP<disponível online em http://www.cpa.unicamp.br/artigos- especiais/temporais.html> (acessado em dezembro de 2010). Acesso em: 30 de março de 2016. MARCELINO, Emerson Vieira; NUNES, Luci Hidalgo; KOBIYAMA, Masato. Mapeamento de risco de desastres naturais do estado de Santa Catarina. Caminhos de Geografia, v. 7, n. 17, 2006. MARCELINO, I. P. V. O.; HERRMANN, M. L. P; FERREIRA, N. J. The ocurrence of tornadoes in Santa Catarina State, Brazil. Australian Meteorological Magazine, 2002 (submetido). MEDRANO, Jesús Manuel Macías; GARCÍA, Asunción Avendaño. Climatología de tornados en México. Investigaciones Geográficas, Boletín del Instituto de Geografía, v. 2014, n. 83, p. 74-87, 2014. Disponível em: < http://www.revistas.unam.mx/index.php/rig/article/view/35726/41949>. Acesso em: 27 de abr. 2016. KOBIYAMA, Masato et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Curitiba: Organic Trading, 2006.

FORMAÇÃO DE TORNADOS E O CASO DE XANXERÊ · FORMAÇÃO DE TORNADOS E O CASO DE XANXERÊ Autor: Ana Carolina Cordeiro Orientador: Otávio Reis Megda Faculdade de Geografia; [email protected]

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FORMAÇÃO DE TORNADOS E O CASO DE XANXERÊAutor: Ana Carolina Cordeiro

Orientador: Otávio Reis MegdaFaculdade de Geografia;

[email protected]

Tem-se como objetivo principal apresentar uma introdução climo/temporal emeteorológica, bem como a formação de tempestades, tornados, sua classificação econceitos relacionados, associando as características histórica, demográfica e econômica domunicípio de Xanxerê.

Objetivos

Foi utilizado para a pesquisa um extenso levantamento e revisão bibliográfica.A metodologia utilizada é a Analítica, tendo um levantamento de dados prévio e também ocampo para verificação e reconhecimento dos dados coletados, para assim explicar, a partirde um material já existente, o fenômeno climático que atingiu a cidade de Xanxerê em 20de abril de 2015.

Materiais e Método

Tornados são caracterizados como os fenômenos mais violentos associados a tempestadesseveras, seu poder de destruição é marcada por perdas de vida e grandes prejuízoseconômicos e materiais.Em todo o mundo há ocorrências de tornados, contudo, os registros desses fenômenos sópassaram a ser feitos no século XX, antes disso os relatos de tornado eram apenas tidoscomo “causos” entre a população, sem efeito cientifico ou comprovatório. No Brasil, essetipo de evento, era desconhecido pela maioria da população No entanto, pesquisas feitaspor Candido (2012) apontam que ao longo de 134 anos, de 1877 a 2011, foramdeterminados 205 episódios de tornado no Brasil.Conforme Dyer (1994, apud Marcelino, 2003), as regiões do Brasil mais propicias paraeventos tornadicos são as regiões Sul e Sudeste do país. Sendo que o Estado de SantaCatarina apresenta condições favoráveis para a formação de tornados.Dados levantados por Marcelino et al. (2002) mostram que no estado de Santa Catarina 23houveram 23 episódios de tornados em um período de 25 anos, desses episódios, 15 foramconfirmados e 8 foram considerados possíveis ocorrências (MARCELINO ET AL., 2002).

Tabela: Ocorrência de Tornados no Estado de Santa Catarina de 1976 aos dias atuais

Fonte: Marcelino et al., 2002; acrescentado pela autora, 2016.

Discussão

Segundo o CPTEC (2015), apesar da tendência da anomalia negativa de chuvas, associada aexistência de bloqueios atmosféricos sobre o oceano Pacifico e Atlântico Sul, a cidade deXanxerê, situada a oeste do estado de Santa Catarina, registrou na tarde do dia 20 de abrilde 2015 a formação de um tornado, onde de acordo com o Instituto Nacional deMeteorologia – Inmet (2015), em uma escala de F0 (mais fraca) e F5 (mais forte), esse foiclassificado estando entre F2 e F3, onde seus ventos alcançaram a velocidade de 250 km/h,segundo a defesa civil do estado. Os estragos provocados pelo tornado foram gigantescossegundo o site A noticia (2015), foram 500 metros de destruição em largura em maios oumenos 3 km de extensão.

Fonte: Defesa Civil de SC .

Possível rota do tornado na cidade de XanxerêFonte: Elaborado pela autora,2017.

Conclusão

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Xanxerê, Enori Barbieri, o tornado que passoupela cidade de Xanxerê no dia 20 de abril de 2015, o tornado atingiu cerca de 40% da áreaurbana do município, porém a zona rural também foi afetada, pois, com a força dos ventosgrande parte da cidade ficou sem energia elétrica, afetando assim os produtores de leite ealguns avicultores (CANAL RURAL, 2015).Diante disto, fica evidente a falta de instrumentação aplicável para o monitoramento detornados no Brasil e, uma rede de comunicação social falha, o que pode ser observado emtodo território nacional.Além dos sistemas de alarmes a região deve ser abarcada também por um mapeamento deáreas de risco, esse a qual Marcelino et al. (2005 apud Kobiyama, 2004), diz ser um dosinstrumentos mais eficientes para promover a defesa permanente contra desastresnaturais.

ReferênciasCANAL RURAL. Tornado deixa região de Xanxerê sem energia elétrica. Disponível em:<http://www.canalrural.com.br/noticias/pecuaria/tornado-deixa-regiao-xanxere-sem-energia-eletrica-56043>. Acesso em: 30 de mar. 2016.CANDIDO, Daniel Henrique et al. Tornados e trombas-dágua no Brasil: modelo de risco eproposta de escala de avaliação de danos. 2012. CEPAGRI. O que fazer durante os temporaisCEPAGRI - UNICAMP<disponível online em http://www.cpa.unicamp.br/artigos-especiais/temporais.html> (acessado em dezembro de 2010). Acesso em: 30 de março de 2016.MARCELINO, Emerson Vieira; NUNES, Luci Hidalgo; KOBIYAMA, Masato. Mapeamento de risco dedesastres naturais do estado de Santa Catarina. Caminhos de Geografia, v. 7, n. 17, 2006.MARCELINO, I. P. V. O.; HERRMANN, M. L. P; FERREIRA, N. J. The ocurrence of tornadoes in SantaCatarina State, Brazil. Australian Meteorological Magazine, 2002 (submetido).MEDRANO, Jesús Manuel Macías; GARCÍA, Asunción Avendaño. Climatología de tornados enMéxico. Investigaciones Geográficas, Boletín del Instituto de Geografía, v. 2014, n. 83, p. 74-87,2014. Disponível em: < http://www.revistas.unam.mx/index.php/rig/article/view/35726/41949>.Acesso em: 27 de abr. 2016.KOBIYAMA, Masato et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Curitiba: OrganicTrading, 2006.