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Formação do Sistema Internacional
DBBHO1335- 16SB
(4-0-4)
Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI
UFABC - 2016.III
Aula 13
5ª-feira, 3 de novembro
Para falar com o professor:
• São Bernardo, sala 322, Bloco Delta, 3as-feirase 5as-feiras, das 14-16h (é só chegar)
• Atendimentos fora desses horários, combinarpor email com o professor:[email protected]
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Módulo III: Sistema internacional e
capitalismo contemporâneos
Aula 13 (25ª-feira, 3 de novembro): O mundo em suspenso: a
crise de 1929 e o entreguerras
Texto base:
HOBSBAWN, E. (1995) “Rumo ao abismo econômico”, p. 90-112;
“A queda do liberalismo”, p. 113-144.
CARR, E. H. (2001), “As perspectivas de uma nova ordem
internacional”, p. 287-305.
Textos complementares:
POLANYI, K. (2000) “A década de 1920 conservadora e a década
De 1930 revolucionária”, p. 36-47.4
I Guerra Mundial e suas consequências
• “O acordo de Versalhes não podia ser a base deuma paz estável. Estava condenado desde o início,e portanto outra guerra era praticamenteinevitável. (...) Duas grande potências europeias, ena verdade mundiais, estavam temporariamentenão apenas eliminadas do jogo internacional, mastidas como não existindo como jogadoresindependentes – a Alemanha e a Rússia soviética.Assim que uma ou as duas entrassem em cena,um acordo de paz baseado apenas na Grã-Bretanha e na França (...) não poderia durar.”(Hobsbawn 1995: 42)
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I Guerra Mundial e suas consequências
• “Talvez a guerra seguinte pudesse ter sidoevitada, ou pelo menos adiada, se se houvesserestaurado a economia do pré-guerra como umsistema global de prósperos crescimento eexpansão econômicos. Contudo, após uns poucosanos, em meados da década de 1920, aeconomia mundial mergulhou na maior e maisdramática crise que conhecera desde aRevolução Industrial. (...) Daí em diante, umanova guerra mundial era não apenas previsível,mas rotineiramente prevista.” (Hobsbawn 1995:43) 6
O entreguerras
• Autores das mais variadas inclinações teóricase políticas tendem a concordar no seguinteponto sobre o período entreguerras:
–O 1) Tratado de Versalhes e a 2) criseeconômica dos anos 20 e 30, cujo ápice foi acrise de 1929 - mas que começou antes eterminou depois daquele evento - foramcausa direta da ascensão dos fascismos e daII Guerra Mundial.
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O entreguerras
• Edward H. Carr, Karl Polanyi e Eric Hobsbawn,para citar apenas os autores de nossabibliografia, são unânimes quanto àqueles doispontos: a “insustentável paz” selada no Tratadode Versalhes e a crise econômica como fatorescentrais da ascensão dos fascismos e das lutaspor hegemonia que levariam à II GuerraMundial.
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O entreguerras
• Segundo Carr, “o aspecto característico dos vinteanos de crise, entre 1919 e 1939, foi a quedasúbita das esperanças visionárias da primeiradécada para o sombrio desespero da segunda, dautopia que não se prendia à realidade para umarealidade da qual a utopia fora rigorosamenteexcluída. (...) A relação entre o totalitarismo e acrise claramente não foi de causa, mas de efeito.O totalitarismo não era a doença, mas sim umde seus sintomas.” (Carr 2001: 287-288)
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O entreguerras
• “A causa primordial da crise, calculamos, foi otrágico colapso do sistema econômicointernacional. Desde a virada do século elevinha funcionando precariamente, e a guerra eos Tratados finalmente destruíram-no.”(Polanyi 2012: 24)
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O entreguerras
• Segundo Hobsbawn, há que se ter em conta “oprofundo efeito na história do século XX do colapsoeconômica entre as guerras. Sem ele, não teriahavido Hitler. Quase certamente não teria havidoRoosevelt. É muito improvável que o sistemasoviético tivesse sido encarado como um sério rivaleconômico e uma alternativa possível aocapitalismo. (...) Em suma, o mundo da segundametade do século XX é incompreensível se nãoentendermos o impacto do colapso econômico.”(Hobsbawn 1995: 90-91)
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O entreguerras
• Carr, Polanyi e Hobsbawn identificam natentativa das potências europeias derestabelecer o sistema econômico do século XIX- cujas principais características eram o padrão-ouro e o livre-cambismo – a razão direta dacrise econômica e política do entreguerras.
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O entreguerras
• Padrão-ouro: convertibilidade de papel-moedaem um valor fixo em ouro, vigorou de 1870 até aa década de 1920; o padrão-ouro determinavauma taxa de câmbio fixa entre os países.
• Livre-cambismo: comércio livre entre os paísescujo lastro último era o padrão-ouro, que deverialevar as economias superavitárias e deficitárias aum estado de equilíbrio.
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O entreguerras
• A crise econômica que se abateu sobre aAlemanha imediatamente após o fim da I GuerraMundial preparou o terreno para a queda deRepública de Weimar e a ascensão do fascismo.
• O ressentimento alemão em relação ao Tratadode Versalhes, combinado com taxas altíssimas dedesemprego e um dos maiores processosinflacionárias de que se tem registro,alimentaram setores nacionalistas eultradireitistas que pregavam a revanche contraas potências vencedoras da I Guerra. 14
O entreguerras
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• Entre a década de 1920 e a década de 1930, omundo que o século XIX havia criado – padrão-ouro, livre-cambismo, democracias constitucionais– havia acabado em praticamente todos os paísesdo mundo.
• Foram trocados:
–O padrão-ouro por políticas monetárias e fiscaisnacionais;
–O livre-cambismo pelo protecionismo;
– A democracia constitucional por diferentesformas de autoritarismos e totalitarismos, quasetodos nesse momento de direita.
O entreguerras
• New Deal (1933-1938): série de reformas eintervenções do governo dos EUA na economiapara tentar retomar o crescimento econômicoe a geração de empregos.
• Franklin Delano Roosevelt (FDR), presidentedemocrata dos EUA de 1933-1945,implementou o New Deal.
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O que o entreguerras tem a nos ensinar?
• A combinação de crise econômica, tensõessociais e crescimento de sentimentosnacionalistas e xenófobos resultou, noentreguerras, na ascensão de regimesautoritários e totalitários, dos quais o fascismo daItália de Mussolini e o nazismo da Alemanha deHitler são os mais lamentáveis e repulsivos casos.
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O que o entreguerras tem a nos ensinar?
• A Grande Recessão (setembro de 2008 até opresente) tem gerado na Europa algunsacontecimentos similares àqueles ocorridos noentreguerras: alto desemprego, recrudescimentode nacionalismos e xenofobia, culpabilização eperseguição contra imigrantes (ou os “não-nacionais”, como antes os judeus, os roma e sinti naAlemanha nazista) e ascensão de partidosabertamente nazi-fascistas em praticamente todosos países da Europa, muitos alcançandorepresentação política regional e nacional.
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O que o entreguerras tem a nos ensinar?
• A União Europeia teve origem no Tratado deParis (1951), que estabeleceu a ComunidadeEuropeia do Carvão e Aço entre a França e aAlemanha Ocidental.
• Objetivo: vincular os interesses das duaspotências de modo a reduzir a probabilidade deguerras europeias como a I e a II GuerrasMundiais.
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O que o entreguerras tem a nos ensinar?
• A UE será capaz de manter seus compromissospan-europeus e democráticos? Ou a Europa estáretornando a uma lógica nacionalista exenofóbica que dará espaço a formas políticasque vão de um nacionalismo autárquico a formasmodernizadas de nazi-fascismo?
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Módulo III: Aula 13
Para falar com o professor:
• São Bernardo, sala 322, Bloco Delta, 2as-feiras e 4as-feiras,das 16-17h (é só chegar)
• Atendimentos fora desses horários, combinar por email com oprofessor: [email protected]
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