Formação Histórica Por que é importante o estudo histórico? “Há uma íntima relação entre...
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Constitucional 1
Formação Histórica Por que é importante o estudo histórico? “Há uma íntima relação entre evolução histórica da humanidade e conquistas de direitos fundamentais”
Formao Histrica Por que importante o estudo histrico? H uma
ntima relao entre evoluo histrica da humanidade e conquistas de
direitos fundamentais. Os ideais de direitos fundamentais tm seu
mago em preceitos religiosos como budismo, judasmo, cristianismo e
preceitos filosficos gregos e at jurdicos em Roma e no cdigo de
Hamurabi. Todavia, esses direitos tomaram a forma contempornea a
partir do sculo XVIII. -Iremos estudar os principais movimentos de
direitos fundamentais divididos em linha cronolgica.
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1) Inglaterra: Esse pode ser tido como o prlogo dos direitos
fundamentais. So cartas como: Magna carta (1215); Petition of
Rights (1628); Habeas Corpus act (1679); Bill of Rights (1688).
Obs.: Essas no so cartas de direitos no sentido moderno, todavia,
foram de grande influncia nas revolues liberais posteriores.
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Carta 1215: Considerado o mais importante antecedente de
direitos fundamentais e marco do constitucionalismo. Essa foi
outorgada pelo rei Joo sem Terras e previa vrias garantias, como:
Liberdade; Restrio a pena; Proporo entre delito e pena; Devido
processo legal; Livre acesso ao judicirio. ATENO.: primeira lei a
limitar o poder do Estado.
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Crtica do professor: No pode ser tido como manjedoura dos
direitos fundamentais, pois essa no era uma carta de direitos, mas
um contrato federal entre o rei e homens livres os bares
proprietrios de terras. No so direitos ligados cidadania ou ao
homem, mas decorrente da propriedade. Sua importncia reside em ser
a primeira limitao a ao do rei a lei, ou seja, se limita o poder do
estado. Obs.: As outras cartas tambm foram importantes e agregaram
outros direitos, liberdades e mecanismos garantidores.
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2) Estados Unidos da Amrica e Frana: H trs grandes documentos
americanos: Declarao de independncia (1787); Constituio americana
(1791); Declarao de direitos de Virgnia (1776). Todos ressaltam os
ideais de liberdade e limitao do poder do estado. Direitos como:
Vida, liberdade, propriedade, legalidade, devido processo, juiz
natural e imparcial, etc. Esses foram muito importantes como marcas
das primeiras leis e constituio fundada nos ideais de limitar e
atuao estrita lei. Todavia, seus idealizadores se fundaram em
pensadores franceses que j vinham preparando a mudana, por isso,
apesar de ser marco, acaba por estar no mesmo patamar que a norma
francesa.
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Declarao dos direitos do homem e cidado (1789): Esse documento
Frances, assim como dos americanos, consolidou a idia de estado
moderno em que as liberdades so respeitadas pelo governo, ou seja,
o ideal liberal burgus. A grande distino que a declarao francesa
trouxe a idia de direitos do homem, ou seja, todo e qualquer homem
independente de francs tem os direitos. Concluso: Nesse primeiro
momento (Inglaterra, EUA e Frana), temos a formao das
liberdades.
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3) Problemtica do Estado Burgus: As liberdades conquistadas nos
sculos XVIII e XIX tinham uma caracterstica eminentemente burguesa
e uma ligao com o sistema capitalista industrial recm nascido, que
seja inrcia do estado. Todavia, surgia um problema: Do que adianta
leis reconhecendo a liberdade sem condies materiais para exerc-las?
Desigualdade social; Estado burgus (no interveno); Fundamentos
socialistas; Exemplo: D.trabalho, seguridade social e educao.
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Temos trs grandes instrumentos jurdicos de tutelas sociais:
Constituio mexicana de 1917; Constituio de Weimar de 1919; Declarao
dos direitos do povo trabalhador e explorado (1918). Concluso: Essa
segunda leva de direitos fundamentais trouxe a idia de atuao do
estado em determinados campos para mitigar a desigualdade e com
isso alcanar a igualdade. Se a palavra chave nas primeiras cartas
era liberdade, nessa segunda leva a igualdade. Logo, nasce
princpios como Princpio da igualdade material e formal.
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4) Necessidade de universalizao: A sociedade internacional
acaba por notar que os direitos conseguidos nos sculos anteriores
no podem estar adstritos a nacionalidade, principalmente aps os
horrores da segunda guerra e o risco da guerra fria. Nessa entoada,
comea um movimento pela universalizao dos direitos fundamentais,
como sendo multinacionais. Os marcos dessas so: Criao da ONU; Carta
das naes unidas; Declarao universal dos direitos do homem.
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Concluso: Essa terceira onda gerou uma nova caracterstica aos
Direitos fundamentais, que seja a internacionalizao. Tendo tal
realidade eclodiram direitos como ambiental, difusos e coletivos.
Obs.: a principal contribuio deste perodo foi a dissociao dos
direitos fundamentais com nacionalidade e sua ligao com a
humanidade.
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Concluso geral: Os direitos humanos e fundamentais, so
decorrentes de uma evoluo histrica. Esses esto ligados s
necessidades das sociedades de sua poca. Passando por trs momentos:
Tutela da liberdade; Tutela da igualdade; Universalizao. Esses
momentos culminam na representao e formao das caractersticas dos
direitos fundamentais como: Historicidade, irrenunciabilidade,
proibio ao retrocesso, etc.
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As geraes dos direitos Como acabamos de notar, os direitos
fundamentais no foram positivados ao mesmo tempo, mas por meio de
uma evoluo histrica. Por tal caracterstica, a doutrina idealizou a
diviso desses direitos em geraes. Obs.: Cumpre destacar que se
trata de diviso meramente acadmica, pois os direitos no devem ser
divididos em estanques, j que so unos.
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Ateno no concurso: Dimenses X Geraes A maior parte da doutrina
ao classificar os direitos fundamentais os divide em geraes,
todavia, parte crescente dos doutrinadores tem criticado tal termo.
A palavra gerao transmite a idia de substituio do velho pelo novo,
de modo que, com o passar do tempo, uma gerao sempre substituda por
outra, sendo a gerao antiga abandonada pelo surgimento da
nova.
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Esse sentido contrrio, pois o reconhecimento de novos direitos
fundamentais no feito para substituir, os j reconhecidos, ou seja,
no h substituio de uma gerao por outra. Temos a soma de direitos,
ou seja, a cada novo direito fundamental que surge ele se soma aos
anteriores.
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Parte latente da doutrina tem dito ser mais correto o termo
dimenses em vez de geraes, para transmitir a idia de amplificao de
direito (camada por camada).
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Ateno! Em provas de concurso sempre use o termo dimenses.
Crtica do professor: direito binrio X direito multifacetrio. (
teoria das camadas ) Ex: Caso da lei Maria da penha.
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As dimenses (geraes) A maior parte da doutrina enumera 3
grandes geraes ou dimenses dos direitos fundamentais. Primeira
dimenso (gerao): Compreende os direitos de liberdade. A
caracterstica central desses direitos o fato de serem direitos
negativos, no sentido de que negam a interveno estatal e limitam o
poder do estado. So os direitos civis e polticos. Obs.: So aqueles
direitos conseguidos pelos ingleses, americanos e franceses.
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Segunda gerao ou dimenso: Compreende os direitos de igualdade
como direitos sociais, econmicos e culturais. A caracterstica
central desses direitos serem direitos positivos, pois obrigam o
estado a atuar, intervir na sociedade. Ex: Direito do Trabalho,
educao, previdncia e etc. Obs.: Esses direitos foram consagrados
pelo ideal de igualdade para amenizar a desigualdade do sistema
capitalista.
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Terceira gerao ou dimenso: So direitos ligados fraternidade ou
universalidade. A caracterstica central so direitos reconhecidos
pela mera condio humana. Exemplo: Direitos ambientais e do
consumidor.
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Outras geraes: Norberto Bobio: Fala em quarta dimenso direitos
ligados ao patrimnio gentico ou bio direito. Paulo Bonavides:
Afirma haver uma quarta e quinta geraes: 4 Gerao: Direitos
democracia e 5 Gerao: Direito paz. Ateno: Apesar de interessantes e
vanguardistas devem ser usados com cautela, pois ainda no so
aceitos na doutrina majoritria.
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(MPT) No estudo dos direitos humanos fundamentais, existe
ciznia doutrinria em torno da utilizao da expresso "gerao", para
indicar o processo de consolidao desses direitos, sendo que alguns
preferem utilizar "dimenso". Examine as assertivas a seguir e
selecione o argumento que, efetivamente, d suporte doutrina que
defende a necessidade de substituio de uma expresso por outra. a)
os direitos humanos fundamentais so direitos naturais e, como tais,
imutveis, de maneira que o vocbulo "gerao" faz aluso a uma
historicidade inexistente nessa modalidade de direitos, enquanto
"dimenso" refere-se a aspectos relevantes de um todo, que
simplesmente se destacam de acordo com o grau de desenvolvimento da
sociedade;
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b) o termo "gerao" conduz idia equivocada de que os direitos
humanos fundamentais se substituem ao longo do tempo, enquanto
"dimenso" melhor reflete o processo gradativo de complementaridade,
pelo qual no h alternncia, mas sim expanso, cumulao e
fortalecimento; c) a idia de "gerao" leva ao entendimento de que o
processo de afirmao dos direitos humanos fundamentais linear e no
comporta retrocessos, enquanto a de "dimenso" melhor expressa o
caminho tortuoso desse processo, de acordo com as relaes de foras
existentes nas sociedades; d) O termo "gerao" sugere uma eficcia
restrita dos direitos humanos fundamentais, meramente vertical, ao
passo que "dimenso" indica eficcia mais ampla, tambm horizontal; e)
no respondida.
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Assinale a alternativa INCORRETA: a) o primeiro documento
escrito que procurou conter os poderes do monarca surge na
Inglaterra, em 1215, a saber, a Magna Carta outorgada por Joo
Sem-Terra; b) os direitos humanos fundamentais surgem para
estabelecer os limites do poder de atuao positiva do Estado,
impondo uma atuao negativa, obrigao de no fazer, estabelecendo
direitos e deveres para toda a sociedade; c) o forte movimento
social alavancado pela ausncia de proteo da dignidade humana gerou
a constitucionalizao dos Direitos do Homem, alm dos direitos
individuais, coletivos e polticos; d) o desenvolvimento econmico
apresentado ao longo do sculo XIX, na Europa, acarretou a imediata
melhoria scio-econmica do individuo; e) no respondida
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(OAB) De acordo com o universalismo dos Direitos Humanos, no
tocante interpretao, em caso de conflito, da norma interna e
externa de direitos e garantias, a) prevalece sempre a norma
interna. b) norma posterior derroga a anterior. c) norma especial
derroga a geral no que apresenta de especfico. d) prevalece sempre
a norma mais benfica pessoa humana. e) prevalece sempre a norma
internacional.
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Sistema tributrio nacional Conceito: conjunto de normas
constitucionais que disciplinam a atividade tributante. Logo, ramo
que estuda a instituio, arrecadao e fiscalizao do tributo. OB: no
cabe ao direito tributrio o estudo da destinao do tributo, mas ao
direito financeiro.
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Diviso: iremos estudar o sistema tributrio nacional em trs
partes. 1- Conceito de tributo e suas espcies; 2- Princpios
constitucionais, 3- Imunidades;
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Conceitos Introdutrios Conceito de tributao: uma incumbncia do
Estado, que consiste na arrecadao e fiscalizao de tributos. Temos
na tributao uma relao bipolar: Poder de Tributar X Normas de Proteo
ao Contribuinte
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Pressuposto histrico da tributao Baleeiro: O tributo fiel
sombra do poder poltico h mais de 20 sculos, onde se ergue um
governante, e ela se projeta sobre o solo de sua dominao. -
Surgimento do tributo confunde-se com a da sociedade organizada; -
Roma; - Carta de 1215; - Independncia Americana - Revoluo
Francesa;
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Princpios constitucionais tributrios O princpio o alicerce
sobre o qual se constri o sistema jurdico. Esses so limitaes
constitucionais ao poder de tributar. Princpio da legalidade
tributria: Art. 150 vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municpios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o
estabelea; Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituio
de tributos, ou a sua extino;
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Garante a segurana jurdica nas relaes particulares com o
Estado. Aspectos do tributo que recai a legalidade: - Alquota; -
Base de clculo; - Sujeito passivo; - Multa; - Fato gerador.
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Excees ao princpio da legalidade: So casos de extrafiscalidade
(mecanismos de regulao da economia ou mercado do pas). Podem ter
suas alquotas majoradas e reduzidas por decreto ou portaria (Art.
153, 1): So excees os seguintes tributos: -Importao; -Exportao;
-IPI; -IOF; -CIDE Combustvel; -ICMS Combustvel.
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Princpio da anterioridade tributria: Princpio da anterioridade
tributria anual (art. 150, III, b da CF): Art. 150. vedado Unio,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: III - cobrar
tributos: b) no mesmo exerccio financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou; Exerccio financeiro o
ano fiscal (1 de janeiro 31 de dezembro). ex.: se cria o tributo em
2010, que s pode ser cobrado em 2011.
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Ob.: A funo do princpio preservar a segurana jurdica do
contribuinte e evitar o tributo surpresa. Cuidado!: Se a lei
extinguir, reduzir ou modificar sem onerar no ter que respeitar a
anterioridade. RI 200844 do STF. Esvaziamento princpio;
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Princpio anterioridade nonagesimal (art. 150, III, c da CF)
Art. 150. vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municpios: III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa
dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alnea b; O tributo majorado ou
institudo s ser exigido aps 90 dias da publicao, logo no mnimo o
contribuinte ter 90 dias para se preparar para o tributo. Ateno: os
dois princpios comeam a contar juntos.
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Excees do Princpio da anterioridade anual: So casos de tributos
que podem ser majorados e exigidos no mesmo exerccio financeiro.
(art. 150 1 da CF): - Imposto de importao; - Imposto de exportao; -
Imposto sobre operaes financeiras (IOF); - Imposto sobre produtos
industrializados (IPI); - Imposto extraordinrio de guerra (IEG); -
Emprstimo compulsrio para calamidade pblica ou para guerra externa;
- CIDE Combustvel; - ICMS Combustvel.
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Excees ao Princpio da anterioridade nonagesimal: So caso de
tributos que podem ser majorados e exigidos sem os 90 dias (art.
150 1 da CF): - Imposto de importao; - Imposto de exportao; -
Imposto de Renda; - Imposto sobre operaes financeiras (IOF); -
Imposto extraordinrio de guerra; - Emprstimo compulsrio para
calamidade pblica ou para guerra externa; - Alteraes na base de
clculo do IPTU e IPVA.
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Concluso Excees s duas: II, IE, IOF, IEG e Emprstimo Compulsrio
para calamidade pblica ou para guerra externa;. Excees anual: IPI,
CIDE:Combustvel e ICMS:Combustvel (tem de respeitar a nonagesimal).
Excees da nonagesimal: IR e alterao na base de clculo do IPTU e
IPVA (tem de respeitar a anual).
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Princpio da irretroatividade tributria (art. 150, III, a da
CF): Art. 150. vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municpios: III - cobrar tributos: a) em relao a fatos geradores
ocorridos antes do incio da vigncia da lei que os houver institudo
ou aumentado; A lei deve abranger fatos geradores posteriores sua
edio. Fundado no princpio da segurana jurdica do art. 5 XXXVI da
CF.
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Excees: O CTN elenca duas excees, em que a nova lei retroagir:
1 Lei interpretativa: a norma que se limita a explicar o
entendimento de outra norma jurdica. 2 Quando sofre uma infrao e
cria-se lei mais benfica ao contribuinte infrator: Quando uma lei
nova estabelece situao mais benfica como no caso de multa por no
pagamento.
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Cuidado exceo da exceo: mesmo sendo a lei mais benfica ao
infrator no poder retroagir em dois casos: a) Se j foi pago pelo
contribuinte; b) Quando definitivamente julgado na via
jurisdicional (RI 187. 051/SP do STJ). (crtica)
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Princpio da no limitao ao trfego de pessoas e bens: Art. 150.
vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: V -
estabelecer limitaes ao trfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrana de
pedgio pela utilizao de vias conservadas pelo Poder Pblico; Essa
regra est consubstanciada no carter federativo, para impedir
barreiras alfandegrias internas.
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Supostas excees So casos que parecem exceo, mas no so; Pedgio:
exigido pela utilizao da rodovia e no por transpor divisas. ICMS:
Esse cobrado pela circulao de mercadorias, e no por transposio de
divisas.
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Princpio da uniformidade geogrfica ou uniformidade tributria:
Art. 151. vedado Unio: I - instituir tributo que no seja uniforme
em todo o territrio nacional ou que implique distino ou preferncia
em relao a Estado, ao Distrito Federal ou a Municpio, em detrimento
de outro, admitida a concesso de incentivos fiscais destinados a
promover o equilbrio do desenvolvimento scio-econmico entre as
diferentes regies do Pas;
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A alquota do tributo deve ser a mesma em toda a extenso do
territrio nacional. Esse provm do Princpio federalismo. Exceo:
Quando h incentivo fiscal especfico para o desenvolvimento de uma
regio. Ex.: Zona franca de Manaus, a iseno do IPI.
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Princpio da clusula nom olet ou da interpretao objetiva do fato
gerador (art. 118 C/C 126 do CTN). Pressuposto histrico Imperador
Vespasiano e seu filho Tito. Todos que realizarem o fato gerador
devero pagar o tributo. No se avalia a incapacidade ou a ilicitude,
mas to somente a anlise objetiva do fato gerador. Exemplo: Compra
casa para vender drogas, mas paga IPTU.
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Princpio da vedao ao confisco ou da no confiscatoriedade : Art.
150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: IV -
utilizar tributo com efeito de confisco; O tributo com efeito
confiscatrio aquele exacerbado ou excessivo, sendo que vilipendia o
patrimnio do contribuinte, desrespeitando sua capacidade
contributiva.
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A funo do tributo arrecadatria e no predatria do contribuinte.
O tributo traduz uma absoro do patrimnio, mas essa parcial. Ateno!:
No h, no Brasil, parmetro objetivo para definir quando o tributo
excessivo, logo cabe ao poder judicirio defini-lo.
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Tributo e suas espcies Conceito de tributo: Durante um longo
perodo, houve uma verdadeira guerra doutrinria debatendo o conceito
de tributo; Como no houve pacificao jurisprudencial, doutrinria ou
acadmica, o conceito de tributo foi dado pela lei.
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O conceito de tributo est no art. 3 do CTN.: Art. 3 Tributo
toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada. Logo, tributo formado por:
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Estudo especfico requisitos do tributo 1- Prestao pecuniria:
Deve ser pecuniria para assegurar ao Estado os meios financeiros
necessrios para seus objetivos. Ateno!: O dispositivo diz:
Pecuniria, em moeda. Logo, isso traduz duas vedaes. - vedado pagar
tributo: In labore: Com trabalho ou prestao de servio. Exemplo:
Mdico no tem dinheiro para pagar IPTU e resolve trabalhar de graa
em hospital para faz-lo.
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In natura: O pagamento com bens em geral. Exemplo: No tenho
dinheiro para pagar I.R., mas quero dar meu carro para pag-lo.
Exceo: A L.C. 104/01 inseriu o XI do art. 156 do CTN que
possibilita o pagamento de tributo por dao em pagamento com bens
imveis. Obs.: Antigamente havia corrente que defendia o carter de
tributo em casos como: servio militar obrigatrio ou jurado no
tribunal do jri, entretanto depois do CTN definir tributo, tal
corrente est superada.
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2-Compulsria: Toda prestao jurdica decorrente de lei compulsria
(obrigatria), mas a compulsoriedade do crdito tributrio caracteriza
pela ausncia do elemento vontade, pois a obrigao de pagar tributo
no nasce da vontade. CUIDADO: a compulsoriedade est ligada a
ausncia de vontade e no a obrigatoriedade (independentemente da
vontade do contribuinte). Concluso: O pagamento do tributo no
voluntrio ou facultativo, pois reflexo do poder pblico, impondo
unilateralmente obrigao ao contribuinte que tem de se submeter a
este, pois prestao a-contratual.
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3- Instituda por lei: Pelo princpio da legalidade, s a lei pode
instituir tributo, sendo esse obrigao ex lege. 4- cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada: Cobrada por
lanamento I- Atividade administrativa: Art. 142. Compete
privativamente autoridade administrativa constituir o crdito
tributrio pelo lanamento O lanamento ato administrativo
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II- Ato vinculado: De acordo com: Art. 142. Pargrafo nico. A
atividade administrativa de lanamento vinculada e obrigatria, sob
pena de responsabilidade funcional. Concluso: o lanamento atividade
administrativa plenamente vinculada.
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Espcies de tributo O tributo um gnero que agrega vrias espcies.
Entretanto, muito se discutiu sobre quantos e quais so as espcies
tributrias; nesse nterim, formou-se alguns posicionamentos,
divididos em trs teorias.
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1 Teoria: Dicotomia ou Dualista de Geraldo Ataliba: que se
divide em duas espcies tributarias: a) Tributos vinculados: A atuao
estatal obrigatria, so as taxas e contribuies de melhoria (para
cobrar o Estado, deve fazer algo). Exemplo: Para cobrar coleta de
lixo deve ter coleta de lixo. b) Tributos no-vinculados: A cobrana
do tributo no est ligado a atuao do estado, o caso do imposto.
Exemplo: O IPTU cobrado por ter propriedade territorial urbana.
Obs.: Essa teoria ainda existe, mas esta foi superada, servindo de
emblema didtico.
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2 Teoria: Tricotmica: Essa teoria fundamentada no art. 5 do
CTN, que diz: Art. 5 Os tributos so impostos, taxas e contribuies
de melhoria Logo, so trs espcies de tributos: impostos, taxas e
contribuies de melhoria. Obs.: Essa corrente foi majoritria at a
dcada de 90, com o surgimento dos emprstimos compulsrios e
contribuies sociais. Hoje quase inexistente.
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3 Teoria: Pentapartida: So cinco as espcies de tributos:
Impostos, Taxas, Contribuies de melhoria, Emprstimo compulsrio,
Contribuies sociais. Inclui-se o emprstimo compulsrio e
contribuies, porque esses so de ntida prestao pecuniria,
compulsria, diversa de multa instituda por lei e cobrada por
lanamento.
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Ateno!: Ordienamente a doutrina e jurisprudncia so unssonas em
defesa dessa teoria, tanto que o STF no RE 146733/DF declina: Alm
das trs espcies mencionadas, h que se considerar como tributos os
emprstimos compulsrios e as contribuies. Ateno: em provas
alternativas escolha essa corrente nas dissertativas decline as 3
correntes demonstrando a posio do STF.
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Estudo especfico das Espcies Tributrias 1 Imposto: O conceito
est no art. 16 CTN: Art. 16. Imposto o tributo cuja obrigao tem por
fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal
especfica, relativa ao contribuinte. Imposto tributo cuja obrigao
tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade
estatal especfica.
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No vinculado atividade estatal, pois o dever de pagar o imposto
uma situao da vida cotidiana (ato do prprio contribuinte). Por
isso, chamado de tributo unilateral, pois no h contra-prestao.
Exemplo: Proprietrio de imvel urbano paga IPTU independente de ter
calamento, gua, luz e etc.
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Classificao dos Impostos I- Impostos diretos e indiretos
Direito: o contribuinte (quem paga) absorve o impacto econmico da
exigncia fiscal. Exemplo: Imposto de renda. Indireto: Nesse ocorre
a transao econmica do tributo, o contribuinte (quem paga) no aquele
que absorve o impacto econmico. Exemplo: IPI, quem paga o
industrial, mas ele repassa para o contribuinte.
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II- Fiscais e extrafiscais: J estudado. Fiscal: Visa arrecadar.
Extrafiscal: Visa arrecadar e regular economia. III- Quanto
competncia: Podem ser municipais, estatais, distritais ou
federais.
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2. Taxas Conceito: tributo vinculado ao estatal, atrelando-se
atividade pblica (ao do estado direto ao contribuinte). O conceito
de taxa est nos art. 145, II da CF C/C, art. 77 CTN: Art. 145. A
Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero
instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razo do exerccio do
poder de polcia ou pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios
pblicos especficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos
a sua disposio
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Art. 77. As taxas cobradas pela Unio, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas
atribuies, tm como fato gerador o exerccio regular do poder de
polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico
especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua
disposio. Logo, tributo com retributividade contraprestacional, ou
seja, o que gera a taxa atividade estatal especfica. Exemplo: O
ente pblico recolhe o lixo e o meio de cobrar a taxa.
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Espcies de taxa: Ns temos duas espcies: Taxa de polcia ou
fiscalizao; Taxa de servio ou de utilizao. I - Taxa de Polcia ou
fiscalizao Cuidado!: No confunda polcia administrativa com polcia
judicial, a primeira visa fiscalizao administrativa e a outra
manter a ordem pblica. A taxa de polcia exigida em virtude de atos
de polcia (fiscalizao) realizado pela administrao pblica.
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Questo: A expresso exerccio regular (presente nos art. 145, II
CF e 77 CTN) significa a fiscalizao executado ou a simples
possibilidade de se executar? 1 Corrente: desnecessrio que o cidado
tenha sofrido, concretamente a fiscalizao, sendo assim vlida a taxa
de polcia. (RE 416601 no STF). Pode cobrar antes de fiscalizar. 2
Corrente: A existncia de aparelhamento administrativo
fiscalizatrio, por si s, no suficiente para exigncia fiscal, assim
a fiscalizao no efetuada, ou presumida, no pode conduzir a obrigao
tributria de taxa. (RE 140278 STF). S pode cobrar depois de
fiscalizar. Concluso: O prprio STF discute o tema, sendo que a
ltima corrente tem sido mais repetida.
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II - Taxa de servio ou utilizao: Conceito servio: em direito
tributrio amplo. Atividade de incumbncia do Poder pblico que visa
ao atendimento de necessidade coletiva. A cobrana de taxa de servio
est prevista no CTN e na CF: Os servios pblicos consideram-se: II -
especficos; III divisveis
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O que o que ? Especfico e Divisvel: atividade estatal de
utilizao determinvel por rea, logo, destina-se a nmero determinado
de pessoas (tem como saber quem foi beneficiado). Exemplo: coleta
de lixo. Obs.: mesmo sem especificar a pessoa.
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Formas: De acordo com art. 145 do CF temos duas formas de taxa:
pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicos especficos
e divisveis, Efetiva: o servio prestado concretamente, ou seja, o
servio utilizado. Potencial: aquele colocado a disposio do
contribuinte, ou seja, potencialmente utilizado. Ateno: nesse no h
correntes pode cobrar pelos dois.
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Casos que no caber taxa Quando um servio for geral (prestado
coletividade) inviabilizando a identificao, no caber taxa, pois no
so divisveis e especficos, exemplos: - Segurana pblica: Esse dever
do estado que todos tem direito, logo, no especfico, portanto, no
cabe taxa de segurana pblica. - Iluminao pblica: Esse ilumina todos
os lugares, logo no especfico nem individual. Smula 670 do STF:
Iluminao Pblica Taxa: O servio de iluminao pblica no pode ser
remunerado mediante taxa.
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3 Contribuio de melhoria Preceito legal: H previso em dois
artigos, art. 145 III da CF e art. 81 do CTN. Art. 145. A Unio, os
Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir os
seguintes tributos: III - contribuio de melhoria, decorrente de
obras pblicas. Art. 81. A contribuio de melhoria cobrada pela Unio,
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito
de suas respectivas atribuies, instituda para fazer face ao custo
de obras pblicas de que decorra valorizao imobiliria, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o
acrscimo de valor que da obra resultar para cada imvel
beneficiado.
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Conceito: Hugo de Brito divide o conceito em duas partes: Pelo
ordenamento jurdico: um tributo vinculado, cujo fato gerador a
valorizao do imvel em decorrncia de obra pblica; Pela finalidade
redistributiva: o tributo destinado a evitar uma injusta repartio
dos benefcios decorrentes de obra pblica.
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Conceito final de Hugo de Brito: Contribuio de melhoria espcie
de tributo cujo fato gerador a valorizao do imvel do contribuinte,
decorrente de obra pblica e tem por finalidade a justa distribuio
dos encargos pblicos. Fazendo retornar ao tesouro pblico o valor
despedido com a realizao de obras pblicas, na medida em que destas
decorra valorizao de imvel.
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Competncia: De acordo com a constituio, a competncia comum
entre unio, estados, municpios e distrito federal, sendo cobrado
pela ente que realizou a obra, devendo ser criada por via de lei.
Distino com outras espcies: A) Entre contribuio de melhoria e
impostos: O imposto no est ligado atividade estatal especfica, j a
contribuio de melhoria est.
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B) Entre contribuio de melhoria e taxa: As duas so muito
parecidas, j que so espcies tributrias vinculadas, ou seja, ligadas
a uma atividade estatal especfica. Sua distino se d pelo fato
gerador. Enquanto a taxa decorre de exerccio regular do poder de
polcia ou prestao de servio na contribuio de melhoria o fato
gerador est ligado s obras pblicas. Diferena entre servio pblico e
obra pblica: Na obra pblica a atividade estatal termina quando o
bem fica pronto. J no servio pblico a atividade estatal permanente.
Exemplo: Construir uma avenida obra pblico, j mant-la limpa servio
pblico.
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Cuidado!: Benefcio e valorizao so coisas distintas. Nem todo
benefcio gera valorizao. Exemplo: Asfaltamento obra que gera
valorizao imobiliria, entretanto recapeamento obra que gera apenas
benefcio, sem valorizao, logo no cabe contribuio de melhoria (STF
RE 116148). Ateno!: o STJ e STF entende que cabe ao Estado provar
que houve valorizao do imvel por causa de sua obra. (STJ: RESP
169131 de SP, RESP 634 de SP e STF: RE 116148 de SP)
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Quando pode cobrar: O mesmo decreto no art. 9 denota que: Art 9
Executada a obra de melhoramento na sua totalidade ou em parte
suficiente para beneficiar determinados imveis, de modo a
justificar o incio da cobrana da Contribuio de Melhoria,
proceder-se- ao lanamento referente a esses imveis. Mera especulao
imobiliria no gera C.M. logo, no pode cobrar antes de iniciar a
obra. A contribuio de melhoria s ser passiva de cobrana aps o
trmino parcial ou total da obra. Ex: o asfaltamento de avenida com
termino do incio tendo valorizando o imvel.
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Limites da cobrana: temos dois Art. 81. A contribuio de
melhoria (...) tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acrscimo de valor que da obra resultar para
cada imvel beneficiado. Limite individual: Nenhum proprietrio ir
pagar mais que a valorizado seu imvel. Limite total ou global: A
arrecadao de todos os benefcios no poder exceder o valor da
obra.
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4. Emprstimo compulsrio Previso legal: Art. 148, I e II da CF:
Art. 148. A Unio, mediante lei complementar, poder instituir
emprstimos compulsrios: I - para atender a despesas extraordinrias,
decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou sua
iminncia; II - no caso de investimento pblico de carter urgente e
de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150,
III, "b".
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Natureza jurdica ( tributo): Temos duas correntes: 1 Corrente:
Esse no tributo, mas mera imposio estatal, um contrato coativo
(Smula 418 do STF); Smula 418: o emprstimo compulsrio no tributo.
Cuidado!: Verifica-se no acrdo do RE 111954, cujo julgamento
ocorreu em sesso plenria, que a Smula 418 perdeu a validade em face
da Constituio Federal de 1988.
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Teoria de Hugo de Brito e a excluso do emprstimo compulsrio:
Para ele, o emprstimo compulsrio no tributo, pois o tributo receita
pblica que ingressa no ativo, e o emprstimo compulsrio valor que
ingressa no ativo do Estado, mas aumenta seu passivo, logo, no
espcie de tributo. 2 Corrente: Essa tributo, pelos seguintes
motivos: A- Tem todas as caractersticas de tributo pelo art. 3 do
CTN; B- Est previsto no CF e CTN; C- A smula 418 anterior CF de 88,
logo restando ultrapassada.
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Diferenas: O emprstimo compulsrio se diferencia das outras
espcies tributrias, por causa do seu carter de restituibilidade.
Dessa nasce dois deveres: 1. Para o contribuinte de pagar; 2. Para
o fisco de devolver. Obs.: A devoluo direito objetivo, sendo vedado
que uma lei a derrogue, sob pena de ofensa ao art. 5 XXXVI da CF.
(P. segurana jurdica)
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Competncia: Esse tributo federal de competncia exclusiva da
unio e instituda por lei complementar. Art. 148. A Unio, mediante
lei complementar, poder instituir emprstimos compulsrios Ateno!: O
pargrafo nico do art. 148 da CF determina: Art. 148. Pargrafo nico.
A aplicao dos recursos provenientes de emprstimo compulsrio ser
vinculada despesa que fundamentou sua instituio. A arrecadao
vinculada s despesas que fundamentou emprstimo compulsrio, logo no
se admite tresdestinao (Desvio de finalidade). Exemplo: Cria para
guerra externa no poder usar em escola
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Pressupostos autorizantes: O art. 148 I e II da CF traz os
casos de emprstimo compulsrio: Despesas extraordinrias (Inciso I):
Caracteriza-se uma anormalidade abrupta, no previsvel, cercada pelo
esgotamento das finanas pblicas convencionais. Faz- se necessrio o
completo exaurimento dos cofres estatais. Logo, se houver recurso,
no se justifica. Do contrrio o tributo seria equivocadamente
adotado para qualquer necessidade do estado.
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Calamidade pblica (Inciso I): Em casos de catstrofes da
natureza, ou seja, uma situao de hecatombe avassaladora. No ser
necessrio declarao de estado de calamidade. Guerra externa (Inciso
I): Em caso apenas de conflitos externos cuja deflagrao tenham sido
de pases estrangeiros e no iniciado pelo Brasil. Investimento
pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional (Inciso
II): Essa visa antecipao de recita para grande investimento.
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5- Contribuies Conceito: Contribuio espcie de tributo com
finalidade constitucionalmente definida. Essas so caracterizadas
pela correspondente finalidade, e no pela arrecadao. Por isso,
constituem instrumento de atuao nas reas sociais em temas como:
Educao, cultura, desporto, cincia, famlia, trabalho e... Exemplo:
COFINS (Contribuio para financiamento da seguridade social) cobrada
da empresa.
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Funo: A funo das contribuies, em face da constituio, no
meramente de suprir o tesouro nacional, mas destinam-se a suprir de
recursos as entidades do poder pblico com atribuies especficas,
desvinculadas do tesouro nacional. Natureza: Tem natureza de
tributo por dois motivos: 1. Previso constitucional no art. 149; 2.
Ter os 5 requisitos do art. 3 do CTN.
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Espcie de contribuio: temos trs 1- Contribuies federais de
competncia exclusiva da unio (art. 149 caput da CF); 2- Contribuies
municipais, estaduais e do distrito federal (art. 149 para 1 da
CF); 3- Contribuies municipais e do distrito federal (art. 149 A da
CF).
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Contribuies federais Previso legal: art. 149 caput da CF Art.
149. Compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de
interveno no domnio econmico e de interesse das categorias
profissionais ou econmicas, como instrumento de sua atuao nas
respectivas reas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I
e III, e sem prejuzo do previsto no art. 195, 6, relativamente s
contribuies a que alude o dispositivo.
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Espcies de contribuies federais: Pelo caput do art. 149 da CF
temos 3 tipos de contribuies federais: Art. 149. Compete
exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no
domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou
econmicas I. Contribuies de interveno no domnio econmico,
contribuies interventivas ou CIDES: O Brasil um estado
intervencionista, comanda a vida econmica por meio de atuao
estatal. Tanto que usa de mecanismos de controle fiscalizatrio ou
de fomento a atividade econmica. Um dos meios para tanto so os
tributos extrafiscais, e dentre eles temos as contribuies
interventivas.
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So instrumentos de planejamento econmico e no mero mecanismo
arrecadatrio. Ex.: o art. 149 2 da CF prev sua incidncia na
importao e no incidncia na exportao. Art. 149. 2 As contribuies de
interveno no domnio econmico de que trata o caput deste artigo: I -
no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao; II -
incidiro tambm sobre a importao de produtos estrangeiros ou
servios;
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II. Contribuio das categorias profissionais ou econmicas:
Carrazza: Destinam-se a custear entidades que tm por escopo
fiscalizar e regular o exerccio de determinadas atividades
profissionais ou econmicas, bem como representar categorias
profissionais, defendendo seus interesses. Nesse caso, a vinculao
entre entidade e contribuinte, ou seja, quem arrecada e fiscaliza a
contribuio a instituio representativa.
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Espcies: Ns temos dois tipos de contribuies: 1 -As que so
cobradas pelos sindicatos; 2 -As cobradas pelos rgos controladores
de profisso. 1- Contribuies de anuidade: Essa visa prover de
recurso os rgos controladores e fiscalizadores de profisso (CREA,
CRM, OAB e etc.). Obs.: So autarquias, pessoa jurdica de direito
pblico.
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2- Contribuio sindical: Esses so pagos aos sindicatos, sendo
obrigatria para os sindicalizados ou no sindicalizados. Cuidado!:
As contribuies confederativas no tem carter tributrio, pois s so
devidas pelos empregados filiados ao sindicato (Smula 666 do
STF).
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Smula 666 do STF: Contribuio Confederativa - Exigibilidade -
Filiao a Sindicato Respectivo: A contribuio confederativa de que
trata o art. 8, IV, da Constituio, s exigvel dos filiados ao
sindicato respectivo. Concluso: Contribuio sindical tributo, pois
emana da lei e devido por todos os trabalhadores, filiado ou no. As
contribuies confederativas no so tributos, pois so voluntrias, s
paga quem filiado.
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III - Contribuies sociais: Tambm esto no caput 149 da CF. O STF
divide essas contribuies em 3 grandes grupos. 1 Contribuies sociais
gerais; 2 Contribuies sociais previdencirias; 3 Outras
contribuies.
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1- Contribuies sociais gerais: Essas so de competncia da unio,
so criadas por lei ordinria e se destinam a custear setores sociais
diversos da Sade, previdncia e assistncia social. Exemplos: A)
Contribuies do salrio educao (art. 212 5 da CF): Art. 212. 5 A
educao bsica pblica ter como fonte adicional de financiamento a
contribuio social do salrio-educao, recolhida das empresas na forma
da lei.
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Esse foi criado para financiar o ensino fundamental como
contraprestao das empresas pelo ensino gratuito. Obs.: A smula 732
do STF deu constitucionalidade a essa. Constitucionalidade -
Cobrana da Contribuio do Salrio-Educao: constitucional a cobrana da
contribuio do salrio-educao, seja sob a Carta de 1969, seja sob a
Constituio Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96.
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2- Contribuies da seguridade social: So contribuies atreladas
ao custeio da sade, previdncia e assistncia social. Obs.: as
contribuies scias gerais se diferenciam, desta, pela destinao de
sua arrecadao. Exemplos: Contribuio social patronal, que o
empregador paga sobre a folha de pagamento e Cofins (Contribuio
para financiamento da seguridade social). Cuidado: direitos
trabalhistas no so tributos (FGTS)
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3- Outras contribuies sociais: So casos de competncia exclusiva
da unio (art. 195 4 da CF). A unio poder criar contribuies, no
previstas na CF para custear seguridade social por meio de Lei
complementar. ( P. da fonte de custeio) Art. 195. A seguridade
social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municpios, e das seguintes contribuies sociais: 4 - A lei poder
instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I
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2 - Contribuies estaduais, municipais e do DF Art. 149. 1 Os
Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro contribuio,
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefcio destes, do
regime previdencirio de que trata o art. 40, cuja alquota no ser
inferior da contribuio dos servidores titulares de cargos efetivos
da Unio. Essa cobrada dos servidores para regime previdencirio
prprio.
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3 - Contribuies municipais e do DF: Art. 149-A Os Municpios e o
Distrito Federal podero instituir contribuio, na forma das
respectivas leis, para o custeio do servio de iluminao pblica,
observado o disposto no art. 150, I e III. monstro legislativo.
Historicamente o servio de iluminao publica sempre ensejou
controvrsias de seu custeio. Essa j foi tributada por meio de taxa,
todavia o STF decidiu pela inconstitucionalidade dessa espcie
tributria para tal fim.
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Os municpios inconformados com a perda da arrecadao acabaram
por reunir os prefeitos de todo o pas para articular a apresentao
de emenda constitucional visando introduo de tal tributo. Por meio
de tal presso, se editou a emenda constitucional 39 de 2002, que
introduziu o art. 149 A na CF. Curiosidade: Pressa na votao da
emenda e a ADIM.
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Inconstitucionalidade da forma de cobrana: Art. 149-A Pargrafo
nico. facultada a cobrana da contribuio a que se refere o caput, na
fatura de consumo de energia eltrica. Esse mecanismo
inconstitucional, j que enseja a cobrana casada do tributo com a
conta de energia, sendo mecanismo de cerceamento do direito ao
devido processo legal e ampla defesa, pois obriga o pagamento com o
medo do corte do servio.
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Slide 115
Imunidades tributrias Essas, assim como os princpios, so
limitaes constitucionais ao poder de tributar. (Tanto que o STF deu
status de clusula ptria a elas) Conceito:Imunidade fixada
constitucionalmente, traduzida em norma expressa impeditiva da
atribuio de competncia tributria.
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so meios em que se limita a competncia tributria, so zonas de
intributabilidade, ou seja, o que imune no pode ser tributado.
Natureza Jurdica: Essa tem natureza dplice: Norma constitucional
que gera hiptese de intributabilidade; (limita o podre pblico)
Direito pblico da pessoa favorecida (a pessoa poder exigir tal
direito). (garantia do contribuinte)
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Questo: As imunidades recaem s sobre impostos ou sobre todos os
tributos? 1 Corrente: S sobre impostos, como previsto no art. 150
da CF. 2 Corrente: Apesar das principais imunidades serem sobre
impostos (art. 150 da CF), temos imunidades sobre outros tributos.
Exemplo: 149, 2, I da CF das contribuies sociais.
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Diferena entre imunidade e iseno imunidadeiseno Dispensa
constitucional de pagamento do tributo; Dispensa
infraconstitucional de pagamento de tributo; O tributo no se forma,
no existe. O tributo existe, mas dispensado de ser pago; Esse tem
por escopo a implementao de objetivos do Estado. Esse tem por
escopo a conjuntura econmica e scia do pas ou da pessoa
natural.
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Diferena entre imunidade e iseno imunidadeiseno Dispensa
constitucional de pagamento do tributo; Dispensa
infraconstitucional de pagamento de tributo; O tributo no se forma,
no existe. O tributo existe, mas dispensado de ser pago; Esse tem
por escopo a implementao de objetivos do Estado. Esse tem por
escopo a conjuntura econmica e scia do pas ou da pessoa
natural.
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Estudos das Imunidades So os casos do art. 150, VI, a, b, c,d
da CF: Art. 150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municpios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimnio, renda ou
servios, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c)
patrimnio, renda ou servios dos partidos polticos, inclusive suas
fundaes, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituies
de educao e de assistncia social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei; d) livros, jornais, peridicos e o papel
destinado a sua impresso.
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Esses so os casos de imunidade genrica, sendo fundadas em
valores constitucionais ligados : Liberdade religiosa, liberdade
poltica, liberdade sindical, liberdade de expresso, direito cultura
e etc. O constituinte tinha por finalidade tutelar e incentivar
tais preceitos, logo as imunidades tem por escopo incentivar alguma
rea ou proteger determinado instituto. Por isso as imunidades so
ligadas aos objetivos do Estado.
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Espcies de imunidade Imunidade recproca (art. 150, VI, a): Art.
150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: VI -
instituir impostos sobre: a) patrimnio, renda ou servios, uns dos
outros; O fundamento desta imunidade o Princpio Federativo (art.
60, 4, I da CF).
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Entes da federao A constituio declina em vrios momentos quais
so os entes da federao, como no art. 1 e 18, expressamente,
vejamos: Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio
indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos
Art. 18. A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa
do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os
Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio.
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A partir da anlise legal, podemos chegar a algumas concluses:
A)Temos uma federao sui generis, j que esta formada por: unio,
estado e municpios, ou seja, um terceiro elemento distinto do
normal. B)H autonomia entre os entes, j que garantida uma organizao
legislativa, administrativa e governamental. C)Havendo respeito ao
Princpio da indissolubilidade do pacto federativo, logo no h
direito de secesso.
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Logo, podemos dizer que a federao brasileira formada por: Unio;
Estados membros; Municpios; Distrito Federal. Esquema para
entender: Unio + Estados + Municpios + DF = Estado Federal
Brasileiro
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Estudo Especfico dos Entes Unio federal A problemtica: A
leitura do art. 1 da CF (Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil,
formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como
fundamentos) parece que a Unio se confunde com a Repblica
federativa do Brasil, j que no mencionada no dispositivo. Todavia,
o art. 18 (Art. 18. A organizao poltico- administrativa da Repblica
Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito
Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta
Constituio) estabelece que a organizao poltico- administrativa da
repblica federativa compreende a Unio, Estados, DF e
Municpios.
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Observao de Jos Afonso: Dizer que a repblica federativa do
Brasil formada pela Unio indissolvel dos Estados, municpios e do
Distrito Federal no diverso de dizer que ela compreende Unio,
Estados, Distrito Federal e municpios, porque a unio indissolvel
(em minsculo) do art. 1 , a mesma unio (em maiscula) do art. 18.
Quer dizer: O termo unio nos dois deve ser interpretado como pessoa
jurdica de direito pblico, apesar de apresentar-se como substantivo
no artigo 1 e como nome prprio no artigo 18.
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imunidade intergovernamental, vem do equilbrio federativo, pois
dentro do territrio temos esferas do poder. Ateno!: Esse recai
sobre impostos, todavia, com relao aos outros tributos, temos 2
correntes: 1 Corrente: No paga qualquer tributo (Hugo de Brito); 2
Corrente: S no paga imposto, o resto paga.
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Cuidado!: Quando um ente da federao compra bens no ha incidncia
da imunidade recproca sobre o IPI e ICMS, pois quem paga o tributo
o industrial, comerciante ou produtor. Exemplo: Sou dono da fbrica
de carros e irei vender frota para o Estado de SP e requeiro
imunidade de IPI. Futuro estudo de D. Administrao: Empresas pblicas
e sociedade de economia mista no tm imunidade recproca, salvo
empresas pblicas que desempenharem funo exclusiva e obrigatria do
Estado. (correios)
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Imunidade para templos de qualquer culto Art. 150. Sem prejuzo
de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: VI - instituir
impostos sobre: b) templos de qualquer culto; O seu fundamento art.
6 VI ao VIII garantia de liberdade religiosa e art. 19, I da CF o
Estado laico. Aps a proclamao da repblica, o Brasil se tornou laico
(sem religio oficial). Questo de concurso: se o Brasil laico como
temos feriados religiosos?
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A regra imunitria sobre os templos, independe da extenso da
igreja ou do nmero de adeptos. Conceito de culto e templo. Culto: a
manifestao religiosa e de seus valores. Templo: Esse o mais
importante, temos 3 grandes teorias: Teoria clssico-restritiva: o
local destinado celebrao do culto. Exemplo: O IPTU no recai sobre a
igreja, mas recai sobre a casa do padre.
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Teoria clssico-literal: Templo tudo aquilo que direta viabiliza
o culto. Exemplo: O IPTU no recai sobre a igreja nem a casa do
padre e nem to pouco o IPVA sobre veculo para trabalhos
eclesisticos. Teoria Moderna: O templo entidade que extrapola o
plano do conjunto de coisas, abrange toda a dimenso de religio.
Neste sentido, todo patrimnio, renda e servios relacionados com a
finalidade religiosa estariam abarcados na imunidade. Ateno!: O STF
tem entendido a adoo da teoria moderna de templo. (RE 257,700/MG-
2000 e RE 247.809/RJ-2007).
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Exemplo: Uma igreja que aluga o seu imvel tem de pagar IPTU?
Depende. 1 Caso: Se a locao se destina a promover regular exerccio
do culto, manuteno de assistncia e amparo. Estaremos diante da
finalidade religiosa desse imvel, logo, no incide IPTU. 2 Caso:
Igreja proprietria de dezenas de imveis locados com tpica
finalidade imobiliria de receitas (ganhar dinheiro). Nesse caso, no
h imunidade de IPTU.
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Art. 150, IV, c) patrimnio, renda ou servios dos partidos
polticos, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituies
de educao e de assistncia social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei; 1- Dos partidos polticos: Os partidos polticos
so criaturas constitucionais que do sustento ao regime democrtico e
ao pluralismo poltico. O fundamento para sua imunidade a liberdade
poltica (art. 1, V da CF). Obs.: A nica exigncia o registro do
partido no TSE.
Slide 136
2- Entidade sindical: Fundada na liberdade sindical (art. 8 da
CF). Cuidado!: A imunidade abarca to somente as entidades sindicais
dos empregados. So includas na imunidade: Sindicatos (art. 511
CLT); Federaes (art. 534 CLT); Confederaes (art. 535 CLT); Centrais
sindicais. Exemplo: Imvel do sindicato destinado a lazer no sofre
IPTU.
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3- Instituies de Educao: Essa se funda na difuso da educao e do
ensino (art. 205, 208 e 214 da CF). Dada sua importncia, deve ser
vista de forma lato- senso, pois atinge escolas, faculdades,
museus, teatros, bibliotecas e centros de pesquisa; ou seja, a
educao formal e informal. 4-Entidades de assistncia social: So
aqueles que auxiliam o Estado no atendimento dos direitos sociais,
tais como: Sade, segurana, maternidade, trabalho, e outros.
Exemplo: ONGs, entidades beneficentes, organizaes de voluntariado e
etc. Cuidado: os dois s tem imunidade se forem sem fins
lucrativos.
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Requisitos da parte final do art. 150, VI, c: temos duas
expresses : Art. 150, IV, c) sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei; A) Atendidos os requisitos da lei: Estarmos
diante de dispositivo no auto-aplicvel, mas regulado pelo CTN, logo
para ter a imunidade os quatro devem: 1- Aplicarem seus recursos no
pas; 2- Manterem escriturao de suas receitas e despesas em
livros.
Slide 139
b) Sem fins lucrativos: s educao e assistncia. Cuidado!: Sem
fins lucrativos no o mesmo que vedao ao lucro, mas a apropriao do
lucro. O resultado positivo no vedado, mas deve ser investido na
prpria instituio. O lucro necessrio para a entidade se manter
(pagamento de pessoal). Exemplo: Instituio de educao privada que
cobra mensalidade de alunos, mas os lucros so reinvestidos aos seus
fins institucionais, como: Pagar professores, instalaes,
equipamentos e etc.
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Imunidades do art. 150, VI, d: Art. 150. Sem prejuzo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municpios: d) livros, jornais, peridicos e o
papel destinado a sua impresso. Fundamento: na liberdade de
expresso, difuso da cultura e utilidade social. Imunidade dos
objetos
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Estudo especfico: 1- Livros: est ligado a liberdade de expresso
e difuso do conhecimento. A imunidade existe para difuso de
conhecimento e idias, por isso incluem os manuais tcnicos e
apostilar (RE 18403/2000 SP). Parte crescente da doutrina afirma
que o livro eletrnico e CD-ROM so imunes. Obs.: Os livros que no
vinculam idias no tem imunidade. Exemplo: Livro de ponto, livro de
bordo e livros fiscais.
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2- Jornais: direito a informao so aqueles que visam difundir
notcias e informaes escritas aos seus leitores. Inclui gazetas,
informativos e etc. OBs.: At mesmo as propagandas vinculadas no
corpo do jornal so imunes (RE 87049-SP e RE 91662). 3- Peridicos:
Nesta temos qualquer publicao com periodicidade, at mesmo revista
sem contedo intelectual, como material pornogrfico, lbum de
figurinhas, listas telefnicas dentre outras.
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4- Papel: o nico insumo (matria prima) previsto na alnea d.
Cuidado: Somente utilizado em livros, jornais e peridicos. Esse
poderia ser ampliada s tintas e mquinas usadas em produo de livros,
jornais e peridicos, mas o STF limitado ao papel.
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Sistema financeiro nacional Temos dois sistemas financeiros
previstos em nossa constituio: 1) Pblico: so problemas de finanas e
oramento pblico, dos entes, logo se preocupa com questes internas
do Estado. 2) Para -Pblico: so problemas finanas relacionados a
instituies financeiras privadas ou pblicas que so reguladas pelo
ente pblico.
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Sistema financeiro nacional Para- Pblico. Conceito: esse
sistema financeiro consiste um conjunto de normas que disciplinam
as instituies financeiras (pblicas e privadas), compreendendo os
estabelecimentos de seguro, previdncia (privada) e capitalizao, e
as atividades por elas desenvolvidas. Ex.: So regras que recaem
sobre o banco do Brasil (pblico) e ao Bradesco (privado).
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A finalidade dos institutos evitar o caos financeiro na
economia do Brasil. Essa preocupao vem da ligao entre econmica e
soberania. Ex.: regras de participao de capital estrangeiro em
bancos brasileiros. Neste sentido CF: Art. 192. O sistema
financeiro nacional, estruturado de forma a promover o
desenvolvimento equilibrado do Pas e a servir aos interesses da
coletividade, em todas as partes que o compem, abrangendo as
cooperativas de crdito, ser regulado por leis complementares que
disporo, inclusive, sobre a participao do capital estrangeiro nas
instituies que o integram
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Modificao da EC 40: O referido artigo tinha vrios pargrafos e
incisos com regras como o teto de taxa de juros de 12%. Todavia
tais regras foram derrogadas com E.C. 40, permitindo a sua
regulamentao por meio de leis complementares. Agora teremos vrias
regras complementares sobre cada rea de sistema financeiro. Ex.:
uma lei especfica para previdncia privada e outra para
financiadora.
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Sistema financeiro nacional pblico Neste ponto da matria
estudaremos temas como: emisso de moedas, oramento, dvidas pblicas,
banco central e Tribunal de contas. Funo do banco central: a
competncia de emitir moedas fixada na CF como competncia exclusiva
da unio: Art. 21. Compete Unio: VII - emitir moeda; Quem exerce a
competncia de confeco de moedas exclusivamente do banco central.
Cuidado: a casa da moeda uma dependncia do banco central.
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Estrutura dos oramentos pblicos: Conceito de oramento: processo
e conjunto integrado de documentos pelos quais se elaboram,
aprovam, executam e avaliam os planos e programas de obras, servios
e encargos governamentais, com estimativa de receita e fixao das
despesas de cada exerccio financeiro. Em resumo instrumento legal
de finanas do Estado que calcula as receitas e autoriza os gastos
para determinadas aes da administrao pblica.
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Princpios constitucional oramentrios Esses princpios foram
elaborados pela finana clssicas, destinado a reforar a utilizao do
oramento. Obs.: Por isso so mais importantes a cincia financeira
que para a jurdica. Logo so princpios de observao na produo e
execuo oramentria, todavia seu fundamento jurdico acaba por ser
prejudicado (norma programtica).
Slide 152
I) Princpios de exclusividade (art. 165 8): Art. 165. Leis de
iniciativa do Poder Executivo estabelecero: 8 - A lei oramentria
anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da
despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para abertura de
crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que
por antecipao de receita, nos termos da lei. Veda que a lei
oramentria contenha dispositivo estranho fixao da despesa e previso
de receita.
Slide 153
Esse principio meio de evitar que se inclua na lei oramentria
normas relativas a outros campos jurdicos. Logo vedado a chamadas
caudas oramentrias ou oramento rabilongos, ou seja normas
aliengenas as oramentrias. Ex.: vedado na lei oramentria fazer
modificaes na CLT. Obs.: essa regra nasceu do abuso do congresso
nacional que utilizada a lei oramentria para fazer mudanas na
legislao (para desviar ateno do oramento ou usando o oramento para
desviar ateno).
Slide 154
II) Princpio da programao ( art. 165 4): Art. 165. Leis de
iniciativa do Poder Executivo estabelecero: 4 - Os planos e
programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituio sero elaborados em consonncia com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional. O oramento deve ter contedo e
forma programtica com objetivos futuros para fins de atividade
governamental. Ex.: determinar qual obra deve ser feita e rea a ser
investida.
Slide 155
Existe um vnculo entre os planos oramentrios nacionais,
regionais e setoriais, ou seja entre os planos da unio, estados e
municpios. Ex.: no adianta o oramento e planos federais se
preocuparem com setor transportes e os estaduais e municipais no
tratar do tema. Obs.: o oramento lei, logo deve ser cumprido. Seu
descumprimento imotivado leva a responsabilidade. Ex.: interveno
federal nos Estados por no pagamento de debito que consta na lei
oramentria.
Slide 156
III) Princpio do equilbrio oramentrio: Relao de equivalncia
entre o montante das despesas autorizadas e o volume da receita
previstas para o exerccio financeiro. a igualdade matemtica entre
ingressos e gastos pblicos. Questo: Quando h desequilbrio
financeiro? A)Quando h dficit: a despesa for superior receita
estimada no oramento.
Slide 157
B) Quando h supervit: a estimativa de receita supera os gastos.
Ateno: A perfeio do equilbrio oramentrio impossvel, j que as
necessidades e mudanas econmicas so volteis em nosso sistema. Por
causa disso esse principio extremamente mitigado, s servindo quando
h um exagero de gastos ou reserva. Logo o mero desequilbrio no gera
qualquer vedao a lei oramentria, pois essa deve seguir a realidade
econmica. Obs.: cabe a anlise do exagero de duas formas: poltica
feita pelo congresso e jurdica feita pelo STF.
Slide 158
IV) Princpio da anualidade: a lei oramentria deve ser peridica.
H trs fundamentos para tal periodicidade: A) Ponto de vista
poltica: haver fiscalizao anual feita pelo congresso ao votar o
oramento. B) Controle financeiro: saber com certeza a forma de
entradas e gastos do Estado, tendo controle da atuao administrativa
de forma anual. C) Controle das mudanas da econmica: o oramento se
adapta a realidade econmica que o pas est, mas reflete sua situao
econmica.
Slide 159
Neste sentido o art. 165, III e 9, I da CF: Art. 165. Leis de
iniciativa do Poder Executivo estabelecero: III - os oramentos
anuais. 9 - Cabe lei complementar:I - dispor sobre o exerccio
financeiro, a vigncia, os prazos, a elaborao e a organizao do plano
plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e da lei oramentria
anual; Por tais fatores o principio da anualidade exige que seja
feito nova lei oramentria a cada exerccio financeiro.
Slide 160
V) Princpio da universalidade: (tambm chamado de regras do
oramento bruto) devem figurar no oramento o valor total de receitas
sem qualquer desconto. Obs.: sua funo demonstrar a verdadeira
entrada e sada de valores para a fiscalizao exercida pelo povo,
congresso e etc. VI) Princpio da legalidade (art. 165 da CF): mesmo
princpio da legalidade geral, ou seja a administrao pblica se
subordina a lei. Tanto que o oramento sempre por meio de lei. Obs.:
A lei oramentria de competncia e iniciativa do presidente da
repblica.
Slide 161
Questo: a fiscalizao do oramento e contas da unio realizada por
quem? Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria,
operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao
direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Slide 162
comum no sistema democrtico existir dois tipos de fiscalizao o
controle interno de cada poder e um controle externo exercido por
outros poder. Na questo oramentria exercida pelo poder legislativo.
Concluso: as contas do poder executivo federal so fiscalizados pelo
congresso nacional, dos Estados feita pela assemblia legislativa do
Estado e dos municpios pelas cmaras municipais.
Slide 163
Ateno: as decises dos entes legislativos so via de regra
polticas, logo carregadas de subjetivismo. Entretanto a anlise
oramentrio-financeiro tcnica-administrativa de carter contbil. Em
decorrente disso o art. 71 da CF denota: Art. 71. O controle
externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio
do Tribunal de Contas da Unio A fiscalizao externa exercida pelo
poder legislativo com auxlio do tribunal de contas. Sendo assim
vamos ao estudo do TC..
Slide 164
Slide 165
Natureza constitucional do TCU: Cuidado pegadinha: como esse
rgo auxiliar do legislativo, pode-se concluir que vem da
desconcentrao deste poder, logo seria subordinado ao legislativo.
Isso muito errado!!! O TCU no subordinado ao poder legislativo, mas
apenas auxilia o mesmo na fiscalizao de contas, esse tem autonomia.
Ateno: o TCU tem competncia constitucional no sendo delegado pelo
legislativo.
Slide 166
Nas palavras do ministros Celso de Mello: Na realidade, os
Tribunais de Contas ostentam posio eminente na estrutura
constitucional brasileira, no se achando subordinado, por qualquer
vnculo de ordem hierrquica, ao Poder Legislativo, de que no so rgos
delegatrios nem organismos de mero assessoramento tcnico AUTONOMIA:
Os Tribunais de contas gozam da mesma autonomia administrativa
assegurada aos Tribunais Judicirios: Art. 73. O Tribunal de Contas
da Unio, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito
Federal, quadro prprio de pessoal e jurisdio em todo o territrio
nacional, exercendo, no que couber, as atribuies previstas no art.
96
Slide 167
Logo esse tem prerrogativas do art. 96 da CF, como: 1- Eleger
seus rgos diretivos e elaborar seus regimentos internos, 2-
Organizar suas secretarias e servios auxiliares 3- Prover, por
concurso pblico de provas, ou de provas e ttulos, obedecido o
disposto no art. 169, pargrafo nico, os cargos necessrios
administrao 4- Conceder licena e outros afastamentos a seus
membros
Slide 168
ATENO: tem poder para encaminhar projetos de lei ligado a
pessoal, administrando seus recursos e servios, bem como provendo
os cargos de seus funcionrios (art. 73 da CF ). Concluso: O TCU
entidade autnoma com competncia constitucional prpria que visa
auxiliar de forma tcnica administrativa a fiscalizao de contas. O
T.C.U entidade constitucional autnoma.
Slide 169
Atribuies do TCU: no estudaremos todas as atribuies, mas s
aquelas ligadas diretamente a fiscalizao das finanas. O artigo 71
denota as competncias constitucionais do T.C.U. so elas: 1) Emisso
de parecer prvio das contas prestadas anualmente pelo presidente da
repblica; 2) Julgar as contas dos administradores e demais
responsveis por dinheiro, bens e valores pblicos: de formas geral
todos aqueles ligados de forma direta ou indiretamente ao dinheiro
pblico.
Slide 170
3) Apreciao para fins de registro da legalidade de atos de
admisso de pessoal a qualquer ttulo: Obs.: o termo para fins de
registro no mera alegoria esse significa que: 1- Se os atos forem
legais, o tribunal determina o registro; 2- Se forem ilegais,
recusa o registro, declinando prazo para que o rgo ou entidade
competente adote as providencias necessrias ao exato cumprimento da
lei.
Slide 171
4) inspeo e auditoria de natureza contbil, financeira
oramentria e patrimonial; 5) Fiscalizar as contas das empresas no
qual o capital social participe a Unio; 6) Fiscalizar recursos
repassados pela Unio aos Estados; 7) Prestar informaes solicitadas
pelo congresso nacional; 8) Representar ao poder competente sobre
irregularidades ou abusos cometidos.
Slide 172
Concluso: o T.C.U. fiscaliza todo os eventos e fatores
econmicos ligados as finanas da unio. Tarefa para concurso: existem
temas muito importantes sobre o TCU que no iremos tratar, como:
controle difuso, smula 347, smula vinculante 3, fiscalizao de atos
e contratos e etc.
Slide 173
Integrantes do T.C.U. A) Requisitos: o artigo 73 da CF: 1- Mais
de 35 e menos de 65 anos de idade; 2- Idoneidade moral e reputao
ilibada; 3- Notrios conhecimentos jurdicos, contbeis, econmicos e
financeiros ou de administrao pblica; 4- Mais de 10 anos de
exerccio de funo ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior.
Slide 174
B) Garantias: os ministros do T.C.U. tem as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos ministros
do STJ, ou seja as normas do art. 40 da CF. Distino entre TCU e
controladoria geral da unio (CGU): A CGU foi a antiga corregedoria
geral da unio criada em 2001 por via de MP, rgo diretamente
vinculado a presidncia da repblica que tinha por objetivo combates
fraude e corrupo.
Slide 175
A CGU foi convertida na lei 10683\03 e seu nome foi mudado para
Controle Geral da Unio. O artigo 17 da lei denota que rgo
integrante da presidncia da repblica e atinente a temas de gesto e
transparncia da administrao pblica federal. Controle interno do
poder Diferena: o TCU auxilia o legislativo no controle externo
(tem autonomia e competncia constitucional) enquanto a CGU auxilia
o prprio executivo no controle interno (no tem autonomia e
competncia constitucional).
Slide 176
Tribunais de contas Estaduais Art. 75. As normas estabelecidas
nesta seo aplicam-se, no que couber, organizao, composio e
fiscalizao dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municpios. Pargrafo nico. As Constituies estaduais disporo sobre os
Tribunais de Contas respectivos, que sero integrados por sete
Conselheiros. As normas para o TCU aplicam-se, no que couber
(compatvel) aos tribunais de contas estaduais, sendo que as demais
especificaes so das constituies estaduais (regras como pessoal,
repasse de recursos e etc).
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Ateno: Preceito C.F. x Preceito das C.E. O TCE tem as garantias
constitucionais que no podem ser diminudas pelas constituies
estaduais. Ex.: a garantia de autonomia esta na C.F. e a C.E. no
pode retirar. Quando no cabe a C.F. dever ser declinada na C.E.
Ex2.: o repasse mnimo de verbas do TCU diferente do TCE, logo a
C.E. deve prever valor para tanto.
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Ateno: a smula 653 do STF denota que ser composto de 7
conselheiro. Obs.: o STF se posiciona no sentido de que os
conselheiros do TCE tem as mesmas garantias, vencimentos e
vantagens dos desembargadores dos TJs ( ADI 4190) Preceito lgico:
Ministro do TCU = prerrogativas do STJ Conselheiro do TCE =
prerrogativas do TJ
Slide 179
Tribunais de contas municipais De acordo com art. 75 da CF
tambm se aplicam as regras da CF aos TCMs: Art. 75. As normas
estabelecidas nesta seo aplicam-se, no que couber, organizao,
composio e fiscalizao dos (...) Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municpios. Questo de concurso: o art. 31, 4 da CF prev: Art. 31. A
fiscalizao do Municpio ser exercida pelo Poder Legislativo
Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle
interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. 4 - vedada a
criao de Tribunais, Conselhos ou rgos de Contas Municipais.
Slide 180
Todavia o mesmo artigo no 1 prev: Art. 31. A fiscalizao do
Municpio ser exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo Municipal, na forma da lei. 1 - O controle externo da
Cmara Municipal ser exercido com o auxlio dos Tribunais de Contas
dos Estados ou do Municpio ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas
dos Municpios, onde houver. Questo: Como pode a lei proibir a criao
de TCM e depois declinar a funo de auxiliar na fiscalizao?
Slide 181
Interpretao majoritria: aps 88 veda-se a criao de TCM, ou seja
a partir da CF cidad est vedada sua criao. Entretanto os que j
existiram poca da vedao devem continuar a funcionar. Existem apenas
dois: o TCM do Rio de Janeiro e So Paulo. Ateno cuidado super
pegadinha: os municpio no podem criar seu prprio tribunal de
constas, mas os Estados podem criar tribunais de constas especficos
para os municpios.
Slide 182
Concluso: O controle externo dos municpios realizado pela cmara
de vereadores auxiliado pelos TCMs que podem ser: A) Pelo TCM
criado pelo municpio, desde que antes de 88 (SP e RJ); B) Pelo TCM
criado pelo Estado; C) Pelo TCE.
Slide 183
Slide 184
Da ordem econmica 1) Evoluo histrica da ordem econmica na
legislao: A evoluo da ordem econmica est ligada diretamente a
evoluo do Estado. (Marx) Essa relao na modernidade constitucional,
pode ser dividida em trs momentos: Estado liberal, Estado social e
Estado ps-social.
Slide 185
A) Estado liberal: a regra era do Estado no intervencionista, o
poder pblico era visto como inimigo da liberdade individual e
qualquer restrio ao individual era ilegtima, mesmo em favor da
coletividade. Neste sentido a ordem econmica no era regida pela
constituio, mas por contratos entre as partes. Exemplos: direito a
propriedade privada, autonomia de vontades e livre iniciativa.
Slide 186
B) Estado social: a preocupao principal do Estado o bem estar
da coletividade. Neste sentido o Estado atua diretamente no bojo
dos direitos sociais. Ateno: a assistncia social prestada pelo
Estado no caridade, mas direito poltico do cidado. Exemplo:
regulamentao da economia em decorrncia do abuso do poder econmico,
por meio de garantia de valor social do trabalho e justia
social.
Slide 187
C) Estado ps-social: esse tem por fim o equilbrio dos
interesses da liberdade econmica com o interesse social. Sendo esse
equilbrio feito por meio da tutela constitucional, ou seja ter
previso na carta magna. Exemplo: previso da existncia digna junto
com o sistema capitalista. Concluso: os trs momentos do estado esto
ligados a evoluo do sistema constitucional e capitalista.
Slide 188
Problemtica constitucional As bases constitucionais do sistema
econmico encontra-se nos artigos 170 192 da CF e compreendem: -
Princpios da atividade econmica; - Poltica urbana; - Poltica
agrcola; - Sistema financeiro. Apesar desta diviso a doutrina no
faz a mesma distribuio no estudo, pois sistema econmico no mesmo
que sistema financeiro.
Slide 189
O sistema econmico formado por princpios da ordem econmica que
regula a atividade privada (regulamentao do estado de atividade com
interesse privada) Enquanto o sistema financeiro formado por regras
de finanas ligadas direta ou indiretamente a administrao pblica
(regulamentao do estado de atividade com interesse pblico). Por
tanto o estudo do sistema econmico separado do estudo do sistema
financeiro.
Slide 190
Constitucionalizao da ordem econmica A ordem econmica da CF uma
representao do capitalismo, porque apia-se inteiramente a apropriao
privada dos meios de produo e na iniciativa privada (art. 170 da
CF). Isso caracteriza o modo de produo capitalista, que no deixa de
ser tal por eventual ingerncia do Estado na economia (no interveno
est ligado ao liberalismo). A atuao do Estado no nada menos do que
uma tentativa de por ordem na vida econmica e social, porque
imposta em impor condicionamentos atividade econmica.
Slide 191
Natureza da ordem econmica instituda A constituio preconiza
dois fundamentos da ordem econmica: Iniciativa privada e Valorizao
do trabalho humano. 1) Iniciativa privada: A C.F. consagra uma
economia de mercado de natureza capitalista. 2) Valorizao do
trabalho humano: embora capitalista a ordem econmica preconiza o
valor do trabalho humano, lado social. Essa relao leva a princpios
que tem por escopo orientar a interveno do Estado, na economia, com
valorizao social.
Slide 192
Problemtica dicotmica de Jos Afonso Pela CF a ordem econmicas
tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames
da justia social: Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existncia digna, conforme os ditames da justia social,
observados os seguintes princpios: Crtica de Jose Afonso da
Silva:no nos enganemos com a retrica constitucional a declarao de
que a ordem econmica tem por fim assegurar a todos existncia digna,
s por si, no tem significado substancial.
Slide 193
Problemtica: O sistema capitalista formado essencialmente por:
- Individualismo nas relaes; - Concentrao de renda; - Apropriao
privada dos meios de produo; - Desigualdade econmica. Regime da
justia social formado por: - Equidade na distribuio de riqueza; -
Disposio dos meios necessrio; - Inexistncia de profunda
desigualdade. Questo: como pode coexistir sistemas opostos em um
mesmo regime constitucional?
Slide 194
Para Jos Afonso: O reconhecimento dos direitos sociais, como
instrumentos de tutela dos menos favorecidos no teve at aqui, a
eficcia necessria para reequilibrar o efetivo exerccio das
liberdades Concluso: essas regras so programticas no tendo qualquer
efeito pratico. Posicionamento do professor: o sistema
constitucional no binrio, mas um sistema de camadas que equilibram.
L. I.V. S.
Slide 195
A finalidade do instituto demonstrar ao hermeneuta que temos a
livre iniciativa com todos os efeitos do capitalismo. Entretanto
negamos os efeitos malficos do sistema como: a explorao,
desigualdade e etc. Logo sempre que houver desequilbrio na relao
livre iniciativas e valor social: L. I.V. S.L. I.V. S.
Slide 196
Neste sentido, o Estado deve agir para equilibrar a equao.
Exemplo: empregadores que massacram os empregados por meio de
determinada lei. Exemplo 2: lei que restringe diretamente a livre
iniciativa. Concluso: toda a sistemtica da ordem econmica depende
de uma anlise axiolgica (valor) que por meio da eqidade tenta
equilibrar os plos.
Slide 197
Princpios constitucionais da ordem econmica Esto previstos no
incisos do art. 170 da CF: Art. 170.I - soberania nacional; II -
propriedade privada; III - funo social da propriedade; IV - livre
concorrncia; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio
ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de
elaborao e prestao; VII - reduo das desigualdades regionais e
sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido
para as empresas de pequeno porte constitudas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administrao no Pas.
Slide 198
Obs.: alguns desses princpios tem carter de objetivo. Ex.:
reduo de desigualdade. 1. Soberania nacional: esse fundamento da
repblica federativa (art. 1, I da CF) e, ao ser previsto como
princpio da ordem econmica, busca evitar a influncia descontrolada
de outros pases em nossa economia. Por tanto garante a independncia
nacional. Obs.: A atuao do capital estrangeiros no vedado ou
proibido, mas apenas regulamentado. Nos termos do art. 172 da
CF:
Slide 199
Art. 172. A lei disciplinar, com base no interesse nacional, os
investimentos de capital estrangeiro, incentivar os reinvesti
mentos e regular a remessa de lucros. 2. Livre concorrncia: essa
desdobramento da livre iniciativa aparece como princpios da ordem
econmica. Obs.: no um bem absoluto, pois seu uso pode gerar abuso
que deve ser refutado pelo estado.
Slide 200
Ex.: Art. 173. 4 - A lei reprimir o abuso do poder econmico que
vise dominao dos mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento
arbitrrio dos lucros. Neste sentido a lei 8884 de 1994, deu
natureza de autarquia ao CADE que tem a competncia de controle de
limitar a dominao de mercados. 3. Defesa do consumidor: estamos
diante da consagrao, nas relaes de consumo, do princpio da
vulnerabilidade, tendo o constituinte estabelecido que o consumidor
parte mais fraca da relao. Obs.: o D. do consumidor direito
fundamental art. 5 XXXII
Slide 201
4. Propriedade privada e funo social: Fundamento
constitucional: Art. 5 XXII - garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atender a sua funo social; Notamos que a CF
garante a propriedade, desde que atenda a funo social, tanto que
quando no cumpre a funo social possvel a desapropriao (art. 182 4).
Temos um binmio: garante a propriedade + funo social
Slide 202
Natureza da Propriedade: Pblica ou Privada? corrente antiga:
relao entre uma pessoa e uma coisa de carter natural. idia
superada, pois relao jurdica existe entre pessoas e no entre pessoa
e coisa. corrente civilista: relao entre indivduo e um sujeito
passivo universal (bem) respeitado por todas as pessoas. (a
propriedade uma imputao jurdica de uma coisa a um sujeito)
Slide 203
corrente CF de 88: propriedade resultado de um complexo de
normas de ordem pblica e privadas, podendo gerar uma relao jurdica
(efeito de venda da propriedade) ou instituto jurdico (a
propriedade em si). A CF prev vrios artigos referentes propriedade,
como: 5 XXIV e XXX, 170 II e III, 176, 177, 178, 182, 183, 184,
185, 186, 191 e 222. No art. 170 inscreve a propriedade como
princpio da ordem econmica. Por isso embora prevista entre os
direitos individuais, ela no pode ser considerada como direito
individual apenas.
Slide 204
Concepo contempornea Abandona a viso civilista de mero direito
individual e a inobservncia do seu carter pblico. Logo, o direito
civil no disciplina a propriedade, mas to somente as relaes civis a
ele referentes, como gozar ou dispor. Concluso: Propriedade Direito
subjetivo Civil (art. 5 XXII) e Pblico (art. 5 XXIII).
Slide 205
Da funo social da propriedade Art. 5 XXIII - a propriedade
atender a sua funo social; a CF reafirma a funo social da
propriedade como princpio da ordem econmica: Art. 170. A ordem
econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme
os ditames da justia social, observados os seguintes princpios: II
- propriedade privada; III - funo social da propriedade;
Slide 206
OB: existem sanes se a funo social no for respeitada tanto na
propriedade rural quanto na urbana (art. 182, 184 e 186). Cuidado:
As normas que contm o princpio da funo social tem aplicabilidade
imediata, tendo plena eficcia, j que interfere na estrutura e
conceito de propriedade, transformando em instituio de Direito
pblico.
Slide 207
Natureza de funo social Histrico: A funcionalizao da
propriedade um processo longo, em que se modifica com as mudanas de
produo. Ex.: No feudalismo, a propriedade tinha um tipo de funo, j
no capitalismo industrial tem outro. Nessa evoluo, chegamos a duas
grandes correntes sobre a natureza da funo social da
propriedade.
Slide 208
1 Corrente de Jos Afonso: A funo social no sistema de limitao
da propriedade. O sistema de limitao recai sobre o exerccio da
propriedade. Ao estabelecer que a propriedade atender a funo
social, a CF no est simplesmente preordenando nus relativos a
propriedade A funo social introduziu interesse pblico, que pode no
coincidir com o interesse do proprietrio.
Slide 209
Afirma o autor: S garante o direito da propriedade que atenda
sua funo social. Logo a propriedade sem funo social no garantida
como propriedade. Por isso, no se pode afirmar que direito a
propriedade mero direito civil, pois a funo social fundamento desse
direito. Concluso: a propriedade e a funo social so um nico
instituto, no h uma relao entre principal e acessrio.
Slide 210
2 Corrente crtica a Jos Afonso: Falta de funo social no ilide a
proteo constitucional, mas gera apenas menor salvaguarda.
Fundamento: mesmo uma propriedade sem funo social, cabe ao
possessria de reintegrao por invaso. Defesa: Cabe ao pelo princpio
de acesso ao judicirio e no por uma questo de funo social.
Concluso: para esses funo social apenas limitador do exerccio da
propriedade.
Slide 211
obs. gerais Ateno: cada tipo de propriedade pode estar sujeito
a uma disciplina (ordem pblica), tendo cada qual sua destinao, e
com isso uma atuao diferente do princpio da funo social. ex: A funo
social de uma propriedade pblica diferente da funo social de uma
propriedade privada, assim como a urbana da rural a industrial para
residencial e etc. Por isso temos de estudar a funo social na
propriedade urbana.
Slide 212
Efetivao da funo social da propriedade Art. 182. A poltica de
desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Pblico municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar
o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e garantir o
bem- estar de seus habitantes. 2 - A propriedade urbana cumpre sua
funo social quando atende s exigncias fundamentais de ordenao da
cidade expressas no plano diretor. A funo social da propriedade
urbana ser delimitada no plano diretor.
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Frente a isso, nota-se que a funo social da propriedade urbana
se realiza com cumprimento das funes urbansticas, que so declinadas
no plano diretor, como: Habitao; Condies adequadas de trabalho;
Circulao humana; Recreao. Isso se d porque a propriedade urbana est
impregnada de valor cultural, histrico, ideolgico, no sentido de
algo construdo pela projeo do esprito do homem. (ex: menino e o
saco)
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A funo social urbana uma atividade urbanstica e uma funo pblica
da administrao. A funo pblica se desdobra em duas: Regime de
atribuio: Cumpre um objetivo de legislar sobre a qualidade da
propriedade. ex: s define com urbana ou industrial. Regime de seu
exerccio: Harmonizar o interesse particular com os sociais. Ex:
cria mecanismos de controle. Concluso: a propried