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Formação Sólida

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Edição 123 - Junho de 2013

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REALIZAÇÃO

PATROCÍNIO

COORDENAÇÃO PARCEIRO

3 de julho de 2013, das 14h às 18hCentro Brasileiro Britânico - Rua Ferreira de Araújo, 741, São Paulo-SP

Temas:

• Mudanças em curso nas normas de sistemas prediais de água incluindo a parte 6 da NBR 15575;

• Questões práticas de implantação de sistemas de aquecimento de água;

• Dimensionamento de sistemas de águas pluviais;

• Mudanças nos padrões de previsão de pontos de instalações elétricas disponíveis no mercado;

• Apresentação de cases

O evento contará com a presença dos palestrantes:Sergio Watanabe, Presidente do SindusCon-SP; Paulo Sanchez, VP de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP e Diretor da Sinco

Engenharia; Carlos Alberto de Moraes Borges, VP de Tecnologia e Qualidade do Secovi-SP; Jorge Batlouni Neto, Diretor da

Tecnum e coordenador do CTQ SindusCon-SP; Renato Genioli Jr., Diretor da Construtora R. Yazbek e coordenador do CTQ

SindusCon-SP; Vera Fernandes Hachich, TESIS; Carlos Barbara, Diretor da Barbara, membro do CTQ e Coordenador da Comissão

de Estudos de revisão das normas de instalações prediais de água fria e água quente; Sérgio Gnniper, Diretor da Gnipper e

Engenheiros Associados; José Jorge Chaguri Jr., Mestre em Energia, Diretor da Chaguri; Paulo Luciano Rewald, Diretor de

Normalização do Secovi-SP e Diretor da Rewald; Fabio Villas Boas, Membro do CTQ e Diretor da Tecnisa

Informações e inscrições:(11) 3334-5600 - [email protected]

facebook.com/sindusconspwww.sindusconsp.com.br @sindusconsp

F I N A L anúncio 21cm x 28cm - 9º SISTEMAS PREDIAIS - Pevide.pdf 1 29/05/2013 19:13:20

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3revista notícias da construção / Junho 2013

SERGIO WATANABEé presidente doSindusCon-SP, vice-presidente da CBICe diretor da Fiesp

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

Esforço contínuo

O setor deve crescer acima do PIBmesmo evoluindo em ritmo menor

E D I T O R I A L

A atividade na construção civil brasilei-ra segue crescendo. Com o ingresso de mais 38,1 mil novos trabalhadores em abril, o setor gerou mais 114,3 mil empregos formais no primeiro quadrimestre. Ao final do mês passado, o segmento respondia por quase 3,5 milhões de empregos no país.

Embora esses números mostrem clara-mente que a construção não está estagnada, eles também sinalizam um ritmo de cresci-mento menor que o do mesmo período de 2012, quando se geraram 46,4 mil novos em-pregos em abril e 168,7 mil no quadrimestre.

A diminuição nesse ritmo já havia sido prevista pelo SindusCon-SP, em função da diminuição do volume de investimentos na economia. Mesmo assim, o PIB do setor de-verá manter uma elevação de 3% neste ano, portanto ainda acima do PIB nacional, cujas projeções oscilam entre 1% e 2%.

Para tanto, deverão contribuir todos os segmentos: obras imobiliárias; de habitação popular dentro e fora do Programa Minha Casa, Minha Vida; de infraestrutura do PAC e de outras procedências; e dos grandes eventos esportivos.

Analisando o desempenho do nível de emprego, percebe-se que o setor imobiliário terminou de realizar o ajuste no ritmo de sua atividade. O número de trabalhadores empregados no primeiro quadrimestre deste ano neste segmento está 0,95% menor que no mesmo período do ano passado.

Por enquanto, as perspectivas são de estabilidade na atividade do segmento imobiliário, já que na área de preparação

de terrenos, o número de empregados com carteira assinada está 0,3% maior, na mesma base de comparação.

Já a atividade da construção no segmen-to de infraestrutura evolui em ritmo bem mais lento do que o esperado. O número de empregados nessa área está apenas 2,32% maior no primeiro quadrimestre, em relação ao mesmo período de 2012.

Na infraestrutura, é preciso que o poder público formate e gerencie de forma com-petente bons projetos, pois as construtoras estão prontas a executá-los. E também será necessário rever com urgência as compo-sições unitárias de preços de serviços de engenharia, que os órgãos públicos utilizam como referência para as contratações. Esses preços, defasados, dão ensejo a acusações infundadas de superfaturamento por parte dos órgãos de controladoria, que paralisam

as obras públicas e atra-sam os cronogramas de execução.

Neste cenário, ini-ciativas governamentais como a desoneração da folha de pagamentos das

novas obras poderão ter reflexos positivos, mas somente para uma parcela do setor no médio prazo. Já boa parte da construção, que subcontrata um grande volume de serviços especializados para a execução de suas obras, sofrerá um acréscimo na mudança de sua contribuição previdenciária patronal.

Numa época em que o fluxo de capital externo se retrai e as economias nacionais dependem cada vez mais da eficiência de suas políticas econômicas, a construção assume um papel relevante para a expansão contínua do emprego e da renda. Impulsio-ná-la e destravar os gargalos que dificultam seu crescimento são tarefas que requerem zelo diário.

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4 revista notícias da construção / Junho 2013

RESPONSABILIDADE SOCIAL ..................... 33• Elevação da Escolaridade: nova formatura• Subcontratados ganham qualificação

SINDUSCON-SP EM AÇÃO .......................... 35• Conferência das Cidades debaterá MCMV• “Falta gestão a empreiteiros”

OBRAS PÚBLICAS ..................................... 36• “Órgãos de controle dificultam o PAC”

REGIONAIS ............................................... 38• Ficon mostra cenário positivo em Santos• Diretor visita prefeituras do Vale• Feirões da Caixa movimentam R$ 325 mi• Cursos explicam a desoneração

“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC

e de outras fontes controladas.”

S U M Á R I O

IMOBILIÁRIO ............................................ 10• Venda de imóveis em março surpreende

HABITAÇÃO .............................................. 12• Paula Lara anuncia mudanças no licenciamento• Construção está “de olho na qualidade”

QUALIDADE .............................................. 16• Seminário destaca a Norma de Desempenho

OBRAS ESPORTIVAS .................................. 19• CTQ visita a Arena Corinthians• Interação com Itaquera é essencial• Gigantismo da obra impressiona

MEIO AMBIENTE ....................................... 24• Eficiência energética agora é indispensável

CARGA TRIBUTÁRIA .................................. 27• Prefeitura oficializa “pauta fiscal”

SEGURANÇA ............................................. 29• SindusCon-SP receberá prêmio no Chile• Elevador a cabo ganha mais prazo• Começa a revisão da NR 18

RELAÇÕES CAPITAL-TRABALHO ................. 32• Subcontratado: tarefa deve integrar salário

C A P AMBA DA CONSTRUÇÃO AMPLIAHORIZONTES E MELHORA O NEGÓCIO....6

Conjuntura | Robson Gonçalves .............................5

Empreendedorismo | luiz MaRins ......................26

Gestão Empresarial | MaRia anGelica l. PedReti ......28

Marketing | antonio Jesus de bRitto cosenza .............30

Jurídico | José oRivaldo PeRes JR. ...........................34

Saúde | Michele Piai lino ....................................42

Soluções Inovadoras | José theóPhilo leMe de MoRaes ..44

Construção da Carreira | FeliPe scotti calbucci ....46

C O L U N I S T A S

HORA DO ESPANTODepois de entrar com pedido de licenciamento para a obra de um empreendimento imobiliário, recebi 10 Comunique-se diferentes de uma mesma secretaria, no espaço de três meses. Não seria a hora de uma mudança profunda nesse sistema?

Radamés GeriaqueEngenheiro, São Paulo

ESCREVA PARA ESTA SEÇÃOE-MAIL: [email protected]: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP

V O Z D O L E I T O R

PRESIDENTESergio Tiaki Watanabe

VICE-PRESIDENTESCristiano GoldsteinEduardo May ZaidanFrancisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo IshikawaJoão Claudio RobustiJoão Lemos Teixeira da SilvaLuiz Antonio MessiasLuiz Claudio Minniti AmorosoMaristela Alves Lima HondaMaurício Linn BianchiOdair Garcia SenraPaulo Rogério Luongo SanchezYves Lucien de Melo Verçosa

DIRETORESPaulo Brasil Batistella (Jurídico)Salvador de Sá Benevides (Rel. Internacionais)

DIRETORES DAS REGIONAISEduardo Nogueira (Ribeirão Preto)Elias Stefan Junior (Sorocaba)Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto)José Luiz Goulart Botelho (São José dos Campos)Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente)Márcio Benvenutti (Campinas)Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru)Ricardo Beschizza (Santos)Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

REPRESENTANTES JUNTO À FIESPTitulares: Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio Porto; Suplentes: João Claudio Robusti; José Romeu Ferraz Neto

ASSESSORIA DE IMPRENSARafael Marko - (11) 3334-5662Nathalia Barboza - (11) 3334-5647Fabiana Holtz - (11) 3334-5701

CONSELHO EDITORIALDelfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto

SUPERINTENDENTEJosé Luiz Machado

EDITOR RESPONSÁVELRafael Marko

REDAÇÃONathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Homero Ferreira (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas).Secretaria: Antonia Matos

ARTE E DIAGRAMAÇÃOMarcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte

PUBLICIDADEVanessa Dupont - (11) 3334-5627Pedro Dias Lima - (11) 9212-0312Bruna Batista Avelino - (11) 3334-5659Vando Barbosa - (11) 97579-8834Jéssica Schittini - (11) 96646-6525Marcelo Rocha - (11) 98263-4246André Maia - (21) 7834-5379Sérgio Neves - (11) 99904-1063Eneida Cristina Martins - (11) 99942-7403 Hamilton Silva - (11) 7714-1148Thiago Rodrigues - (11) 3334-5637

ENDEREÇOR. Dona Veridiana, 55CEP 01238-010, São Paulo-SP

Central de Relacionamento SindusCon-SP(11) 3334-5600

CTP/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica

Tiragem desta edição: 15,4 mil exemplares

Opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do [email protected]

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5revista notícias da construção / Junho 2013

ROBSON GONÇALVES é professor dos MBAs da FGV e consultor da FGV Projetos

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

A economia brasileira não está engrenan-do. Apesar de todos os esforços do governo, das medidas de estímulo ao consumo e ao investimento, tudo indica que estamos cami-nhando em ritmo mais lento ao longo deste primeiro semestre.

A construção civil tende a refletir os altos e baixos do ambiente econômico com alguma defasagem. Ainda assim, os sinais de desacele-ração também já são visíveis. Segundo o Banco Central, os preços dos imóveis já dão sinais claros de que vão parar se subir. Nos primeiros meses do ano, o consumo de cimento recuou cerca de 3% frente a igual período de 2012.

Em paralelo, as taxas de crescimento do emprego no setor também estão se reduzindo. O número de empregados com carteira conti-nua em elevação, mas em ritmo cada vez mais lento. Enquanto as atividades de acabamento continuam em ritmo forte, empregando cerca de 7% mais pessoas do que no início de 2012, no segmento de preparação de terrenos o aumento do volume de trabalhadores se apro-ximava de zero no primeiro trimestre.

Alguns dos analistas que vêm anunciando o apocalipse continuam insistindo em que o fim se aproxima e a construção brasileira se encontra à beira do estouro da bolha. Os dados do crédito imobiliário, por si mesmos, já desmentem isso. Mas uma olhada para o que acontece nos países desenvolvidos ajuda a entender melhor o que se passa por aqui.

Como regra, muitos de nós não pensariam duas vezes em trocar o Brasil pelos EUA ou pela Europa, certo? Afinal, são regiões onde

fazer negócios é muito mais fácil. Estabili-dade das regras do jogo, estrutura tributária simplificada, burocracia ágil. Mas, olhando para o tombo da construção civil nesses países depois da crise de 2008 e para os números de hoje, talvez nossa visão sobre esses mercados mude um pouco.

A construção civil norte-americana em-pregava 5,8 milhões de pessoas em março, um crescimento de 2,5% na comparação com igual mês de 2012. No Brasil, em igual período, o crescimento foi de apenas 2%. Nada bom para nós, não é? No entanto, entre 2008 e 2013, a construção americana fechou liquidamente nada menos de 1,5 milhão de postos de traba-lho. Com isso, o nível de emprego hoje é cerca de 21% menor do que antes do início da crise. No Brasil, no mesmo período, surgiram 1,4 milhão de novos postos e o setor empregava quase 3,5 milhões de trabalhadores até março.

Na Europa, não há sinal algum de re-cuperação. Desde 2008, o nível de emprego setorial já caiu mais de 15%, uma redução de 2,5 milhões de postos de trabalho. Só em

2012, mais de 600 mil pessoas perderam seus empregos na constru-ção. E desde 2008, as licenças para obras re-sidenciais caíram mais de 50%. Na Espanha,

esse número passa de 80%. A crise parece não ter fim por lá.

Comparados com os nossos, esses nú-meros permitem qualificar a atual fase da construção no Brasil. Em 2012, não há dúvida de que encerramos um ciclo. Nos próximos anos, o setor não deve voltar a crescer a ta-xas de dois dígitos. Ainda assim, o nível de atividade é de dar inveja a muitos europeus e americanos. Por aqui, desaceleração, sim. Mas sem crise.

Desaceleração à brasileira

Novo ciclo da construção não deverepetir crescimento de dois dígitos

C O N J U N T U R A

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6 revista notícias da construção / Junho 2013

C A P A

Especialistas na arte da estratégia

FABIANA HOLTZ

Fruto de uma parceria firmada entre o SindusCon-SP e a Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP) em 2004, o MBA Executivo da Construção Civil deu início à 9ª turma em abril, desta vez na unidade Berrini (Av. Nações Unidas, 12.495). Com o objetivo de apresentar uma visão mais estratégica do setor, com foco em conceitos econômi-cos e financeiros, o curso pretende ampliar os horizontes de engenheiros, arquitetos e executivos do setor.

Esse nível de aprofundamento, na ava-liação de Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, é neces-sário em razão da dinâmica do setor, que é diferente do resto da indústria. “Temos uma dinâmica mais complexa. Nosso marketing e processo de produção são diferentes”, afirmou.

“Em geral as pessoas têm conceitos

equivocados sobre economia, com uma percepção rasa de seu funcionamento. É preciso ter claro que a construção é extremamente de-pendente do esta-do da economia”, observa Zaidan, ao ressaltar que o cur-so trabalha também com gestão, tratan-do de temas estra-tégicos.

“ Q u e r e m o s mudar paradigmas, oferecendo uma análise mais técnica do mercado, centrada nas particularidades do setor”, acrescentou.

Entre as análises equivocadas que costuma ouvir, Zaidan explica que para mensurar a evolução do setor a variável que deve ser considerada é a do número de famílias, e não o crescimento popula-cional.

Sempre alinhado com as tendências do mercado, o coordenador do curso, professor Rogério Mori, afirma que a

Com programa dinâmico, MBA da Construção

apura senso crítico e amplia visão do setor

Foto Divulgação

Para Mori, refinar os conhecimentos sobre economia e finanças é o grande objetivo do curso

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7revista notícias da construção / Junho 2013

inclusão de novos módulos é reavaliada pela equipe de docentes do MBA constan-temente. “Recentemente incluímos o tema sustentabilidade e negócios na construção civil. Isso é resultado de uma reflexão permanente sobre o nosso conteúdo pro-gramático”, afirmou.

Com uma equipe de aproximada-mente 15 professores e duas turmas em andamento, Mori faz um balanço bastante positivo das turmas que passaram por suas mãos. “Buscamos desenvolver em nossos alunos uma percepção mais apurada de finanças, economia, negociação, plano de negócios.”

De acordo com Mori, o objetivo é fazer com que seus alunos compreendam o impacto dos indicadores econômicos (como PIB, emprego, renda, concessão de crédito imobiliário) na indústria da construção. “Fazer uma leitura correta do mercado com embasamento técnico, conseguindo tomar decisões de negócios a partir de anúncios do governo é um im-portante diferencial para profissionais da construção nos dias de hoje.”

Com uma carga horária de 504 horas, em 18 meses os professores discorrem sobre jogos e estratégia, macroecono-mia, mercados e estratégia competitiva,

direito comercial, contabilidade, eco-nometria aplicada à construção ci-vil, administração contábil-financeira, liderança e comu-nicação executiva, contabilidade de custos, economia da construção, di-reito administrati-vo (contratos públi-cos), plano de negó-cios, técnicas de negociação e metodologia de pesquisa (on-line).

Programa dinâmicoSergio Watanabe, presidente do Sin-

dusCon-SP, participou da primeira turma do MBA e lembra que a iniciativa de criar o curso foi inovadora. “Não tínhamos ne-nhum curso desse tipo por aqui na época. Em termos de conteúdo, considero que o forte do MBA está na área econômica e financeira, que nos oferece uma visão mais estratégica do mercado”, disse Watanabe.

Além de conceitos de macro e micro economia, os alunos entram em contato com detalhes financeiros do cotidiano do setor que não são triviais.

Outro ponto importante dessa especialização, se-gundo o presidente do sindicato, está nos aspectos for-mais e legais do se-tor, que para alguns engenheiros é um verdadeiro mistério. “Em geral, o enge-nheiro tem pouca experiência sobre o funcionamento e cumprimento da legislação, princi-

”“Queremos mudar

paradigmas,

oferecendo uma

análise mais técnica

do mercado

Eduardo Zaidan

foto Gabriel Pevide

Setor tem dinâmica diferente do resto da indústria, diz Zaidan

Watanabe, aluno da primeira turma, elogia pioneirismo do curso

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8 revista notícias da construção / Junho 2013

CAPA

palmente a tributária”. Nesse sentido, o curso procura ‘juntar as peças do que bra-cabeça’, detalhando como se relacionam as empresas na área pública e privada, bem como os aspectos tributários e legais presentes no setor. “Como empresário, ele precisa desses subsídios para crescer profissionalmente e evoluir no mundo dos negócios.”

Para Carlos Henrique Studenroth, CFO da RFM Engenharia que concluiu o MBA em 2007, a principal contribuição do curso para sua carreira foi ter participado em debates com profissionais de grande bagagem profissional. “Esses debates ajudaram bastante na dinâmica de en-tender problemas específicos do setor ou para saber lidar com problemas futuros ainda não vividos na minha experiência profissional.”

Studenroth considera que o progra-ma foi bastante dinâmico, contando com professores que dominavam o assunto e estimulavam a pesquisa e participação.

Como exemplo, ele cita a discussão ocorrida ao longo do curso sobre uma possível bolha imobiliária no mercado norte-americano, frente aos problemas de crédito existentes e a supervalorização imobiliária.

“Um ano após a conclusão do MBA vivemos a crise de 2008 que, querendo ou não, era aguardada pelos principais espe-cialistas das áreas e em 2010 começamos a ver no mercado interno a valorização imobiliária que avançou fortemente nos anos de 2011 e 2012”, recorda o ex-aluno.

Processo seletivoPara se matricular no curso, os ins-

critos passam por uma análise curricular e entrevista. Em 14 de agosto começa uma nova turma, com aulas na unidade da FGV na Paulista. As inscrições estão abertas. Como pré-requisito, o interessado em cur-sar o MBA precisa ter no mínimo quatro anos de experiência profissional relevante. Informações e inscrições ligue (11) 3799-3455, entre 8h e 21h30 (de segunda a sex-ta-feira) ou acesse: http://mgm-saopaulo.fgv.br/cursos-detalhes/mba-construcao--civil-sinduscon#Coordenação .”

“O programa foi

bastante dinâmico,

com professores

que estimulavam

a pesquisa e

participação

Carlos studEnroth

Carlos, ex-aluno: debates em sala de aula ajudaram a entender problemas específicosdo setor e a se preparar para problemas futuros

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10 revista notícias da construção / Junho 2013

I M O B I L I Á R I O

Março fora da curva

Em março, foram vendidos 4.087 imó-veis novos na cidade de São Paulo, informou o Secovi-SP. O resultado surpreende: é 83,9% maior que o volume comercializado em março de 2012. E 2.845 unidades foram lançadas, com aumento de 80,35% em rela-ção a igual mês do ano passado. Os números foram divulgados no evento “Tendências do Mercado Imobiliário”, promovido pelo Secovi-SP com o apoio do SindusCon-SP.

Celso Petrucci, diretor de Economia do Secovi-SP, contou que as vendas acumuladas no primeiro trimestre na Região Metropoli-tana subiram 18,5%. “A Capital teve 59,7% das vendas e 67% dos imóveis lançados na Grande São Paulo, no período”, disse.

Para ele, apesar da maior participação nas vendas de imóveis de 2 dormitórios, os 4 quartos se destacaram, vendendo 947 unida-des em março, fato registrado pela última vez em setembro de 2010. Com esses resultados, o mercado imobiliário paulistano fechou o primeiro trimestre com 6.862 unidades ven-didas (alta de 27,1% sobre igual período de 2012). “Não é tendência. Vamos crescer em

2013 mais comedidamente”, disse Petrucci.Há vários fatores que baseiam o otimis-

mo, como a demanda histórica por imóveis novos na cidade e a diversificação de arran-jos familiares, que leva à necessidade de compra de imóveis.

No evento, o diretor de Locação da CB Richard Ellis, Adriano Sartori, apresentou estudo do mercado corporativo na cidade e revelou que as regiões tradicionais ainda concentram 90% das transações, mas outras 15 estão em pleno desenvolvimento. E cha-mou a atenção para o descompasso entre a geografia deste mercado e a do metrô. “Só três empreendimentos AAA estão locali-zados próximos a elas. Só seis conjuntos corporativos serão atendidos pelas 52 novas estações previstas”, afirmou.

Década positivaO economista Eduardo Giannetti da

Fonseca encerrou o evento mostrando con-fiança na evolução do mercado imobiliário.

Gianetti projetou “uma década positiva para o setor que dá sustentação ao cresci-mento”. Ele aposta também na normalização da economia brasileira, após dois anos de queda, embora aponte “fatores temerários”: baixo crescimento econômico, pressão infla-cionária e deterioração das contas externas.

Giannetti disse apostar no “bônus demográfico” para impulsionar a econo-

mia interna. “Nossa demografia é bastante favorável; 70% da ren-da são geradas entre os 30 e 64 anos, faixa etária de boa parte da população. Mas é pre-ciso investir no capi-tal humano, alocando recursos nos setores mais produtivos”, diz. (Nathalia Barboza)

Venda atípica deimóveis novos

surpreende e repete setembro de 2010

Gianetti projetou umadécada positiva para omercado imobiliário

Foto Arquivo Secovi-SP/Calão Jorge

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anúncioIsoeste

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12 revista notícias da construção / Junho 2013

H A B I T A Ç Ã O

Um novo tempoNATHALIA BARBOZA

São Paulo precisa agilizar seus licen­ciamentos para não travar o desenvolvi­mento, mas em 2012 demorava 709 dias, em média, para licenciar um grande empreendi­mento. Isto fez a nova gestão da Prefeitura decidir criar a Secretaria Municipal de Licenciamentos (SEL), oficializada pela Lei 15.764, de 27/5/2013. Em entrevista exclu­siva a Notícias da Construção, a titular da pasta, Paula Maria Motta Lara, explica como a SEL vai se organizar e quais são as metas do seu trabalho.

O que motivou a criação da SEL?O tempo médio de aprovação de proje-

tos em São Paulo é assustador. Não é bom para empresários, sociedade e Prefeitura. A Sehab ficou muito grande, quase inadminis-trável. Era muita coisa para uma secretaria só. Muitos técnicos concentravam-se no Aprov enquanto outros setores foram esva-ziados. Mesmo assim, o departamento tem hoje 5 mil processos de licenciamento em es-toque e uma pressão política e social enorme. Por isto o prefeito Fernando Haddad decidiu concentrar o licenciamento, que até agora era uma das atribuições da Sehab, numa secreta-ria com esta competência exclusiva. Com o apoio do prefeito, consolidaremos um novo modelo de gestão urbana, reorganizando o fluxo mais racional, ágil e transparente de processos para liberação de alvarás. Tam-bém implantaremos padrões de qualidade e de controle, melhorias nas condições de trabalho dos servidores e confiabilidade nas atividades de licenciamento.

A SEL já começou a operar?Temos como prazo de implantação o dia

11 de julho. A SEL fica responsável pelos li-cenciamentos de obras e de atividades (locais

de reunião com mais de 500 pessoas) e com fisca-lização de segurança das edificações, trabalho hoje também descentralizado nas Subprefeituras. Pe-dimos 45 dias porque te-remos de mudar o layout e a telefonia, exonerar e renomear funcionários, alterar o sistema e até a folha de ponto dos servidores. Será um grande trabalho administrativo, físico e de informática. Só pudemos iniciá-lo a partir da promulgação da Lei que criou a SEL.

Como ela vai funcionar?O estoque de processos, incluindo os de

regularização, na Sehab soma quase 25 mil. Encontramos funcionários absolutamente desmotivados, usuários sem confiança na secretaria e nossa imagem muito diferente da que o Aprov teve a vida inteira. Daí porque decidimos mudar nomes. Não se ouvirá mais falar de Aprov, Contru, Case. Faremos o ree-quilíbrio das responsabilidades dos servido-res e da carga de trabalho. Para isso, criamos uma porta de entrada única para cada tipo de processo. Serão 5 Coordenadorias, cada uma responsável pelo licenciamento total do empreendimento. A Coordenadoria Resid (de Edificações de Uso Residencial) tratará do uso habitacional; a Servin (de Edificação de Serviços e Uso Institucional) analisará empreendimentos como clínicas, escritórios, depósitos, escolas e hospitais; a Comin (de Edificação de Uso Comercial e Industrial) é para grande empreendimentos como shoppings e indústrias; a Parhis (de Parce-lamento do Solo e Habitação de Interesse Social), específica para casos de HIS e de parcelamento do solo, que hoje acontecem basicamente em função deste tipo de projeto;

Paula Motta Lara assumiu a Secretaria de Licenciamentos com a missão de remodelar e agilizar o sistema de aprovação e resgatar o prestígio dos servidores públicos da área

Page 13: Formação Sólida

13revista notícias da construção / Junho 2013

e a Segur (de Atividade Especial e Segurança de Uso) cuidará dos usos especiais ou incô-modos, como questões de meio ambiente, perigo de uso (postos de gasolina, depósito de inflamáveis e antenas de telefonia) e do que era atribuído ao Contru. Uma supervisão fará o trabalho administrativo, de pessoal e documentação. Enquanto não temos os processos informatizados, contaremos com a famosa “loja 11”.

Quais as dificuldades?Gostaria que os empresários enten-

dessem o momento que estamos vivendo. Há muito tempo São Paulo não tinha um prefeito interessado no desenvolvimento urbano, econômico e imobiliário. Este é um fator determinante para o nosso futuro. Mas pegamos a Sehab numa situação difícil. Tocar este projeto de uma secretaria nova e dar conta do que encontramos aqui não será uma tarefa fácil, nem curta. Os responsáveis pelos processos eletrônicos parados estão sendo comunicados de que terão de mudar para o papel. Na nova apresentação e para os novos casos estabelecemos um prazo de 30 dias para análise. O Case (Depar-tamento de Cadastro Setorial), que cuida do cadastro de logradouros e edificações, está sendo transformado numa supervisão (Info –Supervisão Geral de Informação) e terá de informatizar sua mapoteca e o licenciamento.

Até agora não foi fácil...Foi vendida a ideia de que havia um

sistema eletrônico que acabava com os problemas. Na verdade, não tem como de-senvolver em meses um sistema que atenda a este volume de processos fechando a porteira para o papel. Foi precipitado. Deviam testar, fazer experiências com diversas complexida-des de projeto. Na minha opinião, montou-se um sistema de controle anticorrupção muito fechado, com mais de 800 itens passíveis de Comunique-se. O servidor tinha de seguir uma lógica e pronto. Entendendo que o sis-tema demoraria um tempo para funcionar de fato, decidiu-se suspender a obrigatoriedade da via eletrônica e abrir para o papel. Não dava para parar o mercado.

Quais são suas metas?Com um estoque de 25 mil processos,

não é possível pensar em grandes metas para este ano. Mais de 10% dos 5 mil processos do Aprov já estão há mais de um ano para-dos, porque não há mecanismos de controle. Uma das metas é chegar ao final de 2013 sem processos não analisados e diminuir pelo menos em 10% o tempo médio para os no-vos. Vamos estabelecer prazos para cada um dos tipos e tamanhos dos empreendimentos e restabelecer, mais à frente, a priorização dos projetos que entrarem com tudo direiti-nho, como fizemos na gestão Marta Suplicy (2001-2004), com o Aprov Expresso.

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HABITAÇÃO

Construção está “de olho na qualidade”

Ao discursar na abertura do 9º Feirão da Caixa em São Paulo, o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, destacou em maio a preocupação com a qualidade, por parte das construtoras envolvidas na execução das moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

“Recentemente nos reunimos com o governo, a Caixa e os trabalhadores para discutir esse programa vitorioso que é o Minha Casa. Críticas têm sido feitas à qualidade de alguns empreendimentos. As construtoras formais têm se aprimo-rado nos processos construtivos visando à diminuição do custo e a uma qualidade superior com produtividade. Estamos de olho na qualidade”, assegurou o presidente do SindusCon-SP, numa alusão ao nome do programa “De Olho na Qualidade”, inaugurado neste ano pela Caixa.

Já o presidente da Caixa, Jorge Hereda, afirmou que “em 2,6 milhões de moradias contratadas, e Sergio Watanabe sabe, sem-pre pode haver algo com qualidade mais baixa. Mas a exigência para as unidades do MCMV destinadas a famílias com renda de até três salários mínimos é terem a mesma qualidade das moradias do PAR (Programa de Arrendamento Residencial), para famí-lias com renda mensal de até seis salários

mínimos. Se nosso cliente reclamar, vamos correr atrás [acionando a construtora para sanar o problema], mas será um pedaci-nho de um programa maior. O setor da construção é parceiro e tem avançado na qualidade”, reconheceu.

Queixas residuaisAntes da solenidade, Hereda reafirmou

a Watanabe o que o vice-presidente de Ha-bitação e Governo da Caixa, José Urbano Duarte, havia informado no workshop “Mi-nha Casa, Minha Vida e Parcerias: Gargalos e Propostas”, realizado pelo SindusCon-SP com a CBIC, em abril, na sede do sindicato: somente uma ínfima parcela das queixas recebidas pela Caixa sobre a qualidade das moradias do MCMV refere-se à faixa 1 (famílias com renda de até R$ 1.600).

O presidente da Caixa afirmou que, no primeiro quadrimestre, a instituição havia concedido financiamentos imobiliários no valor de R$ 40 bilhões, esperando fechar 2013 com R$ 126 bilhões. “O MCMV já contratou 2,6 milhões de unidades, das quais 1,4 milhão ficaram prontas e, destas, 1,2 milhão foram entregues. Já entregamos casas para cerca de 9 milhões de pessoas, o equivalente à população da segunda maior cidade do país.”

Em seu discurso, o secretário de Estado da Habitação, Silvio Torres, referindo-se ao workshop realizado no Sindus Con-SP, destacou “a união [com a Caixa, as cons-trutoras e a Prefeitura de São Paulo] que permitirá habitação acessível a todos”.

(Rafael Marko)

SindusCon-SP diz àCaixa que setor aprimoraprocessos construtivos

no Programa Minha Casa

Hereda a Watanabe no Feirão: “construção é parceira e tem avançado na qualidade do MCMV”

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16 revista notícias da construção / Junho 2013

Q U A L I D A D E

Sócios do desempenho

NATHALIA BARBOZA

“A Norma de Desempenho é um assun-to estratégico para o setor e, sem dúvida, é um marco para as normas técnicas brasilei-ras, pois, além de proteger o consumidor, servirá de parâmetro de competição leal entre as empresas.” A afirmação é de Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP.

Prova disso é que mais de 400 pesso-as compareceram ao seminário “Projeto, especificações e controle de execução para atender a Norma de Desempenho de Edifica-ções”, que o SindusCon-SP, por meio de seu Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ), realizou em maio em parceria com o Secovi- SP. Para Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, a presença massiva de representantes do setor no seminário provou a relevância da NBR 15.575 (Desempenho de Edificações Habi-tacionais) para a construção civil brasileira.

“Com a vigência plena da norma a partir de 19 de julho, a construção brasileira estará na direção certa, num grande salto de qualidade. Todos nós seremos sócios do de-sempenho”, confirmou Carlos Borges, mem-bro do CTQ, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do Secovi-SP e coordenador da comissão de estudo na ABNT (versão 2008) que gerou a Norma de Desempenho.

Flavio Prando, presidente em exercí-cio do Secovi-SP, concorda. “A Norma de Desempenho será um divisor de águas e um oportunidade concreta e real de melho-rarmos nossos empreendimentos, indo ao encontro dos anseios da sociedade. De um lado, haverá o compromisso do setor em

garantir o desempenho das habitações. De outro, o dos usuários em cuidar para que esse desempenho não seja afetado por mau uso. Vai se criar, assim, uma nova cultura, com di-reitos e obrigações devidamente ajustados.”

“O arquiteto está voltando ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Assim como o projetista, ele passará a ter mais responsabi-lidades, mas um trabalho mais valorizado”, afirmou Mauricio Bianchi, vice-presidente de Relações Institucionais do SindusCon-SP.

“Cada empresa precisa ter seu caminho de implantação, de instruir, informar e fazer com que seus profissionais compreendam como trabalhar com ela”, completou Borges.

Factível e aplicávelPublicada no dia 19 de fevereiro deste

ano, a Norma de Desempenho “procura tra-duzir as necessidades humanas, numa visão de longo prazo, em requisitos técnicos”, explicou Carlos Borges.

Para ele, “o mais importante é o pro-cesso de utilização da Norma, mais do que o resultado em si. E o mais difícil será a questão da vida útil e qualidade no longo

NBR 15.575 é vista como decisiva para setor atingir um novo patamar

Observado por Prando, Watanabe e Borges, Paulo Sanchez fala sobre a missão de informar todo o setorsobre a NBR

Fotos Calão Jorge/Secovi-SP

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17revista notícias da construção / Junho 2013

prazo”. Até mesmo porque “as responsabi-lidades são mais claras e rastreáveis, além de a Norma ser factível e absolutamente aplicável por empresas de quaisquer portes”, afirmou. “Normas técnicas são obrigatórias e não cumpri-las pode significar assumir o risco lesivo”, completou.

“A Norma de Desempenho deve ser usada a nosso favor. Documentando todo o processo, as empresas estarão respaldadas”, disse Fabio Villas Boas, membro do CTQ e coordenador da Comissão de Estudos de revisão da Norma de Desempenho. “A vantagem dela é o ‘jogo combinado’, já que explicita as coisas e, com o seu uso, ficará muito claro o que será entregue ao cliente”, apontou.

InterfacesUm detalhe que não pode ficar de fora

de um bom projeto, contou Luciana Alves de Oliveira, engenheira do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), é a análise prévia de soluções de interfaces. “Tudo tem de ser pensado na fase de projeto. Imagina se uma manutenção precisar quebrar uma parede que tem de garantir 50 anos de estanquei-dade?”, exemplificou.

Segundo ela, durante a obra será indispensável garantir uma execução em conformidade com o projeto, com controle de qualidade, procedimentos claros de exe-cução e critérios bem definidos de avaliação.

Luciana palestrou sobre o desempenho de vedações verticais (fachadas e paredes). Preocupada com a segurança estrutural do projeto, ela lembrou que a seleção tecnoló-gica tem que prestar atenção ainda maior à adição de sistemas importados que não atendam às condições brasileiras.

Vera Fernandes Hachich, engenheira da Tesis (Tecnologia e Qualidade de Sistemas em Engenharia), reforçou a importância dos ensaios de materiais para testar desempenho e durabilidade em conformidade às normas técnicas. “As cargas em paredes internas, por exemplo, devem ser testadas em relação à resistência a diferentes tipos de cargas”,

disse. Ela lembrou que estes testes são muito simples de fazer in loco.

Carlos Borges lembra que a Norma de Desempenho não exige a realização de ensaios para sistemas já conhecidos, se o construtor tiver certeza de que estará entre-gando o desempenho mínimo exigido, mas que a sua realização é um bom caminho para quem quiser usar isto na sua estratégia de marketing.

Independentemente disso, o projeto deve sempre avaliar a estanqueidade, a se-gurança contra incêndio e a resistência das vedações que trabalhem como guarda-corpo ou que sustentarão cargas suspensas. “Tem que dizer ao usuário o quanto a parede re-siste. Para isto, ensaios com a mão francesa e simulações ajudam a prever os limites e a necessidade de reforços em parede tipo sanduíche”, comentou Luciana Oliveira.

Em relação ao fogo, ainda, é preciso analisar não só o tempo de resistência do sistema ao fogo mas também a reação dos elementos às chamas. “Prefira sempre ma-teriais incombustíveis ou de baixa emissão de fumaça. É função do fabricante informar estes dados com precisão.”

Por fim, a engenheira alertou para o desempenho acústico das esquadrias, que fa-zem parte do sistema de vedações verticais. “Desconsiderar o desempenho acústico das esquadrias é por a perder todo o esforço de isolamento sonoro da parede”, disse.

Ercio Thomaz, colaborador de Notícias da Construção que coordenou as primeiras discussões sobre a questão do desempenho no país, comentou que a acústica é um dos principais problemas identificados como não atendimento aos requisitos de desempenho, gerando muitas reclamações de moradores

Maria Angélica fala sobre a importância da boa

engenharia ao lado de Ercio Thomaz (à esq.) e

Fabio Villas Boas (à dir.)

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18 revista notícias da construção / Junho 2013

QUALIDADE

incomodados pelo barulho de um apar-tamento para outro. A instalação de piso flutuan te, que usa uma manta entre o piso e a laje, é uma das soluções possíveis, mas tam-bém precisa atender normas de instalação.

Segundo Ercio Thomaz, os pisos devem atender a vários requisitos, que vão da óbvia resistência mecânica até o chamado conforto antropodinâmico, que impede aquela sen-sação ruim de pisar em um terreno instável. “Todos os pisos precisam ter algum grau de atrito, não podem ser totalmente lisos e escorregadios; e suas frestas não podem superar os 4 mm”, contou.

Chuva de granizoSobre desempenho de coberturas, falou

Ricardo Pina, coordenador do Grupo de Tra-balho de Sistemas de Coberturas da revisão da NBR 15.575 e membro do Comasp (Co-mitê de Meio Ambiente) do SindusCon- SP. Segundo ele, um dos requisitos da Norma é que os sistemas de cobertura tenham resis-tência a deformidades produzidas por outras

cargas, a ação dos ventos ou numa possível chuva de granizo, mas o que mais preocupa são as resistências a deformabilidades do próprio telhado e contra sua ruína.

Já o forro, para coberturas que necessi-tam dele, deve suportar até 30N de peso de cargas pontuais que serão instalados, como luminárias e até o varal.

“Um bom projeto inclui todas as infor-mações técnicas e especificações claras de como deve ser feita a manutenção”, garantiu Jorge Batlouni Neto, coordenador do CTQ do SindusCon-SP.

Participou ainda do seminário Francisco Graziano, da Poli-USP, que falou sobre o desempenho de estruturas.

Mais abrangente, a versão revisada em 2012 da Norma de Desempenho assume sua vocação para edifícios habitacionais com qualquer número de pavimentos e fomenta a redução de riscos de patologias, sobretudo na adição de novas tecnologias. Basicamente, ela sustenta exigências em três grandes preceitos: segurança, habita-bilidade e sustentabilidade.

Para Maria Angélica Covelo Silva, consultora da NGI e colaboradora de Notí-cias da Construção, o mais importante para chegar a eles é a metodologia de avaliação do desempenho que está por trás da Norma. “Nada se comporta da mesma forma quando colocado em condições e usos diferentes. Por isso é difícil definir qual será o desempenho se não tivermos métodos bem definidos de avaliação que comprovem os resultados esperados”, justificou.

A engenheira lamentou a falta de cultu-ra brasileira para especificar por desempenho e recomenda que o projeto comece sempre pelo estudo das condições de uso (geografia, clima e tipo de usuário, por exemplo). “A Norma não é complexa, nós é que tivemos o mau hábito de não exigir desempenho de nada”, declarou. “Temos de ver quais requisitos estabelecidos na Norma de De-sempenho devem ser observados para cada projeto, avaliá-los e só depois especificar componentes, elementos e sistemas.”

Segundo ela, um dos grandes equívocos das empresas tem sido “terceirizar” conheci-mento. “Não podemos depender do fabrican-te para dizer qual material é adequado para cada obra”, disse. Maria Angélica instou os engenheiros a uma nova postura: “Temos de voltar a fazer engenharia, que não é algo banal (...) A não-conformidade mata!”.

‘Nova regra é volta da boa engenharia’

Batlouni (à esq.) e Borges: embora a norma não exija a realização de ensaios, eles podem ajudar a provar o bom desempenho dos sistemas e dos seus componentes

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19revista notícias da construção / Junho 2013

O B R A S E S P O R T I V A S

Aqui é Corinthians

NATHALIA BARBOZA

Os tempos de futebol romântico estão cada vez mais para trás. Prova disto é a qua-lidade dos gramados que os novos estádios brasileiros prometem. Na Arena Corinthians não será diferente. Em maio, um grupo de 13 integrantes do CTQ visitou as obras do futuro estádio na zona leste de São Paulo e pôde conhecer o sistema de drenagem a vácuo do futuro gramado, que surpreende pela tecnologia embarcada.

A grama típica do inverno europeu (pa-drão inglês) ainda não estava lá, mas já havia sido instalado o sistema que garantirá que não passe de 23° C a temperatura das raízes, mesmo que o jogo esteja pegando fogo.

Verde escura, a camada vegetal de 10 cm é só a primeira de um conjunto que inclui ainda 20 cm de areia e outros 20 cm de brita. Na segunda camada está o segredo: sensores que vão detectar a temperatura da grama e acionar o sistema de resfriamento da raiz, como se fosse uma serpentina de chope.

A visita aconteceu a convite do membro do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP e diretor de Construção da Regional São Paulo/Sul da Odebrecht Empreendimentos Imobiliários, Paulo Aridan Mingione. O grupo, liderado pelo vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, Paulo Sanchez, e pelo coordenador do CTQ, Jorge Batlouni, foi recepcionado pelo arquiteto da Odebrecht Paulo Epifani. Ele revelou que a grama começará a ser plantada em julho e estará

pronta em setembro. “Vinte dias depois de plantada será feito o primeiro corte e um enxerto de tufos de grama sintética, em volta da qual a grama natural deverá se enredar e crescer mais robusta e resistente”, contou.

“A visita vai ao encontro do ideal do CTQ de conhecer novas tecnologias e difundi-las para o mercado. E às vezes o conhecimento está aqui perto. O Brasil tem obras emblemáticas no mesmo nível do que já vimos lá fora”, afirmou Paulo Sanchez.

A obra já superou 75% de conclusão e deverá ser entregue em dezembro de 2013.

Força brutaAo lado de Antonio Gavioli, diretor de

contrato da Odebrecht Infraestrutura, Paulo Epifani explicou que um guindaste Liebherr 11350, de 1.500 toneladas, o de maior capa-cidade já utilizado em uma obra na América Latina, foi fundamental para erguer não só peças pré-moldadas em concreto de até 350 toneladas mas também os 20 módulos da estrutura metálica da cobertura dos prédios Leste e Oeste, este último que guarda 60%

Em visita exclusivaao popular Itaquerão,

CTQ conhecedetalhes da Arena

Futuro estádio do Corinthians será obra emblemática que demonstra o potencial da construção civil brasileira, diz Paulo Sanchez

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20 revista notícias da construção / Junho 2013

OBRAS ESPORTIVAS

da infraestrutura do está-dio em 11 andares. Só a cobertura metálica soma uma área de 31.500 m². O acabamento será fei-to com uma membrana termoplástica poliolefina (TPO) branca, produzida pela Firestone.

A obra toda ocupa 189 mil m² de um terreno de 198 mil m² e precisou de 45 km de estacas pro-fundas (no total, 3.520 pré-moldadas e estacas raiz), 900 pilares, 2.500 vigas-jacaré, 4.000 de-graus e 9.700 lajes (perfa-zendo 11 mil m³). Foram 50 mil metros cúbicos de concreto pré-moldado.

O prédio Oeste foi criado para 48 mil torcedores –serão 65 mil durante a Copa do Mundo. No total, haverá 98 camarotes, 502 sanitários, 59 lojas, 1 auditório, 15 elevadores, 4 restaurantes/bares, 1 cozinha industrial, 10 escadas rolante, 990 vagas cobertas e 1.943 descobertas.

Conforto e mais opçõesPara garantir a máxima visibilidade ao

torcedor, a distância do primeiro espectador em relação à linha lateral do campo é de apenas 7 metros. A inclinação aberta das arquibancadas foi pensada para não deixar pontos cegos. Para Paulo Epifani, “o desa-

fio do negócio é ter níveis de conforto bem distintos para atender a todo tipo de bolso”. Segundo ele, “hoje, o público do Corinthians que quer gastar não tem o que consumir no Pacaembu”. Para este grupo, o Corinthians vai oferecer uma entrada VIP pela Radial Leste que dá acesso direto às garagens in-ternas do estádio, no prédio Oeste.

No quinto e no sexto níveis, estarão os camarotes, que provavelmente serão aluga-dos por temporada –a expectativa do clube é arrecadar R$ 1 milhão anuais por unidade. A área business será a mais cara do estádio e os dois andares superiores serão usados pelo Corinthians. A arquibancada premium preenche as demais necessidades.

Os torcedores que chegarem do metrô, trem ou ônibus aces-sarão o estádio por uma grande espla-nada, a partir do Sul, na altura do quarto nível.

“Trabalhamos

Visão das arquibancadas do prédio Leste, com a estrutura da cobertura já em fase de finalização

À esq., plataformas de transporte aéreo ajudam os trabalhadores a instalarem os vidros com LEDs que formarão o maior painel do gênero no mundo (abaixo)

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21revista notícias da construção / Junho 2013

A interação com a comunidade que mora na região de Itaquera, onde está localizado o futuro estádio, tem sido fun-damental para manter o ritmo da obra sem intercorrências, diz Paulo Aridan, executivo da Odebrecht e membro do CTQ.

Segundo ele, a construtora tem desen-volvido ações sociais como o Programa Acreditar, que empregou 120 dos 300 operários locais formados na obra. “O que ganhamos é o comprometimento dos tra-balhadores e da comunidade. Muitos dos operários foram arregimentados e treinados por nós em parceria com o Senai-SP e com o apoio financeiro da Prefeitura”, afirma.

Um dos bons exemplos, revela Aridan, é o Programa Caia na Rede, de introdução digital, pensado inicialmente para os traba-lhadores, mas que acabou sendo direcionado aos seus filhos e esposas, durante o horário de trabalho. “É uma diretriz da Odebrecht interagir com a população local, agindo nas cinco faces da sustentabilidade: ambiental, econômica, social, segurança do trabalho e diversidade”, comenta.

Segundo Antonio Gavioli, da Odebre-cht, há 80 mulheres empregadas no canteiro desempenhando as mais variadas atividades, como de assentadora. Há até uma motorista de caminhão.

Interação com Itaquera é essencial

3 turnos por muito tempo. Hoje, temos um turno único com 1.500 trabalhadores porque a estrutura está pronta e já desativamos a usina de concreto e o pátio de pré- moldados. “A cobertura metálica é o nosso caminho crítico, por sua complexidade. Quando os tirantes estiverem tracionados e começarmos a demacaquear é que veremos a reação do sistema”, lembrou. Por questão de seguran-ça, este serviço também impede o início da montagem das arquibancadas móveis que servirão ao Mundial.

A obra teve de executar ainda um muro de proteção do terreno, um fundo de vale. Com 650 metros, foi executado com o sis-tema terramesh atirantado e é o maior muro de contenção deste tipo no país.

Sílica e porcelanatoCerca de R$ 260 milhões dos R$ 820

milhões que serão investidos na obra foram reservados para o acabamento. Entre os materiais escolhidos estão pisos de porce-lanato, mictórios com limpeza automática e espelhos que poderão se transformar em telões.

As atividades desta fase estão a pleno vapor. A face Oeste será a primeira fachada orgânica do Brasil, com 8.900 m² de vidros

torcidos para representar uma bola estufando uma rede. Terá 200 m de largura por 20 m de altura e vidros extra clear, totalmente brancos, feitos na Bélgica e torcidos na Itália, mas projetados, peça a peça, por brasileiros. A caixilharia também foi feita no Brasil.

Já a fachada Leste será o maior painel telão de vidro com LED incorporado do mundo.

Os últimos 15 metros de toda a cobertura terão vidros e células fotovoltaicas. A energia captada será jogada na rede durante a semana e entrará numa conta crédito/débito com a distribui-dora de energia.

Na volta do campo, uma galeria de ser-viços, como é comum em shopping centers, vai facilitar a retirada de lixo e o abasteci-mento de suprimentos.

A Arena Corinthians deverá sediar a abertura da Copa do Mundo 2014 e mais cinco jogos do Mundial. “Nosso compro-metimento com prazo é muito importante, mas o primeiro fator é a segurança –não podemos fazer de qualquer jeito”, comen-tou Epifani.

A fachada Oeste da Arena será a primeira do Brasil a simular a rede estufada por um gol

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OBRAS ESPORTIVAS

Gigantismo e inovações impressionam

“A Arena Corinthians é exemplo não só do que o brasileiro é capaz de fazer em termos de estádio de futebol digno de nosso país e de nossa cidade mas também de espa-ços de eventos. As fachadas são sensacionais e vão impressionar o mundo!”. A afirmação, após a visita à obra, é de Renato Genioli Jr., um dos coordenadores da Comissão de Trabalho de Sistemas Prediais do CTQ.

Paulo Sanchez, vice-presidente do Sin-dusCon-SP, chama a atenção para o fato de que “uma obra de ponta, deste porte, tenha projetado suas instalações em BIM (Build­ing Information Modeling), para garantir controle de execução e compatibilização com os demais projetos”.

Jorge Batlouni, coordenador do CTQ, destacou o guindaste de 1.500 t: “Nunca ti-

nha visto um tão grande!”. Ele surpreendeu- se ainda com “os materiais de acabamento bastante sofisticados”, em especial dois itens: a fachada com painéis de LED e o cus-toso vidro extra clear em formato orgânico.

Claudio Goldstein, outro coordenador da Comissão de Sistemas Prediais, apreciou também a cobertura e o gramado –pela pes-quisa que o originou e pelos cuidados em sua manutenção–, e os sanitários “com a suntuosidade dos mais luxuosos shoppings”.

Para Yorki Estefan, o que mais chamou atenção foi “o planejamento integrado, levando em consideração a logística de canteiro e a avaliação de fornecedores que deram suporte a um rigoroso controle de prazo”. Segundo ele, “ficou claro que a arena coloca em outro patamar de qualidade o conforto oferecido aos torcedores, sendo um forte atrativo aos negócios que giram em torno do futebol”.

Liderar no prazo uma obra de porte que envolve a Fifa, um clube de futebol, governos e a comunidade local, com equipe motivada e sem greve, foi um dos aspectos também destacados por André Glogowsky.

“A qualidade e as soluções empregadas trarão orgulho para a nação corinthiana e para toda a nação brasileira”, elogiou o presidente da CompraCon-SP, Alexandre de Oliveira. Ele também parabenizou a Ode-brecht “por sua competência técnica e pela cultura de responsabilidade socioambiental”.

Já Carlos Barbara impressionou-se com “a capacidade de gestão dos profissionais envolvidos em administrar uma obra com 1.420 trabalhadores”. Também considerou “respeitáveis e admiráveis as ações socio-ambientais da construtora, a formação e a capacitação dos profissionais e o controle com a segurança do trabalhador”.

(Rafael Marko e Nathalia Barboza)

O maior guindaste em uma obra da América Latina, com 114 metros de altura, está em operação na Arena Corinthians

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24 revista notícias da construção / Junho 2013

M E I O A M B I E N T E

Inteligência embarcada

Não faz sentido projetar sem pensar na eficiência energética das edificações. E a Alemanha demonstra que os recursos tecnológicos para isto estão cada vez mais avançados e à mão. Estas foram as principais mensagens apreendidas pelo vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP, Fran-cisco Vasconcellos Neto, que esteve em abril na Missão Técnica “Eficiência Energética em Edifícios”, realizada pela Deutsche Ge­sellschaft für Internationale Zusammenar­beit (GIZ) GMBH, agência de cooperação do governo alemão designada a implementar programas e projetos em parceria com insti-tuições brasileiras, como a Caixa, e do banco de desenvolvimento alemão KfW.

O grupo formado por representantes de entidades e empresas brasileiras visitou Frankfurt, Munique e Freiburg, onde foram conhecer os laboratórios do Fraunhofer ISE (Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar), instituição sem fins lucrati-vos considerada a vanguarda do desenvolvi-mento em energia solar. “Sustentabilidade é eletrônica na veia”, convenceu-se Vascon-cellos. “Tem pesquisas de altíssimo nível sobre a eficiência das células fotovoltaicas e dos medidores, sobre equipamentos para aquecimento de água e sobre baterias”, diz.

Para o gerente nacional de Infraestru-tura e Patrimônio Próprio da Caixa, Sérgio Geraldo Linke, “a viagem foi um verdadeiro sementeiro de ideias”. Muitas delas já estão sendo estudadas na Caixa, como a utilização de energia fotovoltaica e sua interação com a rede distribuidora de energia, a eficienti-zação de edificações próprias do banco e

a racionalização nos empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida.

“Ficou claro que, dentro da realidade alemã, buscar até 70% de eficiência energé-tica é viável economicamente. A partir daí, mesmo lá, não faz muito sentido, do ponto de vista financeiro, a não ser em casos especiais. Para o Brasil, calculo que este percentual seja de 50%. E não é difícil chegar a ele, se partirmos do projeto escolhendo lâmpadas eficientes, isolando a fachada e comprando ar-condicionado nível A do Procel, entre outras coisas”, pondera Vasconcellos.

O Programa Brasileiro de Etiquetagem Edifica, do Inmetro e Procel, ajuda neste ca-minho, embora o programa seja voluntário, garante Roberto Lamberts, do Laboratório de Eficiência Energética da Universidade Federal de Santa Catarina. “O número de etiquetas emitidas é pouco ainda frente ao mercado, mas é um bom indutor, de acordo com parâmetros mínimos de eficiência”, diz.

Carlos Eduardo Sartor, chefe do De-partamento de Tecnologia para o Desen-

Alemanha mostra que saída para eficiência

energética é a tecnologia

O edifício da época da ocupação francesa foi requalificado e hoje funciona como um centro comunitário no bairro sustentável de Vauban, em Freiburg

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volvimento Urbano e Territorial da Finep, destacou “a experiência alemã mostra que resultados importantes podem acontecer com a coordenação entre público e privado, com base no médio e longo prazos em torno de metas embasadas tecnicamente e com prazos definidos, em função de programas de Estado e acordos internacionais”, afirma. “A Finep também pode contribuir com in-centivos à inovação e ao desenvolvimento científico e tecnológico brasileiros.”

Bairro VaubanA cidade de Freiburg, em especial, é

exemplo do quão forte pode ser o senso de sustentabilidade de uma comunidade. “Ela é diferenciada até na Alemanha, por ser, des-de o início, extremamente ligada à questão ambiental”, conta Vasconcellos. Mas justa-mente por estas características fica difícil pensar que o modelo possa ser reproduzido em outra parte do mundo. Mais ainda se tomarmos o Quartier Vauban, bairro surgido de um quartel militar do exército francês que até a década de 1980 ocupava 38 hectares perto do centro de Freiburg.

Segundo Vasconcellos, desde que o governo alemão decidiu investir na formação do bairro os primeiros moradores intervêm na forma de implantação da área.

As construções estão repletas de telha-dos verdes e placas de células fotovoltaicas, para produção de energia elétrica.

A maior transformação foi no modelo urbano, que preservou árvores nativas e fez com que, na área residencial, o carro não tivesse vez. Há espaço para bicicletas e VLT (veículo leve sobre trilhos). Para Mariana Malufe, líder do Programa de Sustentabili-dade e Meio Ambiente do Ilha Pura, da Ode-brecht, “trata- se de uma decisão conceitual”.

(Nathalia Barboza)

Em sentido horário: entrada do Instituto Fraunhofer; cena típica no Vauban, com ciclistas; edifícios requalificado para baixa renda; e fachada de hotel “zero energia”

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26 revista notícias da construção / Junho 2013

LUIZ MARINS é professor, antropólogo e consultor.Autor de 26 livros.www.anthropos.com.br

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O segredo dos vencedores

Na noite anterior à caçada, os abo-rígines australianos, com quem convivi e estudei, fazem a dança da caça onde uma parte do grupo faz o papel da caça e outra parte, o dos caçadores. Nessa dança, eles acreditam “caçar” o animal. Após a “caça-da” (na dança) eles comemoram, fazem as chamadas pinturas rupestres (desenham o animal caçado nas pedras) e vão dormir. No dia seguinte, se levantam e vão “apanhar o bicho”, com os bumerangues e lanças pró-prios para (agora sim) caçar o animal que acreditam já ter sido devidamente “caçado” durante a dança na noite anterior.

O que a caçada dos aborígines austra-lianos nos ensina?

Em primeiro lugar, vemos que a “dan-ça” é uma preparação mental e física (um planejamento detalhado) para a caçada (objetivo) e ao mesmo tempo um verdadeiro “treinamento”.

Quando os nativos imitam o animal e o ato de caçar, fazem, na verdade, um trei-namento de simulação da caça verdadeira. Aí são discutidos os hábitos do bicho a ser caçado, o comportamento dos caçadores, as armas e a destreza no uso dos equipamentos (bumerangues e lanças) etc.

Mas o principal é que a dança serve para planejar e fixar claramente qual é o objetivo do dia seguinte – caçar aquele determinado animal (e não outro).

Com foco no objetivo bem determinado, claro e de conhecimento de todos (qual é o bicho a ser caçado) e com ações de prepa-ração e treinamento (dança noturna) para

conquistá-lo, e com as armas certas, não há como não obter êxito na caça!

No dia seguinte, a caçada segue sem nenhuma tensão ou ansiedade, pois a certeza de caçar é tão grande que basta apenas ter dedicação e entusiasmo para se atingir o objetivo final – trazer o animal para a aldeia! Assim, o segredo do sucesso da caçada está no foco, no planejamento, no treinamento e na ação integrada do time de caçadores.

Na empresa e no nosso dia a dia é a mesma coisa: com foco, objetivos e metas claros e definidos, instrumentos certos, pes-soas certas e habilidades treinadas, dedica-ção e entusiasmo, com certeza atingiremos nossos objetivos, por mais audaciosos que

pareçam ser.As empresas e

pessoas de sucesso são as que têm foco e um profundo com-prometimento com

esse foco.Estas companhias e estes profissio-

nais não têm medo de se comprometer e compreendem que o sucesso exige de nós a coragem para correr riscos, para assumir compromissos e lutar por nossos objetivos.

A diferença fundamental entre ganha-dores e perdedores está na medida do foco, do comprometimento, do envolvimento, da participação e da capacidade de fazer, empreender.

Com um foco, objetivos claros e defi-nidos, empresas e pessoas comprometidas experimentam o sucesso tão invejado pelas que não se envolvem, não se comprometem, não têm foco e ficam à margem do caminho.

Acredite! Tenha foco, se aperfeiçoe, use as armas adequadas, tenha dedicação e entusiasmo e traga para casa a sua caça!

Pense nisso. Sucesso!

Ter foco, clareza de objetivos ecomprometimento é fundamental

E M P R E E N D E D O R I S M O

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27revista notícias da construção / Junho 2013

C A R G A T R I B U T Á R I A

Prefeitura oficializa “pauta fiscal”

Pela primeira vez, a Prefeitura de São Paulo publicou os procedimentos para a De-claração Tributária de Conclusão de Obra e a emissão do CQ (Certificado de Quitação) do ISS. A IN (Instrução Normativa) SF/Surem 3/2013, de 21 de maio (DOM de 22/5), de-termina que, para a emissão do CQ de obra de construção ou reforma, o prestador de serviços deverá preencher a DTCO e realizar pagamento do imposto devido.

A instrução deixa claro que o cálculo

do ISS em obras de construção civil sempre será efetuado pela Administração Pública por meio de “pauta fiscal” de valores, des-considerando totalmente a contabilidade.

A Assessoria Jurídica do SindusCon-SP reitera que a aplicação de “pauta fiscal” é inconstitucional e ilegal, pois altera a base de cálculo prevista para o tributo de preço do serviço para metragem construída versus preço do metro quadrado atribuído pela Prefeitura. Quanto às glosas de serviços, a Assessoria também as considera ilegais, pois se trata de serviços tributados pelo ISS e que compuseram o preço do serviço.

Para os casos de isenção do ISS (cons-trução ou reforma de moradia econômica, empreendimentos incluídos no PMCMV e HIS) também será expedido CQ, mediante requerimento do construtor.

Desconsideração dacontabilidade não é

constitucional, reiterao Jurídico do sindicato

Page 28: Formação Sólida

28 revista notícias da construção / Junho 2013

MARIA ANGELICA LENCIONE PEDRETI é professora de Con-tabilidade e Finanças da FGV e mestra em Administração; traba-lha em Planejamento Estratégico

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Aprendizado contínuo

Transferência externa de tecnologiaé risco: pode criar um concorrente

G E S T Ã O E M P R E S A R I A L

Em cada indústria, a importância da globalização dos recursos é diferente: por exemplo, empresas de petróleo são tipicamente mais globalizadas.

Como comentamos em edições anterio-res, o avanço das multinacionais foi facilitado por queda de barreiras regulatórias, queda de custos de comunicação e transportes, liberação dos mercados de capitais, com possibilidade de mitigar riscos.

Nesta edição, focaremos o processo de expansão de uma multinacional: enquanto estudos mostram que o investimento em ativos fora do país de origem é um último passo toma-do pelas companhias, também há evidências de que as empresas nem sempre estão conscientes desta evolução: antes disso, elas aproveitam as oportunidades ou simplesmente reagem a ameaças do ambiente.

Inicialmente, as companhias percebem as oportunidades e ameaças do ambiente e buscam vantagens competitivas para enfrentar os concorrentes. Gradualmente, veem aumen-tar a importância da parte internacional do negócio, desenvolvendo estratégias cada vez mais elaboradas. Iniciam apenas exportando; depois, contratam uma força de vendas exter-na, assinam contratos de fornecimento externo, investem em produção externa. A cada estágio, a empresa está aprendendo sobre como traba-lhar internacionalmente.

Desta forma, podemos identificar os seguintes estágios do processo:

• Exportação: a empresa identifica opor-tunidades de negócios fora de seu país de origem e inicia o processo apenas exportando;

para investir pouco capital, inicia as operações com distribuidores, ao mesmo tempo em que vai conhecendo o mercado e reduzindo a in-certeza sobre a demanda, podendo mais tarde abrir sua própria força de vendas e seu centro de distribuição externos.

• Produção: quando as vendas externas estão limitadas pelos custos de transporte, a empresa pode sentir a necessidade de produzir. No início, pode ser que ela apenas empacote o produto que deve chegar pronto, vindo das unidades produtivas nacionais e será finalizado nas unidades externas, para depois investir em montagem e produção externas (a produção completa fora do país).

Neste momento, ela cria empregos, laços com fornecedores e consumidores, nos países externos.

É também o momento no qual ela deci-de se vai montar sua operação ou adquirir uma operação pronta, fora do país de ori-gem, contando com a rapidez da operação e

o conhecimento da realidade externa.Ainda, em vez (ou antes) de construir

uma fábrica própria, a empresa pode optar por transferir tecnologia e licenciar uma empresa externa para produzir seus produtos, pois isso posterga a necessidade de investimentos ele-vados fora do país de origem.

No entanto, com esta estratégia, ela admi-te o risco de criar seu próprio concorrente (se decidir, posteriormente construir suas próprias instalações externas) no longo prazo, além do risco imediato de não conseguir controlar em profundidade a qualidade dos produtos, o que exigiria supervisão ou auditorias constantes.

Para cada fase do processo, o administra-dor deve dedicar habilidades muito especiais, tema da próxima edição.

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29revista notícias da construção / Junho 2013

O presidente da seção São Paulo da ABPA (Associação Brasileira para Pre-venção de Aciden-tes), Milton Perez, esteve em 9 de maio no SindusCon-SP para comunicar ofi-cialmente que sua entidade escolheu o sindicato para re-ceber a “Distinción Asociación Latino-Americana de Segu-ridad e Higiene en el Trabajo”.

Milton Perez foi recebido pelo presi-dente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, e pelos vice-presidentes Haruo Ishikawa (Relações Capital-Trabalho) e Maristela Honda (Responsabilidade Social), além do presidente do Conselho Consultivo, Roberto Falcão Bauer, e da coordenadora de Estra-tégia e Produtividade, Roseane Petronilo.

Eles receberam das mãos do presidente da ABPA uma carta com a indicação do SindusCon-SP para ser contemplado com a distinção, concedida pelas ações do sindicato em favor da segurança e saúde do trabalho.

Como membro ativo da Alaseht (Aso-ciación Latinoamericana de Seguridad e Higiene em el Trabajo), a ABPA também convidou o SindusCon-SP para receber o prêmio Alaseht – Categoria Empresa, em sessão solene durante a Jolaseht (Jornada Latinoamericana de Seguridad e Higiene em el Trabajo).

O evento reunirá, de 24 a 27 de setem-bro, em Santiago (Chile) entidades, empre-sas e profissionais voltados para a área de SST, com programação desenvolvida pelo

Conselho Nacional de Segurança do Chile.

Ação meritóriaO prêmio é concedido a empresas e/ou

instituições que realizem atividades e ações meritórias nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde no trabalho.

A distinção de entidades que se desta-quem como exemplo de trabalho em prol da Segurança do Trabalho, do Meio Ambiente e da Saúde na América Latina é um dos pontos altos das Jolasehts, que acontecem a cada dois anos.

A Alaseht é uma associação criada em 1977, composta por nove membros ativos, entre os quais Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru e Uruguai, para promover a segurança por meio de prevenção de riscos de acidentes, de saúde e segurança no trabalho, saúde ocupacional, proteção ambiental para manter e melhorar a qualidade de vida em países latino-americanos, bem como para melho-rar a sua produtividade, competitividade e desenvolvimento sustentável.

S E G U R A N Ç A

SindusCon-SP receberá premiação em setembro

Bauer, Maristela, Watanabe, Roseane e Haruo recebem a carta de Perez no sindicato

Foto: Gabriel Pevide

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30 revista notícias da construção / Junho 2013

ANTONIO JESUS DE BRITTO COSENZA é consultor de empresas e professor da EAESP-FGV e da BBS

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Questão de cidadania

Três aspectos deveriam embasar ascampanhas eleitorais dos candidatos

M A R K E T I N G

Iniciar uma campanha eleitoral tão ante-cipadamente prejudica a gestão pública, prin-cipalmente se alguns candidatos estiverem no poder. Entretanto, serve para os profissionais de marketing responsáveis pelas campanhas ajustarem os discursos, e para a oposição se diferenciar com pontos relevantes para os cidadãos.

No momento, as promessas de “um mundo melhor” devem ser evitadas devido ao medo e descrença nos nossos representantes do Executivo e do Legislativo. Salvam-se os do Judiciário que têm preenchido o vazio de competências, decência e preocupação com a pátria. Egoísmos e egocentrismos não cabem, há que existir desapego pessoal, preocupação com o país e amor pela pátria.

O candidato para ser vitorioso deverá es-colher como tripé de apoio de sua campanha os aspectos que nos deixam com a sensação de que não temos cidadania.

O primeiro ponto é a segurança urbana. Vandalismo no espaço público leva a um abandono da convivência social em nome da busca pela segurança. As pessoas não podem mais praticar esportes com receio de serem assaltadas, atropeladas e mortas. Assistir a um concerto no Teatro Municipal ou na Sala São Paulo requer um planejamento logístico, porque a sensação de insegurança na chega-da e na saída é total. Sair para jantar já não proporciona mais o prazer de antes devido ao risco de arrastões. Devemos nos trancar em nossas casas e não mais usufruir do lazer que São Paulo oferece como metrópole global? Ah, não! Mesmo porque corremos o risco de

nosso edifício ser invadido por um grupo com carros clonados.

Sediaremos dois megaeventos esportivos internacionais e transmitimos para o mundo a imagem de um país de estupradores de turistas.

O segundo ponto está relacionado à economia. As dificuldades de convívio com a inflação antes de 1995 ainda estão vivas na nossa memória. É preciso reduzir os gastos públicos, tornar a máquina burocrática eficaz e produtiva, afastar o empreguismo populista e reduzir o número de pastas ministeriais, para tornar o país administrável. O Banco Central deve ser independente em suas deci-sões. As estatais não podem ser administradas pelo Planalto como simples fantoches de seus

devaneios controlado-res e “mascaradoras” de custos reais de in-sumos básicos para o dia a dia da população. A parca infraestrutura

requer altos investimentos, mas eles não tra-zem retorno político em curto prazo.

O terceiro ponto é a educação. É pre-ciso investir na formação e na remuneração de professores para dotar o país de mão de obra técnica qualificada. Não precisamos de doutores e, no entanto, o número deles só aumenta de forma inacreditável a cada ano. Sabe-se lá com que com que tipo de capacitação, uma vez que é interesse exclu-sivo do Ministério da Educação aumentar o número de doutores a qualquer custo. Não é esse número (novamente mascaramento de realidade) que nos fará ingressar nos países desenvolvidos. Deveríamos copiar, ou me-lhor, fazer benchmark com a Coreia do Sul.

Espero que a oposição não desperdice essa oportunidade de ter um marketing ade-quado às expectativas dos eleitores.

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31revista notícias da construção / Junho 2013

SEGURANÇA

Mais prazo para elevador a cabo no canteiro de obra

Após uma intensa articulação com a participação do vice-presidente de Rela-ções Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Hauro Ishikawa, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou em maio a Portaria 644, que estendeu por 12 meses o prazo para instalação e utilização, nas obras da construção, dos elevadores de passageiros tracionados a cabo.

Terminado esse prazo, os equipamentos já instalados poderão continuar sendo usados por mais 12 meses, desde que atendam à NR 18; e os novos a cabo apenas poderão ser instalados se atenderem a esta norma e à NBR 16.200:2013.

ImpermeabilizaçãoA portaria também define que os servi-

ços de aquecimento, transporte e aplicação de impermeabilizante a quente e a frio devam estar previstos no PCMAT e/ou no PPRA e atender à NBR 9.574:2008 ou alteração posterior. E dispõe que a NR 18 exigirá que o Manual Técnico de Operação do equi-

pamento acompanhe qualquer serviço de impermeabilização.

Escavações e tubulõesA Portaria 644 também dispõe que

“toda escavação somente pode ser iniciada com a liberação e autorização do engenhei-ro responsável pela execução da fundação, atendendo o disposto na NBR 6122:2010 ou alterações posteriores”.

Estabelece ainda que “os tubulões a céu aberto devem ser encamisados, exceto quando houver projeto elaborado por profis-sional legalmente habilitado que dispense o encamisamento”, devendo atender a vários requisitos. E mais: “O equipamento de des-cida e içamento de trabalhadores e materiais utilizado na execução de tubulões a céu aberto deve ser dotado de sistema de segu-rança com travamento”, também segundo requisitos específicos para a sua operação.

Íntegra da Portaria: www.sindusconsp.com.br/envios/2013/arquivos/Portaria644.pdf .

NR 18 revisada sairá em 2014O novo texto revisado da Norma Re-

gulamentadora 18, que trata de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho na Construção, poderá ser publicado em agosto de 2014, anunciou o vice-presidente de Re-lações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, no Pré-Congresso sobre Gestão dos Riscos e da Saúde dos Trabalha-dores da Indústria da Construção, que abriu o 15º Congresso Nacional da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).

Ishikawa explicou que o novo texto normativo será elaborado em reuniões mensais de três dias cada, por quatro Gru-

pos de Trabalho –Organização do Canteiro; Eletricidade; Máquinas e Equipamentos; e Trabalho em Altura– sob acompanhamento do CPN e gestão por dois coordenadores da CGNOR (Coordenação-Geral de Normati-zação e Programas), ligada à Secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE.

O texto final deverá ser apresentado à CPN em junho de 2014, harmonizado pela CGNOR de junho/julho, e discutido em ju-lho com a coordenação da CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente). A aprova-ção deverá acontecer na reunião seguinte, provavelmente em agosto.

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32 revista notícias da construção / Junho 2013

R E L A Ç Õ E S C A P I T A L - T R A B A L H O

Ishikawa, Watanabe, Ramalho, o advogado Antônio Rosella e Falcão Bauer, na assinatura da convenção da Capital

Tarefa deve integrar o salário nas subcontratadas

Na construção civil paulista, quando houver pagamento de tarefa/produtividade por parte de empresa terceirizada, o valor correspondente deverá integrar a remune-ração dos funcionários para todos os efeitos legais.

Esta é uma das novidades constantes das convenções coletivas assinadas em maio entre o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, e os presidentes do Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Município de São Paulo), deputado estadual Antonio Ramalho; da Feticom (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo); Emilio Alves Fer-reira Junior; da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, do Mobiliário e da Madeira da CUT do Estado de São Pau-lo, Josemar Bernardes André, e de dezenas de sindicatos do interior do Estado.

Outra novidade das convenções é que as empresas terceirizadas devem fornecer aos seus funcionários refeição no mesmo padrão e qualidade daquelas fornecidas pela empresa contratante no canteiro de obras.

Os acordos ainda contêm uma adver-tência para as empresas terceirizadas: caso não recolham mensalmente ao Seconci-SP a contribuição correspondente a 1% do valor bruto das folhas de pagamento de seus em-pregados, elas ficam cientes de que poderão ser fiscalizadas por aquela entidade.

Reajuste e pisosFoi aplicado um reajuste de 8,99%

para salários e pisos. Apenas o piso dos trabalhadores qualificados teve reajuste por

percentual diferenciado. Desde 1º de maio, vigoram os seguintes pisos:

Trabalhadores não qualificados: R$ 1.067,00 mensais, ou R$ 4,85 por hora.

Trabalhadores qualificados: R$ 1.298,00 mensais, ou R$ 5,90 por hora.

Para os demais trabalhadores qualifica-dos em obras de montagem de instalações industriais: R$ 1.555,40 mensais, ou R$ 7,07 por hora, para 220 horas mensais.

AlimentaçãoO valor do tíquete-refeição subiu para

R$ 17,00 ou para R$ 18,00, dependendo da localidade, e o vale-supermercado mensal passou de R$ 150 para R$ 200. Em alguns municípios, a cesta básica de 36 quilos foi mantida, dentre as opções de alimentação.

Seguro de vidaO valor da indenização mínima que a

empresa que não tiver seguro de vida em grupo deverá pagar, em caso de morte ou invalidez por acidente de trabalho, subiu para R$ 45 mil. Novas coberturas foram fixadas para seguro de vida em grupo.

As negociações foram conduzidas pelo Comitê Permanente de Negociação do SindusCon-SP liderado pelo vice-presidente de Relações Capital-Trabalho, Haruo Ishi-kawa, com as participações do presidente do Conselho Consultivo, Roberto José Falcão Bauer; do associado Márcio Escatena, e dos assessores jurídicos Renato Romano e Izabel Aparecida Flores de Oliveira.

Veja a íntegra das convenções emwww.sindusconsp.com.br/msg2.

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33revista notícias da construção / Junho 2013

Os formandos, que trabalham em obra da construtora Hochtief

R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L

Escolaridade: nova formatura

Mais uma turma se formou no Progra-ma Elevação da Escolaridade, realizado pelo SindusCon-SP em parceria com o Sesi-SP. Foram 23 alunos do Programa de Alfabetiza-ção da Hochtief do Brasil, que trabalham em São Paulo na obra do Edifício Barão, entre colaboradores da construtora e prestadores de serviço. Elevação da Escolaridade é uma das ações da vice-presidência de Responsa-bilidade Social do SindusCon-SP, conduzida pela vice-presidente Maristela Honda.

Na cerimônia de formatura, o gerente da unidade, Carlos Britto, falou sobre a impor-

tância que o conhecimento tem na vida de cada um dos alunos. E a professora afirmou ter aprendido muito com os trabalhadores.

Ao som da música Aquarela os alunos foram homenageados com um vídeo de retrospectiva das aulas e da visita ao Museu da Língua Portuguesa. Dois trabalhadores se destacaram – Joel Moreira da Silva, en-carregado, por seu desempenho, e Antonio Rodrigues de Oliveira, pedreiro, por ter sido o mais assíduo.

Subcontratados ganham qualificaçãoO vice-presidente de Relações Capi tal-

Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, participou em 23 de maio do lançamento do Programa de Formação Básica em Gestão de Negócios Empreendedores na Construção Civil da Racional Engenharia.

Realizado em parceria com Sindus Con-SP, Sebrae e HM Segurança do Trabalho, o programa pretende qualificar cerca de 50 empresas que empregam mais de 5 mil tra-balhadores e prestam serviços especializados

à Racional.Dentro do programa, o SindusCon-SP

dará um curso de Administração de Obras, em 19 de junho; a HM abordará Segurança do Trabalho em 5 de junho; e o Sebrae, Fluxo de Caixa (3/7), Administração Competitiva (17/7), Recrutamento e Seleção e Capital de Giro (7/8), RH (21/8), Qualidade e Produti-vidade e Liderança (4/9) e Custos, Despesas e Preços de Vendas (18/9, mesma data em que ocorrerá a formatura).

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34 revista notícias da construção / Junho 2013

JOSÉ ORIVALDO PERES JR. é juiz do Tribunalde Impostos e Taxas doEstado de São Paulo emembro do ConselhoJurídico do SindusCon-SP e da Comissão do ContenciosoAdministrativo Tributário da OAB /SP

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A Lei 4.357/64, no seu artigo 32, que prevê a vedação de distribuição de lucros e dividendos aos sócios e a correspondente multa regulamentar de 50%, ainda está em vigor, não obstante a corrente doutrinária que defende que a referida norma não foi recepcionada pela atual Constituição Fede-ral, devido à violação de diversos princípios constitucionais, dentre eles, a proteção da propriedade privada.

A possibilidade de distribuição de lucros ou dividendos tem fundamento no artigo 10 da Lei 9.249/95; nos artigos 654, 662, e 666 do RIR/99, e em relação ao Sim-ples Nacional, conforme artigo 14, §§ 1º e 2º da LC 123/06.

Entretanto, os artigos 32 da Lei 4.357/64 e 889 do RIR/99 limitam a distribuição de lucros ou dividendos, caso o débito fiscal não esteja garantido.

De outra parte, o artigo 52 da Lei 8.212/91, com alteração pela Lei 11.941/09, teve o condão de conjugar os trabalhos da Receita Federal, que abarcou os processos administrativos-fiscais do INSS, bem como de esclarecer ao contribuinte que a regra tam-bém se aplica aos débitos previdenciários.

Com relação à multa regulamentar, a Lei 11.051/04, trouxe inovação com rela-ção à sua aplicação. A não observância do artigo 32 da Lei 4.357/64 importa na multa de 50% das bonificações ou remunerações distribuídas ou pagas indevidamente, vale di-zer, sobre o total do débito não garantido da pessoa jurídica (artigo 17 da Lei 11.051/04).

Assim, resta saber qual a verdadeira

extensão do conceito de “débito não garan-tido”, previsto na legislação positivada.

Cabe salientar que somente haverá débito da pessoa jurídica, quando o crédito tributário estiver definitivamente constituído pelo lançamento formalizado, como por exemplo, através de Auto de Infração ou pela Declaração do Contribuinte (DCTF). Antes disso, não há que se falar em débito exigível para fins de aplicação do artigo 32 da Lei 4.357/64.

Pelo entendimento do Fisco, somente os débitos efetivamente garantidos permitem a regular distribuição de lucros e dividendos (Delegacias da Receita Federal de Julgamen-to em Curitiba e em Recife, respectivamente: 1ª T., AC 06-24588 de 26/11/2009; e 3ª T., AC 11-34007 de 3/6/2011).

Ocorre que a jurisprudência tem mos-trado avanços com relação ao entendimento

inadequado do fisco, no sentido de que, quando o crédito tri-butário estiver com exigibilidade sus-pensa (artigo 151 do

CTN), não há incidência da norma restritiva do artigo 32.

Veja-se, por exemplo, a decisão proferida pelo TRF da 4ª Região, AC 2006.102.05.006207-1, 2ª T. de 18/8/2010.

A questão chegou ao STJ que, em de-cisão em julgamento inédito da Corte, no Recurso Especial 1.115.136/SC, proferida pela 2ª Turma, relator ministro Castro Meira, reconheceu que a proibição de distribuição de lucros e dividendos não se aplica ao caso de parcelamento de débito fiscal, consoante artigo 151, inciso VI, do CTN.

O assunto antes esquecido pelos agentes fazendários voltou à baila e deve ter especial atenção do contribuinte.

Vigora a leiJ U R Í D I C O

Débito fiscal não garantido veda adistribuição de lucros e dividendos

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35revista notícias da construção / Junho 2013

S I N D U S C O N - S P E M A Ç Ã O

Conferência das Cidadesdeverá debater o MCMV

O vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP, João Claudio Robusti, propôs que o Conselho Estadual de Habita-ção leve à Conferência Estadual das Cidades a proposta de transformação do Programa Minha Casa, Minha Vida em política perma-nente de Estado. Se aprovada, seria levada à Conferência Nacional das Cidades.

Robusti lançou a proposta ao participar, na qualidade de conselheiro, em maio, da primeira reunião neste ano do Conselho Estadual. Ele afirmou que “o governo do Estado de São Paulo vem cumprindo inves-timentos na Habitação graças à destinação de recursos financeiros orçamentários para

a política habitacional há vários anos. O exemplo de São Paulo precisa ser seguido. O MCMV é excelente, mas precisa ser perene. O Brasil necessita urgentemente de uma po-lítica habitacional de longo prazo e para isso precisamos transformar o programa federal em uma política de estado, a fim de fazer frente ao enorme déficit habitacional”, disse.

A proposta de perenizar o MCMV havia sido lançada pelo SindusCon-SP no workshop “Minha Casa, Minha Vida: Gar-galos e Propostas”, realizado no final de abril pelo SindusCon-SP e pela CBIC.

Em carta enviada posteriormente ao SindusCon-SP, o presidente do Creci/SP, José Augusto Viana Neto, manifestou o apoio dos corretores de imóveis do Estado de São Paulo à proposta de perenização do MCMV: “Isso nos permitirá planejamentos futuros e, sem dúvida, poderá iniciar novos investimentos na produção, reduzindo os custos e minimizando os entraves.”

Sindicato defende queproposta de perenizarprograma habitacionalobtenha apoio nacional

“Falta gestão a empreiteiros”O vice-presidente de Relações Capital-

Tra balho do SindusCon-SP, Haruo Ishi-kawa, afirmou que “a grande maioria dos subcontratados tem baixa escolaridade, não se atualiza profissionalmente, não tem conhecimento de gerenciamento de negó-cios e das Normas Regulamentadoras nem investe em qualificação da mão de obra de seus funcionários”.

A declaração foi feita no debate sobre os caminhos para a qualificação profissional da construção civil no painel “Caminhos para o Planejamento, Gestão e Capacitação Profis-sional”, que a empresa de consultoria CTE realizou em maio, no auditório Millenium, com o apoio do SindusCon-SP.

Ishikawa constatou que muitos emprei-teiros subcontratados deixam de prever no orçamento itens fundamentais como treina-mento, encargos sociais, PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais), PCM-SO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), exames complementares e específicos e equipamentos, tornando-se passíveis de punições. Destacou a impor-tância da qualificação em saúde e segurança no trabalho dos subcontratados para evitar ações contra as construtoras e paralisações nos canteiros por decisão da fiscalização.

Para ele, estas empresas deveriam qua-lificar-se em gestão empresarial em entida-des como o Sebrae e oferecer cursos.

Page 36: Formação Sólida

36 revista notícias da construção / Junho 2013

O B R A S P Ú B L I C A S

“Órgãos de controle da União dificultam o avanço do PAC”

“As dificuldades criadas à execução de obras públicas pelos órgãos de controle da União evitam que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) aconteça.” A avaliação foi feita pelo vice-presidente de Obras Públicas do SindusCon-SP, Luiz Antônio Messias, na abertura de uma nova rodada do 1º Fórum Brasileiro de Custos de Obras, realizado pelo Ibec (Instituto Brasi-leiro de Engenharia de Custos), em 22 de maio, na sede do sindicato.

Messias lamentou que esses órgãos “não tratam a Engenharia de Custos como uma ciência exata”, e que “acabam saindo muito mais caras as obras paralisadas pelas acusações de superfaturamento e sobrepre-ço, muitas vezes infundadas porque feitas sobre tabelas de preços defasadas”.

Ele comentou que o diálogo da indús-tria da construção com o TCU (Tribunal de Contas da União) “ainda é incipiente”. E defendeu que as futuras composições de preços unitários das tabelas oficiais federais, que estão sendo refeitas, sejam consideradas referenciais e validadas pelas entidades re-presentativas de construção e obras públicas.

Tabelas específicasManifestando concordância com essas

posições, o presidente do Ibec, Paulo Ro-berto Vilela Dias, apresentou as principais diretrizes da Orientação Técnica daquela entidade para os órgãos contratantes elabo-rarem estimativas de custos de referências

de obras públicas.Ele chamou

a atenção para a importância de projetos básicos e executivos bem elaborados, de modo a reduzir a margem de erro no cálculo dos cus-tos. Recomendou que cada órgão da administração pública tenha as suas tabe-las específicas de composições de preços, levando em conta aspectos muitas vezes ignorados nas tabelas oficiais, tais como ti-pologia dos materiais, logística no transporte dos mesmos e das equipes de trabalhadores, e cronogramas de execução e pagamentos.

O presidente do Ibec ainda defendeu a validação das composições de custos unitários pelas entidades da construção, in-formando que essa prática tem sido adotada pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Em relação às tabelas do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) e do Sicro (Sistema de Custos Refe-renciais de Obras), considerou-as em média 28% abaixo dos custos reais.

No evento, o vice-presidente do Ibec, José Chacon de Assis, anunciou que, a convite daquela entidade, o Icec (Conselho Internacional de Engenharia de Custos) rea-lizará seu congresso mundial em setembro ou outubro de 2016 no Rio de Janeiro.

Também participaram do Fórum, entre outros, o diretor de Relações Institucionais do Ibec, José Roberto Leiros; os diretores Rubens Borges e Fernando Camargo; e o diretor do Deconcic/Fiesp, Soriedem Rodri-gues. (Rafael Marko)

Vice-presidente doSindusCon-SP critica

defasagem de tabelasde preços oficiais

Dias e Messias: concordância sobre mudanças necessárias na contratação de obras públicas

Page 37: Formação Sólida

Excelência na educação profissional e inovação tecnológica é no SENAI-SP

Cursos na área de Construção Civil

Aprendizagem Industrial Construtor de edificações Eletricista instalador Instalador hidráulico

Curso técnico de edificações Qualificações:

Desenhista de edificações Laboratorista de ensaios de materiais

Habilitação: Técnico em edificações

Curso mestre-de-obras Especialização—Planejamento e supervisão

de obras

Formação de mão-de-obra para construção civil ● Carpintaria ● Alvenaria ● Elétrica ● Auto CAD ● Hidráulica ● Pintura ● Vidraçaria ● Cobertura ● Armação de Ferros ● Desenho técnico ● Gesso acartonado ● Aquecimento solar ● Impermeabilização ● Serralharia de Alumínio ● Elevação de cargas e pessoas ● Soldador de tubos de polietileno ● Instalação e montagem de elevadores ● NR18—Condições e meio ambiente de

trabalho na indústria da construção

● NR 33—Capacitação para trabalhadores em espaços confinados

● NR 10—Segurança em instalações e serviços com eletricidade

Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo” Rua Teixeira de Melo, 106—Tatuapé—São Paulo—SP

Tel.: (11) 2227-6900 http://construcaocivil.sp.senai.br www.sp.senai.br/redessociais

Page 38: Formação Sólida

38 revista notícias da construção / Junho 2013

R E G I O N A I S

3º Ficon mostra cenário positivoA Baixada Santista é hoje um dos mer-

cados mais promissores para a construção, o setor vai continuar crescendo e as cidades precisarão se unir para recuperar de forma regionalizada a defasagem de infraestrutura. Estas foram as principais conclusões tiradas do 3º Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região (Ficon), realizado em Santos no início de maio – uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação, com o apoio do SindusCon-SP.

O evento, que reuniu representantes do setor, autoridades e especialistas internacio-nais, se concentrou nos caminhos a serem percorridos pelo setor na região metropolita-na da Baixada Santista, após a desaceleração registrada em 2011 e 2012.

Em busca de ideias inovadoras, uma comitiva do Ficon, integrada pelo diretor da Regional Santos, Ricardo Beschizza, visitou este ano a cidade de Chicago (EUA), conhecida por sua arquitetura que une o antigo e o moderno de forma harmo-niosa e por adotar soluções que garantem

desenvolvimento e pre-servação.

Além de exemplos trazidos do exterior, o fórum também debateu soluções caseiras, como as que impulsionaram a cidade paranaense de Maringá. O ex-prefeito Sílvio Magalhães Barros falou sobre as experi-ências bem-sucedidas, frutos da participação popular por meio do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem).

Já Benet Haller, diretor de design ur-bano e planejamento da Secretaria de Ha-bitação e Desenvolvimento Econômico de Chicago, deu exemplos de ações de sucesso adotadas em sua cidade. “Em Chicago o planejamento nunca acaba. O importante é crescer e aparecer, mas de forma elegante e planejada”, disse Benet Haller.

(Giselda Braz)

Diretor visita prefeituras do ValeApresentar o trabalho desenvolvido

pelo SindusCon-SP aos novos prefeitos das cidade da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, esse tem sido o principal objetivo das visitas realizadas pelo diretor da Regio-nal São José dos Campos. Desde o início do ano, José Luiz Botelho tem visitado as prefeituras das principais cidades da região.

O primeiro chefe do executivo visitado foi Carlinhos Almeida, prefeito de São José dos Campos, que destacou a importância do setor da construção civil. “São José precisa retomar a competitividade dinâmica de in-vestimentos para alavancar a economia e a construção civil, que gera emprego rápido e com uma diversidade interessante. Para isso, é fundamental o apoio de entidades como o

SindusCon-SP”, afirmou.Em Paraibuna, o encontro foi com o

vice-prefeito Victor de Cássio Miranda. Botelho conheceu o projeto do novo Pólo Industrial da cidade.

Segundo o governo municipal, o Sin-dusCon-SP será mais um grande parceiro na implantação do projeto. “O SindusCon-SP se tornará um importante canal de comunicação para ajudar a divulgar e agregar investidores ao nosso Pólo Industrial”, declarou Victor.

Também participaram desses encontros outros representantes do SindusCon-SP, como os conselheiros Sergio Porto, Delfino Teixeira de Freitas e Maurício Guimarães. As visitas devem continuar ao longo do semestre. (Elizânio Silva)

Prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (em pé), e Sergio Watanabe participaram do fórum, que discutiu o futuro do setor para a região

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Feirões da Caixa movimentamR$ 325 mi em Sorocaba e Prudente

Com o apoio das regionais do Sindus-Con-SP, as cidades de Sorocaba e Presiden-te Prudente receberam o 9º Feirão Caixa da Casa Própria e a 1ª Feira de Imóveis, Construção e Decoração, denominada de Morarbem, entre os dias 17 e 19 de maio.

O evento recebeu 26 mil visitantes em Sorocaba, movimentando cerca de R$ 200 milhões em 1.891 contratos. Em Prudente foram fechados 953 negócios, movimen-tando R$ 125 milhões. O Parque Coronel Miguel Brizola de Oliveira recebeu 5,8 mil visitantes.

Para esse ano a Caixa tem uma no-vidade: quem contratar o financiamento imobiliário entre os meses de maio e junho poderá pagar a primeira prestação a partir de janeiro de 2014. “É uma boa oportuni-dade para quem quer adquirir um imóvel e com a opção do financiamento 100%, a expectativa de vendas é de sucesso mais uma vez”, afirmou o diretor da Regional Sorocaba do SindusCon-SP, Elias Stefan Junior.

Na abertura do Feirão em Prudente, o diretor da Regional, Luís Gustavo Ribeiro,

enalteceu o esforço empreendido por todos os participantes e os envolvimentos da Cai-xa e da Prefeitura. Também compareceram ao evento o gerente regional de Construção Civil da Caixa, Cláudio Marinho Gomes, e o secretário de Cultura de Prudente, Fábio Nougueira.

(Lívia Lopes e Homero Ferreira)

Célia Mattos, da Caixa, Ribeiro, diretor da Regional de Prudente, Claudio Spoladore, da Spoladore Eventos e Adriana Quizini, da Brand Eventos

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REGIONAIS

C L A S S I F I C A D O S

Cursos explicama desoneração

Com o objetivo de informar os associados sobre as mudanças na forma de recolhimento previdenciário a partir das Medidas Provisórias 601 e 612, as Regionais de Campinas e Sorocaba promoveram cursos. A Regional de Presidente Prudente, por sua vez, deu início a sua segunda turma do mesmo curso.

As contribuições previdenciárias das obras com matrícula CEI a partir de 1º de abril, que eram de 20% sobre a folha de pagamento, passaram a ser de 2% sobre o faturamento bruto da empresa.

Para o especialista em Direito Previdenciá-rio, Mariano Carneiro de Souza, que ministrou o curso, o foco do governo com a desoneração seria reduzir a carga de tributos federais incidentes sobre as empresas do setor. Entretanto, apontou o consultor, as construtoras que contratam muitos serviços terceirizados correm o risco de pagar mais tributos.

Incorporação de edifíciosEm Campinas, os associados também puderam

conhecer detalhes do negócio de Incorporação de Edifícios. Ministrado por Jamil Rahme, professor da FGV, o curso abordou as três áreas relacionadas à incorporação imobiliária - técnica, jurídica e co-mercial. (Vilma Gasques, Lívia Lopes)

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ANUNCIE NOS CLASSIFICADOS

(11) [email protected]

C L A S S I F I C A D O S

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42 revista notícias da construção / Junho 2013

Tendinite de ombro

P R E V E N Ç Ã O E S A Ú D E

A região do ombro é uma estrutura com-plexa, que permite maior mobilidade entre todas as regiões do corpo. Os movimentos realizados vão desde coçar as costas até fazer um arremesso perfeito, executando impor-tantes funções de estabilização para o uso das mãos, como levantar, empurrar e atuar na sustentação do peso.

Entretanto, a tendinite pode levar a pro-blemas de instabilidade resultando em dor que pode ser temporária e desaparecer em pouco tempo, ou pode continuar e ser necessário diagnóstico e tratamento específico.

O tendão é uma espécie de cabo que liga os músculos aos ossos ou a outros tecidos e transmite a energia e a força gerada no músculo até o osso.

Tendinite é o nome comumente utilizado para a inflamação do tendão e sua bainha. Com frequência, os casos de tendinite no ombro são decorrentes de desgastes sofridos nos tendões durante anos, e que a partir de determinado momento se manifestam mediante dor na região, agravada pelos movimentos.

Por sua elevada incidência, provocando grande número de afastamentos, as tendinites já podem ser classificadas como problema de saúde pública. Segundo estudos, cerca de 90% a 95% das anormalidades do ombro decorrem de trauma, sobrecarga ou excesso de uso.

Os sintomas da tendinite são dor intensa na região agravada por movimentos; irradiação da dor para o pescoço, às vezes também para o braço e dedos; diminuição da força muscular; incapacidade de movimento completo dos

braços, principalmente para elevá-los e abri- los; dor noturna e a decorrente de esforços, e sensação de formigamento no braço.

Caso a dor seja intensa, devem-se procu-rar cuidados médicos, assim que possível. Se for menos severa, recomenda-se esperar alguns dias para ver se há alívio da dor; mas se persis-tir, é imprescindível procurar um ortopedista que poderá diagnosticar a lesão e, junto com o fisioterapeuta, orientar o tratamento adequado.

Visando o alívio da dor, é fundamental o repouso funcional do membro afetado, porém, dependendo do grau de desconforto, pode ser prescrito o uso de antiinflamatórios, administração local de compressas de gelo, infiltração de corticosteroides, chegando até a indicação de cirurgia nos casos em que a terapia conservadora, ou seja, a fisioterapia, não surtiu efeito.

O melhor é evitar que o problema se instale. Para isso, a orientação é a realização de pausas na rotina de trabalho. Apenas alguns minutos podem significar não um prejuízo, mas sim um ganho em termos de continuidade

em longo prazo.O alongamento

diário e o fortalecimen-to dessas musculaturas também são um ótimo agente preventivo, pois preparam os ombros

para o trabalho e evitam lesões. Exercícios em excesso podem ser prejudiciais, assim como participar de atividades esportivas que normal-mente não pratica, sem o devido aquecimento.

Vale lembrar que alongamentos e exer-cícios contribuem, e muito, para a melhora do movimento e o reforço da musculatura, porém devem ser orientados por profissional especializado, porque se forem executados de forma inadequada, podem causar lesões na região do ombro.

MICHELLE PIAI LINO é fisioterapeuta do Seconci-SP, formada pela USC em Santos e pós-graduada em Intervenção Fisioterapêutica nas Doenças Neuromusculares, pela EPM da Unifesp

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Faça alongamentos, pausas notrabalho e fortalecimento muscular

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Alternativa ao açoS O L U Ç Õ E S I N O V A D O R A S

Entre as patologias que afetam as es-truturas de concreto armado, a corrosão de armaduras é a mais frequente, podendo trazer transtornos para sua recuperação, em custos e aspectos operacionais.

Em condições normais, o meio alcalino no qual estão imersas as barras de aço constitui proteção efetiva contra a corrosão. Não obstan-te, quando a estrutura se encontra em ambiente adverso (construções da orla marítima, pontes, obras subterrâneas e pavimentos em contato com o lençol freático), pode ocorrer desca-racterização desse meio, propiciando ataques às armaduras, processo que, instalado, destrói esse material, no todo ou em parte, requerendo sua breve restauração.

Há procedimentos para enfrentar esse problema, como pintura das armaduras com materiais epóxicos ou emprego de concreto dosado com aditivos especiais. Entretanto, essas soluções se mostram eficientes em alguns casos e deficientes em outros.

Diante dessa realidade, têm-se buscado materiais alternativos constituídos por compó-sitos fabricados com fibras especiais imersas em resinas poliméricas, designados pela sigla FRP (Fiber Reinforced Polymer), com resul-tados promissores. Há três tipos principais desses materiais: CFRP, GFRP e AFRP, fabri-cados respectivamente com fibras de carbono, vidro e aramida.

Eles apresentam grande resistência à cor-rosão, menor densidade em relação ao aço, alta resistência à tração e insensibilidade a efeitos provocados por radiações eletromagnéticas, propriedades que os tornam extremamente interessantes para as aplicações da engenharia civil.

Os Quadros 1 e 2 (pág. ao lado) apre-sentam um resumo das principais vantagens e desvantagens desses materiais, sendo mos-trado no gráfico abaixo, de forma qualitativa, um comparativo do Módulo de Elasticidade dos compósitos em relação ao aço.

A utilização das fibras de FRP teve início após a 2ª Guerra Mundial, quando a indústria aeronáutica reconheceu as suas propriedades de alta resistência à tração e baixa densidade em relação a materiais metálicos. Em período subsequente, já no advento da Guerra Fria, verificou-se um considerável desenvolvimento no uso desses materiais no setor aeronáutico e nas aplicações militares. Somente na década

de 60, seu uso se efeti-vou na construção de estruturas de concreto armado.

Nos anos 70, já havia mercado esta-

belecido para as barras de FRP e na década seguinte seu emprego no setor médico passou a ser de grande importância, por não serem

JOSÉ THEÓPHILO LEME DE MORAES é engenheiro civil pesquisador do IPT, especialista em estruturas e fundações (análise estrutural, patologias, gerenciamento de obras de arte-Sigoa, instrumentação e ensaios “in situ”)

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Qualidade dos compósitos de FRPé atrativa para uso na construção

Fotos

: Re-

Bars

do B

rasil

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influenciadas por radiações eletromagnéticas.Até meados da década de 90, o Japão

detinha a condição de maior usuário de compó-sitos na construção, com aplicação em mais de cem projetos comerciais ou em demonstração. Mais recentemente, a China tornou-se seu maior usuário, empregando-os principalmente na construção de tabuleiros de pontes e obras subterrâneas.

Na Europa, o uso das armaduras de FRP teve início na Alemanha com a construção de uma ponte rodoviária protendida em 1986, obra que estimulou a implantação de um gran-de programa de pesquisas e utilização desses materiais naquele continente com destaque para o período de 1991 a 1996. Nesse intervalo, foram desenvolvidas diversas investigações relacionadas a ensaios e análises de compor-tamento desses compósitos.

No Canadá, instituições normativas como a Canadian Highway Bridge Design Code atuam em consonância com a comunidade técnica, sendo citadas diversas obras que em-pregaram compósitos em suas construções, como as Pontes de Headingley, Kent County Road, Jofre, St. Francois River, todas elas executadas no final da década de 90.

Nos Estados Unidos, a utilização das

barras de FPR tem ocorrido em obras da orla marítima, em lajes de tabuleiro de pontes e em partes pré-moldadas de construções com detalhes artísticos de arquitetura, citando-se como exemplo os edifícios Gonda e National Institute of Health e as Pontes RM 1061 e da 53th Avenue em Bettendorf, Iowa. Em outros países também foi verificado o seu emprego em áreas metropolitanas de Bangkok, Hong Kong, Nova Delhi, Londres e Berlim, princi-palmente em obras de escavações mecanizadas de túneis.

Em nosso país, o assunto tem sido ana-lisado na Comissão de Estudo Especial de Materiais Não Convencionais para Reforço de Estruturas de Concreto-ABNT/CEE-193, onde três grupos de trabalho investigam o tema quanto à construção, reforço e materiais das barras de FRP, com destaque para os tópicos: terminologia, requisitos e métodos de ensaio. As atividades dessa comissão estão abertas à participação de membros da comunidade téc-nica, cuja contribuição seria de grande valor para a evolução dos conhecimentos desses materiais.

Uma vez que não há normalização nacio-nal, a comissão irá acompanhar e participar do desenvolvimento da Norma Internacional ISO/TC71/SC6 – Non­traditional Reinforcing Materials for Concrete Structures.

Barras de FRP usadas como armadura de uma laje; barra de FRP usada em sistema de ancoragem; armaduras das estruturas de lajes e vigas de viaduto

Fotos

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Bars

do B

rasil

QUADRO 1PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS

DO FRP EM RELAÇÃO AO AÇO

VANTAGENS DESVANTAGENSAlta resistência à

tração longitudinalRuptura à tração frágil,

sem escoamentoResistênciaà corrosão Baixa resistência transversal

Alta resistênciaà fadiga

Menor Módulo de Elasticidade (exceto CFRP)

Baixa densidadeSusceptíveis a danos sob ação de radiações

ultravioletaNão sofre influências

eletromagnéticasBaixa durabilidade de fibras

de GFRP sob umidade

Baixa condutividade termoelétrica

Baixa durabilidadede algumas fibras de GFRP e AFRP em ambiente alcalino

QUADRO 2PROPRIEDADES MECÂNICAS USUAIS E DENSIDADES

DAS BARRAS DE COMPÓSITOS DE FRP

AÇO GFRP CFRP AFRPTensão Nominal de Escoamento (Mpa)

276-517 - - -

Resistência àTração (Mpa)

483-690 483-1.600 1.720-2.540

Módulo deElasticidade (GPa)

200,0 35,0-51,0 120,0-580,0 41,0-125,0

Deformação no Escoamento (%)

014-0,25 - - -

Deformação naRuptura (%)

6,0-12,0 1,2-3,1 0,5-1,7 1,9-4,4

Densidade (g/cm3) 7,90 1,25-2,10 1,50-1,60 1,25-1,40

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46 revista notícias da construção / Junho 2013

FELIPE SCOTTI CALBUCCI égraduado em Comunicação Social e gerente de Property & Construction da Michael Page, com foco em recrutamento de gerentes e diretores para construtorase incorporadoras

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Ao final de entrevistas de emprego, per-gunta-se ao candidato se há alguma dúvida. Alguns fazem perguntas superficiais apenas para serem educados, e outros formulam questões mais profundas.

Os que fazem perguntas superficiais não estão engajados com sua marca e posição concorrida. Já os que questionam temas relevantes tendem a estar interessados na posição e são profissionais diferenciados. Estes buscam entender se a cultura da em-presa é similar à deles, se há plano de carreira compatível ao que esperam e se possuem a competência técnica requerida para o cargo.

Abaixo, as perguntas mais frequentes que os candidatos diferenciados fazem:

Por que o antigo funcionário não ocupa mais este cargo?

- O candidato quer entender se o pro-fissional anterior foi promovido, desligado ou deixou a empresa. Caso a abertura da vaga não seja por aumento de quadro ou promoção, o ideal é responder de maneira polida e sincera.

Quais são as oportunidades de trei-namento e desenvolvimento?

- Uma das maiores razões que levam pessoas a mudarem de emprego é a falta de crescimento na empresa. Profissionais de ta-lento sabem que treinamento é essencial para desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais e por isso valorizam com-panhias que investem nisso. Recomenda-se explicar detalhadamente de que maneira o desenvolvimento é conduzido e, caso o orçamento para tal seja limitado, mostrar

como as pessoas se desenvolvem na empresa com treinamentos informais ou no dia a dia.

Qual é o plano de carreira de sua empresa?

- Candidatos com alto potencial que-rem progredir em suas carreiras, mas não se trata necessariamente de crescimento rápido e sim de entender as “regras do jogo” para que obtenham promoções. Alinhar a expectativa é fundamental para motivar os mais talentosos.

Qual a cultura e os valores da em-presa?

- O candidato está buscando entender o perfil e a atitude das pessoas que se destacam em sua empresa para saber se assemelha-se a eles. Ser sincero poupará tempo de ambos, pois mesmo um profissional talentoso não se destacará em uma empresa cuja cultura não seja aderente ao que ele acredita.

Qual é seu estilo de liderança?- Boa parte dos profissionais que não

obtêm sucesso não possuem empatia com seus superiores imediatos. Os bons candi-

datos sabem disso e o melhor a fazer nesse caso é ser transparente quanto à gestão.

Como você pla-neja lidar com mu-

danças no mercado?- Os candidatos diferenciados cer-

tamente conhecem as forças, fraquezas, oportunidade e ameaças de seu mercado e querem saber qual seu planejamento e posicionamento em sua área de atuação. Mostre a ele seu conhecimento de mercado e sua habilidade de liderar mudanças nas mais diversas situações.

Responder a essas perguntas não é confortável, mas tratando-se de can didato com grande potencial, vale a pena.

Seja sinceroC O N S T R U Ç Ã O D A C A R R E I R A

Atente para as perguntas feitaspelos candidatos a um emprego

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