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ARTIGO ORIGINAL Movimento, Porto Alegre, v. 22, n. 3, 901-916, jul./set. de 2016. FORMAÇÃO CONTINUADA EM PROJETOS E PROGRAMAS SOCIAIS ESPORTIVOS: UM ESTUDO DE CASO CONTINUING EDUCATION IN SPORTS SOCIAL PROJECTS AND PROGRAMS: A CASE STUDY FORMACIÓN CONTINUA EN PROYECTOS Y PROGRAMAS SOCIALES DEPORTIVOS: UN ESTUDIO DE CASO Amauri Aparecido Bássoli de Oliveira*, Camila Rinaldi Bisconsini*, , Fabiane Castilho Teixeira*, Claudio Kravchychyn*, Ieda Parra Barbosa-Rinaldi*, Alberto Reinaldo Reppold Filho** Licence Creative Commom Resumo: Esta pesquisa descritiva e documental objetivou analisar o processo de formação continuada do Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte brasileiro. A coleta de dados consistiu na aplicação de questionários eletrônicos, respondidos por 23 coordenadores pedagógicos, 267 professores e 198 monitores de esportes de entidades convenentes, e na consulta a documentos internos da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social. Sob o apontamento e a análise de aspectos positivos e negativos, verificou-se efetividade no processo de formação continuada, deflagrado na capacitação pedagógica e amparado pelo material didático disponibilizado aos recursos humanos atuantes no programa. Abstract: This descriptive, documental research looks into the process of continuing education for the Brazilian Ministry of Sports’ Program Segundo Tempo. Data collection consisted of applying electronic questionnaires to 23 pedagogical coordinators, 267 teachers, and 198 sports monitors from partner organizations as well as consulting internal documents of the National Office for Sports, Education, Leisure and Social Inclusion. By indicating and examining positive and negative aspects, it verified the effectiveness of the process of continuing education triggered by pedagogical training and supported by the teaching material offered to personnel working in the program. Resumen: Este estudio descriptivo y documental tuvo como objetivo analizar el proceso de formación continua que ofrece el Programa Segundo Tempo del Ministerio de Deportes de Brasil. La recolección de datos consistió en cuestionarios electrónicos, respondidos por 23 coordinadores pedagógicos, 267 profesores y 198 monitores de deportes de entidades asociadas, y en la consulta a documentos internos de la Secretaría Nacional de Deportes, Educación, Recreación e Inclusión Social. Apuntando y analizando aspectos positivos y negativos, se constató la eficacia del proceso de formación continua, iniciado en la formación pedagógica y con el apoyo de materiales didácticos puestos a disposición de los recursos humanos que trabajan en el programa. Palavras-chave Política social. Educação continuada. Esportes. Cursos de capacitação. Keywords Public Policy. Education, continuing. Sports. Training courses. Palabras clave Política social. Educación continua. Deportes. Cursos de capacitación. * Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR, Brasil. E-mail: [email protected] ** Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: [email protected] Recebido em: 24-04-2015 Aprovado em: 13-05-2016

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ARTIGOORIGINAL

Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

FORMACcedilAtildeO CONTINUADA EM PROJETOS E PROGRAMAS SOCIAIS ESPORTIVOS UM ESTUDO DE CASO

CONTINUING EDUCATION IN SPORTS SOCIAL PROJECTS AND PROGRAMS A CASE STUDY

FORMACIOacuteN CONTINUA EN PROYECTOS Y PROGRAMAS SOCIALES DEPORTIVOS UN ESTUDIO DE CASO

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira Camila Rinaldi Bisconsini Fabiane Castilho Teixeira Claudio Kravchychyn Ieda Parra Barbosa-Rinaldi Alberto Reinaldo Reppold Filho

LicenceCreative Commom

Resumo Esta pesquisa descritiva e documental objetivou analisar o processo de formaccedilatildeo continuada do Programa Segundo Tempo do Ministeacuterio do Esporte brasileiro A coleta de dados consistiu na aplicaccedilatildeo de questionaacuterios eletrocircnicos respondidos por 23 coordenadores pedagoacutegicos 267 professores e 198 monitores de esportes de entidades convenentes e na consulta a documentos internos da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social Sob o apontamento e a anaacutelise de aspectos positivos e negativos verificou-se efetividade no processo de formaccedilatildeo continuada deflagrado na capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e amparado pelo material didaacutetico disponibilizado aos recursos humanos atuantes no programa

Abstract This descriptive documental research looks into the process of continuing education for the Brazilian Ministry of Sportsrsquo Program Segundo Tempo Data collection consisted of applying electronic questionnaires to 23 pedagogical coordinators 267 teachers and 198 sports monitors from partner organizations as well as consulting internal documents of the National Office for Sports Education Leisure and Social Inclusion By indicating and examining positive and negative aspects it verified the effectiveness of the process of continuing education triggered by pedagogical training and supported by the teaching material offered to personnel working in the program

Resumen Este estudio descriptivo y documental tuvo como objetivo analizar el proceso de formacioacuten continua que ofrece el Programa Segundo Tempo del Ministerio de Deportes de Brasil La recoleccioacuten de datos consistioacute en cuestionarios electroacutenicos respondidos por 23 coordinadores pedagoacutegicos 267 profesores y 198 monitores de deportes de entidades asociadas y en la consulta a documentos internos de la Secretariacutea Nacional de Deportes Educacioacuten Recreacioacuten e Inclusioacuten Social Apuntando y analizando aspectos positivos y negativos se constatoacute la eficacia del proceso de formacioacuten continua iniciado en la formacioacuten pedagoacutegica y con el apoyo de materiales didaacutecticos puestos a disposicioacuten de los recursos humanos que trabajan en el programa

Palavras-chavePoliacutetica social Educaccedilatildeo continuada Esportes Cursos de capacitaccedilatildeo

KeywordsPublic Policy Education continuing Sports Training courses

Palabras clavePoliacutetica social Educacioacuten continua Deportes Cursos de capacitacioacuten

Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute PR Brasil E-mail amauribassoligmailcom

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS Brasil E-mail areppoldportowebcombr

Recebido em 24-04-2015Aprovado em 13-05-2016

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil a priorizaccedilatildeo de poliacuteticas sociais destinadas a crianccedilas e jovens tem iniacutecio na deacutecada de 1980 periacuteodo de profunda crise econocircmica marcado por muitas transformaccedilotildees sociais e poliacuteticas (FARAH 2007) Como parte dessa priorizaccedilatildeo observou-se um aumento de projetos sociais para esse puacuteblico (ZALUAR 1994) O esporte ganha forccedila nesse cenaacuterio mediante o seu reconhecimento legal como direito (BRASIL 1988) e a oficializaccedilatildeo do termo ldquoesporte educacionalrdquo para aplicaccedilatildeo no ensino formal eou fora dele (BRASIL 1993 1998) Desde entatildeo esse termo passa a ser utilizado como conceito teoacuterico marcadamente em oposiccedilatildeo ao esporte de alto rendimento vocaacutebulo teacutecnico da poliacutetica puacuteblica compondo leis estudos e documentos oficiais e tipo especiacutefico de intervenccedilatildeo pedagoacutegica com missatildeo de repensar as formas tradicionais de ensino-aprendizagem e contribuir para os processos de transformaccedilatildeo social por meio dos valores arraigados no esporte (GONZAacuteLEZ et al 2014)

Nos projetos sociais para crianccedilas e jovens a praacutetica esportiva passou gradativamente de accedilatildeo complementar agrave formaccedilatildeo para iniciaccedilatildeo ao trabalho nos anos 1980 (ZALUAR 1994) a eixo norteador na deacutecada seguinte originando os projetos e programas sociais esportivos (PPSE)1 (KRAVCHYCHYN 2014) transformaccedilatildeo alavancada por investimentos governamentais diretos e incentivos fiscais oriundos de leis infraconstitucionais (BRASIL 1993 1998)

Tal centralidade aproximou o esporte educacional dos PPSE Promovidas por entidades puacuteblicas e privadas sem fins lucrativos como institutos e organizaccedilotildees natildeo governamentais (ONGs) essas iniciativas vecircm se multiplicando nas uacuteltimas trecircs deacutecadas no Brasil (MELO 2008 SILVEIRA 2013) e ganhando relevacircncia por seu potencial de formaccedilatildeo inclusatildeo social e promoccedilatildeo da sauacutede (MELLO FERREIRA NETO VOTRE 2009)

Na uacuteltima deacutecada o tema vem atraindo a atenccedilatildeo de pesquisadores da Educaccedilatildeo Fiacutesica e aacutereas afins que contemplam temaacuteticas dominantes exemplificadas pelos trabalhos de Correia (2008) Vianna e Lovisolo (2009) e Souza et al (2010) sobre a gestatildeo de projetosprogramas Lazzari Thomassim e Stigger (2010) Monteiro (2010) e Hirama e Montagner (2012) direcionados aos aspectos socioeducativos e Machado et al (2011) Rodrigues Darido e Paes (2013) e Souza et al (2013) que abordaram aspectos pedagoacutegicos

No entanto a expansatildeo dos PPSE no Brasil e o interesse cientiacutefico decorrente natildeo influenciaram proporcionalmente a oferta de disciplinas e estaacutegios curriculares nos cursos de formaccedilatildeo inicial em Educaccedilatildeo Fiacutesica (SOUZA et al 2011 ALVES CHAVES GONTIJO 2012 ARAUacuteJO et al 2012) constataccedilatildeo que sugere a necessidade da oferta de capacitaccedilatildeo profissional e formaccedilatildeo continuada nessas iniciativas

Nessa perspectiva este estudo aborda a proposta pedagoacutegica do Programa Segundo Tempo (PST)2 do Ministeacuterio do Esporte (ME) estruturada em um processo de formaccedilatildeo continuada referenciado por um material didaacutetico proacuteprio e pela capacitaccedilatildeo pedagoacutegica (Figura 1)1 O termo ldquosociais esportivosrdquo foi utilizado nesta pesquisa por ser o mais utilizado na literatura sobre projetos e programas sociais que elegem o esporte como eixo norteador Conceitualmente verifica-se similaridade a diversas denominaccedilotildees tais como projetosprogramas socioeducacionais mediante o esporte (VIANNA LOVISOLO 2009) socioeducativos por meio do esporte (SOUZA et al 2010) e socioesportivos (TUBINO 2010) Em todas as publicaccedilotildees consultadas tais iniciativas contemplam a faixa etaacuteria que compreende as fases da infacircncia e juventude Portanto doravante a utilizaccedilatildeo do termo traraacute impliacutecita a faixa etaacuteria atendida

2 Poliacutetica puacuteblica do governo federal que prevecirc mediante convecircnios com prefeituras municipais governos estaduais e oacutergatildeos puacuteblicos ligados agraves trecircs esferas governamentais a descentralizaccedilatildeo de recursos para implantaccedilatildeo de nuacutecleos de esporte educacional em todas as regiotildees do Paiacutes (BRASIL 2015b) O PST tem por objetivo geral ldquodemocratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade como forma de inclusatildeo social de crianccedilas e jovens em situaccedilatildeo de vulnerabilidade socialrdquo (BRASIL 2015b p 6)

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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Figura 1 ndash Estruturaccedilatildeo da formaccedilatildeo continuada do PST

Material Didaacutetico

Capacitaccedilatildeo Pedagoacutegica

FormaccedilatildeoContinuada

Fonte adaptado de BRASIL (2015a p 8)

Face ao exposto esta pesquisa objetivou analisar o processo de formaccedilatildeo continuada do PST considerando o material didaacutetico e a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica como elementos fundamentais

2 MEacuteTODO

De acordo com Yin (2015) este estudo de caso configura-se como uma investigaccedilatildeo empiacuterica que analisa um fenocircmeno contemporacircneo (o caso do PST) em profundidade e em seu contexto (PPSE) beneficiando-se do desenvolvimento anterior das proposiccedilotildees teoacutericas para orientar a coleta e a anaacutelise de dados

Do tipo descritivo e documental o estudo utilizou como fontes de pesquisa a) questionaacuterios compostos por questotildees abertas e fechadas aplicados aos coordenadores professores e monitores de entidades convenentes com o ME (convecircnios) vigentes b) documentos da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social (SNELIS)3 disponibilizados no Sistema de Acompanhamento Pedagoacutegico e Administrativo (SIAPA)4

Para verificar a clareza objetividade e a adequaccedilatildeo do instrumento ao objetivo da pesquisa os questionaacuterios foram testados e aprovados em situaccedilatildeo real junto aos recursos humanos (RH) de dois convecircnios do PST

A seleccedilatildeo de convecircnios e sujeitos participantes baseou-se em criteacuterios de inclusatildeo Para convecircnios a) ter efetivado pelo menos trecircs renovaccedilotildees junto ao ME5 b) estar vigente c) aceitar participar Para participantes (atuantes nesses convecircnios) a) ter participado de pelo menos uma capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST b) ser profissional (coordenador pedagoacutegico6 ou professor7) ou estudante (monitor8) de Educaccedilatildeo Fiacutesica c) aceitar participar3 Oacutergatildeo do ME responsaacutevel pela gestatildeo do PST

4 Base de dados da SNELIS que abriga toda a documentaccedilatildeo relativa aos projetos pedagoacutegicos ao acompanhamento e agrave avaliaccedilatildeo dos convecircnios Disponiacutevel em httpsnelis-mecombrportalpt-BR

5 Comprovada experiecircncia no desenvolvimento do programa e portanto plena compreensatildeo da proposta pedagoacutegica do PST O periacuteodo de vigecircncia de um convecircnio apresenta variaccedilotildees desde 2005 quando passou a ser publicado nas diretrizes do PST 12 meses (BRASIL 2005 2007) de 12 a 24 meses (BRASIL 2008) de 15 a 24 meses (BRASIL 2009 2010) de 15 a 26 meses (BRASIL 2011 2012 2013) e de 24 meses (2014 2015b)

6 Profissional de niacutevel superior da aacuterea de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou Esporte com experiecircncia pedagoacutegica para coordenaccedilatildeo supervisatildeo e orientaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo de propostas pedagoacutegicas (BRASIL 2015b)

7 Ateacute as Diretrizes de 2011 (BRASIL 2011) o profissional de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou esporte atuante nos nuacutecleos do PST era denominado ldquocoordenador de nuacutecleordquo Aleacutem de coordenar as atividades esse profissional tinha a funccedilatildeo de ministrar aulas com o auxiacutelio do monitor A fim de sanar interpretaccedilotildees errocircneas sobre a funccedilatildeo a denominaccedilatildeo muda para ldquoprofissional de Educaccedilatildeo Fiacutesicardquo a partir das diretrizes do ano seguinte (BRASIL 2012) Neste estudo ao nos referirmos a esse profissional utilizaremos o termo ldquoprofessorrdquo corroborando a constataccedilatildeo de Kravchychyn (2014) de que o termo foi utilizado para definir o profissional de Educaccedilatildeo Fiacutesica atuante nos PPSE brasileiros em todos os artigos cientiacuteficos publicados sobre o tema entre 2004 e 2013

8 Estudantes de graduaccedilatildeo regularmente matriculados em cursos de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou Esporte que jaacute tenham preferencialmente cursado

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Foram selecionados 27 convecircnios de todas as regiotildees do Paiacutes Mensagens de e-mail foram enviadas a 1143 participantes potenciais (vinculados aos convecircnios) explicitando objetivo detalhamentos da pesquisa e contatos dos pesquisadores juntamente com um link de acesso ao questionaacuterio especiacutefico disponibilizado no aplicativo Google Docs durante 40 dias Aceitaram participar da pesquisa 23 coordenadores pedagoacutegicos (852 do total dos envios) 267 professores (478) e 198 monitores (355) Os participantes concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

A pesquisa foi desenvolvida sob uma abordagem prioritariamente qualitativa apoiada por dados quantitativos Os dados quantitativos foram tratados mediante estatiacutestica descritiva com o auxiacutelio do software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) e apresentados por meio de frequecircncia (F) e porcentagem () em tabelas quais sejam 1 e 5 organizadas a partir das respostas das questotildees fechadas nas quais houve a assinalaccedilatildeo de apenas uma alternativa 2 3 e 4 a partir das respostas das questotildees abertas categorizadas por associaccedilatildeo de termos segundo as indicaccedilotildees de Bardin (1977)

A consulta aos documentos internos (regulamentos e relatoacuterios) foi devidamente autorizada pela gestatildeo da SNELISME

Esta pesquisa integra o projeto ldquoAnaacutelise da poliacutetica puacuteblica relacionada ao esporte educacional o caso do Programa Segundo Tempo ndash proposta pedagoacutegica e formaccedilatildeo dos recursos humanosrdquo viabilizado por meio da Chamada MECNPq ndeg 0912013 e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Universidade Estadual de Maringaacute (parecer 6920142014)

3 ESTRUTURA PEDAGOacuteGICA DO PST

Como esclarecimento este toacutepico apresenta o processo formativo do programa em anaacutelise visto que a estrutura organizada e desenvolvida se coloca como objeto desta pesquisa

Para o desenvolvimento de nuacutecleos de esporte educacional9 do PST os convecircnios recebem recursos financeiros para a contrataccedilatildeo de RH Aleacutem dos coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores dos convecircnios o ME conta com o apoio de uma Equipe Pedagoacutegica (EP) responsaacutevel pela estruturaccedilatildeo e desenvolvimento do processo formativo e da rede de Equipes Colaboradoras (ECs)10 composta por docentes universitaacuterios e poacutes-graduandos de 44 Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) parceiras de todas as regiotildees do Paiacutes As ECs desenvolvem como principais accedilotildees junto aos convecircnios orientaccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos cursos de capacitaccedilatildeo assessoria ao planejamento de atividades visitas de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do processo (OLIVEIRA KRAVCHYCHYN 2011 RODRIGUES et al 2012)

EP e ECs se responsabilizam diretamente pela elaboraccedilatildeo do material didaacutetico do PST que vem sendo construiacutedo a partir da base teoacuterica da proposta11 desde 2008 Satildeo 20 obras

o correspondente agrave primeira metade do curso (BRASIL 2015b)

9 Para os quais doravante utilizaremos apenas a denominaccedilatildeo ldquonuacutecleos do PSTrdquo

10 O nuacutemero de ECs ndash atualmente 19 ndash se altera de acordo com a demanda regional de convecircnios estabelecidos Em meacutedia cada membro de EC assessora 25 nuacutecleos e seus RH (BRASIL 2015a)

11 Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo (OLIVEIRA PERIM 2008) e Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica (OLIVEIRA PERIM 2009)

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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(total 125200 exemplares)12 ateacute o momento todas impressas e disponibilizadas integralmente no formato digital para download13 (Figura 2)

Figura 2 ndash Produccedilatildeo bibliograacutefica do PST a partir de 2008

Fonte Kravchychyn (2014 p 98)

O material apresentado ndash com destaque aos dez livros didaacuteticos acima relacionados ao item ldquopedagogia do esporterdquo ndash subsidia o desenvolvimento pedagoacutegico do PST (Figura 3)

Figura 3 ndash Processo de desenvolvimento pedagoacutegico do PST

PPC ndash ajustes e aprovaccedilatildeoAssessoria da EP

Formaccedilatildeo Continuada ndash EC responsaacutevel6 Meses3ordf Visita

OPCcedilAtildeO

6 Meses2ordf Visita

1 Mecircs1ordf Visita

Capacitaccedilatildeo Modelo EaD + PresencialFase EAD ndash 6 semanas

Fase Presencial ao teacutermino da fase EaD

Capacitaccedilatildeo Modelo Presencial20 a 40 duas apoacutes o iniacutecio das atividades

PPNs ndash ajuste e aprovaccedilatildeoAssessoria da EC responsaacutevel

Iniacutecio das atividadesAgendamento da Capacitaccedilatildeo Pedagoacutegica

Fonte adaptado de BRASIL (2015a p 3)

A aprovaccedilatildeo do Planejamento Pedagoacutegico de Convecircnio (PPC)14 eacute preacute-requisito para o iniacutecio das atividades Assim que o PPC eacute cadastrado um membro da

12 Fonte Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da SNELISME

13 Disponiacutevel em httpwwwufrgsbrcemepstsitepublicacoeslivros

14 Componentes do PPC identificaccedilatildeo fundamentaccedilatildeo teoacuterica diagnoacutestico objetivos conteuacutedos estrateacutegias metodoloacutegicas processos avaliativos recursos materiais estrutura fiacutesica grades horaacuterias dos nuacutecleos cronograma de atividades

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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EP passa a apoiar o coordenador pedagoacutegico do convecircnio em sua construccedilatildeo corrigindo e orientando os ajustes necessaacuterios ateacute a aprovaccedilatildeo do documento (BRASIL 2015a)

O PPC baliza os Planejamentos Pedagoacutegicos de Nuacutecleo (PPNs) respeitando as especificidades culturais e de infraestrutura de cada comunidade atendida O coordenador pedagoacutegico principal elo entre convecircnio e EC exerce papel relevante na organizaccedilatildeo pedagoacutegica dos convecircnios (RODRIGUES et al 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

No iniacutecio das atividades ocorre a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do convecircnio ministrada pela EC que assessora seu desenvolvimento objetivando proporcionar conhecimentos e vivecircncias baseados nos fundamentos e diretrizes do programa aos profissionais e monitores (RODRIGUES et al 2012) Na capacitaccedilatildeo oferecida nas modalidades ldquopresencialrdquo ou ldquoensino a distacircncia (EaD) + presencialrdquo satildeo desenvolvidos nove temas (Quadro 1)

Quadro 1 ndash Temas desenvolvidos na capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Tema 1Fundamentos do PST entrelaccedilamentos do esporte do desenvolvimento humano da cultura e da educaccedilatildeo

Tema 2 Fundamentos do Lazer e da Animaccedilatildeo Cultural

Tema 3 Corpo gecircnero e sexualidade educando para a diversidade

Tema 4 Desenvolvimento e Aprendizagem Motora aspectos relacionados agrave praacutetica

Tema 5 Questotildees da deficiecircncia e as accedilotildees do PST

Tema 6 Organizaccedilatildeo e Desenvolvimento Pedagoacutegico do PST

Tema 7 Procedimentos Metodoloacutegicos para o PST

Tema 8 Planejamento do PST a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo

Tema 9 Atividades Praacuteticas

Fonte adaptado de Oliveira Perim (2009)

As capacitaccedilotildees presenciais duram dois dias na proacutepria cidade ou regiatildeo dos convecircnios15 No caso de convecircnios menores (ateacute 20 nuacutecleos) os monitores satildeo incluiacutedos na formaccedilatildeo Em convecircnios maiores os professores capacitados devem multiplicar o conhecimento utilizando o material pedagoacutegico oferecido pelo ME16 sob a assessoria da EC

A modalidade EaD + presencial foi implantada em 2013 Consiste no trabalho de seis dos oito temas teoacutericos (1 4 5 6 7 e 8) trabalhados na fase EaD como preacute-requisito para inscriccedilatildeo do professor na fase presencial que acontece em dois dias preconizando atividades praacuteticas (tema 9 com tarefas previamente atribuiacutedas pela tutoria da EC na fase EaD) troca de experiecircncias e planejamento de atividades Dois temas (2 e 3) satildeo trabalhados na sequecircncia desencadeando o processo de formaccedilatildeo continuada Tal modalidade pode ser considerada um avanccedilo por oferecer maior aporte teoacuterico preacutevio enfatizar a praacutetica pedagoacutegica e instrumentalizar os RH para o trabalho com a ferramenta do EaD Contudo existe a limitaccedilatildeo de acesso agrave internet em algumas localidades que recebem a capacitaccedilatildeo no modelo presencial (BRASIL 2015a)

O cumprimento da etapa de capacitaccedilatildeo deflagra automaticamente a formaccedilatildeo continuada do programa em accedilotildees a distacircncia (com apoio do SIAPA) e presenciais (visitas semestrais de avaliaccedilatildeo e assessoria)

15 No caso de dois ou mais convecircnios de menor porte satildeo realizadas capacitaccedilotildees regionais respeitando os criteacuterios de melhor estrutura e de proximidade de deslocamento

16 Aleacutem dos livros didaacuteticos o ME disponibiliza um DVD com palestras dos autores dos capiacutetulos do livro-base (OLIVEIRA PERIM 2009) a fim de apoiar coordenadores e professores dos convecircnios na capacitaccedilatildeo dos monitores

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os resultados a seguir apresentam a perspectiva de coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores sobre o processo-alvo deste estudo e os elementos que o alicerccedilam Conforme demonstra a Figura 2 tais elementos satildeo delineados na obra organizada por Oliveira e Perim (2009) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo especialmente nos capiacutetulos de autoria de Filgueira Oliveira e Perim (2009) e Oliveira et al (2009) Os referidos autores oferecem contribuiccedilotildees agrave discussatildeo a seguir assim como outros que pesquisaram o desenvolvimento da proposta tais como Arauacutejo et al (2012) Starepravo et al (2012) Rodrigues et al (2012) Teixeira (2012) e Kravchychyn (2014) e tambeacutem Diretrizes do PST (BRASIL 2011 2015a) que contemplam elementos pedagoacutegicos

41 Formaccedilatildeo continuada

O conceito de formaccedilatildeoeducaccedilatildeo continuada eacute heterogecircneo um ldquoguarda-chuvardquo que segundo Gatti (2008 p 57) comporta ldquo[] tudo que possa oferecer ocasiatildeo de informaccedilatildeo reflexatildeo discussatildeo e trocas que favoreccedilam o aprimoramento profissional em qualquer de seus acircngulos em qualquer situaccedilatildeordquo

Portanto accedilotildees como cursos congressos seminaacuterios palestras e reuniotildees pedagoacutegicas (presenciais em viacutedeo ou teleconferecircncias) satildeo passiacuteveis de serem consideradas de formaccedilatildeo ou educaccedilatildeo continuada desde que organizadas e estruturadas para um determinado aprimoramento profissional (GATTI 2008) devendo levar em conta as necessidades dos professores e promover condiccedilotildees para o cumprimento efetivo das funccedilotildees de ensinar e formar cidadatildeos (GASQUE COSTA 2003 ALTENFELDER 2005) Nesse sentido centrar as accedilotildees nas necessidades e anseios dos profissionais atuantes em PPSE eacute fundamental ao processo formativo nesse contexto

No PST a formaccedilatildeo continuada eacute realizada em dois niacuteveis no acompanhamento e na assessoria das ECs e nas accedilotildees internas decorrentes ambas centralizadas no coordenador pedagoacutegico do convecircnio (KRAVCHYCHYN 2014)

Embora haja contato direto das ECs com os monitores durante as visitas de avaliaccedilatildeo in loco aos nuacutecleos do PST as accedilotildees a distacircncia (plantotildees de atendimento contatos telefocircnicos e online) fundamentais ao desenvolvimento pedagoacutegico do programa (FILGUEIRA OLIVEIRA PERIM 2009) dependem da intermediaccedilatildeo dos coordenadores pedagoacutegicos (principalmente) e dos professores Diante disso optamos pela apresentaccedilatildeo da primeira questatildeo somente a esses dois grupos (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Efetividade da formaccedilatildeo continuada da EC aos convecircnios

RespostasCP P

F F

Sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 12 522 110 412

Quase sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 8 348 94 352

Raramente supre as necessidades pedagoacutegicas 2 87 55 206

Nunca supre as necessidades pedagoacutegicas 1 43 8 30

Total 23 100 267 100

CP - Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash ProfessoresFonte dos autores

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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A formaccedilatildeo continuada sempre (522) ou quase sempre (348) supre as necessidades pedagoacutegicas da maioria dos coordenadores havendo indicaccedilotildees de que raramente (87) ou nunca (43) satildeo supridas tais necessidades Entre os professores tambeacutem haacute predomiacutenio de posicionamentos positivos (sempre 412 quase sempre 352) todavia maior descontentamento (raramente 206 nunca 3) em relaccedilatildeo aos coordenadores

Os contatos das ECs direcionam-se mais frequentemente aos coordenadores pedagoacutegicos Todavia verifica-se a necessidade de maior aproximaccedilatildeo aos professores A ferramenta EaD em franco desenvolvimento no programa pode ser uacutetil nessa tarefa

A intenccedilatildeo desse suprimento eacute possibilitar que mesmo apoiados por diretrizes estabelecidas os professores tenham autonomia pedagoacutegica diante da diversidade social e cultural do Paiacutes (OLIVEIRA et al 2009) Segundo Silva e Arauacutejo (2005) a formaccedilatildeo continuada deve incentivar a apropriaccedilatildeo dos saberes rumo agrave autonomia considerando os saberes derivados da experiecircncia Oliveira et al (2009) reiteram essa afirmativa ao recomendar aos professores do programa ldquo[] ao planejar vocecirc pode articular elementos de accedilotildees pedagoacutegicas e criar situaccedilotildees dinamizadoras e de experimentaccedilatildeo das diversas possibilidades de intervir metodologicamenterdquo (p 241)

Diante disso a formaccedilatildeo continuada ora tratada apresenta um segundo formato coordenado e desenvolvido internamente e que contempla as especificidades mas que conserva a orientaccedilatildeo pedagoacutegica do PST e a assessoria das ECs Consultamos os participantes sobre as estrateacutegias mais eficazes utilizadas nessas accedilotildees internas (Tabela 2)

Tabela 2 ndash Estrateacutegias mais eficazes utilizadas pelos convecircnios na formaccedilatildeo continuada interna

RespostasCP P M

F F F

Reuniotildees pedagoacutegicas 15 652 162 607 120 606

Palestras 5 217 45 170 31 156

Oficinas 4 174 44 165 30 151

Cursos 1 43 31 116 26 131

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As respostas demonstram a utilizaccedilatildeo de reuniotildees pedagoacutegicas semanais ou quinzenais como estrateacutegia mais eficaz (CP 652 P 607 M 606) seguida de palestras (CP 217 P 17 M 156) oficinas (CP 174 P 165 M 151) e cursos (CP 43 P 116 M 131) A regularidade de reuniotildees pedagoacutegicas permite o frequente diaacutelogo entre os trecircs grupos sobre o cotidiano dos nuacutecleos As discussotildees reflexotildees e troca de experiecircncias colocam-se como diferenciais na organizaccedilatildeo pedagoacutegica e na eventual necessidade de redirecionamento das accedilotildees (OLIVEIRA et al 2009)

Considerando a previsatildeo de reuniotildees na rotina dos nuacutecleos o destaque dado agraves demais estrateacutegias demonstra a apropriaccedilatildeo da necessidade de construir uma praacutexis pedagoacutegica direcionada agraves especificidades dos PPSE previstas nas diretrizes do PST Essa construccedilatildeo alicerccedilada no trabalho das ECs vem sendo objeto de estudos que evidenciam a gradativa assimilaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do processo de formaccedilatildeo continuada pelos convecircnios que parece influenciar positivamente a atuaccedilatildeo profissional no contexto estudado (ARAUacuteJO et al 2012 STAREPRAVO et al 2012 TEIXEIRA 2012)

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

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Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

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Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

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Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

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BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2010

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

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Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

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Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil a priorizaccedilatildeo de poliacuteticas sociais destinadas a crianccedilas e jovens tem iniacutecio na deacutecada de 1980 periacuteodo de profunda crise econocircmica marcado por muitas transformaccedilotildees sociais e poliacuteticas (FARAH 2007) Como parte dessa priorizaccedilatildeo observou-se um aumento de projetos sociais para esse puacuteblico (ZALUAR 1994) O esporte ganha forccedila nesse cenaacuterio mediante o seu reconhecimento legal como direito (BRASIL 1988) e a oficializaccedilatildeo do termo ldquoesporte educacionalrdquo para aplicaccedilatildeo no ensino formal eou fora dele (BRASIL 1993 1998) Desde entatildeo esse termo passa a ser utilizado como conceito teoacuterico marcadamente em oposiccedilatildeo ao esporte de alto rendimento vocaacutebulo teacutecnico da poliacutetica puacuteblica compondo leis estudos e documentos oficiais e tipo especiacutefico de intervenccedilatildeo pedagoacutegica com missatildeo de repensar as formas tradicionais de ensino-aprendizagem e contribuir para os processos de transformaccedilatildeo social por meio dos valores arraigados no esporte (GONZAacuteLEZ et al 2014)

Nos projetos sociais para crianccedilas e jovens a praacutetica esportiva passou gradativamente de accedilatildeo complementar agrave formaccedilatildeo para iniciaccedilatildeo ao trabalho nos anos 1980 (ZALUAR 1994) a eixo norteador na deacutecada seguinte originando os projetos e programas sociais esportivos (PPSE)1 (KRAVCHYCHYN 2014) transformaccedilatildeo alavancada por investimentos governamentais diretos e incentivos fiscais oriundos de leis infraconstitucionais (BRASIL 1993 1998)

Tal centralidade aproximou o esporte educacional dos PPSE Promovidas por entidades puacuteblicas e privadas sem fins lucrativos como institutos e organizaccedilotildees natildeo governamentais (ONGs) essas iniciativas vecircm se multiplicando nas uacuteltimas trecircs deacutecadas no Brasil (MELO 2008 SILVEIRA 2013) e ganhando relevacircncia por seu potencial de formaccedilatildeo inclusatildeo social e promoccedilatildeo da sauacutede (MELLO FERREIRA NETO VOTRE 2009)

Na uacuteltima deacutecada o tema vem atraindo a atenccedilatildeo de pesquisadores da Educaccedilatildeo Fiacutesica e aacutereas afins que contemplam temaacuteticas dominantes exemplificadas pelos trabalhos de Correia (2008) Vianna e Lovisolo (2009) e Souza et al (2010) sobre a gestatildeo de projetosprogramas Lazzari Thomassim e Stigger (2010) Monteiro (2010) e Hirama e Montagner (2012) direcionados aos aspectos socioeducativos e Machado et al (2011) Rodrigues Darido e Paes (2013) e Souza et al (2013) que abordaram aspectos pedagoacutegicos

No entanto a expansatildeo dos PPSE no Brasil e o interesse cientiacutefico decorrente natildeo influenciaram proporcionalmente a oferta de disciplinas e estaacutegios curriculares nos cursos de formaccedilatildeo inicial em Educaccedilatildeo Fiacutesica (SOUZA et al 2011 ALVES CHAVES GONTIJO 2012 ARAUacuteJO et al 2012) constataccedilatildeo que sugere a necessidade da oferta de capacitaccedilatildeo profissional e formaccedilatildeo continuada nessas iniciativas

Nessa perspectiva este estudo aborda a proposta pedagoacutegica do Programa Segundo Tempo (PST)2 do Ministeacuterio do Esporte (ME) estruturada em um processo de formaccedilatildeo continuada referenciado por um material didaacutetico proacuteprio e pela capacitaccedilatildeo pedagoacutegica (Figura 1)1 O termo ldquosociais esportivosrdquo foi utilizado nesta pesquisa por ser o mais utilizado na literatura sobre projetos e programas sociais que elegem o esporte como eixo norteador Conceitualmente verifica-se similaridade a diversas denominaccedilotildees tais como projetosprogramas socioeducacionais mediante o esporte (VIANNA LOVISOLO 2009) socioeducativos por meio do esporte (SOUZA et al 2010) e socioesportivos (TUBINO 2010) Em todas as publicaccedilotildees consultadas tais iniciativas contemplam a faixa etaacuteria que compreende as fases da infacircncia e juventude Portanto doravante a utilizaccedilatildeo do termo traraacute impliacutecita a faixa etaacuteria atendida

2 Poliacutetica puacuteblica do governo federal que prevecirc mediante convecircnios com prefeituras municipais governos estaduais e oacutergatildeos puacuteblicos ligados agraves trecircs esferas governamentais a descentralizaccedilatildeo de recursos para implantaccedilatildeo de nuacutecleos de esporte educacional em todas as regiotildees do Paiacutes (BRASIL 2015b) O PST tem por objetivo geral ldquodemocratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade como forma de inclusatildeo social de crianccedilas e jovens em situaccedilatildeo de vulnerabilidade socialrdquo (BRASIL 2015b p 6)

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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Figura 1 ndash Estruturaccedilatildeo da formaccedilatildeo continuada do PST

Material Didaacutetico

Capacitaccedilatildeo Pedagoacutegica

FormaccedilatildeoContinuada

Fonte adaptado de BRASIL (2015a p 8)

Face ao exposto esta pesquisa objetivou analisar o processo de formaccedilatildeo continuada do PST considerando o material didaacutetico e a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica como elementos fundamentais

2 MEacuteTODO

De acordo com Yin (2015) este estudo de caso configura-se como uma investigaccedilatildeo empiacuterica que analisa um fenocircmeno contemporacircneo (o caso do PST) em profundidade e em seu contexto (PPSE) beneficiando-se do desenvolvimento anterior das proposiccedilotildees teoacutericas para orientar a coleta e a anaacutelise de dados

Do tipo descritivo e documental o estudo utilizou como fontes de pesquisa a) questionaacuterios compostos por questotildees abertas e fechadas aplicados aos coordenadores professores e monitores de entidades convenentes com o ME (convecircnios) vigentes b) documentos da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social (SNELIS)3 disponibilizados no Sistema de Acompanhamento Pedagoacutegico e Administrativo (SIAPA)4

Para verificar a clareza objetividade e a adequaccedilatildeo do instrumento ao objetivo da pesquisa os questionaacuterios foram testados e aprovados em situaccedilatildeo real junto aos recursos humanos (RH) de dois convecircnios do PST

A seleccedilatildeo de convecircnios e sujeitos participantes baseou-se em criteacuterios de inclusatildeo Para convecircnios a) ter efetivado pelo menos trecircs renovaccedilotildees junto ao ME5 b) estar vigente c) aceitar participar Para participantes (atuantes nesses convecircnios) a) ter participado de pelo menos uma capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST b) ser profissional (coordenador pedagoacutegico6 ou professor7) ou estudante (monitor8) de Educaccedilatildeo Fiacutesica c) aceitar participar3 Oacutergatildeo do ME responsaacutevel pela gestatildeo do PST

4 Base de dados da SNELIS que abriga toda a documentaccedilatildeo relativa aos projetos pedagoacutegicos ao acompanhamento e agrave avaliaccedilatildeo dos convecircnios Disponiacutevel em httpsnelis-mecombrportalpt-BR

5 Comprovada experiecircncia no desenvolvimento do programa e portanto plena compreensatildeo da proposta pedagoacutegica do PST O periacuteodo de vigecircncia de um convecircnio apresenta variaccedilotildees desde 2005 quando passou a ser publicado nas diretrizes do PST 12 meses (BRASIL 2005 2007) de 12 a 24 meses (BRASIL 2008) de 15 a 24 meses (BRASIL 2009 2010) de 15 a 26 meses (BRASIL 2011 2012 2013) e de 24 meses (2014 2015b)

6 Profissional de niacutevel superior da aacuterea de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou Esporte com experiecircncia pedagoacutegica para coordenaccedilatildeo supervisatildeo e orientaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo de propostas pedagoacutegicas (BRASIL 2015b)

7 Ateacute as Diretrizes de 2011 (BRASIL 2011) o profissional de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou esporte atuante nos nuacutecleos do PST era denominado ldquocoordenador de nuacutecleordquo Aleacutem de coordenar as atividades esse profissional tinha a funccedilatildeo de ministrar aulas com o auxiacutelio do monitor A fim de sanar interpretaccedilotildees errocircneas sobre a funccedilatildeo a denominaccedilatildeo muda para ldquoprofissional de Educaccedilatildeo Fiacutesicardquo a partir das diretrizes do ano seguinte (BRASIL 2012) Neste estudo ao nos referirmos a esse profissional utilizaremos o termo ldquoprofessorrdquo corroborando a constataccedilatildeo de Kravchychyn (2014) de que o termo foi utilizado para definir o profissional de Educaccedilatildeo Fiacutesica atuante nos PPSE brasileiros em todos os artigos cientiacuteficos publicados sobre o tema entre 2004 e 2013

8 Estudantes de graduaccedilatildeo regularmente matriculados em cursos de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou Esporte que jaacute tenham preferencialmente cursado

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Foram selecionados 27 convecircnios de todas as regiotildees do Paiacutes Mensagens de e-mail foram enviadas a 1143 participantes potenciais (vinculados aos convecircnios) explicitando objetivo detalhamentos da pesquisa e contatos dos pesquisadores juntamente com um link de acesso ao questionaacuterio especiacutefico disponibilizado no aplicativo Google Docs durante 40 dias Aceitaram participar da pesquisa 23 coordenadores pedagoacutegicos (852 do total dos envios) 267 professores (478) e 198 monitores (355) Os participantes concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

A pesquisa foi desenvolvida sob uma abordagem prioritariamente qualitativa apoiada por dados quantitativos Os dados quantitativos foram tratados mediante estatiacutestica descritiva com o auxiacutelio do software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) e apresentados por meio de frequecircncia (F) e porcentagem () em tabelas quais sejam 1 e 5 organizadas a partir das respostas das questotildees fechadas nas quais houve a assinalaccedilatildeo de apenas uma alternativa 2 3 e 4 a partir das respostas das questotildees abertas categorizadas por associaccedilatildeo de termos segundo as indicaccedilotildees de Bardin (1977)

A consulta aos documentos internos (regulamentos e relatoacuterios) foi devidamente autorizada pela gestatildeo da SNELISME

Esta pesquisa integra o projeto ldquoAnaacutelise da poliacutetica puacuteblica relacionada ao esporte educacional o caso do Programa Segundo Tempo ndash proposta pedagoacutegica e formaccedilatildeo dos recursos humanosrdquo viabilizado por meio da Chamada MECNPq ndeg 0912013 e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Universidade Estadual de Maringaacute (parecer 6920142014)

3 ESTRUTURA PEDAGOacuteGICA DO PST

Como esclarecimento este toacutepico apresenta o processo formativo do programa em anaacutelise visto que a estrutura organizada e desenvolvida se coloca como objeto desta pesquisa

Para o desenvolvimento de nuacutecleos de esporte educacional9 do PST os convecircnios recebem recursos financeiros para a contrataccedilatildeo de RH Aleacutem dos coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores dos convecircnios o ME conta com o apoio de uma Equipe Pedagoacutegica (EP) responsaacutevel pela estruturaccedilatildeo e desenvolvimento do processo formativo e da rede de Equipes Colaboradoras (ECs)10 composta por docentes universitaacuterios e poacutes-graduandos de 44 Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) parceiras de todas as regiotildees do Paiacutes As ECs desenvolvem como principais accedilotildees junto aos convecircnios orientaccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos cursos de capacitaccedilatildeo assessoria ao planejamento de atividades visitas de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do processo (OLIVEIRA KRAVCHYCHYN 2011 RODRIGUES et al 2012)

EP e ECs se responsabilizam diretamente pela elaboraccedilatildeo do material didaacutetico do PST que vem sendo construiacutedo a partir da base teoacuterica da proposta11 desde 2008 Satildeo 20 obras

o correspondente agrave primeira metade do curso (BRASIL 2015b)

9 Para os quais doravante utilizaremos apenas a denominaccedilatildeo ldquonuacutecleos do PSTrdquo

10 O nuacutemero de ECs ndash atualmente 19 ndash se altera de acordo com a demanda regional de convecircnios estabelecidos Em meacutedia cada membro de EC assessora 25 nuacutecleos e seus RH (BRASIL 2015a)

11 Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo (OLIVEIRA PERIM 2008) e Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica (OLIVEIRA PERIM 2009)

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(total 125200 exemplares)12 ateacute o momento todas impressas e disponibilizadas integralmente no formato digital para download13 (Figura 2)

Figura 2 ndash Produccedilatildeo bibliograacutefica do PST a partir de 2008

Fonte Kravchychyn (2014 p 98)

O material apresentado ndash com destaque aos dez livros didaacuteticos acima relacionados ao item ldquopedagogia do esporterdquo ndash subsidia o desenvolvimento pedagoacutegico do PST (Figura 3)

Figura 3 ndash Processo de desenvolvimento pedagoacutegico do PST

PPC ndash ajustes e aprovaccedilatildeoAssessoria da EP

Formaccedilatildeo Continuada ndash EC responsaacutevel6 Meses3ordf Visita

OPCcedilAtildeO

6 Meses2ordf Visita

1 Mecircs1ordf Visita

Capacitaccedilatildeo Modelo EaD + PresencialFase EAD ndash 6 semanas

Fase Presencial ao teacutermino da fase EaD

Capacitaccedilatildeo Modelo Presencial20 a 40 duas apoacutes o iniacutecio das atividades

PPNs ndash ajuste e aprovaccedilatildeoAssessoria da EC responsaacutevel

Iniacutecio das atividadesAgendamento da Capacitaccedilatildeo Pedagoacutegica

Fonte adaptado de BRASIL (2015a p 3)

A aprovaccedilatildeo do Planejamento Pedagoacutegico de Convecircnio (PPC)14 eacute preacute-requisito para o iniacutecio das atividades Assim que o PPC eacute cadastrado um membro da

12 Fonte Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da SNELISME

13 Disponiacutevel em httpwwwufrgsbrcemepstsitepublicacoeslivros

14 Componentes do PPC identificaccedilatildeo fundamentaccedilatildeo teoacuterica diagnoacutestico objetivos conteuacutedos estrateacutegias metodoloacutegicas processos avaliativos recursos materiais estrutura fiacutesica grades horaacuterias dos nuacutecleos cronograma de atividades

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EP passa a apoiar o coordenador pedagoacutegico do convecircnio em sua construccedilatildeo corrigindo e orientando os ajustes necessaacuterios ateacute a aprovaccedilatildeo do documento (BRASIL 2015a)

O PPC baliza os Planejamentos Pedagoacutegicos de Nuacutecleo (PPNs) respeitando as especificidades culturais e de infraestrutura de cada comunidade atendida O coordenador pedagoacutegico principal elo entre convecircnio e EC exerce papel relevante na organizaccedilatildeo pedagoacutegica dos convecircnios (RODRIGUES et al 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

No iniacutecio das atividades ocorre a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do convecircnio ministrada pela EC que assessora seu desenvolvimento objetivando proporcionar conhecimentos e vivecircncias baseados nos fundamentos e diretrizes do programa aos profissionais e monitores (RODRIGUES et al 2012) Na capacitaccedilatildeo oferecida nas modalidades ldquopresencialrdquo ou ldquoensino a distacircncia (EaD) + presencialrdquo satildeo desenvolvidos nove temas (Quadro 1)

Quadro 1 ndash Temas desenvolvidos na capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Tema 1Fundamentos do PST entrelaccedilamentos do esporte do desenvolvimento humano da cultura e da educaccedilatildeo

Tema 2 Fundamentos do Lazer e da Animaccedilatildeo Cultural

Tema 3 Corpo gecircnero e sexualidade educando para a diversidade

Tema 4 Desenvolvimento e Aprendizagem Motora aspectos relacionados agrave praacutetica

Tema 5 Questotildees da deficiecircncia e as accedilotildees do PST

Tema 6 Organizaccedilatildeo e Desenvolvimento Pedagoacutegico do PST

Tema 7 Procedimentos Metodoloacutegicos para o PST

Tema 8 Planejamento do PST a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo

Tema 9 Atividades Praacuteticas

Fonte adaptado de Oliveira Perim (2009)

As capacitaccedilotildees presenciais duram dois dias na proacutepria cidade ou regiatildeo dos convecircnios15 No caso de convecircnios menores (ateacute 20 nuacutecleos) os monitores satildeo incluiacutedos na formaccedilatildeo Em convecircnios maiores os professores capacitados devem multiplicar o conhecimento utilizando o material pedagoacutegico oferecido pelo ME16 sob a assessoria da EC

A modalidade EaD + presencial foi implantada em 2013 Consiste no trabalho de seis dos oito temas teoacutericos (1 4 5 6 7 e 8) trabalhados na fase EaD como preacute-requisito para inscriccedilatildeo do professor na fase presencial que acontece em dois dias preconizando atividades praacuteticas (tema 9 com tarefas previamente atribuiacutedas pela tutoria da EC na fase EaD) troca de experiecircncias e planejamento de atividades Dois temas (2 e 3) satildeo trabalhados na sequecircncia desencadeando o processo de formaccedilatildeo continuada Tal modalidade pode ser considerada um avanccedilo por oferecer maior aporte teoacuterico preacutevio enfatizar a praacutetica pedagoacutegica e instrumentalizar os RH para o trabalho com a ferramenta do EaD Contudo existe a limitaccedilatildeo de acesso agrave internet em algumas localidades que recebem a capacitaccedilatildeo no modelo presencial (BRASIL 2015a)

O cumprimento da etapa de capacitaccedilatildeo deflagra automaticamente a formaccedilatildeo continuada do programa em accedilotildees a distacircncia (com apoio do SIAPA) e presenciais (visitas semestrais de avaliaccedilatildeo e assessoria)

15 No caso de dois ou mais convecircnios de menor porte satildeo realizadas capacitaccedilotildees regionais respeitando os criteacuterios de melhor estrutura e de proximidade de deslocamento

16 Aleacutem dos livros didaacuteticos o ME disponibiliza um DVD com palestras dos autores dos capiacutetulos do livro-base (OLIVEIRA PERIM 2009) a fim de apoiar coordenadores e professores dos convecircnios na capacitaccedilatildeo dos monitores

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4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os resultados a seguir apresentam a perspectiva de coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores sobre o processo-alvo deste estudo e os elementos que o alicerccedilam Conforme demonstra a Figura 2 tais elementos satildeo delineados na obra organizada por Oliveira e Perim (2009) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo especialmente nos capiacutetulos de autoria de Filgueira Oliveira e Perim (2009) e Oliveira et al (2009) Os referidos autores oferecem contribuiccedilotildees agrave discussatildeo a seguir assim como outros que pesquisaram o desenvolvimento da proposta tais como Arauacutejo et al (2012) Starepravo et al (2012) Rodrigues et al (2012) Teixeira (2012) e Kravchychyn (2014) e tambeacutem Diretrizes do PST (BRASIL 2011 2015a) que contemplam elementos pedagoacutegicos

41 Formaccedilatildeo continuada

O conceito de formaccedilatildeoeducaccedilatildeo continuada eacute heterogecircneo um ldquoguarda-chuvardquo que segundo Gatti (2008 p 57) comporta ldquo[] tudo que possa oferecer ocasiatildeo de informaccedilatildeo reflexatildeo discussatildeo e trocas que favoreccedilam o aprimoramento profissional em qualquer de seus acircngulos em qualquer situaccedilatildeordquo

Portanto accedilotildees como cursos congressos seminaacuterios palestras e reuniotildees pedagoacutegicas (presenciais em viacutedeo ou teleconferecircncias) satildeo passiacuteveis de serem consideradas de formaccedilatildeo ou educaccedilatildeo continuada desde que organizadas e estruturadas para um determinado aprimoramento profissional (GATTI 2008) devendo levar em conta as necessidades dos professores e promover condiccedilotildees para o cumprimento efetivo das funccedilotildees de ensinar e formar cidadatildeos (GASQUE COSTA 2003 ALTENFELDER 2005) Nesse sentido centrar as accedilotildees nas necessidades e anseios dos profissionais atuantes em PPSE eacute fundamental ao processo formativo nesse contexto

No PST a formaccedilatildeo continuada eacute realizada em dois niacuteveis no acompanhamento e na assessoria das ECs e nas accedilotildees internas decorrentes ambas centralizadas no coordenador pedagoacutegico do convecircnio (KRAVCHYCHYN 2014)

Embora haja contato direto das ECs com os monitores durante as visitas de avaliaccedilatildeo in loco aos nuacutecleos do PST as accedilotildees a distacircncia (plantotildees de atendimento contatos telefocircnicos e online) fundamentais ao desenvolvimento pedagoacutegico do programa (FILGUEIRA OLIVEIRA PERIM 2009) dependem da intermediaccedilatildeo dos coordenadores pedagoacutegicos (principalmente) e dos professores Diante disso optamos pela apresentaccedilatildeo da primeira questatildeo somente a esses dois grupos (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Efetividade da formaccedilatildeo continuada da EC aos convecircnios

RespostasCP P

F F

Sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 12 522 110 412

Quase sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 8 348 94 352

Raramente supre as necessidades pedagoacutegicas 2 87 55 206

Nunca supre as necessidades pedagoacutegicas 1 43 8 30

Total 23 100 267 100

CP - Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash ProfessoresFonte dos autores

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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A formaccedilatildeo continuada sempre (522) ou quase sempre (348) supre as necessidades pedagoacutegicas da maioria dos coordenadores havendo indicaccedilotildees de que raramente (87) ou nunca (43) satildeo supridas tais necessidades Entre os professores tambeacutem haacute predomiacutenio de posicionamentos positivos (sempre 412 quase sempre 352) todavia maior descontentamento (raramente 206 nunca 3) em relaccedilatildeo aos coordenadores

Os contatos das ECs direcionam-se mais frequentemente aos coordenadores pedagoacutegicos Todavia verifica-se a necessidade de maior aproximaccedilatildeo aos professores A ferramenta EaD em franco desenvolvimento no programa pode ser uacutetil nessa tarefa

A intenccedilatildeo desse suprimento eacute possibilitar que mesmo apoiados por diretrizes estabelecidas os professores tenham autonomia pedagoacutegica diante da diversidade social e cultural do Paiacutes (OLIVEIRA et al 2009) Segundo Silva e Arauacutejo (2005) a formaccedilatildeo continuada deve incentivar a apropriaccedilatildeo dos saberes rumo agrave autonomia considerando os saberes derivados da experiecircncia Oliveira et al (2009) reiteram essa afirmativa ao recomendar aos professores do programa ldquo[] ao planejar vocecirc pode articular elementos de accedilotildees pedagoacutegicas e criar situaccedilotildees dinamizadoras e de experimentaccedilatildeo das diversas possibilidades de intervir metodologicamenterdquo (p 241)

Diante disso a formaccedilatildeo continuada ora tratada apresenta um segundo formato coordenado e desenvolvido internamente e que contempla as especificidades mas que conserva a orientaccedilatildeo pedagoacutegica do PST e a assessoria das ECs Consultamos os participantes sobre as estrateacutegias mais eficazes utilizadas nessas accedilotildees internas (Tabela 2)

Tabela 2 ndash Estrateacutegias mais eficazes utilizadas pelos convecircnios na formaccedilatildeo continuada interna

RespostasCP P M

F F F

Reuniotildees pedagoacutegicas 15 652 162 607 120 606

Palestras 5 217 45 170 31 156

Oficinas 4 174 44 165 30 151

Cursos 1 43 31 116 26 131

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

As respostas demonstram a utilizaccedilatildeo de reuniotildees pedagoacutegicas semanais ou quinzenais como estrateacutegia mais eficaz (CP 652 P 607 M 606) seguida de palestras (CP 217 P 17 M 156) oficinas (CP 174 P 165 M 151) e cursos (CP 43 P 116 M 131) A regularidade de reuniotildees pedagoacutegicas permite o frequente diaacutelogo entre os trecircs grupos sobre o cotidiano dos nuacutecleos As discussotildees reflexotildees e troca de experiecircncias colocam-se como diferenciais na organizaccedilatildeo pedagoacutegica e na eventual necessidade de redirecionamento das accedilotildees (OLIVEIRA et al 2009)

Considerando a previsatildeo de reuniotildees na rotina dos nuacutecleos o destaque dado agraves demais estrateacutegias demonstra a apropriaccedilatildeo da necessidade de construir uma praacutexis pedagoacutegica direcionada agraves especificidades dos PPSE previstas nas diretrizes do PST Essa construccedilatildeo alicerccedilada no trabalho das ECs vem sendo objeto de estudos que evidenciam a gradativa assimilaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do processo de formaccedilatildeo continuada pelos convecircnios que parece influenciar positivamente a atuaccedilatildeo profissional no contexto estudado (ARAUacuteJO et al 2012 STAREPRAVO et al 2012 TEIXEIRA 2012)

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

REFEREcircNCIAS

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BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

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BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

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YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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Figura 1 ndash Estruturaccedilatildeo da formaccedilatildeo continuada do PST

Material Didaacutetico

Capacitaccedilatildeo Pedagoacutegica

FormaccedilatildeoContinuada

Fonte adaptado de BRASIL (2015a p 8)

Face ao exposto esta pesquisa objetivou analisar o processo de formaccedilatildeo continuada do PST considerando o material didaacutetico e a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica como elementos fundamentais

2 MEacuteTODO

De acordo com Yin (2015) este estudo de caso configura-se como uma investigaccedilatildeo empiacuterica que analisa um fenocircmeno contemporacircneo (o caso do PST) em profundidade e em seu contexto (PPSE) beneficiando-se do desenvolvimento anterior das proposiccedilotildees teoacutericas para orientar a coleta e a anaacutelise de dados

Do tipo descritivo e documental o estudo utilizou como fontes de pesquisa a) questionaacuterios compostos por questotildees abertas e fechadas aplicados aos coordenadores professores e monitores de entidades convenentes com o ME (convecircnios) vigentes b) documentos da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social (SNELIS)3 disponibilizados no Sistema de Acompanhamento Pedagoacutegico e Administrativo (SIAPA)4

Para verificar a clareza objetividade e a adequaccedilatildeo do instrumento ao objetivo da pesquisa os questionaacuterios foram testados e aprovados em situaccedilatildeo real junto aos recursos humanos (RH) de dois convecircnios do PST

A seleccedilatildeo de convecircnios e sujeitos participantes baseou-se em criteacuterios de inclusatildeo Para convecircnios a) ter efetivado pelo menos trecircs renovaccedilotildees junto ao ME5 b) estar vigente c) aceitar participar Para participantes (atuantes nesses convecircnios) a) ter participado de pelo menos uma capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST b) ser profissional (coordenador pedagoacutegico6 ou professor7) ou estudante (monitor8) de Educaccedilatildeo Fiacutesica c) aceitar participar3 Oacutergatildeo do ME responsaacutevel pela gestatildeo do PST

4 Base de dados da SNELIS que abriga toda a documentaccedilatildeo relativa aos projetos pedagoacutegicos ao acompanhamento e agrave avaliaccedilatildeo dos convecircnios Disponiacutevel em httpsnelis-mecombrportalpt-BR

5 Comprovada experiecircncia no desenvolvimento do programa e portanto plena compreensatildeo da proposta pedagoacutegica do PST O periacuteodo de vigecircncia de um convecircnio apresenta variaccedilotildees desde 2005 quando passou a ser publicado nas diretrizes do PST 12 meses (BRASIL 2005 2007) de 12 a 24 meses (BRASIL 2008) de 15 a 24 meses (BRASIL 2009 2010) de 15 a 26 meses (BRASIL 2011 2012 2013) e de 24 meses (2014 2015b)

6 Profissional de niacutevel superior da aacuterea de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou Esporte com experiecircncia pedagoacutegica para coordenaccedilatildeo supervisatildeo e orientaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo de propostas pedagoacutegicas (BRASIL 2015b)

7 Ateacute as Diretrizes de 2011 (BRASIL 2011) o profissional de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou esporte atuante nos nuacutecleos do PST era denominado ldquocoordenador de nuacutecleordquo Aleacutem de coordenar as atividades esse profissional tinha a funccedilatildeo de ministrar aulas com o auxiacutelio do monitor A fim de sanar interpretaccedilotildees errocircneas sobre a funccedilatildeo a denominaccedilatildeo muda para ldquoprofissional de Educaccedilatildeo Fiacutesicardquo a partir das diretrizes do ano seguinte (BRASIL 2012) Neste estudo ao nos referirmos a esse profissional utilizaremos o termo ldquoprofessorrdquo corroborando a constataccedilatildeo de Kravchychyn (2014) de que o termo foi utilizado para definir o profissional de Educaccedilatildeo Fiacutesica atuante nos PPSE brasileiros em todos os artigos cientiacuteficos publicados sobre o tema entre 2004 e 2013

8 Estudantes de graduaccedilatildeo regularmente matriculados em cursos de Educaccedilatildeo Fiacutesica ou Esporte que jaacute tenham preferencialmente cursado

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Foram selecionados 27 convecircnios de todas as regiotildees do Paiacutes Mensagens de e-mail foram enviadas a 1143 participantes potenciais (vinculados aos convecircnios) explicitando objetivo detalhamentos da pesquisa e contatos dos pesquisadores juntamente com um link de acesso ao questionaacuterio especiacutefico disponibilizado no aplicativo Google Docs durante 40 dias Aceitaram participar da pesquisa 23 coordenadores pedagoacutegicos (852 do total dos envios) 267 professores (478) e 198 monitores (355) Os participantes concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

A pesquisa foi desenvolvida sob uma abordagem prioritariamente qualitativa apoiada por dados quantitativos Os dados quantitativos foram tratados mediante estatiacutestica descritiva com o auxiacutelio do software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) e apresentados por meio de frequecircncia (F) e porcentagem () em tabelas quais sejam 1 e 5 organizadas a partir das respostas das questotildees fechadas nas quais houve a assinalaccedilatildeo de apenas uma alternativa 2 3 e 4 a partir das respostas das questotildees abertas categorizadas por associaccedilatildeo de termos segundo as indicaccedilotildees de Bardin (1977)

A consulta aos documentos internos (regulamentos e relatoacuterios) foi devidamente autorizada pela gestatildeo da SNELISME

Esta pesquisa integra o projeto ldquoAnaacutelise da poliacutetica puacuteblica relacionada ao esporte educacional o caso do Programa Segundo Tempo ndash proposta pedagoacutegica e formaccedilatildeo dos recursos humanosrdquo viabilizado por meio da Chamada MECNPq ndeg 0912013 e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Universidade Estadual de Maringaacute (parecer 6920142014)

3 ESTRUTURA PEDAGOacuteGICA DO PST

Como esclarecimento este toacutepico apresenta o processo formativo do programa em anaacutelise visto que a estrutura organizada e desenvolvida se coloca como objeto desta pesquisa

Para o desenvolvimento de nuacutecleos de esporte educacional9 do PST os convecircnios recebem recursos financeiros para a contrataccedilatildeo de RH Aleacutem dos coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores dos convecircnios o ME conta com o apoio de uma Equipe Pedagoacutegica (EP) responsaacutevel pela estruturaccedilatildeo e desenvolvimento do processo formativo e da rede de Equipes Colaboradoras (ECs)10 composta por docentes universitaacuterios e poacutes-graduandos de 44 Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) parceiras de todas as regiotildees do Paiacutes As ECs desenvolvem como principais accedilotildees junto aos convecircnios orientaccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos cursos de capacitaccedilatildeo assessoria ao planejamento de atividades visitas de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do processo (OLIVEIRA KRAVCHYCHYN 2011 RODRIGUES et al 2012)

EP e ECs se responsabilizam diretamente pela elaboraccedilatildeo do material didaacutetico do PST que vem sendo construiacutedo a partir da base teoacuterica da proposta11 desde 2008 Satildeo 20 obras

o correspondente agrave primeira metade do curso (BRASIL 2015b)

9 Para os quais doravante utilizaremos apenas a denominaccedilatildeo ldquonuacutecleos do PSTrdquo

10 O nuacutemero de ECs ndash atualmente 19 ndash se altera de acordo com a demanda regional de convecircnios estabelecidos Em meacutedia cada membro de EC assessora 25 nuacutecleos e seus RH (BRASIL 2015a)

11 Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo (OLIVEIRA PERIM 2008) e Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica (OLIVEIRA PERIM 2009)

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(total 125200 exemplares)12 ateacute o momento todas impressas e disponibilizadas integralmente no formato digital para download13 (Figura 2)

Figura 2 ndash Produccedilatildeo bibliograacutefica do PST a partir de 2008

Fonte Kravchychyn (2014 p 98)

O material apresentado ndash com destaque aos dez livros didaacuteticos acima relacionados ao item ldquopedagogia do esporterdquo ndash subsidia o desenvolvimento pedagoacutegico do PST (Figura 3)

Figura 3 ndash Processo de desenvolvimento pedagoacutegico do PST

PPC ndash ajustes e aprovaccedilatildeoAssessoria da EP

Formaccedilatildeo Continuada ndash EC responsaacutevel6 Meses3ordf Visita

OPCcedilAtildeO

6 Meses2ordf Visita

1 Mecircs1ordf Visita

Capacitaccedilatildeo Modelo EaD + PresencialFase EAD ndash 6 semanas

Fase Presencial ao teacutermino da fase EaD

Capacitaccedilatildeo Modelo Presencial20 a 40 duas apoacutes o iniacutecio das atividades

PPNs ndash ajuste e aprovaccedilatildeoAssessoria da EC responsaacutevel

Iniacutecio das atividadesAgendamento da Capacitaccedilatildeo Pedagoacutegica

Fonte adaptado de BRASIL (2015a p 3)

A aprovaccedilatildeo do Planejamento Pedagoacutegico de Convecircnio (PPC)14 eacute preacute-requisito para o iniacutecio das atividades Assim que o PPC eacute cadastrado um membro da

12 Fonte Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da SNELISME

13 Disponiacutevel em httpwwwufrgsbrcemepstsitepublicacoeslivros

14 Componentes do PPC identificaccedilatildeo fundamentaccedilatildeo teoacuterica diagnoacutestico objetivos conteuacutedos estrateacutegias metodoloacutegicas processos avaliativos recursos materiais estrutura fiacutesica grades horaacuterias dos nuacutecleos cronograma de atividades

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EP passa a apoiar o coordenador pedagoacutegico do convecircnio em sua construccedilatildeo corrigindo e orientando os ajustes necessaacuterios ateacute a aprovaccedilatildeo do documento (BRASIL 2015a)

O PPC baliza os Planejamentos Pedagoacutegicos de Nuacutecleo (PPNs) respeitando as especificidades culturais e de infraestrutura de cada comunidade atendida O coordenador pedagoacutegico principal elo entre convecircnio e EC exerce papel relevante na organizaccedilatildeo pedagoacutegica dos convecircnios (RODRIGUES et al 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

No iniacutecio das atividades ocorre a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do convecircnio ministrada pela EC que assessora seu desenvolvimento objetivando proporcionar conhecimentos e vivecircncias baseados nos fundamentos e diretrizes do programa aos profissionais e monitores (RODRIGUES et al 2012) Na capacitaccedilatildeo oferecida nas modalidades ldquopresencialrdquo ou ldquoensino a distacircncia (EaD) + presencialrdquo satildeo desenvolvidos nove temas (Quadro 1)

Quadro 1 ndash Temas desenvolvidos na capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Tema 1Fundamentos do PST entrelaccedilamentos do esporte do desenvolvimento humano da cultura e da educaccedilatildeo

Tema 2 Fundamentos do Lazer e da Animaccedilatildeo Cultural

Tema 3 Corpo gecircnero e sexualidade educando para a diversidade

Tema 4 Desenvolvimento e Aprendizagem Motora aspectos relacionados agrave praacutetica

Tema 5 Questotildees da deficiecircncia e as accedilotildees do PST

Tema 6 Organizaccedilatildeo e Desenvolvimento Pedagoacutegico do PST

Tema 7 Procedimentos Metodoloacutegicos para o PST

Tema 8 Planejamento do PST a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo

Tema 9 Atividades Praacuteticas

Fonte adaptado de Oliveira Perim (2009)

As capacitaccedilotildees presenciais duram dois dias na proacutepria cidade ou regiatildeo dos convecircnios15 No caso de convecircnios menores (ateacute 20 nuacutecleos) os monitores satildeo incluiacutedos na formaccedilatildeo Em convecircnios maiores os professores capacitados devem multiplicar o conhecimento utilizando o material pedagoacutegico oferecido pelo ME16 sob a assessoria da EC

A modalidade EaD + presencial foi implantada em 2013 Consiste no trabalho de seis dos oito temas teoacutericos (1 4 5 6 7 e 8) trabalhados na fase EaD como preacute-requisito para inscriccedilatildeo do professor na fase presencial que acontece em dois dias preconizando atividades praacuteticas (tema 9 com tarefas previamente atribuiacutedas pela tutoria da EC na fase EaD) troca de experiecircncias e planejamento de atividades Dois temas (2 e 3) satildeo trabalhados na sequecircncia desencadeando o processo de formaccedilatildeo continuada Tal modalidade pode ser considerada um avanccedilo por oferecer maior aporte teoacuterico preacutevio enfatizar a praacutetica pedagoacutegica e instrumentalizar os RH para o trabalho com a ferramenta do EaD Contudo existe a limitaccedilatildeo de acesso agrave internet em algumas localidades que recebem a capacitaccedilatildeo no modelo presencial (BRASIL 2015a)

O cumprimento da etapa de capacitaccedilatildeo deflagra automaticamente a formaccedilatildeo continuada do programa em accedilotildees a distacircncia (com apoio do SIAPA) e presenciais (visitas semestrais de avaliaccedilatildeo e assessoria)

15 No caso de dois ou mais convecircnios de menor porte satildeo realizadas capacitaccedilotildees regionais respeitando os criteacuterios de melhor estrutura e de proximidade de deslocamento

16 Aleacutem dos livros didaacuteticos o ME disponibiliza um DVD com palestras dos autores dos capiacutetulos do livro-base (OLIVEIRA PERIM 2009) a fim de apoiar coordenadores e professores dos convecircnios na capacitaccedilatildeo dos monitores

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4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os resultados a seguir apresentam a perspectiva de coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores sobre o processo-alvo deste estudo e os elementos que o alicerccedilam Conforme demonstra a Figura 2 tais elementos satildeo delineados na obra organizada por Oliveira e Perim (2009) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo especialmente nos capiacutetulos de autoria de Filgueira Oliveira e Perim (2009) e Oliveira et al (2009) Os referidos autores oferecem contribuiccedilotildees agrave discussatildeo a seguir assim como outros que pesquisaram o desenvolvimento da proposta tais como Arauacutejo et al (2012) Starepravo et al (2012) Rodrigues et al (2012) Teixeira (2012) e Kravchychyn (2014) e tambeacutem Diretrizes do PST (BRASIL 2011 2015a) que contemplam elementos pedagoacutegicos

41 Formaccedilatildeo continuada

O conceito de formaccedilatildeoeducaccedilatildeo continuada eacute heterogecircneo um ldquoguarda-chuvardquo que segundo Gatti (2008 p 57) comporta ldquo[] tudo que possa oferecer ocasiatildeo de informaccedilatildeo reflexatildeo discussatildeo e trocas que favoreccedilam o aprimoramento profissional em qualquer de seus acircngulos em qualquer situaccedilatildeordquo

Portanto accedilotildees como cursos congressos seminaacuterios palestras e reuniotildees pedagoacutegicas (presenciais em viacutedeo ou teleconferecircncias) satildeo passiacuteveis de serem consideradas de formaccedilatildeo ou educaccedilatildeo continuada desde que organizadas e estruturadas para um determinado aprimoramento profissional (GATTI 2008) devendo levar em conta as necessidades dos professores e promover condiccedilotildees para o cumprimento efetivo das funccedilotildees de ensinar e formar cidadatildeos (GASQUE COSTA 2003 ALTENFELDER 2005) Nesse sentido centrar as accedilotildees nas necessidades e anseios dos profissionais atuantes em PPSE eacute fundamental ao processo formativo nesse contexto

No PST a formaccedilatildeo continuada eacute realizada em dois niacuteveis no acompanhamento e na assessoria das ECs e nas accedilotildees internas decorrentes ambas centralizadas no coordenador pedagoacutegico do convecircnio (KRAVCHYCHYN 2014)

Embora haja contato direto das ECs com os monitores durante as visitas de avaliaccedilatildeo in loco aos nuacutecleos do PST as accedilotildees a distacircncia (plantotildees de atendimento contatos telefocircnicos e online) fundamentais ao desenvolvimento pedagoacutegico do programa (FILGUEIRA OLIVEIRA PERIM 2009) dependem da intermediaccedilatildeo dos coordenadores pedagoacutegicos (principalmente) e dos professores Diante disso optamos pela apresentaccedilatildeo da primeira questatildeo somente a esses dois grupos (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Efetividade da formaccedilatildeo continuada da EC aos convecircnios

RespostasCP P

F F

Sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 12 522 110 412

Quase sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 8 348 94 352

Raramente supre as necessidades pedagoacutegicas 2 87 55 206

Nunca supre as necessidades pedagoacutegicas 1 43 8 30

Total 23 100 267 100

CP - Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash ProfessoresFonte dos autores

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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A formaccedilatildeo continuada sempre (522) ou quase sempre (348) supre as necessidades pedagoacutegicas da maioria dos coordenadores havendo indicaccedilotildees de que raramente (87) ou nunca (43) satildeo supridas tais necessidades Entre os professores tambeacutem haacute predomiacutenio de posicionamentos positivos (sempre 412 quase sempre 352) todavia maior descontentamento (raramente 206 nunca 3) em relaccedilatildeo aos coordenadores

Os contatos das ECs direcionam-se mais frequentemente aos coordenadores pedagoacutegicos Todavia verifica-se a necessidade de maior aproximaccedilatildeo aos professores A ferramenta EaD em franco desenvolvimento no programa pode ser uacutetil nessa tarefa

A intenccedilatildeo desse suprimento eacute possibilitar que mesmo apoiados por diretrizes estabelecidas os professores tenham autonomia pedagoacutegica diante da diversidade social e cultural do Paiacutes (OLIVEIRA et al 2009) Segundo Silva e Arauacutejo (2005) a formaccedilatildeo continuada deve incentivar a apropriaccedilatildeo dos saberes rumo agrave autonomia considerando os saberes derivados da experiecircncia Oliveira et al (2009) reiteram essa afirmativa ao recomendar aos professores do programa ldquo[] ao planejar vocecirc pode articular elementos de accedilotildees pedagoacutegicas e criar situaccedilotildees dinamizadoras e de experimentaccedilatildeo das diversas possibilidades de intervir metodologicamenterdquo (p 241)

Diante disso a formaccedilatildeo continuada ora tratada apresenta um segundo formato coordenado e desenvolvido internamente e que contempla as especificidades mas que conserva a orientaccedilatildeo pedagoacutegica do PST e a assessoria das ECs Consultamos os participantes sobre as estrateacutegias mais eficazes utilizadas nessas accedilotildees internas (Tabela 2)

Tabela 2 ndash Estrateacutegias mais eficazes utilizadas pelos convecircnios na formaccedilatildeo continuada interna

RespostasCP P M

F F F

Reuniotildees pedagoacutegicas 15 652 162 607 120 606

Palestras 5 217 45 170 31 156

Oficinas 4 174 44 165 30 151

Cursos 1 43 31 116 26 131

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

As respostas demonstram a utilizaccedilatildeo de reuniotildees pedagoacutegicas semanais ou quinzenais como estrateacutegia mais eficaz (CP 652 P 607 M 606) seguida de palestras (CP 217 P 17 M 156) oficinas (CP 174 P 165 M 151) e cursos (CP 43 P 116 M 131) A regularidade de reuniotildees pedagoacutegicas permite o frequente diaacutelogo entre os trecircs grupos sobre o cotidiano dos nuacutecleos As discussotildees reflexotildees e troca de experiecircncias colocam-se como diferenciais na organizaccedilatildeo pedagoacutegica e na eventual necessidade de redirecionamento das accedilotildees (OLIVEIRA et al 2009)

Considerando a previsatildeo de reuniotildees na rotina dos nuacutecleos o destaque dado agraves demais estrateacutegias demonstra a apropriaccedilatildeo da necessidade de construir uma praacutexis pedagoacutegica direcionada agraves especificidades dos PPSE previstas nas diretrizes do PST Essa construccedilatildeo alicerccedilada no trabalho das ECs vem sendo objeto de estudos que evidenciam a gradativa assimilaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do processo de formaccedilatildeo continuada pelos convecircnios que parece influenciar positivamente a atuaccedilatildeo profissional no contexto estudado (ARAUacuteJO et al 2012 STAREPRAVO et al 2012 TEIXEIRA 2012)

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

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Fonte dos autores

Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

REFEREcircNCIAS

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ALVES Heliana Castro CHAVES Aline Dessupoio GONTIJO Daniela Tavares Uma andorinha soacute natildeo faz veratildeo a integraccedilatildeo do educador fiacutesico na rede de suporte social de crianccedilas e adolescentes em situaccedilatildeo de vulnerabilidade discussotildees a partir de um curso de educaccedilatildeo continuada Pensar a Praacutetica v 15 n 2 p 331-347 abrjun 2012

ARAUacuteJO Allyson Carvalho et al Formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo pedagoacutegica no Programa Segundo Tempo reflexotildees sobre o fazer cotidiano do professor Motrivivecircncia v 24 n 38 p 40-58 jun 2012

BARDIN Laurence Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees 70 1977

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia Senado Federal 1988

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2010

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

BRASIL Estruturaccedilatildeo e fluxo das accedilotildees da Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social (SNELIS) Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015a

BRASIL Lei nordm 8672 de 06 de julho de 1993 Institui normas gerais sobre desportos e daacute outras providecircncias Brasiacutelia 1993 Disponiacutevel em lthttpwww3dataprevgovbr sislexpaginas4219938672htmgt Acesso em 3 ago 2016

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BRASIL Manual de Orientaccedilotildees para a implantaccedilatildeo de Nuacutecleos do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2005

BRASIL Programa Segundo Tempo o esporte e a escola no mesmo timediretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2004

BRASIL Programa Segundo Tempo accedilotildees de funcionamento dos nuacutecleos Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2007

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes e orientaccedilotildees Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2008

BRASIL Programa Segundo Tempo Padratildeo diretrizes e orientaccedilotildees para estabelecimento de Parcerias Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2009

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Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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MONTEIRO Victor Hugo Lima Projeto Segundo Tempo o Fanzine e a leitura do esporte em bairros violentos Conexotildees v 8 n 3 p 10-15 setdez 2010

MOREIRA Evando Carlos A proposta pedagoacutegica do Programa Segundo Tempo na Visatildeo dos Educadores equipe colaboradora In GOELLNER Silvana Vilodre SOARES Luciane Silveira CARVALHO Marco Antocircnio Aacutevila (Org) Programa Segundo Tempo memoacuteria experiecircncias avaliaccedilatildeo e perspectivas no Encontro das Equipes Colaboradoras (Satildeo Paulo-2010) Maringaacute Eduem 2012 p 168-181

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OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009

RODRIGUES Heitor Andrade DARIDO Suraya Cristina PAES Roberto Rodrigues O esporte coletivo no contexto dos projetos esportivos de inclusatildeo social contribuiccedilotildees a partir do referencial teacutecnico-taacutetico e soacutecio-educativo Pensar a Praacutetica v 16 n 2 p 320-339 abrjun 2013

RODRIGUES Heitor Andrade et al O Programa Segundo Tempo e seu processo de capacitaccedilatildeo anaacutelise e proposiccedilotildees Motrivivecircncia v 24 n 38 p 108-122 jun 2012

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Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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STAREPRAVO Fernando Augusto et al As Equipes Colaboradoras do Programa Segundo Tempo e suas contribuiccedilotildees para o desenvolvimento de uma poliacutetica de esporte educacional Motrivivecircncia v 24 n 38 p 129-141 jun 2012

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TUBINO Manoel Joseacute Gomes Estudos brasileiros sobre esporte ecircnfase no esporte-educaccedilatildeo Maringaacute Eduem 2010

VIANNA Joseacute Antonio LOVISOLO Hugo Rodolfo Projetos de inclusatildeo social atraveacutes do esporte notas sobre a avaliaccedilatildeo Movimento v 15 n 3 p 145-162 julset 2009

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

Page 4: FORMAÇÃO CONTINUADA EM PROJETOS E PROGRAMAS …

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Foram selecionados 27 convecircnios de todas as regiotildees do Paiacutes Mensagens de e-mail foram enviadas a 1143 participantes potenciais (vinculados aos convecircnios) explicitando objetivo detalhamentos da pesquisa e contatos dos pesquisadores juntamente com um link de acesso ao questionaacuterio especiacutefico disponibilizado no aplicativo Google Docs durante 40 dias Aceitaram participar da pesquisa 23 coordenadores pedagoacutegicos (852 do total dos envios) 267 professores (478) e 198 monitores (355) Os participantes concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

A pesquisa foi desenvolvida sob uma abordagem prioritariamente qualitativa apoiada por dados quantitativos Os dados quantitativos foram tratados mediante estatiacutestica descritiva com o auxiacutelio do software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) e apresentados por meio de frequecircncia (F) e porcentagem () em tabelas quais sejam 1 e 5 organizadas a partir das respostas das questotildees fechadas nas quais houve a assinalaccedilatildeo de apenas uma alternativa 2 3 e 4 a partir das respostas das questotildees abertas categorizadas por associaccedilatildeo de termos segundo as indicaccedilotildees de Bardin (1977)

A consulta aos documentos internos (regulamentos e relatoacuterios) foi devidamente autorizada pela gestatildeo da SNELISME

Esta pesquisa integra o projeto ldquoAnaacutelise da poliacutetica puacuteblica relacionada ao esporte educacional o caso do Programa Segundo Tempo ndash proposta pedagoacutegica e formaccedilatildeo dos recursos humanosrdquo viabilizado por meio da Chamada MECNPq ndeg 0912013 e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Universidade Estadual de Maringaacute (parecer 6920142014)

3 ESTRUTURA PEDAGOacuteGICA DO PST

Como esclarecimento este toacutepico apresenta o processo formativo do programa em anaacutelise visto que a estrutura organizada e desenvolvida se coloca como objeto desta pesquisa

Para o desenvolvimento de nuacutecleos de esporte educacional9 do PST os convecircnios recebem recursos financeiros para a contrataccedilatildeo de RH Aleacutem dos coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores dos convecircnios o ME conta com o apoio de uma Equipe Pedagoacutegica (EP) responsaacutevel pela estruturaccedilatildeo e desenvolvimento do processo formativo e da rede de Equipes Colaboradoras (ECs)10 composta por docentes universitaacuterios e poacutes-graduandos de 44 Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) parceiras de todas as regiotildees do Paiacutes As ECs desenvolvem como principais accedilotildees junto aos convecircnios orientaccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos cursos de capacitaccedilatildeo assessoria ao planejamento de atividades visitas de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do processo (OLIVEIRA KRAVCHYCHYN 2011 RODRIGUES et al 2012)

EP e ECs se responsabilizam diretamente pela elaboraccedilatildeo do material didaacutetico do PST que vem sendo construiacutedo a partir da base teoacuterica da proposta11 desde 2008 Satildeo 20 obras

o correspondente agrave primeira metade do curso (BRASIL 2015b)

9 Para os quais doravante utilizaremos apenas a denominaccedilatildeo ldquonuacutecleos do PSTrdquo

10 O nuacutemero de ECs ndash atualmente 19 ndash se altera de acordo com a demanda regional de convecircnios estabelecidos Em meacutedia cada membro de EC assessora 25 nuacutecleos e seus RH (BRASIL 2015a)

11 Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo (OLIVEIRA PERIM 2008) e Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica (OLIVEIRA PERIM 2009)

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(total 125200 exemplares)12 ateacute o momento todas impressas e disponibilizadas integralmente no formato digital para download13 (Figura 2)

Figura 2 ndash Produccedilatildeo bibliograacutefica do PST a partir de 2008

Fonte Kravchychyn (2014 p 98)

O material apresentado ndash com destaque aos dez livros didaacuteticos acima relacionados ao item ldquopedagogia do esporterdquo ndash subsidia o desenvolvimento pedagoacutegico do PST (Figura 3)

Figura 3 ndash Processo de desenvolvimento pedagoacutegico do PST

PPC ndash ajustes e aprovaccedilatildeoAssessoria da EP

Formaccedilatildeo Continuada ndash EC responsaacutevel6 Meses3ordf Visita

OPCcedilAtildeO

6 Meses2ordf Visita

1 Mecircs1ordf Visita

Capacitaccedilatildeo Modelo EaD + PresencialFase EAD ndash 6 semanas

Fase Presencial ao teacutermino da fase EaD

Capacitaccedilatildeo Modelo Presencial20 a 40 duas apoacutes o iniacutecio das atividades

PPNs ndash ajuste e aprovaccedilatildeoAssessoria da EC responsaacutevel

Iniacutecio das atividadesAgendamento da Capacitaccedilatildeo Pedagoacutegica

Fonte adaptado de BRASIL (2015a p 3)

A aprovaccedilatildeo do Planejamento Pedagoacutegico de Convecircnio (PPC)14 eacute preacute-requisito para o iniacutecio das atividades Assim que o PPC eacute cadastrado um membro da

12 Fonte Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da SNELISME

13 Disponiacutevel em httpwwwufrgsbrcemepstsitepublicacoeslivros

14 Componentes do PPC identificaccedilatildeo fundamentaccedilatildeo teoacuterica diagnoacutestico objetivos conteuacutedos estrateacutegias metodoloacutegicas processos avaliativos recursos materiais estrutura fiacutesica grades horaacuterias dos nuacutecleos cronograma de atividades

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EP passa a apoiar o coordenador pedagoacutegico do convecircnio em sua construccedilatildeo corrigindo e orientando os ajustes necessaacuterios ateacute a aprovaccedilatildeo do documento (BRASIL 2015a)

O PPC baliza os Planejamentos Pedagoacutegicos de Nuacutecleo (PPNs) respeitando as especificidades culturais e de infraestrutura de cada comunidade atendida O coordenador pedagoacutegico principal elo entre convecircnio e EC exerce papel relevante na organizaccedilatildeo pedagoacutegica dos convecircnios (RODRIGUES et al 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

No iniacutecio das atividades ocorre a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do convecircnio ministrada pela EC que assessora seu desenvolvimento objetivando proporcionar conhecimentos e vivecircncias baseados nos fundamentos e diretrizes do programa aos profissionais e monitores (RODRIGUES et al 2012) Na capacitaccedilatildeo oferecida nas modalidades ldquopresencialrdquo ou ldquoensino a distacircncia (EaD) + presencialrdquo satildeo desenvolvidos nove temas (Quadro 1)

Quadro 1 ndash Temas desenvolvidos na capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Tema 1Fundamentos do PST entrelaccedilamentos do esporte do desenvolvimento humano da cultura e da educaccedilatildeo

Tema 2 Fundamentos do Lazer e da Animaccedilatildeo Cultural

Tema 3 Corpo gecircnero e sexualidade educando para a diversidade

Tema 4 Desenvolvimento e Aprendizagem Motora aspectos relacionados agrave praacutetica

Tema 5 Questotildees da deficiecircncia e as accedilotildees do PST

Tema 6 Organizaccedilatildeo e Desenvolvimento Pedagoacutegico do PST

Tema 7 Procedimentos Metodoloacutegicos para o PST

Tema 8 Planejamento do PST a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo

Tema 9 Atividades Praacuteticas

Fonte adaptado de Oliveira Perim (2009)

As capacitaccedilotildees presenciais duram dois dias na proacutepria cidade ou regiatildeo dos convecircnios15 No caso de convecircnios menores (ateacute 20 nuacutecleos) os monitores satildeo incluiacutedos na formaccedilatildeo Em convecircnios maiores os professores capacitados devem multiplicar o conhecimento utilizando o material pedagoacutegico oferecido pelo ME16 sob a assessoria da EC

A modalidade EaD + presencial foi implantada em 2013 Consiste no trabalho de seis dos oito temas teoacutericos (1 4 5 6 7 e 8) trabalhados na fase EaD como preacute-requisito para inscriccedilatildeo do professor na fase presencial que acontece em dois dias preconizando atividades praacuteticas (tema 9 com tarefas previamente atribuiacutedas pela tutoria da EC na fase EaD) troca de experiecircncias e planejamento de atividades Dois temas (2 e 3) satildeo trabalhados na sequecircncia desencadeando o processo de formaccedilatildeo continuada Tal modalidade pode ser considerada um avanccedilo por oferecer maior aporte teoacuterico preacutevio enfatizar a praacutetica pedagoacutegica e instrumentalizar os RH para o trabalho com a ferramenta do EaD Contudo existe a limitaccedilatildeo de acesso agrave internet em algumas localidades que recebem a capacitaccedilatildeo no modelo presencial (BRASIL 2015a)

O cumprimento da etapa de capacitaccedilatildeo deflagra automaticamente a formaccedilatildeo continuada do programa em accedilotildees a distacircncia (com apoio do SIAPA) e presenciais (visitas semestrais de avaliaccedilatildeo e assessoria)

15 No caso de dois ou mais convecircnios de menor porte satildeo realizadas capacitaccedilotildees regionais respeitando os criteacuterios de melhor estrutura e de proximidade de deslocamento

16 Aleacutem dos livros didaacuteticos o ME disponibiliza um DVD com palestras dos autores dos capiacutetulos do livro-base (OLIVEIRA PERIM 2009) a fim de apoiar coordenadores e professores dos convecircnios na capacitaccedilatildeo dos monitores

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4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os resultados a seguir apresentam a perspectiva de coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores sobre o processo-alvo deste estudo e os elementos que o alicerccedilam Conforme demonstra a Figura 2 tais elementos satildeo delineados na obra organizada por Oliveira e Perim (2009) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo especialmente nos capiacutetulos de autoria de Filgueira Oliveira e Perim (2009) e Oliveira et al (2009) Os referidos autores oferecem contribuiccedilotildees agrave discussatildeo a seguir assim como outros que pesquisaram o desenvolvimento da proposta tais como Arauacutejo et al (2012) Starepravo et al (2012) Rodrigues et al (2012) Teixeira (2012) e Kravchychyn (2014) e tambeacutem Diretrizes do PST (BRASIL 2011 2015a) que contemplam elementos pedagoacutegicos

41 Formaccedilatildeo continuada

O conceito de formaccedilatildeoeducaccedilatildeo continuada eacute heterogecircneo um ldquoguarda-chuvardquo que segundo Gatti (2008 p 57) comporta ldquo[] tudo que possa oferecer ocasiatildeo de informaccedilatildeo reflexatildeo discussatildeo e trocas que favoreccedilam o aprimoramento profissional em qualquer de seus acircngulos em qualquer situaccedilatildeordquo

Portanto accedilotildees como cursos congressos seminaacuterios palestras e reuniotildees pedagoacutegicas (presenciais em viacutedeo ou teleconferecircncias) satildeo passiacuteveis de serem consideradas de formaccedilatildeo ou educaccedilatildeo continuada desde que organizadas e estruturadas para um determinado aprimoramento profissional (GATTI 2008) devendo levar em conta as necessidades dos professores e promover condiccedilotildees para o cumprimento efetivo das funccedilotildees de ensinar e formar cidadatildeos (GASQUE COSTA 2003 ALTENFELDER 2005) Nesse sentido centrar as accedilotildees nas necessidades e anseios dos profissionais atuantes em PPSE eacute fundamental ao processo formativo nesse contexto

No PST a formaccedilatildeo continuada eacute realizada em dois niacuteveis no acompanhamento e na assessoria das ECs e nas accedilotildees internas decorrentes ambas centralizadas no coordenador pedagoacutegico do convecircnio (KRAVCHYCHYN 2014)

Embora haja contato direto das ECs com os monitores durante as visitas de avaliaccedilatildeo in loco aos nuacutecleos do PST as accedilotildees a distacircncia (plantotildees de atendimento contatos telefocircnicos e online) fundamentais ao desenvolvimento pedagoacutegico do programa (FILGUEIRA OLIVEIRA PERIM 2009) dependem da intermediaccedilatildeo dos coordenadores pedagoacutegicos (principalmente) e dos professores Diante disso optamos pela apresentaccedilatildeo da primeira questatildeo somente a esses dois grupos (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Efetividade da formaccedilatildeo continuada da EC aos convecircnios

RespostasCP P

F F

Sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 12 522 110 412

Quase sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 8 348 94 352

Raramente supre as necessidades pedagoacutegicas 2 87 55 206

Nunca supre as necessidades pedagoacutegicas 1 43 8 30

Total 23 100 267 100

CP - Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash ProfessoresFonte dos autores

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A formaccedilatildeo continuada sempre (522) ou quase sempre (348) supre as necessidades pedagoacutegicas da maioria dos coordenadores havendo indicaccedilotildees de que raramente (87) ou nunca (43) satildeo supridas tais necessidades Entre os professores tambeacutem haacute predomiacutenio de posicionamentos positivos (sempre 412 quase sempre 352) todavia maior descontentamento (raramente 206 nunca 3) em relaccedilatildeo aos coordenadores

Os contatos das ECs direcionam-se mais frequentemente aos coordenadores pedagoacutegicos Todavia verifica-se a necessidade de maior aproximaccedilatildeo aos professores A ferramenta EaD em franco desenvolvimento no programa pode ser uacutetil nessa tarefa

A intenccedilatildeo desse suprimento eacute possibilitar que mesmo apoiados por diretrizes estabelecidas os professores tenham autonomia pedagoacutegica diante da diversidade social e cultural do Paiacutes (OLIVEIRA et al 2009) Segundo Silva e Arauacutejo (2005) a formaccedilatildeo continuada deve incentivar a apropriaccedilatildeo dos saberes rumo agrave autonomia considerando os saberes derivados da experiecircncia Oliveira et al (2009) reiteram essa afirmativa ao recomendar aos professores do programa ldquo[] ao planejar vocecirc pode articular elementos de accedilotildees pedagoacutegicas e criar situaccedilotildees dinamizadoras e de experimentaccedilatildeo das diversas possibilidades de intervir metodologicamenterdquo (p 241)

Diante disso a formaccedilatildeo continuada ora tratada apresenta um segundo formato coordenado e desenvolvido internamente e que contempla as especificidades mas que conserva a orientaccedilatildeo pedagoacutegica do PST e a assessoria das ECs Consultamos os participantes sobre as estrateacutegias mais eficazes utilizadas nessas accedilotildees internas (Tabela 2)

Tabela 2 ndash Estrateacutegias mais eficazes utilizadas pelos convecircnios na formaccedilatildeo continuada interna

RespostasCP P M

F F F

Reuniotildees pedagoacutegicas 15 652 162 607 120 606

Palestras 5 217 45 170 31 156

Oficinas 4 174 44 165 30 151

Cursos 1 43 31 116 26 131

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

As respostas demonstram a utilizaccedilatildeo de reuniotildees pedagoacutegicas semanais ou quinzenais como estrateacutegia mais eficaz (CP 652 P 607 M 606) seguida de palestras (CP 217 P 17 M 156) oficinas (CP 174 P 165 M 151) e cursos (CP 43 P 116 M 131) A regularidade de reuniotildees pedagoacutegicas permite o frequente diaacutelogo entre os trecircs grupos sobre o cotidiano dos nuacutecleos As discussotildees reflexotildees e troca de experiecircncias colocam-se como diferenciais na organizaccedilatildeo pedagoacutegica e na eventual necessidade de redirecionamento das accedilotildees (OLIVEIRA et al 2009)

Considerando a previsatildeo de reuniotildees na rotina dos nuacutecleos o destaque dado agraves demais estrateacutegias demonstra a apropriaccedilatildeo da necessidade de construir uma praacutexis pedagoacutegica direcionada agraves especificidades dos PPSE previstas nas diretrizes do PST Essa construccedilatildeo alicerccedilada no trabalho das ECs vem sendo objeto de estudos que evidenciam a gradativa assimilaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do processo de formaccedilatildeo continuada pelos convecircnios que parece influenciar positivamente a atuaccedilatildeo profissional no contexto estudado (ARAUacuteJO et al 2012 STAREPRAVO et al 2012 TEIXEIRA 2012)

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

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Fonte dos autores

Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

REFEREcircNCIAS

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ALVES Heliana Castro CHAVES Aline Dessupoio GONTIJO Daniela Tavares Uma andorinha soacute natildeo faz veratildeo a integraccedilatildeo do educador fiacutesico na rede de suporte social de crianccedilas e adolescentes em situaccedilatildeo de vulnerabilidade discussotildees a partir de um curso de educaccedilatildeo continuada Pensar a Praacutetica v 15 n 2 p 331-347 abrjun 2012

ARAUacuteJO Allyson Carvalho et al Formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo pedagoacutegica no Programa Segundo Tempo reflexotildees sobre o fazer cotidiano do professor Motrivivecircncia v 24 n 38 p 40-58 jun 2012

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BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2010

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

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Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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BRASIL Programa Segundo Tempo accedilotildees de funcionamento dos nuacutecleos Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2007

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes e orientaccedilotildees Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2008

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Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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MONTEIRO Victor Hugo Lima Projeto Segundo Tempo o Fanzine e a leitura do esporte em bairros violentos Conexotildees v 8 n 3 p 10-15 setdez 2010

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STAREPRAVO Fernando Augusto et al As Equipes Colaboradoras do Programa Segundo Tempo e suas contribuiccedilotildees para o desenvolvimento de uma poliacutetica de esporte educacional Motrivivecircncia v 24 n 38 p 129-141 jun 2012

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TUBINO Manoel Joseacute Gomes Estudos brasileiros sobre esporte ecircnfase no esporte-educaccedilatildeo Maringaacute Eduem 2010

VIANNA Joseacute Antonio LOVISOLO Hugo Rodolfo Projetos de inclusatildeo social atraveacutes do esporte notas sobre a avaliaccedilatildeo Movimento v 15 n 3 p 145-162 julset 2009

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

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Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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(total 125200 exemplares)12 ateacute o momento todas impressas e disponibilizadas integralmente no formato digital para download13 (Figura 2)

Figura 2 ndash Produccedilatildeo bibliograacutefica do PST a partir de 2008

Fonte Kravchychyn (2014 p 98)

O material apresentado ndash com destaque aos dez livros didaacuteticos acima relacionados ao item ldquopedagogia do esporterdquo ndash subsidia o desenvolvimento pedagoacutegico do PST (Figura 3)

Figura 3 ndash Processo de desenvolvimento pedagoacutegico do PST

PPC ndash ajustes e aprovaccedilatildeoAssessoria da EP

Formaccedilatildeo Continuada ndash EC responsaacutevel6 Meses3ordf Visita

OPCcedilAtildeO

6 Meses2ordf Visita

1 Mecircs1ordf Visita

Capacitaccedilatildeo Modelo EaD + PresencialFase EAD ndash 6 semanas

Fase Presencial ao teacutermino da fase EaD

Capacitaccedilatildeo Modelo Presencial20 a 40 duas apoacutes o iniacutecio das atividades

PPNs ndash ajuste e aprovaccedilatildeoAssessoria da EC responsaacutevel

Iniacutecio das atividadesAgendamento da Capacitaccedilatildeo Pedagoacutegica

Fonte adaptado de BRASIL (2015a p 3)

A aprovaccedilatildeo do Planejamento Pedagoacutegico de Convecircnio (PPC)14 eacute preacute-requisito para o iniacutecio das atividades Assim que o PPC eacute cadastrado um membro da

12 Fonte Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da SNELISME

13 Disponiacutevel em httpwwwufrgsbrcemepstsitepublicacoeslivros

14 Componentes do PPC identificaccedilatildeo fundamentaccedilatildeo teoacuterica diagnoacutestico objetivos conteuacutedos estrateacutegias metodoloacutegicas processos avaliativos recursos materiais estrutura fiacutesica grades horaacuterias dos nuacutecleos cronograma de atividades

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EP passa a apoiar o coordenador pedagoacutegico do convecircnio em sua construccedilatildeo corrigindo e orientando os ajustes necessaacuterios ateacute a aprovaccedilatildeo do documento (BRASIL 2015a)

O PPC baliza os Planejamentos Pedagoacutegicos de Nuacutecleo (PPNs) respeitando as especificidades culturais e de infraestrutura de cada comunidade atendida O coordenador pedagoacutegico principal elo entre convecircnio e EC exerce papel relevante na organizaccedilatildeo pedagoacutegica dos convecircnios (RODRIGUES et al 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

No iniacutecio das atividades ocorre a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do convecircnio ministrada pela EC que assessora seu desenvolvimento objetivando proporcionar conhecimentos e vivecircncias baseados nos fundamentos e diretrizes do programa aos profissionais e monitores (RODRIGUES et al 2012) Na capacitaccedilatildeo oferecida nas modalidades ldquopresencialrdquo ou ldquoensino a distacircncia (EaD) + presencialrdquo satildeo desenvolvidos nove temas (Quadro 1)

Quadro 1 ndash Temas desenvolvidos na capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Tema 1Fundamentos do PST entrelaccedilamentos do esporte do desenvolvimento humano da cultura e da educaccedilatildeo

Tema 2 Fundamentos do Lazer e da Animaccedilatildeo Cultural

Tema 3 Corpo gecircnero e sexualidade educando para a diversidade

Tema 4 Desenvolvimento e Aprendizagem Motora aspectos relacionados agrave praacutetica

Tema 5 Questotildees da deficiecircncia e as accedilotildees do PST

Tema 6 Organizaccedilatildeo e Desenvolvimento Pedagoacutegico do PST

Tema 7 Procedimentos Metodoloacutegicos para o PST

Tema 8 Planejamento do PST a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo

Tema 9 Atividades Praacuteticas

Fonte adaptado de Oliveira Perim (2009)

As capacitaccedilotildees presenciais duram dois dias na proacutepria cidade ou regiatildeo dos convecircnios15 No caso de convecircnios menores (ateacute 20 nuacutecleos) os monitores satildeo incluiacutedos na formaccedilatildeo Em convecircnios maiores os professores capacitados devem multiplicar o conhecimento utilizando o material pedagoacutegico oferecido pelo ME16 sob a assessoria da EC

A modalidade EaD + presencial foi implantada em 2013 Consiste no trabalho de seis dos oito temas teoacutericos (1 4 5 6 7 e 8) trabalhados na fase EaD como preacute-requisito para inscriccedilatildeo do professor na fase presencial que acontece em dois dias preconizando atividades praacuteticas (tema 9 com tarefas previamente atribuiacutedas pela tutoria da EC na fase EaD) troca de experiecircncias e planejamento de atividades Dois temas (2 e 3) satildeo trabalhados na sequecircncia desencadeando o processo de formaccedilatildeo continuada Tal modalidade pode ser considerada um avanccedilo por oferecer maior aporte teoacuterico preacutevio enfatizar a praacutetica pedagoacutegica e instrumentalizar os RH para o trabalho com a ferramenta do EaD Contudo existe a limitaccedilatildeo de acesso agrave internet em algumas localidades que recebem a capacitaccedilatildeo no modelo presencial (BRASIL 2015a)

O cumprimento da etapa de capacitaccedilatildeo deflagra automaticamente a formaccedilatildeo continuada do programa em accedilotildees a distacircncia (com apoio do SIAPA) e presenciais (visitas semestrais de avaliaccedilatildeo e assessoria)

15 No caso de dois ou mais convecircnios de menor porte satildeo realizadas capacitaccedilotildees regionais respeitando os criteacuterios de melhor estrutura e de proximidade de deslocamento

16 Aleacutem dos livros didaacuteticos o ME disponibiliza um DVD com palestras dos autores dos capiacutetulos do livro-base (OLIVEIRA PERIM 2009) a fim de apoiar coordenadores e professores dos convecircnios na capacitaccedilatildeo dos monitores

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4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os resultados a seguir apresentam a perspectiva de coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores sobre o processo-alvo deste estudo e os elementos que o alicerccedilam Conforme demonstra a Figura 2 tais elementos satildeo delineados na obra organizada por Oliveira e Perim (2009) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo especialmente nos capiacutetulos de autoria de Filgueira Oliveira e Perim (2009) e Oliveira et al (2009) Os referidos autores oferecem contribuiccedilotildees agrave discussatildeo a seguir assim como outros que pesquisaram o desenvolvimento da proposta tais como Arauacutejo et al (2012) Starepravo et al (2012) Rodrigues et al (2012) Teixeira (2012) e Kravchychyn (2014) e tambeacutem Diretrizes do PST (BRASIL 2011 2015a) que contemplam elementos pedagoacutegicos

41 Formaccedilatildeo continuada

O conceito de formaccedilatildeoeducaccedilatildeo continuada eacute heterogecircneo um ldquoguarda-chuvardquo que segundo Gatti (2008 p 57) comporta ldquo[] tudo que possa oferecer ocasiatildeo de informaccedilatildeo reflexatildeo discussatildeo e trocas que favoreccedilam o aprimoramento profissional em qualquer de seus acircngulos em qualquer situaccedilatildeordquo

Portanto accedilotildees como cursos congressos seminaacuterios palestras e reuniotildees pedagoacutegicas (presenciais em viacutedeo ou teleconferecircncias) satildeo passiacuteveis de serem consideradas de formaccedilatildeo ou educaccedilatildeo continuada desde que organizadas e estruturadas para um determinado aprimoramento profissional (GATTI 2008) devendo levar em conta as necessidades dos professores e promover condiccedilotildees para o cumprimento efetivo das funccedilotildees de ensinar e formar cidadatildeos (GASQUE COSTA 2003 ALTENFELDER 2005) Nesse sentido centrar as accedilotildees nas necessidades e anseios dos profissionais atuantes em PPSE eacute fundamental ao processo formativo nesse contexto

No PST a formaccedilatildeo continuada eacute realizada em dois niacuteveis no acompanhamento e na assessoria das ECs e nas accedilotildees internas decorrentes ambas centralizadas no coordenador pedagoacutegico do convecircnio (KRAVCHYCHYN 2014)

Embora haja contato direto das ECs com os monitores durante as visitas de avaliaccedilatildeo in loco aos nuacutecleos do PST as accedilotildees a distacircncia (plantotildees de atendimento contatos telefocircnicos e online) fundamentais ao desenvolvimento pedagoacutegico do programa (FILGUEIRA OLIVEIRA PERIM 2009) dependem da intermediaccedilatildeo dos coordenadores pedagoacutegicos (principalmente) e dos professores Diante disso optamos pela apresentaccedilatildeo da primeira questatildeo somente a esses dois grupos (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Efetividade da formaccedilatildeo continuada da EC aos convecircnios

RespostasCP P

F F

Sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 12 522 110 412

Quase sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 8 348 94 352

Raramente supre as necessidades pedagoacutegicas 2 87 55 206

Nunca supre as necessidades pedagoacutegicas 1 43 8 30

Total 23 100 267 100

CP - Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash ProfessoresFonte dos autores

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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A formaccedilatildeo continuada sempre (522) ou quase sempre (348) supre as necessidades pedagoacutegicas da maioria dos coordenadores havendo indicaccedilotildees de que raramente (87) ou nunca (43) satildeo supridas tais necessidades Entre os professores tambeacutem haacute predomiacutenio de posicionamentos positivos (sempre 412 quase sempre 352) todavia maior descontentamento (raramente 206 nunca 3) em relaccedilatildeo aos coordenadores

Os contatos das ECs direcionam-se mais frequentemente aos coordenadores pedagoacutegicos Todavia verifica-se a necessidade de maior aproximaccedilatildeo aos professores A ferramenta EaD em franco desenvolvimento no programa pode ser uacutetil nessa tarefa

A intenccedilatildeo desse suprimento eacute possibilitar que mesmo apoiados por diretrizes estabelecidas os professores tenham autonomia pedagoacutegica diante da diversidade social e cultural do Paiacutes (OLIVEIRA et al 2009) Segundo Silva e Arauacutejo (2005) a formaccedilatildeo continuada deve incentivar a apropriaccedilatildeo dos saberes rumo agrave autonomia considerando os saberes derivados da experiecircncia Oliveira et al (2009) reiteram essa afirmativa ao recomendar aos professores do programa ldquo[] ao planejar vocecirc pode articular elementos de accedilotildees pedagoacutegicas e criar situaccedilotildees dinamizadoras e de experimentaccedilatildeo das diversas possibilidades de intervir metodologicamenterdquo (p 241)

Diante disso a formaccedilatildeo continuada ora tratada apresenta um segundo formato coordenado e desenvolvido internamente e que contempla as especificidades mas que conserva a orientaccedilatildeo pedagoacutegica do PST e a assessoria das ECs Consultamos os participantes sobre as estrateacutegias mais eficazes utilizadas nessas accedilotildees internas (Tabela 2)

Tabela 2 ndash Estrateacutegias mais eficazes utilizadas pelos convecircnios na formaccedilatildeo continuada interna

RespostasCP P M

F F F

Reuniotildees pedagoacutegicas 15 652 162 607 120 606

Palestras 5 217 45 170 31 156

Oficinas 4 174 44 165 30 151

Cursos 1 43 31 116 26 131

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

As respostas demonstram a utilizaccedilatildeo de reuniotildees pedagoacutegicas semanais ou quinzenais como estrateacutegia mais eficaz (CP 652 P 607 M 606) seguida de palestras (CP 217 P 17 M 156) oficinas (CP 174 P 165 M 151) e cursos (CP 43 P 116 M 131) A regularidade de reuniotildees pedagoacutegicas permite o frequente diaacutelogo entre os trecircs grupos sobre o cotidiano dos nuacutecleos As discussotildees reflexotildees e troca de experiecircncias colocam-se como diferenciais na organizaccedilatildeo pedagoacutegica e na eventual necessidade de redirecionamento das accedilotildees (OLIVEIRA et al 2009)

Considerando a previsatildeo de reuniotildees na rotina dos nuacutecleos o destaque dado agraves demais estrateacutegias demonstra a apropriaccedilatildeo da necessidade de construir uma praacutexis pedagoacutegica direcionada agraves especificidades dos PPSE previstas nas diretrizes do PST Essa construccedilatildeo alicerccedilada no trabalho das ECs vem sendo objeto de estudos que evidenciam a gradativa assimilaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do processo de formaccedilatildeo continuada pelos convecircnios que parece influenciar positivamente a atuaccedilatildeo profissional no contexto estudado (ARAUacuteJO et al 2012 STAREPRAVO et al 2012 TEIXEIRA 2012)

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

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Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

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Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

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Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

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BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2010

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

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BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

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YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

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Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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EP passa a apoiar o coordenador pedagoacutegico do convecircnio em sua construccedilatildeo corrigindo e orientando os ajustes necessaacuterios ateacute a aprovaccedilatildeo do documento (BRASIL 2015a)

O PPC baliza os Planejamentos Pedagoacutegicos de Nuacutecleo (PPNs) respeitando as especificidades culturais e de infraestrutura de cada comunidade atendida O coordenador pedagoacutegico principal elo entre convecircnio e EC exerce papel relevante na organizaccedilatildeo pedagoacutegica dos convecircnios (RODRIGUES et al 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

No iniacutecio das atividades ocorre a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do convecircnio ministrada pela EC que assessora seu desenvolvimento objetivando proporcionar conhecimentos e vivecircncias baseados nos fundamentos e diretrizes do programa aos profissionais e monitores (RODRIGUES et al 2012) Na capacitaccedilatildeo oferecida nas modalidades ldquopresencialrdquo ou ldquoensino a distacircncia (EaD) + presencialrdquo satildeo desenvolvidos nove temas (Quadro 1)

Quadro 1 ndash Temas desenvolvidos na capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Tema 1Fundamentos do PST entrelaccedilamentos do esporte do desenvolvimento humano da cultura e da educaccedilatildeo

Tema 2 Fundamentos do Lazer e da Animaccedilatildeo Cultural

Tema 3 Corpo gecircnero e sexualidade educando para a diversidade

Tema 4 Desenvolvimento e Aprendizagem Motora aspectos relacionados agrave praacutetica

Tema 5 Questotildees da deficiecircncia e as accedilotildees do PST

Tema 6 Organizaccedilatildeo e Desenvolvimento Pedagoacutegico do PST

Tema 7 Procedimentos Metodoloacutegicos para o PST

Tema 8 Planejamento do PST a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo

Tema 9 Atividades Praacuteticas

Fonte adaptado de Oliveira Perim (2009)

As capacitaccedilotildees presenciais duram dois dias na proacutepria cidade ou regiatildeo dos convecircnios15 No caso de convecircnios menores (ateacute 20 nuacutecleos) os monitores satildeo incluiacutedos na formaccedilatildeo Em convecircnios maiores os professores capacitados devem multiplicar o conhecimento utilizando o material pedagoacutegico oferecido pelo ME16 sob a assessoria da EC

A modalidade EaD + presencial foi implantada em 2013 Consiste no trabalho de seis dos oito temas teoacutericos (1 4 5 6 7 e 8) trabalhados na fase EaD como preacute-requisito para inscriccedilatildeo do professor na fase presencial que acontece em dois dias preconizando atividades praacuteticas (tema 9 com tarefas previamente atribuiacutedas pela tutoria da EC na fase EaD) troca de experiecircncias e planejamento de atividades Dois temas (2 e 3) satildeo trabalhados na sequecircncia desencadeando o processo de formaccedilatildeo continuada Tal modalidade pode ser considerada um avanccedilo por oferecer maior aporte teoacuterico preacutevio enfatizar a praacutetica pedagoacutegica e instrumentalizar os RH para o trabalho com a ferramenta do EaD Contudo existe a limitaccedilatildeo de acesso agrave internet em algumas localidades que recebem a capacitaccedilatildeo no modelo presencial (BRASIL 2015a)

O cumprimento da etapa de capacitaccedilatildeo deflagra automaticamente a formaccedilatildeo continuada do programa em accedilotildees a distacircncia (com apoio do SIAPA) e presenciais (visitas semestrais de avaliaccedilatildeo e assessoria)

15 No caso de dois ou mais convecircnios de menor porte satildeo realizadas capacitaccedilotildees regionais respeitando os criteacuterios de melhor estrutura e de proximidade de deslocamento

16 Aleacutem dos livros didaacuteticos o ME disponibiliza um DVD com palestras dos autores dos capiacutetulos do livro-base (OLIVEIRA PERIM 2009) a fim de apoiar coordenadores e professores dos convecircnios na capacitaccedilatildeo dos monitores

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4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os resultados a seguir apresentam a perspectiva de coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores sobre o processo-alvo deste estudo e os elementos que o alicerccedilam Conforme demonstra a Figura 2 tais elementos satildeo delineados na obra organizada por Oliveira e Perim (2009) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo especialmente nos capiacutetulos de autoria de Filgueira Oliveira e Perim (2009) e Oliveira et al (2009) Os referidos autores oferecem contribuiccedilotildees agrave discussatildeo a seguir assim como outros que pesquisaram o desenvolvimento da proposta tais como Arauacutejo et al (2012) Starepravo et al (2012) Rodrigues et al (2012) Teixeira (2012) e Kravchychyn (2014) e tambeacutem Diretrizes do PST (BRASIL 2011 2015a) que contemplam elementos pedagoacutegicos

41 Formaccedilatildeo continuada

O conceito de formaccedilatildeoeducaccedilatildeo continuada eacute heterogecircneo um ldquoguarda-chuvardquo que segundo Gatti (2008 p 57) comporta ldquo[] tudo que possa oferecer ocasiatildeo de informaccedilatildeo reflexatildeo discussatildeo e trocas que favoreccedilam o aprimoramento profissional em qualquer de seus acircngulos em qualquer situaccedilatildeordquo

Portanto accedilotildees como cursos congressos seminaacuterios palestras e reuniotildees pedagoacutegicas (presenciais em viacutedeo ou teleconferecircncias) satildeo passiacuteveis de serem consideradas de formaccedilatildeo ou educaccedilatildeo continuada desde que organizadas e estruturadas para um determinado aprimoramento profissional (GATTI 2008) devendo levar em conta as necessidades dos professores e promover condiccedilotildees para o cumprimento efetivo das funccedilotildees de ensinar e formar cidadatildeos (GASQUE COSTA 2003 ALTENFELDER 2005) Nesse sentido centrar as accedilotildees nas necessidades e anseios dos profissionais atuantes em PPSE eacute fundamental ao processo formativo nesse contexto

No PST a formaccedilatildeo continuada eacute realizada em dois niacuteveis no acompanhamento e na assessoria das ECs e nas accedilotildees internas decorrentes ambas centralizadas no coordenador pedagoacutegico do convecircnio (KRAVCHYCHYN 2014)

Embora haja contato direto das ECs com os monitores durante as visitas de avaliaccedilatildeo in loco aos nuacutecleos do PST as accedilotildees a distacircncia (plantotildees de atendimento contatos telefocircnicos e online) fundamentais ao desenvolvimento pedagoacutegico do programa (FILGUEIRA OLIVEIRA PERIM 2009) dependem da intermediaccedilatildeo dos coordenadores pedagoacutegicos (principalmente) e dos professores Diante disso optamos pela apresentaccedilatildeo da primeira questatildeo somente a esses dois grupos (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Efetividade da formaccedilatildeo continuada da EC aos convecircnios

RespostasCP P

F F

Sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 12 522 110 412

Quase sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 8 348 94 352

Raramente supre as necessidades pedagoacutegicas 2 87 55 206

Nunca supre as necessidades pedagoacutegicas 1 43 8 30

Total 23 100 267 100

CP - Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash ProfessoresFonte dos autores

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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A formaccedilatildeo continuada sempre (522) ou quase sempre (348) supre as necessidades pedagoacutegicas da maioria dos coordenadores havendo indicaccedilotildees de que raramente (87) ou nunca (43) satildeo supridas tais necessidades Entre os professores tambeacutem haacute predomiacutenio de posicionamentos positivos (sempre 412 quase sempre 352) todavia maior descontentamento (raramente 206 nunca 3) em relaccedilatildeo aos coordenadores

Os contatos das ECs direcionam-se mais frequentemente aos coordenadores pedagoacutegicos Todavia verifica-se a necessidade de maior aproximaccedilatildeo aos professores A ferramenta EaD em franco desenvolvimento no programa pode ser uacutetil nessa tarefa

A intenccedilatildeo desse suprimento eacute possibilitar que mesmo apoiados por diretrizes estabelecidas os professores tenham autonomia pedagoacutegica diante da diversidade social e cultural do Paiacutes (OLIVEIRA et al 2009) Segundo Silva e Arauacutejo (2005) a formaccedilatildeo continuada deve incentivar a apropriaccedilatildeo dos saberes rumo agrave autonomia considerando os saberes derivados da experiecircncia Oliveira et al (2009) reiteram essa afirmativa ao recomendar aos professores do programa ldquo[] ao planejar vocecirc pode articular elementos de accedilotildees pedagoacutegicas e criar situaccedilotildees dinamizadoras e de experimentaccedilatildeo das diversas possibilidades de intervir metodologicamenterdquo (p 241)

Diante disso a formaccedilatildeo continuada ora tratada apresenta um segundo formato coordenado e desenvolvido internamente e que contempla as especificidades mas que conserva a orientaccedilatildeo pedagoacutegica do PST e a assessoria das ECs Consultamos os participantes sobre as estrateacutegias mais eficazes utilizadas nessas accedilotildees internas (Tabela 2)

Tabela 2 ndash Estrateacutegias mais eficazes utilizadas pelos convecircnios na formaccedilatildeo continuada interna

RespostasCP P M

F F F

Reuniotildees pedagoacutegicas 15 652 162 607 120 606

Palestras 5 217 45 170 31 156

Oficinas 4 174 44 165 30 151

Cursos 1 43 31 116 26 131

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

As respostas demonstram a utilizaccedilatildeo de reuniotildees pedagoacutegicas semanais ou quinzenais como estrateacutegia mais eficaz (CP 652 P 607 M 606) seguida de palestras (CP 217 P 17 M 156) oficinas (CP 174 P 165 M 151) e cursos (CP 43 P 116 M 131) A regularidade de reuniotildees pedagoacutegicas permite o frequente diaacutelogo entre os trecircs grupos sobre o cotidiano dos nuacutecleos As discussotildees reflexotildees e troca de experiecircncias colocam-se como diferenciais na organizaccedilatildeo pedagoacutegica e na eventual necessidade de redirecionamento das accedilotildees (OLIVEIRA et al 2009)

Considerando a previsatildeo de reuniotildees na rotina dos nuacutecleos o destaque dado agraves demais estrateacutegias demonstra a apropriaccedilatildeo da necessidade de construir uma praacutexis pedagoacutegica direcionada agraves especificidades dos PPSE previstas nas diretrizes do PST Essa construccedilatildeo alicerccedilada no trabalho das ECs vem sendo objeto de estudos que evidenciam a gradativa assimilaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do processo de formaccedilatildeo continuada pelos convecircnios que parece influenciar positivamente a atuaccedilatildeo profissional no contexto estudado (ARAUacuteJO et al 2012 STAREPRAVO et al 2012 TEIXEIRA 2012)

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

REFEREcircNCIAS

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ALVES Heliana Castro CHAVES Aline Dessupoio GONTIJO Daniela Tavares Uma andorinha soacute natildeo faz veratildeo a integraccedilatildeo do educador fiacutesico na rede de suporte social de crianccedilas e adolescentes em situaccedilatildeo de vulnerabilidade discussotildees a partir de um curso de educaccedilatildeo continuada Pensar a Praacutetica v 15 n 2 p 331-347 abrjun 2012

ARAUacuteJO Allyson Carvalho et al Formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo pedagoacutegica no Programa Segundo Tempo reflexotildees sobre o fazer cotidiano do professor Motrivivecircncia v 24 n 38 p 40-58 jun 2012

BARDIN Laurence Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees 70 1977

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia Senado Federal 1988

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2010

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

BRASIL Estruturaccedilatildeo e fluxo das accedilotildees da Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social (SNELIS) Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015a

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BRASIL Programa Segundo Tempo o esporte e a escola no mesmo timediretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2004

BRASIL Programa Segundo Tempo accedilotildees de funcionamento dos nuacutecleos Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2007

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes e orientaccedilotildees Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2008

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ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Os resultados a seguir apresentam a perspectiva de coordenadores pedagoacutegicos professores e monitores sobre o processo-alvo deste estudo e os elementos que o alicerccedilam Conforme demonstra a Figura 2 tais elementos satildeo delineados na obra organizada por Oliveira e Perim (2009) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo especialmente nos capiacutetulos de autoria de Filgueira Oliveira e Perim (2009) e Oliveira et al (2009) Os referidos autores oferecem contribuiccedilotildees agrave discussatildeo a seguir assim como outros que pesquisaram o desenvolvimento da proposta tais como Arauacutejo et al (2012) Starepravo et al (2012) Rodrigues et al (2012) Teixeira (2012) e Kravchychyn (2014) e tambeacutem Diretrizes do PST (BRASIL 2011 2015a) que contemplam elementos pedagoacutegicos

41 Formaccedilatildeo continuada

O conceito de formaccedilatildeoeducaccedilatildeo continuada eacute heterogecircneo um ldquoguarda-chuvardquo que segundo Gatti (2008 p 57) comporta ldquo[] tudo que possa oferecer ocasiatildeo de informaccedilatildeo reflexatildeo discussatildeo e trocas que favoreccedilam o aprimoramento profissional em qualquer de seus acircngulos em qualquer situaccedilatildeordquo

Portanto accedilotildees como cursos congressos seminaacuterios palestras e reuniotildees pedagoacutegicas (presenciais em viacutedeo ou teleconferecircncias) satildeo passiacuteveis de serem consideradas de formaccedilatildeo ou educaccedilatildeo continuada desde que organizadas e estruturadas para um determinado aprimoramento profissional (GATTI 2008) devendo levar em conta as necessidades dos professores e promover condiccedilotildees para o cumprimento efetivo das funccedilotildees de ensinar e formar cidadatildeos (GASQUE COSTA 2003 ALTENFELDER 2005) Nesse sentido centrar as accedilotildees nas necessidades e anseios dos profissionais atuantes em PPSE eacute fundamental ao processo formativo nesse contexto

No PST a formaccedilatildeo continuada eacute realizada em dois niacuteveis no acompanhamento e na assessoria das ECs e nas accedilotildees internas decorrentes ambas centralizadas no coordenador pedagoacutegico do convecircnio (KRAVCHYCHYN 2014)

Embora haja contato direto das ECs com os monitores durante as visitas de avaliaccedilatildeo in loco aos nuacutecleos do PST as accedilotildees a distacircncia (plantotildees de atendimento contatos telefocircnicos e online) fundamentais ao desenvolvimento pedagoacutegico do programa (FILGUEIRA OLIVEIRA PERIM 2009) dependem da intermediaccedilatildeo dos coordenadores pedagoacutegicos (principalmente) e dos professores Diante disso optamos pela apresentaccedilatildeo da primeira questatildeo somente a esses dois grupos (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Efetividade da formaccedilatildeo continuada da EC aos convecircnios

RespostasCP P

F F

Sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 12 522 110 412

Quase sempre supre as necessidades pedagoacutegicas 8 348 94 352

Raramente supre as necessidades pedagoacutegicas 2 87 55 206

Nunca supre as necessidades pedagoacutegicas 1 43 8 30

Total 23 100 267 100

CP - Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash ProfessoresFonte dos autores

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A formaccedilatildeo continuada sempre (522) ou quase sempre (348) supre as necessidades pedagoacutegicas da maioria dos coordenadores havendo indicaccedilotildees de que raramente (87) ou nunca (43) satildeo supridas tais necessidades Entre os professores tambeacutem haacute predomiacutenio de posicionamentos positivos (sempre 412 quase sempre 352) todavia maior descontentamento (raramente 206 nunca 3) em relaccedilatildeo aos coordenadores

Os contatos das ECs direcionam-se mais frequentemente aos coordenadores pedagoacutegicos Todavia verifica-se a necessidade de maior aproximaccedilatildeo aos professores A ferramenta EaD em franco desenvolvimento no programa pode ser uacutetil nessa tarefa

A intenccedilatildeo desse suprimento eacute possibilitar que mesmo apoiados por diretrizes estabelecidas os professores tenham autonomia pedagoacutegica diante da diversidade social e cultural do Paiacutes (OLIVEIRA et al 2009) Segundo Silva e Arauacutejo (2005) a formaccedilatildeo continuada deve incentivar a apropriaccedilatildeo dos saberes rumo agrave autonomia considerando os saberes derivados da experiecircncia Oliveira et al (2009) reiteram essa afirmativa ao recomendar aos professores do programa ldquo[] ao planejar vocecirc pode articular elementos de accedilotildees pedagoacutegicas e criar situaccedilotildees dinamizadoras e de experimentaccedilatildeo das diversas possibilidades de intervir metodologicamenterdquo (p 241)

Diante disso a formaccedilatildeo continuada ora tratada apresenta um segundo formato coordenado e desenvolvido internamente e que contempla as especificidades mas que conserva a orientaccedilatildeo pedagoacutegica do PST e a assessoria das ECs Consultamos os participantes sobre as estrateacutegias mais eficazes utilizadas nessas accedilotildees internas (Tabela 2)

Tabela 2 ndash Estrateacutegias mais eficazes utilizadas pelos convecircnios na formaccedilatildeo continuada interna

RespostasCP P M

F F F

Reuniotildees pedagoacutegicas 15 652 162 607 120 606

Palestras 5 217 45 170 31 156

Oficinas 4 174 44 165 30 151

Cursos 1 43 31 116 26 131

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

As respostas demonstram a utilizaccedilatildeo de reuniotildees pedagoacutegicas semanais ou quinzenais como estrateacutegia mais eficaz (CP 652 P 607 M 606) seguida de palestras (CP 217 P 17 M 156) oficinas (CP 174 P 165 M 151) e cursos (CP 43 P 116 M 131) A regularidade de reuniotildees pedagoacutegicas permite o frequente diaacutelogo entre os trecircs grupos sobre o cotidiano dos nuacutecleos As discussotildees reflexotildees e troca de experiecircncias colocam-se como diferenciais na organizaccedilatildeo pedagoacutegica e na eventual necessidade de redirecionamento das accedilotildees (OLIVEIRA et al 2009)

Considerando a previsatildeo de reuniotildees na rotina dos nuacutecleos o destaque dado agraves demais estrateacutegias demonstra a apropriaccedilatildeo da necessidade de construir uma praacutexis pedagoacutegica direcionada agraves especificidades dos PPSE previstas nas diretrizes do PST Essa construccedilatildeo alicerccedilada no trabalho das ECs vem sendo objeto de estudos que evidenciam a gradativa assimilaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do processo de formaccedilatildeo continuada pelos convecircnios que parece influenciar positivamente a atuaccedilatildeo profissional no contexto estudado (ARAUacuteJO et al 2012 STAREPRAVO et al 2012 TEIXEIRA 2012)

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

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Fonte dos autores

Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

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Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

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BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes e orientaccedilotildees Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2008

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STAREPRAVO Fernando Augusto et al As Equipes Colaboradoras do Programa Segundo Tempo e suas contribuiccedilotildees para o desenvolvimento de uma poliacutetica de esporte educacional Motrivivecircncia v 24 n 38 p 129-141 jun 2012

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VIANNA Joseacute Antonio LOVISOLO Hugo Rodolfo Projetos de inclusatildeo social atraveacutes do esporte notas sobre a avaliaccedilatildeo Movimento v 15 n 3 p 145-162 julset 2009

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

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Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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A formaccedilatildeo continuada sempre (522) ou quase sempre (348) supre as necessidades pedagoacutegicas da maioria dos coordenadores havendo indicaccedilotildees de que raramente (87) ou nunca (43) satildeo supridas tais necessidades Entre os professores tambeacutem haacute predomiacutenio de posicionamentos positivos (sempre 412 quase sempre 352) todavia maior descontentamento (raramente 206 nunca 3) em relaccedilatildeo aos coordenadores

Os contatos das ECs direcionam-se mais frequentemente aos coordenadores pedagoacutegicos Todavia verifica-se a necessidade de maior aproximaccedilatildeo aos professores A ferramenta EaD em franco desenvolvimento no programa pode ser uacutetil nessa tarefa

A intenccedilatildeo desse suprimento eacute possibilitar que mesmo apoiados por diretrizes estabelecidas os professores tenham autonomia pedagoacutegica diante da diversidade social e cultural do Paiacutes (OLIVEIRA et al 2009) Segundo Silva e Arauacutejo (2005) a formaccedilatildeo continuada deve incentivar a apropriaccedilatildeo dos saberes rumo agrave autonomia considerando os saberes derivados da experiecircncia Oliveira et al (2009) reiteram essa afirmativa ao recomendar aos professores do programa ldquo[] ao planejar vocecirc pode articular elementos de accedilotildees pedagoacutegicas e criar situaccedilotildees dinamizadoras e de experimentaccedilatildeo das diversas possibilidades de intervir metodologicamenterdquo (p 241)

Diante disso a formaccedilatildeo continuada ora tratada apresenta um segundo formato coordenado e desenvolvido internamente e que contempla as especificidades mas que conserva a orientaccedilatildeo pedagoacutegica do PST e a assessoria das ECs Consultamos os participantes sobre as estrateacutegias mais eficazes utilizadas nessas accedilotildees internas (Tabela 2)

Tabela 2 ndash Estrateacutegias mais eficazes utilizadas pelos convecircnios na formaccedilatildeo continuada interna

RespostasCP P M

F F F

Reuniotildees pedagoacutegicas 15 652 162 607 120 606

Palestras 5 217 45 170 31 156

Oficinas 4 174 44 165 30 151

Cursos 1 43 31 116 26 131

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

As respostas demonstram a utilizaccedilatildeo de reuniotildees pedagoacutegicas semanais ou quinzenais como estrateacutegia mais eficaz (CP 652 P 607 M 606) seguida de palestras (CP 217 P 17 M 156) oficinas (CP 174 P 165 M 151) e cursos (CP 43 P 116 M 131) A regularidade de reuniotildees pedagoacutegicas permite o frequente diaacutelogo entre os trecircs grupos sobre o cotidiano dos nuacutecleos As discussotildees reflexotildees e troca de experiecircncias colocam-se como diferenciais na organizaccedilatildeo pedagoacutegica e na eventual necessidade de redirecionamento das accedilotildees (OLIVEIRA et al 2009)

Considerando a previsatildeo de reuniotildees na rotina dos nuacutecleos o destaque dado agraves demais estrateacutegias demonstra a apropriaccedilatildeo da necessidade de construir uma praacutexis pedagoacutegica direcionada agraves especificidades dos PPSE previstas nas diretrizes do PST Essa construccedilatildeo alicerccedilada no trabalho das ECs vem sendo objeto de estudos que evidenciam a gradativa assimilaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo do processo de formaccedilatildeo continuada pelos convecircnios que parece influenciar positivamente a atuaccedilatildeo profissional no contexto estudado (ARAUacuteJO et al 2012 STAREPRAVO et al 2012 TEIXEIRA 2012)

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

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Fonte dos autores

Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

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BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

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SOUZA Doralice Lange VIALICH Andrea Leal EIRAS Sueacutelen Barbosa MEZZADRI Fernando Marinho Determinantes para a implementaccedilatildeo de um projeto social Motriz v 16 n 3 p 689-700 julset 2010

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Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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Dentro do processo formativo estudado tem-se as capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST e o material didaacutetico que daacute suporte agrave formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo profissional no acircmbito do programa Os toacutepicos a seguir abordam respectivamente esses dois componentes e sua influecircncia e aplicaccedilatildeo no dia a dia dos nuacutecleos

42 Capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

Entre 2008 e 2014 o ME capacitou 17448 profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica para o trabalho em convecircnios do PST17 Trata-se de um processo em constante avaliaccedilatildeo e revisatildeo Nesse item a intenccedilatildeo foi a de analisar a relaccedilatildeo entre os conteuacutedos da capacitaccedilatildeo e o trabalho diaacuterio dos profissionais e monitores

Foi solicitado aos participantes o apontamento de aspectos positivos e negativos sobre capacitaccedilatildeo pedagoacutegica Os mais citados compotildeem respectivamente as Tabelas 3 e 4

Tabela 3 ndash Principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

CategoriasCP P M

F F F

Relaccedilatildeo entre teoria e praacutetica 20 87 158 592 91 460

Integraccedilatildeo dos participantes 20 87 149 558 107 540

Momentos de vivecircncias praacuteticas 19 826 175 655 84 424

Dinacircmica utilizada para interaccedilatildeo dos participantes 18 783 150 562 68 343

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash Monitores

Fonte dos autores

Posicionamentos distintos satildeo verificados nos trecircs grupos quanto aos principais aspectos positivos da capacitaccedilatildeo os coordenadores pedagoacutegicos destacam a relaccedilatildeo teoria-praacutetica e a integraccedilatildeo dos participantes (87 em ambos os itens) os professores a importacircncia das vivecircncias praacuteticas (655) e os monitores a integraccedilatildeo dos participantes (54)

Em pesquisa similar Arauacutejo et al (2012) que abordaram a satisfaccedilatildeo de participantes da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica do PST nos Estados de Sergipe e Alagoas tambeacutem destacaram positivamente as vivecircncias praacuteticas e a troca de experiecircncias com profissionais de outras frentes de trabalho

Sobre a teoria trabalhada em capacitaccedilotildees pedagoacutegicas do PST Rodrigues et al (2012) apresentam resultados satisfatoacuterios quanto agrave apropriaccedilatildeo dos conhecimentos teoacutericos veiculados Segundo Kruumlger e Krug (2009) a relaccedilatildeo teoria-praacutetica permite construir a consciecircncia profissional e refletir sobre a postura que se manteacutem diante dos fatos mostrando a capacidade de autoavaliaccedilatildeo e a percepccedilatildeo da coerecircncia em relaccedilatildeo ao processo educativo

Ao longo dos anos verifica-se que as mudanccedilas no processo de capacitaccedilatildeo promoveram avanccedilos nessa direccedilatildeo com maior tempo dedicado agraves praacuteticas18 contemplando um importante aspecto identitaacuterio da comunidade da Educaccedilatildeo Fiacutesica A presenccedila do movimento permite dinamizar as reflexotildees e oportunizar experiecircncias diversificadas

17 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014) Observaccedilatildeo o Decreto nordm 75292011 promoveu a fusatildeo entre a SNEED (entatildeo oacutergatildeo gestor do PST) e a Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e LazerSNDEL dando origem agrave SNELIS

18 Fonte relatoacuterios de gestatildeo da Secretaria Nacional de Esporte EducacionalSNEED (2008-2010) e da SNELIS (2011-2014)

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

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Tabela 4 ndash Aspectos negativos da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica

RespostasCP P M

F F F

Carga horaacuteria total 11 478 72 281 2 10

Aprofundamento dos conteuacutedos 4 174 55 206 25 126

Distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema 11 478 68 255 - -

Avaliaccedilatildeo das accedilotildees - - - - 66 333

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Os aspectos negativos mais apontados pelos trecircs grupos satildeo carga horaacuteria total e distribuiccedilatildeo da carga horaacuteria por tema destacadas pelos coordenadores pedagoacutegicos (478 para ambas) pouco aprofundamento dos conteuacutedos ressaltado principalmente pelos professores (206) e avaliaccedilatildeo das accedilotildees apontada exclusivamente por parte do grupo de monitores (333) que natildeo participou dessa etapa do evento19

Os aspectos ressaltados satildeo fundamentais ao processo reflexivo de construccedilatildeo dos modelos de capacitaccedilatildeo Conforme destacam Arauacutejo et al (2012 p 55) eacute necessaacuterio que

[] os saberes sistematizados no cotidiano dos nuacutecleos sejam socializados entre os professores para numa espeacutecie de validaccedilatildeo e construccedilatildeo coletiva [] de um saber que eacute edificado pela praacutetica permitir a procura de referenciais teoacutericos que lhes possibilitem o aprofundamento e diaacutelogo reflexivo baseado natildeo somente na experiecircncia individual por vezes limitada mas sobretudo na discussatildeo coletiva (grifo nosso)

A afirmativa supracitada e os dados ora apresentados reforccedilam a capacitaccedilatildeo como ponto de ajuste teoacuterico-metodoloacutegico minimizando carecircncias e deflagrando o processo de formaccedilatildeo continuada Obviamente encontros de dois ou trecircs dias natildeo viabilizam aprofundamentos teoacutericos e vivecircncias que contemplem plenamente o universo dos PPSE suscitando a indicaccedilatildeo da maioria dos pontos negativos apresentados

No entanto segundo os objetivos idealizados (BRASIL 2015a) as capacitaccedilotildees devem nivelar o entendimento sobre os PPSE suas exigecircncias e especificidades oferecendo uma visatildeo ampliada dos fundamentos do PST Intento que considerando as respostas dos profissionais e monitores parece ser cumprido nesse primeiro momento formativo

Considerando a capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e o material didaacutetico como elementos fundamentais agrave consolidaccedilatildeo dos pressupostos teoacuterico-metodoloacutegicos do programa a utilizaccedilatildeo do material apresenta-se como fator essencial na aproximaccedilatildeo desses pressupostos agrave accedilatildeo pedagoacutegica

43 Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico

Pretendeu-se analisar a aplicabilidade do material didaacutetico do PST tendo como indicativo principal a frequecircncia de sua utilizaccedilatildeo nas accedilotildees dos nuacutecleos para planejamento das atividades e consulta permanente (Tabela 5)

19 Os monitores foram oficialmente incluiacutedos nas capacitaccedilotildees (Brasil 2011) com o processo em andamento Contudo o protocolo de avaliaccedilatildeo dos eventos para esse grupo foi viabilizado posteriormente criando essa lacuna

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

REFEREcircNCIAS

ALTENFELDER Anna Helena Desafios e tendecircncias em formaccedilatildeo continuada Construccedilatildeo Psicopedagoacutegica v 13 n 10 2005 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1415-69542005000100004amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 3 ago 2016

ALVES Heliana Castro CHAVES Aline Dessupoio GONTIJO Daniela Tavares Uma andorinha soacute natildeo faz veratildeo a integraccedilatildeo do educador fiacutesico na rede de suporte social de crianccedilas e adolescentes em situaccedilatildeo de vulnerabilidade discussotildees a partir de um curso de educaccedilatildeo continuada Pensar a Praacutetica v 15 n 2 p 331-347 abrjun 2012

ARAUacuteJO Allyson Carvalho et al Formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo pedagoacutegica no Programa Segundo Tempo reflexotildees sobre o fazer cotidiano do professor Motrivivecircncia v 24 n 38 p 40-58 jun 2012

BARDIN Laurence Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees 70 1977

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia Senado Federal 1988

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2010

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

BRASIL Estruturaccedilatildeo e fluxo das accedilotildees da Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social (SNELIS) Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015a

BRASIL Lei nordm 8672 de 06 de julho de 1993 Institui normas gerais sobre desportos e daacute outras providecircncias Brasiacutelia 1993 Disponiacutevel em lthttpwww3dataprevgovbr sislexpaginas4219938672htmgt Acesso em 3 ago 2016

BRASIL Lei n 9515 de 24 de marccedilo de 1998 Institui normas gerais sobre desporto e daacute outras providecircncias Presidecircncia da Repuacuteblica - Casa Civil Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9615consolhtmgt Acesso em 3 ago2016

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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BRASIL Manual de Orientaccedilotildees para a implantaccedilatildeo de Nuacutecleos do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2005

BRASIL Programa Segundo Tempo o esporte e a escola no mesmo timediretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2004

BRASIL Programa Segundo Tempo accedilotildees de funcionamento dos nuacutecleos Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2007

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes e orientaccedilotildees Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2008

BRASIL Programa Segundo Tempo Padratildeo diretrizes e orientaccedilotildees para estabelecimento de Parcerias Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2009

CORREIA Marcos Miranda Projetos sociais em educaccedilatildeo fiacutesica esporte e lazer reflexotildees preliminares para uma gestatildeo social Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 29 n 3 p 91-105 maio 2008

FARAH Marta Ferreira Santos Sete deacutecadas de poliacuteticas sociais no Brasil Revista do Serviccedilo Puacuteblico p 111-122 2007 Ediccedilatildeo especial 70 anos

FILGUEIRA Juacutelio Ceacutesar Munzuacute OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre Apresentaccedilatildeo In OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos pedagoacutegicos para o Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009 p 9-18

GASQUE Kelley Cristina Gonccedilalves Dias COSTA Sely Maria Souza Comportamento dos professores da educaccedilatildeo baacutesica na busca da informaccedilatildeo para formaccedilatildeo continuada Ciecircncia da Informaccedilatildeo v 32 n 3 p 54-61 2003

GATTI Bernardete Angelina Anaacutelise das poliacuteticas puacuteblicas para formaccedilatildeo continuada no Brasil na uacuteltima deacutecada Revista Brasileira de Educaccedilatildeo v 13 n 37 p 57-70 janabr 2008

GONZAacuteLEZ Fernando Jaime et al Nas pegadas do esporte educacional In MARINHO Alcyane NASCIMENTO Juarez Vieira OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli (Org) Legados do esporte brasileiro Florianoacutepolis Editora da UDESC 2014 p35-43

HIRAMA Leopoldo Katsuki MONTAGNER Paulo Ceacutesar Algo para aleacutem de tirar da rua o ensino do esporte em projeto socioeducativo Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 34 n 1 p 149-164 janmar 2012

KRAVCHYCHYN Claudio Projetos e programas sociais esportivos no Brasil histoacuterico estado da arte e contribuiccedilotildees do Programa Segundo Tempo 177 f 2014 Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2014

KRUumlGER Leonardo Germano KRUG Hugo Norberto Licenciatura em Educaccedilatildeo Fiacutesica concepccedilotildees a partir da vivecircncia experienciada dos professores do ensino superior em seu percurso formativo Movimento v 15 n 1 p 51-70 2009

LAZZARI Andreacute THOMASSIM Luiacutes Eduardo Cunha STIGGER Marco Paulo A socializaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes no contexto de um projeto social de tecircnis Caderno de Educaccedilatildeo Fiacutesica v 9 n 16 p 51-64 1 sem 2010

MACHADO Gisele Viola PAES Roberto Rodrigues GALATTI Larissa Rafaela RIBEIRO Sheila Cristina Pedagogia do esporte e autonomia um estudo em projeto social de educaccedilatildeo natildeo formal Pensar a Praacutetica v 14 n 3 p 1-21 setdez 2011

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MELLO Andreacute Silva FERREIRA NETO Amariacutelio VOTRE Sebastiatildeo Josueacute Intervenccedilatildeo da educaccedilatildeo fiacutesica em projetos sociais uma experiecircncia de cidadania e esporte em Vila Velha (ES) Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 31 n 1 p 75-91 set 2009

MELO Victor Andrade Projetos sociais de esporte e lazer reflexotildees inquietaccedilotildees sugestotildees Quaderns drsquoAnimacioacute i Educacioacute Social n 7 p 1-24 jan 2008

MONTEIRO Victor Hugo Lima Projeto Segundo Tempo o Fanzine e a leitura do esporte em bairros violentos Conexotildees v 8 n 3 p 10-15 setdez 2010

MOREIRA Evando Carlos A proposta pedagoacutegica do Programa Segundo Tempo na Visatildeo dos Educadores equipe colaboradora In GOELLNER Silvana Vilodre SOARES Luciane Silveira CARVALHO Marco Antocircnio Aacutevila (Org) Programa Segundo Tempo memoacuteria experiecircncias avaliaccedilatildeo e perspectivas no Encontro das Equipes Colaboradoras (Satildeo Paulo-2010) Maringaacute Eduem 2012 p 168-181

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli KRAVCHYCHYN Claudio The pedagogic monitoring and managerial of the Second Journey Program from the cooperate teams sight FIEP Bulletin n 81 p 404-407 2011 Ediccedilatildeo especial

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli et al Planejamento do Programa Segundo Tempo a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo In

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos pedagoacutegicos para o Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009 p 208-237

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo Maringaacute Eduem 2008

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009

RODRIGUES Heitor Andrade DARIDO Suraya Cristina PAES Roberto Rodrigues O esporte coletivo no contexto dos projetos esportivos de inclusatildeo social contribuiccedilotildees a partir do referencial teacutecnico-taacutetico e soacutecio-educativo Pensar a Praacutetica v 16 n 2 p 320-339 abrjun 2013

RODRIGUES Heitor Andrade et al O Programa Segundo Tempo e seu processo de capacitaccedilatildeo anaacutelise e proposiccedilotildees Motrivivecircncia v 24 n 38 p 108-122 jun 2012

ROSAacuteRIO Luiacutes Fernando Rocha DARIDO Suraya Cristina A sistematizaccedilatildeo dos conteuacutedos da educaccedilatildeo fiacutesica na escola a perspectiva dos professores experientes Motriz v 11 n 3 p 167-178 setdez 2005

SILVA Everson Melquiades Arauacutejo ARAUacuteJO Clarissa Martins Reflexatildeo em Paulo Freire uma contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo continuada de professores In COLOacuteQUIO INTERNACIONAL PAULO FREIRE 5 Recife 2005 Anais Disponiacutevel em lthttp 18928128100nutricaodocsEnpacspesquisaArtigosreflexao_em_paulo_freire_2005pdf gt Acesso em 3 ago 2016

SILVEIRA Juliano Consideraccedilotildees sobre o esporte e o lazer entre direitos sociais e projetos sociais Licere v 16 n 1 p 1-22 mar 2013

SOUZA Doralice Lange VIALICH Andrea Leal EIRAS Sueacutelen Barbosa MEZZADRI Fernando Marinho Determinantes para a implementaccedilatildeo de um projeto social Motriz v 16 n 3 p 689-700 julset 2010

SOUZA Edison Roberto et al Projeto de educaccedilatildeo pelo esporte estudo de caso sobre a contribuiccedilatildeo do Brinca Maneacute na formaccedilatildeo discente Pensar a Praacutetica v 14 n 1 p 1-12 janabr 2011

SOUZA Edison Roberto et al Anaacutelise do educador sobre implantaccedilatildeo de cartotildees de apoio pedagoacutegico no Programa Segundo Tempo Revista Mackenzie de Educaccedilatildeo Fiacutesica e Esporte v 12 n 1 p 41-52 2013

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STAREPRAVO Fernando Augusto et al As Equipes Colaboradoras do Programa Segundo Tempo e suas contribuiccedilotildees para o desenvolvimento de uma poliacutetica de esporte educacional Motrivivecircncia v 24 n 38 p 129-141 jun 2012

TEIXEIRA Fabiane Castilho Diretrizes pedagoacutegicas do Programa Segundo Tempo e suas relaccedilotildees com as accedilotildees cotidianas dos nuacutecleos 144 f 2012 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) - Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2012

TUBINO Manoel Joseacute Gomes Estudos brasileiros sobre esporte ecircnfase no esporte-educaccedilatildeo Maringaacute Eduem 2010

VIANNA Joseacute Antonio LOVISOLO Hugo Rodolfo Projetos de inclusatildeo social atraveacutes do esporte notas sobre a avaliaccedilatildeo Movimento v 15 n 3 p 145-162 julset 2009

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

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Tabela 5 ndash Utilizaccedilatildeo do material didaacutetico do PST

RespostasCP P M

F F F

Sempre utiliza 16 696 109 409 81 409

Quase sempre utiliza 7 304 94 352 104 525

Raramente utiliza - - 52 194 10 51

Nunca utiliza - - 12 45 3 15

Total 23 100 267 100 198 100

CP ndash Coordenadores Pedagoacutegicos P ndash Professores M ndash MonitoresFonte dos autores

Verifica-se que os coordenadores pedagoacutegicos utilizam o material disponibilizado sempre (696) ou quase sempre (304) Os professores mostram-se mais divididos acusando o uso sempre (409) quase sempre (352) raramente (194) e nunca (45) Jaacute os monitores demonstram maior utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos professores sempre (409) quase sempre (525) raramente (51) e nunca (15)

A utilizaccedilatildeo efetiva do material didaacutetico do PST foi tambeacutem investigada por Arauacutejo et al (2012) Na ocasiatildeo 882 dos professores investigados expressaram ldquo[] adesatildeo ao leque de opccedilotildees de atividades propostas mesmo argumentando possibilidades de ressignificar as praacuteticas a partir dos paracircmetros colocadosrdquo (p 49) algo previsto e ateacute mesmo recomendado (OLIVEIRA et al 2009)

Os dados apresentados reforccedilam a responsabilidade atribuiacuteda aos coordenadores pedagoacutegicos e a consequente valorizaccedilatildeo dessa funccedilatildeo no programa (RODRIGUES et al 2012 TEIXEIRA 2012 KRAVCHYCHYN 2014)

Chama atenccedilatildeo o posicionamento de parcela significativa de professores que afirmam raramente ou nunca utilizar o material didaacutetico para consulta e planejamento (234 na somatoacuteria) Tais dados corroboram a tendecircncia apresentada em outros estudos de que parte dos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica privilegia as proacuteprias experiecircncias esportivas em detrimento da incorporaccedilatildeo de novas teorias e conhecimentos em seu fazer pedagoacutegico (ROSAacuteRIO DARIDO 2005 MOREIRA 2012)

Nota-se contudo predomiacutenio absoluto na valorizaccedilatildeo e efetiva utilizaccedilatildeo do material didaacutetico entre os participantes do estudo

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Esta pesquisa abordou a formaccedilatildeo de profissionais e estudantes de Educaccedilatildeo Fiacutesica para a atuaccedilatildeo em PPSE o que eacute exemplificado por uma poliacutetica puacuteblica que prioriza essa accedilatildeo desde o marco da construccedilatildeo de sua atual proposta pedagoacutegica o PST

Foram apresentadas informaccedilotildees que evidenciam a efetividade e importacircncia da formaccedilatildeo continuada para os RH envolvidos bem como da capacitaccedilatildeo pedagoacutegica e dos materiais didaacuteticos componentes fundamentais desse processo Contudo parte das respostas traz agrave tona alguns anseios dos participantes que precisam ser considerados pela gestatildeo do programa podendo tambeacutem referenciar outras experiecircncias em PPSE

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Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

REFEREcircNCIAS

ALTENFELDER Anna Helena Desafios e tendecircncias em formaccedilatildeo continuada Construccedilatildeo Psicopedagoacutegica v 13 n 10 2005 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1415-69542005000100004amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 3 ago 2016

ALVES Heliana Castro CHAVES Aline Dessupoio GONTIJO Daniela Tavares Uma andorinha soacute natildeo faz veratildeo a integraccedilatildeo do educador fiacutesico na rede de suporte social de crianccedilas e adolescentes em situaccedilatildeo de vulnerabilidade discussotildees a partir de um curso de educaccedilatildeo continuada Pensar a Praacutetica v 15 n 2 p 331-347 abrjun 2012

ARAUacuteJO Allyson Carvalho et al Formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo pedagoacutegica no Programa Segundo Tempo reflexotildees sobre o fazer cotidiano do professor Motrivivecircncia v 24 n 38 p 40-58 jun 2012

BARDIN Laurence Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees 70 1977

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia Senado Federal 1988

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2010

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

BRASIL Estruturaccedilatildeo e fluxo das accedilotildees da Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social (SNELIS) Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015a

BRASIL Lei nordm 8672 de 06 de julho de 1993 Institui normas gerais sobre desportos e daacute outras providecircncias Brasiacutelia 1993 Disponiacutevel em lthttpwww3dataprevgovbr sislexpaginas4219938672htmgt Acesso em 3 ago 2016

BRASIL Lei n 9515 de 24 de marccedilo de 1998 Institui normas gerais sobre desporto e daacute outras providecircncias Presidecircncia da Repuacuteblica - Casa Civil Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9615consolhtmgt Acesso em 3 ago2016

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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BRASIL Manual de Orientaccedilotildees para a implantaccedilatildeo de Nuacutecleos do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2005

BRASIL Programa Segundo Tempo o esporte e a escola no mesmo timediretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2004

BRASIL Programa Segundo Tempo accedilotildees de funcionamento dos nuacutecleos Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2007

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes e orientaccedilotildees Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2008

BRASIL Programa Segundo Tempo Padratildeo diretrizes e orientaccedilotildees para estabelecimento de Parcerias Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2009

CORREIA Marcos Miranda Projetos sociais em educaccedilatildeo fiacutesica esporte e lazer reflexotildees preliminares para uma gestatildeo social Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 29 n 3 p 91-105 maio 2008

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FILGUEIRA Juacutelio Ceacutesar Munzuacute OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre Apresentaccedilatildeo In OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos pedagoacutegicos para o Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009 p 9-18

GASQUE Kelley Cristina Gonccedilalves Dias COSTA Sely Maria Souza Comportamento dos professores da educaccedilatildeo baacutesica na busca da informaccedilatildeo para formaccedilatildeo continuada Ciecircncia da Informaccedilatildeo v 32 n 3 p 54-61 2003

GATTI Bernardete Angelina Anaacutelise das poliacuteticas puacuteblicas para formaccedilatildeo continuada no Brasil na uacuteltima deacutecada Revista Brasileira de Educaccedilatildeo v 13 n 37 p 57-70 janabr 2008

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HIRAMA Leopoldo Katsuki MONTAGNER Paulo Ceacutesar Algo para aleacutem de tirar da rua o ensino do esporte em projeto socioeducativo Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 34 n 1 p 149-164 janmar 2012

KRAVCHYCHYN Claudio Projetos e programas sociais esportivos no Brasil histoacuterico estado da arte e contribuiccedilotildees do Programa Segundo Tempo 177 f 2014 Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2014

KRUumlGER Leonardo Germano KRUG Hugo Norberto Licenciatura em Educaccedilatildeo Fiacutesica concepccedilotildees a partir da vivecircncia experienciada dos professores do ensino superior em seu percurso formativo Movimento v 15 n 1 p 51-70 2009

LAZZARI Andreacute THOMASSIM Luiacutes Eduardo Cunha STIGGER Marco Paulo A socializaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes no contexto de um projeto social de tecircnis Caderno de Educaccedilatildeo Fiacutesica v 9 n 16 p 51-64 1 sem 2010

MACHADO Gisele Viola PAES Roberto Rodrigues GALATTI Larissa Rafaela RIBEIRO Sheila Cristina Pedagogia do esporte e autonomia um estudo em projeto social de educaccedilatildeo natildeo formal Pensar a Praacutetica v 14 n 3 p 1-21 setdez 2011

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

MELLO Andreacute Silva FERREIRA NETO Amariacutelio VOTRE Sebastiatildeo Josueacute Intervenccedilatildeo da educaccedilatildeo fiacutesica em projetos sociais uma experiecircncia de cidadania e esporte em Vila Velha (ES) Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 31 n 1 p 75-91 set 2009

MELO Victor Andrade Projetos sociais de esporte e lazer reflexotildees inquietaccedilotildees sugestotildees Quaderns drsquoAnimacioacute i Educacioacute Social n 7 p 1-24 jan 2008

MONTEIRO Victor Hugo Lima Projeto Segundo Tempo o Fanzine e a leitura do esporte em bairros violentos Conexotildees v 8 n 3 p 10-15 setdez 2010

MOREIRA Evando Carlos A proposta pedagoacutegica do Programa Segundo Tempo na Visatildeo dos Educadores equipe colaboradora In GOELLNER Silvana Vilodre SOARES Luciane Silveira CARVALHO Marco Antocircnio Aacutevila (Org) Programa Segundo Tempo memoacuteria experiecircncias avaliaccedilatildeo e perspectivas no Encontro das Equipes Colaboradoras (Satildeo Paulo-2010) Maringaacute Eduem 2012 p 168-181

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli KRAVCHYCHYN Claudio The pedagogic monitoring and managerial of the Second Journey Program from the cooperate teams sight FIEP Bulletin n 81 p 404-407 2011 Ediccedilatildeo especial

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli et al Planejamento do Programa Segundo Tempo a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo In

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OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo Maringaacute Eduem 2008

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009

RODRIGUES Heitor Andrade DARIDO Suraya Cristina PAES Roberto Rodrigues O esporte coletivo no contexto dos projetos esportivos de inclusatildeo social contribuiccedilotildees a partir do referencial teacutecnico-taacutetico e soacutecio-educativo Pensar a Praacutetica v 16 n 2 p 320-339 abrjun 2013

RODRIGUES Heitor Andrade et al O Programa Segundo Tempo e seu processo de capacitaccedilatildeo anaacutelise e proposiccedilotildees Motrivivecircncia v 24 n 38 p 108-122 jun 2012

ROSAacuteRIO Luiacutes Fernando Rocha DARIDO Suraya Cristina A sistematizaccedilatildeo dos conteuacutedos da educaccedilatildeo fiacutesica na escola a perspectiva dos professores experientes Motriz v 11 n 3 p 167-178 setdez 2005

SILVA Everson Melquiades Arauacutejo ARAUacuteJO Clarissa Martins Reflexatildeo em Paulo Freire uma contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo continuada de professores In COLOacuteQUIO INTERNACIONAL PAULO FREIRE 5 Recife 2005 Anais Disponiacutevel em lthttp 18928128100nutricaodocsEnpacspesquisaArtigosreflexao_em_paulo_freire_2005pdf gt Acesso em 3 ago 2016

SILVEIRA Juliano Consideraccedilotildees sobre o esporte e o lazer entre direitos sociais e projetos sociais Licere v 16 n 1 p 1-22 mar 2013

SOUZA Doralice Lange VIALICH Andrea Leal EIRAS Sueacutelen Barbosa MEZZADRI Fernando Marinho Determinantes para a implementaccedilatildeo de um projeto social Motriz v 16 n 3 p 689-700 julset 2010

SOUZA Edison Roberto et al Projeto de educaccedilatildeo pelo esporte estudo de caso sobre a contribuiccedilatildeo do Brinca Maneacute na formaccedilatildeo discente Pensar a Praacutetica v 14 n 1 p 1-12 janabr 2011

SOUZA Edison Roberto et al Anaacutelise do educador sobre implantaccedilatildeo de cartotildees de apoio pedagoacutegico no Programa Segundo Tempo Revista Mackenzie de Educaccedilatildeo Fiacutesica e Esporte v 12 n 1 p 41-52 2013

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

STAREPRAVO Fernando Augusto et al As Equipes Colaboradoras do Programa Segundo Tempo e suas contribuiccedilotildees para o desenvolvimento de uma poliacutetica de esporte educacional Motrivivecircncia v 24 n 38 p 129-141 jun 2012

TEIXEIRA Fabiane Castilho Diretrizes pedagoacutegicas do Programa Segundo Tempo e suas relaccedilotildees com as accedilotildees cotidianas dos nuacutecleos 144 f 2012 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) - Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2012

TUBINO Manoel Joseacute Gomes Estudos brasileiros sobre esporte ecircnfase no esporte-educaccedilatildeo Maringaacute Eduem 2010

VIANNA Joseacute Antonio LOVISOLO Hugo Rodolfo Projetos de inclusatildeo social atraveacutes do esporte notas sobre a avaliaccedilatildeo Movimento v 15 n 3 p 145-162 julset 2009

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

Como principal anseio destaca-se o atendimento a mais momentos de praacuteticas pedagoacutegicas nas capacitaccedilotildees presenciais Mesmo havendo indicativos positivos nos relatoacuterios da SNELIS reforccedila-se a necessidade de atenccedilatildeo para este quesito

O material didaacutetico mesmo elogiado em sua concepccedilatildeo e estrutura natildeo teve plena utilizaccedilatildeo e consideraccedilatildeo do suprimento das necessidades pedagoacutegicas pelos participantes fator que indica a necessidade de discussotildees aprofundadas e revisotildees apuradas sobre o material e sua aplicabilidade o que nem sempre eacute possiacutevel em dois ou trecircs dias A utilizaccedilatildeo de parte da formaccedilatildeo na modalidade EaD apresenta-se como um avanccedilo nesse sentido

Dessa forma evidenciam-se problemas a serem enfrentados mas sobretudo apresenta-se uma construccedilatildeo coletiva que vem sendo paulatinamente reconhecida pela comunidade cientiacutefica e pelos profissionais de Educaccedilatildeo Fiacutesica que partiacutecipes da empreita materializam a proposta junto aos beneficiados

O saldo positivo observado na estrutura analisada reforccedila a ideia de que se deve valorizar o profissional em sua atuaccedilatildeo pois com isso se ganha em todos os sentidos Ganha o profissional que se sente valorizado o beneficiado que recebe um atendimento de melhor qualidade e o programa que se revigora e cumpre seu papel social

Espera-se portanto que esta experiecircncia do PST contribua com o planejamento e desenvolvimento de outros PPSE visto que relata uma realidade nacional apontando indicativos a serem refletidos em projetos e programas dessa natureza

REFEREcircNCIAS

ALTENFELDER Anna Helena Desafios e tendecircncias em formaccedilatildeo continuada Construccedilatildeo Psicopedagoacutegica v 13 n 10 2005 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1415-69542005000100004amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 3 ago 2016

ALVES Heliana Castro CHAVES Aline Dessupoio GONTIJO Daniela Tavares Uma andorinha soacute natildeo faz veratildeo a integraccedilatildeo do educador fiacutesico na rede de suporte social de crianccedilas e adolescentes em situaccedilatildeo de vulnerabilidade discussotildees a partir de um curso de educaccedilatildeo continuada Pensar a Praacutetica v 15 n 2 p 331-347 abrjun 2012

ARAUacuteJO Allyson Carvalho et al Formaccedilatildeo e atuaccedilatildeo pedagoacutegica no Programa Segundo Tempo reflexotildees sobre o fazer cotidiano do professor Motrivivecircncia v 24 n 38 p 40-58 jun 2012

BARDIN Laurence Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees 70 1977

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia Senado Federal 1988

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2010

BRASIL Diretrizes do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2011

BRASIL Estruturaccedilatildeo e fluxo das accedilotildees da Coordenaccedilatildeo Geral de Desenvolvimento Pedagoacutegico (CGDEP) da Secretaria Nacional de Esporte Educaccedilatildeo Lazer e Inclusatildeo Social (SNELIS) Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015a

BRASIL Lei nordm 8672 de 06 de julho de 1993 Institui normas gerais sobre desportos e daacute outras providecircncias Brasiacutelia 1993 Disponiacutevel em lthttpwww3dataprevgovbr sislexpaginas4219938672htmgt Acesso em 3 ago 2016

BRASIL Lei n 9515 de 24 de marccedilo de 1998 Institui normas gerais sobre desporto e daacute outras providecircncias Presidecircncia da Repuacuteblica - Casa Civil Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9615consolhtmgt Acesso em 3 ago2016

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

BRASIL Manual de Orientaccedilotildees para a implantaccedilatildeo de Nuacutecleos do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2005

BRASIL Programa Segundo Tempo o esporte e a escola no mesmo timediretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2004

BRASIL Programa Segundo Tempo accedilotildees de funcionamento dos nuacutecleos Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2007

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes e orientaccedilotildees Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2008

BRASIL Programa Segundo Tempo Padratildeo diretrizes e orientaccedilotildees para estabelecimento de Parcerias Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2009

CORREIA Marcos Miranda Projetos sociais em educaccedilatildeo fiacutesica esporte e lazer reflexotildees preliminares para uma gestatildeo social Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 29 n 3 p 91-105 maio 2008

FARAH Marta Ferreira Santos Sete deacutecadas de poliacuteticas sociais no Brasil Revista do Serviccedilo Puacuteblico p 111-122 2007 Ediccedilatildeo especial 70 anos

FILGUEIRA Juacutelio Ceacutesar Munzuacute OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre Apresentaccedilatildeo In OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos pedagoacutegicos para o Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009 p 9-18

GASQUE Kelley Cristina Gonccedilalves Dias COSTA Sely Maria Souza Comportamento dos professores da educaccedilatildeo baacutesica na busca da informaccedilatildeo para formaccedilatildeo continuada Ciecircncia da Informaccedilatildeo v 32 n 3 p 54-61 2003

GATTI Bernardete Angelina Anaacutelise das poliacuteticas puacuteblicas para formaccedilatildeo continuada no Brasil na uacuteltima deacutecada Revista Brasileira de Educaccedilatildeo v 13 n 37 p 57-70 janabr 2008

GONZAacuteLEZ Fernando Jaime et al Nas pegadas do esporte educacional In MARINHO Alcyane NASCIMENTO Juarez Vieira OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli (Org) Legados do esporte brasileiro Florianoacutepolis Editora da UDESC 2014 p35-43

HIRAMA Leopoldo Katsuki MONTAGNER Paulo Ceacutesar Algo para aleacutem de tirar da rua o ensino do esporte em projeto socioeducativo Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 34 n 1 p 149-164 janmar 2012

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LAZZARI Andreacute THOMASSIM Luiacutes Eduardo Cunha STIGGER Marco Paulo A socializaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes no contexto de um projeto social de tecircnis Caderno de Educaccedilatildeo Fiacutesica v 9 n 16 p 51-64 1 sem 2010

MACHADO Gisele Viola PAES Roberto Rodrigues GALATTI Larissa Rafaela RIBEIRO Sheila Cristina Pedagogia do esporte e autonomia um estudo em projeto social de educaccedilatildeo natildeo formal Pensar a Praacutetica v 14 n 3 p 1-21 setdez 2011

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

MELLO Andreacute Silva FERREIRA NETO Amariacutelio VOTRE Sebastiatildeo Josueacute Intervenccedilatildeo da educaccedilatildeo fiacutesica em projetos sociais uma experiecircncia de cidadania e esporte em Vila Velha (ES) Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 31 n 1 p 75-91 set 2009

MELO Victor Andrade Projetos sociais de esporte e lazer reflexotildees inquietaccedilotildees sugestotildees Quaderns drsquoAnimacioacute i Educacioacute Social n 7 p 1-24 jan 2008

MONTEIRO Victor Hugo Lima Projeto Segundo Tempo o Fanzine e a leitura do esporte em bairros violentos Conexotildees v 8 n 3 p 10-15 setdez 2010

MOREIRA Evando Carlos A proposta pedagoacutegica do Programa Segundo Tempo na Visatildeo dos Educadores equipe colaboradora In GOELLNER Silvana Vilodre SOARES Luciane Silveira CARVALHO Marco Antocircnio Aacutevila (Org) Programa Segundo Tempo memoacuteria experiecircncias avaliaccedilatildeo e perspectivas no Encontro das Equipes Colaboradoras (Satildeo Paulo-2010) Maringaacute Eduem 2012 p 168-181

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli KRAVCHYCHYN Claudio The pedagogic monitoring and managerial of the Second Journey Program from the cooperate teams sight FIEP Bulletin n 81 p 404-407 2011 Ediccedilatildeo especial

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli et al Planejamento do Programa Segundo Tempo a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo In

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos pedagoacutegicos para o Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009 p 208-237

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo Maringaacute Eduem 2008

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009

RODRIGUES Heitor Andrade DARIDO Suraya Cristina PAES Roberto Rodrigues O esporte coletivo no contexto dos projetos esportivos de inclusatildeo social contribuiccedilotildees a partir do referencial teacutecnico-taacutetico e soacutecio-educativo Pensar a Praacutetica v 16 n 2 p 320-339 abrjun 2013

RODRIGUES Heitor Andrade et al O Programa Segundo Tempo e seu processo de capacitaccedilatildeo anaacutelise e proposiccedilotildees Motrivivecircncia v 24 n 38 p 108-122 jun 2012

ROSAacuteRIO Luiacutes Fernando Rocha DARIDO Suraya Cristina A sistematizaccedilatildeo dos conteuacutedos da educaccedilatildeo fiacutesica na escola a perspectiva dos professores experientes Motriz v 11 n 3 p 167-178 setdez 2005

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SILVEIRA Juliano Consideraccedilotildees sobre o esporte e o lazer entre direitos sociais e projetos sociais Licere v 16 n 1 p 1-22 mar 2013

SOUZA Doralice Lange VIALICH Andrea Leal EIRAS Sueacutelen Barbosa MEZZADRI Fernando Marinho Determinantes para a implementaccedilatildeo de um projeto social Motriz v 16 n 3 p 689-700 julset 2010

SOUZA Edison Roberto et al Projeto de educaccedilatildeo pelo esporte estudo de caso sobre a contribuiccedilatildeo do Brinca Maneacute na formaccedilatildeo discente Pensar a Praacutetica v 14 n 1 p 1-12 janabr 2011

SOUZA Edison Roberto et al Anaacutelise do educador sobre implantaccedilatildeo de cartotildees de apoio pedagoacutegico no Programa Segundo Tempo Revista Mackenzie de Educaccedilatildeo Fiacutesica e Esporte v 12 n 1 p 41-52 2013

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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STAREPRAVO Fernando Augusto et al As Equipes Colaboradoras do Programa Segundo Tempo e suas contribuiccedilotildees para o desenvolvimento de uma poliacutetica de esporte educacional Motrivivecircncia v 24 n 38 p 129-141 jun 2012

TEIXEIRA Fabiane Castilho Diretrizes pedagoacutegicas do Programa Segundo Tempo e suas relaccedilotildees com as accedilotildees cotidianas dos nuacutecleos 144 f 2012 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) - Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2012

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VIANNA Joseacute Antonio LOVISOLO Hugo Rodolfo Projetos de inclusatildeo social atraveacutes do esporte notas sobre a avaliaccedilatildeo Movimento v 15 n 3 p 145-162 julset 2009

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ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

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Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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BRASIL Manual de Orientaccedilotildees para a implantaccedilatildeo de Nuacutecleos do Programa Segundo Tempo Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2005

BRASIL Programa Segundo Tempo o esporte e a escola no mesmo timediretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2004

BRASIL Programa Segundo Tempo accedilotildees de funcionamento dos nuacutecleos Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2007

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2012 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2012

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2013 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2013

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2014 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2014

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes 2015 Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2015b

BRASIL Programa Segundo Tempo diretrizes e orientaccedilotildees Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2008

BRASIL Programa Segundo Tempo Padratildeo diretrizes e orientaccedilotildees para estabelecimento de Parcerias Brasiacutelia Ministeacuterio do Esporte 2009

CORREIA Marcos Miranda Projetos sociais em educaccedilatildeo fiacutesica esporte e lazer reflexotildees preliminares para uma gestatildeo social Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 29 n 3 p 91-105 maio 2008

FARAH Marta Ferreira Santos Sete deacutecadas de poliacuteticas sociais no Brasil Revista do Serviccedilo Puacuteblico p 111-122 2007 Ediccedilatildeo especial 70 anos

FILGUEIRA Juacutelio Ceacutesar Munzuacute OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre Apresentaccedilatildeo In OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos pedagoacutegicos para o Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009 p 9-18

GASQUE Kelley Cristina Gonccedilalves Dias COSTA Sely Maria Souza Comportamento dos professores da educaccedilatildeo baacutesica na busca da informaccedilatildeo para formaccedilatildeo continuada Ciecircncia da Informaccedilatildeo v 32 n 3 p 54-61 2003

GATTI Bernardete Angelina Anaacutelise das poliacuteticas puacuteblicas para formaccedilatildeo continuada no Brasil na uacuteltima deacutecada Revista Brasileira de Educaccedilatildeo v 13 n 37 p 57-70 janabr 2008

GONZAacuteLEZ Fernando Jaime et al Nas pegadas do esporte educacional In MARINHO Alcyane NASCIMENTO Juarez Vieira OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli (Org) Legados do esporte brasileiro Florianoacutepolis Editora da UDESC 2014 p35-43

HIRAMA Leopoldo Katsuki MONTAGNER Paulo Ceacutesar Algo para aleacutem de tirar da rua o ensino do esporte em projeto socioeducativo Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 34 n 1 p 149-164 janmar 2012

KRAVCHYCHYN Claudio Projetos e programas sociais esportivos no Brasil histoacuterico estado da arte e contribuiccedilotildees do Programa Segundo Tempo 177 f 2014 Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2014

KRUumlGER Leonardo Germano KRUG Hugo Norberto Licenciatura em Educaccedilatildeo Fiacutesica concepccedilotildees a partir da vivecircncia experienciada dos professores do ensino superior em seu percurso formativo Movimento v 15 n 1 p 51-70 2009

LAZZARI Andreacute THOMASSIM Luiacutes Eduardo Cunha STIGGER Marco Paulo A socializaccedilatildeo de crianccedilas e adolescentes no contexto de um projeto social de tecircnis Caderno de Educaccedilatildeo Fiacutesica v 9 n 16 p 51-64 1 sem 2010

MACHADO Gisele Viola PAES Roberto Rodrigues GALATTI Larissa Rafaela RIBEIRO Sheila Cristina Pedagogia do esporte e autonomia um estudo em projeto social de educaccedilatildeo natildeo formal Pensar a Praacutetica v 14 n 3 p 1-21 setdez 2011

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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MELLO Andreacute Silva FERREIRA NETO Amariacutelio VOTRE Sebastiatildeo Josueacute Intervenccedilatildeo da educaccedilatildeo fiacutesica em projetos sociais uma experiecircncia de cidadania e esporte em Vila Velha (ES) Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 31 n 1 p 75-91 set 2009

MELO Victor Andrade Projetos sociais de esporte e lazer reflexotildees inquietaccedilotildees sugestotildees Quaderns drsquoAnimacioacute i Educacioacute Social n 7 p 1-24 jan 2008

MONTEIRO Victor Hugo Lima Projeto Segundo Tempo o Fanzine e a leitura do esporte em bairros violentos Conexotildees v 8 n 3 p 10-15 setdez 2010

MOREIRA Evando Carlos A proposta pedagoacutegica do Programa Segundo Tempo na Visatildeo dos Educadores equipe colaboradora In GOELLNER Silvana Vilodre SOARES Luciane Silveira CARVALHO Marco Antocircnio Aacutevila (Org) Programa Segundo Tempo memoacuteria experiecircncias avaliaccedilatildeo e perspectivas no Encontro das Equipes Colaboradoras (Satildeo Paulo-2010) Maringaacute Eduem 2012 p 168-181

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli KRAVCHYCHYN Claudio The pedagogic monitoring and managerial of the Second Journey Program from the cooperate teams sight FIEP Bulletin n 81 p 404-407 2011 Ediccedilatildeo especial

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli et al Planejamento do Programa Segundo Tempo a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo In

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos pedagoacutegicos para o Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009 p 208-237

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo Maringaacute Eduem 2008

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009

RODRIGUES Heitor Andrade DARIDO Suraya Cristina PAES Roberto Rodrigues O esporte coletivo no contexto dos projetos esportivos de inclusatildeo social contribuiccedilotildees a partir do referencial teacutecnico-taacutetico e soacutecio-educativo Pensar a Praacutetica v 16 n 2 p 320-339 abrjun 2013

RODRIGUES Heitor Andrade et al O Programa Segundo Tempo e seu processo de capacitaccedilatildeo anaacutelise e proposiccedilotildees Motrivivecircncia v 24 n 38 p 108-122 jun 2012

ROSAacuteRIO Luiacutes Fernando Rocha DARIDO Suraya Cristina A sistematizaccedilatildeo dos conteuacutedos da educaccedilatildeo fiacutesica na escola a perspectiva dos professores experientes Motriz v 11 n 3 p 167-178 setdez 2005

SILVA Everson Melquiades Arauacutejo ARAUacuteJO Clarissa Martins Reflexatildeo em Paulo Freire uma contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo continuada de professores In COLOacuteQUIO INTERNACIONAL PAULO FREIRE 5 Recife 2005 Anais Disponiacutevel em lthttp 18928128100nutricaodocsEnpacspesquisaArtigosreflexao_em_paulo_freire_2005pdf gt Acesso em 3 ago 2016

SILVEIRA Juliano Consideraccedilotildees sobre o esporte e o lazer entre direitos sociais e projetos sociais Licere v 16 n 1 p 1-22 mar 2013

SOUZA Doralice Lange VIALICH Andrea Leal EIRAS Sueacutelen Barbosa MEZZADRI Fernando Marinho Determinantes para a implementaccedilatildeo de um projeto social Motriz v 16 n 3 p 689-700 julset 2010

SOUZA Edison Roberto et al Projeto de educaccedilatildeo pelo esporte estudo de caso sobre a contribuiccedilatildeo do Brinca Maneacute na formaccedilatildeo discente Pensar a Praacutetica v 14 n 1 p 1-12 janabr 2011

SOUZA Edison Roberto et al Anaacutelise do educador sobre implantaccedilatildeo de cartotildees de apoio pedagoacutegico no Programa Segundo Tempo Revista Mackenzie de Educaccedilatildeo Fiacutesica e Esporte v 12 n 1 p 41-52 2013

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

STAREPRAVO Fernando Augusto et al As Equipes Colaboradoras do Programa Segundo Tempo e suas contribuiccedilotildees para o desenvolvimento de uma poliacutetica de esporte educacional Motrivivecircncia v 24 n 38 p 129-141 jun 2012

TEIXEIRA Fabiane Castilho Diretrizes pedagoacutegicas do Programa Segundo Tempo e suas relaccedilotildees com as accedilotildees cotidianas dos nuacutecleos 144 f 2012 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) - Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2012

TUBINO Manoel Joseacute Gomes Estudos brasileiros sobre esporte ecircnfase no esporte-educaccedilatildeo Maringaacute Eduem 2010

VIANNA Joseacute Antonio LOVISOLO Hugo Rodolfo Projetos de inclusatildeo social atraveacutes do esporte notas sobre a avaliaccedilatildeo Movimento v 15 n 3 p 145-162 julset 2009

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos Porto Alegre Bookman 2005

ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

Amauri Aparecido Baacutessoli de Oliveira et al

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Movimento Porto Alegre v 22 n 3 901-916 julset de 2016

Apoio CNPq Ministeacuterio do Esporte

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MELLO Andreacute Silva FERREIRA NETO Amariacutelio VOTRE Sebastiatildeo Josueacute Intervenccedilatildeo da educaccedilatildeo fiacutesica em projetos sociais uma experiecircncia de cidadania e esporte em Vila Velha (ES) Revista Brasileira de Ciecircncias do Esporte v 31 n 1 p 75-91 set 2009

MELO Victor Andrade Projetos sociais de esporte e lazer reflexotildees inquietaccedilotildees sugestotildees Quaderns drsquoAnimacioacute i Educacioacute Social n 7 p 1-24 jan 2008

MONTEIRO Victor Hugo Lima Projeto Segundo Tempo o Fanzine e a leitura do esporte em bairros violentos Conexotildees v 8 n 3 p 10-15 setdez 2010

MOREIRA Evando Carlos A proposta pedagoacutegica do Programa Segundo Tempo na Visatildeo dos Educadores equipe colaboradora In GOELLNER Silvana Vilodre SOARES Luciane Silveira CARVALHO Marco Antocircnio Aacutevila (Org) Programa Segundo Tempo memoacuteria experiecircncias avaliaccedilatildeo e perspectivas no Encontro das Equipes Colaboradoras (Satildeo Paulo-2010) Maringaacute Eduem 2012 p 168-181

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli KRAVCHYCHYN Claudio The pedagogic monitoring and managerial of the Second Journey Program from the cooperate teams sight FIEP Bulletin n 81 p 404-407 2011 Ediccedilatildeo especial

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli et al Planejamento do Programa Segundo Tempo a intenccedilatildeo eacute compartilhar conhecimentos saberes e mudar o jogo In

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos pedagoacutegicos para o Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009 p 208-237

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (Org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo Maringaacute Eduem 2008

OLIVEIRA Amauri Aparecido Baacutessoli PERIM Gianna Lepre (org) Fundamentos Pedagoacutegicos do Programa Segundo Tempo da reflexatildeo agrave praacutetica Maringaacute Eduem 2009

RODRIGUES Heitor Andrade DARIDO Suraya Cristina PAES Roberto Rodrigues O esporte coletivo no contexto dos projetos esportivos de inclusatildeo social contribuiccedilotildees a partir do referencial teacutecnico-taacutetico e soacutecio-educativo Pensar a Praacutetica v 16 n 2 p 320-339 abrjun 2013

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ROSAacuteRIO Luiacutes Fernando Rocha DARIDO Suraya Cristina A sistematizaccedilatildeo dos conteuacutedos da educaccedilatildeo fiacutesica na escola a perspectiva dos professores experientes Motriz v 11 n 3 p 167-178 setdez 2005

SILVA Everson Melquiades Arauacutejo ARAUacuteJO Clarissa Martins Reflexatildeo em Paulo Freire uma contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo continuada de professores In COLOacuteQUIO INTERNACIONAL PAULO FREIRE 5 Recife 2005 Anais Disponiacutevel em lthttp 18928128100nutricaodocsEnpacspesquisaArtigosreflexao_em_paulo_freire_2005pdf gt Acesso em 3 ago 2016

SILVEIRA Juliano Consideraccedilotildees sobre o esporte e o lazer entre direitos sociais e projetos sociais Licere v 16 n 1 p 1-22 mar 2013

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SOUZA Edison Roberto et al Anaacutelise do educador sobre implantaccedilatildeo de cartotildees de apoio pedagoacutegico no Programa Segundo Tempo Revista Mackenzie de Educaccedilatildeo Fiacutesica e Esporte v 12 n 1 p 41-52 2013

Formaccedilatildeo continuada em projetos e programas sociais esportivos um estudo de caso

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STAREPRAVO Fernando Augusto et al As Equipes Colaboradoras do Programa Segundo Tempo e suas contribuiccedilotildees para o desenvolvimento de uma poliacutetica de esporte educacional Motrivivecircncia v 24 n 38 p 129-141 jun 2012

TEIXEIRA Fabiane Castilho Diretrizes pedagoacutegicas do Programa Segundo Tempo e suas relaccedilotildees com as accedilotildees cotidianas dos nuacutecleos 144 f 2012 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) - Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2012

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ZALUAR Alba Cidadatildeos natildeo vatildeo ao paraiacuteso Satildeo Paulo Escuta 1994

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TEIXEIRA Fabiane Castilho Diretrizes pedagoacutegicas do Programa Segundo Tempo e suas relaccedilotildees com as accedilotildees cotidianas dos nuacutecleos 144 f 2012 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Educaccedilatildeo Fiacutesica) - Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2012

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