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2 SUMÁRIO 1. Introdução 03 2. Projeto 07 3. Pilar 21 4. Viga 31 5. Laje 33 6. Mesa Voadora 5 3 7. Patologia 59

Formas Para Concreto Armado

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Page 1: Formas Para Concreto Armado

2

SUMÁRIO

1. Introdução 03

2. Projeto 07

3. Pilar 21

4. Viga 31

5. Laje 33

6. Mesa Voadora 53

7. Patologia 59

Page 2: Formas Para Concreto Armado

3

INTRODUÇÃO

Page 3: Formas Para Concreto Armado

4

Desde o início do século XX no Brasil, o concreto armado é utilizado nas

construções de edificações, desde as mais simples até as mais complexas obras,

todas estruturadas neste material. Numa obra, além do concreto e aço, é necessário

um conjunto de elementos que devem sustentar o concreto fresco, denominamos este

conjunto como sistema de fôrmas.

O BOLETIM TÉCNICO nº 50 da associação Brasileira de Cimento Portland

(1943) diz que a execução de estruturas de concreto armado exige a confecção de

fôrmas com dimensões internas exatamente iguais às das peças da estrutura

projetada. Em geral, as fôrmas para estruturas de edifícios são executadas de acordo

com a prática dos mestres de obra, este procedimento tem ocasionado muita

diversidade de critérios na utilização do material; em algumas oras ocorre o excesso, e

em outras, há deficiência, acarretando prejuízo à resistência das peças da estrutura, e

consequentemente deformaçõa das fôrmas.

A uniformidade das espécies e dimensões das madeiras usadas, da

nomenclatura e dimensões das peças que compõem as fôrmas, e tabelas confiáveis, é

vantajosa, pois facilita a fiscalização do consumo da madeira na obra.Segundo

Requena (1983) houve váras inovações como o texto do alemão Der Prackishe

Zimmerer, editado em 1949, que apresentou inovações no sistema de fôrmas

eliminando o uso de gravatas pregadas e substituindo-o por gravatas parafusadas,

facilitando, com isso, a desfôrma dos pilares. Também substitui-se os caibros por

peças roliças para suportar as fôrmas. Outro texto do mesmo ano, Der

Zimmerlerhriling, introduz emendas em peças roliças de cimbramento. Uma nova idéia

publicada em 1962 pela Pratical Formwork and mould construction (1962) mostra o

sistema de fôrmas para novas posições a serem concretadas. E, em 1965, a

publicação Formwork for modern structures (1965) indica a utilização de chapas de

madeira compensada. O grande interesse foi o de substituir o uso de pregos, por

parafusos, e em modular o sistema de fôrmas atravpes de grandes painéis de capa de

madeira compensada, unidos e enrijecidos por sarrafos.

No Brasil, algumas inovações foram adaptadas para o sistema, como modulação

dos painéis, espaçadores plásticos, urantes de aço (barra de ancoragem), chapas de

compensado, entre outros. Segundo o consultor de fôrmas engenheiro Paulo

Takahashi (2002), na década de 60 foi introduzido por Ueno o projeto de fôrmas. Nos

meados de 1970 as indùstrias Madeirit começou a industrializar o sistema Ueno. Em

1983 a Prátika indústria e Comércio de Fôrmas utiliza compensados de 18mm de

espessura para fabricação, deixando os painéis "lisos", ainda hoje utilizado. Nos anos

90 variações para a estruturação dos painéis e união de peças, o prego continua

largamente empregado.

Page 4: Formas Para Concreto Armado

5

Conforme Maranhão (2000), as fôrmas de concreto devem apresentar

resistência suficiente para suportar cargas provenientes de seu prórpio peso, do peso

e empuxo lateral do concreto, do adensamento, do trânsito de pessoas e

equipamentos; rigidez suficiente para manter as dimensões e formas previstas no

projeto estrutural. Sua estabilidade deve ser garantida utilizando-se suportes e

contraventamentos. A pesquisa de Hadipriono e Wang (1986), que cobriu 85 casos de

colapso em vários tipos de estruturas ocorridos entre 1963 e 1986, detectou que 49%

aconteceram durante a etapa de concretagem, e 48% ocorreram em sistemas de

escoramento tipo vertical, formados por escoras verticais de madeiras, ainda adotados

na construção brasileira. Apesar das metodologias e conceitos, a grande

responsabilidade cabe ao projetista, que irá assegurar se as fôrmas são adequadas.

Uma análise minunciosa deve ser realizada em cada obra para determinação das

ações que serão aplicadas nas fôrmas , a seleçao e escolhas adequadas dos

materiais que efetivarão a fôrma, garantindo a resistência para sustentar todo o

carregamento.

Numa composição de custos de uma estrutura, o itêm fôrmas, segundo Rocha

(1997), o custo é de 45%, enquanto que Almeida e Critiani (1995) indicam que esse

percentual pode variar de 33 a 60% e maranhão (2000) entre 40 e 60 % do custo total

da estrutura de concreto armado. O engenheiro Paulo Assahi, diz que em média 60%

das horas gastas para moldar a estruturas são utilizadas para as fôrmas, 25% para o

lançamento e armação e 15 % para concretagem.

Maranhão (2000) afirma que a economia deve ser considerada inicialmente

quando se estiver projetando a estrutura e continuar com o planejamento do sistema

para a estrutura de concreto. Economia envolve vários fatores, incluindo o custo dos

materiais, o custo da mão-de-obra na fabricação, montagem e desmontagem da

fôrmas, e o custo dos equipamentos adquiridos para a fabricação das mesmas.

Também inclui o número de reutilizações, a possibilidade de utilização em outras

partes da obra e o tipo de superfície final do concreto após serem removidas.

As fôrmas têm sofrido inovações para a sua concepção, com novas tecnologias

e materiais desenvolvidos em países mais industrializados. A madeira continua sendo

largamente utilizada para a sua fabricação, embora alguns tipos de fôrmas

empreguem outros tipos de materiais, como o aço (fôrma metálica). novos materiais

vem surgindo no mercado e passaram a ser alternativos às opções tradicionais.

Agrande mudança no passado recente ocorreu com a introdução de chapa de madeira

compensada, em substituição à tábua de Pinho Paraná, a partir de 1940 e início de 50.

A partir de 1960, com a redução da oferta de madeira para a fabricação das

fôrmas, o custo destas passou a afetar significativamente o custo total da obra. Assim

as tábuas utilizadas foram substituidas por chapas de madeira compensada.

Page 5: Formas Para Concreto Armado

6

Atualmente, encontramos diversos sistemas que são baseadas em arranjos que

utilizam compensado, plástico, OSB entre outros.

Page 6: Formas Para Concreto Armado

7

PROJETO

Page 7: Formas Para Concreto Armado

8

Como já citado, as formas não devem ser improvisadas. Sendo assim, elas

devem ser objeto de um estudo específico. Este estudo deve englobar duas etapas: a

definição do sistema de formas a ser utilizado e a execução do projeto das mesmas.

Além de evitar a improvisação das formas, a execução do projeto tem como

objetivo fabricar formas resistentes suficientes para suportar as cargas e pressões que

atuam sobre elas e ao mesmo tempo em que não estejam superdimensionadas, o que

resultaria em um gasto desnecessário de matéria-prima e mão-de-obra.

A execução do projeto, também deve ser dividida em etapas, sendo elas: o

conhecimento das cargas que atuam sobre as formas, o dimensionamento e o

desenho das formas.

Cargas atuantes sobre as formas

As cargas atuantes sobre as formas geralmente são de dois tipos: as horizontais

e as verticais.

Cargas verticais

As cargas verticais provêm do peso próprio dos materiais, de pessoas,

equipamentos, etc.. Esta carga pode ser dividida em:

• cargas permanentes

• peso do concreto – O peso específico do concreto armado pode variar em função

dos materiais que o compõem, por isso, antes de começar a dimensionar as

formas, deve-se conhecer o peso específico do concreto a ser utilizado. Segundo

Hurd (1995), o peso específico do concreto armado pode variar de 6,4 kN/m³ a 96

kN/m³. Porém, podemos considerar como 24 kN/m³ o peso específico médio da

maioria dos concretos utilizados em obras prediais;

• peso das Formas – Para efeito de projeto considera-se como peso das formas

10% do valor peso específico do concreto utilizado.

• sobrecarga de serviços

• Pessoas (operários e supervisores);

• Material auxiliar para a concretagem;

• Materiais estocados sobre as fôrmas durante certo período;

• Acúmulo de concreto em um certo ponto.

Este tipo de carga atua em lajes e fundos de vigas.

Exemplo de cargas verticais atuando em lajes e fundos de vigas

Page 8: Formas Para Concreto Armado

9

Cargas horizontais

As cargas horizontais são aquelas que atuam nas laterais de vigas, pilares,

paredes e blocos de fundação. Dentre as cargas horizontais atuantes sobre as

formas, podemos destacar:

• pressão lateral de concreto;

• ação do vento;

• componentes de cargas inclinadas;

• choques acidentais.

Entre elas, podemos considerar a pressão lateral do concreto como a mais

importante. Além disso, a pressão lateral do concreto é a mais polêmica, pois a

determinação do seu valor ainda não está bem resolvida no meio técnico. Consta nos

anexos desta dissertação um texto sobre a pressão lateral do concreto e os principais

métodos para o seu cálculo.

Exemplo de pressão lateral atuando na lateral da viga

Dimensionamento das formas

O profissional escolhido para executar o dimensionamento das formas deve

possuir conhecimentos de geometria, principalmente trigonometria, que são

fundamentais para determinar as medidas das formas, e também conhecimentos de

cálculo estrutural, uma vez que é utilizada a análise estrutural compatibilizando a

deformação das peças e a resistência dos materiais empregados nas formas.

Um projetista de formas experiente já tem em mente um modelo de projeto

elaborado antes de começar o dimensionamento e, a partir deste modelo desenvolve

seu projeto. A medida em que executa os cálculos, ele pode confirmar o projeto

idealizado ou alterá-lo, trocando as peças ou até a concepção total do projeto.

Para um projetista em início de carreira ou um profissional sem experiência

nesta área, este trabalho torna-se árduo, acarretando uma demanda de tempo em

cálculos que obviamente não seriam necessários executar.

O dimensionamento deve ser feito verificando elemento por elemento e sempre

de dentro para fora, ou seja, deve-se dimensionar primeiro o elemento que está em

Page 9: Formas Para Concreto Armado

10

contato com o concreto, depois o que está em contato com o primeiro elemento

dimensionado e assim sucessivamente. A utilização desta seqüência é imprescindível

pois, para dimensionar um determinado elemento, precisa-se de informações obtidas

no dimensionamento anterior.

Segundo a ABCP (1944), “o dimensionamento desses elementos será feito:

primeiro, tendo em vista que a tensão máxima em cada peça não exceda a admissível;

segundo, que a deformação de cada peça, considerada isoladamente, não exceda o

limite conveniente; terceiro, que no caso de um conjunto de peças, a deformação

máxima resultante da superposição das deformações parciais das peças, também não

ultrapasse limite prefixado”.

Além do dimensionamento individual dos elementos, deve-se observar a

estabilidade do conjunto pois, apesar dos elementos serem resistentes às cargas

atuantes, o conjunto pode tombar. Sendo assim, para evitar este tombamento, deve-se

travá-lo e contraventá-lo corretamente.

Nos anexos, são apresentados dois exemplos de dimensionamento: no primeiro

é dimensionada uma forma para pilar e no segundo uma forma para laje. Deve-se

notar que os cálculos apresentados são simplificados para facilitar o

dimensionamento, porém, sempre estão a favor da segurança. Contudo, para facilitar

a realização do dimensionamento pode-se utilizar softwares desenvolvidos

especialmente para esta finalidade.

Software desenvolvido para auxiliar o dimensionamento das formas

Estes softwares permitem a realização de cálculos precisos e com muita rapidez,

aumentando consideravelmente a qualidade e a produtividade de um

dimensionamento. Porém, para sua utilização é fundamental que o usuário seja

capacitado para inserir dados e analisar resultados. Caso contrário, apesar de uma

ferramenta poderosa, o dimensionamento será comprometido.

Page 10: Formas Para Concreto Armado

11

Desenho de formas

Concluídos os dimensionamentos, vem uma fase muito importante, que é o

desenho de formas, ou seja, a representação gráfica do projeto e do planejamento das

formas concebido anteriormente.

Não são raras situações em que, depois de várias horas gastas planejando-se e

dimensionando-se as formas, verifica-se que o resultado final foi insatisfatório. Muitos

destes casos, devem-se aos desenhos de formas mal executados, que não

conseguem transmitir as informações necessárias para fabricar e montar as formas.

Estes desenhos devem conter informações tanto sobre o tipo, as dimensões e as

quantidades de madeira utilizada, que são fundamentais para a fabricação das formas,

quanto sobre, a seqüência de montagem e os espaçamentos que são necessários

para sua montagem na obra.

Segundo Calil Júnior (1991), um desenho de formas deve:

• incluir ordens de comando por escrito, chamando-se a atenção de modo

sucinto para detalhes de difícil representação;

• incluir notas breves e claras para evitar mal-entendidos;

• fazer todos os desenhos em uma única escala geral, de preferência 1:50,

indicando, quando necessários, detalhes em escalas maiores como 1:25 ou

1:10;

• escrever sempre de maneira legível, prevendo as difíceis condições de campo

para o manuseio dos desenhos;

• incluir claras e elucidativas cotas, com dimensões em centímetros, sempre

cuidadosamente verificadas;

• sempre que for necessário, usar símbolos padrões e abreviações para todos os

desenhos, mas indicar em tabela estas convenções adotadas;

• padronizar o leiaute de todos os desenhos para facilitar a leitura;

• indicar o título do desenho de maneira a identificar perfeitamente a parte da

estrutura em que será utilizado e se possível, numerar conforme a ordem de

uso;

• incluir vistas isométricas ou perspectivas para esclarecer novos detalhes ou

soluções não convencionais;

• fornecer sempre uma planta com o arranjo geral da obra ou parte dela,

indicando o desenho executivo de cada uma das partes;

• em cada desenho executivo, incluir leiaute de montagem dos painéis,

indicando a locação de cada um, bem como identificando-o de maneira

conveniente, conforme tipo e localização;

• detalhar do melhor modo possível cada um dos painéis ou peças;

Page 11: Formas Para Concreto Armado

12

• apresentar em desenhos padronizados as dimensões de corte e montagem

das peças mais comuns como vigas e pilares;

• finalmente, permitir executar a estrutura sem dificuldades, sendo coerentes

com desenhos estruturais e de arquitetura. Deve-se ainda, indicar os valores

adotados de tensões, cargas, velocidade de concretagem, tipo de concreto,

temperatura do concreto, etc.

Estas e outras informações devem ser colocadas no projeto de maneira clara e

objetiva, visando esclarecer todas e quaisquer dúvidas que possam surgir na sua

leitura.

Hoje em dia, existem vários softwares que auxiliam na execução dos desenhos

de formas, que são os computer aided drawing, também chamados CADs. O mais

utilizado sem dúvida é o AUTOCAD®, desenvolvido pela Autodesk, que apesar de não

ser um software específico para esta função, funciona perfeitamente com a ajuda de

uma biblioteca contendo os principais componentes da forma (figura 20).

Paginação de lajes desenvolvida no software AUTOCAD®

No Brasil, o software específico mais conhecido é o CAD-MADEIRA®,

desenvolvido pela TQS. Este software, baseado em informações fornecidas pelo

projetista, dimensiona automaticamente todos os componentes das formas, facilitando

assim, o trabalho. A desvantagem deste software é que ele trabalha com apenas um

sistema de formas, limitando assim seu uso.

No exterior existem vários softwares, os quais geralmente são desenvolvidos

pelas próprias empresas de formas, que inclusive, acrescentam ao software uma

biblioteca com seus equipamentos.

Page 12: Formas Para Concreto Armado

13

Software desenvolvido por uma empresa de formas

Atualmente não se fazem mais projetos “na prancheta”, pois, além da

produtividade e padronização conseguidas com o uso desta ferramenta, a introdução

da INTERNET facilitou muito a transferências dos projetos entre calculistas, projetistas

de formas, fabricantes de formas e as obras.

Além disso, a INTERNET é uma inesgotável fonte de pesquisas, onde é possível

através de fotos, filmes e textos conhecer praticamente todos os sistemas de formas

existentes no mercado mundial.

Página na INTERNET de uma empresa de formas

Page 13: Formas Para Concreto Armado

14

Tipos de contratação e atribuições dos profissionai s nos serviços relativos às

formas

Com o passar dos anos, a construção civil tem mudado o perfil dos seus

profissionais. Se antes o engenheiro necessitava de um conhecimento específico em

todas as etapas da construção, hoje em dia existem especialistas para cada tipo de

serviço. Os serviços relativos às formas não são diferentes, pois arquitetos, calculistas,

construtores, fabricantes de formas, projetistas, e fornecedores de equipamentos

dividem as tarefas. Porém, é fundamental a integração de todos os profissionais para

que o processo se desenvolva sem transtornos.

Em um empreendimento podem existir diferentes tipos de contratação dos

serviços relativos às formas, que ocorrem em função de uma escolha pessoal, de uma

necessidade específica ou de mercado.

Na figura 23, estão descritos fluxos de informações que representam três tipos

mais usuais de contratação.

No primeiro caso, é representado o fluxo do tipo de contratação mais usada,

atualmente, ou seja, o construtor contrata uma empresa para fabricar as formas e

outra para fornecer os equipamentos. Neste caso as empresas desenvolvem os

projetos e orientam a montagem na obra. Existem algumas parcerias entre fabricantes

de formas e fornecedores de equipamentos no mercado que facilitam a contratação e

o andamento dos trabalhos.

No segundo caso, o construtor contrata um projetista de formas, que desenvolve

os projetos com o objetivo de fabricá-las no canteiro da obra. Se a opção for utilizar

equipamentos, deverá ser contratada uma empresa para este fim.

Nos dois casos citados, o construtor faz o papel de coordenador do processo.

No terceiro caso, a função do coordenador, que pode ser exercida pelo

construtor ou um profissional contratado para esta finalidade, ganha destaque uma vez

que, todos os participantes do processo interagem sob sua coordenação, evitando

assim várias incompatibilidades nos projetos. O ideal nesta situação é que estas

interações ocorram ainda na fase de desenvolvimento dos projetos estruturais, de tal

forma que possam ser feitas alterações nos projetos, visando melhorar os aspectos

relacionados às formas.

Page 14: Formas Para Concreto Armado

15

Arquiteto

Calculista

Construtor

Fabricante

de

deFormas

Fornecedor

Equipamentos

1)

Construtor

Calculista

Arquiteto

Fornecedor

Equipamentos

Construtor(equipe defabricação)

Projetistade

Formas

de

Projetistade

formas

Arquiteto

Coordenador

Calculista

Construtor

Fabricantede

formas

Equipamentosde

Fornecedor

Legenda

Fluxo

Fluxo desejávelApesar de nem sempre ele existir(no que se refere as formas), eleé fundamental para a qualidadee produtividade dos serviços

de um fornecedor de equipamentos.e escoramentos, haverá necessidade da contrataçãode madeira, ou seja, fabricação total das formasObs.: No caso de não utilizar o sistema completo

2)

3)

Fluxos de informações em diferentes tipos de contratação

Page 15: Formas Para Concreto Armado

16

Contudo, independentemente da forma de contratação adotada, as atribuições

relativas aos serviços de forma, de maneira alguma podem ser ignoradas.

Abaixo está descrita uma sugestão para divisão destas atribuições entre os

profissionais e empresas participantes dos serviços ligados às formas. Importante citar

que esta divisão é apenas uma sugestão. Contudo, é fundamental que todas as

atribuições estejam englobadas entre as responsabilidades de um dos profissionais ou

empresas mencionadas.

O Arquiteto, deve:

• determinar a aparência do concreto;

• determinar a geometria das peças.

O Projetista de estruturas, também chamado de calculista, deve:

• determinar as dimensões estruturais;

• determinar os prazos para desforma parcial e total;

• verificar e aprovar os projetos de reescoramento desenvolvidos pela fornecedora

de equipamentos ou pelo projetista de formas.

O Coordenador, ou o Construtor, deve:

• determinar o sistema de formas a ser utilizado;

• determinar o modo de fixação das armaduras;

• determinar os pontos de apoio disponíveis para as formas e escoras;

• determinar o plano de concretagem da obra, incluindo a velocidade de enchimento

e alturas de lançamento do concreto;

• determinar a consistência do concreto;

• determinar os meios de transporte, formas de lançamento e cura do concreto;

• determinar o sistema a ser empregado para endurecimento: natural, acelerado,

retardado ou com aplicação de qualquer aditivo;

• determinar os métodos a serem usados para montagem e manutenção das formas;

• informar as cargas de curta duração ou instalações provisórias sobre as formas,

durante os trabalhos;

• informar toda e qualquer característica particular do concreto (agregados leves,

aditivos, etc);

• analisar as características do solo onde serão apoiadas as escoras;

• sugerir alterações nos projetos estruturais e arquitetônicos, visando melhorar os

aspectos relacionados às formas, no caso do construtor ser o responsável pelo

empreendimento.

Page 16: Formas Para Concreto Armado

17

O Projetista das formas, deve:

• compatibilizar os projetos de formas e escoramentos;

• determinar os pontos de apoio das formas e suas cargas; quando necessário,

detalhar as peças de apoio;

• determinar todas as dimensões das peças das formas e seu escoramento e, se

necessário, suas fundações;

• desenvolver plantas de formas;

• especificar as condições climáticas consideradas no seu projeto;

• especificar os materiais a serem empregados e suas características;

• determinar o prazo e o modo da desforma nos limites aceitos pelo construtor;

• indicar detalhadamente, as ligações, definindo os elementos a serem empregados,

tipos e quantidades;

• definir as deformações máximas previstas;

• determinar a pressão máxima admissível.

O Fabricante de formas, empresa que fabrica os painéis, deve:

• especificar as características dos produtos fornecidos ou empregados tais como:

resistência mecânica, módulo de elasticidade, ou as capacidades de carga,

acompanhadas de certificados de ensaios, fornecidos por laboratórios idôneos;

• indicar informações necessárias para montagem e desmontagem;

• indicar as deformações máximas previstas.

A Fornecedora de equipamentos, empresa que vende ou loca equipamentos, no

caso de não utilizar o sistema completo de madeira, deve:

• desenvolver o projeto de escoramentos;

• revisar todos os componentes dos seus equipamentos;

• fiscalizar a montagem dos seus equipamentos.

O construtor, ou a equipe de montagem das formas na obra, deve:

• montar as formas, segundo os projetos, preparando todo tratamento da superfície

(limpeza antes da concretagem);

• desformar, conforme o projeto;

• realizar limpeza, manutenção e estocagem dos componentes das formas.

Page 17: Formas Para Concreto Armado

18

O Construtor, ou o fiscal das formas na obra, deve:

• verificar se o projeto foi fielmente cumprido

• verificar a geometria das peças;

• controlar a localização exata das juntas construtivas;

• observar se a concretagem obedece ao projeto;

• verificar se o lançamento do concreto não se faz de altura superior a dois metros,

salvo se o projeto o especificar devidamente, por meios de dispositivos que

eliminem a queda livre;

• verificar se as condições climáticas são compatíveis com as considerações do

projeto;

• exigir a limpeza e umidificação das formas, antes da concretagem;

• exigir a substituição ou recuperação de elementos danificados pelo uso.

Page 18: Formas Para Concreto Armado

19

Histórico

A tecnologia de fôrma, atualmente amplamente utilizada pela maioria das

construtoras teve início nos canteiros de obra nos fins da década de 60.Tendo o Eng.

Toshio Ueno (EPUSP-58) como precursor, o desenvolvimento deveu-se embasado

nos conhecimentos da engenharia civil, complementado com as observações e

experiências do dia-a-dia dos canteiros. O objetivo principal, na época, era a

otimização dos custos através da melhoria da produtividade e do menor consumo de

materiais com aumento do número de reaproveitamento dos mesmos.

Todas as peças de madeira que compõem a fôrma passaram a ser pré-

confeccionadas na bancada na sua dimensão definitiva mediante um desenho

específico e definiu-se a seqüência de montagem, passo a passo, vinculando-a com a

de inspeção. A grande novidade era a de, justamente, as peças terem suas dimensões

definitivas, considerandose todos os detalhes de seus encontros, cuja montagem

planejada para ser executada sem o uso de serrotes, apenas acertando-se os

encontros, substituindo-se o processo até então utilizado, de ajuste das dimensões “in-

loco”, pois as peças eram apenas semiprontas.

A outra mudança radical no processo produtivo de fôrma foi a da utilização de

escoras estrategicamente distribuídas para permitir a retirada da grande parte da

fôrma (entre 80% a 90%) enquanto que somente estas permaneciam prendendo uma

pequena parte da fôrma, chamada de tiras de reescoramento, ainda com a estrutura

em plena fase de cura, com idade entre 3 a 5 dias. Chamou-se, inicialmente, de

reescoramento, pois as mesmas eram posicionadas 3 dias após concretagem das

lajes e das vigas, antes do inicio do descimbramento. Atualmente, chamam-nas de

escoras remanescentes, pois, a prática mostrou que é mais seguro quando as

posicionamos antes ou durante a concretagem das vigas e lajes, conseguindo-se,

desta maneira, melhor uniformidade de carregamento nas mesmas.

Os resultados obtidos com estas mudanças foram alem das expectativas iniciais,

tendo-se o objetivo alcançado com louvor em poucos anos. Melhorou-se a

produtividade pela redução do retrabalho na montagem e otimizou-se o uso dos

materiais, reduzindo-os a apenas 1 jogo de fôrma (mais 3 ou 4 jogos complementares

para escoras remanescentes) mesmo para ciclo de produção de 1 laje / semana, até

então, comumente utilizados 3 jogos completos de fôrma.

E, como conseqüência natural do próprio processo, a precisão geométrica dos

elementos moldados veio a melhorar nas mesmas proporções. O que se percebeu é

que, tendo-se a exatidão na medida de confecção das partes da fôrma, normalmente

retalhada para se obter peso adequado para transporte e manuseio manual, bastaria

montá-las sem que abrissem frestas entre as peças ou que não remontassem uma

sobre outra para se obter medida total correta. Baseado neste raciocínio criou-se o

Page 19: Formas Para Concreto Armado

20

procedimento de inspeção de controle da qualidade geométrica eficaz, apenas com

observação cuidadosa, sem a necessidade de utilização de qualquer instrumento de

medição durante a montagem.

Nascia desta maneira os primeiros sistemas de produção de fôrma que, ao longo

das últimas décadas, foi-se adequando a outros e a novos equipamentos e acessórios

e, também às necessidades cada vez mais exigentes do mercado. Atualmente,

encontra-se em patamares bastante satisfatórios, tanto na qualidade e produtividade,

como também no custo. Em algumas empresas o nível de excelência alcançou índices

comparáveis aos melhores do mundo, considerando-se, evidentemente, as diferenças

de processos operacionais de cada país, onde ainda existem grandes diferenças tanto

nos partidos estruturais adotados, como também, na quantidade e na qualidade dos

equipamentos de transportes verticais e horizontais utilizados.

Page 20: Formas Para Concreto Armado

21

PILAR

Page 21: Formas Para Concreto Armado

22

Projeto

Existem algumas variações de projeto no mercado, porém sempre adotando o

mesmo conceito. Nesta dissertação, será detalhado o projeto de forma mais

encontrado no mercado.

No caso de um pilar retangular (figura 27), os painéis A e B são compostos por

chapas de madeira compensadas com dois sarrafos pregados nas laterais, que são

chamados de sarrafos de pressão. Estes sarrafos têm como objetivo sustentar os

painéis C e D. Os painéis C e D, também chamados de fundos de pilar, são

compostos por chapas de madeira compensadas e geralmente dois sarrafos. Estes

sarrafos têm como finalidade unir as chapas e facilitar a montagem das formas.

P3D

P3C

22 22

105

P3 (22x110)

219

7132

4221

9

261

P3A

122

1712

2

SP

27

CA

SP

7

4747

2053

4747

259

P3B

219

77132

122

219

15

40

122

SP

2047

4751

4747

SP

BD 22

94 1127

PAINÉIS

ACESSÓRIOS

3 peças c/ 205 cm1 peças c/ 245 cm

6 peças c/ 245 cm

Figura 27 – Detalhe de um projeto para fabricação dos painéis de pilares (Fonte:

Ilustração de Vera Lúcia Pereira de Lima)

Na montagem são colocados dois pontaletes 3 “x 3”, um de cada lado do painel.

Estes pontaletes deverão ser aprumados, ou seja, colocados perfeitamente na posição

vertical. Isto é conseguido com o auxílio de sarrafos de madeira ou aprumadores

tubulares (figura 28).

Estes pontaletes são “apontados”, ou seja, pregados de maneira provisória, no

painel A ou no painel B. Em seguida, são encaixados os painéis C e D. Com estes três

painéis montados, inicia-se a colocação das armaduras (figura 29). Finalizada esta

etapa, fecha-se a forma com o último painel e executa-se o travamento dos mesmos.

Page 22: Formas Para Concreto Armado

23

Aprumador Tubular

Pontalete 3" x 3"

Figura 28 – Detalhe da utilização de um aprumador tubular (Fonte: Ilustração do

Autor)

Sarrafo 1" x 3" (para aprumar os painéis)

Figura 29 – Detalhe da montagem dos painéis de um pilar (Fonte: Ilustração do Autor)

Os painéis são estruturados verticalmente com pontaletes e longarinas de

madeira, que são travados através de tensores e barras de ferro. Em muitos casos,

prefere-se utilizar apenas as longarinas no lugar dos pontaletes.

A longarina de travamento, também chamada de sanduíche de madeira, é

composta de dois sarrafos de 1 “x 4” pregados entre eles através de “bolachas”, que

são fabricadas com retalhos de chapas de madeira compensadas (figura 30).

VARIÀVEL

10

2.5 22.5

SARRAFO 1" X 4"

"BOLACHAS"

Figura 30 – Detalhe da longarina de travamento (Fonte: Ilustração do Autor)

Page 23: Formas Para Concreto Armado

24

O tensor (figura 31) é uma peça metálica utilizada para amarrar as formas. São

colocados em pares, um de cada lado da forma, unidos através de uma barra de ferro,

geralmente CA-25 com 6,3 mm de espessura. Seu objetivo é tracionar esta barra,

amarrando assim as formas (figura 32). Para tracionar a barra deve-se utilizar uma

ferramenta chamada esticador (figura 33). Assim que a barra estiver tracionada, ela

deverá ser travada com a cunha do tensor. Importante, deve-se sempre verificar com o

fabricante do tensor a sua capacidade de carga.

Figura 31 – Detalhe do Tensor (Fonte: sítio da internet da empresa Tensor)

TensorBarra de ferro

Figura 32 – Detalhe do travamento das formas utilizando tensores (Fonte: Ilustração

do Autor)

Figura 33 – Detalhe do esticador (Fonte: sítio da internet da empresa Tensor)

Page 24: Formas Para Concreto Armado

25

Vantagens e Desvantagens

Baseado na análise das características do sistema estudado, estão descritas

abaixo as principais vantagens e desvantagens em utilizá-lo.

Vantagens

• Como neste sistema as formas são compradas e não alugadas, os gastos com as

mesmas não serão alterados em virtude de atrasos no cronograma da obra. Sendo

assim, este sistema é recomendado para obras em que haja risco eminente de

atrasos no seu cronograma, como por exemplo, empreendimentos

autofinanciáveis.

• Pelo mesmo motivo apresentado, este sistema é recomendado para

empreendimentos em que a velocidade de execução da estrutura seja lenta, por

exemplo, a execução de dois ou menos pavimentos por mês.

• Pode ser fabricada na própria obra.

• Como esta forma é fabricada em madeira, matéria-prima fácil de encontrar, a

execução da estrutura não depende de empresas locadoras de equipamentos, que

geralmente estão localizadas nos grandes centros.

• Não necessita de equipamentos de transporte vertical, uma vez que os painéis e

os acessórios são extremamente leves.

• Desenvolvido para ser montado junto com as formas de vigas e lajes, servindo

estas como plataforma de concretagem dos pilares. Por esta razão, este sistema

não é indicado em empreendimentos onde são utilizados os chamados “pilares

solteiros”.

Desvantagens

Como a fabricação é artesanal, a qualidade da forma depende de vários fatores,

como por exemplo, mão-de-obra qualificada, matéria-utilizando “grades de madeira”

Page 25: Formas Para Concreto Armado

26

Histórico

Este tipo de forma é uma atualização das primeiras utilizadas. Como

antigamente, as formas eram fabricadas com tábuas de madeira, existia a

necessidade de estruturá-las. Hoje em dia, apesar de não mais utilizá-las, a

estruturação ainda é muito útil, mais por outros motivos, o principal deles é criar um

painel rígido com a finalidade de aumentar o número de reaproveitamentos (figura 34).

CBA

D

Barra de ancoragem

Porca de ancoragem

Longarina de madeira

Sarrafo de pressão

Pontalete 3" x 3"

Figura 34 – Forma de pilar utilizando “grades de madeira” (Fonte: Ilustração do Autor)

Page 26: Formas Para Concreto Armado

27

Projeto

Os painéis principais A e B são compostos por chapas de madeira compensadas

com pontaletes pregados verticalmente, a um espaçamento definido em projeto, e dois

sarrafos 1 “x 3” , um em cima e outro em baixo, pregados horizontalmente formando

uma grade. No outro lado do painel são pregados os sarrafos de pressão (figura 35).

Os painéis C e D, também chamados de fundos de pilar, são compostos por chapas

de madeira compensadas e geralmente dois sarrafos. Estes sarrafos têm como

finalidade unir as chapas e facilitar a montagem das formas.

FRENTE VERSO

Sarrafos 1" x 3" ouPontaletes 3" x 3" Sarrafo de Pressão

Sarrafos 1" x 3"

Figura 35 – Vista parte frontal e traseira dos painéis A ou B (Fonte: Ilustração do

Autor)

Os painéis A e B são estruturados horizontalmente com longarinas de

travamento e estas travadas através de conjuntos de ancoragem. As longarinas de

travamento, ou sanduíches de madeira, podem ser substituídas por sanduíches

metálicos (ver figura 43 – página 53).

Os conjuntos de ancoragem são compostos de barras roscadas e porcas de

ancoragem. O conjunto poderá ser composto por uma barra e duas porcas, uma em

cada extremidade, ou uma barra com uma chapa soldada em uma extremidade e uma

porca na outra (figura 36).

Figura 36 – Detalhe de conjuntos de ancoragem (Fonte: sítio da internet da empresa

Tensor)

Page 27: Formas Para Concreto Armado

28

Nos casos em que as barras de ancoragem passam no meio do concreto é

necessário o uso de tubos de PVC e estabilizadores plásticos (figura 37), conhecidas

nas obras como “chupetas” (figuras 38 e 39). O uso de tubos de PVC tem como

objetivo recuperar as barras de ancoragem, uma vez que elas ficam protegidas do

concreto pelos tubos.

Longarina de travamento

Porca de ancoragem

Estabilizadores plásticos

Tubo de PVC

Barra de ancoragem

Detalhe 1

Detalhe 1

Figura 37 – Detalhe do travamento de uma forma de pilar utilizando conjuntos de

ancoragem (Fonte: Ilustração do Autor)

Figura 38 – Detalhe do estabilizador plástico (“chupeta”) (Fonte: sítio da internet da

empresa Coplás)

Figura 39 – Vista do estabilizador plástico após a concretagem (Fonte: sítio da internet

da empresa Coplás)

Page 28: Formas Para Concreto Armado

29

Os estabilizadores plásticos também poderão ser reutilizados, para tanto

deverão ser retirados junto com a desforma dos painéis. No caso dos tubos de PVC,

seu reaproveitamento é praticamente impossível.

Para aprumar as formas, são utilizados sarrafos de madeira ou aprumadores

metálicos fixados na grade de madeira (figura 40).

Figura 40– Detalhe da fixação dos aprumadores tubulares (Fonte: Arquivo da empresa

Doka)

Vantagens e desvantagens

Baseado na análise das características do sistema estudado, estão descritas

abaixo as principais vantagens e desvantagens em utilizá-lo.

Vantagens

• Como neste sistema as formas são compradas e não alugadas, os gastos com as

formas não serão alterados em virtude de alterações no cronograma da obra.

Sendo assim, este sistema é recomendado para obras em que haja risco eminente

de atrasos no seu cronograma, como por exemplo, empreendimentos

autofinanciáveis.

• Pelo mesmo motivo apresentado, este sistema é recomendado para

empreendimentos em que a velocidade de execução da estrutura seja lenta, por

exemplo, a execução de dois ou menos pavimentos por mês.

• Pode ser fabricada na própria obra.

• Como esta forma é fabricada em madeira, matéria prima fácil de encontrar, a

execução da estrutura não dependa de empresas locadoras de equipamentos, que

geralmente estão localizadas nos grandes centros.

Page 29: Formas Para Concreto Armado

30

• Pode ser utilizado em pilares de grandes dimensões ou paredes por ser uma forma

rígida.

• Esta forma pode ser utilizada tanto como pilar solteiro, quando montada em

conjunto com as formas de vigas e lajes, porém, neste caso é necessário utilizar

uma folga na parte inferior da forma.

Desvantagens

• Como a fabricação é artesanal, a qualidade da forma depende de vários fatores,

como por exemplo, mão-de-obra qualificada, matéria-prima de boa qualidade,

equipamentos corretos e projetos feitos por profissional especializado.

• Produtividade baixa, o que eleva o número de operários necessários na obra.

• Pode ser transportado manualmente, porém, como os painéis não são leves, a

produtividade reduz.

• Se as formas forem fabricadas na própria obra há necessidade de espaço físico.

Page 30: Formas Para Concreto Armado

31

VIGA

Page 31: Formas Para Concreto Armado

32

Fôrmas de vigas

As fôrmas das vigas podem ser lançadas após a concretagem dos pilares ou no

conjunto de fôrmas pilares, vigas e lajes para serem concretadas ao mesmo tempo. O

usual é lançar as fôrmas de vigas a partir das cabeças dos pilares com apoios

intermediários em garfos ou escoras. Em geral os procedimentos para execução de

fôrmas de vigas são os seguintes:

a) depois de limpos os painéis das vigas, deve-se passar desmoldante com rolo ou

broxa (providenciar a limpeza logo aos a desmoldagem dos elementos de concreto,

armazenando os painéis de forma adequada para impedir empenamento);

b) lançar os painéis de fundo de vigas sobre a cabeça dos pilares ou sobre a borda

das fôrmas dos pilares, providenciando apoios intermediários com garfos

(espaçamento mínimo de 80 cm);

c) fixar os encontros dos painéis de fundo das vigas nos pilares cuidando pra que não

ocorram folgas (verificar prumo e nível);

d) nivelar os painéis de fundo com cunhas aplicadas nas bases dos garfos e fixando o

nível com sarrafos pregados nos garfos (repetir nos outros garfos até que todo o

conjunto fique nivelado);

e) lançar e fixar os painéis laterais;

n) conferir e liberar para colocação e montagem da armadura (ver próximo capítulo);

o) depois de colocada a armadura e todos os embutidos (prumadas, caixas etc.)

posicionar as galgas e espaçadores a fim de garantir as dimensões internas e o

recobrimento da armadura;

p) dependendo do tipo de viga (intermediária ou periférica) executar o travejamento da

fôrma por meio de escoras inclinadas, chapuzes, tirantes, tensores, encunhamentos

etc., de acordo com as dimensões dos painéis e da carga de lançamento a suportar;

f) conferir todo o conjunto e partes e liberar para concretagem, verificando

principalmente: alinhamento lateral, prumo, nível, imobilidade, travejamento,

estanqueidade, armaduras, espaçadores, esquadro e limpeza do fundo.

Page 32: Formas Para Concreto Armado

33

LAJE

Page 33: Formas Para Concreto Armado

34

Laje Convencional

Tipos de fôrmas

Em geral as fôrmas são classificadas de acordo com o material e pela maneira

com são utilizadas, levando em conta o tipo de obra. Veja na tabela as possibilidades

do uso das fôrmas.

Fôrmas de madeira

Muitas são as razões para as fôrmas de madeira ter seu uso mais difundido na

construção civil. Entre elas estão: a utilização de mão-de-obra de treinamento

relativamente fácil (carpinteiro); o uso de equipamentos e complementos pouco

complexos e relativamente baratos (serras manuais e mecânicas, furadeiras, martelos

etc.); boa resistência a impactos e ao manuseio (transporte e armazenagem); ser de

material reciclável e possível de ser reutilizado e por apresentar características físicas

e químicas condizentes com o uso (mínima variação dimensional devido à

temperatura, não-tóxica etc.).

As restrições ao uso de madeira como elemento de sustentação e de molde para

concreto armado se referem ao tipo de obra e condições de uso, como por exemplo:

pouca durabilidade; pouca resistência nas ligações e emendas; grandes deformações

quando submetida a variações bruscas de umidade; e ser inflamável.

Fôrmas de tábuas

As fôrmas podem ser feitas de tábuas de pinho (araucária - pinheiro do Paraná);

cedrinho (cedrilho); jatobá e pinus (não-recomendado). O pinho usado na construção é

chamado de pinho de terceira categoria ou 3ª construção ou IIIªC. Normalmente, as

tábuas são utilizadas nas fôrmas como painéis laterais e de fundo dos elementos a

Page 34: Formas Para Concreto Armado

35

concretar. Algumas madeireiras podem fornecer, ainda, pinho tipo IVª Rio com

qualidade suficiente para serem usadas como fôrmas na construção.

Chapas compensadas

Normalmente são usadas em substituição às tábuas nos painéis das fôrmas dos

elementos de concreto armado. São apropriadas para o concreto aparente,

apresentando um acabamento superior ao conseguido com painéis de tábuas. Nas

obras correntes são utilizadas chapas resinadas, por serem mais baratas e nas obras

onde se requer melhor acabamento, exige-se o uso de chapas plastificadas, que

embora de maior custo, obtém-se um maior número de reaproveitamento.

No caso da utilização de chapas é recomendável estudar o projeto de fôrmas a

fim de otimizar o corte de maneira a reduzir as perdas. As bordas cortadas devem ser

pintadas com tinta apropriada para evitar a infiltração de umidade e elementos

químicos do concreto entre as lâminas, principal fator de deterioração das chapas.

Page 35: Formas Para Concreto Armado

36

Solidarização e reforço de chapas compensadas

Quando for usar painéis de chapas de compensados para moldar paredes, vigas

altas, pilares de grandes dimensões e base para assoalhados (lajes) é conveniente

reforçar as chapas a fim de obter um melhor rendimento pelo aumento da inércia das

chapas. Para isso pode-se utilizar reforços de madeira (ripamento justaposto), peças

metálicas ou ainda, mistos de peças de madeira e metálicas.

Complementos

Os complementos e acessórios são utilizados para reforçar e sustentar

(solidarizar) os painéis de tábuas e de chapas compensadas e podem ser peças

únicas de madeira ou metálicas ou, ainda, conjuntos de peças de madeira e metal,

como por exemplo: guias, talas de emenda, cunhas, placas de apoio, chapuzes,

gravatas, escoras (mão-francesa), espaçadores, estais, tirantes etc. Nos casos das

peças de madeira, pode-se usar: sarrafos de ½"x2"; ripas de 1"x2", 1"x3"; caibros de

2"x3", 3"x4", 2"x4", 4"x5"; pontaletes de 2"x2", 3"x3", 4"x4" etc

Page 36: Formas Para Concreto Armado

37

Veja na figura 2 o esquema geral de um sistema de formas para uma edificação de porte médio

Fôrmas metálicas

São chapas metálicas de diversas espessuras dependendo das dimensões dos

elementos a concretar e dos esforços que deverão resistir. Os painéis metálicos são

indicados para a fabricação de elementos de concreto pré-moldados, com as fôrmas

permanecendo fixas durante as fases de armação, lançamento, adensamento e cura.

Em geral possuem vibradores acoplados nas próprias fôrmas. Nas obras os elementos

metálicos mais usados são as escoras e travamentos. Embora exijam maiores

investimentos, as vantagens do uso de fôrmas metálicas dizem respeito a sua

durabilidade.

Page 37: Formas Para Concreto Armado

38

Fôrmas mistas

Geralmente são compostas de painéis de madeira com travamentos e

escoramentos metálicos. As partes metálicas têm durabilidade quase que infinita (se

bem cuidadas) e as peças de madeira tem sua durabilidade restrita a uma obra em

particular ou com algum aproveitamento para outras obras.

Veja na figura o esquema geral de fôrmas mistas em uma construção de médio

porte

Execução das fôrmas

Para a execução de fôrmas na obra alguns cuidados devem ser levados em

conta previamente a elaboração das fôrmas, como por exemplo: o recebimento e

estocagem das peças brutas de madeira e dos compensados; a existência do projeto

estrutural completo com a indicação das prumadas e embutidos das instalações

prediais (água, esgoto, elétrica, telefone etc.) e do projeto de fôrmas; e,

preferencialmente, a existência de uma carpintaria (central de fôrmas) com todos os

equipamentos e bancadas necessários. Além disso, deve-se seguir as seguintes

condições:

a) Obedecer criteriosamente à planta de fôrmas do projeto estrutural;

b) Ser dimensionadas para resistir aos esforços:

Page 38: Formas Para Concreto Armado

39

Peso próprio das formas; Peso próprio das armaduras e do concreto; Peso próprio dos operários e equipamentos; Vibrações devido ao adensamento;

c) As fôrmas devem ser estanques, não permitindo a passagem de argamassa pelas frestas das tábuas;

d) Devem ser executadas de modo a possibilitar o maior número possível de reutilizações, proporcionando economia no material e mão-de-obra.

Fôrmas de lajes

Os procedimentos para lançamento das fôrmas das lajes dependem do tipo de

laje que vai ser executada e geralmente fazem parte do conjunto de atividades da

execução das fôrmas de vigas e pilares. A exceção de lajes premoldadas que são

lançadas a posteriori da concretagem das vigas é usual, nos demais casos, (pré-

fabricadas, moldadas in loco, celulares etc.) providenciar a execução dos moldes em

conjunto com as vigas, para serem solidarizadas na concretagem. Os procedimentos

usuais para lajes maciças são os seguintes:

a) lançar e fixar as longarinas apoiadas em sarrafos guias pregados nos garfos das

vigas;

b) providenciar o escoramento mínimo para as longarinas por meio de escoras de

madeira ou metálicas (1 a cada 2 metros);

c) lançar o assoalho (chapas compensadas ou tábuas de madeira) sobre as

longarinas;

d) conferir o nível dos painéis do assoalho fazendo os ajustes por meio cunhas nas

escoras ou ajustes nos telescópios;

e) fixar os elementos laterais a fim de reduzir e eliminar as folgas e pregar o assoalho

nas longarinas;

f) verificar a contra-flecha e se for o caso de laje-zero, nivelar usando um aparelho de

nível (laser) a fim de garantir a exatidão no nivelamento;

g) travar o conjunto todo;

h) limpar e passar desmoldante;

i) conferir nos projetos das instalações os pontos de passagens, prumadas, caixas,

embutidos etc.;

j) liberar para execução da armadura (ver capítulo seguinte);

k) conferir todo o conjunto e partes antes de liberar para concretagem, verificando

principalmente: nivelamento, contra-flecha, alinhamento lateral, imobilidade,

travejamento, estanqueidade, armaduras, espaçadores, esquadro e limpeza do fundo.

Page 39: Formas Para Concreto Armado

40

Escoramento de madeira

As escoras, também chamadas de pontaletes, são peças de madeira

beneficiadas que são colocadas na vertical para sustentar os painéis de lajes e de

vigas. Atualmente, são muito utilizadas escoras de eucalipto ou bragatinga (peças de

seção circular com diâmetro mínimo de 8 cm e comprimentos variando de 2,40 a 3,20

m). No caso de pontaletes de seção quadrada as dimensões mínimas são: de 2"x2"

para madeiras duras e 3"x3" para madeiras menos duras.

Os pontaletes ou varas devem ser inteiros, sendo possível fazer emendas segundo os

critérios estabelecidos na norma:

a) Cada pontalete poderá ter somente uma emenda; b) a emenda somente poderá ser feita no terço superior ou inferior do pontalete; c) número de pontaletes com emenda deverão ser inferior a 1/3 do total de pontaletes distribuídos.

As escoras deverão ficar apoiadas sobre calços de madeira assentados sobre

terra apiloada ou sobre contrapiso de concreto, ficando uma pequena folga entre a

escora e o calço para a introdução de cunhas de madeira.

Page 40: Formas Para Concreto Armado

41

Escoramento metálico

As escoras metálicas são pontaletes tubulares extensíveis com ajustes a cada

10 cm, com chapas soldadas na base para servir como calço. Podem ter no topo

também uma chapa soldada ou uma chapa em U para servir de apoio as peças de

madeira (travessão ou guia). Os mesmos cuidados dispensados ao escoramento de

madeira devem ser adotados para os pontaletes metálicos, tais como: usar placas de

apoio em terrenos sem contrapiso, as cargas devem ser centradas e os pontaletes

aprumados.

Page 41: Formas Para Concreto Armado

42

Prazos para desformas

A retirada das fôrmas e do escoramento somente poderá ser feita quando o

concreto estiver suficientemente endurecido para resistir aos esforços que nele

atuarem. Um plano prévio de desforma pode reduzir custos, prazos e melhorar a

qualidade. A desforma deve ser progressiva a fim de impedir o aparecimento de

fissuras e trincas. Também é indicada a utilização de pessoal capacitado para

executar a desforma. Sugere-se atribuir o encargo da desforma a, no mínimo, um

auxiliar de carpintaria (nunca deixar a cargo de serventes), sob a supervisão de um

carpinteiro experiente ou um oficial pedreiro. Evitar utilizar ferramentas que danifiquem

as formas ou mesmo a superfície do concreto (nunca usar pés-de-cabra ou

pontaletes). Na tabela a seguir, estão especificados os prazos de desforma definidos

pela norma, tanto para concretos com cimento portland comum e cura úmida como

para concretos aditivados (com cimento de alta resistência inicial):

Page 42: Formas Para Concreto Armado

43

Laje Nervurada

As lajes nervuradas são moldadas in loco. A conformação das nervuras é obtida

com a utilização de elementos inertes, que podem ser blocos cerâmicos, blocos de

concreto celular e poliestireno expandido (EPS), ou por meio de fôrmas. Algumas

empresas oferecem sistemas de fôrmas prontas para esta conformação, fabricadas

com materiais à base de polímeros. As nervuras obtidas com a conformação são

armadas e o concreto é disposto convencionalmente. Com a utilização de sistemas de

protensão não aderentes (monocordoalhas engraxadas), pode-se também protender a

armação das nervuras, possibilitando vencer maiores vãos.

Moldes plásticos

A utilização deste sistema está totalmente condicionada ao projeto estrutural, ou

seja, só é possível à sua utilização, se a decisão de utilizá-lo for feita antes de projetar

a estrutura, uma vez que, os moldes plásticos criam na estrutura nervuras que alteram

o seu modo de trabalhar.

Neste sistema, moldes plásticos fabricados em polipropileno são colocados lado

a lado, e são apoiados diretamente sobre o escoramento, ou seja, sem a necessidade

de utilização das chapas de madeira compensadas.

Forma de lajes utilizando moldes plásticos Detalhe do molde plástico

Características Confeccionada pelo processo de injeção, em polipropileno

copolímero virgem, protegido contra raios UV (Ultra Violeta) da luz solar.

Rigidez e estabilidade dimensional graças às nervuras paralelas em seu interior

e treliçadas nas bordas.

Excelente resistência a flexão, impacto e tração, necessária para suportar o peso

do concreto e sobrecargas.

Seu formato tronco-piramidal confere extrema facilidade para empilhamento e

desfôrma.

Agilidade no manuseio , pois cada peça pesa apenas 3,3kg.

Page 43: Formas Para Concreto Armado

44

Praticidade no transporte: um caminhão com capacidade de 37m³ carrega 640

peças.

Facilidade na estocagem: 500 peças empilhadas com altura de 15 unidades,

ocupam uma área de 13m².

Cimbramento

Pode-se utilizar qualquer tipo de escoramento (“formapronta”, vigas metálicas

ou vigas de madeira industrializadas), para tanto, é necessário que as vigas

secundárias estejam posicionadas nas emendas dos moldes. Atualmente, algumas

empresas locadoras de escoramento têm a disposição sistemas híbridos,

complementados com alguns acessórios, com a finalidade de facilitar a montagem. Os

moldes plásticos podem ser adquiridos ou locados pelo construtor.

Detalhe da utilização de um sistema híbrido

Sistema Híbrido (destacado na figura acima): o escoramento de lajes é feito por

meio de perfís metálicos e cabeças para reescoramento especialmente adaptados

para a utilização conjunta com os moldes padronizados em polipropileno. Aliado á

utilização conjunta com sistemas de escoramento ( que são constituídos basicamente

por vigas de madeira, barrotes, escoras metálicas, forcados, tripés e torres de carga.

Para o reescoramento não necessita de recolocação de apoios pois as escoras e

cabeças de reescoramento já são posicionadas para este fim.

Page 44: Formas Para Concreto Armado

45

Projeto

Deve conter os seguites projetos: projeto de escoramento de lajes,

posicionamento dos perfis, reescoramento (cabeças de reescoramento).

Escoramento + reescoramento

Apenas reescoramento – após desforma

3.60

ESCORA ECO 390 BR

CABEÇA DOKATEX VIGA DOKAH207,5CM PERFIL DOKATEX

CORTE A−A

0.00

3.60

CABEÇA DOKATEX

7,5CM

CORTE A−A

0.00

ESCORA ECO 390 BR

Page 45: Formas Para Concreto Armado

46

Execução

Primeiramente são colocados os tripés, escoras, e/ou torres, e apoiadas sobre

estes são colocadas as vigas de madeira principais, acima o barroteamento, depois

são distribuídos os perfis e as cubetas; posteriormente a armação e finalmente a

concretagem e o adensamento.

Observações :

1-É aconselhável a pulverização das fôrmas com material desmoldante para obter uma desfôrma mais fácil e um melhor acabamento.

2-O diâmetro do vibrador utilizado para adensar o concreto não deve exceder 40 mm.

3-O material que compõe a fôrma está sujeito a contrações e dilatações térmicas cujas as deformações são admissíveis até ordem de 1%.

4-Aberturas feitas na nervura devem ser dispostas à meia altura da laje, com diâmetro inferior a H/3.

5-As aberturas na mesa da laje, se menores que 200cm², podem ser feitas em qualquer lugar, já as maiores não podem exceder a área de um fôrma e seu posicionamento exige considerações no cálculo estrutural.

Detalhes de execuçã o:

Colocando a armação das vigas, faixas e cantos

Page 46: Formas Para Concreto Armado

47

Detalhe dos perfis

Utilizando torre

Page 47: Formas Para Concreto Armado

48

Vantagens e Desvantagens

VANTAGENS

� Construção mais racional de lajes nervuradas.

� Dispensa o uso de compensados e inertes.

� Simplifica a armadura.

� Otimiza vãos com maior envergadura.

� Comercializada à base de locação.

� Redução da despesa final da obra.

� Nervuras com larguras tecnicamente dimensionadas para alojar ferros.

� Estrutura segura, sem perigo de corrosão precoce.

� Fácil desforma manual, sem ar comprimido.

� Disponibilizamos também Meias Fôrmas.

� Ótima acústica (escolas e faculdades)

� Ótimos resultados no concreto aparente pois têm um reforço interno que

estrutura a Fôrma e evita as imperfeições que poderiam ser geradas.

� possuem várias dimensões e alturas atendendo a todos os tipos de projetos,

garantindo deformações mínimas na concretagem.

� o sistema não utiliza compensado para sua fixação, os travamentos metálicos

fazem importante papel, além de ajustar sua modulação, as escoras do reescoramento

são fixas permanecendo após a desforma, dando mais segurança e agilizando o

andamento da obra.

� Custo, já que o consumo de concreto e de armação é baixo. O sistema propicia

ainda a redução da quantidade de fôrmas convencionais. Isto acontece porque, por

meio da utilização dos elementos inertes, ou de fôrmas industrializadas, basta

executar um tablado em nível ou sob as nervuras, com escoramento bastante simples.

Page 48: Formas Para Concreto Armado

49

DESVANTAGENS

� Desvantagens - Dadas as pequenas espessuras das nervuras e eventualmente

alta densidade de armação, podem surgir problemas de concretagem. Há ainda uma

questão importante a respeito das lajes nervuradas. É necessário o uso de forro, pois

do contrário não há como passar instalações elétricas, hidráulicas e de ar-

condicionado; por causa disso, e pela própria espessura do composto laje, a

nervurada faz subir o gabarito da edificação. A solução laje nervurada mais o forro

aumenta a medida entre pisos dos pavimentos de 2,70 m (aproximadamente para laje

convencional) para 3,30 m, com perda de 60 cm. No cômputo total, quando há

limitação da legislação urbana para gabaritos das edificações, pode ocorrer a perda de

um pavimento em função dessa diferença.

Laje Pronta

Page 49: Formas Para Concreto Armado

50

Lajes pré-fabricadas

Podem ser divididas em dois grandes blocos: as que vencem pequenos vãos

(usadas em residências e pequenas obras) e as produzidas para edificações de

grande porte com vãos maiores. As primeiras utilizam elementos pré-fabricados

(vigotas, nervuras treliçadas pré-fabricadas), mas têm parte da execução moldada in

loco. Poderiam ser classificadas como lajes mistas.

Lajes para pequenos vãos

Lajes nervuradas

Composta de vigas ou vigotas pré-fabricadas de concreto armado, intercaladas

com blocos de concreto ou de cerâmica. As vigotas possuem formato de um "T"

invertido. Depois da montagem, é lançada uma camada de concreto, a capa de

solidarização, que faz com que a laje transforme-se num conjunto único.

Laje nervurada (foto: prof. Vitor Faustino Pereira)

Nervurada protendida

As lajes nervuradas podem ser executadas com vigas ou vigotas protendidas de

fábrica, quando é necessário resistir a vãos maiores.

Laje protendida (foto: Tatu)

Page 50: Formas Para Concreto Armado

51

Nervurada treliçada

As lajes treliçadas pré-moldadas têm como vantagem a redução da quantidade

de fôrmas. Hoje, utiliza-se o sistema treliçado com nervuras pré-moldadas, executadas

com armaduras treliçadas.

• Vantagens - O mercado oferece uma série de alternativas para execução de

lajes pré-moldadas com nervuras. Os elementos pré-moldados empregados na

laje nervurada apresentam boa capacidade portante no momento da moldagem

do restante da laje, reduzindo assim a quantidade de fôrmas e escoramentos

em relação ao sistema convencional. Quando as lajes treliçadas são

executadas de forma nervurada, apresentam redução do volume de concreto e

armaduras.

• Desvantagens - A execução da laje nervurada deve ser cuidadosa, pois pode

apresentar trincas depois de pronta em razão da falta de aderência da capa de

concreto. Quando executada sem os elementos pré-fabricados, a laje treliçada

tem como desvantagem a baixa produtividade e a utilização intensiva de mão-

de-obra. O trabalho de armação é demorado e há dificuldade de concretagem.

Lajes para edificações de grande porte

Já as lajes pré-fabricadas de concreto de grande porte podem servir de pré-lajes

(leia box) ou de lajes acabadas. As lajes pré-fabricadas são empregadas em

edificações em que pilares e vigas são moldados in loco, recebendo depois capa de

solidarização de concreto armado com tela soldada, que varia de 5 cm a 10 cm. Em

outro tipo de aplicação, tais como plantas industriais, grandes supermercados,

mezaninos de áreas comerciais etc., são utilizadas como laje acabada, junto com

vigas, pilares e até fechamentospré-moldados.

Lajes alveolares do hipermercado Candia,

em Piracicaba-SP (foto: divulgação)

Page 51: Formas Para Concreto Armado

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• Vantagens - As peças chegam prontas na obra e são içadas até os

pavimentos. Esse processo de montagem industrial aumenta a rapidez de

execução da obra, libera espaço no canteiro, pois dispensa estocagem de

material, elimina desperdícios e oferece boa produtividade. As lajes pré-

fabricadas contam com controle de qualidade no processo industrial. Durante a

produção, são controladas a umidade, cura, temperatura, adições ou tensão

das cordoalhas, o que resulta em peças sem deformações e com textura e

coloração uniformes. Atualmente, as lajes pré-fabricadas mais usadas são

alveolares (mais leves) e já vêm protendidas de fábrica.

Desvantagens - A modulação das peças pré-fabricadas ainda não foi adotada

pelo mercado como um todo. Por isso, é importante o construtor administrar os

elementos a serem utilizados em cada tipo de obra. A estrutura pré-fabricada também

tem movimentação diferente da tradicional entre os seus vários componentes. Se os

elementos não forem utilizados de modo compatível, podem gerar patologias

inesperadas. Os custos iniciais dos pré-fabricados também são mais altos, e a escolha

depende das necessidades específicas de cada obra ou da conjuntura econômica.

Page 52: Formas Para Concreto Armado

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MESA VOADORA

Page 53: Formas Para Concreto Armado

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Histórico

Este sistema, com certeza apresenta o maior índice de produtividade. Contudo,

sua utilização exige alguns requisitos importantes, como por exemplo, a existência de

equipamentos para transporte na obra e uma estrutura com várias repetições.

Corte típico de uma forma e escoramento utilizando “mesas voadoras”

Projeto

O sistema consiste em montar uma mesa completa uma única vez, ou seja, após

a primeira utilização na concretagem de um pavimento ou trecho de estrutura, deverá

ser movimentada para outro pavimento ou trecho, sem que seja desmontada.

Esta mesa poderá ser feita utilizando torres de encaixe, escoras metálicas com

alguns acessórios ou treliças.

Cada um destes tipos de “mesas voadoras” possui vantagens e desvantagens,

por exemplo, as mesas feitas com treliças são aconselháveis para grandes áreas, uma

vez que, podem ser montadas mesas de grandes dimensões, contudo, possuem

limitações para movimentação e altura. Já as mesas feitas com torres de encaixe não

possuem limitações na altura, porém, necessitam que a estrutura possua as bordas

livres ou com vigas de pequenas dimensões para sua retirada. As mesas feitas com

escoras, por sua vez, são ideais para estruturas recortadas, onde pequenas mesas

são fáceis de movimentar, todavia possuem limitações quanto à altura.

Porém, em qualquer tipo de mesa escolhida, há necessidade de estudar a

melhor posição para retirá-las. As mais usuais são: a borda da laje, o meio da laje, que

deverá ser fechado posteriormente ou uma plataforma.

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Posições mais usuais para retirar as “mesas voadoras”

A seguir serão apresentadas as principais características destes três modos de

montar uma “mesa voadora”.

Elas podem ser feitas utilizando torres de encaixes , contudo, estas torres

deverão ter todos os seus componentes travados, a fim de, evitar quedas na sua

movimentação.

Mesa Voadora feita com torres de encaixes (Fonte: Arquivo empresa Doka)

Para movimentar as mesas feitas com torres de encaixe, deverão ser utilizados

macacos mecânicos. Estes macacos são encaixados nos tubos verticais da torre.

Após o recolhimento dos tubos telescópicos ou dos tubos roscados, pode-se

movimentá-las até o local onde serão retiradas com o auxílio da grua.

Detalhe da movimentação de uma “mesa voadora” feita com torres de encaixe

Page 55: Formas Para Concreto Armado

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Nas mesas feitas com escoras existe um suporte que une e trava a escora nas

vigas que formam o assoalho. Este suporte pode ser fixo (simples ou duplo) ou

flexível. O flexível permite que as escoras girem para facilitar a saída das mesas em

trechos onde existam obstáculos, como vigas invertidas, por exemplo.

Para movimentar estas mesas é necessário o uso de um carrinho mecânico, que

as leva até o local onde ela serão retiradas, com o auxílio de um garfo metálico preso

a grua.

“Mesa voadora” feita com escoras

Detalhe de uma mesa feita com escoras que utiliza suportes

flexíveis

Detalhe do carrinho para movimentação das mesas

Page 56: Formas Para Concreto Armado

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Detalhe do garfo metálico para movimentação das mesas.

Diferentemente das duas opções já apresentadas, a treliça com que é feita a

mesa, é um equipamento exclusivo para este fim, ou seja, só serve para montar

“mesas voadoras”.

Figura 159 – “Mesa voadora” feita com treliça (Fonte: Catálogos das empresas Mills e

Symons)

Após a concretagem da laje, através de dispositivos integrados a treliça, as

mesas são desformadas e movimentadas até o lugar onde serão retiradas com o

auxílio de uma grua (figura 160).

Figura 160 – Seqüência para movimentação das “mesas voadoras” feitas com treliças

(Fonte: Catálogo da empresas Mills)

Page 57: Formas Para Concreto Armado

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Vantagens e desvantagens

Baseado na análise das características do sistema estudado, estão descritas

abaixo as principais vantagens e desvantagens em utilizá-lo.

Vantagens

• Alta produtividade.

• Ideal para empreendimento onde existam vários trechos com estruturas

idênticas, como por exemplo, pavimentos tipo ou grandes trechos de lajes.

Para tanto, deverão ser o mais simples possível, ou seja, não apresentar

excesso de vigas, por exemplo.

• Indicado especialmente para estruturas protendidas. Pois, nestes casos, as

escoras de reescoramento podem ser colocadas após a retirada total das

mesas. Desta forma, elas não prejudicam a movimentação das mesas.

• Toda a regulagem do escoramento é feita através de dispositivos de

regulagem, o que garante uma regulagem milimétrica.

Desvantagens

• No caso das estruturas não serem protendidas, estudar a movimentação das

mesmas para não interferir nas escoras de reescoramento.

• Elevada utilização de equipamentos de transporte. O ideal é a obra possuir

uma grua especialmente para a movimentação das mesas.

• Necessita de pessoal qualificado para utilizar as formas.

• Deve-se verificar se na localidade onde a obra for executada, se existem

empresas que locam estes acessórios, caso contrário, a utilização deste

sistema deve ser descartada.

• Se os equipamentos forem locados de uma empresa deve-se ficar atento aos

custos de indenizações, ou seja, o valor pago a estas empresas, na devolução

dos equipamentos, como forma de ressarcir eventuais perdas ou danos

causados nos equipamentos. Neste caso, deverá ser solicitado à empresa

locadora, um treinamento para limpeza e manutenção dos painéis. Uma vez

que, o alto custo de manutenção ou reposição destes painéis pode

comprometer o orçamento da obra.

Page 58: Formas Para Concreto Armado

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PATOLOGIA

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Trabalho de Formas e Escoramentos

• Precauções principais:

Fissuração das peças de concreto. Elas têm como causa a deformação

acentuada da peça , com perda de resistência .

Deformação das fôrmas , por mau posicionamento , por falta de fixação

adequada, por juntas mal vedadas, fendas, ou por absorção da água do

concreto.Levam a movimentação das fôrmas e resultam em fissuras no concreto.

• Inadequação de fôrmas e escoramentos:

Falhas mais comuns :

Falta de limpeza e de aplicação de desmoldantes nas fôrmas antes da

concretagem, ao que leva a dirtorções e “embarrigamentos” nos elementos estruturais(

resultando a enchimentos maiores com conseqüente aumento do peso da estrutura.

Insuficiência da estanqueidade das fôrmas, o que torna o concreto mais poroso,

por causa da fuga da nata de cimento, através das juntas e fendas próprias da

madeira , com conseqüente desorganização dos agregados.

• Remoção incorreta dos escoramentos , o que provoca trincas nas peças.

Observações :

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1-É aconselhável a pulverização das fôrmas com material desmoldante para

obter uma desfôrma mais fácil e um melhor acabamento.

2-O diâmetro do vibrador utilizado para adensar o concreto não deve exceder 40

mm.

3-O material que compõe a fôrma está sujeito a contrações e dilatações térmicas

cujas as deformações são admissíveis até ordem de 1%.

4-Aberturas feitas na nervura devem ser dispostas à meia altura da laje, com

diâmetro inferior a H/3. (ver desenho abaixo)

5-As aberturas na mesa da laje, se menores que 200cm², podem ser feitas em

qualquer lugar, já as maiores não podem exceder a área de um fôrma e seu

posicionamento exige considerações no cálculo estrutural.