6
O ser humano, em diferentes épocas e zonas geográficas, tem utilizado diversas substâncias com o propósito de modificar a for- ma natural do cabelo ou de manter o penteado, que podem variar em função da cultura e do período histórico. Nos últimos anos, a tendência da moda tem favorecido o estilo suave, com aparência natural, o que levou ao aumento da demanda por produtos que conferem maleabilidade, volume e facilidade para desembaraçar os fios dos cabelos. 1 Grande variedade de estilos pode ser obtida sem que a estrutura interna dos fios de cabelo seja alterada. 2 Os fixadores/estilizantes e os laquês capilares cumprem as finalidades de permitir o controle e a maleabilidade, proporcionar brilho e manter a forma do cabelo, preservando seu movimento durante as atividades diárias e sob diferentes condições ambientais (vento, umidade, frio, calor etc.). A escolha de um fixador/estilizante, em geral, está relacionada à capacidade de fixação que o produto proporciona. Entretanto, pesquisas e estudos de mercado demonstraram que a maioria dos usuários considera que a suavidade ao toque promovida pelo produto é tão importante quanto sua capacidade de fixação. 3 Além disso, uma característica imprescindível é que o produto seja facil- mente removido durante a lavagem com um shampoo tradicional. 2 Existem diversos tipos de fixadores/estilizantes, como: bri- lhantinas (formulações oleosas), emulsões, preparações formu- ladas com polímeros (produtos não oleosos) e laquês capilares. 4 Esses produtos podem ser usados no cabelo úmido ou seco e nestes estágios na rotina de cuidados do cabelo: quando se inicia o penteado, ao modificar a disposição dos fios e na finalização, como forma de fixá-lo. 5 Brilhantinas Os fixadores/estilizantes do tipo brilhantina, que se caracte- rizam pelo alto teor de componentes graxos, foram os primeiros produtos usados para essa finalidade na história. Existem evidên- cias, nas tumbas egípcias, da presença de óleos perfumados que seriam aplicados nos cabelos. Além disso, sabe-se que produtos semelhantes a esses também foram utilizados pelos romanos. A formulação tradicional desses produtos inclui substâncias que conferem brilho, como: óleos vegetal e mineral, ésteres graxos, glicerídeos, lanolina e seus derivados, e álcoois graxos; compostos formadores de película; lubrificantes (parafina, cera microcristalina, glicerídeos, lanolina e seus derivados); condi- cionadores (amidas de ácidos graxos, compostos catiônicos e derivados de proteína); e perfume. 1 Os óleos (vegetais e minerais) e as gorduras ajudam na ma- nutenção do penteado, porém, quando são aplicados no cabelo seco, espalham-se de maneira não homogênea e, assim, não o plastificam. Por essa razão, muitos usuários de brilhantinas pre- ferem umedecer os fios antes da aplicação do produto oleoso, o que ocasiona a formação de emulsões in loco. Desse modo, a água atua facilitando o penteado e a forma obtida se mantém, mesmo após a evaporação da água devido à presença do componente graxo. 6 Porém, em razão do aspecto “gorduroso” que o produto deixa no cabelo e da disponibilidade de novas técnicas, matérias- -primas e formas cosméticas, ocorreu redução da frequência de uso desse tipo de fixador/estilizante. 1 Tipos de apresentação As brilhantinas são formuladas nas formas líquida (solução oleosa e alcoólica), semissólida (pomada) e bifásica. O aumento da viscosidade proporciona maior fixação do produto no cabelo, porém dificulta a uniformidade no espalhamento. 7 - Solução oleosa: as primeiras formulações eram compostas apenas de misturas de óleos vegetais. Posteriormente, foram incorporados outros compostos nas formulações, como: lanolina e seus derivados, que apresentam solubilidade em óleo mine- ral; ésteres graxos, que modificam a consistência e reduzem a aparência gordurosa; outras substâncias emolientes ou agentes fixadores, que podem ser incluídos se não apresentarem proble- mas de incompatibilidade; e outros derivados do petróleo, que diminuem a viscosidade do óleo mineral. 2 - Solução alcoólica: em geral, as brilhantinas não contêm álcool, mas é possível incorporá-lo a formulações que incluam óleo de rícino ou de amêndoas, com a finalidade de promover sensação de frescor no momento da aplicação. 6 Normalmente, as brilhantinas alcoólicas apresentam 80% (p/p) de álcool e 20% (p/p) de material graxo. 8 - Semissólida (pomada): as brilhantinas semissólidas ou pomadas são constituídas, basicamente, por óleos vegetais ou minerais (80% p/p da composição total) e agentes de consistência (em torno de 10% p/p), podendo ser empregadas, conjuntamente com a “piastra” (chapinha), como meio de alisar o cabelo. Porém, o efeito de “alisamento” ocorre por causa da quebra e do rearranjo das pontes de hidrogênio, que retornam à configuração original na presença de água (umidade). Com a finalidade de minimizar esse inconveniente, compostos repelentes são incorporados às formulações, como estearato de alumínio e derivados de silicone. 1 - Bifásica: os produtos que se apresentavam nessa forma foram pouco utilizados. Combinavam duas fases imiscíveis: uma alcoólica e outra oleosa. A mistura deveria ser agitada antes da aplicação, para que se formasse uma dispersão temporária, e ser rapidamente aplicada nos cabelos. Apresentava o visual interessante das duas fases. 1 Formulações de Fixadores/ Estilizantes Capilares MV Robles Velasco, A Rolim Baby, SN Niimi Inoue, D Aktagawa, M Ferrera Dario Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo SP, Brasil

Formulações de Fixadores/ Estilizantes Capilares · meros naturais, como gomas (arábica, adraganto, caraia), que possuem poder aderente e têm efeito coesivo nos fi os de cabelo

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38/Cosmetics & Toiletries (Brasil) www.cosmeticsonline.com.br Vol. 26, set-out 2014

O ser humano, em diferentes épocas e zonas geográfi cas, tem

utilizado diversas substâncias com o propósito de modifi car a for-

ma natural do cabelo ou de manter o penteado, que podem variar

em função da cultura e do período histórico. Nos últimos anos, a

tendência da moda tem favorecido o estilo suave, com aparência

natural, o que levou ao aumento da demanda por produtos que

conferem maleabilidade, volume e facilidade para desembaraçar

os fi os dos cabelos.1

Grande variedade de estilos pode ser obtida sem que a estrutura

interna dos fi os de cabelo seja alterada.2 Os fi xadores/estilizantes e

os laquês capilares cumprem as fi nalidades de permitir o controle

e a maleabilidade, proporcionar brilho e manter a forma do cabelo,

preservando seu movimento durante as atividades diárias e sob

diferentes condições ambientais (vento, umidade, frio, calor etc.).

A escolha de um fi xador/estilizante, em geral, está relacionada à

capacidade de fi xação que o produto proporciona. Entretanto,

pesquisas e estudos de mercado demonstraram que a maioria

dos usuários considera que a suavidade ao toque promovida pelo

produto é tão importante quanto sua capacidade de fi xação.3 Além

disso, uma característica imprescindível é que o produto seja facil-

mente removido durante a lavagem com um shampoo tradicional.2

Existem diversos tipos de fi xadores/estilizantes, como: bri-

lhantinas (formulações oleosas), emulsões, preparações formu-

ladas com polímeros (produtos não oleosos) e laquês capilares.4

Esses produtos podem ser usados no cabelo úmido ou seco e

nestes estágios na rotina de cuidados do cabelo: quando se inicia

o penteado, ao modifi car a disposição dos fi os e na fi nalização,

como forma de fi xá-lo.5

Brilhantinas

Os fi xadores/estilizantes do tipo brilhantina, que se caracte-

rizam pelo alto teor de componentes graxos, foram os primeiros

produtos usados para essa fi nalidade na história. Existem evidên-

cias, nas tumbas egípcias, da presença de óleos perfumados que

seriam aplicados nos cabelos. Além disso, sabe-se que produtos

semelhantes a esses também foram utilizados pelos romanos.

A formulação tradicional desses produtos inclui substâncias

que conferem brilho, como: óleos vegetal e mineral, ésteres

graxos, glicerídeos, lanolina e seus derivados, e álcoois graxos;

compostos formadores de película; lubrifi cantes (parafi na, cera

microcristalina, glicerídeos, lanolina e seus derivados); condi-

cionadores (amidas de ácidos graxos, compostos catiônicos e

derivados de proteína); e perfume.1

Os óleos (vegetais e minerais) e as gorduras ajudam na ma-

nutenção do penteado, porém, quando são aplicados no cabelo

seco, espalham-se de maneira não homogênea e, assim, não o

plastifi cam. Por essa razão, muitos usuários de brilhantinas pre-

ferem umedecer os fi os antes da aplicação do produto oleoso, o

que ocasiona a formação de emulsões in loco. Desse modo, a água

atua facilitando o penteado e a forma obtida se mantém, mesmo

após a evaporação da água devido à presença do componente

graxo.6 Porém, em razão do aspecto “gorduroso” que o produto

deixa no cabelo e da disponibilidade de novas técnicas, matérias-

-primas e formas cosméticas, ocorreu redução da frequência de

uso desse tipo de fi xador/estilizante.1

Tipos de apresentaçãoAs brilhantinas são formuladas nas formas líquida (solução

oleosa e alcoólica), semissólida (pomada) e bifásica. O aumento

da viscosidade proporciona maior fi xação do produto no cabelo,

porém difi culta a uniformidade no espalhamento.7

- Solução oleosa: as primeiras formulações eram compostas

apenas de misturas de óleos vegetais. Posteriormente, foram

incorporados outros compostos nas formulações, como: lanolina

e seus derivados, que apresentam solubilidade em óleo mine-

ral; ésteres graxos, que modifi cam a consistência e reduzem a

aparência gordurosa; outras substâncias emolientes ou agentes

fi xadores, que podem ser incluídos se não apresentarem proble-

mas de incompatibilidade; e outros derivados do petróleo, que

diminuem a viscosidade do óleo mineral.2

- Solução alcoólica: em geral, as brilhantinas não contêm

álcool, mas é possível incorporá-lo a formulações que incluam

óleo de rícino ou de amêndoas, com a fi nalidade de promover

sensação de frescor no momento da aplicação.6 Normalmente,

as brilhantinas alcoólicas apresentam 80% (p/p) de álcool e 20%

(p/p) de material graxo.8

- Semissólida (pomada): as brilhantinas semissólidas ou

pomadas são constituídas, basicamente, por óleos vegetais ou

minerais (80% p/p da composição total) e agentes de consistência

(em torno de 10% p/p), podendo ser empregadas, conjuntamente

com a “piastra” (chapinha), como meio de alisar o cabelo. Porém,

o efeito de “alisamento” ocorre por causa da quebra e do rearranjo

das pontes de hidrogênio, que retornam à confi guração original

na presença de água (umidade). Com a fi nalidade de minimizar

esse inconveniente, compostos repelentes são incorporados às

formulações, como estearato de alumínio e derivados de silicone.1

- Bifásica: os produtos que se apresentavam nessa forma

foram pouco utilizados. Combinavam duas fases imiscíveis:

uma alcoólica e outra oleosa. A mistura deveria ser agitada antes

da aplicação, para que se formasse uma dispersão temporária,

e ser rapidamente aplicada nos cabelos. Apresentava o visual

interessante das duas fases.1

Formulações de Fixadores/Estilizantes Capilares

FUNDAMENTOS DE COSMETOLOGIA

MV Robles Velasco, A Rolim Baby, SN Niimi Inoue, D Aktagawa, M Ferrera DarioFaculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo SP, Brasil

www.cosmeticsonline.com.br Cosmetics & Toiletries (Brasil)/39 Vol. 26, set-out 2014

40/Cosmetics & Toiletries (Brasil) www.cosmeticsonline.com.br Vol. 26, set-out 2014

Emulsão

As emulsões apresentam características mais agradáveis

que as brilhantinas porque minimizam a sensação “gordurosa”

e permitem que se forme uma película uniforme de componentes

graxos sobre cada fi o de cabelo.6

As emulsões do tipo água em óleo (A/O) oferecem maior

poder de fi xação e são aplicadas de forma mais homogênea no ca-

belo do que as do tipo óleo em água (O/A). Porém, apresentam o

inconveniente de a pouca água presente na preparação evaporar.8

As formulações devem ser estáveis em relação às mudanças

de temperatura e ao seu manuseio durante o transporte, mas é

conveniente que se espalhem nos fi os com facilidade ao serem

friccionadas nas mãos, para não deixar uma película branca em

ambos. Essas propriedades são obtidas incorporando-se à for-

mulação um tensoativo não iônico que produza uma interface

entre o óleo e a água das emulsões. Para obter maior estabilidade,

pode-se agregar álcoois graxos de lanolina ou colesterol.1

No entanto, as emulsões óleo em água (O/A) produzem

sensação menos untuosa que as do tipo água em óleo (A/O) e

não conferem tanto brilho e oleosidade ao cabelo quanto estas.9

Poliméricos

Os primeiros produtos não oleosos usados como fi xadores/

estilizantes foram os géis aquosos ou hidroalcoólicos de polí-

meros naturais, como gomas (arábica, adraganto, caraia), que

possuem poder aderente e têm efeito coesivo nos fi os de cabelo.

Essas formulações, denominadas “gominas” apresentavam

muitos inconvenientes, como a formação de películas higros-

cópicas que, em atmosfera úmida, se agregavam e deixavam

o cabelo com aparência dura e opaca. Além disso, durante a

escovação, as partículas de goma se desprendiam em forma de

escamas, acumulando-se no couro cabeludo, assemelhando-se à

caspa. Posteriormente, os polímeros acrílicos (carboxivinílicos)

substituíram as gomas.1,10

A polivinilpirrolidona (PVP) foi a primeira substância po-

limérica utilizada para esse fi m, porém está praticamente em

desuso por ser muito higroscópica. Depois, foram sintetizados

polímeros menos sensíveis à umidade. Os mais utilizados

atualmente são: copolímeros de vinil pirrolidona e acetato de

vinila (PVP/VA); polímeros aniônicos (derivados do ácido car-

boxílico), como os copolímeros de acetato de vinila e de ácido

crotônico, os copolímeros de éter metilvinílico e de semiéste-

res maleicos e as resinas poliacrílicas; polímeros anfóteros; e

dimetil-hidantoína-formaldeído (resina DMHF).11 Além desses

polímeros, nos últimos anos, muitos polímeros destinados à

aplicação em formulações fi xadoras foram patenteados como

polietilenoglicol metacrilato [INCI: Poly(ethylene glycol)

(meth)acrylate] – PEGMA12 – e biopolímeros de fontes naturais

renováveis.13

Os fi xadores/estilizantes poliméricos permitem manter a

mudança da forma do cabelo durante longo período de tempo,14

pois formam envoltórios invisíveis ao redor do fi o de cabelo, o

que proporciona adesão à fi bra capilar e manutenção do efeito,

permitindo que o penteado dure por mais tempo.2 Esses produtos

devem ser compatíveis com a umidade do cabelo no momento

da aplicação, e, depois que ele estiver seco, deve ser resistente

à umidade externa de forma que a película formada permaneça

fl exível e não se rompa liberando fragmentos.10,11

Os fi xadores/estilizantes à base de polímeros devem ter di-

versas características, muitas vezes consideradas contraditórias,

como: permitir melhor conservação do penteado; apresentar

facilidade de aplicação no cabelo; não deixar o cabelo pegajoso;

a película formada não deve se desprender ao se escovar e pentear

o cabelo, nem deixar resíduos; permitir boa fl exibilidade ao fi o;

conferir volume; formar uma película higroscópica; e deixar o

cabelo brilhante e sem sensação de dureza excessiva dos fi os.3

Esses tipos de cosméticos são denominados produtos plasti-

fi cados, pois sua formulação baseia-se na incorporação ou na as-

sociação de polímeros a plastifi cantes (derivados da lanolina e de

ésteres e silicone) que facilitam a retirada intencional do produto

durante a lavagem. Outras substâncias, além destas, podem ser

adicionadas ao produto, como: agentes condicionadores (alcoóis

graxos, agentes tensoativos catiônicos, ésteres de polietileno-

-propilenoglicol e derivados de lanolina); solventes, geralmente

água e etanol como veículo, para facilitar a solubilização dos

ingredientes e a evaporação do produto; e fragrâncias e corantes.1

Existem diversas formas cosméticas à base de polímeros,

entre as quais se destacam: dispersões, géis, espumas em aerosol

e sprays.7

Dispersões

São formulações hidroalcoólicas que contêm polímeros

aniônicos e/ou compostos emolientes (ó leo mineral, vaselina,

parafi na, ceras, á lcoois graxos, é teres, á cidos carboxí licos e

silicones1 em sua formulação. Exemplos de dispersões fi xadoras

encontram-se na Tabela 1.

Géis

Os géis atuam moldando o cabelo para fazer qualquer tipo de

penteado, permitindo fi xar as mechas de cabelo. Nessas formula-

ções, resinas como PVP K30 e seus derivados são incorporadas

a uma base formada por polímeros acrílicos (carboxivinílicos),

em água.2 Estão disponíveis no mercado produtos com variados

graus de fi xação e com diferentes aditivos, como glitter e colo-

Tabela 1. Formulação de uma dispersão fi xadora1

Componente INCI* Função % (p/p)

Etanol Ethanol Solvente de rápida evaporação 60,0

Polivinilpirrolidona K30 (PVP K30) PVP Polímero fi xador 1,0

Cloreto de cetil trimetil amônioCetrimonium

chlorideSubstância condicionadora catiônica 0,4

Água destilada Aqua Veículo 100,0

Fragrância - Aromatizante q.s.

*INCI: International Nomenclature of Cosmetic Ingredients

www.cosmeticsonline.com.br Cosmetics & Toiletries (Brasil)/41 Vol. 26, set-out 2014 (11) 3392-1455 | [email protected]

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42/Cosmetics & Toiletries (Brasil) www.cosmeticsonline.com.br Vol. 26, set-out 2014

formada no cabelo deve ser fl exível, para que não rompa devido ao movimento deste; ser transparente e incolor; proporcionar brilho; secar rapidamente; ser pouco viscosa, para permitir a distribuição uniforme do produto no fi o; não deve deixar resíduo sob a forma de pó nem sensação pegajosa; não deve ter efeito higroscópico, mas deve ser sufi cientemente solúvel em água para que seja completamente eliminada durante a lavagem; e deve apresentar afi nidade adequada com a queratina do cabelo.6

A composição típica de um spray fi xador/estabilizante inclui: polímeros (PVP VA, PVP K30, entre outros); agentes plastifi -cantes, como óleo mineral, lanolina, óleo de rícino e palmitato de butila; condicionadores, como pantenol, proteínas vegetais e proteínas animais hidrolizadas; solventes, como etanol e álcool isopropílico; neutralizadores; gases propelentes; e aditivos, como fragrância, antioxidantes e inibidores de corrosão.9

Fixadores/Estilizantes Multifuncionais

O desenvolvimento de novos produtos fi xadores/estilizantes tem se baseado na busca por produtos multifuncionais, ou seja, que apresentem atributos diferenciados em relação aos produtos tradicionais. Assim, os fi xadores/estilizantes multifuncionais devem tratar os cabelos enquanto mantêm fi xa a forma do pen-teado. Por isso, a indústria tem investido muito nas substâncias que apresentam elevada afi nidade com a queratina, como os polímeros catiônicos e os quaterniuns. Ambos apresentam estru-turas semelhantes, porém os polímeros catiônicos possuem mais sítios catiônicos por molécula e maior peso molecular. Uma vez depositados nos cabelos, eles neutralizam as cargas negativas presentes na fi bra, garantindo a maleabilidade e a penteabilidade, além de aumentar o volume dos fi os.14,17

Entre os polímeros catiônicos, destacam-se: poliquater-nium-11, -16, -28; acrilatos (poliquaternium -5, -6, -7, -18, -22); polímeros quaternizados de polivinila; poliquaternium -19, -20; iononas quaternizadas (poliquaternium -2, -17, -18, -27); polímeros catiônicos derivados da celulose (poliquaternium

ração sintética (Tabelas 2 e 3). Seu uso pode resultar em uma aparência natural ou artifi cial conforme a quantidade utilizada. São amplamente aceitos pelo público masculino infantil e ado-lescente.4,15

Espumas em aerosol

São formulações empregadas com ou sem enxágue posterior. A espuma em aerosol é a apresentação de maior preferência por parte dos consumidores, pois pode ser aplicada em regiões do cabelo que necessitam de maior volume ou com a fi nalidade de obter facilmente todos os tipos de penteado. É formada por uma fase interna gasosa (mistura de butano e propano) e por uma fase externa composta por emulsão (O/A). Confere sensação fi xadora mais suave.9

Sprays capilares

Os sprays são aplicados no cabelo seco e penteado, com a fi nalidade de preservar o estilo do penteado. A composição dos sprays capilares baseia-se na dissolução/dispersão de uma substância polimérica em um solvente adequado. Esse solvente evapora após a aplicação do produto no cabelo, deixando-o co-berto por uma rede invisível que garante a fi xação do penteado e protege o cabelo do vento, da umidade e da manipulação.6,16

Os primeiros sprays que surgiram no mercado eram cha-mados laquês e consistiam em soluções alcoólicas de goma de laca, aplicadas sobre o cabelo por meio de um frasco plástico do tipo vaporizador. A película formada pela goma de laca era praticamente insolúvel. Para facilitar sua eliminação por meio da lavagem, foram incorporadas diversas substâncias plastifi cantes à goma de laca. Apesar dessas modifi cações, os produtos não davam resultados satisfatórios, deixando o cabelo com aspecto “endurecido” e artifi cial.9

A aplicação do spray capilar deve ser realizada com uma força de pulverização suave, de modo a produzir gotas fi nas.4 A película

Tabela 2. Formulação de um gel fi xador1

*INCI: International Nomenclature of Cosmetic Ingredients

Componente INCI* Função % (p/p)

Carbopol 940 Carbomer Espessante 1,0

Trietanolamina Triethanolamine Alcalinizante qs pH 6,0

Glicerina Glycerin Umectante 5,0

Metilparabeno Methylparaben Conservante 0,1

Polivinilpirrolidona K30 PVP Polímero fi xador 2,5

Água destilada Aqua Veículo qsp 100,0

Etanol Ethanol Solvente de rápida evaporação 60,0

Fragrância - Corretivo do odor qs

Tabela 3. Formulação de spray fi xador8

*INCI: International Nomenclature of Cosmetic Ingredients

Componente INCI* Função % (p/p)

PVP VA VP/VA Copolymer Polímero fi xador 4,0

Dimeticone copoliol Dimethicone copolyol Silicone – proporciona brilho e suavidade aos cabelos 0,05

Fragrância - Corretivo do odor 0,1

Etanol Ethanol Solvente de rápida evaporação 75,75

Isobutano-propano (90:10) Isobutane-propane Gás propulsor 20,0

www.cosmeticsonline.com.br Cosmetics & Toiletries (Brasil)/43 Vol. 26, set-out 2014

-4, -10, -24); polissacarídeos (cloreto de

hidroxi-propil-trimônio guar); polímeros

naturais quaternizados (lanolina e proteí-

nas); e aminossilicones.17

Além dos compostos catiônicos, os

silicones têm sido incoporados às for-

mulações de fi xadores/estilizantes, ga-

rantindo-lhes atributos diferenciados.

Estes são conhecidos por sua atividade

redutora de fricção, a qual também causa

melhor sensação ao toque do cabelo. O

efeito de redução da fricção é proveniente

da forma molecular fl exível. Os silicones

apresentam baixa tensão superfi cial, o que

aumenta a molhabilidade e o espalhamen-

to do produto nos fi os de cabelo.3

Atualmente, o polímero mais ampla-

mente utilizado em produtos cosméticos

e de cuidados pessoais é o poli-dimetil-si-

loxano (PDMS), um derivado de silicone

que é mais conhecido como dimeticone. O

dimeticone é um homopolímero híbrido

inorgânico-orgânico formado por unida-

des de dimetil-siloxano que se repetem.

Apesar de sua estrutura química ser relati-

vamente simples, o dimeticone apresenta

propriedades físicas exclusivas que o

tornam efetivo no condicionamento e na

proteção dos cabelos, além de melhorar

os atributos sensoriais das formulações.18

O dimeticone pode ser adicionado a

diversos produtos destinados aos cabelos,

como shampoos, condicionadores e pro-

dutos para penteados, pois proporcionam

uma série de benefícios, como maior bri-

lho, lubricidade (para reduzir a tração do

pente) e carga triboelétrica reduzida (para

minimizar a repelência entre os cabelos),

causada pela eletricidade estática.18

Os polímeros estão se tornando mais

complexos, porém o avanço tecnológi-

co possibilita o surgimento de polímeros

funcionais mais específi cos, que atendem

a necessidades específi cas referentes aos

cuidados pessoais, como o tratamento de

cabelos.14

Conclusão

As formulações dos fi xadores/estili-

zantes capilares têm evoluído no decorrer

dos anos em relação às matérias-primas,

aos ingredientes funcionais, às formas

cosméticas e aos materiais de embala-

gem. Os objetivos dessas formulações

são a manutenção do penteado no forma-

to desejado e com aparência natural e a

possibilidade de se obter vários graus de

fi xação. Adicionalmente, as formulações

buscam tratar o fi o, conferindo-lhe con-

dicionamento e proporcionando-lhe os

atributos almejados pelos usuários.

Referências 1. MNP Rodriguez. Cosmética capilar II.

Fresera, Caracas, 1994 2. FJ Mottram, CE Lees. Hair treatments. In:

H Butler, Poucher’s perfumes, cosmetics

and soaps, 10. ed., Kluwer Academic Publishers, Dordrecht/Boston/London, 2000

3. C Schwarzwalder, J Verlinden, H Aigner, C Ecker, L Roswit. New hybrid polymer for hair spray formulations, Cosm & Toil

122(12):53-60, 2007 4. L Barmann. Cosmetic dermatology,

McGraw-Hill, Hong Kong, 2002 5. J Dallal, C Rocafort. Hair styling/fi xative

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6. I Bonadeo. Cosmetica: Ciencia y Tecno-

logia, Editorial Ciencia, Madrid, 1982 7. M Hernandez, M Fresnel. Manual de cos-

metologia, 3. ed., Revinter, Rio de Janeiro, 1999

8. JB Wilkinson, RJ Moore. Cosmetología de

Harry, Díaz de Santos, Madrid, 1990 9. Z Draelos. Cosméticos em dermatologia,

Artes Médicas, Porto Alegre, 1991 10. ES Abryun. Polímeros em produtos de

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23(4):42-46, 2011 11. R Lochhead, LR Huisinga. Avanços nos

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Brasil 18(2):80-88, 2006 12. W Gao, L Linder, M Wang, M Westmeyer,

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13. MR Wheeler, P Orawsku, M Higuera, L Mores. Hair fi xatives comprising cross linked starches. US Patent 20110212145

A1. 1 set. 2011 14. DW Rafferty, J Zellia, D Hasman, J Mullay.

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59(6):497-508, 2008 15. N Clements. Evaluating polymide-1, a styl-

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16. CR Robbins. Chemical and physical

behavior of human hair, Springer-Verlag, Berlin, 2012

17. CM Rocafort. An overview of the role of polymers in hair care applications, Polym

Preprints 46(2):521-522, 2005 18. MJ Fevola. Polímeros em cosméticos:

dimeticone, Cosm & Toil Brasil

25(3):54-59, 2013

Maria Valéria Robles Velasco e André Rolim Baby são professores doutores de Cosmetologia

da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF)

da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo

SP, Brasil

Samira Naomi Niimi Inoue e Daniela Aktagawa são graduandas do Curso de Farmácia e Bio-

química da Faculdade de Ciências Farmacêuti-

cas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP),

São Paulo SP, Brasil

Michelli Ferrera Dario é doutoranda do

programa de pós-graduação em Fármaco e

Medicamentos da Faculdade de Ciências

Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São

Paulo (USP), São Paulo SP, Brasil

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