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38/Cosmetics & Toiletries (Brasil) www.cosmeticsonline.com.br Vol. 26, set-out 2014
O ser humano, em diferentes épocas e zonas geográfi cas, tem
utilizado diversas substâncias com o propósito de modifi car a for-
ma natural do cabelo ou de manter o penteado, que podem variar
em função da cultura e do período histórico. Nos últimos anos, a
tendência da moda tem favorecido o estilo suave, com aparência
natural, o que levou ao aumento da demanda por produtos que
conferem maleabilidade, volume e facilidade para desembaraçar
os fi os dos cabelos.1
Grande variedade de estilos pode ser obtida sem que a estrutura
interna dos fi os de cabelo seja alterada.2 Os fi xadores/estilizantes e
os laquês capilares cumprem as fi nalidades de permitir o controle
e a maleabilidade, proporcionar brilho e manter a forma do cabelo,
preservando seu movimento durante as atividades diárias e sob
diferentes condições ambientais (vento, umidade, frio, calor etc.).
A escolha de um fi xador/estilizante, em geral, está relacionada à
capacidade de fi xação que o produto proporciona. Entretanto,
pesquisas e estudos de mercado demonstraram que a maioria
dos usuários considera que a suavidade ao toque promovida pelo
produto é tão importante quanto sua capacidade de fi xação.3 Além
disso, uma característica imprescindível é que o produto seja facil-
mente removido durante a lavagem com um shampoo tradicional.2
Existem diversos tipos de fi xadores/estilizantes, como: bri-
lhantinas (formulações oleosas), emulsões, preparações formu-
ladas com polímeros (produtos não oleosos) e laquês capilares.4
Esses produtos podem ser usados no cabelo úmido ou seco e
nestes estágios na rotina de cuidados do cabelo: quando se inicia
o penteado, ao modifi car a disposição dos fi os e na fi nalização,
como forma de fi xá-lo.5
Brilhantinas
Os fi xadores/estilizantes do tipo brilhantina, que se caracte-
rizam pelo alto teor de componentes graxos, foram os primeiros
produtos usados para essa fi nalidade na história. Existem evidên-
cias, nas tumbas egípcias, da presença de óleos perfumados que
seriam aplicados nos cabelos. Além disso, sabe-se que produtos
semelhantes a esses também foram utilizados pelos romanos.
A formulação tradicional desses produtos inclui substâncias
que conferem brilho, como: óleos vegetal e mineral, ésteres
graxos, glicerídeos, lanolina e seus derivados, e álcoois graxos;
compostos formadores de película; lubrifi cantes (parafi na, cera
microcristalina, glicerídeos, lanolina e seus derivados); condi-
cionadores (amidas de ácidos graxos, compostos catiônicos e
derivados de proteína); e perfume.1
Os óleos (vegetais e minerais) e as gorduras ajudam na ma-
nutenção do penteado, porém, quando são aplicados no cabelo
seco, espalham-se de maneira não homogênea e, assim, não o
plastifi cam. Por essa razão, muitos usuários de brilhantinas pre-
ferem umedecer os fi os antes da aplicação do produto oleoso, o
que ocasiona a formação de emulsões in loco. Desse modo, a água
atua facilitando o penteado e a forma obtida se mantém, mesmo
após a evaporação da água devido à presença do componente
graxo.6 Porém, em razão do aspecto “gorduroso” que o produto
deixa no cabelo e da disponibilidade de novas técnicas, matérias-
-primas e formas cosméticas, ocorreu redução da frequência de
uso desse tipo de fi xador/estilizante.1
Tipos de apresentaçãoAs brilhantinas são formuladas nas formas líquida (solução
oleosa e alcoólica), semissólida (pomada) e bifásica. O aumento
da viscosidade proporciona maior fi xação do produto no cabelo,
porém difi culta a uniformidade no espalhamento.7
- Solução oleosa: as primeiras formulações eram compostas
apenas de misturas de óleos vegetais. Posteriormente, foram
incorporados outros compostos nas formulações, como: lanolina
e seus derivados, que apresentam solubilidade em óleo mine-
ral; ésteres graxos, que modifi cam a consistência e reduzem a
aparência gordurosa; outras substâncias emolientes ou agentes
fi xadores, que podem ser incluídos se não apresentarem proble-
mas de incompatibilidade; e outros derivados do petróleo, que
diminuem a viscosidade do óleo mineral.2
- Solução alcoólica: em geral, as brilhantinas não contêm
álcool, mas é possível incorporá-lo a formulações que incluam
óleo de rícino ou de amêndoas, com a fi nalidade de promover
sensação de frescor no momento da aplicação.6 Normalmente,
as brilhantinas alcoólicas apresentam 80% (p/p) de álcool e 20%
(p/p) de material graxo.8
- Semissólida (pomada): as brilhantinas semissólidas ou
pomadas são constituídas, basicamente, por óleos vegetais ou
minerais (80% p/p da composição total) e agentes de consistência
(em torno de 10% p/p), podendo ser empregadas, conjuntamente
com a “piastra” (chapinha), como meio de alisar o cabelo. Porém,
o efeito de “alisamento” ocorre por causa da quebra e do rearranjo
das pontes de hidrogênio, que retornam à confi guração original
na presença de água (umidade). Com a fi nalidade de minimizar
esse inconveniente, compostos repelentes são incorporados às
formulações, como estearato de alumínio e derivados de silicone.1
- Bifásica: os produtos que se apresentavam nessa forma
foram pouco utilizados. Combinavam duas fases imiscíveis:
uma alcoólica e outra oleosa. A mistura deveria ser agitada antes
da aplicação, para que se formasse uma dispersão temporária,
e ser rapidamente aplicada nos cabelos. Apresentava o visual
interessante das duas fases.1
Formulações de Fixadores/Estilizantes Capilares
FUNDAMENTOS DE COSMETOLOGIA
MV Robles Velasco, A Rolim Baby, SN Niimi Inoue, D Aktagawa, M Ferrera DarioFaculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo SP, Brasil
40/Cosmetics & Toiletries (Brasil) www.cosmeticsonline.com.br Vol. 26, set-out 2014
Emulsão
As emulsões apresentam características mais agradáveis
que as brilhantinas porque minimizam a sensação “gordurosa”
e permitem que se forme uma película uniforme de componentes
graxos sobre cada fi o de cabelo.6
As emulsões do tipo água em óleo (A/O) oferecem maior
poder de fi xação e são aplicadas de forma mais homogênea no ca-
belo do que as do tipo óleo em água (O/A). Porém, apresentam o
inconveniente de a pouca água presente na preparação evaporar.8
As formulações devem ser estáveis em relação às mudanças
de temperatura e ao seu manuseio durante o transporte, mas é
conveniente que se espalhem nos fi os com facilidade ao serem
friccionadas nas mãos, para não deixar uma película branca em
ambos. Essas propriedades são obtidas incorporando-se à for-
mulação um tensoativo não iônico que produza uma interface
entre o óleo e a água das emulsões. Para obter maior estabilidade,
pode-se agregar álcoois graxos de lanolina ou colesterol.1
No entanto, as emulsões óleo em água (O/A) produzem
sensação menos untuosa que as do tipo água em óleo (A/O) e
não conferem tanto brilho e oleosidade ao cabelo quanto estas.9
Poliméricos
Os primeiros produtos não oleosos usados como fi xadores/
estilizantes foram os géis aquosos ou hidroalcoólicos de polí-
meros naturais, como gomas (arábica, adraganto, caraia), que
possuem poder aderente e têm efeito coesivo nos fi os de cabelo.
Essas formulações, denominadas “gominas” apresentavam
muitos inconvenientes, como a formação de películas higros-
cópicas que, em atmosfera úmida, se agregavam e deixavam
o cabelo com aparência dura e opaca. Além disso, durante a
escovação, as partículas de goma se desprendiam em forma de
escamas, acumulando-se no couro cabeludo, assemelhando-se à
caspa. Posteriormente, os polímeros acrílicos (carboxivinílicos)
substituíram as gomas.1,10
A polivinilpirrolidona (PVP) foi a primeira substância po-
limérica utilizada para esse fi m, porém está praticamente em
desuso por ser muito higroscópica. Depois, foram sintetizados
polímeros menos sensíveis à umidade. Os mais utilizados
atualmente são: copolímeros de vinil pirrolidona e acetato de
vinila (PVP/VA); polímeros aniônicos (derivados do ácido car-
boxílico), como os copolímeros de acetato de vinila e de ácido
crotônico, os copolímeros de éter metilvinílico e de semiéste-
res maleicos e as resinas poliacrílicas; polímeros anfóteros; e
dimetil-hidantoína-formaldeído (resina DMHF).11 Além desses
polímeros, nos últimos anos, muitos polímeros destinados à
aplicação em formulações fi xadoras foram patenteados como
polietilenoglicol metacrilato [INCI: Poly(ethylene glycol)
(meth)acrylate] – PEGMA12 – e biopolímeros de fontes naturais
renováveis.13
Os fi xadores/estilizantes poliméricos permitem manter a
mudança da forma do cabelo durante longo período de tempo,14
pois formam envoltórios invisíveis ao redor do fi o de cabelo, o
que proporciona adesão à fi bra capilar e manutenção do efeito,
permitindo que o penteado dure por mais tempo.2 Esses produtos
devem ser compatíveis com a umidade do cabelo no momento
da aplicação, e, depois que ele estiver seco, deve ser resistente
à umidade externa de forma que a película formada permaneça
fl exível e não se rompa liberando fragmentos.10,11
Os fi xadores/estilizantes à base de polímeros devem ter di-
versas características, muitas vezes consideradas contraditórias,
como: permitir melhor conservação do penteado; apresentar
facilidade de aplicação no cabelo; não deixar o cabelo pegajoso;
a película formada não deve se desprender ao se escovar e pentear
o cabelo, nem deixar resíduos; permitir boa fl exibilidade ao fi o;
conferir volume; formar uma película higroscópica; e deixar o
cabelo brilhante e sem sensação de dureza excessiva dos fi os.3
Esses tipos de cosméticos são denominados produtos plasti-
fi cados, pois sua formulação baseia-se na incorporação ou na as-
sociação de polímeros a plastifi cantes (derivados da lanolina e de
ésteres e silicone) que facilitam a retirada intencional do produto
durante a lavagem. Outras substâncias, além destas, podem ser
adicionadas ao produto, como: agentes condicionadores (alcoóis
graxos, agentes tensoativos catiônicos, ésteres de polietileno-
-propilenoglicol e derivados de lanolina); solventes, geralmente
água e etanol como veículo, para facilitar a solubilização dos
ingredientes e a evaporação do produto; e fragrâncias e corantes.1
Existem diversas formas cosméticas à base de polímeros,
entre as quais se destacam: dispersões, géis, espumas em aerosol
e sprays.7
Dispersões
São formulações hidroalcoólicas que contêm polímeros
aniônicos e/ou compostos emolientes (ó leo mineral, vaselina,
parafi na, ceras, á lcoois graxos, é teres, á cidos carboxí licos e
silicones1 em sua formulação. Exemplos de dispersões fi xadoras
encontram-se na Tabela 1.
Géis
Os géis atuam moldando o cabelo para fazer qualquer tipo de
penteado, permitindo fi xar as mechas de cabelo. Nessas formula-
ções, resinas como PVP K30 e seus derivados são incorporadas
a uma base formada por polímeros acrílicos (carboxivinílicos),
em água.2 Estão disponíveis no mercado produtos com variados
graus de fi xação e com diferentes aditivos, como glitter e colo-
Tabela 1. Formulação de uma dispersão fi xadora1
Componente INCI* Função % (p/p)
Etanol Ethanol Solvente de rápida evaporação 60,0
Polivinilpirrolidona K30 (PVP K30) PVP Polímero fi xador 1,0
Cloreto de cetil trimetil amônioCetrimonium
chlorideSubstância condicionadora catiônica 0,4
Água destilada Aqua Veículo 100,0
Fragrância - Aromatizante q.s.
*INCI: International Nomenclature of Cosmetic Ingredients
www.cosmeticsonline.com.br Cosmetics & Toiletries (Brasil)/41 Vol. 26, set-out 2014 (11) 3392-1455 | [email protected]
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formada no cabelo deve ser fl exível, para que não rompa devido ao movimento deste; ser transparente e incolor; proporcionar brilho; secar rapidamente; ser pouco viscosa, para permitir a distribuição uniforme do produto no fi o; não deve deixar resíduo sob a forma de pó nem sensação pegajosa; não deve ter efeito higroscópico, mas deve ser sufi cientemente solúvel em água para que seja completamente eliminada durante a lavagem; e deve apresentar afi nidade adequada com a queratina do cabelo.6
A composição típica de um spray fi xador/estabilizante inclui: polímeros (PVP VA, PVP K30, entre outros); agentes plastifi -cantes, como óleo mineral, lanolina, óleo de rícino e palmitato de butila; condicionadores, como pantenol, proteínas vegetais e proteínas animais hidrolizadas; solventes, como etanol e álcool isopropílico; neutralizadores; gases propelentes; e aditivos, como fragrância, antioxidantes e inibidores de corrosão.9
Fixadores/Estilizantes Multifuncionais
O desenvolvimento de novos produtos fi xadores/estilizantes tem se baseado na busca por produtos multifuncionais, ou seja, que apresentem atributos diferenciados em relação aos produtos tradicionais. Assim, os fi xadores/estilizantes multifuncionais devem tratar os cabelos enquanto mantêm fi xa a forma do pen-teado. Por isso, a indústria tem investido muito nas substâncias que apresentam elevada afi nidade com a queratina, como os polímeros catiônicos e os quaterniuns. Ambos apresentam estru-turas semelhantes, porém os polímeros catiônicos possuem mais sítios catiônicos por molécula e maior peso molecular. Uma vez depositados nos cabelos, eles neutralizam as cargas negativas presentes na fi bra, garantindo a maleabilidade e a penteabilidade, além de aumentar o volume dos fi os.14,17
Entre os polímeros catiônicos, destacam-se: poliquater-nium-11, -16, -28; acrilatos (poliquaternium -5, -6, -7, -18, -22); polímeros quaternizados de polivinila; poliquaternium -19, -20; iononas quaternizadas (poliquaternium -2, -17, -18, -27); polímeros catiônicos derivados da celulose (poliquaternium
ração sintética (Tabelas 2 e 3). Seu uso pode resultar em uma aparência natural ou artifi cial conforme a quantidade utilizada. São amplamente aceitos pelo público masculino infantil e ado-lescente.4,15
Espumas em aerosol
São formulações empregadas com ou sem enxágue posterior. A espuma em aerosol é a apresentação de maior preferência por parte dos consumidores, pois pode ser aplicada em regiões do cabelo que necessitam de maior volume ou com a fi nalidade de obter facilmente todos os tipos de penteado. É formada por uma fase interna gasosa (mistura de butano e propano) e por uma fase externa composta por emulsão (O/A). Confere sensação fi xadora mais suave.9
Sprays capilares
Os sprays são aplicados no cabelo seco e penteado, com a fi nalidade de preservar o estilo do penteado. A composição dos sprays capilares baseia-se na dissolução/dispersão de uma substância polimérica em um solvente adequado. Esse solvente evapora após a aplicação do produto no cabelo, deixando-o co-berto por uma rede invisível que garante a fi xação do penteado e protege o cabelo do vento, da umidade e da manipulação.6,16
Os primeiros sprays que surgiram no mercado eram cha-mados laquês e consistiam em soluções alcoólicas de goma de laca, aplicadas sobre o cabelo por meio de um frasco plástico do tipo vaporizador. A película formada pela goma de laca era praticamente insolúvel. Para facilitar sua eliminação por meio da lavagem, foram incorporadas diversas substâncias plastifi cantes à goma de laca. Apesar dessas modifi cações, os produtos não davam resultados satisfatórios, deixando o cabelo com aspecto “endurecido” e artifi cial.9
A aplicação do spray capilar deve ser realizada com uma força de pulverização suave, de modo a produzir gotas fi nas.4 A película
Tabela 2. Formulação de um gel fi xador1
*INCI: International Nomenclature of Cosmetic Ingredients
Componente INCI* Função % (p/p)
Carbopol 940 Carbomer Espessante 1,0
Trietanolamina Triethanolamine Alcalinizante qs pH 6,0
Glicerina Glycerin Umectante 5,0
Metilparabeno Methylparaben Conservante 0,1
Polivinilpirrolidona K30 PVP Polímero fi xador 2,5
Água destilada Aqua Veículo qsp 100,0
Etanol Ethanol Solvente de rápida evaporação 60,0
Fragrância - Corretivo do odor qs
Tabela 3. Formulação de spray fi xador8
*INCI: International Nomenclature of Cosmetic Ingredients
Componente INCI* Função % (p/p)
PVP VA VP/VA Copolymer Polímero fi xador 4,0
Dimeticone copoliol Dimethicone copolyol Silicone – proporciona brilho e suavidade aos cabelos 0,05
Fragrância - Corretivo do odor 0,1
Etanol Ethanol Solvente de rápida evaporação 75,75
Isobutano-propano (90:10) Isobutane-propane Gás propulsor 20,0
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-4, -10, -24); polissacarídeos (cloreto de
hidroxi-propil-trimônio guar); polímeros
naturais quaternizados (lanolina e proteí-
nas); e aminossilicones.17
Além dos compostos catiônicos, os
silicones têm sido incoporados às for-
mulações de fi xadores/estilizantes, ga-
rantindo-lhes atributos diferenciados.
Estes são conhecidos por sua atividade
redutora de fricção, a qual também causa
melhor sensação ao toque do cabelo. O
efeito de redução da fricção é proveniente
da forma molecular fl exível. Os silicones
apresentam baixa tensão superfi cial, o que
aumenta a molhabilidade e o espalhamen-
to do produto nos fi os de cabelo.3
Atualmente, o polímero mais ampla-
mente utilizado em produtos cosméticos
e de cuidados pessoais é o poli-dimetil-si-
loxano (PDMS), um derivado de silicone
que é mais conhecido como dimeticone. O
dimeticone é um homopolímero híbrido
inorgânico-orgânico formado por unida-
des de dimetil-siloxano que se repetem.
Apesar de sua estrutura química ser relati-
vamente simples, o dimeticone apresenta
propriedades físicas exclusivas que o
tornam efetivo no condicionamento e na
proteção dos cabelos, além de melhorar
os atributos sensoriais das formulações.18
O dimeticone pode ser adicionado a
diversos produtos destinados aos cabelos,
como shampoos, condicionadores e pro-
dutos para penteados, pois proporcionam
uma série de benefícios, como maior bri-
lho, lubricidade (para reduzir a tração do
pente) e carga triboelétrica reduzida (para
minimizar a repelência entre os cabelos),
causada pela eletricidade estática.18
Os polímeros estão se tornando mais
complexos, porém o avanço tecnológi-
co possibilita o surgimento de polímeros
funcionais mais específi cos, que atendem
a necessidades específi cas referentes aos
cuidados pessoais, como o tratamento de
cabelos.14
Conclusão
As formulações dos fi xadores/estili-
zantes capilares têm evoluído no decorrer
dos anos em relação às matérias-primas,
aos ingredientes funcionais, às formas
cosméticas e aos materiais de embala-
gem. Os objetivos dessas formulações
são a manutenção do penteado no forma-
to desejado e com aparência natural e a
possibilidade de se obter vários graus de
fi xação. Adicionalmente, as formulações
buscam tratar o fi o, conferindo-lhe con-
dicionamento e proporcionando-lhe os
atributos almejados pelos usuários.
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Maria Valéria Robles Velasco e André Rolim Baby são professores doutores de Cosmetologia
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF)
da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo
SP, Brasil
Samira Naomi Niimi Inoue e Daniela Aktagawa são graduandas do Curso de Farmácia e Bio-
química da Faculdade de Ciências Farmacêuti-
cas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP),
São Paulo SP, Brasil
Michelli Ferrera Dario é doutoranda do
programa de pós-graduação em Fármaco e
Medicamentos da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São
Paulo (USP), São Paulo SP, Brasil
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