103
ÍNDICE ÍNDICE 1 FORRAGICULTURA 4 1. CONCEITO 4 2. TRINÔMIO SOLO-FORRAGEM-GADO 4 2.1. Influência do gado sobre o solo. 5 2.2. Influência do gado sobre a vegetação 5 2.3. Inter-relação vegetação-gado 6 3. PLANTAS FORRAGEIRAS 8 3.1. Forrageiras nativas em diversas regiões do Brasil 8 3.2. Escolha da forrageira 9 3.3. Tolerância de gramíneas forrageiras tropicais ao alumínio e exigência de Cálcio e Fósforo 10 3.4. A pastagem plantada 11 3.4.1. Gramíneas 12 3.4.2. Leguminosas 24 3.4.3 Cactáceas 34 3.4.4. Outras culturas 35 3.4.1.1. Mandioca 35 3.4.4.2. Cana de açúcar 36 3.4.4..3. Feijão Guandu 36 3.4. 4.4. Sorgo 36 4. MANEJO DE PASTAGENS 37 4.1. Técnicas de plantio de pastagens 37 4.1.1. Implantação de forrageiras em solos corrigidos e adubados 38 4.1.2. A implantação em pastagens existentes 38 4.1.3. Plantio direto após a limpeza do terreno 38 4.2. Manejo tradicional do campo 39 4.3. Manejo Ecológico das pastagens 39 4.4. Manejo das pastagens nos trópicos úmidos 40 4.5. Problemas das pastagens plantadas 41 4.5. 1. Invasoras persistentes 42 4.6. Limpeza das pastagens 43 4.6.1. O Fogo 43 4.6.2. O Fogo controlado 44 4.7. Compactação do solo 44 4.8. Recursos pastoris na estação da seca nos trópicos 44 4.9. Problemas das pastagens plantadas 45 4.10. Calagem do solo 46 4.11. Adubação da pastagem 46 4.11.1. Adubação fosfatada 47 4.11.2. Adubação nitrogenada 47 4.12. Avaliação da produtividade de uma pastagem 48 4.13. Decadência das pastagens e suas razões 49 4.13.1. Como evitar a decadência das pastagens 49 4.14. Nutrição mineral e adubação de pastagens e capineiras 50 4.15. Acidez do solo 50 4.15.1. Amostragem do solo para análise química 50 4.15.1.1. Coleta da amostra 51 4.15.1.2. Profundidade de retirada da amostra simples de solo 51 1

FORRAGICULTURA - APOSTILA

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INDICE

53

NDICE

NDICE1

FORRAGICULTURA4

1. CONCEITO4

2. TRINMIO SOLO-FORRAGEM-GADO4

2.1. Influncia do gado sobre o solo. 5

2.2. Influncia do gado sobre a vegetao5

2.3. Inter-relao vegetao-gado6

3. PLANTAS FORRAGEIRAS8

3.1. Forrageiras nativas em diversas regies do Brasil8

3.2. Escolha da forrageira9

3.3. Tolerncia de gramneas forrageiras tropicais ao alumnio e exigncia de Clcio e Fsforo10

3.4. A pastagem plantada11

3.4.1. Gramneas12

3.4.2. Leguminosas24

3.4.3 Cactceas34

3.4.4. Outras culturas35

3.4.1.1. Mandioca35

3.4.4.2. Cana de acar36

3.4.4..3. Feijo Guandu36

3.4. 4.4. Sorgo36

4. MANEJO DE PASTAGENS37

4.1. Tcnicas de plantio de pastagens37

4.1.1. Implantao de forrageiras em solos corrigidos e adubados38

4.1.2. A implantao em pastagens existentes38

4.1.3. Plantio direto aps a limpeza do terreno38

4.2. Manejo tradicional do campo 39

4.3. Manejo Ecolgico das pastagens39

4.4. Manejo das pastagens nos trpicos midos40

4.5. Problemas das pastagens plantadas41

4.5. 1. Invasoras persistentes 42

4.6. Limpeza das pastagens43

4.6.1. O Fogo43

4.6.2. O Fogo controlado44

4.7. Compactao do solo44

4.8. Recursos pastoris na estao da seca nos trpicos44

4.9. Problemas das pastagens plantadas45

4.10. Calagem do solo46

4.11. Adubao da pastagem46

4.11.1. Adubao fosfatada47

4.11.2. Adubao nitrogenada47

4.12. Avaliao da produtividade de uma pastagem48

4.13. Decadncia das pastagens e suas razes49

4.13.1. Como evitar a decadncia das pastagens49

4.14. Nutrio mineral e adubao de pastagens e capineiras50

4.15. Acidez do solo50

4.15.1. Amostragem do solo para anlise qumica50

4.15.1.1. Coleta da amostra51

4.15.1.2. Profundidade de retirada da amostra simples de solo51

4.16. Determinao da necessidade da calagem51

4.16.1. Aplicao de calcreo51

4.16.2. poca e profundidade da calagem51

4.17. Necessidades e aplicao de macronutrientes em solo destinado ao plantio de forrageiras51

4.17.1. Adubao nitrogenada51

4.17.1.1. poca de aplicao do nitrognio51

4.18. Adubao fosfatada52

4.18.1. Mtodo de aplicao do P 52

4.19. Adubao Potssica52

4.19.1. Aplicao de potssio52

4.20. Adubao com enxofre52

4.21. Deficincias de macronutrientes52

4.21.1. Nitrognio52

4.21.2. Fsforo52

4.21.3. Potssio53

4.21.4. Enxofre53

4.21.5. Clcio53

4.21.6. Magnsio53

4.22. Necessidades e aplicao de micronutirnetes em solos destinados ao cultivo e explorao de forrageiras53

4.22.1. Molibideno53

4.22.2. Boro53

4.22.3. Cobre53

4.22.4. Zinco53

4.22.5. Ferro53

4.22.6. Mangans53

4.22.7. Cloro54

4.23. Correo e adubao de solos destinados a explorao de forrageiras54

5. USO DE LEGUMINOSAS NA RECUPERAO DAS PASTAGENS 54

6. CONSERVAO DE FORRAGEM55

6.1. Fenao55

6.1.1. Conceito55

6.1.2. Produo de feno por hectare56

6.1.3. poca de fenar56

6.1.4. Processo da fenao56

6.1.5. Corte da forragem para fenar56

6.1.6. Desidratao da forragem56

6.1.7. Armazenamento do feno57

6.1.7.1. Armazenamento solto57

6.1. 7.1.1. Vantagens do sistema57

6.1. 7.1.2. Desvantagens 57

6.1. 7.1.3. Perdas por lavagem e fermentao.57

7. SILAGEM57

7.1. Conceito57

7.2. Uso da silagem58

7.3. Enchimento do silo trincheira58

8. SAFRA E ENTRESAFRA59

9. ASPECTOS DE MANEJO EM RELAO S ESTAES DE PRODUO DE FORRAGENS60

10. SISTEMAS DE PASTEJO61

10.1. Pastejo contnuo61

10.2. Pastejo protelado61

10. 3. Pastejo estacional ou deferido61

10.4. Pastejo rotacionado em faixas61

10.5. Pastejo rotacionado ou rotativo61

11. DIRETRIZES UTILIZADAS NO SISTEMA DE PASTEJO ROTACIONADO OU ROTATIVO61

12. DIVISO DE ESTNCIAS GRANDES EM RETIROS62

12.1. Subdiviso dos piquetes62

12.2. Cochos para sal mineralizado62

12.3. Tamanhos dos piquetes ou potreiros65

12.4. Forma dos Piquetes66

12.5. poca adequada de pastejo68

12.6. Distribuio adequada do gado sobre as pastagens69

12.7. Escolha da pastagem para a atividade pecuria69

12.8. Seleo do gado para a pastagem70

12.9. Relao entre o nmero de animais na rea e a forragem disponvel70

12.9.1. Taxa de lotao70

12.9.2. Presso ou Intensidade de pastejo70

12.9.3. Super-Pastejo70

12.9.4. Pastejo timo71

12.9.5. Sub-Pastejo71

12.10. Capacidade de suporte71

13. DISTRBIOS DE FERTILIDADE NO GADO BOVINO71

14. PARASITAS ANIMAIS71

15. MANEJO DOS ANIMAIS72

15.1 Suplementao alimentar durante o perodo seco72

16. BIBLIOGRAFIA72

Forragicultura

1. ConceitoForragicultura a cincia que cuida ou trata do plantio de forrageiras para serem levadas ao cocho ou para serem ensiladas e/ou fenadas.

Geralmente usam-se forrageiras de porte alto como sorgo, milheto, capim napier e outras, consorciadas com leguminosas volumosas de crescimento rpido. Essas forrageiras destinam-se alimentao do gado leiteiro ou ensilagem e podem ser chamadas de forragens.

Forragem tudo o que serve para o gado pastar, se nutrir, se desenvolver e produzir.

Quando na poca da seca as plantas forrageiras secam, o gado se alimenta com as plantas nativas. No manejo ecolgico do rebanho e das pastagens valem todas as medidas capazes de proporcionar alimentao para o gado, nutrindo-o, mantendo a produtividade dos recursos forrageiros e conservando a fertilidade do solo. No podemos sacrificar o pasto ao gado, nem o gado ao pasto.

A avaliao deve tomar por base os seguintes itens:

AnimalPeso ganho por hectare ou Kg/ha. ou leite produzido (ou de l)

% de paries

% de desmamados

Estado e vigor dos animais

Cuidados especiais necessriosSolo-plantaProdutividade das plantas

Variao na composio vegetal

Variao no solo (fsico e qumico)

Quantidade de matria orgnica no solo e de massa verde produzida

Eroso

O Brasil um pas com uma vasta extenso territorial e um clima privilegiado para o crescimento de plantas herbceas, cujas condies so excelentes para um bom desenvolvimento da pecuria. Assim, a formao de boas pastagens assume real importncia, tornando-se a melhor opo para a alimentao do rebanho nacional, j que alm de constituir-se no alimento mais barato disponvel, oferece todos os nutrientes necessrios para um bom desempenho dos animais. Sabe-se tambm que os animais criados a pasto so mais saudveis e resistentes.

A mentalidade de destinar os piores terrenos, na maioria das vezes com declive, pedregosos e pobres para a formao de pastagens, est sendo substituda por outra, muito mais atual e tecnificada, onde a escolha das glebas (terras aptas para culturas) e forrageiras, adubaes, combatem a pragas e plantas invasoras e, principalmente, um bom manejo, so prticas que vm recebendo a ateno dos pecuaristas. No podemos aceitar a pecuria em campos nativos, pouco produtivos, como nossos antepassados o fizeram. H necessidade de melhorar esses campos, de implantar pastagens artificiais ou cultivadas e de elevada produtividade. Isto se prende ao fato de que o animal apenas uma mquina de transformao e a forragem a matria prima. Da qualidade da matria prima, teremos um bom ou mau produto final, precocidade, produtividade, etc.2. TRINMIO SOLO-FORRAGEM-GADOEm cada rea pastada, podendo ser: pampa, campo limpo, campo sujo, cerrado, caatinga ou pastagem plantada, h uma relao estreita entre o solo, o gado e a vegetao destinada alimentao dos animais. Todos os solos no so capazes de nutrir os animais novos ou vacas leiteiras.

H pastagens em que as novilhas no ficam de maneira alguma. Elas arrebentam as cercas para poder sair. Quando so foradas a ficar a, tornam-se irritadas e no conseguem um bom desenvolvimento, no entanto, para a engorda do resultados excelentes.

Existem regies, por exemplo, que o indivduo de raa pura (Nelore) dificilmente se mantm nas pastagens nativas, o que obriga os criadores a explorao de terras mais ricas para a manuteno das matrizes e para os cruzamentos. Temos um exemplo na Serra da Lua (Roraima). Tambm h regies que apresentam solos to pobres e cidos que impedem a sua utilizao para a cria. Encontramos tambm forragens timas para a engorda, mas fracas para a cria.

claro e evidente que nem todo solo serve para qualquer idade e tipo de gado e se o clima um fator de restrio, o solo o tambm. Segundo VOISIN: o gado o vivo retrato do solo e h um adgio brasileiro que diz: pela boca se faz raa.

A deficincia mineral um dos problemas mais srios no solo, o que se agrava com a monocultura de forrageiras exticas, pelo clima inadequado para as raas importadas e pelo uso predatrio do solo, manejo do gado, em que temos como exemplo: por o gado novo em qualquer pastagem e reservar os melhores pastos para os bois de engorda. Para os eqinos no diferente, as pastagens com predominncia de sap (Imperata exaltata) podem manter guas prenhes em bom estado, mas podem prejudicar seriamente as crias que aos trs meses de idade apresentam sinais de uma profunda deficincia de clcio e fsforo. Nestes casos no adianta tratamento. Necessrio se faz a colocao das guas prenhes em pastagens diferentes. J os ovinos so sensveis a solos midos e muito pobres em cobre.

2.1. Influncia do gado sobre o solo.

O pisoteio direto do gado influi diretamente sobre o solo, sendo altamente prejudicial nos dois extremos: pocas midas e durante a estao da seca. Influi tambm indiretamente, atravs do pastejo seletivo, expondo manchas de cho onde se instala a eroso, e pelo pastejo freqente que diminui o tamanho das razes contribuindo para o adensamento do solo e finalmente age pelo modo de coleta das plantas.

O pastejo bovino menos prejudicial que o do ovino e eqino, pois estes ltimos pegam as plantas no colo da raiz, descobrindo facilmente o solo. O pisoteio do ovino, por outro lado, mais leve que o do bovino e eqino.

PRESSO DO PASTOREIO

Espcie Animal/outrosPresso em Kg/cm2

Bovino de 400 Kg.3,5

Ovino de 60 Kg.2,1

Trator de esteira0,21 a 0,56

Caminho5,97

Homem0,35 a 1,12

A compactao do solo depende da umidade deste, da cobertura vegetal existente (plantas com razes profundas sofrem menos) e da vegetao viva ou morta. Em pocas de seca o pisoteio to prejudicial que, em pocas muito chuvosas, ocorrendo a compactao. O solo compactado empobrece, e com ele a vegetao, o que d margem a uma decadncia qumica e fsica do solo.

Perdas em nutrientes devido extrao animal, equivalente em Kg/ha de adubo

CLASSESSulfato de AmniaSuperfosfatoCarbonato de Clcio Sais de Potssio

(30%)

Leite - 5.500 Kg/ha/ano179,067,033,023,0

Gado de cria 1,2UA/ ha 61,940,02,921,1

Gado de engordaSem importncia

Ovinos (5/ha) criados e engorda.49,021,021,010,0

L - 27Kg./h/ano39,0-20,8-

No quadro podemos constatar que o gado de corte empobrece o solo muito menos que o de cria, de leite e l. Se compararmos a pastagem com a agricultura pode-se dizer que uma colheita de trigo no remove mais nutrientes do que uma de capim.

O solo suporta a vegetao segundo as suas condies qumicas, biolgicas e fsicas. Assim, a vegetao forma e mantm o gado segundo suas riquezas minerais, seu teor de protena, carboidratos, fibra, vitaminas e outros nutrientes, necessitando de boa digestibilidade.

2.2. Influncia do gado sobre a vegetao

Ocorre modificao da vegetao pelo pisoteio, pelo pastejo preferencial ou a rejeio de plantas, pelo modo de colher as plantas, pela freqncia com que as procura e por sus excrees. Observa-se assim, que geralmente predominam as plantas que melhor suportam o pisoteio e aos cortes freqentes, e desaparecem as que necessitam de maior tempo para sua recuperao. Nos estados do sul do pas aparecem gramas estolonferas e desaparecem os capins entouceirados quando submetidos a intenso pastoreio. Quando a grama forquilha (Paspalum notatum) cede lugar ao capim colcho ou pasto-negro (Paspalum plicatulum) sinal de lotao muito baixa ou ausncia de pastejo.

Em estados de clima tropical, com predominncia de grandes reas de capim-gordura (Melinis minutiflora) e capim Jaragu (Hyparrhenia rufa), ou onde se planta capim colonio (Panicum maximum), as pastagens com carga animal fraca tornam-se muito ralas e mais altas. importante lembrar que a densidade da vegetao ento depender do pastejo. O aparecimento de gramo, batatais ou grama mato grosso, variaes da grama forquilha, ou de grama seda ou grama-de-burro (Cynodium dactylum), no sinal de um pastejo intenso, mas sim da decadncia do solo pastoril. O aparecimento de determinadas invasoras, normalmente destrudas pelo pisoteio do gado, tambm sinal de baixa carga animal. bom que se saiba que pelo uso permanente, intenso ou fraco, a pastagem se deteriora. Ento a decadncia da pastagem ocorre da seguinte forma:

1. O gado pasta sempre as mesmas plantas. Primeiramente por serem mais palatveis e depois por estas terem rebrota nova. Assim, enfraquecem as razes profundas, permanecendo somente as superficiais.2. Instalam-se plantas com razes superficiais, que fazem concorrncia s forrageiras e plantas com razes profundas, porm evitadas pelo gado, podendo proliferar livremente. Tais plantas so muitas vezes apresentam porte robusto.

3. Desaparecem as forrageiras finas e palatveis por exausto. O campo torna-se grosseiro e sujo.4. Quando se procede limpeza do campo com fogo, aparece uma vegetao adaptada ao fogo, como capins entoceirados, plantas lenhosas com casca suberosa ou plantas de ciclo vegetativo muito curto, que se tornam duras e inaproveitveis, tais como a barba-de-bode, capim-cabeludo, capim-flecha ou capim caninha.

Assim, as plantas estolonferas desaparecem quase que totalmente, e parte do solo fica descoberta (desnudo), o que d margem s ervas invasoras, como: assa-peixe (Vernonia spp.), mio-mio (Baccharis coridofilia), jurubeba (Solanum spp), palmeiras como o buriti (Mauritia flexirosa), tucum (Astrocaryum tucuma), etc. Nestas condies o pasto torna-se sujo, grosseiro e pouco nutritivo devido ao manejo inadequado. As invasoras arbustivas e at arbreas instalam-se pelo pastejo fraco e, como o superpastoreio, desnuda partes do solo, igualmente dando lugar invasoras, levando a produo de pastagens deficientes em nutrientes minerais. Se o solo nunca permaneceu nu, sem vegetao ou se a forrageira implantada incapaz de cobri-lo, aparecem invasoras, ocupando o lugar vazio. Isto porque as invasoras sempre so ecotipos, isto , ecologicamente adaptadas.

O aparecimento de invasoras ser tanto maior quanto mais inadequada for a forrageira cultivada para o solo e para a regio. Tambm a maneira como foi realizada a formao da pastagem, pode ser a razo do aparecimento de invasoras. Antigamente o capim colonio era plantado por mudas, as quais cresciam, produziam sementes e secavam. No incio da poca chuvosa queimava-se a vegetao seca, colonio e invasoras. As sementes nasciam e formavam uma cobertura densa do solo. Atualmente o colonio semeado. As plantas formam moitas que logo so aproveitadas para o pastejo. Se o capim cresce em demasia, cobre todo o cho; porm quando pastado, o solo fica descoberto em cerca de 80%, o que d lugar ao aparecimento de invasoras, por ter crescimento mais rpido que o capim. Cabe dizer que de nada vale plantar o capim e entreg-lo ao gado, o homem tem que dirigir o pastejo.

2.3. Inter-relao vegetao-gado

H uma afirmao que diz: O pasto faz o gado e o gado faz o pasto. Isto significa que de nada adianta escolher uma raa e coloc-la numa pastagem inadequada. Temos que selecionar o gado para a pastagem, ou seja para a forragem que o solo produz. Da mesma forma, o gado deve ser dirigido para que no destrua a pastagem. O pasto deve ser preparado para o gado, sempre procurar a forrageira adequada para a espcie animal.

Nossos solos muitas vezes so inadequados para a produo de forrageiras exticas, desta forma eles tm que ser preparados, ou seja, corrigidos por uma calagem e adubao.

As forrageiras so importadas principalmente da frica. Isto porque alm de possuir regies de climas tropicais e subtropicais, o gado africano de grande porte (elefantes, girafas, rinocerontes, etc.). No nosso pas o maior animal nativo a anta (Tapirus anta).

O que est errado o sistema empregado na pecuria: importamos a raa, criamos a pastagem com forrageiras importadas, uma vez que o gado no se d com nossas pastagens, com isso o solo deve receber calagem e adubao. Se no houver a correo do solo, a pastagem no se torna vigorosa, permitindo a colonizao de invasoras, tendo-se que proteger a pastagem com herbicidas. Quando esta atacada por insetos e fungos, a forragem vira praticamente agricultura. H, no entanto uma diferena: na agricultura o produto vendido para o consumo humano e na pecuria necessria a converso das substncias vegetais (carboidratos e protenas vegetais) em protena animal.

Os animais novos necessitam de 830 g de protena para a produo de um Kg. de carne. Tendo em vista que a digestibilidade de apenas de 40 a 60%, o gasto ser de 1,160 a 1,330 Kg. de protena vegetal por cada quilo. Por esta razo, vegetao e gado devem ser sincronizados, isto , o gado deve ser adaptado forragem existente e a forragem existente ao gado.

Cada regio possui as pastagens que seus solos so capazes de produzir e para cada tipo de pastagem cria-se uma raa; para cada propriedade selecionam-se, desta raa, os animais que melhor se adaptam s condies especficas. Ningum tenta adaptar s solos s forrageiras, por ser um procedimento muito caro e sem retorno. Cabe lembrar que as pastagens nativas so adaptadas ao meio sendo necessrio um bom manejo e cuidados essenciais (adubao, consorciao com leguminosas, etc.).

Taxa de lotao e ganho de peso vivo por animal/h pelo melhoramento

de pastagem nativa em Minas Gerais (SOUSA, D.E., 1977).

Tipo de pastagemPerodoUA/hGanho de peso animal(Kg)Ganho

Kg/haGanho total

Kg/ha

Melhorada

NativaSeca

Chuvas

Seca

Chuvas0,60

1,31

0,50

0,9016,80

133,47

-7,16

99,9925,52

299,53

-9,83

186,45325,05

176,62

Se a forragem for alta, no significa que o gado estar sempre bem nutrido. Isto depende em termos absolutos da espcie forrageira e de sua capacidade de regenerao, o que se expressa geralmente pela idade fisiolgica da planta. A idade fisiolgica indica o estgio de desenvolvimento do capim, ou seja, sua fase vegetativa ou reprodutiva. As plantas mal nutridas podem florescer muito mais cedo que as bem nutridas, permanecer na rea menor tempo e fornecem menos massa verde e de qualidade inferior.

Uma planta bem nutrida fornece uma forragem farta, tenra e nutritiva. H variao entre as plantas, no que se refere ao maior valor nutritivo. Algumas delas no perodo da formao de botes as plantas possuem menos gua e mais energia (carboidratos), com um bom nvel de protena. Verifica-se que quanto mais velha a planta, menos protena contm, gerando menor ganho no gado de corte. Para o gado de leite, o ponto de pastejo o incio da florao, quando o teor de carboidratos maior.

O valor nutritivo de uma forrageira depende:

1. Da riqueza mineral do solo e da adaptao da planta ao solo.2. Da idade fisiolgica da planta.3. Da espcie, do cultivar e de seu potencial gentico.4. Da capacidade do animal de digeri-la e metabolizar as substncias existentes.5. Do clima e da temperatura conforto para o animal.

Relaciona-se em primeiro lugar o solo, que deve possibilitar o desenvolvimento total do potencial gentico das plantas. A nutrio da planta no depende somente da riqueza do solo, depende da capacidade da planta mobilizar seus nutrientes. Nestas condies seu valor biolgico elevado, ou seja, ela consegue formar todas as substncias at seu estgio final as quais so condicionadas geneticamente. Se o solo no adequado formao dessas substncias pode ficar a meio caminho. Por exemplo, no forma protenas, mas somente aminocidos no essenciais.

Em segundo lugar podemos considerar a idade em que a planta pastada. Quanto mais velha a planta, menos nutritiva, por tornar-se mais fibrosa. J a planta nova possui maior teor em protenas sendo mais favorvel para alimentao do gado de corte. A planta em florao possui mais amido, sendo mais favorvel ao gado leiteiro.

Relao de protenas na forragem segundo a idade(%)

ForrageiraPlanta novaIncio da formao de botoPlena florao

Trevo branco

Capim bermuda

Capim-cola-de-zorro

Cevadinha

Capim cornicho

Grama-comprida

Capim-branco

Capim-dtilo

Capim-sudo4,8

2,0

2,1

3,9

2,7

2,2

3,8

3,2

2,43,3

-

1,3

2,8

-

1,8

-

2,3

1,42,7

1,9

1,1

1,2

1,5

1,3

1,8

1,5

1,0

Existem forrageiras das quais os ruminantes digerem melhor a fibra que o extrato no nitrogenado, como os amidos. O capim seco em p perdeu quase todo seu valor nutritivo, no somente em relao s protenas, mas igualmente s enzimas, vitaminas, carboidratos (ausentes nas fibras) e parte dos minerais. Pode ser utilizado para engorda ou como alimento de emergncia nos perodos da seca junto com a uria ou misturado com melao. S, no se constitui em um alimento suficiente para os animais. O feno o capim cortado na florao e secado o mais rpido possvel para interromper todos os processos enzimticos e impedir a decomposio da protena e amido.

O valor real da forrageira passou-se a indicar com siglas da seguinte forma: nutrientes digerveis totais (NDT), protena digervel (PD), energia digervel (ED), energia metabolizvel (EM), e mesmo assim a concordncia com a produo no ainda como deveria ser, pois h forrageiras onde a fibra tem boa digestibilidade, havendo outras ricas em protena bruta, porm de pssimo aproveitamento pelo gado (Bello, 1970).

A capacidade de digerir e metabolizar a forragem consumida , talvez, o ponto mais importante, o que traduzido pela capacidade do gado de usar a forragem da melhor maneira possvel.

Isto depende:

1. Da adaptao do gado forrageira.2. Do efeito do clima local sobre o gado.

O gado acostumado a pastar determinada forragem, pode desenvolver a capacidade de digerir bem a celulose e formar dela, aminocidos. Para isso, possui uma flora bacteriana no rmen.

3. PLANTAS FORRAGEIRAS

3.1. Forrageiras nativas em diversas regies do Brasil

No Brasil existem muitas forrageiras nativas ou espontneas, anuais ou perenes, as quais so encontradas desde o extremo norte ao sul. Temos entre elas: capim-seda (Cynodon dactylon), o milho ou capim-colcho (Digitaria sanguinalis), o capim-papu ou marmelada (Brachiaria plantaginea), o pega-pega (Desmodium incanus), etc. A maioria est sendo confinada a determinadas condies ambientais e regies restritas.

Exemplos de algumas forrageiras nativas por estado ou regio:

Rio Grande do Sul: grama-forquilha (Paspalum notatum), capim-Ramirez (Paspalum guenoarum), grama-comprida (Paspalum dilatatum), grama-missioneira (Axonopus compressus), treme-treme (Briza minor), cevadilha (Bromus spp.), capim-flechinha (Stipa hyallina), pega-pega (Desmodium incanus), trevo-carretilha (Medicago hispida), ervilhacas (Vicia spp.), etc.

Santa Catarina: com seus solos em parte muito cidos, encontramos diversas espcies de Axonopus, como a grama missioneira, gramo ou folha larga (Axonopus obstusifolius).

Paran: explora grande quantidade de forrageiras do Rio Grande do Sul, e tambm o capim-gordura (Melinis minutiflora), que a partir da encontra-se em todos os estados, at o Roraima. H tambm diversos estilosantes (Stylosanthe spp), capim-mimoso (Andropogon tener) e desmdios (Desmodium intortum).

So Paulo: predominam o capim-gordura ou catingueiro (Melinis minutiflora) e o Jaragu (Hyparrhenia rufa), rabo-de-raposa (Setaria spp), diversos toucerinhos (Sporobulos spp), grama-batais (Paspalum notatum), grande quantidade de desmdios (Desmodium adscendens), (Desmodium barbatum) e maior variedade de estilosantes (Rhynchelytrum roseum), etc.

Minas Gerais: como So Paulo, possui grande nmero de desmdios e estilosantes e uma diversificao grande de leguminosas, como: Centrosema spp., Colopogonium spp. Encontram-se outros capina, como capim-murumbu (Panicum maximunm), etc.

Mato Grosso: conta com uma vegetao especial e famosa no pantanal, como o capim-pantaneira (Paratheria prostata), capim-mimosinho (Reimarochloa inflexa), grama-mato-grosso (Paspalum notatum cv), amendoim-de-campo-limpo (Arachis diogo), e outros que fizeram do estado um excelente criador de gado.

Regio Nordeste: a regio litornea baixa rica em gramneas e leguminosas. No agreste predomina: Chloris orthonotum e o capim-mimoso (Gymnopogon mollis e Gymnopogon rupestris). Na caatinga encontra-se o capim-panasco (Aristida setifolia), portulacas e especialmente rvores forrageiras como canafstula-de-boi (Pithecellobium multiflorum), juazeiro (Zyziphus joazeiro), mandarucu (Cereus jamacuru), faveiro (Parkia platycephala), e tambm leguminosas como feijo-batata ou jacutup (Pachyrrhyzus bulbosus), or (Phaseolus panduratus), etc.

Regio Norte: merecem destaque as canaranas, os capins de solos alagados ou temporariamente inundados (Echinochloa polystachia e Echinochloa pyramidalis) e o quicuio-da-Amaznia (Brachiaria humidicola), trazido das Guianas, que vegeta ao lado do pasto-preto (Paspalum guenoarum).

A enorme diversificao de plantas nativas um indicativo de uma grande variedade de ecossistemas existentes no Brasil. Talvez esta possa ser uma explicao para a invaso de capineiras e pastagens plantadas por plantas nativas. As plantas invasoras so plantas que melhor se adaptam s condies locais e que se identificam com o lugar.

As plantas invasoras se instalam quando:

1. A forragem plantada torna-se rala devido ao pastejo.2. O solo desnudo em manchas desprovidas de capim, aparece pelo pastejo excessivo.3. H trilhas de gado.4. H sulcos, produto da eroso.

As forrageiras de porte alto, como o Colonio, Guatemala, Napier, Camerum Tardio, etc., impedem ou dificultam o aparecimento de invasoras quando est com boa altura, isto devido a que na sombra total so raras as plantas que conseguem crescer. Quando estas baixam pelo pastejo, as invasoras surgem novamente. O problema das invasoras que o solo geralmente tem sido esgotado e compactado pelo plantio, pisoteio do gado e pela ao da chuva, da que as plantas que se instalam so robustas, mas de pouco crescimento e de baixo valor nutritivo. H necessidade de incrementar as pesquisas na vegetao nativa para melhor conhecimento dos seus hbitos e assim gerar tecnologias adequadas para seu uso.

3.2. Escolha da forrageira

Deve-se escolher espices bem adaptadas regio e que atendam ao obletivo de sua seleo. Isto : para pastoreio direto, para produo de feno, para capineiras de corte ou para ensilagem. importante que sejam considerados os nveis de tolerncia das forrageiras atendendo-se sempre s condies do meio ambiente. O quadro a seguir permite orientar a seleo de determinada forrageira considerando-se os npiveis de tolerncia de leguminosas tropicais.Informaes sobre aspectos de adaptao de Gramneas e Leguminosas Tropicais ao meio ambienteTolernciaPrecipitao mnima

EspciesSecaGeadasInundao(mm)

Andropogon gayanusBRF400

Brachiaria decumbensRFR1.000

Brahiaria humidcolaBRR1.000

Brachiaria muticaRFMB1.200

Brahiaria ruzizinsisFFF1.200

Calopogonium mucunoidesFFR1.200

Chenchrus ciliaresMB RF350

Centrosema pubescensRFR1.200

Clhoris gayanaBRR650

Cynodon nlemfluensisR-MB-

Desmodium intortumRRB1.200

Desmodium uncinatumRRF900

Galactia striataBBR800

Leucaena leucocephalaBRF750

Leucaena bainesiiRBMB900

Macrotirium atropurpureumBFR600

Melinis minutifloraRFF1.000

Neonatonia wightiiRRR750

Panicum maximum - ColonioRFF1.000

Panicum maximum -MakueniBFF1.000

Panicum maximum Green PanicBBF600

Paaspalum plicatulumBRRB750

Pennisetum clandestinumRBR850

Pennisetum purpureummFFF1.000

Pueraria phaseoloidesRFB1.250

Stylosanthes guianensisBFR850

Stylosanthes humilisBFF600

Stylosanthes hamataBFF600

Setaria sphacelataBBB750

F= fraca; R= razovel; B= boa; MB= muito boa; RB= regular/boa.

FONTE: Bogdan (1977), Whitteman (1980), Brotel (comunicao pessoal) e experincias pessoais dos autores.

3.3. Tolerncia de gramneas forrageiras tropicais ao alumnio e exigncia de Ccio e Fsforo

Para garantirmos o sucesso na formao e manejo das pastagens, recomenda-se sempre que possvel uma anlise de solo antes da implantao da pastagem. Anlises posteriores do solo orientam os procedimentos a serem adotados para prevenir a decadncia dos pastos. A tabela a seguir nos oferece uma orientao sobre o assunto.

Comparao entre nove gramneas forrageiras tropicais quanto tolerncia ao alumnio e exigncias de clcio e fsforo na fase de estabelecimento das capineiras.

Tolerncia ao Al aExigncia de PbExigncia de Cab

EspciesAltaMdiaBaixaBaixaMdiaAltaBaixaMdiaAlta

Brahiaria humidcolaxxx

Andropogon gayanusxxx

Melinis minutifloraxxx

Brachiaria decumbensxxx

Brachiaria brizantaxx

Panicum maximumxx

Hyparrhenia rufaxx

Pennisetum purpureummxx

Chenchrus ciliaresx

a Tolerncia a Al: atendendo os dados de Salinas (1970); Spain & Andrew (1975 e 1976)

b Exigncia em P e Ca: baseados em dados do CIAT (1977 e 1982) e Siqueira (1982) 3.4. A pastagem plantada

Pastos nativos decados pelo mau uso, ou os campos agrcolas deficientemente gramados, cerrados e matas roadas so plantados com forrageiras produtivas para aumentar a produo de carne por hectare. Evidenciamos que existem muitos ambientes e microambientes com vegetao especfica, de modo que no se pode generalizar escolhendo uma ou duas forrageiras para todo o territrio nacional. J foram feitas vrias tentativas para indicar as forrageiras mais adequadas a determinadas condies de clima e solo. Alguns exemplos:

Alcntara e Bufarah (1979) tentaram um zoneamento no Estado de So Paulo atendendo:

1. Altitude.2. Temperatura mdia.3. Precipitaes anuais.4. Chuva excedente.5. Clima (mido, semi-mido, sub-mido e seco).6. Solo (segundo a taxonomia e capacidade de utilizao).Desta forma dividem o Estado de So Paulo em Regio de Campos do Jordo, Vale do Paraba, Cerrado Central, Noroeste e Contorno Leste.

Em Pernambuco dividem a regio em: litornea, agreste e caatinga.

No Rio Grande do Sul (ARAJO, 1971) tentou um agrupamento:

1. Segundo a estao do ano (outono-inverno e primavera-vero).

2. Segundo os solos (arenosos, mdios, argilosos, midos drenados e alagadios).3. Pelo uso: fenao ou pastejo.SOUZA (1997) indica para cada forrageira suas caractersticas de clima, solo e manejo, bem como sus resistncia ao frio e seca.

GOMES (1973) indica forrageiras herbceas, arbustivas e arbreas para a regio da caatinga. Praticamente no h autor que no indique as limitaes e preferncias de cada forrageira, para que o pecuarista no sofra amargas experincias e perdas de dinheiro. As firmas idneas que vendem sementes de forrageiras, embora tendo estoque de sementes, indicam as regies do Brasil onde se planta com maior sucesso uma ou outra forrageira, dando nfase ao regime pluviomtrico e a riqueza dos solos exigidos. No falta conscientizao, e enquanto uns procuram a forrageira com o melhor resultado bromatolgico, outros procuram a melhor adaptao a determinadas condies locais. No somente a carga animal que as pastagens plantadas suportam quando recm instaladas e bem adubadas. O fator econmico entra tambm em jogo e todos sabem hoje que uma produo elevada, com grandes investimentos, s vezes menos econmica que uma produo um pouco menor, mas com investimentos muito menores.

Uma forrageira que se identifica com o solo e o meio ambiente permanece na pastagem por muito mais tempo e, de certa forma, mais indicada que outra que exige a renovao a cada 4 a 5 anos.

O nmero adequado de animais no pastejo depender da planta forrageira escolhida para a rea.

De modo geral, os animais sempre pastaro as plantas que mais lhes apetecerem, desta forma as espcies mais importantes para a nutrio so perseguidas pelo gado, e desaparecem. Assim, instala-se um processo de sucesso regressiva, ou seja, desequilbrios vegetais cada vez mais inferiores at que a pastagem se torna incapaz de nutrir o gado.

Os ensaios de lotao por um a dois anos no conseguem dar informaes vlidas para a lotao da pastagem. Essa lotao ser tanto mais oscilante, quanto menos se cuidar da conservao das espcies. Assim, na estao das guas a lotao pode ser 4 a 5 vezes maior que na estao de seca. Quando existem leguminosas elas podem servir de suplemento na estao da seca, contribuindo para a manuteno de uma lotao estvel.

A lotao, ou seja, o nmero de animais no pasto durante a estao seca, no somente pode ser uma informao valiosa para o sucesso do manejo no decorrer dos anos, mas igualmente sobre a provvel fertilidade do gado. Se o animal passa fome de 5 a 6 meses do ano, geralmente tem sua fertilidade seriamente comprometida. Se a carga animal na estao das guas era de 1 animal para cada 3 hectares e se a lotao durante a seca de 1 animal por 10 hectares, normalmente haver superlotao e fome, uma vez que no existe a migrao dos rebanhos para pastagens mais abundantes.

Os animais selvagens da frica migravam sempre para regies de pastagens verdes e abundantes, poupando os pastos secos, e garantindo assim sua rebrota vigorosa com o incio das chuvas. O instinto do animal selvagem mantinha a produtividade dos pastos.

Nos perodos secos ou muito midos a lotao da pastagem deve ser moderada, por causa do estrago do pisoteio animal sobre a relva (erva rala e rasteira). Isso implica num pastejo deficiente na estao das guas. A forma de controlar este problema manter piquetes reservados para a seca, onde o volume de capim seco e a suplementao por leguminosas conseguem manter o gado. Por outro lado, um pastejo moderado, evitando que o gado raspe o pasto, permite a rebrota do capim nativo mesmo durante a seca. Nas regies onde o capim fica muito ralo por causa das condies secas, a manuteno da flora herbcea mais importante, no somente como sustento do gado, mas tambm para proteo do solo.

3.4.1. Gramneas

As gramneas so do reino vegetal, diviso Angiospermae, Classe Monocotiledoneae e Ordem Gramininales. So predominantes nas pastagens e vulgarmente chamadas de capins e gramas. So utilizadas na forma de pastagens, fenos ou para ensilar.

A - Andropogon gayanus Kunth

1. Nome comum: Capim Andropogon, capim gamb.

2. Origem: frica Ocidental (Shika-Nigria)

3. Exigncias: Pouco exigente em fertilidade do solo, preferindo os bem drenados e vegetando bem menos pobres e cidos (solos de cerrado). Adapta-se bem em regies com 400 a 1.500 mm de chuvas anuais e altitudes de at 1.000 m.

4. Utilizao: Pastejo e fenao.

5. Porte e hbito de crescimento: perene, cespitoso, com 2,0 m. ou mais de altura. Apresenta folhas abundantes com pilosidade aveludada, colorao verde azulada estreitamento tpico na base, assemelhando-se a um pecolo.

6. Manejo: Em pastejo deve ser utilizado na altura compreendida entre 0,30 a 0,70 m. Para produo de sementes deve ser cortado ou pastado 90 a 120 dias antes da florao para no acamar, o que dificulta grandemente a colheita.

7. Capacidade de suporte: 1,5 a 2,0 UA/ha./ano.

8. Rendimento: 40 a 80 ton./ha/ano de massa verde e 100 a150 kg/ha de sementes.

9. Resistncia: Boa seca, pois apresenta sistema radicar profundo (0,80 m de profundidade e 1,0 m em torno da planta), e tambm ao corte e ao fogo.

10. Multiplicao: Atravs de sementes, gastando-se cerca 5 kg/ha de sementes.

11. Composio qumica: considerado um capim de valor nutritivo mdio, apresentando de 4,8 a 12,9% de P.B. na M.S.

12. Consorciao: Siratro, Calopognio, Estilosantes.

13. Cultivares: a EMBRAPA lanou a cultivar Planaltina no 1( semestre de 1980 (Andropogum gayanus var. Bisquamulatus cv. Planaltina), sendo a que se encontra em cultivo atualmente.

B - Hyparrhenia rufa (Ness) Stapf1. Nome comum: capim-provisrio, capim-vermelho, sap-gigante, capim-lageado e capim-Jaragu.

2. Origem: Brasil Central (segundo alguns autores). Segundo outros autores, do Continente Africano ou a ndia.

3. Exigncias: Medianamente exigente em fertilidade do solo e exige pluviosidade acima de 800 mm anuais. Desenvolve-se bem em solos slico-argilosos ou argilosos.

4. Utilizao: Aceitabilidade boa, utilizado para pastejo, fenao e raramente para silagem. Quando o porte ultrapassa 0,50 a 0,60 m decresce sua aceitabilidade.

5. Porte e hbito de crescimento: uma gramnea perene, que atinge at 3 m. de altura, formando grandes e densas touceiras. Quando pastado repetidamente pode formar gramado que cobre o terreno.

6. Manejo: Quando se emprega o pastejo controlado os animais entram na pastagem quando esta tem 0,40 m e saem quando o porte estiver de 0,20 m. No pastejo contnuo procurar manter a pastagem com cerca de 0,20 m.

7. Capacidade de suporte: 2,5 UA/ha/ano

8. Rendimento: 40 a 60 ton. de massa verde por ha/ano em quatro cortes, rendimento varivel, de acordo com o manejo, pode produzir de 150 a 200 kg de semente por ha e 20 ton/ha de feno/ano.9. Resistncia: um capim rstico, vigoroso, mas que apresenta baixa resistncia ao encharcamento, seca e temperaturas baixas. Tem boa resistncia ao pisoteio, corte mecnico e fogo e, bastante atacado pela sava (formigas) .10. Multiplicao: Por sementes, gastando de 8 a 10 kg/ha em sulco e 15 a 20 kg/ha a lano. Podem empregar-se mudas, que devero ser espaadas de 0,80 x 0,80 m, sendo as mudas constitudas de frao de touceiras com razes.11. Composio qumica: 5,3 a 12,8% de P.B. na M.S.12. Consorciao: Kudzu tropical, Jitiranas, Siratro, Soja perene, etc.C - Melinis minutiflora Pal de Beauv

1. Nome comum: Capim-melado, Meloso, Catingueiro, Gordura.

2. Origem: Nativo de frica e provavelmente da Amrica do Sul.

3. Exigncias: Pouco exigente em fertilidade de solo, desenvolve-se bem em regies de precipitao em torno de 800 a 1.400 mm por ano.

4. Utilizao: fenao e pastejo, sendo que algumas touceiras podem morrer aps o corte, visto que esta gramnea tem dificuldade de brotao de gemas basilares.

5. Porte e hbito de crescimento: uma gramnea perene que forma touceiras, com colmos geniculados, podendo a vegetao atingir at 1,20 m de altura.

6. Manejo: No pastejo contnuo e/ou rotativo, recomenda-se pastejo alto (( 0,40 a 0,50 m de altura) com a finalidade de que os meristemas apicais, que so precoces, no sejam eliminados. Para corte (fenao), deve ser feito juntando qualidade e rendimento por rea.

7. Capacidade de suporte: 1 a 2 UA/ha/ano.

8. Rendimento: h informao de 13 a 20 ton/ha/ano de feno, 40 a 50 ton/ha/ano de massa verde, sendo estas produes conseguidas com at 4 cortes. Pode produzir de 150 a 250 kg/ha de sementes.

9. Resistncia: no resiste geada, fogo, pastejo baixo e solos encharcados. Susceptvel cigarrinha. Resiste relativamente seca.

10. Multiplicao: Atravs de sementes, sendo comum no Brasil a utilizao de 20 a 30 kg/ha para plantio a lano. Basta 10 a 15 kg/ha para plantio em linhas espaadas de 0,20 a 0,60 m. A multiplicao pode ser feita por frao de touceiras, porm antieconmico. A mistura da semente com p seco facilita o plantio, visto que elas tm tendncias de aglutinarem-se.

11. Variedades: Estas possuem certa pilosidade, com excreo pegajosa, que contm um leo voltil dando ao pasto uma fragrncia forte e distinta, que no afeta o sabor do leite ou carne. Cabelo de negro: tm inflorescncia arroxeada, folha verde escura, porte menor, interndio curtos, mais resistente ao pisoteio que os demais, pois perfila facilmente, dando boa cobertura ao solo. Branco: inflorescncia clara, com composio qumica inferior s demais, sendo tambm sensvel ao frio. Roxo: inflorescncia roxa, folhas claras, porte menor, interndio longos e mais cultivada no Brasil. Possui sementes mais frteis, sendo tambm mais apreciado pelo gado. Francano: esta variedade mais indicada para fenao, por ter bom rendimento e vigor vegetativo.

12. Composio qumica: Pode apresentar de 6 a 9,2% de P.B. na M.S.

13. Consrcio: Soja perene, Siratro e Centrosema.D - Panicum maximum Jacq

1. Nome comum: Capim-colonio, capim-touceira.

2. Origem: frica tropical e Subtropical.3. Exigncias: exigente quanto a solos frteis, vegetando melhor em solos arenosos. Para desenvolver bem necessita de precipitao anual de 800 mm/ano.4. Utilizao: empregado para pastejo e fenao.5. Porte e hbito de crescimento: Atinge 3 m de altura. planta perene e suas touceiras apresentam-se com ramos tombados quando mais desenvolvidos.6. Manejo: para esta gramnea emprega-se o manejo alto. A entrada dos animais no pastejo controlado feita quando as plantas atingem cerca de 60 a 80 cm, e a sada, quando esto reduzidas de 30 a 40 cm. Quando pastejado constantemente, o perfilhamento estimulado. O emprego de roadeira deve ser feito uma vez por ano e no incio da estao chuvosa, isto quando ficam muitos tocos (colmos) secos aps o pastejo.7. Capacidade de suporte: 3,0 UA/ha./ano.8. Rendimento: Encontra-se referncia de rendimentos de 40 a 100 ton de massa verde por ha, sendo mais comum o rendimento de 40 a 50 ton de massa verde por ha em 2 a 3 cortes. Quando bem conduzidos, pode ser realizado 1 corte a cada 5 semanas. Produz de 150 a 200 kg/ha de sementes9. Resistncia: uma gramnea bastante rstica adaptando-se a condies de sombreamento; rebrota aps o fogo, mas no suporta solos com excesso de umidade e no resiste a geadas.10. Multiplicao: Por sementes, utilizando-se de 15 a 20 kg para plantio em linhas, 40 kg/ha para plantio a lano, quantidades estas que devem ser modificadas em funo do valor cultural da semente. A multiplicao por mudas pode ser empregada, sendo o gasto de 4 ton./ha com espaamento de 0,5 x 0,5 m, colocando-se 3 a 5 mudas por cova (este processo no econmico).11. Cultivares: As cultivares mais comuns so: Colonio, Sempre-verde, Guin, Greenpanic, Gattonpanic, Hamil, Makuani, Riversdale, Tobiat, Centenrio, Vencedor, Aruarana-IZ 5, Tanznia 1, Mombaa.12. Composio: 4 a 10% de P.B. na M.S.13. Consorciao: com Centrosema, Siratro, Kudzu tropical e soja perene.E - Penisetum purpureum Schum

1. Nome comum: Elefante, Napier ou Capim-cana. O nome Napier dado de maneira errada a quase todas as variedades, sendo que Napier uma variedade desta gramnea.

2. Orgem: frica (Rodsia)3. Exigncias: sta uma gramnea das mais exigentes em fertilidade, no se adapta a baixadas midas.4. Utilizao: Apresenta boa aceitabilidade e pode ser empregada para pastejo, forragem para corte e ensilar. Para ensilar este material conveniente que se adicione juntamente um material seco e/ou rico em carboidratos como a cana de acar, melao, sorgo, milho, etc. necessria a adio destas fontes de energia em funo do alto grau de umidade e do baixo teor de carboidrato que apresenta o capim-elefante.5. Porte e hbito de crescimento: sta gramnea perene pode atingir 6 m de altura, sendo mais comum de 3 a 4 m; a maioria de suas variedades deve ser cortada com 1,3 a 1,80 m, altura em que so mais tenras.6. Manejo: Para pastejo controlado recomenda-se a entrada dos animais com 60 a 80 cm. E a sada com 30 a 40 cm, o que pode ser conseguido com perodos de ocupao de 1 a 7 dias e descanso de 35 a 45 dias. No pastejo contnuo, procura-se manter a gramnea com cerca de 60 cm. O manejo alto, 1,20 cm vem sendo adotado em esquema de pastejo rotacionado e impede o desenvolvimento de invasoras, favorecendo a rebrota.7. Capacidade de suporte: 3 a 8 UA/ha no perodo das guas. Esta capacidade reduzida no perodo de escassez de chuvas, quando o crescimento paralisado, caindo tambm seu teor protico. As melhores capacidades de suporte tm sido conseguidas em esquema de pastejo rotacionado.8. Rendimento: comum conseguir 20 a 40 ton/ha de massa verde em 1 corte, o qual deve ser feito a mais ou menos 20 cm do solo, quando a forrageira apresentar 1,30 a 1,50 m de altura. O rendimento anual pode ultrapassar 180 ton/ha de massa verde em 3 a 5 cortes. Para fins de planejamento, toma-se por base a produo de 20 ton/ha/corte, o que seria suficiente para manter 10 vacas por 100 dias, ministrando-se 20 Kg/vaca/dia.9. Resistncia: uma gramnea bastante rstica, suportando bem o pisoteio, com relativa resistncia ao frio e fogo, sendo que fica crestado com geadas.10. Multiplicao: Em funo da baixa produo de sementes, a multiplicao por fraes de colmo ou colmos inteiros mais empregada. Se o colmo for segmentado, cada parte deve conter de 3 a 5 gemas (olhos). As mudas devem ser retiradas de culturas com mais de 100 dias, e plantadas em sulcos de 15 a 20 cm de profundidade, espaados de 0,5 a 1,0 m com pouca cobertura de terra. O gasto de mudas est em torno de 2 a 4 ton/ha, sendo empregada a proporo de 1:10, ou seja, 1 ha da cultura fornece mudas para 10 ha. As mudas, uma vez colhidas, se forem mantidas sombra, suportam at 20 dias de transporte.11. Variedades: As mais usadas e recomendadas so as que apresentam florescimento baixo ou tardio, com colmos macios e tenros, sendo portanto, mais empregadas: Mineiro; Cameroon; Porto Rico; Vrukwona; Napier; Taiwans A-148 e A-144; Elefante roxo. Outras existentes so: Mercker; Gold Coast; Niagara; Taiwans A-143 e A-241; Elefante ano (P. purpureum cv. Dwarf). As variedades so bastante semelhantes; a diferena feita pelo dimetro, dureza e porte do colmo, comprimento, nmero de folhas e poca de florescimento. Estas caractersticas so possveis de modificaes em funo de manejo e com isto quase todas as variedades deste grupo so chamadas de Napier.12. Composio qumica: pouco diferente entre as variedades, sendo que a variao maior ocorre com a idade da planta, apresentando dos 45 a 55 dias cerca de 9% de P.B. na M.S. e em estgios mais avanados, 3 a 4% de P.B. na M.S.13. Consorciao: difcil devido ao porte, porm podem ser empregadas: Soja perene, Siratro, Centrocema, Pueraria e Galactia striata.F - Digitaria decumbens Stent

1. Nome comum: Capim-pangola.

2. Origem,: frica do Sul.3. Exigncias: uma gramnea exigente em fertilidade do solo e precipitao acima de 700 mm ao ano.4. Utilizao: Pode ser empregada para pastejo e fenao, apresentando boa aceitabilidade. A fenao forma de sua utilizao para eqinos de corrida e para altas produtoras de leite.5. Porte e hbito de crescimento: Crescimento estolonfero que atinge de 60 a 90 cm, gramnea perene.6. Manejo: Para pastejo controlado, colocar os animais na pastagem quando esta apresentar cerca de 30 cm. e retira-los quando baixar para 15 cm. O perodo de descanso no deve ser inferior a 30 dias. No pastejo contnuo manter a pastagem com mais ou menos de 20 cm.7. Capacidade de suporte: 2,5 UA/ha/ano.8. Rendimento: Podem produzir 30 a 40 ton/ha/ano de massa verde, sendo realizados 3 a 4 cortes. O rendimento para feno pode alcanar de 8 a 10 ton/ha/ano.9. Resistncia: Pouca resistncia a geadas e seca; podem apresentar ataques de pragas, como cochinilhas e cigarrinha, bem como doenas virticas. O vrus do enfezamento do pangola (PSV) acabou com esta gramnea em algumas regies brasileiras. Toleram baixadas midas.10. Multiplicao: realizada atravs de mudas ou estoles empregando espaamento varivel de acordo com a disponibilidade de mudas. recomendado o espaamento de 0,5 a 1,0 m entre sulcos e 0,3 a 0,5 cm entre mudas. Para fins de clculos considera-se que 1 ha de pangola fornece muda para 10 ha. O plantio por muda pode ser tambm a lano, isto , distribuio das mudas no solo e posteriormente fazendo uma gradagem leve, sendo que, por este processo, o gasto de mudas maior. A multiplicao por sementes invivel; apresenta grande nmero de sementes estreis e com isto baixo valor cultural.11. Composio qumica: 4 a 8% de P.B. na M.S.12. Consorciao: mais fcil com leguminosas de maior porte devido a agressividade desta gramnea, mas podem ser empregadas: Stylosanthes, Soja perene, Siratro, Centrosema, Puerria.G - Axononopus scoparius (Flugge) Hitche

1. Nome comum: Capim-Venezuela, pasto imperial, capim-de-teso, capim colombiano.

2. Origem: Amrica tropical e subtropical.

3. Exigncias: No muito exigente em solo. Desenvolve-se melhor em solos frteis, argilo-slico-humfero, de aluvies das baixadas com boa umidade. Em terrenos muito argilosos ou muito arenosos a planta no prospera. Vegeta em zonas trridas e temperadas. Pluviosidade para seu bom desenvolvimento, de: 1.000 a 2.000 mm.

4. Utilizao: No resistente ao pisoteio.

5. Resistncia: Resistente a geadas e secas, no resistente ao fogo. atacado por um fungo do gnero Helmintosporium, que impede sua frutificao normal, causando aspecto encaracolado das inflorescncias. comum o seu ataque pelo vrus da gomose, no entanto, as variedades: 60 e 72, so resistentes gomose.

6. Rendimento: Quando cortado produz aproximadamente 12-14 ton/MS/ha/ano ou 60-70 ton/MV/ha/ano, em trs a quatro cortes.

H - BrachiariasA maioria das espcies so originrias da frica Tropical, apresentado plantas anuais ou perenes, eretas, rizomatosas, estolonferas, etc. Quinze espcies so encontradas comumente no Brasil: cinco so nativas (B. adspersa; B. fasciculata; B. molis; B. reptans; B. venezuelae), trs foram introduzidas provavelmente h dcadas (B. extensa, B. purpurascens e B. plantaginea); sete foram as ltimas a serem introduzidas (B. brizanta, B. decumbens cv Basilisk, B. decumbens, B. humidicola, B. radicans, B. ruziziensis, B. vittata).

H.1 - Brachiaria decumbens Stapf:

1. Nome comum: Brachiaria, Brachiarinha, Capim Brachiaria, Decumbens, Signal grass.

2. Origem: frica. Primeira introduo no Brasil feita atravs do antigo IPEAN, hoje CPATU/EMBRAPA, em 1952. A partir de 1965 disseminaram-se rapidamente nos cerrados brasileiros.

3. Exigncias: No muito exigente em fertilidade de solo. Para bom desenvolvimento necessita de precipitao anual de mais de 800 mm.

4. Utilizao: Pode ser empregado para pastejo e fenao, bem palatvel em comparao com as demais, sendo que os eqinos rejeitam esta gramnea.

5. Porte e hbito de crescimento: Pode atingir de 50 a 70 cm, perene, herbcea, pode emitir razes adventcias (estolonfera), bastante agressiva. Muito empregada com a finalidade de impedir a eroso. Pancola com at de 1 a 5 racemos, mais freqentemente trs racemos. Floresce vrias vezes ao ano.

6. Manejo: para pastejo controlado, a entrada dos animais deve ser a gramnea em torno de 30 a 40 cm e a sada quando o porte for reduzido a 10 ou 15 cm, com perodo de descanso de 30 a 35 dias. Para pastejo contnuo procurar manter a vegetao com porte de cerca de 20 cm.

7. Capacidade de suporte: 2 a 3 UA/ha/ano.

8. Rendimento: 50-70 ton/ha/ano de massa verde.

9. Resistncia: No tolera solos argilosos, secas prolongadas e sofre ataque de cigarrinhas e percevejos. Rebrota aps o fogo, tem regular resistncia ao frio e ao pisoteio. A fotosensibilizao hepatgena sempre esteve associada com esta gramnea. O problema de ataque de cigarrinha (Zulia entreriana) nestas pastagens preocupa os pecuaristas. Existe o combate biolgico com o inimigo natural desta cigarrinha, que o fungo: Metarrhizum anizopliae. O controle qumico perigoso e, em caso de us-lo, evitar o uso de clorados porque dos problemas da sua degradao, so encontrados resduos na carne e no leite. Os fosforados podem ser aplicados, desde com critrios, observando de sete a dez dias de intervalo entre a aplicao e o uso.10. Multiplicao: Pode ser feita por sementes ou por mudas. Por sementes se gasta em torno de 5 a 10 kg/ha para plantio a lano, semente de valor cultural razovel. As sementes tm dormncia de 6 meses e para o plantio anterior a este perodo pode-se empregar a quebra de dormncia com cido sulfrico comercial por 15 minutos e posterior lavagem, prtica que aumenta a porcentagem de germinao. Pode ser tambm empregado gua a 37(C por 30 min. O emprego de mudas pode ser realizado no plantio em covas, sulcos ou distribuio sobre o solo e gradagem superficial. O espaamento pode ser de 0,50 x 1,0 m varivel de acordo com a disponibilidade de mudas e qualidades destas.11. Composio qumica: Variao de 4,1 a 7% de P.B. na M.S.12. Consrcio: Difcil em funo do vigor vegetativo desta gramnea. Por ocasio da colocao da leguminosa na pastagem formada, conveniente rebaixar a pastagem com roadeira ou super pastejo, o que vai facilitar o estabelecimento da leguminosa que deve ser introduzida em cova ou sulcos, com fertilizao especfica, podendo ser empregado: Soja perene, Centrosema, Siratro, Leucaena, etc.13. Cultivares: Brachiaria decumbens cv IPEAN, introduzida diretamente da frica, por isso tambm dita de B. decumbens cv Africana. Brachiaria decumbens cv Basilisk ou B. decumbens cv Australiana.

H.2 - Brachiaria radicans Napper

1. Nome comum: Tanner grass, Brachiaria de brejo.

2. Origem: frica.3. Exigncias: Pouca quanto fertilidade do solo. Adaptao excelente em solos midos, ou seja mal drenados.

4. Rendimento: 9 ton/ha/ano de matria seca.

5. Porte e hbito de crescimento: Rizomatosa, estolonfera, hastes finas e flexveis. Folhas lisas e verdes brilhantes. Panculas com 6 a 12 racimos.

6. Composio qumica: 4 a 7% de P.B. na M.S.

7. Multiplicao: Via vegetativa, ou seja, atravs de mudas.

Problemas:

a- Observou-se intoxicao de animais mantidos em regime de pastejo exclusivo nesta espcie de gramnea. Os sintomas apresentados pelos animais so: perda de peso, hematuria (sangue na urina) e morte de animais. A intoxicao observada foi causada por nitratos e nitritos. Animais pastejando nesta forrageira, alternando com outras no apresentam o problema.

b- Esta gramnea constitui-se no hospedeiro predileto do Bilssus leucopterus (chich-bug), percevejo que causa srios danos em gramneas, cuja ocorrncia no vem sendo registrada nos ltimos anos.

Em funo destes problemas foram tomadas medidas governamentais para impedir o uso de reas com esta brachiaria, trnsito e multiplicao. Os infratores estavam sujeitos a penas determinadas pelo Regulamento da Defesa Sanitria Vegetal (Portaria N( 822, de 11/10/76). Aps estes comentrios, considera-se que no necessrio a erradicao de reas, mas no recomendado o seu plantio.

H.3 - Brachiaria mutica (FOSK) Stapf, Brachiaria purpurascens (Laddi) Henr.

1. Nome comum: Capim angola, Capim fino, Bengo, Capim de muda, Capim de boi, Para grass.

2. Origem: frica e Amrica Tropical (Colmbia).

3. Exigncias: Adapta-se a regies tropicais e subtropicais midas.

4. Resistncia: Baixa resistncia a geadas e secas prolongadas, porm resiste a inundaes e solos encharcados.

5. Manejo: Deve ser utilizado em pastejo controlado, apresentando capacidade de suporte de 1 a 2 UA/ha/ano.

6. Hbito de pastejo: Planta estolonfera, com estoles compridos, perene, pancola com 10 a 20 rcemos.

7. Multiplicao: Por mudas, visto que a produo de sementes baixa, produz poucas cariopses (frutos que apresentam o pericarpo preso semente, confundindo-se com ela). Seu plantio feito em sulcos espaados de 50 a 70 cm, podendo ser realizado tambm a lano sobre o solo e posterior gradagem. Recentemente tm-se notcias de sua multiplicao por sementes, na Bahia, com gasto de 6 a 8 kg/ha.

8. Rendimento: 30 a 40 ton/ha/ano de massa verde em 2 a 4 cortes.

9. Variedades: Angolinha: apresenta colmos finos, eretos e tenros. Angolo: colmos grossos, arroxeados com folhas maiores e mais largas.

H.4 - Brachiaria humidicola (Rendie) Schw

1. Nome comum: Capim agulha, Quicuio da Amaznia, Brachiaria espetudinha.

2. Origem: frica, a partir de 1973 tornou-se muito importante na Amaznia brasileira.3. Exigncias: Pouco exigente em fertilidade do solo.4. Resistncia: Boa resistncia a geada.5. Porte e hbito de crescimento: Planta ereta, a vegetao atinge at 1,0 m, rizomatosa, perene, e perfilha intensamente. Tambm fortemente estolonfera. Pancola com 2 a 5 racemos.6. Vantagens sobre a decumbens: Os eqinos no rejeitam esta brachiaria. Apresenta maior resistncia cigarrinha do que a decumbens.7. Multiplicao: Atravs de sementes e por mudas. As sementes apresentam dormncia at de 1 ano.8. Composio qumica: Variao de 5 a 11,9% de P.B. na M.S.H.5 Cynodon plecttostachyus

1. Nome comum: Estrela africana, capim estrela gigante, estrela, estrela branca.2. Origem: frica

3. Exigncias: precipitao acima de 600 mm anuais, solos arenosos de boa fertilidade, em terra roxa no produz bem.

4. Resistncia: Fogo (rebrota), seca: boa resistncia desde que no muito prolongada e s geradas, rebrota apesar da morte da parte vegetativa.

5. Rendimento: Produz 13 a 15 ton de feno/ha em solos de boa fertilidade.

6. Propagao e plantio: Mudas, estoles e ramos. Plantar em solo mido. Quando usada grade para o plantio, esparramar as mudas no solo preparado e passar a grade por cima.

7. Utilizao: No tem sido reportados problemas, apesar de que na frica tem sido reportados cxasos de intoxicao dado a presena de cido prssico. Para o pastoreio: entrada de animais com 0,30 a 0,40 m e retirar com 0,15m. Produz feno de boa qualidade. Deve ser manejada com cuidado e ateno, porque em relao haste/folha, se no for cortada ou submetida a pastejo no momento certo, leva a perda do valor nutritivo com consequentemente interferncia na produo animal. Quando lignifica, provoca lceras na mucosa bucal dos animais, predispondo entrada de microrganismos patognicos.H.6 - Brachiaria ruziziensis Gemain et Everard

1. Nome comum: Ruziziensis, Ruzi grass, Capim congo.

2. Origem: Congo.3. Exigncias: Pouco exigente em fertilidade do solo.4. Porte e hbito de crescimento: sta brachiaria muito semelhante a decumbens, a vegetao atinge 1,0 a 1,5 m., perene, estolonfera e apresenta grande perfilhamento. Pancula com 3 a 6 racemos e forte pigmentao avermelhada. As plantas so verde-amareladas.5. Resistncia: Baixa resistncia a geadas e secas. Suporta bem o pastejo. Tem maior rendimento por rea que a decumbens. 6. Multiplicao: Pode ser feita por mudas e por sementes. Por sementes deve observar o perodo de dormncia, que ocorre aps colheita que de at 12 meses (em condies ambientais). Floresce uma vez por ano (abril).7. Composio qumica: 4 a 11% de P.B. na M.S.8. Rendimento: At 80 ton./ha/ano. de massa verde. de 10 a 20% menos produtiva do que a Brachiaria decumbens.

H.6 - Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf

1. Nome comum: Brizantha.

2. Origem: frica.3. Exigncias: No muito exigente em fertilidade, desenvolve-se bem em solos secos ou midos.4. Porte e hbito de crescimento: mais ereta que a decumbens e a vegetao pode atingir 1,0 a 1,2 m. (touceira), menos vigorosa para gramar que as anteriores, pois no estolonfera, sendo rizomatosa e perene. Pancula com 2 a 12 racemos (4 a 6 racemos na cv Marandu).5. Composio qumica: 4 a 11% de P.B. na M.S.6. Resistncia: At o momento tem mostrado boa resistncia cigarrinha (Zulia entreriana)7. Multiplicao: Pode ser multiplicada por mudas ou por sementes que tm baixo poder germinativo.8. Cultivares: Brachiaria brizantha cv Marandu. Nomes comuns freqentemente empregados para esta cultivar so: Brachiaro, Brizanto e Rodeslana. Esta cultivar a brachiaria que vm sendo mais difundida nos ltimos anos para bovino de corte e em escala menor para bovino de leite.H.7 - Brachiaria dictyoneura (Fig & Mot) Stapf

1. Origem: frica

2. Exigncias: No muito exigente em fertilidade do solo.3. Rendimento: Semelhante decumbens em terreno de boa fertilidade.4. Porte e hbito de crescimento: Planta perene, que atinge de 1,0 a 1,2 m., ereta, estolonfera e rizomatosa. Pancula com 4 a 10 racemos.I - Setareas Setaria sphacelata (Schum) Stapfet Hubbard

Setaria anceps Stapf

A literatura reporta as denominaes de Setaria phacelata e Setaria anceps como gramneas perenes, originarias da frica, apresentam boa resistncia ao frio e geadas. Estas plantas tm boa versatilidade quanto ao tipo de solo, adaptando-se dos arenosos aos argilosos. Suportam bem as secas e toleram solos mal drenados e at sujeitos a inundaes. As cultivares mais importantes so: Nandi, Kazungula e Narok.

I.1 - Setaria anceps Stapf

1. Nome comum: Capim marang e napiezinho (nome dado a todas as cultivares).

2. Origem: frica, terras altas da provncia de Nandi, Qunia.3. Exigncias: A utilizao exclusiva e por longo perodo pode trazer problemas metablicos aos animais, devido a exigncia de cido oxlico Pode ser empregada para pastejo e fenao. Das trs cultivares de Setaria anceps, a Nandi a que apresenta menos cido oxlico (cristais de oxalato de clcio).4. Porte e hbito de crescimento: atinge de 1,5 a 2,0 m no florescimento. Apresenta rizomas curtos, forma touceira, perene.5. Manejo: No pastejo controlado colocar os animais quando a forrageira estive com 40 a 60 cm e retira-los quando reduzir a vegetao a 15 a 20 cm. Se bem pastejada, esta gramnea pode dar boa cobertura ao solo. O florescimento intenso, o que pode diminuir se adotar pastejo intenso no perodo que antecede a florao.6. Capacidade de suporte: 2 UA/ha.7. Rendimento: 60 ton./ha/ano de massa verde e 150 kg/ha de sementes com razovel valor cultural8. Resistncia: Resiste bem ao frio, adaptando-se bem no Sul de So Paulo, Mato Grosso e Norte do Paran.

9. Multiplicao: Sementes, gastando-se de 20 a 40 kg/ha no plantio a lano, gasto que ser menor se o plantio for em linha. A germinao desta gramnea , lenta e irregular, exigindo uma semeadura superficial.

10. Composio qumica: 4 a 11% de P.B. na M.S.

I.2 - Outras espcies de setrea Setaria sphacelata (Schum) Stapf: A primeira a ser cultivada em nosso meio, conhecida vulgarmente como rabo-de-rapousa ou rabo-de-cachorro.

Setaria geniculata P. Beauv: Nativa do Pantanal Matogrossense, onde conhecida pelo nome de capim mimoso vermelho.I - Penisetum clandestinum Hochest:

1. Nome comum: capim Quicuio ou Kikuio.

2. Origem: frica (regio com 1.500 a quase 3.000 m. de altitude, nos pases de: Etipia, Eritria, Qunia, Uganda, Ruanda, Zaire e Tanznia).3. Exigncia: Exige solos frteis, ricos em matria orgnica e relativamente midos. Para bom desenvolvimento necessita de mais de 750 mm de precipitao anual.4. Utilizao: sta gramnea, de excelente qualidade pode ser empregada no pastejo e fenao. No pastejo no so encontradas grandes reas com esta gramnea, sendo mais comumente usada em piquetes para touros, bezerros, sunos e maternidades de vacas.5. Porte e hbito de crescimento: No Brasil o pote desta gramnea de 30 a 40 cm. perene, estolonfera e rizomatosa.6. Manejo: No pastejo controlado, colocar os animais na pastagem quando esta apresentar em torno de 30 cm. de altura e retira-los quando tiver 10 cm de altura. No pastejo contnuo procurar manter a pastagem com 15 a 20 cm de altura.7. Capacidade de suporte: 2 UA/ha/ano.8. Rendimento: Pode produzir 60 ton./ha/ano de massa verde em 6 cortes ou 5 ton/ha/ano de feno.9. Resistncia: bem resistente ao frio, fogo, corte, pisoteio e sombreamento. Resiste mal seca e umidade excessiva. Quando plantada em solos pobres, apresenta problemas de doenas (ferrugem).10. Multiplicao: Feitas por mudas ou estoles de 30 cm, em espaamento de 1,0 x 1,0 m ou 0,6 x 1,0 m. Existe uma subespcie Australiana que produz sementes, com gasto de 2 a 4 kg/ha. As sementes, quando eliminadas nas fezes dos animais, germinam.J - Pennisetum clandestinum cv WhittetComparado com o Kikuio comum, apresentou maior teor de protena bruta. H indcios de que seja tambm menos exigentes em fertilidade do solo que o comum.

J.1 - Pennisetum clandestinum cv BreakwellComparado com a cv Whittet tem: Crescimento mais prostrado, interndios mais curtos e maior capacidade para gramar, maior resistncia ao pastoreio e a plantas invasoras.

1. Composio qumica: Apresenta de 8,0 a 10,8% de P.B. na M.S.

2. Consrcio: pode ser consorciada com Desmodium, Trevo branco, Stylosanthes e outras.K - Tripsacum fasciculatum Trin (Tripsacum laxum Nash)

1. Nome comum: Guatemalo, Capim-imperial, Campim-Guatemala.

2. Origem: Mxico, citando-se tambm, Guatemala e Filipinas.3. Exigncia: exigente em fertilidade do solo, desenvolvendo-se bem em solos ricos em matria orgnica e que retm muita umidade.4. Utilizao: Pode ser utilizado como verde picada e para ensilar.5. Porte e hbito de crescimento: Pode atingir at 3,0 m., perene, desenvolve-se de maneira lenta, (cerca de 7 g. de M.S./dia/m2, isto apresenta uma baixa taxa de crescimento.6. Manejo: Cortar altura de 15 a 20 cm. do solo, o que facilita a brotao e deve ser feito quando a gramnea atinge 1,0 a 1,80 m., quando tm boa palatabilidade e digestibilidade. A partir deste porte os colmos tornam-se lignificados e o valor nutritivo decresce.

7. Rendimento: 40 a 60 ton./ha/ano.

8. Resistncia: No resiste o encharcamento e geada, resistindo bem seca. A broca da cana e a lagarta frugiperda causam danos cultura.

9. Multiplicao: Embora floresa, a frutificao baixa, portanto a multiplicao restrita a mudas que podem constituir-se de colmos ou fraes de touceiras. O espaamento empregado pode ser de 0,5 x 1,0 m. ou 1,0 x 1,0 m., com gasto de 4 a 5 ton. de mudas para formao de 1 ha.

10. Composio qumica: Pode apresentar de 4,0 a 13,4% de P.B. na M.S.

11. Consrcio: Consorcia bem com a Soja perene, Siratro, Centrosema, Galactia, etc.

L - Phalaris tuberosa L.1. Nome comum: Falaris.

2. Origem: No definida, cultivos registrados na Europa desde 1824.

3. Exigncias: Desenvolve-se melhor em solos frteis, profundos e midos.

4. Utilizao: Pastejo, feno, podendo ser cortada e fornecida no cocho.

5. Porte e hbito de crescimento: Hbito de crescimento cespitoso, podendo atingir 1,0 m de altura.

6. Manejo: No deixar ultrapassar 30 a 35 cm e no eliminar alm de 8 a 10 cm em relao ao solo. Para feno cortar antes do florescimento e para corte, cortar com 50 a 60 cm.

7. Rendimento: 4 a 8 ton de M.S. por hectare/ano, com 3 a 4 cortes, com maior produo no inverno e primavera.

8. Resistncia: Gramnea de clima frio, de habitat natural em reas midas. Apresenta tolerncia seca quando cultivada em reas de solos drenados.

9. Multiplicao: Por sementes, gastando de 8 a 9 kg/ha em linhas espaadas de at 45 cm, na semeadura a lano se gasta 12 kg/ha. Colocar pouca terra sobre a semente.

10. Composio qumica: 6,3 a 15,0% de P.B. na M.S.

M - Festuca arundinaceae Schreb

1. Nome comum: Festuca, capim-suiter.

2. Origem: Europa.

3. Exigncias: Gramnea de clima temperado que exige solos com boa umidade e matria orgnica.

4. Utilizao: Pastejo.

5. Porte e hbito decrescimento: Pode atingir 1,50 m, perene de hbito de crescimento cespitoso.

6. Manejo: Pastejar quando estiver com 15 a 20 cm e retirar os animais com 5 cm de altura.

7. Rendimento: 6 a 7 ton de M.S./ha/ano.

8. Resistncia: tolerante temperaturas baixas e sensvel a deficincia de gua.

9. Multiplicao: Por sementes, com gasto de 30 a 40 kg/ha.

10. Composio qumica: 15 a 20% de P.B. na M.S.

11. Consrcio: Trevo branco, no tolera concorrncia com forrageiras de porte alto.

12. Variedades: Kentuck 31, Taqua B.

N - Hemarthria altissima (Poir) Staphf & Hubb1. Nome comum: Hemartria.

2. Origem: frica do Sul.3. Exigncias: Gramnea perene de estao quente.4. Utilizao: Pastejo, feno.5. Porte e hbito de crescimento: Forma relvado de at 1,0 m, estolonfera, com estoles longos.6. Manejo: Iiniciar pastejo com 20 a 25 cm de altura, retirando os animais quando tiver com uma altura de 5 cm. Pastejo contnuo manter com 15 cm. Para feno cortar com 50 a 70 cm.7. Rendimento: 12 ton. de M.S. por ha/ano, com 4 a 5 cortes.8. Resistncia: tolerante a temperaturas baixas, adapta-se bem a vrios tipos de solos, inclusive a solos cidos, com baixa exigncia por fertilidade.9. Multiplicao: Por mudas com gasto de 2 a 3 ton/ha., em sulcos ou covas. O espaamento entre sulcos pode ser de at 1 m.10. Composio qumica: 5,3 a 11,0% de P.B. na M.S.11. Variedades/cultivares: Roxinha, Florida, Preferida, etc.O - Secale cereale L.1. Nome comum: Centeio.

2. Origem: sia Central.3. Exigncias: Bbaixa fertilidade do solo, no se adapta a solos muito midos.4. Utilizao: Pastejo, feno e para corte e silagem pr-secada.5. Porte e hbito de crescimento: Cespitoso, podendo atingir 1,30 m de altura, com ciclo curto em relao aveia e azevm.6. Manejo: Iniciar pastejo com 30 cm e retirar os animais quando atingir 6 cm. Para corte faze-lo quando a planta tiver 30 cm.7. Rendimento: 3,8 ton/ha. de M.S. em trs cortes.8. Resistncia: Baixa ao pastejo contnuo.9. Multiplicao: Semear de maro a maio em sulcos com espaamento de at 20 cm e densidade de 50 sementes/metro, com gasto de 70 a 80 kg/h. A lano, aumentar a quantidade de sementes.10. Composio qumica: 7,5 a 2,5% de P.B. na M.S.

11. Consrcio: Serradela.

12. Cultivares/variedades: Colonial, BR 1.

P - Pennisetum americanum (L) K. Schum1. Nome comum: Milheto, pasto italiano, capim charuto.

2. Origem: frica.3. Exigncias: Solos bem drenados e frteis, produzem com baixa precipitao.4. Utilizao: Pastejo, corte, fenao, silagem.5. Porte e hbito de crescimento: Atinge at 1,2 m e, planta cespitosa anual.6. Manejo: cortar ou pastejar com plantas atingindo at 80 cm. No pastejo, retirar o gado com 30 cm.7. Rendimento: 6 a 20 ton de M.S./ha. 8. Resistncia: Boa a perodos secos.9. Multiplicao; semeadura de setembro a maro, em linha com gasto de 15 kg de sementes/ha com espaamento de 20 a 40 cm. A lano com gasto de 20 Kg/ha.10. Consrcio: Feijo mido.11. Variedades/cultivares: Prola, Tifidate, Millex 23Q - Triticosecale Wiff1. Nome comum: Triticale

2. Origem: Hibridao entre trigo e centeio (Canad).3. Exigncias: Solos de mdia a alta fertilidade.4. Utilizao: Feno, corte, silagem pr-secada, pastejo.5. Porte e hbito de crescimento: Cespitosa, anual.6. Manejo: Cortar quando a forrageira atingir 40 cm. Cortando aos 60 dias, a rebrota pode ser utilizada para gros.7. Rendimento: 8 a 10 ton de M.S. por hectare.8. Resistncia: Alta a o frio.9. Multiplicao: Por sementes com gasto de 150 a 100 kg/ha nos meses de abril a maio.10. Composio qumica: 9 a 25% de P.B. na M.S.11. Consrcio: Ervilhaca ou Ervilha forrageira. Mistura com Azevm tem dado bons resultados no Centro Sul do Paran.R - Lolium multiflorum Lam1. Nome comum: Azevm.

2. Origem: Mediterrneo (Europa, sia, Norte da frica).3. Exigncias: Solos frteis e boa umidade no perodo de estabelecimento.4. Utilizao: Pastejo, feno.5. Porte e hbito de crescimento: Planta anual de ciclo hibernal, cespitosa, podendo atingir 80 cm.6. Manejo: Entrar com os animais quando as plantas tiverem 20 cm e retirar quando reduzir a 8-10 cm.7. Rendimento: 7 a 12 ton./ha de M.S. por hectare/ano, em trs a quatro cortes.8. Resistncia: Resistem bem a temperaturas baixas, umidade excessiva e acidez do solo.9. Multiplicao: Semeadura de maro a abril com 30 a 40 kg/ha.10. Composio qumica: 5 a 22% de P.B. na M.S.11. Consrcio: Ervilhaca, Serradela, Trevo vesiculoso, Alfafa, Centeio, Triticale.S - Hbrido (Cynodon dactylon cv Coastal e Cynodon nlemfuensis var Robustus)

1. Nome comum: Coast cross.

2. Origem: frica.3. Exigncias: Alta fertilidade do solo.4. Utilizao: Pastejo e fenao.5. Porte e hbito de crescimento: So plantas perenes de crescimento estolonfero formando relevo de at 50 cm.6. Manejo: Entrar com os animais quando o capim atingir 25 a 30 cm e retirar com 8 a 10 cm.7. Rendimento: 7 ton. de M.S./ha/ano, em quatro cortes.8. Resistncia: Boa ao frio.9. Multiplicao: Por estoles, onde 1 ha proporciona formao de 20 ha (1 ton/20 ha)10. Composio qumica: 8 a 16% de P.B. na M.S.11. Consrcio: Trevo Branco, Trevo Vesiculoso, Cornicho, Desmodium, Siratro.12. Cultivares/variedades: Coast cross 1.T - Avena sativa L.(branca); Avena byzantina Koch (amarela); Avena strigosa Schreb (preta)

1. Origem: Europa (velho mundo)

2. Exigncias: As aveias vegetam numa grande variedade de solos, mas preferem os argilosos e limosos onde haja estagnao de gua. O solo deve ser preparado para melhor desenvolver da cultura. So menos sensveis acidez do solo do que o trigo (desenvolve-se bem em solos com pH entre 4 a 7). Vegetam bem em regies com temperatura mdia de 19(C at alguns graus abaixo de zero.

3. Utilizao: Forragem oferecida aos animais no cocho, mesmo sem picar; silagem; feno; pastejo direto (com critrio - 2 a 3 horas por dia, geralmente em faixas rotacionais). Apresenta tima aceitao pelos animais.

4. Porte e hbito de crescimento: A aveia gramnea anual (ciclo mdio de 180 dias), cespitosa, altura de 1,5 m, tenra e suculenta. Nas aveias brancas e amarelas os colmos so grossos e suculentos e as folhas largas e verde-escuras. Na preta os colmos so finos e as folhas estreitas e verde-escuras.

5. Manejo: Na Regio Sul de Minas Gerais a aveia plantada entre 15/03 e 30/04 e 50 a 60 dias aps j se fez o primeiro corte, a 10 cm. do solo. Aps um perodo de 35 a 45 dias se faz um segundo corte, a 15 cm do solo e, aps igual perodo, se faz um terceiro corte a 5 cm do solo. comum no se fazer um terceiro j que o rendimento de massa verde deste pequeno. Neste caso, faz-se o pastejo direto. Nas condies do Brasil Central a cultura conduzida com irrigao, em sulcos ou por asperso. A formula 20-60-40 usada freqentemente. Responde extremamente bem adubao nitrogenada em cobertura, utilizando-se comumente 20 kg N/ha, 35 dias aps o plantio, e a mesma dose aps o primeiro e segundo cortes.

6. Rendimento: 50 a 60 ton/ha/ano de massa verde, 5 a 6 ton/ha de feno e 1,0 a 2,5 ton/ha de gros. Um rendimento mdio de massa verde por ha por corte pode ser assim explicado: 24,5 ton/ha - 1(corte; 16,5 ton/ha - 2( corte; 9,5 ton/ha - 3( corte.

7. Resistncia: No tolera solos encharcados ou mal drenados. A umidade alta favorece o aparecimento de doenas fngicas e bacterianas. Apresenta boa resistncia a temperaturas baixas.

8. Multiplicao: Por sementes; 80 kg/ha para aveias brancas e amarelas; 60 kg/ha para aveia preta. A semeadura feita com semeadeiras-adubadeiras de arroz e trigo, no espaamento de 20 cm entre linhas. Na semeadura a lano gastam-se 100 kg/ha de sementes. As sementes devem ser tratadas com Aldrim 40%, antes do plantio, para combater principalmente o cupim.

9. Composio qumica: 15 a 17% de M.S. na forragem verde, 13 a 15% de P.B. na M.S; 0,54% de Ca e 0,22% de P.

10. Consorciao: Principalmente com leguminosas anuais como a ervilha e serradela e tambm o trevo branco (perene). No Brasil Central a aveia cultivada solteira.

Para o sucesso da escolha de uma determinada gramnea para a formao de capineiras, importante conhecer a susceptibilidade das mesmas a doenas. Assim torna-se necessrio conhecer os nveis de tolerncia da forrageira a determinadas pragas, como o caso do ataque de cigarrinhas, que quando no percebido, pode levar a perda total das forrageiras. No quadro a seguir mostrase o grau de ressistncia de gramneas ao ataque de cigarrinhas.

Grau de tolerncia de gramneas s cigarrinhas das pastagens (Deois spp)

Tolerncia

Panicum maximum (Green panic)ResistenteModeradamente resistenteModeradamente susceptvelSusceptvel

Andropogon cayanusx

Setaria sphacelatax

Panicum maximum (Makueni)x

Melinis minutiflorax

Brachiaria brizantax

Brachiaria humidicolax

Panicum maximumx

Panicum maximum (Green panic)x

Panicum maximum (Guinezinho)x

Brachiaria decumbensx

Brachiaria ruziziensisx

FONTE: Adaptado de Cosenza (1981)3.4.2. Leguminosas

As leguminosas so plantas de folhas largas que, quando consorciadas com gramneas, podem proporcionar forragem de maior valor alimentcio, devido ao alto teor de protena e a capacidade de fixao de nitrognio atmosfrico atravs da simbiose com rizbios. Pertencem ao Reino Vegetal, diviso Angiospermae, classe Dicotiledoneae e Ordem RosalesA - Calopogonium mucunoides Desv1. Nome comum: Calopognio, Calopo, Falso Or, Enxada Verde, Catinga de Macaco.

2. Origem: Amrica do Sul Tropical.3. Exigncias: Pouco exigente em fertilidade do solo, vegetando bem nos pobres e cidos (solos de cerrado). Sua adaptao melhor em regies tropicais com umidade e temperaturas elevadas, ou seja, regies com precipitao acima de 1.220 mm anuais.4. Utilizao: Pastejo, em consorciao com gramneas ou mesmo cultura pura. Na fase vegetativa de baixa aceitao pelos animais, porm quando mais velho mais consumido, pois se encontra seca. Tambm utilizado na forma de feno.5. Porte e hbito de crescimento: Perene (semi-perene para alguns), de ciclo curto, morrendo com a seca prolongada, porm de semeaduras naturais. Apresenta hastes, folhas, inflorescncias e frutos bastante semelhantes soja perene e Kudzu tropical. As folhas so pequenas e de colorao azulada.6. Manejo: O pastejo normal nos meses quentes e chuvosos beneficia o Colopognio, na consorciao, j que ele nessa poca rejeitado pelos animais. Do mesmo modo que as demais leguminosas herbceas tropicais, ele no tolera altas cargas de animais.7. Rendimento: 40 a 50 ton/ha/ano de massa verde e 200 a 300 kg/ha de sementes na Austrlia e Brasil (no muito comumente esta produo de sementes).8. Resistncia: Baixa seca e a baixas temperaturas. Mediana, ao encharcamento.9. Multiplicao: Atravs de sementes que devem ser escarificadas, inoculadas com inoculante do grupo 1 e peletizada com fosfato natural. Se gasta de 10 a 12 kg/ha de sementes na formao de cultivo, cujo espaamento entre fileiras de 0,4 a 0,5 m.10. Composio qumica: 16,5% de P.B. em forragem nova com cerca de 60 dias de crescimento.11. Consorciao: Brachiarias, Gordura, Andropogon, Setrias, Jaragu.B - Glycine javanica, Glycine wightii, Neotonia wiighttii (Wigt & Arn) Lackey (atualmente)

1. Nome comum: Soja perene.

2. Origem: Asitica.3. Exigncias: sta leguminosa muito exigente em fertilidade do solo, destacando-se a necessidade de fsforo. Desenvolve-se melhor em solo com pH em torno de 6 e em local com precipitao acima de 700 mm anuais.4. Utilizao: Pode ser empregada para pastejo, fenao, como forragem verde. A soja perene pouco aceitvel e tem boa digestibilidade.5. Porte e hbito de crescimento: sta leguminosa de hbito rasteiro, formando uma vegetao (colcho) de 30 a 40 cm; trepadeira, com hastes finas e em alguns casos pode enraizar-se pelas hastes (estolonferas).6. Manejo: O principal cuidado no s para a soja perene, como tambm para todas as leguminosas de hbito rasteiro, no caso de consrcio, no deixar a gramnea abafar a leguminosa. Para o emprego em regime de pastejo, cultura exclusiva, no deixar a pastagem rebaixada a menos de 10 a 15 cm. Se pastejada exclusiva, pelos animais, por longos perodos, pode causar distrbios gstricos. O pasto est em condies de receber animais com 120 a 150 dias (exclusivo) e 60 e 90 dias (em consrcio). No pastejo controlado colocar os animais na pastagem com cerca de 30 a 30 cm e sada com 10 a 15 cm.7. Rendimento: Quando utilizada para feno pode render 10 ton/ha/ano em trs cortes. Para a produo de massa verde pode render 30 a 40 ton/ha/ano em 3 a 4 cortes. A produo de sementes boa, chegando a 800 kg/ha.8. Resistncia: mais tolerante ao frio do que Siratro e Centrosema; tem razovel resistncia seca, porm susceptvel ao ataque de lagartas e vaquinhas.9. Multiplicao: multiplicada por sementes escarificadas, dependendo da possibilidade de execuo desta prtica. O gasto de sementes varivel em funo do valor cultural, podendo empregar a relao de 120 kg/ha. Para plantio exclusivo se gasta de 6 a 9 kg de sementes/ha, no espaamento de 0,5 m entre linhas.10. Variedades:

Glycine javanica cv Tinaroo: considerada de florescimento tardio em relao s culturas Cooper e Comum. Exige clima quente com precipitao acima de 760 mm. Anuais.

Glycine javanica cv Comum: Floresce de abril a setembro, exige em torno de 700 mm. De precipitao anual e susceptvel a geada e ao fogo.

Glycine javanica cv Comum precoce em relao a Cianova e Tinaroo, tem boa resistncia seca e mais tolerante a solos cidos que a Tinaroo e Comum.

Glycine javanica cv Cianova: poca de florescimento semelhante Tinaroo; fica verde durante o inverno (boa resistncia seca)

Glycine javanica cv Clarence: Precoce, tal como a Comum e Cooper.

11. Consorciao: A soja perene se presta para consrcio com gramneas como Brachiaria, Gordura, Setreas, Rhodes, etc.

12. Composio qumica: Apresenta em torno de 17% de P.B. na M.S.

C - Macropoptilium atropurpureum Urb

1. Nome comum: Siratro (nome da cultivar nica da espcie, at o presente, obtida pelo australiano Dr. E.M. Hutton)2. Origem: Amrica Central; resultante do cruzamento de ecotipos nativos de Phaseolus atropurpureum oriundos de Mxico.3. Exigncia: sta leguminosa no muito exigente em fertilidade de solo; tolera bem os moderadamente cidos. Desenvolve-se bem em regies com precipitao mdia anual acima de 700 mm. Deve ser utilizado em regies mais secas, evitando assim maiores problemas com doenas.4. Utilizao: Pode ser utilizado para fenao e pastejo, apresentando boa palatabilidade.5. Porte e hbito de crescimento: So plantas rasteiras ou trepadeiras quando associadas com gramneas. planta perene, podendo apresentar enraizamento pelas hastes (estolonferas).6. Manejo: quando associada, evitar o abafamento da leguminosa pela gramnea. No caso de empregar esta leguminosa para fenar, fazer cortes rente ao solo.7. Rendimento: pode proporcionar em 3 cortes rendimento de 40 ton de massa verde por ha. A produo de sementes pode chegar a 300 a 400 kg/ha.8. Resistncia: susceptvel a doenas como o mldio e odio. No resistente a geadas; tolerante ao pisoteio, resiste s secas e nematides.9. Multiplicao: Atravs de sementes que podem ser inoculadas com o inoculante do grupo Cowpea, gastando-se de 10 a 12 kg/ha de sementes em espaamento de 0,5 m entre linhas (plantio exclusivo).10. Composio qumica: Pode apresentar de 16 a 18% de P.B. na M.S.11. Consrcio: Se presta para associao com Setria, Panicum, Brachiaria e outras. Esta leguminosa consorcia-se bem com praticamente, todas as gramneas.D - StylosanthesEste gnero a que pertence a maior parte das leguminosas nativas Brasileiras, vinte e cinco, de um total de 40 espcies, so encontradas no Brasil. Dezenove espcies so encontradas em terras do Estado de Minas Gerais.

D.1 - Stylosanthes gracilis H.B.K. ou Stylosanthes guyanensis (Aubl.) Swartz

1.Nome comum: Alfafa brasileira, Vassourinha e Stylo.

2. Origem: Amrica Central e do Sul3. Exigncias: sta leguminosa no muito exigente em fertilidade do solo, desenvolvendo-se bem em regies com precipitao mdia anual acima de 800 mm.4.Utilizao: Pode ser empregada para fenao e pastejo, apresentando boa aceitabilidade.5. Porte e hbito de crescimento: Pode atingir 0,60 a 1,20 m e, quando sob efeito de pastejo, apresenta-se prostrado. planta ereta, semi-arbustiva, muito ramificada, perene.6. Manejo: Quando empregado para fenar, fazer o corte rente ao solo. Quando empregado em pastejo, evitar o rebaixamento excessivo que pode eliminar a coroa que se eleva com facilidade. Quando utilizado em consrcio, evitar abafamento pela gramnea. O porte da cultura favorvel ao corte em torno de 50 a 60 cm, quando a planta j tem bom valor forrageiro e ainda boa digestibilidade.7. Rendimento: Pode produzir de 15 a 20 ton/ha/ano de massa verde. A produo de sementes varia de 150 a 500 kg/ha (60 a 200 kg/ha, com maior freqncia).8. Resistncia: Apresenta susceptibilidade antracnose, boa resistncia seca e a solos cidos; desenvolve-se bem em solos de cerrados; no tolera geada e solos alagados. No CIAT, Colmbia, foi obtida uma cultivar resistente antracnose, cujo nome La libertad.9. Multiplicao: Atravs de sementes escarificadas com gua a 60(C por cinco minutos. As inoculaes das sementes devem ser com inoculante que contenha rizbios do grupo Stylosanthes. O gasto de sementes de 2 a 5 kg/ha para espaamento de 0,5 m entre linhas. Para plantio em consrcio, a lano ou em linha, emprega-se de 2 a 5 kg/ha. A multiplicao pode ser por mudas (estacas enraizadas), no espaamento de 0,5 x 0,5 m.Cultivares Origem

Stylosanthes gracillis cv Oxley Paraguai

Stylosanthes gracillis cv Cook Colmbia Stylosanthes gracillis cv Schofield Brasil Stylosanthes gracillis cv Endeavour Guatemala Stylosanthes gracillis cv IRI 1002 Brasil Stylosanthes gracillis cv Deodoro I e II Brasil10. Composio qumica: Apresenta de 12 a 18% de P.B. na M.S.

11. Consrcio: O Stylosanthes gracilis pode ser empregado para associao com Jaragu, Colonio e outras.D.2 - Stylosanthes humilis H.B.K.1. Nome comum: Alfafinha do Nordeste, Alfafa do Nordeste, Erva de coelho e Erva de ovelha, Townsville stylo.

2. Origem: Amrica Central e Sul (Nordeste Brasileiro).3. Exigncias: No muito exigente em fertilidade do solo; desenvolve-se bem em regies com precipitao superior a 500 mm anuais.4. Utilizao: Tm boa aceitabilidade, pode ser empregada para pastejo e fenao.5. Porte e hbito de crescimento: uma leguminosa anual (semiperene).6. Manejo: Quando empregada para feno, fazer o corte rente ao solo. No caso de consrcio, no deixar abafar a leguminosa. A implantao da cultura em associao no difcil porque de aceitabilidade ruim em incio de crescimento.7. Rendimento: Pode produzir de 5 a 6 ton/ha/ano de M.S. A produo de sementes varia de 150 a 450 kg/ha.8. Resistncia: Tm boa resistncia ao pisoteio, seca e ao fogo aps ciclo. No tm boa resistncia ao frio, sombreamento e solos alagados. gra

9. Multiplicao: Por sementes inoculadas e escarificadas, a exemplo do Stylosanthes cillis. O gasto de semente de 2 a 5 hg/ha para plantio exclusivo, em espaamento de 0,5 m entre linhas.Cultivar:

Stylosanthes humilis var. Patterson

Outras variedades:

Stylosanthes angustifolia

Stylosanthes capitata

Stylosanthes scabra

Stylosanthes viscosa

E - Desmodium

E.1 - Desmodium intortum Mill

1. Nome comum: Carrapicho-beio-de-boi. Pega-pega, Amor-seco. Obs: O verdadeiro carrapicho-de-boi Desmodium canum.2. Origem: Brasil Central (regies frescas do Estado de So Paulo).

3. Exigncias: Quanto a fertilidade do solo, esta leguminosa menos exigente que a soja perene, tolerando tambm solos mais cidos que esta. Desenvolve-se bem em precipitao superior a 900 mm. ao ano.

4. Utilizao: Pode ser empregada para pastejo e fenao.

5. Porte e hbito de crescimento: As plantas so perenes, estolonferas em alguns casos (solos friveis).

6. Manejo: No emprego em pastejo, no permitir o rebaixamento dos estoles. Para fenao a recomendao que o corte seja rente ao solo (5 a 10 cm). Quando empregado em consrcio, a recomendao a mesma dada para as outras leguminosas. Esta leguminosa floresce no final das guas, o que proporciona um prolongamento do fornecimento de massa verde no incio da seca.

7. Resistncia: Dados de rendimento indicam 15 a 20 ton/ha/ano de massa verde em 2 a 3 cortes.

8. Resistncia: Comparando com Siratro e Soja perene, este tem maior resistncia temperatura baixa. atacado por Rhizoctonia e por doena virtica, que causa queda das folhas. Com relao seca, Desmodium intortum tem resistncia razovel.

9. Multiplicao: Por sementes escarificadas e inoculadas, empregando inoculante especfico. O gasto de sem