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Fortalecendo as Relacoes Interpessoais Na Igreja

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INTRODUÇÃO

O grande desafio proposto a nós membros da Igreja de Cristo, é o de mantermos a comunhão dos santos, que deve caracterizar a comunidade dos salvos – At. 2.42. Perseverarmos nessa Koinonia espiritual, dependerá de construirmos relacionamentos interpessoais calcados na provisão da graça de Deus colocada ao nosso dispor. Se quisermos ser honestos conosco mesmos, haveremos de admitir que temos presenciado muitos atritos e desentendimentos na comunidade cristã, ocasionando dissabores, amarguras, e até mesmo cismas e divisões na obra de Deus. Quando olhamos atentamente o que está abaixo da superfície, constatamos que tais desentendimentos são danosos à paz e à tranqüilidade do povo de Deus, e resulta da inapetência em construirmos relacionamentos fraternais saudáveis entre nós. Os recursos para fazermos frente a esse desafio a nós colocados, Deus nô-los tem dado. Portanto, se temos falhado, a deficiência não está na falta de recursos espirituais para efetivamente alcançá-lo. Nosso objetivo ao elaborarmos essas poucas linhas é motivar a todos nós servos do Senhor, a trabalharmos no sentido de construirmos relacionamentos fraternais, conforme proposto por Paulo no texto de Gl. 5.26 – 6.1-5. Para isso, será necessário percebermos o nosso valor enquanto servos de Deus habitados pelo Espírito Santo, a fim de que tenhamos uma auto-estima equilibrada, como forma de não incorrermos no complexo de superioridade, enchendo-nos de “vanglória”, muito menos, sejamos atingidos pelo complexo de inferioridade, que poderá gestar em nós a demoníaca atitude da inveja, que adoece as pessoas impossibilitando-as a desenvolverem relacionamentos fraternais significativos e restaurados por Deus.

Tendo em vista a importância dos relacionamentos interpessoais para a vida da igreja, neste mês de julho, estaremos estudando o Fortalecimento da Relações Interpessoais da Igreja, visando aprofundar a nossa comunhão que já é uma realidade entre nós, conforme demonstrado pela unidade e paz que desfrutamos em nosso campo. A proposta é exatamente fortalecer aquilo que já temos recebido pela graça de Deus. Que Deus esteja uma vez mais abençoando a ministração dessas aulas e, que no final, estejamos desfrutando mais intensamente nosso relacionamento fraternal como Igreja de Cristo.

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1ª AULA

RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS COMEÇAM COM O INDIVÍDUO – Gl. 6. 3 e 4.

Quando Deus criou os seres humanos, Ele os fez criaturas sociáveis e gregárias, possibilitando-lhes a busca de relacionamentos que fossem significativos e que tornassem a vida mais saudável e a convivência mais harmoniosa. O Senhor afirmou em sua Palavra: “Não é bom que o homem esteja só – Gn. 2.18”; pois o interesse de Deus é que tenhamos relacionamentos interpessoais saudáveis, pelo operar curador da sua graça em nossas vidas. Certamente, todo relacionamento dependerá de reciprocidade entre as pessoas, mas, entretanto, começará sempre com o indivíduo. Gálatas 5.26 – 6.1-5, trata de nossos relacionamentos pessoais, especialmente entre crentes na mesma comunidade da fé. Na Igreja, cada crente, habitado pelo Espírito Santo, deve empenhar-se no sentido de manter a comunhão entre os santos através de um relacionamento caracterizado pela harmonia e a fraternidade cristã. Paulo exorta-nos a que evitemos três atitudes específicas se quisermos efetivamente construir relacionamentos curados pela graça de Deus.

I – O CRENTE NÃO DEVE TER UMA ATITUDE DE PRESUNÇÃO – Gl. 5.26 a

“Não nos deixemos possuir de vanglória (Presunção)”. Este versículo é muito instrutivo, porque afirma que a nossa atitude para com os outros é determinada pela opinião que temos de nós mesmos. Quando alguém tem um senso de autocrítica errado, facilmente será tomado por um senso de auto- estima por demais elevado, caracterizado por vanglória, podendo dificultar o seu relacionamento com as outras pessoas.

A palavra traduzida por vanglória, é o adjetivo grego: KENODOXOS, e fala de uma pessoa cuja opinião sobre si mesma, não corresponde á realidade. É vazia, vã ou falsa. Esse indivíduo acalenta uma ilusão acerca de si mesma, ou é simplesmente convencida. Então, quando somos convencidos, nosso relacionamento com os outros se torna vulnerável e sujeito a envenenamento. E nesse sentido, o Apóstolo continua dizendo: “Se alguém pensa ser alguma coisa não sendo nada, a si mesmo se engana – Gl. 6.3”. E o pior dos insensatos é aquele que engana a si mesmo.

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II – OS CRENTES NÃO DEVEM PROVOCAR UNS AOS OUTROS – Gl. 5.26 b É próprio da pessoa presunçosa viver se equiparando e provocando os outros. E essa atitude é um terrível veneno para todo e qualquer relacionamento. A palavra grega, aqui traduzida por provocar é um verbo raro no Novo Testamento: PROKALÉO, e significa: “desafiar alguém para uma competição” – Corresponde dizer que temos tanta certeza de nossa superioridade, que insensatamente procuraremos demonstrá-la. Pessoas que são possuídas por esse tipo de atitude, dificilmente encontrarão bons amigos, pois ninguém gosta de conviver com alguém presunçoso e provocante, que sempre se acha melhor que todo mundo – Fp. 2.3.

III – OS CRISTÃOS NÃO DEVEM INVEJAR UNS AOS OUTROS – Gl.5.26

A inveja é uma atitude indigna do cristão, e própria das pessoas fracas, que geralmente tem um senso de auto-estima muito baixa. A grande verdade ensinada por Paulo no texto em apreço, é que os presunçosos se sentem melhores do que todos, e vivem desafiando os outros a uma competição; enquanto que os invejosos, até reconhecem que o outro é melhor, mas não obstante a isso, se sentem incomodados pelos dons e qualidades percebidos nos outros. O orgulhoso diz: Sou melhor do que você e vou provar isso; o invejoso, por sua vez, diz: você é melhor do que eu, e não estou gostando nada disso. Portanto, concluímos que relacionamentos saudáveis, passam necessariamente, por uma auto-estima sadia e curada pela graça de Deus, mediante o habitar do Espírito Santo na vida do crente. Se, de fato, relacionamentos saudáveis, dependem do indivíduo, de cada crente em particular, precisamos, então, conhecermos a nós mesmos, sabendo que para Deus todo ser humano tem valor, e pedirmos a Ele que nos dê um senso de auto-estima equilibrado, pois só assim, estaremos aptos a desenvolvermos relacionamentos interpessoais significativos no corpo de Cristo.

2ª AULA

COMPREENDENDO O COMPLEXO DE INFERIORIDADE E A AUTO-ESTIMA – Gn. 1.26-27; Sl. 8.4,5; Jo. 3.16.

Ao tratarmos a questão da inferioridade e auto-estima, devemos compreender e aceitar o ensino bíblico sobre o valor humano, uma vez que a

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Bíblia nos oferece a única perspectiva viável para que vençamos a inferioridade e construamos uma auto-estima equilibrada, conforme nos é proposto na Palavra de Deus. Conquanto a Bíblia reconheça que o homem é um ser caído, pecador e, portanto, susceptível à mais baixa degradação, Ela afirma, também, que esse homem é um ser nobre, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Por conseguinte, ele é um misto de nobreza e ignobilidade. Nobre, porque tem em si a imagem e semelhança Divina, ignóbil enquanto ser caído e pecador. Portanto, a Bíblia é a melhor proposta, no sentido de construir uma auto-estima equilibrada, pois nos afiança a certeza do amor de Deus, e coloca-nos sob o Seu constante cuidado.

I – CONCEITUANDO E ENTENDENDO INFERIORIDADE E AUTO-ESTIMA

Alfred Adler disse que “existir como ser humano, significa possuir um complexo de inferioridade que está constantemente nos instigando”. Auto-estima é o modo como uma pessoa se sente a respeito de si mesma. Está intrinsecamente ligado ao quanto ela gosta da pessoa que é. Discutir as questões da inferioridade e auto-estima envolve os seguintes elementos: 1.1 – Auto-conceito e auto-imagem – referem-se à idéia que alguém tem de si mesmo, é a sua auto-descrição;

1.2 – Auto-estima – refere-se à avaliação que um indivíduo faz de seu valor, competência e significado. Os sentimentos de valores próprios formam a personalidade e determinam o modo como uma pessoa usa suas aptidões e habilidades. Suas atitudes em relação a si mesma têm influência direta sobre a maneira como enfrentará as adversidades da vida, especialmente naquelas situações que demandam gerenciamento de conflitos nas relações interpessoais. A auto-estima é o fator determinante para que o indivíduo seja um sucesso ou um fracasso, no que concerne às relações humanas.

II - FATORES QUE CAUSAM INFERIORIDADE E AUTO-ESTIMA NEGATIVA

São diversos os fatores que podem causar complexo de inferioridade e baixa auto-estima. Mas, tendo em vista a nossa perspectiva bíblica e cristã da questão em apreço estaremos enfocando os seguintes elementos:

2.1 – Teologia Falha – Quando não se tem uma perspectiva correta sobre Deus e o valor inerente do ser humano, pode-se perder de vista a idéia

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bíblica de um Deus amoroso, que é, acima de tudo Pai daqueles que o servem; levando as pessoas a se sentirem indignas, inclinadas à inferioridade, presumindo que os seres humanos são indignos e insignificantes aos olhos de Deus, confundindo humildade com auto-condenação. Certamente Deus nos corrige como pai aos filhos, mas o faz porque nos ama – Hb. 12.6-11.

2.2 – Conceito errado quanto à doutrina do pecado – Ao criar os seres humanos, Deus estabeleceu-nos um padrão de certo e errado, não porque tivesse o interesse de estragar nossa alegria, mas porque objetivava que fóssemos felizes, à medida que experimentássemos o Seu amor, conforme nos é estabelecido nos princípios universais da Sua Palavra. Quando quebramos esses princípios e pecamos, entristecemos o Seu coração, mas nem por isso Deus deixa de nos amar. O Seu amor é imutável e incondicional. O pecado fere o coração de Deus e sobrecarrega o homem de culpa, mas não invalida a disposição de Deus em amar-nos – Rm. 5.6-9; Tg. 1.17. “Há coisas amadas por terem valor, outras só tem valor por serem amadas” – Philip Yancey.

2.3 – Experiências negativas do passado – Vivemos em uma sociedade que valoriza e cobra o sucesso a qualquer custo. Pessoas que foram demasiadamente cobradas quanto a corresponder a esse elevado padrão de perfeição, têm dificuldades em experimentar fracassos, rejeições e críticas. E infelizmente, a vida não constitui somente de vitórias e sucessos. Eventualmente enfrentamos derrotas e até mesmo o menosprezo. E nessas situações é fácil pensar: “Não valho nada, ou sou a personificação do fracasso”. Precisamos aprender a virar a página da vida; pois, viver remoendo os fracassos do passado destrói o nosso senso de auto-valor e impossibilita-nos de continuarmos lutando até alcançarmos a vitória. Alguém disse que “sucesso, é mover-se de um fracasso para o outro sem perder o entusiasmo”.

2.4 – Expectativas irrealistas quanto à vida – Fp. 3.12-14 – Há indivíduos que estabelecem padrões e expectativas de vida por demais elevados que, quando não atingidos causam grande frustração, potencializando o senso de inferioridade e baixa auto-estima. Os servos do Senhor têm promessas de vitória para a vida. Contudo, é preciso sabermos que Deus não garante vida fácil, nem mesmo a mudança pura e simples de algumas circunstâncias da vida. Quando compreendemos essa verdade, podemos, então, estabelecer expectativas que sejam efetivamente alcançadas.Entretanto, quando porventura falharmos, saibamos outra vez erguermo-nos, sacudir a poeira e prosseguirmos, sem sermos atingidos por um espírito derrotista. Os grandes vencedores na carreira da fé não foram necessariamente aqueles que nunca erraram, mas aqueles que tiveram a coragem de continuar, a despeito de não terem alcançado a realização de todos os seus sonhos.

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2.5 – Pensamentos extremamente negativos – Fp. 4.5-13 – Conhecedores que somos da doutrina quanto à nossa natureza ambígua (somos seres nobres e ao mesmo tempo ignóbeis), podemos, em função dessa compreensão, nutrirmos uma atitude realista da vida, sem contudo, tornarmo-nos pessimistas, e alimentarmos uma atitude otimista sem enveredarmos por um ilusionismo ingênuo e inconseqüente. Certamente não somos e não temos ainda, tudo quanto Deus idealizou que fossêmos e alcançássemos, mas, bondosamente Ele tem nos dado tudo quanto necessitamos para vivermos – Fp. 4.19. Portanto, estejamos contentes, não pelas dificuldades, mas a despeito das dificuldades.

2.6 – Influências recebidas do meio – Geralmente, possuímos valores que assumimos da sociedade ou comunidade onde vivemos, que nos são passados pelos meios de comunicação em massa e enfatizados conscientemente ou não, nos lares, escolas, governos, etc. Supõe-se que o valor da pessoa depende de sua inteligência, atração física, educação e cultura, dinheiro, poder e posição social. Às vezes as pessoas são encorajadas a manipular as circunstâncias, e até mesmo umas às outras, a fim de satisfazer as cobranças do meio. Presume-se, que possuindo esses símbolos de status e poder, ter-se-á então, uma auto-estima saudável. Ledo engano. O nosso senso de valor próprio resulta da consciência de que somos amados por Deus e encontramos nosso lugar na comunidade cristã, onde podemos manter relacionamentos significativos com outros irmãos da fé. É na Igreja, comunidade dos restaurados pela graça de Deus e habitada pelo Espírito Santo, que podemos encontrar o nosso verdadeiro senso de valor. É reconhecendo o quanto valho para Deus, e o quanto significo para o corpo de Cristo que poderei anular as causas da inferioridade e a baixa auto-estima, e construir relacionamentos curados pela presença restauradora de Deus.

III – APRENDENDO A LIDAR COM PESSOAS COM SENTIMENTOS DE INFERIORIDADE E BAIXA AUTO-ESTIMA.

O grande objetivo dos relacionamentos entre cristãos é desenvolver a comunhão plena dos servos de Deus, conforme exemplo da Igreja Primitiva – At. 2.42-47. Mas, não obstante sermos o povo de Deus, certamente encontraremos indivíduos que, embora estando na Igreja, têm problemas com sua auto-imagem e auto-estima, dificultando ou mesmo impedindo uma convivência saudável na comunidade da fé. Quanto a esse aspecto, nossa preocupação deve ser no sentido de oferecermos apoio às pessoas que porventura tenham dificuldades nessa área. Nossa atitude não deve ser a de buscarmos relacionar tão somente com as pessoas de fácil relacionamento, mas procurarmos suportar e ajudar àqueles

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que são de difícil convivência. Certamente, não será algo fácil, mas é exatamente isso que Paulo está exortando-nos a fazer em Gálatas 6.1,2. Nesse sentido, conseguiremos fazê-lo, observando os seguintes elementos práticos:

3.1 – Atentarmos para os efeitos da inferioridade e auto-estima negativa – Os efeitos da inferioridade e baixa auto-estima se evidenciam por uma variedade de atitudes, atos e emoções. Geralmente essas pessoas não se sentem amadas, tendo grandes dificuldades para superarem suas deficiências. Carecem de motivação e são incapazes de se defenderem, tornando-se dependentes e extremamente sensíveis, melindrando-se com facilidade. Sentem dificuldades para abrirem o coração e desabafar com outras pessoas, tornando-se depressivas e aprisionadas em seus próprios pensamentos negativos. Tudo isso contribui para uma intranqüilidade de alma, desenvolvendo uma baixa auto-confiança, ciúmes e excessiva atitude crítica em relação às outras pessoas. Há aqueles que, sentindo-se inferiores, têm uma extrema necessidade de alcançar o poder, buscando afirmar sua superioridade e exercer controle sobre os outros. Todas essas emoções e atitudes podem ser formas de fugas, a fim de não se encarar e enfrentar a realidade, levando essas pessoas a não aceitarem cumprimentos e expressarem amor.

3.2 – Demonstrarmos aceitação e aprovação sinceras – Implica em encorajar com gentileza e aprovar as realizações sem estardalhaços e exageros. Sermos sinceros nas avaliações e comedidos nos elogios.

3.3 – Desenvolvermos nessas pessoas a auto-compreensão – Orientar o indivíduo a se auto avaliar, a fim de ajudá-lo a encontrar as origens de seu auto-conceito negativo, pois à medida que compreendemos as origens do nosso comportamento e nossas atitudes, podemos facilmente mudar-nos. É a velha máxima de Sócrates: “Conheça-te a ti mesmo”, que tem ressonância na expressão de Paulo em Gálatas 6.3 que diz: “Aquele que pensa ser alguma coisa, não sendo nada”, não se conhece e, portanto, “a si mesmo se engana”.

3.4– Ensinarmos a perspectiva bíblica da auto-estima – Nós cristãos, precisamos entender que o ser humano tem valor por aquilo que ele é, enquanto criatura de Deus, e que o amor próprio é certo e aprovado por Deus – Mt. 22.39; 19.19.

3.5 – Estimularmos as pessoas a estabelecerem expectativas e alvos realistas – Deve-se começar pelos alvos menores e mais facilmente alcançáveis, pois à medida que o indivíduo alcançá-los, experimentará satisfação e se sentirá realizado, melhorando assim, a sua auto-estima. Quando e, se porventura falhar, encorajarmo-lo a tentar novamente, quantas vezes se fizerem necessário. Estimulá-lo a prosseguir perseguindo os seus alvos, sem jamais desistir.

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3.6 – Estimularmos o desenvolvimento de novas aptidões – Quando encontramos a nossa função no Corpo de Cristo, tornando-nos úteis ao Reino de Deus e às pessoas, certamente teremos maior satisfação e motivação para vivermos. Pode ser que não tenhamos grandes talentos e habilidades, como outras pessoas porventura tenham, mas alguma aptidão certamente teremos. E então, poderemos “levar as cargas uns dos outros” – Gl. 6.2. Essa afirmação, por si só, nos alenta, pois fica subentendido que todos nós temos cargas, e nesse aspecto, pelo menos, estamos todos nivelados, não há melhor nem pior.

IV – PREVENINDO O SENTIMENTO DE INFERIORIDADE E A BAIXA AUTO-ESTIMA.

A Igreja, enquanto comunidade restaurada e, restauradora, pode influenciar no sentido de modificar nos indivíduos os auto-conceitos negativos e impedir que aflore nos seus membros o sentimento de inferioridade. Do ponto de vista ideal, a Igreja é um corpo de pessoas dignas que existe para oferecer apoio e edificar umas às outras, livres de lutas pelo poder, manipulação e busca de “status”. Certamente, nem sempre isso acontece, mas, mesmo assim, a Igreja pode esforçar-se, objetivando aumentar o conceito de auto-estima das pessoas oferecendo apoio e ensinando os seus membros a se valorizarem, tendo em vista o elevado valor que cada crente tem para Deus. Se a baixa auto-estima resulta de ensinamentos errados sobre os valores espirituais, faz-se necessário que retornemos à Bíblia a fim de redescobrirmos o verdadeiro sentido de sermos pessoas criadas à imagem e semelhança do Criador. Ensinarmos a Antropologia teológica, objetivando conscientizar cada membro da comunidade cristã a se reconhecer como ser digno e amado por Deus. Enfocarmos bíblica e responsavelmente a doutrina do pecado, sem destruir o valor que Deus dá ao pecador, pois Ele o ama, e providenciou-lhe a restauração por meio do sacrifício de Cristo. É preciso conscientizarmo-nos, que um ser humano completo, resulta da união deste com Deus, o seu Criador e, nutrirmos em nossa alma o senso de pertencimento. Somos povo do Senhor e “ovelhas do Seu pastoreio”. Essa consciência resgata o nosso valor, pelo fato de sermos sustentado por um Deus soberano que nos aceita enquanto indivíduos com aptidões, talentos e dons peculiares e, sobretudo nos convoca a colocarmos nossas habilidades a serviço do Seu Reino. Alguém que consegue se enxergar nesta perspectiva, tem a seu favor todos os elementos necessários para ter uma auto-estima curada e estará aberto a viver relacionamentos cristãos saudáveis, conforme preconizado pelo Senhor da Igreja.

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3ª AULA

PRATICANDO AS RELAÇÔES INTERPESSOAIS NA IGREJA.

Quando Deus criou os seres humanos, Ele os fez com a capacidade de interagirem entre si, possibilitando-lhes o inter-relacionamento. Todas às vezes que duas ou mais pessoas se reúnem, surgem, então, as relações interpessoais. Essas relações podem ser saudáveis, proporcionando apoio mútuo, caracterizadas por uma comunicação clara e eficiente. Em outros momentos, porém, essas relações interpessoais são tensas e marcadas por constantes conflitos. Tendo em vista estas questões, é que o cristão deve procurar envidar todo esforço ao seu alcance no sentido de construir relacionamento saudável pela graça de Deus.

I – POR QUE O CRENTE DEVE RELACIONAR-SE?

1.1 – Porque a Bíblia valoriza e incentiva todo servo do Senhor a viver em Paz com todos – Sl. 34.14; Rm. 12.17,18;

1.2 – Porque a Bíblia reprova fortemente as dissensões e conflitos entre o povo de Deus;

1.3 – A Bíblia condena veementemente a ira descontrolada, palavras precipitadas, orgulho e desonestidade pessoais, inveja e cobiça como fonte geradora de tensão;

1.4 – O Senhor Jesus ensinou atitudes positivas, no sentido de evitar o espírito de beligerância e princípios práticos para reduzir conflitos – Mt. 18.15-35; 20.20-28; Lc.12.13;

1.5 – Paulo orientou a Timotéo para que não entrasse em contendas, especialmente àquelas relacionadas a questões sem importâncias. Deveria, ao contrário, buscar a harmonia entre as pessoas, demonstrar amor e substituir a amargura e a ira com a bondade e alimentar no coração uma predisposição para a compaixão e o perdão – II Tm. 2.14,24.

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II – ELEMENTOS QUE PODEM CAUSAR MÁS RELAÇÕES INTERPESSOAIS.

A grande questão que se impõe nesse particular, é sempre no sentido de entender porque os crentes, senão todos, mas, uma boa parcela deles, não consegue construir relacionamentos interpessoais saudáveis, visto que a graça proveu-lhes extraordinários recursos para esse fim. Em termos gerais os conflitos surgem das seguintes áreas:

2.1 – Atitudes e atos pessoais tais como:

- Uma extrema necessidade de ser notado; - Obsessão para exercer domínio sobre os outros; - Uma necessidade doentia de impor sua vontade; - A busca desenfreada de prestígio e posição; - Uma constante atitude de amargura e rancor e, dificuldade para liberar o perdão; - Tendência a crítica excessiva, que pode desandar em julgamento dos outros, afastando as pessoas; - Sentimento de insegurança, que pode levar o indivíduo a sentir-se ameaçado; - Medo de rejeição, que pode levar à relutância em confiar nos outros; - Preconceito relativo a idéias ou pessoas, que quase sempre é negado; - Incapacidade ou recusa consciente em compartilhar sentimentos e pensamentos; - Dificuldade para reconhecer a admitir as diferenças individuais, gerando a tendência em querer enquadrar todo mundo ao seu modo de pensar. Nesse aspecto, talvez seja oportuno a frase do filósofo francês Voltaire, que disse: “Não concordo com a sua idéia, mas defenderei até à morte o direito de dizê-la”.

2.2 – Situações que podem gerar “padrões” de conflitos: Ocorre quando duas ou mais pessoas têm idéias e alvos aparentemente conflitantes. São pessoas que, em sendo contrariadas nas suas idéias, reagem no sentido de criarem “padrões” de conflitos interpessoais. Certamente, não conseguiremos fazer com que todos pensem e sejam como nós. Portanto, é preciso mudar a nossa atitude em relação a essas situações de conflitos, a fim de que não surja a tensão interpessoal todas as vezes que tivermos de enfrentá-las – Fp. 2.3,4.

2.3 – Tensões ocasionadas por ausência de comunicação ou deficiência na arte de verbalizar suas idéias – Sl. 34.12-14: A essência das boas relações interpessoais é a habilidade na arte da comunicação. Pessoas que se sentem no direito de falar o que querem, do modo como querem, sem

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se importar com os sentimentos dos outros, causam conflitos e afastam a possibilidade de vivenciar boas relações. É necessário que haja clareza na comunicação, evitando qualquer ruído que possa prejudicar o entendimento da mensagem verbalizada. Deve haver, também, sintonia quando dizemos uma coisa com os lábios e a atitude, pois pode gerar duplicidade de entendimento.

2.4 – Os irritantes sociais: São situações, eventos ou condições que ocorrem na vida em sociedade que, podem impedir ou prejudicar as boas relações interpessoais. Constantemente somos bombardeados por informações e notícias sobre guerras, rebeliões, violência racial, violência urbana, linchamentos, inquietação social e até mesmo divisões na Igreja, que podem gerar um estado de espírito caracterizado por medo, ira, frustração, que por sua vez pode-se traduzir em tensão social, vindo então, a prejudicar as relações interpessoais. No mundo atual, as pessoas estão confinadas em grandes conglomerados urbanos, que colocam os indivíduos em proximidade com outros. Contudo, estar perto física e geograficamente de outrem, não garante às pessoas as condições ideais para as boas relações pessoais. Constatou-se através de uma pesquisa que, a proximidade física, pode ser um fator gerador de ansiedade e tensão. A referida pesquisa chegou à conclusão que, as mulheres são mais receptivas ao contato íntimo com outras. Os homens, porém, sentem-se ansiosos e tensos quando ficam suficientemente próximos ao ponto de serem tocados. Os especialistas do comportamento humano, têm constatado a influência das questões sociais sobre os relacionamentos interpessoais.

4ª AULA

PROMOVENDO A RECIPROCIDADE NO RELACIONAMENTO CRISTÃO. Fl. 2.1-5.

O cristianismo é uma religião de relacionamentos. Seu fundador é o Deus de amor e o amor é a Sua característica mais distinta. E não se trata apenas de sentimento, mas envolve a decisão de amar ao ponto de sacrificarmos no sentido de mantermos relações interpessoais saudáveis na Igreja do Senhor. E à medida que falhamos em pregarmos e praticarmos esse amor que é tão central para a mensagem cristã, as tensões interpessoais têm acometido o povo de Deus. A questão, então, é como podemos promover bons relacionamentos entre o povo de Deus? Vamos tentar responder essa pergunta, observando os seguintes princípios e atitudes:

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I – RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS COMEÇAM COM JESUS

Ele prometeu conceder àqueles que O seguem, uma paz sobrenatural, autêntica e duradoura – Jo. 14.27; Fp. 4.17. Ele tornou-se a nossa paz, e derrubou as muralhas de dissensão que nos dividiam – Ef. 2.14-17. A paz que Ele nos concede nasce quando confessamos a Ele nossos pecados e fracassos e, pedimos que Ele tome o controle das nossas vidas e, então, Ele nos concede a paz prometida na Palavra de Deus.

II – BONS RELACIONAMENTOS SE INICIAM DENTRO DAS PESSOAS

Quando as pessoas mudam no seu interior, surge uma mudança em seu comportamento exterior. Para que haja paz entre as pessoas, é preciso que exista paz no coração dos indivíduos. Tanto a paz interna como a paz entre indivíduos, dependem de uma entrega irrestrita a Cristo e ao Seu Senhorio, seguida de um crescimento e maturidade espiritual – Gl. 2.20; Cl. 3.14-16.

III – MUDANDO O INDIVÍDUO

Já que os relacionamentos começam com o indivíduo, é preciso começar mudando-o. Isso envolve a necessidade de encorajamento à sinceridade e a auto-análise, a fim de que o crente cresça no seu relacionamento com Cristo, e com seus irmãos na fé, pois o Espírito Santo opera frequentemente através de companheiros cristãos, como meio de efetuar mudanças em nossas vidas – I Jo. 4.8.

IV – RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS EXIGEM DETERMINAÇÃO E ESFORÇO

Relações interpessoais significativas não acontecem automaticamente, mesmo entre o povo de Deus. Para que construamos relacionamentos duradouros é necessário que haja desejo de entender os outros, ouvir cuidadosamente as pessoas, procurando entendê-las e evitar comentários maldosos e explosões emocionais. Todos nós somos susceptíveis a perder o controle emocional quando, sob intensa pressão, então, é preciso desenvolvermos habilidades de autocontrole ante a tais situações como forma de evitar conflitos que podem destruir relacionamentos cultivados a longos anos. Certamente, podemos contar com a graça de Deus para esse fim.

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V – ENSINANDO HABILIDADES PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Uma vez que é impossível viver permanentemente sem conflitos, devemos preocupar-nos, não com os conflitos em si, mas em como encará-los e resolvê-los. Devemos considerar os conflitos como diferenças francas que podem ser solucionadas, se estivermos dispostos a tratarmos um ao outro com respeito e nos confrontarmos mutuamente com a verdade expressada com amor - Ef. 4.15. “Expressar amor sem temperá-lo com a verdade, pode descambar para a filosofia do “Laissez-Faire”, e por outro lado, proclamar a verdade sem amor pode conduzir à tirania”.

VI – ENSINANDO TÉCNICAS NA ARTE DA COMUNICAÇÃO – Ef. 4.29; Rm. 4.13

Quando aprendemos técnicas e habilidades na arte da boa comunicação, as relações interpessoais tornam-se mais fáceis, as diferenças são discutidas abertamente e os conflitos solucionados satisfatoriamente. Nesse sentido, devemos atentar-nos para as diretrizes abaixo relacionadas: - Termos em mente que os atos falam mais alto que as palavras; - Atentarmos para o fato de que a comunicação não verbal é mais poderosa do que a verbal. Portanto, precisa haver sintonia entre “cara e coração” – Sl. 15.2; - Definirmos o que é importante e priorizarmo-lo. O que não for importante para os relacionamentos, simplesmente ignorarmos; - Valorizarmos e demonstrarmos respeito pela outra pessoa enquanto ser humano que é; - Aprendermos que para vivermos plenamente, devemos “Usar as coisas e Amar as pessoas, e não Amar as coisas e Usar as pessoas”; - Sermos claros e específicos em nossa comunicação. A indefinição conduz a duplicidade de entendimento; - Sermos realistas e razoáveis em nossas declarações, no sentido de evitarmos os exageros; - Reconhecermos que cada fato ou acontecimento pode ser visto de uma perspectiva diferente por pessoas diferentes. Portanto, evitemos impor a nossa ótica, exigindo que as pessoas enxerguem as coisas como nós as enxergamos; - Sejamos abertos e sinceros quando tivermos de falar dos nossos sentimentos e pontos de vista, mesmo que o assunto abordado possa perturbar a outra pessoa; - Preocuparmo-nos mais com o efeito da comunicação sobre os outros, do que com aquilo que pretendemos comunicar; - Evitarmos o ressentimento, no caso de sermos mal compreendidos; - Devemos aceitar os sentimentos dos outros e tentarmos compreender por que eles sentem e agem de determinada forma;

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- Agirmos com tato, consideração e cortesia quando falarmos com as pessoas. Muitas vezes, o que fere as pessoas não é o que falamos, mas o modo como falamos.

VII – QUANDO NECESSÁRIO, MUDAR O AMBIENTE

Quando ocorrer de o ambiente contribuir para a tensão interpessoal, devemos tentar mudar o ambiente, visando modificar a condições que porventura estejam dificultando as relações na Igreja de Cristo. Devemos, entretanto, procurarmos mudar o indivíduo, visto que cada pessoa produz o seu ambiente, mas, nem sempre isso é possível. Paulo e Barnabé, por exemplo, tiveram de buscar ambientes diferentes para atuarem, pelo fato de não terem chegado a um acordo em relação à participação de João Marcos na comitiva missionária – At. 15.36-40. Contudo, certamente, não será necessário tomarmos uma atitude escapista todas as vezes que enfrentarmos situações conflitantes, pois, tal procedimento impedirá o nosso amadurecimento e o aprendizado para solucioná-las. Porém, haverá situações, que a única saída viável é mudar o ambiente ou de ambiente, a fim de prevenirmos situações piores.

VIII – INCENTIVARMOS O ENVOLVIMENTO E A INTERAÇÃO ENTRE AS PESSOAS

À medida que desejamos ter uma comunidade comprometida com relacionamentos interpessoais, não podemos ter uma atitude escapista como se os conflitos entre as pessoas não afetassem a todos. Na comunidade cristã, tudo que acontece a um membro do Corpo de Cristo, direta ou indiretamente, afeta todo o corpo. Portanto, na Igreja não há lugar para o isolamento e o individualismo. Somos membros do Corpo e precisamos nos interagir, ocupando-nos com os problemas e dores uns dos outros. É evidente que o envolvimento em conflitos que envolvem outras pessoas, deve ser feito com muita prudência e sabedoria, mas, mesmo assim, nos envolvermos. Isso pode ser feito observando os seguintes fatores: - Mostrarmos respeito pelas pessoas envolvidas no conflito; - Compreendermos suas posições sem tomarmos partido abertamente; - Asseguramos às pessoas a possibilidade de solução, a fim de que elas não percam a esperança; - Encorajarmos a comunicação aberta e franca, visando criar o interesse mútuo em ouvir; - Focalizarmos as situações e coisas que podem ser eliminadas; - Tentarmos impedir que o conflito aumente e a comunicação seja interrompida; - Encorajarmos as pessoas a buscarem ajuda e a compartilharem suas cargas emocionais.

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5ª AULA

ANDANDO NO ESPÍRITO E RELACIONANDO-SE FRATERNALMENTE – Ef. 5.9-21.

No texto de Gálatas 5.25-6.1-5, Paulo descreve a característica daqueles que andam e vivem no Espírito, que tem como marca preponderante os relacionamentos fraternais no amor cristão. Se vivermos e andarmos no Espírito, certamente teremos uma personalidade sadia, possibilitando-nos lidar constantemente com as situações de conflitos que porventura surjam em nossas relações. Pelo fato de termos saúde espiritual e emocional, estamos livres da atitude da presunção e a soberba pessoal, bem como, estamos aptos para reconhecermos os talentos e habilidades dos outros sem invejá-los. De uma análise minuciosa do texto em apreço depreendemos dele as seguintes verdades, que certamente nos ajudarão a mantermos relacionamentos cristãos saudáveis:

I – NOS RELACIONAMENTOS CRISTÃOS PRECISAMOS CONTAR COM A POSSIBILIDADE DE FRACASSO. Gálatas 6.1 “...se alguém for surpreendido nalguma falta...”. Vejamos, que o texto não nos diz quando, mas se. A possibilidade de falharmos existe, e isso nos inclui a todos. Portanto, não há lugar para o orgulho e a presunção, pois todos podem incorrer em faltas.

II – NOS RELACIONAMENTOS CRISTÃOS OS QUE SÃO ESPIRITUAIS DEVEM AJUDAR OS MAIS FRACOS. Quem ajuda deve fazê-lo sem atitude de superioridade, pois ele mesmo é passível de ser tentado e vir a falhar; quem é ajudado deve ser humilde para receber com alegria a ajuda oferecida, sem sentir inferiorizado.

III – NOS RELACIONAMENTOS CRISTÃOS, TODOS, INDISTINTAMENTE, TEMOS PESADOS FARDOS DA VIDA E PRECISAMOS DE AJUDA – GL. 6.2.

Quando o texto diz que “devemos levar as cargas uns dos outros”, fica subentendido que todos nós temos cargas. Isso nos coloca no mesmo nível e faz-nos dependentes uns dos outros. No grego, o vocábulo é barose significa pesado fardo da vida. Todos nós precisamos ser humildes o suficiente para compartilhá-lo. Não conseguiremos levá-lo sozinhos.

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IV – NO RELACIONAMENTO CRISTÃO NÃO HÁ LUGAR PARA A AUTO-SUFICIÊNCIA – V. 3.

Precisamos de um aguçado senso de auto-crítica, a fim de não cairmos no engano de imaginarmos sermos alguma coisa, quando na verdade, não somos nada. A consciência de nossas impossibilidades é que nos abre a porta para usufruirmos os recursos da graça de Deus, pois Ele resiste aos soberbos, mas concede graça aos humildes.

V – O RELACIONAMENTO CRISTÃO NÃO ADMITE A IRRESPONSABILIDADE – GL. 6.5.

Conquanto somos abençoados com ajuda dos outros para levarmos os pesados fardos da vida; devemos, também, assumirmos a nossa responsabilidade em relação ao fórtion, ou seja, nosso fardo pessoal. Há um pacote pessoal que cada um deve levar. A palavra grega é um vocábulo militar e refere-se aos apetrechos individuais do soldado. Cada um tem de levar o seu, pois, certamente, o Senhor passará em revista as suas tropas, e todo soldado será cobrado na sua responsabilidade pessoal.

VI – TODOS NÓS CRISTÃOS SOMOS DESAFIADOS A CULTIVARMOS RELACIONAMENTOS CRISTÃOS SAUDÁVEIS NA COMUNIDADE ONDE SERVIMOS COMO MEMBROS.

Situações de conflitos geradoras de tensões certamente existirão. Porém, podemos contar com os recursos providos por Deus e o Seu Espírito que habita na Igreja, a fim de superá-las e vivermos harmoniosamente a vida de comunhão que o Senhor espera que vivamos. O Espírito Santo adverte-nos que, relacionamento cristão saudável é governado pelo serviço aos irmãos e, não pela atitude de beligerância e rivalidade. Que o Senhor Jesus nos ilumine, no sentido de podermos construir relacionamentos interpessoais significativos no seio de Sua Igreja, e cada crente se sinta valorizado à medida que alcance êxito nessa área tão importante para todo ser humano.

Pr. Enoque Vieira.

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BIBLIOGRAFIA

01 – A Mensagem de Gálatas Stott, R. John – Série B.F.H. Ed. ABU

02 – A Mentalidade Cristã Stott, R. John Ed. Vinde

03 – Aconselhamento Cristão Collins, R. Gary Edições Vida Nova

04 – Bíblia Anotada – Versão Almeida Revisada e Atualizada Editora Mundo Cristão.

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