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Isabel Campos Salles Figueiredo | Caroline Kimie Miyazaki | Francisco José Peña y Lillo Madrid | Natália Cangussu Duarte | Taína Martins Magalhães | Adriano Luiz Tonetti*
Fossa absorvente ou rudimentar aplicada ao saneamento rural: solução adequada ou alternativa precária?Cesspool pit in rural sanitation: appropriate solution or precarious alternative?
DOI: https://doi.org/10.4322/dae.2019.057
Data de entrada: 10/05/2019
Data de aprovação: 10/07/2019
Isabel Campos Salles Figueiredo – Bióloga. Mestre em Ecologia. Doutora na área de Saneamento. Trabalha com permacultura, educação ambiental e saneamento ecológico.Caroline Kimie Miyazaki – Engenheira Ambiental pela EESC-USP. Mestranda em Engenharia Civil na FEC/Unicamp. Prestou consultorias ambientais no Brasil e EUA.Francisco José Peña y Lillo Madrid – Engenheiro Ambiental pela EESC-USP. Doutorando e mestre em Saneamento e Ambiente pela FEC/Unicamp. Natália Cangussu Duarte – Engenheira civil e Mestre em Engenharia Civil pela FEC/Unicamp.Taína Martins Magalhães – Engenheira Química pela Unicamp. Mestre em Saneamento e Ambiente pela Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp. Adriano Luiz Tonetti – Professor da FEC/Unicamp. Atua na área de saneamento descentralizado e remoção e uso de nutrientes de águas residuais. *Endereço para correspondência: Rua Saturnino de Brito, 224. Cidade Universitária Zeferino Vaz, Campinas - SP. CEP: 13083-889. Caixa Postal: 6143. Telefone: (19) 3521-2369. E-mail: [email protected].
ResumoAs fossas rudimentares ainda são amplamente utilizadas para tratamento e destinação de esgo-
to em áreas rurais no Brasil, por se apresentarem como uma solução simples, econômica e popu-
larmente conhecida. Embora seu uso seja muitas vezes considerado precário, trata-se de um sis-
tema que garante a separação higiênica entre pessoas e suas excretas. Isso a torna muitas vezes a
única alternativa em situações em que outras tecnologias são inacessíveis. Portanto, é necessário
questionar se sua implementação implica sempre em uma condição inadequada de saneamento. Al-
guns requisitos relacionados à sua forma construtiva, localização e densidade devem ser detalhados de
forma a minimizar adversidades e riscos de contaminação, garantindo assim a saúde pública e ambien-
tal e tornando essa alternativa uma solução apropriada para condições socioambientais específicas.
Palavras-chave: Saneamento descentralizado. Saneamento rural. Tratamento de esgoto. Fossa absorven-
te. Fossa rudimentar.
AbstractThe cesspools are still widely used for treatment and disposal of sewage in rural areas in Brazil, mostly because
they are a simple, economical and popularly known solution. Although its use is often considered precarious, it
is a system that ensures hygienic separation between people and their excreta and often becomes a practica-
ble alternative when other technologies are inaccessible. However, some users report problems with their use,
while many others have no difficulties. Therefore, it is necessary to question whether its implementation al-
ways implies an inadequate sanitation condition. Some requirements related to its constructive form, loca-
tion and density should be detailed to reduce misfortune and risks of contamination, ensuring public and envi-
ronmental health and making this alternative a proper solution for specific socio and environmental conditions.
Keywords: Decentralized system. Rural sanitation. Wastewater treatment. Cesspool.
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Revista DAE | núm. 220 | vol. 67 | São Paulo | Edição Especial - Novembro 2019
1 INTRODUÇÃOAs fossas absorventes são definidas pelo manual
de Saneamento da Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA, 2015) como poços ou buracos escavados
no solo, sem impermeabilização ou com imper-
meabilização parcial, onde é feita a disposição do
esgoto bruto conduzido por veiculação hídrica. Ao
receber diretamente o esgoto gerado nas residên-
cias, as fossas absorventes desempenham as fun-
ções de tanque séptico e sumidouro, mas devido
à maior quantidade de sólidos, matéria orgânica e
lodo digerido acumulado em seu interior, o entupi-
mento do solo na região da fossa pode ocorrer mais
rapidamente do que nos sumidouros construídos
após tanques sépticos (FUNASA, 2015).
As fossas absorventes também podem ser de-
nominadas fossas rudimentares (IBGE, 2013;
BRASIL, 2019) e são popularmente conhecidas
como fossas negras, fossas caipiras ou fossas
simples. O termo fossa negra, apesar de ampla-
mente utilizado, tem sido rechaçado pelos mo-
vimentos sociais por soar pejorativo ao aludir à
raça e não à cor. Desse modo, no presente texto
essa tecnologia será chamada de fossa rudi-
mentar ou absorvente.
Atualmente há uma ampla gama de sistemas dis-
poníveis para o tratamento de esgoto para áreas
rurais ou descentralizadas, mas, mesmo assim,
ainda é muito comum o uso de fossas absorventes
em todo o país. Dados recentes da Pesquisa Na-
cional por Amostra de Domicílios Contínua foram
referendados pela revisão do PLANSAB (BRASIL,
2019) e apontam que do total de domicílios aten-
didos com esgotamento sanitário na área rural em
2017, 32,0% destinavam os esgotos para tanques
sépticos, 48,6% para fossas rudimentares e 11,7%
para valas, rios, lagos, mar ou outro destino.
Além das pesquisas oficiais, há outras fontes de
dados que trazem informações mais aprofunda-
das em relação à realidade das comunidades ru-
rais brasileiras no que tange ao seu acesso aos
serviços de esgotamento sanitário. Dados obtidos
em pesquisas realizadas em campo em diferentes
regiões do Brasil indicam que o número de fossas
absorventes é ainda maior do que apontam as
pesquisas oficiais.
Um levantamento realizado por meio de 225
entrevistas em toda a zona rural do município
paulista de Holambra (SP), por exemplo, mos-
tra detalhes de como a população rural de 3.135
habitantes (além da significativa população flu-
tuante diária) trata o esgoto doméstico gerado na
região (SUPREMA, 2013). Nesse estudo, foi cons-
tatado que 60% dos domicílios utilizavam fossas
absorventes e que 31% dos entrevistados não
souberam especificar o tipo de fossa utilizada na
residência. Já dados obtidos por meio de um diag-
nóstico rural participativo em uma região rural de
Campinas (SP) indicam que o esgoto proveniente
de vasos sanitários, misturado ou não às águas
cinzas, é disposto na maioria das vezes (81%) em
fossas rudimentares ou é lançado in natura no solo
ou em corpo hídricos (9%) (FIGUEIREDO, 2019).
A ampla distribuição de fossas absorvente nas re-
giões rurais está relacionada ao fato de essa so-
lução ser a mais simples e econômica (FUNASA,
2015). O PNSR (2018a) também destaca a per-
sistência da ampla distribuição das fossas absor-
vente historicamente no país e Martinetti (2009)
acredita que essa alternativa é a mais difundida
devido à sua simplicidade construtiva, baixo cus-
to e ao desconhecimento de alternativas. Por ser
uma solução muito simples, ela tem sido empre-
gada por várias gerações, já que afasta os dejetos
do contato visual, mesmo não afastando todos os
seus efeitos deletérios. Isso a diferencia da defe-
cação a céu aberto, da fossa seca e da disposição
do esgoto em valas, por exemplo.
1.1 A fossa absorvente é inadequada?
Muitas instituições caracterizam a fossa absor-
vente como uma opção incorreta para o trata-
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mento de esgotos em pequenas comunidades,
independentemente da forma como ela é cons-
truída ou do local em que está instalada (TONETTI
et al., 2018). Por exemplo, essa é a visão do IBGE
(2013) reafirmada pelo PLANSAB (BRASIL, 2019),
que caracteriza esse tipo de fossa como uma for-
ma de atendimento precário e que classifica o
domicílio que é servido por esse sistema como em
situação de déficit.
No entanto, esse tipo de sistema é considerado in-
ternacionalmente (WHO/UNICEF, 2017) e mesmo
nacionalmente (FUNASA, 2015) como uma forma
de tratamento e disposição final adequada, já que
resolve satisfatoriamente aspectos de saúde pú-
blica (FUNASA, 2015) e garante uma separação
higiênica entre pessoas e suas excretas (WHO/
UNICEF, 2017). Recentemente o PNSR (2018c)
também elencou a fossa absorvente como uma
das tecnologias adequadas para o tratamento de
esgotos domésticos de populações rurais, desde
que o lençol freático seja profundo.
Os principais impactos ambientais relacionados
a esse tipo de sistema incluem a contamina-
ção do solo e do lençol freático por patógenos
e nitrato. No entanto, essa também é a princi-
pal crítica aos tanques sépticos, especialmente
àqueles que não recebem manutenção e que são
instalados em locais inadequados.
Mesmo quando se avaliam os compostos nitro-
genados, o tanque séptico e os pós-tratamentos
sugeridos pelas normas brasileiras (NBR 13969,
1997 e NBR 7229, 1993) não contemplam sua re-
moção. As associações de reatores propostas pela
norma brasileira não promovem a desnitrificação
e a consequente transformação do nitrogênio or-
gânico em nitrogênio gasoso (N2) (DE OLIVEIRA
CRUZ et al., 2018; DE OLIVEIRA CRUZ et al., 2019 e
SILVA et al., 2015). Nem mesmo há propostas para
a absorção do nitrogênio por plantas. Em todos os
casos, haverá a infiltração no solo e a maior parte
do nitrogênio presente acabará sendo transfor-
mado em nitrato, o qual terá grandes chances de
atingir o aquífero subterrâneo (MARINHO et al.,
2013; MARINHO et al., 2014).
Dessa forma, a precariedade das fossas absor-
ventes parece estar mais relacionada à sua loca-
lização na propriedade, ao contexto ambiental
local, à densidade populacional e à sua forma
construtiva, e não à sua eficiência propriamen-
te dita. Sendo assim, por meio de ações educa-
tivas e participação social para compreensão e
implantação do sistema (PNRS, 2018c), a fossa
pode se configurar como uma solução adequada
em determinadas condições socioambientais.
Logo, há a necessidade de compreender os pro-
blemas envolvidos com o dimensionamento,
construção, operação e manutenção dessas fos-
sas e de propor formas corretas para sua execução
adequada. Mas, para isso, deve-se compreender
como ela é tradicionalmente construída no Bra-
sil. Partindo desse arcabouço, o objetivo des-
se artigo foi propor essa reflexão usando como
ponto de partida dados concretos sobre o tema,
coletados a partir de um projeto de pesquisa e
extensão universitária financiado pela Unicamp
e desenvolvido em uma área rural de Campinas
(SP) (MADRID et al., 2015; FIGUEIREDO, 2019).
No estudo foi realizado um diagnóstico rural
participativo (DRP) organizado com base na me-
todologia proposta por Verdejo (2006). Também
foi utilizada a técnica da observação participante
(GIL, 2008), que permite a atuação vivencial do
pesquisador em uma situação determinada.
1.2 Fossa absorvente: aspectos construtivos e operacionais
As fossas absorventes são tipicamente projeta-
das e construídas de forma empírica, sem ne-
nhum tipo de projeto ou avaliação das condições
locais de instalação. Não há suporte de qualquer
norma brasileira para a elaboração de seu proje-
to e a sua construção. Algo próximo construtiva-
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mente à fossa absorvente seria o sumidouro, mas
seu projeto está direcionado ao pós-tratamento
do efluente produzido em tanques sépticos.
Nos locais em que é construída, em muitos casos
as fossas apresentam, em vez de tampas, apenas
um fechamento precário (tábuas de madeira, lonas
plásticas ou telhas de fibrocimento), ou mesmo
não apresentam nenhum tipo de fechamento, per-
mitindo a entrada de água da chuva, o escoamen-
to do esgoto na superfície do solo e a proliferação
de vetores, oferecendo riscos aos moradores.
Em pesquisa desenvolvida por Figueiredo (2019)
em uma área rural de Campinas (SP) foi possível ob-
servar que existe conhecimento tradicional sobre a
construção das fossas absorventes. Os entrevis-
tados relataram técnicas utilizadas na construção
dos sistemas simplificados e que a sua localização
em relação à casa e ao poço não é aleatória. Porto
(2016) também relata que as fossas absorventes
utilizadas por moradores de comunidades rurais
de três estados brasileiros foram construídas com
base no conhecimento tradicional das famílias.
Ainda segundo Figueiredo (2019), os entrevistados
também relataram que suas fossas foram cons-
truídas sem nenhuma orientação técnica, con-
tando apenas com os conhecimentos empíricos
dos agricultores ou de trabalhadores contratados,
com exceção de três propriedades que receberam
orientações de instituições certificadoras.
A mesma situação foi observada em assenta-
mentos rurais paulistas por Alves Filho e Ribei-
ro (2014), que identificaram que os assentados
declararam pouco conhecimento sobre manejo e
técnicas eficazes de saneamento e que a assis-
tência técnica externa nessa temática era defi-
citária. Larsen (2010) também aponta que existe
pouca informação sobre alternativas adequadas
ao saneamento rural dentre membros da comu-
nidade rural avaliada no Paraná.
As fossas rudimentares pesquisadas em uma área
rural de Campinas (SP) (FIGUEIREDO, 2019) são,
em sua maioria, constituídas por buracos esca-
vados no solo sem nenhum revestimento inter-
no (51%). Também é muito comum a prática do
“tijolamento” das fossas absorventes (43%), em
toda a sua extensão ou apenas na área próxima
à superfície, para dar suporte à tampa (Figura 1).
Foi incomum encontrar fossas construídas com
anéis de concreto (zimbras ou manilhas - 6%).
Figura 1 - Formas de construção das fossas rudimentares em área rural de Campinas (SP). Esquerda - Sem revestimento
interno; Direita - Com tijolamento (Fonte: Figueiredo, 2019).
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As tampas das fossas, por sua vez, normalmente
são feitas de concreto, mas também podem ser
de madeira, telhas ou algum outro material im-
provisado (Figura 2). Essa variedade de métodos
construtivos também foi observada por PNSR
(2018b). A construção de tampas adequadas é
importante para a segurança dos moradores lo-
cais e para a manutenção da estrutura da fossa.
Figura 2 - Tipos de tampa para fossas rudimentares encontradas em área rural de Campinas (SP). Esquerda - Tampa de
alvenaria; Centro - Tampa de madeira; Direita - Tampa com telhas de amianto. (Fonte: Figueiredo, 2019).
Figura 3 - Tipo de esgoto destinado para a fossa rudimentar em área rural de Campinas (SP) (Fonte: Figueiredo, 2019).
Em Campinas (SP), por meio de dados declarados,
Figueiredo (2019) identificou que o diâmetro e a
profundidade médios das fossas absorvente são
1,3 m e 4,6 m, respectivamente. No entanto, esses
dados não foram declarados para 34% das fossas
absorventes e tampouco puderam ser checados
em campo devido à dificuldade de acesso a elas.
Segundo Figueiredo (2019), devido à variação na
altura do lençol freático local (inferida pela pro-
fundidade dos poços caipiras ou freáticos) e à
presença de nascentes e áreas de várzea, é prová-
vel que o fundo de algumas fossas coincida com o
lençol freático, o que é uma condição inadequada
do ponto de vista sanitário e ambiental, além de
não atender à distância mínima de 1,5 m entre o
fundo do sumidouro e o lençol freático sugerida
pela norma NBR 13969 (ABNT, 1997).
As entrevistas realizadas no referido estudo em
Campinas (SP) também indicaram que as fossas
absorventes recebem diferentes tipos de esgoto
(Figura 3). Para a grande maioria das proprieda-
des visitadas (88%) e dos domicílios habitados
na região (92%) havia a segregação de pelo me-
nos parte das águas cinzas geradas pelos usos
domésticos (Figura 4).
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Esse tipo de informação não foi encontrado em
nenhum outro trabalho desenvolvido com sa-
neamento rural. Apesar de os números variarem
de acordo com a região do país e com as pecu-
liaridades locais, a revisão da literatura aponta
que a prática da segregação da água cinza em
domicílios rurais é uma realidade comum. Na úl-
tima versão do Manual de Saneamento da Funa-
sa, referência importante para o saneamento em
comunidades isoladas, já foi descrita a divisão do
esgoto doméstico em duas parcelas com nomes
e características distintos (FUNASA, 2015). As
pesquisas sobre esgotamento sanitário nos do-
micílios rurais realizadas pelo IBGE, entretanto,
não fazem menção a essa prática.
1.3 Fossa absorvente: Densidade
Algumas tentativas já foram feitas no sentido
de determinar densidades máximas de sistemas
descentralizados baseados em tanques sépti-
cos seguidos de infiltração no solo, mas os valo-
res encontrados por diversos pesquisadores são
muito variáveis e dependentes de condições am-
bientais específicas. A USEPA (1977) determina
que regiões com densidades maiores do que 15
sistemas/km² constituídos por tanque séptico
seguido de infiltração do efluente no solo podem
ter problemas de contaminação do ponto de vista
ambiental, mas regiões onde foram observados
problemas graves têm densidades bem maiores.
A densidade encontrada em uma área rural de
Campinas (SP) por Figueiredo (2019) foi acima
de três vezes o valor sugerido pela USEPA (1977):
3,5 fossas por propriedade ou uma fossa a cada
0,019 km2, equivalente a 52 fossas/km2. Cada
uma delas atendia em média de duas a três pes-
soas. A distância entre as casas e as fossas era
normalmente bem pequena e até menor do que
a distância mínima de 1,5 m sugerida pela norma
NBR 7229 (ABNT, 1993) para tanques sépticos
(Figura 4).
Figura 4 - Mapeamento das fossas rudimentares em área rural de Campinas (SP), mostrando a proximidade entre
fossas e residências.
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Em Brasília, constatou-se em uma comunidade
rural uma média de 1,83 fossas por propriedade
(FIGUEIREDO, 2006). A densidade de sistemas des-
centralizados tem se tornado crítica em algumas
áreas isoladas e é necessário determinar valores
sustentáveis do número de sistemas construídos
em uma dada área, por mais complexa que seja
essa tarefa (BEAL, GARDNER e MENZIES, 2005).
1.4 Fossa absorvente: Distância entre a fossa e o poço ou nascente
Em uma área rural de Campinas (SP), Figueiredo
(2019) encontrou uma distância média entre as
fossas e poços de 65,4 m, sendo a menor distân-
cia encontrada de 9,0 m. Em pesquisa no Paraná,
a distância média encontrada entre o poço e a
fossa foi de 10,0 m (LARSEN, 2010).
As distâncias mínimas sugeridas pela ReCESA
(2009) são: 15 m de fossas sépticas e 45 m de
fossas absorventes. A distância mínima sugerida
pela Funasa (2015) é de 15 m em relação às fos-
sas secas e 100 m em relação a outros focos de
contaminação como valões de esgoto e galerias
de infiltração (FUNASA, 2015), mas não fica claro
qual é a distância sugerida em relação às fossas
absorventes. Tampouco existe clareza nas reco-
mendações das normas técnicas da ABNT.
Enquanto a NBR 7229 (ABNT, 1993) sugere uma
distância mínima de 15 m de poços freáticos, a NBR
13969 (ABNT, 1997) apenas indica que o efluente
tratado deve demorar três dias para chegar até o
poço. Em instrução técnica do DAEE (2012), é su-
gerido um perímetro de alerta contra poluição mi-
crobiológica a partir do ponto de captação (poço),
com um raio estabelecido pela distância alcançada
pelo fluxo de água subterrânea em cinquenta dias.
A mesma portaria indica que poços escavados (ca-
cimbas ou cisternas) devem ser construídos em ní-
vel mais alto do terreno e a uma distância superior
a 30 m em relação a fossas sépticas, para evitar a
contaminação das águas subterrâneas.
O distanciamento das fossas ou sistemas de dis-
posição final em relação aos poços subterrâneos
(freáticos ou tubulares profundos) ainda não é
consensual e varia muito de acordo com cada
localidade, sendo determinada, muitas vezes,
de forma arbitrária (PANG et al., 2003). Na Nova
Zelândia, por exemplo, a distância mínima reco-
mendada é de 30 m (PANG et al., 2003), assim
como na Espanha (Ministerio de Medio Ambiente
y Medio Rural y Marino, 2010).
Nos Estados Unidos, a recomendação geral é
uma distância entre 15 e 30 m, mas ela depende
de características locais e da regulação de cada
estado (USEPA, 2002). Na Austrália, a distância
mínima recomendada é de 100 m (SYDNEY CAT-
CHMENT AUTHORITY, 2012).
Um estudo sobre a mortalidade de patógenos
(bactérias e vírus) em solos arenosos e bem dre-
nados na Nova Zelândia indicou que uma distân-
cia mínima de 46 m seria necessária para que a
água subterrânea não fosse contaminada (PANG
et al., 2003). No entanto, existem registros de ví-
rus que persistiram no solo por mais de 125 dias,
tendo se deslocado 408 m (USEPA, 2002).
Cabe destacar que essa discussão sobre a distân-
cia em relação ao poço de água ou em relação ao
lençol freático não deve ser pautada somente
considerando a implantação de uma fossa ab-
sorvente. Todas as técnicas propostas pelas nor-
mas brasileiras (NBR 13969, 1997 e NBR 7229,
1993) que visam à infiltração do efluente final
no solo também serão impactadas pelos valores
estabelecidos para esses quesitos.
1.5 Fossa absorvente: Problemas observados
Em relação aos aspectos negativos comumente
apresentados pelas fossas, o fato de elas “en-
cherem” é considerado um problema ou um sinal
de mal funcionamento do sistema. No entendi-
mento da população pesquisada por Figueiredo
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(2019), o esgoto deveria ser sempre drenado, de
forma que a fossa permanecesse seca. Quando
a fossa enche, é comum a abertura de nova fos-
sa em local próximo ou o seu esvaziamento ma-
nual (mangueira sifonada) ou por caminhão do
tipo limpa-fossa, comuns na região centro-sul,
segundo dados do PNSR (2018 b). Outras ob-
servações que têm sido feitas dizem respeito ao
simples bombeamento do material presente no
interior da fossa para valas a céu aberto.
Dados compilados por WHO/UNICEF (2017) indi-
cam que no Equador, por exemplo, 86% das fos-
sas nunca tiveram que ser esvaziadas e em Níger,
Moçambique e Etiópia esses valores são maiores
do que 95%. O “enchimento” das fossas parece
estar relacionado à frequência de seu uso, ao
tipo de esgoto recebido, ao regime climático da
região e ao tipo de solo local.
A colmatação das fossas se deve à maior quanti-
dade de sólidos em suspensão, matéria orgânica
dissolvida e lodo digerido acumulado em seu in-
terior, fatores que levam a um entupimento mais
rápido do que o de sumidouros construídos após
tanques sépticos (FUNASA, 2015). No entanto,
a minoria dos moradores entrevistados em uma
área rural de Campinas (SP) relatou o enchimen-
to das fossas (Tabela 1) (FIGUEIREDO, 2019). Esse
dado foi surpreendente já que a região apresenta
argissolo vermelho-amarelo e latossolo verme-
lho-amarelo (Campinas, 2011).
Tabela 1 - Problemas mais comuns apresentados pelas fossas absorventes em uma área rural de Campinas (FIGUEIREDO, 2019).
Problemas relatados com as fossas Observações Frequência do relato*
Não ocorreram problemas Não foram relatados problemas com o uso da fossa 42
Fossa encheu Fossa ficou muito cheia e outra teve que ser aberta ou o caminhão limpa-fossa chamado 12
Ocorreu desmoronamento de paredes Paredes cederam para dentro dos buracos escavados no solo e a fossa ficou cheia de terra 9
Houve mau cheiroOcorreram odores desagradáveis nas
proximidades da fossa ou mesmo dentro dos banheiros
4
Ocorreu o transbordamento por entrada de água da chuva
Quando choveu muito, a água das enxurradas entrou dentro da fossa,
danificando-a3
Ocorreu o vazamento e o transbordamento
A fossa encheu muito e o efluente líquido transbordou pelas laterais ou tampa 3
Ocorreu entupimento do vaso sanitário Raízes de plantas próximas à fossa ou animais entraram pelo vaso sanitário 2
Ocorreram acidentes Um veículo caiu dentro da fossa 1
Atraiu animais Mosquitos, baratas, sapos e ratos estavam morando dentro ou perto da fossa 1
*Uma mesma fossa podia apresentar mais do que um problema relatado.
A longevidade das fossas existentes na área ru-
ral de Campinas (SP) pode ser decorrente do tipo
de esgoto que elas recebem: as águas cinzas são
dispostas em apenas 36% das fossas, fato que
pode contribuir para o aumento da sua vida útil,
visto que a maioria dos óleos e gorduras prove-
nientes da pia da cozinha não vai para as fossas.
O desmoronamento das paredes das fossas
também foi um dos problemas mais comuns de
manutenção da tecnologia. Alguns outros as-
pectos negativos foram relatados pelos usuários
das fossas absorventes, mas a grande maioria
dos sistemas nunca apresentou nenhum proble-
ma identificado.
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1.6 Fossa absorvente: Opinião dos usuários
Segundo Figueiredo (2019), em relação à per-
cepção dos agricultores sobre a adequação do
sistema de tratamento de esgoto utilizado, os
entrevistados ficaram muito divididos, conforme
dados apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 - Percepção dos agricultores em relação à adequação do sistema de tratamento de esgoto utilizado em uma área rural de Campinas (SP).
Opinião sobre o sistema de tratamento adotado Comentários feitos pelos agricultores
O sistema adotado é adequado?
Não53%
“Não é tratado, é só jogado. Teria de ter um tratamento”“Na época era adequado. Hoje não”
“Contamina a água de beber, embora esteja longe do poço”
Sim47%
“Está adequado por enquanto, mas precisa de mudanças se morarem mais pessoas”
“Esse é o jeito que estamos acostumados”“Em pequena quantidade não tem problema, mas em grande
tem. O esgoto de casa é nojento, mas não é tóxico.”
Em Itaiçaba (CE) foi realizada uma pesquisa so-
bre satisfação dos moradores de uma comunida-
de rural quanto ao seu sistema de esgotamento
sanitário, composto majoritariamente por fossas
absorventes. Nesse trabalho, resultados simila-
res foram encontrados, já que 50% dos entrevis-
tados relataram estar satisfeitos com o sistema
(BOTTO et al., 2005).
No entanto, outras pesquisas sobre o mesmo
tema indicam resultados heterogêneos. Em es-
tudo sobre a percepção de aspectos de saúde
ambiental por moradores de assentamentos ru-
rais da região norte/nordeste do estado de São
Paulo foi constatada preocupação dos agriculto-
res com o esgotamento sanitário inadequado e a
consequente contaminação das fontes de água
de abastecimento, acarretando problemas para
a saúde humana e para a produção agrícola (AL-
VES FILHO E RIBEIRO, 2014).
Já agricultores do Paraná não declararam se
preocupar com os sistemas de tratamento de
esgoto tradicionalmente implantados na comu-
nidade durante atividade de levantamento de
problemas realizada em Diagnóstico Rural Parti-
cipativo (LARSEN, 2010).
Porto (2016) também observou satisfação dos
agricultores em relação a seus sistemas de esgo-
tamento sanitário. No entanto, a autora observa
que essa satisfação pode estar relacionada ao
desconhecimento de formas mais adequadas de
tratamento de esgoto (PORTO, 2016).
1.7 Propostas e perspectivas futuras
Tonetti et al. (2018) afirmam que a fossa absor-
vente é uma tecnologia que pode atender a as-
pectos de segurança ambiental e de saúde públi-
ca, isso porque garante uma separação higiênica
entre pessoas e suas excretas. No entanto, de-
vem ser tomados os seguintes cuidados:
a) Instalação de tampa firme e resistente. Sua ve-
dação deve ser feita de forma adequada, impe-
dindo o acesso de pessoas e animais, bem como
de água da chuva;
b) Construção da fossa em local com lençol
freático profundo e que possibilite que o fluxo
da água subterrânea primeiramente passe pelo
poço e não pela fossa;
c) Instalação da fossa em um local com baixa
densidade populacional, ou seja, que garanta
uma distância segura entre uma fossa e outra e
entre as fossas e os pontos de captação de água
subterrânea ou superficial.
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Caso a norma brasileira NBR 13969 (ABNT, 1997),
que já apresenta o descritivo para a constru-
ção do sumidouro, expusesse um detalhamento
adequado dos seus aspectos construtivos, es-
sas especificações poderiam ser apresentadas
de forma semelhante para a fossa absorvente. A
norma apresenta somente detalhes para cálculo
da área de infiltração, não descrevendo, porém,
como deve ser feito o tamponamento do tanque
ou o adequado revestimento das paredes caso
exista o potencial de seu desmoronamento.
Segundo Dacach (1990), uma antiga norma bra-
sileira (ABNT, 1982)1 expunha que para a constru-
ção do sumidouro deveriam ser atendidos alguns
aspectos, apresentados também por Chernicharo
(2001) e previamente adotados nos EUA como ele-
mentos construtivos do sistema (USEPA, 1980). A
seguir são expostos alguns desses itens que pode-
riam ser incorporados às exigências a serem aten-
didas para a construção de uma fossa absorvente:
• As lajes de cobertura deverão ser construídas
em concreto armado e dotadas de uma coluna
de exaustão e de uma abertura de inspeção com
tampão de fechamento hermético.
• As paredes deverão ser revestidas de alvenaria
de tijolos, assentados com juntas livres, ou de
anéis pré-moldados de concreto, conveniente-
mente furados.
No entanto, como a maioria das fossas absor-
vente é construída sem qualquer revestimento,
deveria ser criada uma avaliação que expusesse
que somente a partir da existência de solos sujei-
tos a desmoronamento haveria a necessidade do
revestimento das paredes internas.
Para o cálculo da área de infiltração haveria a
necessidade de encontrar novos valores para a
conversão da taxa de percolação em taxa de apli-
cação superficial, a partir da qual seria obtida a
área das paredes e, consequentemente, a pro-
fundidade. Como o sumidouro é projetado para
receber o efluente proveniente do tanque sép-
tico, o qual possibilita uma significativa remo-
ção de matéria orgânica, provavelmente a fossa
absorvente deveria possuir valores mais conser-
vadores para essa conversão. A determinação
desses valores deverá ser oriunda de pesquisas
realizadas no Brasil e que levem em conta as ca-
racterísticas de nosso território.
Do mesmo modo, mais pesquisas que avaliem as
diferentes características do território nacional
são necessárias para estabelecimento de crité-
rios de distância entre o fundo da fossa absor-
vente e o lençol freático e de densidade de fos-
sas permitida em uma dada região. O mesmo se
aplica à distância entre o poço de água e a fossa
absorvente, visto que as normas brasileiras e a
literatura internacional fornecem valores extre-
mamente discrepantes.
Outras possibilidades de estudo da tecnologia
estão relacionadas à gestão do lodo acumula-
do e à recuperação da capacidade de infiltração
em casos de colmatação (TONETTI et al., 2018 e
MANFIO et al., 2018). Ainda não está bem conso-
lidada a real necessidade de remoção do lodo das
fossas e, caso exista, qual seria a frequência e pro-
cedimentos de limpeza e destinação do conteúdo.
Tampouco se tem estabelecido se uma fossa sa-
turada pode recuperar sua característica de infil-
tração. Por meio dessas respostas, pode-se pensar
em critérios para a existência de uma rotatividade
entre os sistemas existentes em uma mesma pro-
priedade ou maneiras de regenerá-lo, minimizan-
do assim possíveis contaminações resultantes de
adensamento demasiado de novos sistemas.
1 A norma ABNT NBR 7229:1982, que possuía o nome secundário de ABNT/NB 41, foi cancelada em 29/09/1993 e substituída pela ABNT NBR 7229:1993. As especificações de projeto, construção e operação de sumidouros passaram a ser definidas em outra norma, a ABNT NBR 13969:1997. Contudo, os mencionados aspectos construtivos do sumidouro não são mais encontrados nas normas vigentes.
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2 CONCLUSÕES A fossa absorvente é uma tecnologia com ampla
disseminação no Brasil, havendo um histórico de
conhecimento popular a respeito de sua cons-
trução e operação. A população rural brasileira
observa essa tecnologia de forma positiva e sua
característica de possibilitar a separação das ex-
cretas do contato humano, de animais e de in-
setos é extremamente positiva quanto à questão
de saúde pública.
Essa tecnologia deve ser aprimorada por meio
de estudos e pesquisas científicas, buscando
fundamentar seu dimensionamento e constru-
ção, levando em conta questões como: distância
mínima entre o fundo da fossa e o lençol freáti-
co; distância mínima entre o sistema e poço ou
nascente; densidade de fossas implantadas em
uma área; características construtivas de acordo
com as condições do terreno; formas de gestão
do lodo e critérios de rodízio ou recuperação das
fossas para recebimento de novo efluente sani-
tário. Dessa forma, minimizam-se os riscos de
contaminação do aquífero subterrâneo e dos po-
ços de água, mantendo requisitos de segurança à
saúde pública e ambiental.
A fossa absorvente pode ser, portanto, uma al-
ternativa para situações em que outras tecnolo-
gias se tornam construtiva ou operacionalmente
inacessíveis. Melhores estudos adaptados à rea-
lidade local e definições de critérios limitantes à
sua implementação, unidos a ações educativas e
de participação social, podem consolidar a tec-
nologia como uma solução apropriada para de-
terminadas condições socioambientais.
3 AGRADECIMENTOSAgradecemos à CAPES e ao CNPq (311275/2015-
0) pelas bolsas de mestrado e doutorado recebi-
das e à Fapesp (Processo 2017/07490-4) pelo
Auxílio à Pesquisa. Também agradecemos à Pró
Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC) da Uni-
camp pelos recursos financeiros destinados ao
Projeto Saneamento Rural.
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