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BENTO GONÇALVES | 29 MAIO 2020 | EDIÇÃO 228 | ANO 18 O potencial turístico de Bento Gonçalves, mesmo em época de pandemia, é muito atrativo. Nos finais de semana deste mês de maio, o turismo vem ressurgindo de forma espontânea nos roteiros Caminhos de Pedra e Vale dos Vinhedos. No próximo mês de junho, um dos atrativos mais procurados da cidade, a Maria Fumaça, volta aos trilhos Foto: Acervo Giordani Turismo A retomada do turismo

Foto: Acervo Giordani Turismo A retomada do turismo€¦ · Nessa reportagem especial so-bre o impacto que o setor do turis-mo tem sofrido com a pandemia, entrevistamos alguns fomentadores

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Page 1: Foto: Acervo Giordani Turismo A retomada do turismo€¦ · Nessa reportagem especial so-bre o impacto que o setor do turis-mo tem sofrido com a pandemia, entrevistamos alguns fomentadores

BENTO GONÇALVES | 29 MAIO 2020 | EDIÇÃO 228 | ANO 18

O potencial turístico de Bento Gonçalves, mesmo em época de pandemia, é muito atrativo. Nos finais de semana deste mês de maio, o turismo vem ressurgindo de forma espontânea nos roteiros Caminhos de Pedra e Vale dos

Vinhedos. No próximo mês de junho, um dos atrativos mais procurados da cidade, a Maria Fumaça, volta aos trilhos

Foto: Acervo Giordani Turismo

A retomadado turismo

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RETOMADA DO TURISMO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020

Por: Rodrigo De [email protected]

Edição: Kátia [email protected]

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda. Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS | Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500 | E-mail: [email protected] | www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Bimensal | Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374 | Jornalista e Social Media: Rodrigo De Marco - MTB 18973 | Área Comercial: Moacyr Rigatti | Atendimento: Sinval Gatto Jr. |

Diagramação: Vania Maria Basso | Editor de Fotografia: André Pellizzari | Colaboradores e Colunistas: Ancilla Dall´Onder Zat, Cesar Anderle, Rogério Gava

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Foto: Kátia Bortolini

Turismo ressurge de forma espontânea e retoma gradualmente as atividades

turismo em Bento Gonçal-ves, “congelado” nos últi-

mos meses de março e abril, agora vem sendo retomado pelos estabe-lecimentos com o selo “Ambiente Limpo e Seguro”, concedido pelo Comitê Pró-Turismo Bento, com a participação de entidades e rotas turísticas, voltado à construção de estratégias para durante e pós pan-demia. O selo, criado no último mês de abril, por iniciativa da Secretaria Municipal de Turismo, vem ao en-contro a demanda espontânea re-gistrada no município nos finais de

semana deste mês de maio. Cente-nas de pessoas, entre moradores de Bento Gonçalves e de outros muní-cipios da região e do Estado, povo-aram estabelecimentos comerciais situados nos destinos turísticos Vale dos Vinhedos e Caminhos de Pedra. A retomada do setor de serviços que, em 2019, contribuiu com 20% do faturamento do município, deve se intensificar com o retorno da Ma-ria Fumaça, entre Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, previsto para o próximo mês de junho, após 80 dias de paralisação total das ope-rações, em razão dos procedimentos de prevenção ao novo coronavírus.

A Giordani Turismo, operadora da Maria Fumaça, ressalta que, en-tre os meses de junho e setembro deste ano, os passeios vão ocorrer exclusivamente aos sábados à tar-de. Em cada viagem, a capacidade da locomotiva será reduzida em

50% e a visitação ao Parque Cultu-ral Epopeia Italiana, que faz parte do pacote tradicional do trem, será em pequenos grupos, obedecendo os critérios de distanciamento, além de cuidados essenciais como a sani-tização periódica dos ambientes e uso obrigatório de máscara. A volta, se confirmada, vai ocorrer durante a comemoração de 27 anos do pas-seio, que teve início em 5 de junho de 1993.

Vale dos VinhedosA Serra Gaúcha tem sido o des-

tino turístico de milhares de brasi-leiros nos últimos anos, durante as quatro estações. De acordo com o presidente da Aprovale, Jones Fon-tanive Valduga, o Vale dos Vinhedos, um dos destinos mais procurados em Bento Gonçalves, teve uma que-da de 77% no fluxo de turistas entre março e abril deste ano, em relação

ao mesmo período de 2019. A pro-cura pelo destino nos últimos finais de semana, segundo o secretário municipal de Turismo, Rodrigo Pari-sotto, foi predominada por morado-res de Bento Gonçalves e de outros municípios da região.

Já o Hotel Villa Michelon, locali-zado no coração do Vale dos Vinhe-dos, é um exemplo

positivo de retomada do turis-mo na cidade. Entre 30 de abril e 26 de maio deste ano, o Villa Michelon contabilizou 140 diárias, represen-tando 330 hóspedes, uma média de 10 ao dia. O complexo é um dos estabelecimentos que conquistou o selo “Ambiente Limpo e Seguro”.

Nessa reportagem especial so-bre o impacto que o setor do turis-mo tem sofrido com a pandemia, entrevistamos alguns fomentadores do turismo em Bento Gonçalves. Confira!

Paisagens de outono do Vale dos Vinhedos continuam atraindo visitantes

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020 RETOMADA DO TURISMO 3

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Maria Fumaça volta aos trilhosFoto: Divulgação Prefeitura de Carlos Barbosa

Qual a projeção da Giordani Turismo ainda para 2020?

Jana: Acreditamos que a mo-vimentação inicial será de pessoas viajando por conta própria, com seu carro, em passeios de final de sema-na e em alguns feriados prolonga-dos. Com isso, imaginamos que nos-so principal público será aqui do Rio Grande do Sul e de estados como Santa Catarina e Paraná. Mas não temos como pensar muito à frente neste momento, por isto, estamos trabalhando para oferecer um pas-seio seguro e que todos possam voltar para casa com boas histórias. Além disso, estamos aproveitando este período para continuar divul-gando, compartilhando e mantendo o destino Bento Gonçalves na mente

ENTREVISTAS

Gerente de Marketing da Giordani Turismo, Jana Brun Nalin

dos agentes de viagens das princi-pais agências e operadoras do Brasil, através de nossa equipe comercial externa, que está comprometida com os treinamentos on-line, focan-do nas oportunidades do segundo semestre e, também, em 2021.

Quais protocolos envolvem o retorno do passeio?

Jana: Estamos planejando o retorno há mais de um mês. É um processo que envolve vários setores da empresa. Buscamos fazer tudo de forma tranquila e segura para todos. Não pensamos apenas na segurança dos passageiros que que-rem passear de Maria Fumaça e em Bento Gonçalves, mas também na de nossos colaboradores. Treinamos

as equipes, vamos seguir as orienta-ções da OMS, após cada passeio va-mos realizar a sanitização completa dos vagões e carros, manteremos janelas abertas, evitaremos aglome-rações, repensamos detalhadamen-te cada processo. Mapeamos tudo que estava ao nosso alcance. Temos responsabilidade com nosso públi-co, nossa equipe e com as cidades por onde a Maria Fumaça passa e, também, com os empreendimentos turísticos onde o turista vai vivenciar suas experiências. Trabalhamos de forma integrada para garantir a se-gurança em cada detalhe.

Qual foi o impacto da pandemia para a Giordani?

Jana: O setor do turismo foi mui-

to afetado e conosco não foi diferen-te. Estamos há mais de 70 dias sem operar o passeio de Maria Fumaça e o Parque Cultural Epopeia Italiana, isso impacta muito.

O setor sofreu um grande baque com o novo coronavírus. Não vamos nos recuperar de um dia para o ou-tro. Vínhamos acompanhando as notícias sobre o avanço da pande-mia e pensando em formas de man-ter nossa operação segura, tanto para visitantes quanto para nossos colaboradores. Não imaginávamos uma parada total, mas entendemos que ela se fazia necessária como forma de preservar todos nós, e que neste tempo os hospitais e serviços essenciais pudessem se organizar para realizar os atendimentos.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020RETOMADA DO TURISMO4

Foto: Divulgação Casa ValdugaDe que forma a Aprovale tem agido perante essa nova realidade imposta pela pandemia da Covid-19?

Valduga: Seguimos com o tra-balho que compete à entidade, em home office: promover o Vale dos Vinhedos, integrar o associado e prestar apoio quando solicitado, repassar informações pertinentes ao momento e estar integrado ao trabalho regional para a retomada consciente da atividade turística. Também estamos oferecendo apoio ao turista na remarcação da sua viagem e do seu passeio sem pre-juízos. A equipe da Aprovale opera as mídias sociais da marca “Vale dos Vinhedos” em home office e o aten-dimento e assistência ao cliente é diário. As mídias sociais tiveram um crescimento na ordem aproximada de 45%, mostrando que, apesar do período de quarentena, o visitante busca por informações para visitas futuras e também para o consumo de produtos do Vale no conforto de sua casa. As ações mais pontu-ais para o momento, que vão além do trabalho normalmente realizado pela Aprovale, foram a organização de um grupo de WhatsApp com as-sociados, proporcionando a troca rápida de informações entre eles e também a comunicação rápida da entidade. Montamos um comitê de crise da Aprovale, com membros da diretoria executiva, para debate de ações específicas. E participamos do Pró-Turismo Bento, grupo organi-zado pela Secretaria de Turismo de Bento Gonçalves, para traçar estra-tégias de recuperação. Também par-ticipamos do Comtur de Garibaldi, que trabalha nesta mesma linha de organização de estratégias de recu-peração.

Qual a projeção da Aprovale ainda para 2020?

Valduga: Mesmo com todos os cuidados que estão sendo toma-dos no combate e prevenção ao Covid-19, o turismo será um dos se-tores mais prejudicados. Prevemos um ano e meio para a retomada completa, pois a tendência é que

“O empreendedorismo ocorrenesses momentos de crise”Presidente da Aprovale, Jones Fontanive Valduga

viagens de longas distâncias não sejam prioridade das famílias pelos próximos meses. Uma das vanta-gens do Vale dos Vinhedos é que nosso maior público, cerca de 45%, é do Rio Grande do Sul. Quando a situação apaziguar, provavelmente teremos primeiro a volta deste pú-blico, que mora próximo e pode re-alizar sua viagem com carro próprio e toda segurança. Estamos otimistas quanto ao aumento do turismo in-terno no Brasil, para meses futuros, um importante mercado que já es-tamos trabalhando para abraçar. Cabe ressaltar que, apesar de ser conhecido como um roteiro turísti-co, algumas empresas do Vale dos Vinhedos não dependem desta ati-vidade necessariamente. As nossas vinícolas seguem comercializando vinhos através de suas lojas virtuais, nossas agroindústrias da mesma for-ma. E nossos restaurantes atendem, neste momento, em sua maioria, a população local. Estamos nos rein-ventando e isso também é muito bom. Estamos conhecendo novas alternativas que irão agregar valor ao Vale dos Vinhedos.

Qual era a projeção feita para

o ano antes da pandemia e o que almejam a partir de agora?

Valduga: Estávamos bastante otimistas em função do número de feriados prolongados de 2020. Colocamos como meta 430 mil visitantes, com base no recorde de 2019, onde passa-mos de 440 mil. Teremos uma baixa considerável neste ano, contrarian-do as expectativas. Um dos grandes segredos do Vale dos Vinhedos, diante de todas as crises que se apresentaram, foi o otimismo e a união de todos. O Vale dos Vi-nhedos, como rota de enoturismo, se organi-zou efetivamente em

um momento onde o setor do vinho precisou se adaptar, em 1995. A pri-meira vez que a rota passou dos 400 mil visitantes, em 2016, foi num mo-mento em que o Brasil se recuperava de uma crise econômica. 2020 será um dos anos mais desafiadores, mas a natureza nos brindou com a me-lhor safra de uva dos últimos tem-pos e, como consequência, teremos vinhos excelentes. Temos o exemplo dos nossos restaurantes, que estão atendendo com tele entrega e tele busca. Também alguns dos nossos meios de hospedagem estão ofere-cendo a opção da quarentena assis-tida. O empreendedorismo normal-mente acontece nesses momentos de crise. Temos certeza que muitas novas ideias surgirão e todos saire-mos mais fortes desse desafio. Não superaremos e nem chegaremos perto dos 430 mil visitantes, mas es-peramos poder colher outros frutos a longo prazo, que serão muito im-portantes para o setor.

Como está sendo a retomada das atividades?

Valduga: O movimento de reto-mada presencial está acontecendo de forma gradual. Cada empreen-

dimento tem o seu posicionamento quanto a reabertura. Respeitamos a individualidade de cada empresa as-sociada mas, como entidade, orien-tamos quanto aos decretos e medi-das corretas a serem adotadas, com o objetivo de proteger o nosso pú-blico: comunidade, colaboradores e clientes. Todos estão equipados e preparados, com as medidas de se-gurança orientadas pelos órgãos ofi-ciais. Temos um pequeno movimen-to de pessoas visitando o Vale dos Vinhedos, mas não passa de 20% de ocupação. Os dias de maior mo-vimento são os finais de semana e a maioria dos visitantes é da região. As medidas recomendadas abrangem ações como o fortalecimento da higiene, sanitização e desinfecção de equipamentos de operação dos diversos setores, pontos de serviço e áreas de fluxo de visitantes. Medi-das de distanciamento social e redu-ção de capacidade de atendimento entre colaboradores e clientes em varejos, lojas, restaurantes e meios de hospedagem. Utilização de EPIs para todas as equipes de trabalho. Incentivo no uso de canais digitais para compras de produtos. Uso obri-gatório de máscara de proteção. Todos os visitantes são orientados a trazerem suas máscaras de casa, ou recebem máscaras descartáveis ao chegarem aos empreendimentos.

Considerações gerais?

Valduga: O combate ao Co-vid-19 não se restringe a classes so-ciais, às instâncias governamentais, à comunidade, a empresas. O com-bate ao Covid-19 é uma batalha que depende do esforço de cada um de nós como cidadãos, como indivídu-os que convivem em comunidade. Entendemos que as medidas po-dem causar desconforto em algum momento, e entendemos também o quão fundamentais são esses cui-dados. Portanto, estejamos todos unidos nesta luta em busca do equi-líbrio: ações com segurança e res-ponsabilidade para não perder nos-sa liberdade e nossa saúde. Estamos engajados neste lema, para que a retomada seja saudável para todos.

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De que forma o Hotel Villa Michelon tem agido perante essa nova realidade imposta pela pandemia da Covid-19?

Elaine Michelon: O Hotel Villa Michelon se preparou, cuidando de sua estrutura, antes mesmo da criação do Selo Ambiente Limpo e Seguro. Em tempos de quarentena e distanciamento social, com o hotel vazio, conseguimos pensar em es-tratégias que garantissem um retor-no seguro, tanto para colaboradores como para hóspedes. Começamos a pensar então nas adaptações que nos ajudariam nessa retoma-da. Atitudes simples, como trocar o material de forro das cadeiras para facilitar a limpeza, aquisição de no-vos itens para higienização, equipa-mentos de proteção para hóspedes e colaboradores e tantas outras me-

“O carinho dos nossos amigos e dos hóspedes nos estimula”

Diretora do Hotel Villa Michelon, Elaine Michelon

didas. Estamos agindo com cuidado e, especialmente, com esperança de reinvenção do turismo em nossa região. É hora de inovar e fazer com que o visitante se sinta seguro em nosso destino.

Qual a projeção para 2020?

Elaine: É impossível dar núme-ros em um cenário tão imprevisível. Junho e julho tendem a ser fracos ainda, com uma perspectiva de re-tomada lenta a partir de agosto, que trará o retorno de eventos cor-porativos. Estamos aguardando a volta das feiras de Bento Gonçalves e região, bem como a flexibilização de decretos e protocolos. A previsão para o ano, antes da pandemia, era de uma ocupação no ano próxima a 60%. Atualmente, não estamos tra-balhando com números.

O hotel fechou em virtude da pandemia. Como está sendo essa retomada das atividades?

Elaine: Está sendo prazeroso, sem dúvida, ver o carinho dos nos-sos amigos e hóspedes, o que nos estimula. A conquista do Selo Am-biente Limpo e Seguro também foi um grande diferencial, que mostra aos turistas que nos importamos também com a segurança de cada um. Ficamos fechados por 40 dias, com somente três colaboradores co-nosco, fazendo escala para repensar estratégias e continuar com nosso plano de retomada. Quando rea-brimos, já tínhamos reserva e, aos poucos, o Hotel vai ganhando reper-cussão pelo cuidado que estamos tendo.

Qual foi a ocupação de janeiro

a maio de 2019, quando comparado ao mesmo período deste ano?

Elaine: De janeiro a 20 de março de 2020, a ocupação foi de 51,75%, ou 2.350 diárias. Ficamos 40 dias com ocupação zero. Nesse mesmo período de 40 dias, em 2019, a ocu-pação foi de 59,70%.

Fotos: Rita Michelin

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020RETOMADA DO TURISMO6

“Com certeza, o mundo não será mais o mesmo”Diretor Superintendente da Vinícola Aurora, Hermínio Ficagna

De que forma a Vinícola Aurora tem agido perante essa nova realidade imposta pela pandemia da Covid-19?

Hermínio Ficagna: Realmen-te, ninguém estava preparado o suficiente para enfrentar a pande-mia do novo coronavírus, algo sem precedentes na história. Em função da pandemia e, considerando as orientações mundiais dos órgãos de saúde, o hábito dos que trabalham e dos que consomem mudaram. A empresa optou por liberar seus co-laboradores das áreas administrati-vas e de vendas para exercerem, na medida do possível, suas atividades em trabalho remoto, em home offi-ce, já que grande parte dos clientes só atende por meio digital. Além dis-so, os funcionários do grupo de risco foram afastados, com licença remu-nerada. Também por conta destas restrições, a Aurora paralisou a pro-dução industrial por quase 20 dias e fechou o roteiro turístico, reabrindo no final de abril, com a flexibilização dos governos municipal e estadual.

Nesse período de mudanças, de que forma a empresa está trabalhando com a parte comercial?

Ficagna: Acredito que é uma fase de adaptações e isso também inclui o aspecto comercial: o e--commerce nunca foi tão essencial. Embora já fosse uma prática o uso dessa plataforma, agora, ela se con-solida em definitivo. Com certeza, o mundo não será mais o mesmo. Os hábitos de consumo já mudaram. Mesmo assim, o relacionamento e a afinidade construídos ao longo da história com os clientes continuarão sendo o grande diferencial da Viní-cola Aurora.

Qual a projeção ainda para 2020?

Ficagna: Antes da pandemia, estávamos projetando um cresci-mento de 10% nas vendas. Agora é muito difícil estimarmos o que vai acontecer nos próximos meses e, consequentemente, qual será o resultado no ano. Mesmo assim, estamos trabalhando em parceria com o varejo, e já tivemos um bom resultado no primeiro quadrimestre. Este mês de maio também foi muito

bom. Acreditamos que teremos um resultado satisfatório.

Como foi a retomada da produção industrial?

Ficagna: Adotamos todos os cuidados, como a medição de tem-peratura, higienização com álcool gel, obrigatoriedade do uso de más-cara e a distância mínima entre os funcionários no interior da vinícola. Também distribuímos, para fun-cionários e terceirizados, materiais informativos. Um vídeo institucio-nal sobre como estão sendo esses cuidados na Aurora foi repassado aos funcionários e aos profissionais do varejo, para que entendam com mais facilidade esses procedimen-tos.

Qual foi o fluxo de turistas de janeiro a maio de 2019, em comparação ao mesmo período deste ano?

Ficagna: Em 2019, re-cebemos mais de 200 mil pessoas. A expectativa era de que, em 2020, repeti-ríamos esse número de visitantes. E, de fato, co-meçamos o ano, durante a safra, de uma forma mui-to positiva. Entretanto, com a pandemia mundial em função do coronaví-rus e as medidas de isola-mento social, essa expec-

tativa acabou não se confirmando. E, mesmo após a reabertura da vi-sitação ao roteiro turístico, no final de abril, as pessoas ainda estão evi-tando passeios ou deslocamentos que não sejam essenciais, o que é perfeitamente compreensível e até recomendado pelas autoridades de saúde. De qualquer forma, estamos recebendo as pessoas em número reduzido, geralmente casais, que podem fazer o roteiro desde que es-tejam de máscara, com toda a higie-nização que é feita com álcool gel e medição da temperatura na entrada. Além disso, ao chegar, o turista não fica esperando para formar grupo, já inicia a visitação, mantendo-se uma distância segura entre atendente e visitante.

Qual foi o impacto da pandemia na exportação dos produtos?

Ficagna: O impacto do fecha-mento de muitos mercados, certa-

mente, vai interferir no resultado das exportações. De qualquer forma, tivemos uma certa estabilidade nos embarques para o exterior nesses primeiros meses. Isso porque a Ásia, um dos nossos principais mercados, iniciou o processo de retomada. En-tretanto, em outros destinos como a Europa, Estados Unidos e outros pa-íses da América do Sul, essa retoma-da ainda vai demorar alguns meses.

A Vinícola Aurora tem recebido uma média de quantos visitantes por semana?

Ficagna: A média de visitantes tem sido baixa e isso é perfeitamen-te compreensível pelo momento de crise sanitária que estamos atraves-sando. A Aurora, como pioneira no enoturismo do Estado, tem seguido todas as orientações das autorida-des de saúde e compreende que o momento não é o mais recomenda-do para visitas, deslocamentos que não sejam essenciais ou quaisquer formas de aglomeração. Estamos preparados para receber a todos, seguindo todos os cuidados que mencionamos anteriormente, mas também cientes de que tudo isso vai passar e que nós estaremos aqui, de braços abertos, esperando a vi-sita de todos para apreciar o nosso roteiro turístico, conhecer a histórias da cooperativa, com uma taça de vi-nho, espumantes, cooler ou suco de uva.

Foto: Eduardo Benini

Foto: André Majola

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020 7RETOMADA DO TURISMO

Nas últimas semanas ocorreu uma perceptível retomada no fluxo de turistas no Vale dos Vinhedos e também no Caminhos de Pedra. Como Secretário de Turismo, como você interpreta essa retomada do turismo nos destinos em pleno pico da Covid-19?

Parisotto: O movimento foi oca-sionado por moradores de Bento Gonçalves, em busca de estabeleci-mentos próximos para passar o dia e também por turistas de cidades vizinhas e da capital, para passar o final de semana, representando entre 15% a 20% do fluxo antes da pandemia. Em função do que essa movimentação espontânea poderia acarretar para a segurança de todos, criamos a certificação Selo Ambien-te Limpo e Seguro.

Qual a projeção para 2020?

Parisotto: Queremos manter a

O novo turismoSecretário Municipal de Turismo, Rodrigo Parisotto

roda girando, mesmo sabendo que o ano já está comprometido. Nada é mais como era antes. Muitas opor-tunidades que estão surgindo irão agregar valor ao nosso turismo. Esta-mos com uma boa expectativa para os quatro meses do final do ano. Todo esforço que a comunidade de

Bento Gonçalves está fazendo em combater a Covid-19, certamente garantirá que tenhamos um bom final de ano.

Quais são as projeções para 2021?

Parisotto: Certa-mente começará bem diferente que 2020. Ima-gino que nossa ferida ainda não estará cicatri-zada. Por isso teremos uma grande energia e motivação para fazer 2021 ser um grande

ano. Ao mesmo tempo em que es-taremos reforçando nossas práticas de higienização e convívio coletivo. Sou otimista e tenho certeza que 2021 será um grande ano. Ao mes-mo tempo em que provocou uma queda de cerca de 90% no turismo, motivou muitas pessoas da cidade a

valorizar o potencial que temos.

Qual era a projeção de visitantes para o ano antes da pandemia?

Parisotto: Pelo crescimento que já tínhamos acumulado até final de fevereiro, chegaríamos a dois mi-lhões de visitantes. Este ano tínha-mos muitos eventos confirmados e vários feriados. Isso faria grande di-ferença. Nesse momento nosso foco não é mais números. Toda energia está voltada em deixar nossos des-tinos adaptados às normas de saúde para quem trabalha e para quem vi-sita, além de manter os empregos e os negócios funcionando. O esforço do nosso comitê é o aperfeiçoamen-to e a continuidade do projeto do selo “Ambiente Limpo e Seguro”, que tem nos garantido muito otimismo. Para acompanhar o andamento diá-rio e as empresas certificadas, acesse https://bento.tur.br/selo-ambiente--limpo-e-seguro/.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020FEIRAS8

“O adiamento da ExpoBento e da Fenavinho, promovidas pelo Cen-tro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC/BG) para o segundo semestre deste ano, permite o alinhamento de ações assertivas para empresas que vão expor nos eventos”, ressal-ta o diretor-geral da 30ª ExpoBen-to, Gilberto Durante. Segundo ele, a transferência da data dos eventos para o momento certo, com respon-sabilidade e segurança, pode contri-buir para a reativação de negócios de expositores, amenizando parte dos prejuízos financeiros decorren-tes da pandemia e suas restrições. Ele adianta que a 30ª ExpoBento e a 17ª Fenavinho, inicialmente previs-tas para 5 a 14 de junho, no Parque de Eventos, em breve terão a nova data divulgada, ainda para este ano.

“Estar preparado para recomeçar”

O consultor empresarial e eco-nomista Adelgides Stefenon, aten-dendo solicitação do CIC/BG, dá dicas a empresas expositoras para a adequação ao atual momento. Se-gundo ele, a peça-chave do proces-so de reinvenção é estar preparado para recomeçar com foco, treina-mento, inovação e criação de no-vos canais de venda. “Nesse tempo, pense sempre em novas ações aos clientes. Fortaleça a equipe comer-cial para o novo momento e treine--a para vender no físico e no virtual. Crie novos produtos, busque novos canais de venda. Mantenha propa-ganda e publicidade. Fortaleça for-necedores. Foque no recebimento das vendas já efetuadas e busque

Expositores convidados a alinhar ações assertivaspara as próximas edições, em data a ser confirmada

EXPOBENTO E FENAVINHO 2020

sempre inovar”, detalha o consultor. Ele acrescenta que novidades criam expectativas externas, encontram novos desejos, oxigenam as empre-sas, os consumidores e fortalecem a marca.

“As promoções podem agregar faturamento no curto prazo, ajudar na redução de estoques, criar fluxo de caixa e lembrar que a marca pode ser buscada também para ações promocionais”, pontua. Stefenon acentua também que é importante preparar um bom plano financeiro, planejando o fluxo de caixa e veri-ficando a possibilidade de contar com recursos do BNDES.

Foto: Igor Guedes

Gilberto Durante Adelgides Stefenon

Foto: Divulgação ExpoBento

Foto: Vagão Filmes

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020 9PANDEMIA

CORONAVÍRUSCOVID-19

353 pessoas já estão curadas da Covid-19

Até o último dia 28 de maio, Bento Gonçalves contabilizava 527 casos de Covid-19 contabilizados. Destes, 353 já estão curados. O nú-mero de óbitos é de 11 pessoas.

Segundo dados do Informe Epi-demiológico nº 91, divulgado no dia 28, pelo Comitê de Atenção ao Co-ronavírus, Atualmente, 11 pessoas estão internadas na Unidade de Tra-tamento Intensivo (UTI) com a con-firmação da doença. Em isolamento hospitalar estão 15 pessoas. Em iso-

lamento domiciliar são 137 pessoas.

Casos suspeitosEntre os casos suspeitos há 776

pessoas, entre elas, uma em UTI, sete em isolamento hospitalar na UPA e 776 em isolamento domiciliar.

O secretário municipal de Saúde, Diogo Siqueira, ressalta que a rede de saúde de Bento Gonçalves está bem preparada nesse enfrentamen-to à pandemia, graças ao apoio de entidades e da comunidade.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020SAÚDE MENTAL10

LetíciaSimioni

Psicóloga - CRP 07/23986

Especialista em Psicologia Clínica - Ênfase em Psicanálise

Especialização em Constelações Familiares - Hellinger Schule (em

andamento)

Contato: (54) 99121.3633

@psicologaleticiass

Schossler

interessante o fato de que, mesmo com o in-tuito de compartilhar através desse espaço da escrita outros temas que não envolvessem dire-

tamente o novo Coronavírus, por certo cansaço ine-rente ao assunto, é praticamente impossível abordar temáticas próprias da Psicologia ou simplesmente voltadas ao “ser humano” sem ter como moldura a situação atual, que, por ironia ou não do destino, nos envolve, abraça e até mesmo “sufoca”.

A experiência atual de pandemia nos coloca numa condição de permanecer apenas e estrita-mente com o essencial nas mais diversas áreas de nossas vidas, e torna necessário partir para um movi-mento de filtro e de reduções no geral... Mas, afinal, o que realmente é essencial para e dentro de cada um de nós? Segundo Bert Hellinger, “...o essencial é simples”, porém, por vezes, complicamos, aumen-tamos e até mesmo somos incentivados a acreditar que precisamos de muito, muito mesmo para nos

satisfazermos e estarmos mais próximos de uma suposta “ale-gria” oriunda de algo grande, complexo e que, geralmente, é proveniente de fora, do mundo externo.

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O que se tornouessencial para você?

Dê uma olhada e resgate as suas memórias re-centes: há mais ou menos sessenta dias, os momen-tos em que você experimentou maiores níveis de satisfação e alegria autêntica surgiram de que ma-neira? Foi através de algo complexo, difícil ou por meio do mais simples, que já estava ali, disponível e presente para você há muito tempo? As chances de que você tenha lançado um novo olhar sobre algo que já existia são grandes, justamente porque vive-mos em um tempo que envolve e muito conjugar alguns verbos incluindo o prefixo RE, em que so-mos convidados a reVER, reENCONTRAR, reCONEC-TAR, resSIGNIFICAR, reCONHECER, para então, aos poucos e de maneira consciente, REALIZAR.

Retornar ao essencial na vida é também retor-nar à própria essência! Aos corajosos que já vinham num movimento gradual de reencontro com sua essência, cada qual à sua maneira, talvez as “sur-presas” tenham sido menores ao rever com pro-fundidade o sujeito do outro lado do espelho; em contrapartida, para aqueles que vinham “levando” a vida e caminhando distraidamente longe de si mesmos, tenha chego a hora de olhar mais e mais para dentro de si, para então, permanecer com o seu novo essencial.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020 11REFLEXÃO

CésarAnderle

Diretor da Anderle Transportes

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Namorados

O prazer de estar junto,

o bem-estar de querer

bem, a necessidade de

compartilhar momentos

bons e felizes, nos

fazem acreditar que

somos capazes de

fazer feliz também

aquele que está ao

nosso lado.

unho é um mês especial. Especial porque se trata de um período do ano em que se lembra o padroeiro de nossa querida cida-

de de Bento Gonçalves, identificado com a figura histórica de Santo Antônio, o santo casamenteiro, proclamador do Evangelho de Jesus Cristo, dono de diversos milagres e doutor da Igreja, título este recebido pelo papa Pio XII, e também pelo clima de paixão presente no ar. Os namorados estarão em seu ápice nos próximos dias de junho.

A santidade de Antônio nos faz refletir e per-severar na fé. Muitas pessoas o “tem” como uma arma poderosa para diversas dificuldades do seu dia a dia. A fé que habita nestas pessoas é de ex-trema profundidade e merecedora de aplausos. Deus, através de Santo Antônio, as protege todos os dias, assim acreditam.

De outra forma, porém ligado completamente com Santo Antônio, estaremos num mês em que vivemos o encantamento dos casais apaixonados.

Um período do ano que deixamos transpare-cer todo o nosso carinho e amor para com a pes-soa que está ao nosso lado, vivendo e convivendo com nossas qualidades, nossas fraquezas, enfim, nossa personalidade.

É importante compartilhar com quem se está dividindo o nosso espaço de tempo, que a ama-mos, é bom ouvir também. Cria-se uma atmosfera de cumplicidade e afetividade entre o casal, sejam eles casados ou apenas namorados. O prazer de estar junto, o bem-estar de querer bem, a neces-sidade de compartilhar momentos bons e felizes, nos fazem acreditar que somos capazes de fazer feliz também aquele que está ao nosso lado.

Ama mais quem se doa sem nada pedir em tro-

ca. Se todos nós conseguíssemos amar totalmen-te, o mundo ficaria mais amigável, pois ninguém esperaria receber em troca. Haveria realmente uma cumplicidade em dar e receber, haveria uma troca de energia integral, onde nem um dos dois brigaria por ser menos atencioso com o outro.

Cristo nos ensinou isso. Ele amou a todos sem destinção nenhuma. Ele simplesmente queria bem a todos, e veja que estamos falando de um amor que se incluía neste sentimento, homens e mulheres. Nós, infelizmente, apenas no que se refere à pessoa que dividimos nossas angústias, tristezas, alegrias e felicidades, e mesmo assim, não sabemos por vezes ouvir, respeitar e aceitar as diferenças e limitações de nosso par. É preciso um meio termo; é preciso diálogo; é preciso re-conhecer nossas próprias limitações para poder-mos entender e crescermos juntos lado a lado. Sem esta cumplicidade e fé, jamais o amor dará certo. Santo Antônio até poderá nos dar uma mãozinha, mas se não houver essa ligação entre os namorados, ele nada resolverá sozinho.

Santo Antônio, assim como Deus, quer ver--nos unidos, nos dando bem, nos amando de fato, puramente, abertamente, sem distinção e sem crueldades.

Façamos uma pausa. Cada namorado (a), marido, esposa, noivo (a), olhando nos olhos e perguntando: o que devo fazer e como agir para que o outro seja mais feliz? Deixe essa afirmação penetrar em seu coração e faça dessa experiên-cia uma alavanca para se tornarem mais unidos, mais fortes na unidade, mais amorosos de alma e muito, muito mais amantes em cada dia de suas vidas.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 202012

A Prefeitura de Bento Gonçal-ves decretou, no final da tarde des-ta quarta-feira, 27, três dias de luto oficial no Município pela morte do empresário José Eugênio Farina. Conhecido como “seu Geninho”, ele deixa um legado de empreendedo-rismo, desenvolvimento e contri-buição para a comunidade.

O prefeito Guilherme Pasin la-mentou o falecimento. “Com grande pesar recebi a informação do faleci-mento do empresário José Eugênio Farina. Geninho deixa um legado de contribuições com o desenvol-vimento do município e região, evi-denciando o empreendedorismo, liderança, trabalho e respeito a to-dos. Os sentimentos aos familiares e amigos. Nossa cidade perde não somente um empreendedor, mas uma figura singular em nossa his-tória, por isso estamos decretando três dias de luto na cidade”, disse.

Prefeitura de Bento decreta três dias de luto pela morte do empresário José Eugênio Farina

Um dos maiores nomes do setor moveleiroNatural de Bento Gonçalves,

iniciou sua vida profissional aos 12 anos, como balconista de uma farmácia. Ao longo dos anos, tra-balhou num armazém de secos e molhados, como balconista numa agência de automóveis, até chegar ao cargo de diretor na Metalúrgica

Bento Gonçalves e na Farina, respectivamen-te.

Em 1971, adquiriu ações da Todeschini, reconhecida como uma das maiores fabricantes de acordeões da Amé-rica Latina. Após um incêndio que destruiu todas as instalações, iniciou uma caminhada rumo ao desenvolvi-

mento e crescimento do mercado moveleiro brasileiro. Atualmente, a Todeschini é um dos principais grupos moveleiros do país (com as marcas Todeschini, Italínea, Criare, Carraro, Avantti, Todesmade, Todes-flor, Grato e Todescredi).

Farina também é reconhecido por sua contribuição comunitária. Durante sua trajetória, integrou di-versas entidades empresariais e so-

ciais, sendo presidente do CIC-BG, da Fenavinho, da Apae, do Conse-lho Administrativo do Hospital Tac-chini. Em 2002, idealizou e fundou o Projeto Coração Cidadão.

Ele integrou o Conselho Fiscal do Sindmóveis, entre os anos de 1977 e 1987, além de ter ocupado a função de diretor de Exposição In-dustrial na 1ª e 2ª edições da Mostra do Mobiliário, hoje Movelsul Brasil. Sempre foi um apoiador da atuação coletiva do setor, ao estimular a par-ticipação de executivos da empresa na diretoria do Sindmóveis.

Aos 95 anos, ele ainda ocupava a presidência do Conselho Consul-tivo do Grupo Todeschini e, sem dúvidas, foi um dos grandes nomes do setor moveleiro no Brasil. José Eugênio deixa a esposa Lourdes e quatro filhos: João, Paulo, Ricardo e Virginia, além de oito netos, três no-ras e um genro.

Foto: Divulgação

José Eugênio Farina

LUTO

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020 13

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020CULTURA URBANA14

“Nem Eu Sei Tudo”Uma década fundamental paras a cultura urbana de Bento

Gonçalves e da Serra Gaúcha ganha recorte audiovisual com o documentário “Nem Eu Sei Tudo”, que será lançado nas plata-formas digitais dia 18 de junho. Esta foi a solução para mostrar o trabalho ao público por causa do momento de isolamento social devido à pandemia por causa da Covid 19.

Acróstico que alude à NEST Panos, criada em Bento Gon-çalves há dez anos, o trabalho também evidencia uma década da trajetória da Battle In The Cypher, BITC, encontro focado na Cultura Hip Hop pelos b.boys William Sarate Ballestrin e Pedro Ramon Festa.

Com assinatura da Ancora Produções, de Bento Gonçalves, o documentário de 51 minutos registra os encontros dos qua-tro elementos da cultura hip hop, com cenas de batalhas de b.boys e b.girls as festas lideradas por MCs, os grafftis multico-loridos dos muros das cidades. Tudo sob a trilha do rap, riman-do arte com cidadania, entretenimento e formação cultural.

Projeto feito com recursos do Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves, o filme parte da trajetória da NEST Pa-nos e das dez edições da BITC para registrar o crescimento e amadurecimento da cena Hip Hop na cidade e região. Além de Festa e Balestrin, a produção também é assinada por Diego Gheno, da Ancora.

Com cenas de batalhas, shows, festas e grafitagens, o doc também conta com a participação da banda Da Guedes, da Back Spin Crew, do MC Miliano, dos rappers Marcelo Gugu, PMC, Síntese e Nego Max, do b.boy Onnurb e do grafiteiro Wagner Wagz, dentre outros.

“O documentário busca criar um material novo para a cena, preservar um registro e propagar uma ideia que não apenas acreditamos, mas vivenciamos”, diz Pedro Ramon Festa.

O filme também evidencia ações e atividades realizadas em outras cidades brasileiras e outros países do Mercosul.

Documentário será lançado dia 18 de junho nas plataformas digitais

Fotos: Fernanda Turchetto

William Sarate Ballestrin

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 29 de Maio 2020 15CULTURA URBANA

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“Ele traz inspiração. Não é sobre a NEST em si, mas sobre como com o Hip Hop se pode abrir por-tas, transformar, como ele nos transformou e ago-ra retribuímos com ações para outras pessoas”, diz Ballestrin.

Há também muitos depoimentos de pessoas que se construíram pessoal e profissionalmente nesse percurso, como a fotógrafa e produtora Bruna Ferreira. “É o propósito que escolhi pra minha vida: produzir, conhecer pessoas diferentes e aprender com elas. Entender o significado de coletivo na sua essência e ser sempre melhor pra mim, e pros ou-tros”, diz sobre a NEST/Nem Eu Sei Tudo.

Com roteiro, direção de fotografia e trilha so-nora selecionada por Fernanda Turchetto, o docu-mentário percorre e cria diferentes climas visuais e sonoros para registrar esses primeiros dez anos de funções da NEST e da BITC.

“O processo de produção foi com certeza um experiência fantástica. Conhecemos pessoas, lu-gares, culturas, linguagens, gírias, sotaques, senti-mentos, que não tínhamos até então, e isso tudo nos engrandeceu. É isso que queremos mostrar, agregando uma forma nova de pensamento, um olhar responsável, por que a gente faz parte do meio onde a vivemos”, afirma Diego Gheno.

Foto: Fernanda Turchetto